O estudo de tópicos do Cálculo demanda um embasamento teórico que
constitui uma primeira disciplina de Análise. Para tanto um dos objetivos principais da Análise é a prática em demonstrações. Enunciar e demonstrar teoremas é uma das ocupações centrais de todo professor ou estudioso da matemática, não podendo o mesmo ser deficiente em tais demonstrações.
A Análise matemática está relacionada ao conhecimento e domínio do
conjunto dos números reais, do conceito e propriedades de limite o que colabora para o estudo de séries finitas e infinitas, a resolução de problemas matemáticos em termos de variáveis ou incógnitas que podem ser representadas em eixos de coordenadas- as funções e finalmente a utilização de métodos e técnicas da derivada e a teoria da integral.
O estudo dos números reais é o alicerce primeiro da Análise
matemática. Este conjunto engloba o conjunto dos números racionais (números naturais e inteiros são casos particulares de números racionais) e irracionais este último com o surgimento da ideia de “incomensurabilidade”.
O termo sequência faz menção ao ato ou efeito de seguir, continuar;
função de uma variável inteira positiva; sucessão. A sequência pode ser finita quando tem um número finito de termos, infinita quando provem de uma variável inteira positiva cujo domínio não é limitado à direita, ou ordenada quando entre seus membros se define uma relação de ordem.
A palavra função foi introduzida por Leibniz em 1673, justamente para
designar qualquer das várias variáveis geométricas associadas com uma dada curva. Só aos poucos é que o conceito foi se tornando independente de curvas particulares e passando a significar a dependência de uma variável em termos de outras.
Ao lado da definição de função surgiu o conceito de continuidade. Euller
entendia por contínua a função que fosse dada por uma única expressão analítica, e por descontínua quando fosse dada por expressões diferentes em diferentes partes de seu domínio de definição. Mas isso resultava em interpretações contraditórias. Outra definição que deve ser também focada é a que se entende por limite. Sendo este uma reta tangente a uma dada curva que representa uma função qualquer.
Há um teorema que diz que toda função derivável num determinado
ponto é contínua nesse mesmo ponto. Antigamente pensava-se que toda função contínua fosse derivável. Demonstrou-se, porém, que existem inúmeras funções contínuas que não são deriváveis.
As funções até aqui citadas se enquadram no grupo das funções
elementares. São elas todas as funções que podem ser representadas explicitamente por meio de um número finito de constantes e de operações algébricas (adição, multiplicação, potência e raiz) aplicadas às funções básicas elementares.
Nos cursos de Cálculo é costume trabalhar o conceito de integral como
área sob o gráfico de uma função. Assim entendida, a integral tem limitações, uma das quais é que ela depende da noção de área. Acontece que necessitamos da integral para lidar com situações onde a ideia de área nem sempre aparece, como em problemas que envolvem os conceitos de trabalho e energia, comprimento de arcos etc. Para tanto é necessário fundamentar a integral nos números e não nos conceitos geométricos o que justifica a introdução do conceito de integral como limite de uma soma.
Um tipo de procedimento usado é considerar a área de uma figura com
perímetro curvo como a soma das áreas de uma série de retângulos e por definição a integral de f será o limite da soma das áreas desses retângulos, sob o pressuposto de que a norma da partição correspondente a soma das áreas dos retângulos tenda a zero.
As disciplinas introdutórias de Análise que costumam integrar os
currículos de bacharelado e licenciatura em matemática, em geral são dedicadas a uma apresentação rigorosa do cálculo. Integrando-se, porém, os elementos de lógica matemática a este embasamento o desenvolvimento de habilidades em aplicar os teoremas e realizar demonstrações fluirá de forma mais espontânea. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁVILA, G. S. S. Análise Matemática para Licenciatura/ Geraldo Severo de
Souza Ávila. São Paulo-SP; 3ª Edição revista e ampliada. São Paulo: Blucher, 2006.