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SAÚDE INTEGRAL
NOS ESQUECEMOS DAQUILO QUE É MAIS IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
NOS ESQUECEMOS DAQUILO QUE É MAIS
IMPORTANTE!
NOS ESQUECEMOS DAQUILO QUE É MAIS
IMPORTANTE!
NUNO COBRA JÚNIOR
NOS ESQUECEMOS DAQUILO QUE É MAIS
Índice
Na época, ele me disse: “Nuno, eu preciso quebrar este padrão em que eu vivo, ou
então, este padrão irá me quebrar”.
Pois é, se você não aparece em sua própria agenda, você não existe! O primeiro passo,
então, será “existir”. Mas, como priorizar a mim mesmo? muitas pessoas me perguntam.
Criar uma agenda pessoal de cuidados essenciais é o maior investimento que você pode
fazer. Nada lhe renderá tanto! A valorização na produtividade, humor, bem-estar e
disposição chega, em certos casos, a ser de 300% ao ano ou mais. Tudo em nossa vida
depende do nosso equilíbrio pessoal, como o trabalho, a família e a prosperidade, entre
outros.
Desta maneira, podemos seguir tranquilos com nossos padrões habituais, o que se
torna muito mais fácil e confortável para as soluções de curto prazo. Aliás, é exatamente
isso o que a nossa mente busca o tempo todo: soluções rápidas para resolver os
problemas.
Basicamente, quando o nosso foco de vida está direcionado para o trabalho e outros
afazeres, a nossa mente procura eliminar os outros focos de “distração”, articulando,
assim, conceitos e teorias para enganar a si mesma.
Pesquisas indicam que as pessoas que se exercitam regularmente são tão ocupadas
quanto aquelas que usam essa desculpa para não se exercitar.
De qualquer forma, mesmo nesses casos, já conheci atletas amadores de corrida que
acordam as 4h para treinar, ou dão um jeito na rotina para acomodar a atividade física,
mesmo a noite e reforçando a intensidade e duração nos fins de semana.
O tempo é emocional. E o que isso quer dizer? Quer dizer que sempre arranjamos tempo
para as coisas que são realmente importantes. Caso o seu filho pequeno estivesse
doente, você arranjaria algum tempo para cuidar dele, certo?
E se eu lhe disser que você já está vivendo um processo lento e gradual de adoecimento,
você teria tempo para cuidar de si mesmo? A verdade é que essa desculpa do tempo
denuncia algo muito preocupante. Quer dizer que você não tem tempo para você? Quer
dizer que você não existe para a sua vida? Que você não é importante? Ou, talvez, você
não tenha a mínima noção do que é essencial ao seu organismo, ao seu bem-estar e
felicidade?
Quando Deus, ou a natureza, como você queira chamar, projetou o ser humano, criou
uma equação equilibrada e perfeita. Nós precisamos dormir e comer para manter-nos
vivos. Caso contrário, o nosso corpo sofre, reclama e vai nos notificando, enviando
pequenos avisos que, muitas vezes, são ignorados.
Caso ela tivesse previsto esta possibilidade, teria criado um processo em que
sentiríamos um imenso desconforto e sofrimento físico caso parássemos de nos
movimentar. Como a perda é muito lenta e gradativa, e o nosso cérebro é rápido e
prático, arranjamos diversas maneiras de driblar a questão.
Ou seja, embora ficar sentado pareça a melhor coisa a se fazer, se você experimentar
fazer um treino cardiovascular moderado, como uma longa caminhada, por exemplo,
ou mesmo outros exercícios mais intensos, vai observar que, ao final desta atividade,
estará muito mais vitalizado e revigorado.
E sabe o porquê disso? A atividade física funciona como uma catarse, restabelecendo
todo o nosso sistema orgânico e mental.
No entanto, a maioria das pessoas enxergam a atividade física como um fardo, uma
obrigação e um problema em suas vidas, quando, na verdade, ela não é um problema,
ela é a solução.
Muitos alunos reclamam que a sua vida é muito atarefada. Eles passam o dia inteiro
cumprindo suas obrigações e argumentam que é difícil cumprir mais uma. Reclamam
que suas mentes já estão cheias e sobrecarregadas de tantas tarefas e obrigações.
Infelizmente, essa forma de se relacionar com a atividade física é a mais comum na
sociedade atual.
Hoje, a maioria de nós passa o dia todo sentado, usando incessantemente a nossa
mente. Na realidade, a atividade corporal seria o antídoto perfeito para compensar o
estresse do dia a dia. Ela representa um repouso e uma pausa essencial para essa
atividade mental sem fim, resgatando nossa lucidez, nosso equilíbrio e nossa vitalidade.
Eu diria até que essa é uma das suas maiores motivações.
Existem mil desculpas e argumentos para não se mexer. Realmente, para a sua mente
é muito mais confortável ficar no sofá, assistindo TV. Enquanto você não estabelecer
um hábito corporal e aguçar sua consciência, reconhecendo, valorizando e escutando
estas prioridades do seu próprio corpo, você vai continuar perdendo o jogo para a sua
mente. Cuidar do corpo torna-se uma tarefa muito ingrata caso você não desenvolva
uma relação de prazer com a atividade física.
O melhor exercício não é aquele que queima mais calorias, mas aquele que você gosta
de praticar. Esse sim vai dar resultado. Jogue no lixo estes condicionamentos antigos
aos quais você foi doutrinado, pensando que você precisa se exercitar apenas para
colher os resultados finais desta prática, como ficar magro, musculoso, bonito e
saudável.
Quando estiver cansado de pensar, desligue a mente e venha para o corpo. Esse
universo insondável e profundo vai libertá-lo.
“Tenho dificuldade em perder peso, há muitos anos. Outro dia, fui fazer uma consulta
ao médico e, ao final, ele me disse: ‘O ideal seria você comprar uma esteira. É muito
mais prático. Recomendo que você treine todos os dias. Eu também não gosto, é um
sacrifício, eu sei que é muito chato fazer atividade física, mas é necessário. Eu entro na
esteira xingando e saio chorando.’ (risos)” (Depoimento da Angélica Lopes, 44 anos,
ex-aluna minha)
Já reparou como algo tão prazeroso quanto o sexo pode ficar sem graça, caso o
vejamos como uma obrigação? Por exemplo: quando um casal está determinado a
engravidar, esse processo passa a ser algo menos natural e intuitivo, vamos dizer assim,
e passa a ter uma hora marcada para acontecer.
Caso a dificuldade em engravidar se estenda por um longo período, mesmo algo tão
prazeroso como o sexo pode assumir contornos mais rígidos e tensos. Pronto! Algo que
poderia ser imensamente prazeroso e natural, passou a ser uma obrigação.
Se o sentido de obrigatoriedade faz isso com o sexo, imagine o que ele pode fazer com
a atividade física. Uma das explicações do porquê de muitas pessoas não
desenvolverem uma relação de prazer com a atividade física passa pelo simples fato de
que elas a concebem e a entendem como uma forma de obrigação.
Uma coisa é você ir ao parque porque precisa cuidar da sua saúde ou ficar mais magro
e bonito, ou seja, você se vê obrigado a realizar essa tarefa chata; aí, o tempo não vai
passar e você vai ficar completamente entediado. Outra coisa é você ir ao parque
pensando na caminhada como uma forma de terapia, como uma chance única de estar
consigo mesmo, algo tão raro e tão necessário em nossa rotina.
Isso vai nos trazer mais insights e soluções aos nossos problemas e questões do dia a
dia. Caminhar é a melhor forma de pensar. Outra forma de curtir este passeio é usar a
caminhada para estar realmente vivendo o momento presente, curtindo as árvores, os
pássaros e toda esta interação maravilhosa com a natureza.
Na cidade, nos tornamos imensamente carentes dessa interação tão vital e necessária
à nossa saúde física e mental. Você também pode curtir o sol batendo em sua pele, o
que é vital à sua saúde e imunidade. Pronto! De repente, apenas uma simples
caminhada se tornou uma forma de transcendência, um momento mágico e prazeroso.
Viver é sintonia! Em qual destas duas rádios você quer sintonizar: a do esforço ou a do
prazer?
Você se lembra do que o Tio Patinhas (personagem da Disney) fazia quando estava
com problemas? Ele ficava caminhando em círculos até resolvê-los. Eu tenho uma
experiência muito forte com relação a isso. Algumas vezes, em minha vida, eu me vi
diante de situações-limite e dolorosas.
Lembro-me de uma vez quando, aos 18 anos, eu sofria imensamente com uma situação
complexa vivida com minha namorada. Naquele dia, andei por duas horas seguidas, ao
fim das quais eu estava muito mais lúcido, apaziguado e tranquilo. E, ainda por cima,
tinha conseguido resolver toda aquela problemática em minha cabeça.
Dizem que Nietzsche, por exemplo, formulou todas as suas teorias durante as suas
famosas caminhadas pelas montanhas. Na Escola peripatética, de Aristóteles, havia
uma regra estabelecida de que só era permitido filosofar durante as caminhadas feitas
em grupo.
Em nosso método, vivemos a atividade física e o cuidado de si, não como uma obrigação
ou um esforço, mas, sim, saboreando cada experiência e descoberta vividas através do
corpo.
Veja as crianças, por exemplo, por que elas são tão felizes, vivas, potentes e criativas?
Porque vivem através da lógica da brincadeira, da diversão. Porque não estão
preocupadas com o resultado daquilo que fazem; estão inteiras e presentes em tudo o
que realizam.
Podemos trabalhar apenas para ganhar dinheiro, ou podemos viver o trabalho como
forma de expressão da nossa identidade e criatividade.
Pense no que significa realizar algo com prazer ou sem prazer. Por exemplo, um
vendedor ambulante pode ser apenas um vendedor, ou ele pode ser o Sílvio Santos,
alguém que coloca a sua alma e o seu talento naquilo que faz.
Não seja um “funcionário público” da vida (no sentido pejorativo dessa expressão).
Encontre prazer em tudo o que você faz.
O Treinamento Integral é fiel a toda a base do método Nuno Cobra, acrescido a minhas
próprias pesquisas e aos estudos do meu irmão Renato Cobra. É natural que uma nova
geração traga novas visões e conceitos. A partir desta necessidade, nós expandimos
este Método, acrescentando novos conceitos, exercícios e possibilidades. Atualizações
tais como um enfoque maior na maleabilidade, nas técnicas circenses, nas atividades
lúdicas, nas formas de meditações ativas, no chi kung, e na integração das técnicas
somáticas, entre outros.
Meu pai ficou mais conhecido por ser o treinador físico e mental do Ayrton Senna, tendo
um papel fundamental em sua carreira. O que poucos sabem é que ele foi muito mais
do que apenas um treinador, ele foi um guru e um mestre, ensinando ao Ayrton como
ter qualidade no sono, o que comer, como meditar, como administrar a ansiedade e a
tensão, entre diversos outros fatores essenciais à maestria e ao desenvolvimento do
domínio físico, emocional e mental.
Só no automobilismo, são nomes como Mika Hakkinen, Gil de Ferran, Christian Fittipaldi,
Raul Boesel e Ricardo Maurício.
O início
Em seu primeiro trabalho, meu pai encontrou um desafio que moldou e desenvolveu a
sua forma de pensar o treinamento físico, e, consequentemente, a sua forma de atuar.
Ele foi contratado para ir duas vezes por semana, mas, logo no primeiro mês, foi morar
em um alojamento precário nessa unidade e passou a viver esse desafio com uma
entrega total, apaixonada e entusiasmada. Percebendo a carência enorme dos meninos
Resumindo uma longa história que se estendeu por três anos, ao final desse desafio, ele
montou uma sofisticada apresentação de ginástica olímpica com seus alunos, assistida
pelo prefeito de São Paulo, entre outras autoridades.
Como resultado de todo o seu amor e carinho direcionado aos garotos, ao final desse
processo, aqueles alunos que apresentavam “retardo mental”, agora tinham adquirido
desenvoltura e confiança. Muitos deles, mais tarde, foram reinseridos socialmente e se
tornaram bons profissionais, inclusive, alguns se tornaram professores de educação
física, devido a essa influência.
Até hoje, meu pai brinca, dizendo que devido a esse desafio, se viu obrigado a adotar
uma forma extremamente didática de explicar alguns conceitos aos seus alunos. Outra
herança dessa experiência radical foi a necessidade de integrar diversas áreas do
conhecimento físico e mental em sua proposta de treinamento.
Mais tarde, essa necessidade ficou evidente em sua experiência com atletas, na qual
identificou a importância de incluir outras áreas, como a nutrição, o sono e a psicologia,
como uma forma de buscar extrair o máximo da performance desses alunos.
Como na época seria inviável e custoso formar um time multidisciplinar, ao longo dos
anos, ele foi estudando e se credenciando para construir uma abordagem pessoal em
cada uma dessas áreas do conhecimento. Dessa forma, ao resumir esses
departamentos àquilo que eles têm de mais essencial, chegou ao seu modelo de
minimalismo corporal e à sua metodologia de mudanças de hábito.
Em sua primeira experiência com o esporte profissional, em 1958, ele se viu diante do
desafio de treinar individualmente o pivô da seleção brasileira de basquete profissional,
Waldemar Blatskauskas, nos primórdios do treinamento personalizado.
Pensar diferente é a sua marca registrada, por exemplo, em seu time de Rugby, em
Bauru, na década de 1970, ele trouxe treinamentos aplicados ao atletismo para esse
esporte e mudou radicalmente a estratégia técnica do time. Resultado, o time foi
campeão brasileiro e, ao final, os outros técnicos reclamaram que ele não estava mais
jogando Rugby, tamanha foram as mudanças táticas que ele havia implementado.
O visionário
Meu pai é uma pessoa que pensa fora da “manada”, de uma forma mais livre e profunda.
Aliás, tudo nele é excepcional e diferente. Nós brincamos dizendo que ele veio de outro
planeta, pois é muito romântico, não tem os pés no chão. Ele é uma pessoa
extremamente emotiva e sensitiva. E criou um modo e uma visão de vida muito
particulares. Aprendi com ele que o pensamento intuitivo está sempre muito à frente da
ciência oficial. Aliás, o pensamento intuitivo ou conhecimento de campo é o disparador
inicial que cria a pesquisa, o motivo de estudo, que, por vezes, leva décadas para ser
finalizado. Decididamente, ele é um visionário. Alguém à frente de seu tempo. Assisti,
ao longo da minha vida, diversas teorias suas serem validadas pela ciência, por vezes,
mais de 50 anos depois. Se eu pudesse contar o número de vezes que algum aluno ou
Por exemplo: apenas em 2014, a ciência finalmente comprovou o que meu pai já dizia
há muitas décadas: o sono é um elemento primordial na performance de um atleta.
Tente imaginar a reação, quando em 1958, o meu pai defendia junto ao mundo
acadêmico da preparação física que o sono era o elemento mais importante no
desempenho de um atleta. Isso, é claro, gerava muitas risadas e muitos deboches. Por
isso, ele foi sempre taxado de excêntrico e utópico em seu campo de trabalho. E qual
foi seu mérito em relação ao sono? Ele apenas estudou a fundo os benefícios do sono
ao organismo humano e, através do pensamento intuitivo, juntou uma coisa com a outra.
Caso você abra o seu livro A semente da vitória, lançado há mais de duas décadas, vai
ler que o sono é o primeiro pilar e o “A” do nosso Método, como ele sempre diz.
Eu, como seu discípulo direto, assumi a missão de traduzir e atualizar o seu método
para o grande público. A minha missão se tornou explicar da forma mais clara e didática
possível essa metodologia tão simples e, ao mesmo tempo, tão abrangente e filosófica.
Na realidade, o grande mérito do meu pai foi estudar outras áreas da ciência, como a
psicologia, a filosofia, a antropologia, a pedagogia e muitas outras. Em vez de se
especializar e se fechar em sua área, como ele é muito curioso, foi buscar em outras
áreas algumas respostas para as suas dúvidas e inquietações. Ele é um vulcão de
energia, uma potência, extremamente dedicado e completamente apaixonado pelo que
faz. Durante décadas, ele estudou cada detalhe do corpo humano e do treinamento,
tornando-se um “rato de biblioteca”, como diziam seus amigos de faculdade. Participou
de todos os congressos olímpicos a partir de 1968, e foi estagiar na UCLA, a
universidade do sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Na década de 1970, foi para São
Paulo estudar na USP, na primeira turma de pós-graduação em educação física do país
Formou-se como o aluno mais destacado em sua turma, recebendo nota 10, com
louvor, por sua dissertação de mestrado feita com os dez maiores tenistas do ranking
A vitória da semente
Dizem que o bom discípulo supera o mestre. Eu prefiro reformular o conceito: cada
pessoa é única e insubstituível. Os grandes mestres são absolutamente insuperáveis.
Ao meu ver, o conceito correto é que o bom discípulo pode ir além do mestre,
simplesmente porque tem mais tempo e juventude para trilhar e ampliar esse caminho.
Em 2004, iniciei uma pesquisa, um projeto ambicioso que durou 12 anos, resultando em
um livro e uma pequena revolução em minha área de atuação.
De cara, tomei um susto, percebi que uma área não se comunica com a outra, gerando
assim uma enorme quantidade de ruídos e distorções. Pior, todos esses especialistas
são extremamente críticos em relação à indústria que explora os cuidados com o corpo,
seja através de dietas, métodos de treinamentos radicais, suplementos ou soluções
estéticas, lançando periodicamente produtos apelativos e milagrosos que se tornam
fenômenos de consumo em massa e ditam as regras do mercado, capturando o
inconsciente coletivo.
Para ser sintético, vou citar apenas um exemplo gritante dessa distorção: Caso
houvesse um órgão regulador que aprovasse as modas de treinamento que são
disponibilizadas ao grande público, aos moldes da Anvisa, por exemplo, e, nesse órgão
houvesse uma equipe multidisciplinar, formada por apenas mais duas áreas
complementares, os cardiologistas e os fisioterapeutas, poucas modas atuais seriam
aprovadas.
A maturidade professional
Gostaria de contar um pouco do meu trabalho de mental coach com o Ítalo Ferreira,
uma trajetória que culminou com o seu título de campeão mundial de surf profissional
em 2019. Iniciei o trabalho com o Ítalo em fevereiro de 2017, em nosso primeiro
encontro, no parque do Ibirapuera, ele me contou o seu drama com detalhes.
Ele havia estreado no circuito mundial em 2015, em grande estilo, ficando em sétimo
lugar, o que significava a melhor estreia de um surfista na história do circuito profissional.
Obviamente, após esse feito, a pressão e expectativa sobre ele cresceu muito,
principalmente, por parte dele mesmo, fazendo-o carregar, no ano seguinte, em 2016,
uma “mochila muito pesada”, como costumo dizer, minando e prejudicando bastante a
sua capacidade de performar e deixar fluir com naturalidade o seu talento.
Foi essa queda de rendimento abrupta que nos aproximou, o Ítalo que conheci nesse
primeiro encontro era alguém inseguro e extremamente incomodado com essa
novidade em sua carreira, sempre vitoriosa e muito assertiva. Porém, agora, ele sofria
daquilo que chamo de “autoindução repetitiva”, ele não conseguia mais passar das
quartas de final de uma competição. Ele reclamava que, ao chegar nessa fase, sentia
que tudo travava, segundo suas próprias palavras. Era como se ele sofresse um apagão
físico e emocional, perdendo completamente o rumo e a confiança, esse era o seu
pedido de ajuda quando iniciamos.
Em 2019, chegamos na parte mais surreal dessa história, ele vai aos poucos
encontrando a sua maturidade mental e emocional, quebrando, assim, grandes tabus e
limites pessoais. Porém, após iniciar o ano dominante e liderando o ranking, seu
rendimento vai caindo aos poucos e, faltando apenas três etapas para o final, ele se
encontrava em quinto lugar, a 10 mil pontos dos líderes, iniciando aquilo que seria a
mais incrível virada que me lembre de assistir no esporte, em diversos aspectos.
Durante todo o ano, a imagem subliminar e criativa que eu havia escolhido como o tema
principal de nossas conversas, se mostrou uma intuição assertiva e premonitória.
Quando percebi que ele havia disparado na frente de todos, logo nas primeiras etapas,
disse a ele que esse ano a gente teria que subir uma montanha muito íngreme, e que,
não importa onde ele estivesse em comparação com os outros adversários, teríamos
que manter a fé e a consistência, inabalados, firmes rumo ao topo.
Afinal, não importava liderar o campeonato ou ganhar etapas, como ele havia feito no
ano anterior, se, ao final, ele não acreditasse que poderia terminar a corrida à frente de
todos. Nesse ponto, é bom lembrar que, mesmo ganhando três etapas no ano anterior,
ele havia ficado fora da disputa pelo título na última etapa, algo que nunca havia
acontecido antes no circuito mundial, tamanha havia sido a sua irregularidade.
Dessa vez, o próximo tabu a ser rompido era ganhar duas etapas seguidas, algo inédito,
e isso só pode acontecer de uma forma surpreendente. Como disse há pouco, faltando
apenas três etapas para o final, ele estava na posição de “under dog”, o pior e o melhor
cenário possível, na minha opinião, uma vez que, colocado de fora da lista de favoritos
Como alguém que nunca havia vencido duas etapas seguidas e nunca tinha
conquistado um título mundial iria se comportar em uma grande final valendo a taça?
Para piorar, como alguém que nunca tinha ido bem em Pipeline, um tubo extremamente
traiçoeiro e perigoso, alguém que não era considerado um especialista em tubos,
poderia superar um grande campeão, alguém que vinha de uma das performances mais
perfeitas na história desse campeonato no ano passado?
Estamos falando de Gabriel Medina, alguém moldado para a vitória desde pequeno,
bicampeão mundial, carregando um perfil psicológico muito peculiar: o de atletas que
crescem na adversidade, ou seja, que perfomam muito melhor quando estão sobre
pressão. Ele é um grande especialista em tubos, reverenciado e consagrado.
Contrariando todas as apostas, o Ítalo emendou um vice e dois títulos nas ultimas três
etapas, vencendo o Medina em uma final inédita e histórica entre dois Brasileiros em
Pipeline. Foi de arrepiar!
O seu título de campeão mundial em 2019 foi um feito e tanto, considerado pelos
maiores especialistas como uma tarefa impossível. Como costumo dizer, nesses casos,
não importa o que os outros pensam ou dizem, apenas uma pessoa precisa acreditar
que é possível: você mesmo.
"Quando ganhei pela primeira vez uma etapa do circuito mundial, foi contra o tricampeão
mundial e meu maior ídolo, desde adolescente, Mick Fanning. Eu carregava o peso de
ser reconhecido com um dos melhores surfistas do circuito e nunca ter ganho uma
etapa. Então, me preparei psicologicamente com meu coach mental, Nuno Cobra
Júnior. Foi depois das nossas aulas e treinos que minha mente se abriu e hoje eu tenho
uma visão muito mais ampla de tudo”.
Parte do que aplico, eu aprendi com meu irmão mais novo, Renato Cobra, um grande
treinador de atletas, pesquisador do movimento e bailarino. Ele trouxe ao nosso método
algumas novidades, desenvolvendo a maestria e o domínio mental pela via do domínio
corporal.
Esse salto ocorreu durante o treinamento do piloto Guilherme Samaia, de 2015 a 2019.
Ele atualmente está competindo na Fórmula 2, a um passo da Fórmula 1. Porém, os
resultados efetivos do meu treinamento não se traduziram em vitórias contundentes na
pista. O automobilismo é um esporte ingrato, dependente do equipamento que você
recebe, e, além do mais, o Guilherme tinha uma grande dificuldade em praticar com
regularidade e se apropriar das técnicas propostas.
O meu trabalho com o Ítalo foi fundamental em 2018, quando ele rompeu o bloqueio e
ganhou seu primeiro título na elite mundial do surf.
Em 2019, o meu trabalho mais surpreendente ocorreu com o surfista Wesley Leite. O
seu técnico me procurou dizendo que eu precisava ajudá-lo, uma vez que ele tinha um
enorme potencial, porém vinha tendo grandes dificuldades, apresentando enormes
instabilidades emocionais, perda de concentração e, consequentemente, péssimos
resultados nos últimos tempos.
O meu encontro com o Wesley foi mágico e rendeu frutos, a nossa sintonia é muito boa
e ele aplica tudo o que falo. Foram três títulos consecutivos no campeonato Brasileiro
profissional consecutivos, em apenas dois meses de trabalho. Logo após seu terceiro
título, o Everton Silva, seu técnico e idealizador da equipe Effect Surf, me enviou pelo
WhatsApp a mensagem abaixo: "Boa noite Nuno! Passando para te dizer que vejo o
reflexo do seu trabalho em cada evento do Wesley! Terceira final e terceira vitória
consecutiva! Na categoria Profissional vi isso poucas vezes na vida! Gostaria de
parabenizar o seu trabalho e dizer que estou buscando recursos para você atender a
toda a minha equipe! Espero que em breve tudo se concretize! Tamo junto sempre!
Deus abençoe!
É curioso, os atletas são apenas 30% dos meus alunos, grande parte dos meus alunos
são pessoas comuns em busca de mudar hábitos e ter qualidade de vida. Com o tempo,
me tornei um especialista na cura do “sedentarismo crônico”, casos em que o aluno
odeia fazer atividade física e precisa ressignificar essa relação.
A seguir, disponibilizo alguns textos e ensaios sobre a minha pesquisa de vida, fruto de
tantas décadas de experiência pratica e estudos.
O meu pai tem uma grande facilidade para falar, já eu, tenho um gosto pela arte da
escrita, me envolvendo nos últimos anos, diariamente, nesse desafio de esmiuçar e
traduzir conceitos importantes ao nosso método.
Assim como em meu primeiro livro, os capítulos podem ser lidos em uma ordem
aleatória, assim como um pequeno diário de anotações, fruto de reflexões e insights que
foram construídos ao longo de algumas décadas.
Segue um pequeno resumo do meu universo reflexivo e conceitual, uma mistura entre
textos já publicados em meu livro, em meu blog na Uol e alguns textos inéditos.
Por que a indústria do consumo seduz e ilude com formas menos eficientes e com
paliativos que prometem toda sorte de milagres artificiais? Porque essas formas
artificiais podem ser empacotadas e vendidas mais facilmente e com uma margem de
lucro maior.
O consumo vive de uma ilusão, o que se vende é uma promessa. É sempre a próxima
novidade que vai dar resultado e fazer as pessoas mais felizes. Esses produtos exploram
a passividade da sociedade de consumo diante da vida e do próprio corpo. Por isso, as
fórmulas que prometem resultado no curto prazo são tão populares e comerciais.
Ou seja, quando alguma nova moda de verão chega ao grande público, prometendo
resultados rápidos e milagrosos, ou quando algumas pesquisas que “discretamente” ou
Os princípios básicos que regem nossa saúde foram moldados por milhões de anos de
evolução. Seriam necessários alguns séculos para alterar sutilmente alguns desses
princípios.
Isso me permite formular uma regra geral que defina o estado ótimo da saúde humana:
aquilo que seria necessário para se ter saúde, há dois mil anos, ainda vale para se
alcançar a saúde perfeita hoje.
No entanto, nos últimos 100 anos, a nossa espécie tomou um atalho perigoso,
artificializando os processos naturais da nossa existência. Para facilitar a vida nós
complicamos tudo, criando milhões de produtos supérfluos e desnecessários.
Com a saúde não poderia ser diferente, se por um lado a medicina trouxe avanços
incríveis, prolongando a vida, por outro lado, o estilo de vida moderno imposto pelo
mercado de consumo causou um rombo sem precedentes na saúde pública
Segue um exemplo dessa distorção: atualmente a imensa maioria das pessoas não faz
atividade física ou, quando se exercita, o faz de forma exagerada, sem uma
preocupação real com a longevidade e a saúde, mesmo que em teoria isso seja vendido
como algo importante. A estética corporal tomou todo o espaço reservado a saúde física
e dominou o inconsciente coletivo, distorcendo os princípios essenciais do treinamento.
Não se trata de negar a vida moderna ou pregar uma volta ao passado, mas de corrigir
o rumo e usar a tecnologia e o desenvolvimento a favor da saúde, revertendo o cenário
atual. Isso implica também em regular e corrigir os desvios do livre mercado que impôs
o domínio totalitarista de indústrias bilionárias agressivas e oportunistas que ao invés de
ajudar, agem decisivamente no agravamento da questão, como no caso da indústria
das dietas, por exemplo.
Complicar parece ser uma tendência do mercado e confere certo poder aos
especialistas, afinal, eles estudaram muitos anos para dominar tais assuntos. Complicar
cria uma dependência do aluno em relação ao profissional em questão e uma fidelização
desejável. Isso permite a criação incessante e periódica de novos métodos e produtos
e fomenta o crescimento de indústrias bilionárias, como o fitness, as dietas alimentares,
as cirurgias estéticas e as suplementações.
Todo ano, ela viaja até a França para se tratar com o maior especialista em
ortomolecular do mundo e volta com vitaminas e suplementos caríssimos. (Alimentar-
se com mais qualidade seria muito mais eficiente do que se entupir de suplementos
sobrecarregando os rins.)
Ela vai na melhor esteticista e na melhor dermatologista do mercado e volta com cremes
caríssimos para a pele. (Caso se hidratasse mais, parasse de fumar e dormisse melhor,
teria resultados brutalmente melhores.)
Ela tem uma academia caríssima em casa e um personal que lhe custa uma fortuna.
Esse profissional lhe impõe um imenso sofrimento, e volta e meia, ela dá um jeito de
driblar e fugir desta obrigação. Ela mesma confessa que não faz nem 30% das aulas.
(Nesse caso, se ela fizesse algo mais divertido e prazeroso, como dançar, jogar tênis,
ou apenas o básico, como caminhar, regularmente, por exemplo, seria bem mais
eficiente.)
Ela faz cirurgias plásticas e lipoaspirações com certa frequência. (Caso fizesse
mudanças de hábitos alimentares, tivesse uma relação de prazer com a atividade física
e praticasse meditação para controlar a ansiedade, seria infinitamente mais produtivo.)
Ou seja, ela se utiliza de mil recursos para remendar, contornar e artificializar a sua
aparência e, assim, continuar mantendo os mesmos hábitos que a envelhecem
precocemente e fazem mal à sua saúde. Lançando mão de soluções desesperadas, ela
Ela está frequentemente acima do peso, já que é ansiosa, dorme mal, come em excesso
e com péssima qualidade. Afinal, ela tem “muito” dinheiro e, de que serve ter sucesso e
dinheiro, se você não pode cometer pequenos excessos frequentemente, não é
mesmo? Esse é o risco inerente a uma vida material muito abonada.
Bom, o que eu sei é que o resultado final deste cuidado caríssimo feito por ela deixa
muito a desejar. Apesar disso tudo, a aparência dela é triste e desvitalizada. Mesmo
com as vitaminas, os suplementos, treinamentos exóticos, dezenas de especialistas,
cremes e maquiagem que ela usa, ela está completamente sem vitalidade e saúde. É
fácil observar isso pelos olhos. Os seus olhos são opacos e cansados, com olheiras,
sem vida. Ainda não inventaram uma maquiagem para se passar dentro dos olhos, que
disfarce a perda de vitalidade.
Mesmo que ela se esforce ao máximo em parecer mais nova, a sua aparência é bastante
envelhecida. Aos 62 anos, ela já se move com certa dificuldade, tem perdas ósseas
graves na bacia, limitações nos joelhos devido aos excessos no treinamento, e perdeu
toda a naturalidade e beleza em seu corpo, músculos e pele.
Ela se esforça ao máximo para investir em sua saúde, mas está claramente vivendo um
processo de adoecimento e envelhecimento acelerado (já que não cuida do que
realmente é essencial).
Como você já deve ter notado, existe um mercado crescente de livros, sites, revistas e
toda forma de métodos que prometem incrementar a beleza e a saúde. O homem, em
sua onipotência, quer igualar e simular o que a natureza já faz por si mesma. Já existe
uma fórmula da saúde e, consequentemente, da beleza, inigualável, e o melhor é que
não precisamos gastar quase nada por isso.
“A corrida é a minha válvula de escape. Quando eu corro, durmo melhor, como melhor,
o meu dia é muito melhor, de uma forma geral. Até o meu humor. Quando estou de mau
humor, a minha esposa me manda ir ao parque correr.”
Hipócrates, considerado o pai da medicina, já dizia que o caminho mais seguro para a
saúde é a atividade corporal.
Nós não passamos os milhares de anos da nossa evolução entre quatro paredes, mas
sim na natureza. Isso é natural ao ser humano – e funciona como mágica para o nosso
equilíbrio orgânico.
É isso que nos faz bem: a sensação de estar fazendo parte da natureza, nosso ambiente
natural e primordial. Não existe, nem tão cedo existirá, um remédio capaz de se igualar
ao benefício de uma simples caminhada ao ar livre, com o sol banhando a nossa pele.
Pois bem: o seu sono terá menos qualidade, o que irá diminuir o seu metabolismo e
iniciar um processo de acúmulo de gordura. A falta de atividade física vai impactar
brutalmente em sua ansiedade, o que vai afetar seu sistema nervoso central, que vai
Como costuma dizer meu irmão Renato, citando o poeta William Blake, espere veneno
da água estagnada. Quando a água fica parada, em pouco tempo se torna uma água
envenenada. O corpo humano é constituído por 70% de água. O sedentarismo é,
simplesmente, o maior veneno que pode existir. Se as pessoas tivessem a mínima noção
do que isso pode causar aos seus ossos, músculos, coluna, pele, cabelo, coração e
toda a matéria da qual somos feitos, elas dariam total prioridade à questão.
A nossa mente cria a ilusão de que estamos ainda saudáveis, mesmo que o nosso
sedentarismo e maus hábitos já perdurem por uma década ou mais. Essa imagem
mental nos convencendo de que estamos iguais, como sempre fomos, é uma forma de
autoengano, um mecanismo mental de autoproteção. Dessa forma, podemos seguir
com os nossos hábitos e com a nossa vida cotidiana, como se nada estivesse
acontecendo, sem grandes preocupações. Como o processo de adoecimento ainda
não se instalou, já que as doenças se desenvolvem de forma lenta e silenciosa, a
poupança negativa que fazemos ao longo do tempo vai se acumulando aos poucos, até
o momento em que emerge de forma súbita, pois terá atingido o seu processo de
maturação.
Tem uma metáfora que resume muito bem esse conceito: se você coloca um sapo em
água fria e começa a aquecer a água lentamente, o sapo fica ali esperando, como se
nada estivesse acontecendo. Ele vai cozinhar, lentamente, até a morte. De outra forma,
quando você coloca o sapo em uma água apenas um pouquinho morna, ele vai saltar
de lá no mesmo instante. Espero que, a exemplo do sapo que saltou, você possa
escapar da água quente que vai fervendo aos poucos até cozinhá-lo. Assim são os
efeitos do sedentarismo em nosso corpo. Como o processo de adoecimento é muito
lento e gradativo, nós não o percebemos.
Cheguei a uma conclusão interessante, podemos atingir nossa plenitude agora, hoje,
seguindo uma estratégia comportamental adotada pelos AA (alcoólicos anônimos),
colocando firmemente a intensão de trazer equilíbrio, pontos de respiro, qualidade de
vida e sensatez à nossa rotina, um voto que deve ser renovado diariamente. Com isso,
além de trazer sentido à nossa existência, combatendo o estresse, iremos ganhar mais
produtividade e atacar, decisivamente, o sedentarismo e a obesidade, como explico
mais à frente.
Fomos enganados! A plenitude não deveria ser uma idealização, uma fantasia, algo para
ser alcançado em um tempo futuro. Na verdade, ela já está ao alcance da mão, basta
acordar, ou seja, abandonar o mundo idealizado, um mundo manipulado e submetido
aos valores do mercado, e adentrar no mundo real. E aqui surge o "pulo do gato": a
busca do equilíbrio não é uma teoria e, sim, uma prática diária.
Muitas pessoas almejam ter uma vida harmoniosa, positiva e feliz, ao mesmo tempo em
que abandonam tudo aquilo que dará suporte a essa meta: seu próprio equilíbrio
orgânico, fisiológico e mental.
Criar uma agenda pessoal de cuidados essenciais é o maior investimento que você pode
fazer, nada lhe renderá tanto, afinal tudo depende do seu equilíbrio pessoal, como o
Mas como explicar isso para os não iniciados? Como traduzir a epifania de viver inteiro,
de corpo presente, de verdade, diariamente? Ao dizer não iniciados, posso dar a
entender que me coloco acima dos mortais, mas isso não é verdade, também estou em
busca do meu equilíbrio, diariamente, apenas tenho tido acesso a informações
privilegiadas vindas de mestres e pensadores, algo pelo qual me interesso e me dedico,
todo dia, há várias décadas.
Posso ser extremamente sincero? Na verdade, ninguém nunca "chegou lá", porque não
existe um lá para se chegar. Nem o mestre, nem o guru chegaram lá, todos estão
sempre a caminho, lutando por seu próprio auto aprimoramento, um desafio constante,
algo que não tem fim. Afinal, se tivesse fim, só nos sobraria a opção de nos sentar e dar
por encerrada a nossa experiência de vida aqui na terra.
Porém, às vezes, pode dar um revertério, foi o que aconteceu com um aluno meu, que
ficou bilionário aos 40 anos. Após alcançar seus objetivos, ele ficou tão sem rumo, que
passou os próximos 10 anos em profunda depressão. Até hoje, ele nunca mais se
recuperou, ainda continua perdido, sem motivação. Como diz um antigo ditado: quando
Deus quer nos castigar, ele realiza todos os nossos sonhos, aí, então, não nos sobrará
mais nada para se buscar, podendo transformar nossos dias em algo esvaziado de
sentido, um campo estéril, sem estímulos.
A questão é que é muito sedutor trocar o mundo real pelo mundo idealizado, afinal,
fomos educados a vida toda nesse sentido, reforçando a todo instante a necessidade
de sermos alguém, como se já não fossemos... Nos últimos séculos, esse modelo tem
sido reforçado, de forma subliminar, diariamente, se fixando em nosso cérebro, como
uma mancha difícil de se apagar.
Nesse modelo, a vida deve ser entendida como um grande sacrifício, algo penoso e
doloroso que devemos nos submeter para, um dia, finalmente alcançarmos o sucesso,
o reconhecimento, aquilo que nos é vendido como a felicidade suprema, a "cenoura na
frente do coelho".
Não por uma coincidência, o treinamento físico segue esse mesmo raciocínio, algo
doloroso e desagradável, almejando atingir aquilo que, na verdade, é inatingível: um
corpo perfeito.
Nesse ponto, chegamos ao âmago da questão: como podemos ser felizes, íntegros,
inteiros, se algo sempre está faltando? Como ser feliz se não nos sentimos plenos e
satisfeitos, independentemente dos fatores externos?
Plenitude, integridade e satisfação, hoje, não amanhã, pois, como bem sabemos,
amanhã é um dia que pode nunca se materializar, de fato, afinal, a única coisa que
realmente existe é o momento presente. Na maioria dos casos, o prêmio futuro torna-
O que aconteceria se, finalmente, internalizássemos o fato de que na vida não existe
um ponto de chegada, um lugar no qual, atingidos todos nossos objetivos, enfim nos
sentiríamos plenos? O que aconteceria se descobríssemos que na vida só existe o
caminho, uma jornada sem fim rumo ao desconhecido?
Planejar a vida pode ser um erro, afinal, caso chegue onde planejou chegar, você terá
perdido toda a riqueza espalhada pelo caminho, riqueza essa que você não foi capaz
de enxergar, uma vez que estava usando um "tapa olho de burro", mantendo-se fixo em
seu caminho pré-estabelecido, sem olhar para o lado.
Te convido agora a fazer uma reflexão sincera, olhando com coragem para a vida real
que você leva em seu dia a dia, não aquela vida ideal que lhe foi prometida. Só a partir
dessa reflexão você poderá dizer, realmente, se a sua vida é plena ou miserável, por
mais sucesso e reconhecimento que você tenha alcançado.
O animal humano é o único ser vivo sobre a face da terra a artificializar e acelerar o
ritmo da vida, algo que deveria seguir um fluxo orgânico e natural, sem pressa.
Nesse ponto, surge uma metáfora essencial para entendermos a obesidade, decifrando
um complemento psíquico na construção do excesso de peso, um processo que é
alimentado e construído, diariamente, por meio das suas escolhas e do seu estilo de
vida.
Na verdade, a pessoa que engorda não está comendo a comida, ela está comendo as
suas próprias angústias e a sua ansiedade crônica. Ou seja, quanto maior for o buraco
existencial e o desequilíbrio sustentado, maior será a compulsão alimentar, gerando um
mecanismo compensatório às angústias, às tensões e ao enorme desprazer vividos
diariamente. Afinal, a gente tem que buscar algum prazer em viver, porém quando este
prazer está ausente em nosso dia a dia, ele pode ser deslocado para outras formas de
compensações imediatas, como álcool, drogas ou comida.
É incrível ver que a ignorância ainda é enorme, muitas pessoas acham que basta
procurar uma nutricionista, fazer uma redução calórica e emagrecer, como num passe
de mágica, no entanto isso falha em 95% dos casos, conforme já está cientificamente
comprovado.
Naquela segunda-feira, eu acordei antes do horário usual, bem cedo, por volta das 5h
da matina, tenso e angustiado, já pensando nos desafios do dia. Na verdade, algo em
mim se inquietava com os desafios que eu vinha acumulando, em diversos setores da
minha vida pessoal, familiar e profissional. Tem horas que bate um desespero, afinal,
como vou dar conta de tudo? Como a vida pode ser tão complexa e, ao mesmo tempo,
se equilibrar de forma tão tênue? No fim, tudo parece se ajeitar e, então, seguimos em
frente, basta não pensar muito e confiar. Que milagre é esse?
Às vezes, uma aflição toma conta da minha mente, indo se alojar bem em meu
diafragma, deixando essa região tensionada, bloqueada, como um leve sopro gelado
que, devagar, se expande para outras regiões do meu corpo, travando o fluxo da
respiração, endurecendo o trapézio e atravancando o fluxo do dia, chamamos isso de
ansiedade.
O ser humano sofre muito a partir dessas armadilhas mentais. No fundo, essa é a grande
questão que devemos nos colocar: retomar o fluxo natural da vida, de forma a viver um
dia de cada vez. Isso ajuda muito!
Então, a cada dia você está fazendo o melhor que pode, totalmente entregue ao
processo, ao prazer da criação. No fim, ao se alinhar a esse fluxo, você se alinha à fonte
primordial, à fonte da abundância, vivendo profundamente – e diariamente – o milagre
da vida, em toda a sua plenitude.
Então, por que seguimos tão mesquinhos, apegados aos nossos medos, nos alinhando
àquilo que é escasso e miserável?
Cada religião tenta explicar Deus de uma forma diferente, no fim, não é possível
alcançar esse conceito por um caminho racional, por meio de palavras e, sim, apenas
por meio de uma experiência direta, um vínculo construído pela prática, pelo sentimento,
pela emoção. Deus, o amor, o poder de criação, só pode ser acessado pela via do
coração. Detalhe: Deus é apenas um, embora seja traduzido e retratado de formas
diversas, por cada religião.
Para os estudiosos da religião, a bíblia deveria ser lida e interpretada de forma simbólica
e metafórica, não de forma literal, o que pode distorcer a sua mensagem.
Quando você entrega e confia, tudo tende a dar certo, simplesmente porque assim você
volta a se alinhar à fonte primordial.
Ao se alinhar ao fluxo natural da vida, sem pressa, sem expectativa e sem pré-
ocupação, você retorna ao colo da grande mãe, a dadivosa, a generosa abundância da
natureza, permitindo que os seus talentos fluam com naturalidade.
Como diz meu pai: "Não se preocupe, se ocupe! O universo conspira a seu favor,
embora a sua mente insista em conspirar contra."
Ou seja, quando ela está muito inquieta e acelerada, perde a sintonia com o fluxo natural
da vida e pode se sintonizar a rádios mais "darks", obscuras, punk-heavy metal,
procriando a angústia e a ansiedade dentro do nosso ventre.
Retorne ao colo da grande mãe, aquela que abrange o abrangente, nutre o nutriente e
dá vida a tudo o que vive! Volte para o fluxo da vida!
Dizem que só alguém muito ignorante pode ter certeza de alguma coisa, afinal quanto
mais nos aprofundamos em um assunto, menos certezas temos.
Outro dia, um amigo me enviou essa frase, de autoria desconhecida, e isso me fez
pensar sobre o paradoxo do tempo. Pode reparar, quando fazemos as coisas com
calma e devagar, o tempo passa de forma muita mais lenta, no entanto, ao acelerarmos
a nossa mente, o tempo acelera junto.
Saúde física e mental está diretamente associada a uma atenção igualitária e equilibrada
aos diversos setores da nossa existência, por exemplo, a família, os amigos, o
autodesenvolvimento e o lazer.
Ter tempo para cuidar do seu corpo, a sua morada, sempre com muita consciência e
carinho, se destaca como o elemento primordial desse novo conceito.
Desacelerar o tempo da vida é o desafio mais urgente do nosso tempo, evitando que a
alma se perca no vazio da falta de sentido.
Se você quer chegar mais longe, comece a ir mais devagar. Esse é o grande segredo
do sucesso genuíno.
Mas, afinal, de que sucesso estamos falando? Cheguei a esse conceito para explicar a
única forma de sucesso que realmente vale a pena: o sucesso existencial, aquele que é
capaz de acolher diversas formas de sucesso, inclusive o profissional.
Viver a vida é uma arte sutil e delicada, a maioria dos grandes mestres nessa arte vive
no mais profundo e sagrado anonimato.
O autossofrimento
(Chuang Tzu)
Uma grande parte do sofrimento que cultivamos é criado pela nossa própria mente.
Só a desformatação da mente pode salvar a própria mente. O controle mental não pode
ser atingido através da luta, ele não será atingido pela força de vontade ou pelo esforço.
Querer controlar a mente é uma cilada, a mente se agita e se revolta diante de qualquer
tentativa de controle intencional, negação ou imposição vinda da tensão e do esforço
para evitar pensamentos indesejados.
O caminho para a mente tranquila não é o combate, mas sim abrir mão da ilusão do
controle e se entregar ao fluxo, ao pulso primordial de um pensar que vai diminuindo,
se acalmando, naturalmente, acompanhando o ritmo da nossa respiração profunda.
O controle da mente não é intermediado pela mente, mas pelo corpo, ele é automático
e mecânico, para isso, basta aprender a ativar o sistema parassimpático através da
respiração diafragmática, como vamos retomar mais à frente.
A mente é como um cavalo selvagem, quanto mais você busca dominá-la por meio da
força, mais agitada e rebelde ela fica. A paz interna não pode vir através do conflito e
da força, ela é fruto do relaxamento e do abandono da necessidade de controle.
É como nadar em um lago, você deseja que o lago fique tranquilo, e, então, começa a
se agitar e se intranquilizar, se esforçando para que isso aconteça, no entanto quando
você para de se mexer, o lago, finalmente, atinge a serenidade.
Na teoria desenvolvida por ele, a maneira mais eficiente de superar qualquer desafio,
por mais complexo que seja, é dividir essa tarefa em quantas partes forem necessárias,
de forma realista e viável, resultando em tarefas diárias que sejam equilibradas e
moderadas, sem exagero, sob pena de perder rendimento no dia seguinte e, dessa
forma, perder a constância, nomeada por ele como o grande segredo do sucesso em
qualquer área do conhecimento humano.
Nesse texto quero desfazer algumas das principais distorções criadas pelo mercado do
treinamento, levando os alunos a seguirem mitos que não fazem nenhum sentido para
a ciência da preparação física, caso o treinador desenvolva uma visão mais profunda e
integrada desse processo.
E aqui surge o primeiro choque de realidade: para mais de 90% da população, uma
caminhada seria mais eficiente e produtiva do que a corrida, caso se pense em um
processo de treinamento cardiovascular realmente saudável, equilibrado, científico,
lógico e gradativo. Essa grande maioria da população é constituída por alunos
sedentários, obesos, com sobrepeso ou pessoas sem qualquer adaptação à corrida,
uma atividade exigente e de alto impacto articular.
Na corrida, o aluno coloca todo o peso do seu corpo sobre apenas uma das pernas,
alternadamente, o que significa, em uma corrida extremamente lenta, a 7 km/h, uma
E aqui surge a explicação por trás desse mito: como o mercado adota modelos
entendidos como mais comerciais e apelativos, convidando o aluno a acelerar os
resultados estéticos, sempre medidos em termos de calorias gastas, o aluno passa a
ter certeza que a corrida será mais eficiente, criando o mito de que quanto mais calorias
um exercício queime, melhor ele será, o que é uma grande falácia.
Certa vez, um aluno que estava 20 kg acima do peso me relatou as suas tentativas de
tentar correr, me dizendo não acreditar como alguém pode gostar de correr, afinal, no
seu ponto de vista, a corrida representava uma tortura cruel, levando a uma sensação
insuportável de dor muscular e síncope cardíaca, como se o seu coração fosse saltar
E aqui surge a primeira advertência: não corra, de forma alguma, caso você esteja mais
de 10 kg acima do peso, afinal a caminhada já fará subir os seus batimentos cardíacos
a um patamar suficientemente produtivo, tanto em relação à perda calórica, quanto à
adaptação ideal ao treinamento cardiovascular.
Existe uma fórmula simples para medir isso, caso os seus batimentos estejam 50%
acima do seu batimento em repouso, o treinamento cardiovascular está em um nível
ideal, ou seja, caso o seu batimento em repouso seja de 80 bpm (batimentos por
minuto), caminhar em 110 ou 120 bpm já seria ótimo, o ideal para uma evolução
saudável e consistente, e, só bem mais tarde, se iniciaria o processo de adaptação à
corrida, caso o seu peso corporal permita.
Na realidade, não se pode comparar coisas diferentes, sendo que, na questão aqui
levantada, existe um agravante: a caminhada deveria ser uma etapa anterior à corrida,
ou seja, ninguém deveria iniciar a adaptação à corrida antes de esgotar os benefícios
da caminhada, sendo que esse processo pode demorar de um a dois anos, no caso da
maioria da população, permitindo, assim, uma perfeita adaptação cardiovascular,
muscular e articular ao treinamento.
Para explicar, de forma didática, seria como um bebê querer andar antes de engatinhar,
ou seja, pular a caminhada seria pular uma etapa essencial nesse processo. Como pode
perceber, embora isso não seja muito mercadológico, os grupos de corrida deveriam se
chamar grupos de caminhada e corrida.
Para unir eficiência e saúde no treinamento cardiovascular o ideal seria que o processo
de inspiração e expiração ocorresse a cada três passos, em um equilíbrio de oxigênio
chamado de treinamento aeróbio, abaixo do primeiro limiar anaeróbio, no qual não
existe desconforto excessivo e você não está ofegante.
A nossa visão do treinamento físico é antagônica à visão hegemônica, por isso o choque
de realidade. Na visão mercadológica do fast training, um produto é cuidadosamente
pensado para agradar as massas, ganhando uma roupagem comercial e apelativa, ao
Após três anos de treinamento, ele foi fazer um teste de resistência cardiovascular em
um dos maiores centros de treinamento na Europa, o Fórmula Medicine, sendo um dos
únicos seis atletas da história desse centro a terminar o teste com nota máxima. No
departamento de fortalecimento muscular ocorreu o mesmo processo, ao realizar um
teste de força na equipe de novas promessas da Ferrari, ao lado de alguns dos maiores
atletas, ele fez 44 subidas na barra em um minuto, mesmo sem nunca treinar um número
tão alto de repetições, atingindo a nota máxima, o segundo lugar fez apenas 15 subidas.
Detalhe: quase todo o seu treinamento de força era realizado de forma natural e
funcional, sem o uso de pesos.
O meu primo, Thiago, se contorcia de dor, gritando no banco de trás do carro. A sua
esposa, ao lado dele, tentava acalmá-lo, dizendo frases tranquilizadoras e afirmando
que todo aquele sofrimento se resolveria quando chegássemos ao hospital.
E pensar que tudo isso aconteceu devido à sustentação prolongada de um mal hábito,
algo muito comum na maioria da população: se esquecer de tomar água. Dizem que o
cálculo renal é uma das piores dores que podemos sentir, mais intensa do que as dores
do parto.
Pelo que presenciei, deve ser verdade, ao socorrê-lo em sua casa, ele estava debaixo
do chuveiro, tentando aliviar os espasmos de dor com água quente.
Como diria sua esposa, mais tarde, é impressionante como os homens têm pouca
escuta corporal. O Thiago havia perdido tempo, na dúvida sobre o que estava
acontecendo, incapaz de reconhecer a diferença entre uma indigestão e algo mais
grave. As mulheres têm muito mais intimidade com as reações e sinais enviados pelo
seu corpo. No fim, tudo acabou bem.
Conto essa história para ilustrar aquilo que eu chamo de desafio da água, o símbolo
mais eloquente do processo de mudança de hábito. Antes de lançar esse desafio, vou
resumir, rapidamente, a importância da água em nosso sistema orgânico. Não é
novidade que 70% da nossa massa corporal é constituída de líquidos, dessa forma
encharcar as nossas células, e manter esse fluxo, será responsável pelo bom
funcionamento do nosso organismo, como um todo. No entanto, muitas pessoas se
esquecem de beber água na quantidade necessária, embora não se esqueçam de
cuidar com todo carinho de seus carros. Digo isso apenas para acentuar esse desatino.
Cada vez mais, o mundo moderno tem nos levado ao esquecimento e à alienação
daquilo que é mais essencial: cuidar do nosso próprio corpo.
O desafio da água
O problema é que mudar hábitos depende basicamente de foco, uma certa atenção e
disciplina, (nada que a maioria de nós já não tenha), somado à estratégia de elevar o
tema escolhido a um lugar de destaque em sua lista de prioridades, durante algumas
semanas. Ou seja, no fim, mudar hábitos é só uma questão de estratégia correta e
esforço concentrado nas 3 primeiras semanas. Após esse período, esse esforço irá se
reduzir, gradativamente, até praticamente desaparecer após 8 semanas, tornando-se
um comportamento automático. Aliás, essa é a função do hábito, facilitar a vida e
automatizar tarefas necessárias, evitando um desgaste energético para escolher e
decidir o que faremos, a cada instante, durante o dia.
Então vamos lá, hoje vou te ensinar um grande segredo da nossa metodologia, algo
muito simples e funcional. Para atingir bons resultados, o ideal é começar com uma
tarefa acessível, um desafio fácil, e, aos poucos, ao ganhar confiança, você poderá
Durante a manhã, coloque um despertador, a cada duas horas, como um lembrete para
tomar essa mesma quantidade, pelo menos em 3 períodos.
Repita o mesmo processo à tarde, fazendo a última ingestão d’água até as 19h, evitando
assim prejudicar a qualidade do sono, ou se ver obrigado a levantar no meio da noite
para ir até o banheiro.
É curioso, os alunos que usam o despertador, me dizem que, após a primeira semana,
já seriam capazes de interiorizar essa rotina, sem qualquer ajuda exterior, apenas pela
força desse novo hábito. Para as pessoas mais atarefadas, sugiro manter esse foco por
E aqui surge a dica adicional: aproveite as pausas para checar suas necessidades
corporais básicas, como fome, alongamento, descomprimir a coluna lombar, se
refrescar e lavar o rosto ou apenas fazer uma breve meditação ou relaxamento, por
exemplo.
Fazer uma pausa estratégica a cada duas ou três horas é a forma mais efetiva de
combater o estresse e evitar chegar ao fim do dia com o organismo totalmente debilitado
e esgotado, o que alimentará um círculo vicioso perigoso e improdutivo, prejudicando
seu sono, aumentando o cortisol e estimulando o ganho de peso, entre diversos outros
fatores. A soma deles irá minar a sua saúde física e mental, diariamente, a conta gotas.
Na realidade, precisamos de muito pouco para termos saúde e vitalidade, dessa forma,
ao invés de fórmulas complicadas e exigentes, podemos fazer apenas o essencial, o
que já seria muito. Sem encaixar pequenas rotinas de autocuidado durante o dia,
entremeadas às pausas necessárias, a sua produtividade irá, fatalmente, entrar em
processo contínuo e gradativo de encolhimento e degradação no médio e longo prazo.
A seguir, vou contar um pouco a experiência do meu aluno, Francisco Carrara, com o
nosso método. Primeiro vou relatar as minhas impressões, e, em seguinte, coloco o
depoimento dele, a partir de uma entrevista que fizemos.
O Francisco tem 46 anos e mora aos arredores de Belo horizonte, exercendo o cargo
de Presidente, para toda a América, em uma grande multinacional, o que,
acompanhando de fora, deve ser algo surreal, tamanho o estresse que ele enfrenta
diariamente, cuidando de mais de 5 mil colaboradores.
Como a empresa tem filiais em todo o mundo, inclusive na Ásia e na Europa, muitas
vezes as suas reuniões começam às 4h da manhã para acomodar todas as agendas.
Porém, a partir daí o Francisco mostrou ter uma boa capacidade de foco e disciplina,
implementando novos hábitos, aos poucos, com toda paciência e atenção.
O mais curioso é que o Francisco me procurou por ter interesse em meu trabalho de
mental coach, sem nunca citar que gostaria de emagrecer ou ficar mais forte, mudar
seus hábitos de alimentação, sono, atividade física, ou o que quer seja. Ele mal sabia
que, em 9 meses, mudaria por completo toda o seu estilo de vida, de forma lenta e
orgânica, sem radicalismos, sem qualquer esforço ou sofrimento, em todo o processo,
apenas se apropriando daquilo que é simples, básico e essencial.
Como o meu pai diz: Nós vamos devagar porque temos pressa. Ter um mês inteiro para
dar um passo certeiro, com foco e tranquilidade, faz toda a diferença nesse processo.
Assim, nos dois primeiros meses, nós focamos apenas no treinamento mental. As
necessidades de performance de um executivo têm um paralelo impressionante com a
competição esportiva, afinal um executivo é uma espécie de atleta corporativo, tendo
que atuar constantemente em alta performance, lidando com as mesmas questões
ligadas ao foco, à concentração e ao domínio mental e emocional.
Ele topou na hora, o resto é história, afinal, 9 meses depois, o seu corpo, a sua saúde e
sua rotina de vida tinham mudado “da água para o vinho”, resultando em um estilo de
vida que, de forma decisiva, atuaria positivamente em seu equilíbrio físico, mental e
emocional,
Nuno: Oi Francisco, vamos conversar um pouco sobre o que mudou na sua vida depois
das mudanças implementadas em nossa parceria?
Francisco: Sabe, Nuno, o nosso trabalho tem me ajudado muito. Se não fosse isso, a
essa altura, eu já estaria tomando remédio para dormir, com certeza, fora os remédios
para dor nas costas que eu tomava com certa frequência, entre outros. Agora, tudo isso
não foi necessário. Com essa situação da pandemia, passei pelo maior estresse
profissional da minha vida, e passei muito bem, melhor até do que episódios bem mais
leves de estresse em um passado recente.
Como eu te falei, meu sono melhorou muito. Essa semana teve um dia que eu fui dormir
às 1h da manhã para terminar um material e acordei às 4h para uma reunião com Viena.
Então, foi um dia pesado, mas ele foi aliviado por eu manter a minha rotina de pausas,
usando as técnicas de alongamento e respiração que você me ensinou e que acabam
levando para a meditação de uma forma natural. Isso faz toda a diferença no fim do dia.
Outro exemplo, fazendo aquela sequência que você me ensinou, para se preparar para
dormir, eu vou para a cama bem relaxado. Tem vezes que até eu dou uma cochilada
durante o processo, e olha que eu sou muito difícil de dormir, quer dizer, eu era, né!
Porque agora eu tenho dormido muito melhor, mesmo com essa rotina maluca dos
últimos tempos,
Se não fosse isso, eu vou te contar....A minha esposa mesmo falou, se não fosse esse
treinamento com o Nuno, eu não sei o que seria. Melhorou muito a sua qualidade de
vida e a minha também, ela disse...(Risos)
Tem me ajudado muito essa coisa de estar consciente e estar presente. Então, quando
a ansiedade vem, hoje, eu consigo me perceber bem melhor e atuar, de forma muito
simples, usando as técnicas de respiração, para retomar o meu equilíbrio mental e
emocional. Com isso, o resultado, em termos de performance, foi muito melhor para
mim.
E com pouco coisa, né! O que é impressionante. Isso mudou muito a maneira como eu
entendia o treinamento e tudo o mais.
Porque eu não aguantava pensar em ir para uma academia e ficar lá mais de uma hora
e meia, depois voltar para casa, não dá!
Me remete a algo que meu pai diz: É difícil ser simples. E hoje eu entendo que com
coisas simples, mas fazendo bem feito, com calma, o resultado é bem melhor.
Nuno: Em relação ao controle mental, como foi esse processo? Você começou a se
utilizar dessas ferramentas com mais frequência?
Eu até falei em uma Live com os meus colaboradores isso. Eu até pedi a responsável
pela saúde da empresa para oferecer à equipe alguma forma de meditação para os
colaboradores que estavam em casa, recomendando essa prática. E eu dei esse
depoimento durante o vídeo dizendo: Olha, pessoal, pode ter alguém nessa Live que
seja tão cético em relação à meditação quanto eu era, porém mais cético do que era
não vai ter não.
Então, eu sou aqui a prova viva de que realmente a meditação funciona de uma forma
incrível, com muito pouco. E você não precisa ser um budista. Eu até ironizava isso,
achando que meditar era só para alguns tipos de pessoas mais calmas, era coisa de
outro mundo, algo difícil, longe da minha realidade.
Nuno: Me conta um pouco como você tem usado a técnica da respiração profunda no
seu dia a dia?
Francisco: Nós começamos com aquela proposta de fazer seis respirações profundas,
com atenção e consciência, como você ensinou, três vezes ao dia. Fiz isso por algumas
semanas e deu em efeito fantástico, eu percebi, claramente, o valor dessa prática.
Depois, foi natural fixar esse novo hábito. É tão benéfico, né, que hoje, a qualquer
momento, quando eu estou em um call, em uma reunião, eu logo penso: eu vou fazer a
respiração. Pois é rápido e tem um efeito profundo, parece que tira um peso dos ombros
e me traz para um outro estado mental, presente. E eu consigo encarar muito melhor
os desafios, especialmente nesse momento tão crítico, de uma forma muito mais
tranquila e com muito mais lucidez. Não é que a situação fica fácil, é que você enfrenta
a situação de uma maneira diferente. Ela pode ser complexa, mas, mesmo assim, você
é capaz de percebê-la de uma outra forma. Eu percebo isso claramente, porque a
situação não mudou, né!, o mundo está ai complexo, a crise está complexa, agora, a
minha maneira de encarar tudo isso é que mudou. Equilíbrio é a palavra que define isso.
Com o equilíbrio vem a lucidez e com a lucidez vem a performance.
Então, agora eu uso a respiração consciente várias vezes ao dia. Eu até já sinto um
pouco de falta, quando não posso fazer. É um círculo virtuoso que começa a se criar e
se retroalimentar.
Quando você entende o porquê das coisas, as relações e os efeitos, fecha um círculo,
e parece que a gente incorpora esse conhecimento, como você diz.
O sol, por exemplo, há muito tempo que eu não tomava sol e eu estava até evitando.
Agora, eu passei a fazer a minha corrida no sol, pela manhã, e tem sido muito bom. Eu
até tomava vitamina D, mais não é a mesma coisa.
A “janela do sono”, como você chama, também funcionou muito bem. São coisas
bobas! Eu ficava assistindo TV até tarde e acabava perdendo o sono. São muitos
detalhes e, quando eles encaixam, fazem muita diferença.
Tudo foi se incorporando aos poucos. Por exemplo, o meu check-list de tarefas para o
dia seguinte já virou um hábito automático. É tão natural que tudo o que você passou já
está na minha cabeça, eu não preciso ver mais os vídeos, eu faço tudo de forma natural.
Eu era muito ruim para dormir, agora, eu durmo um sono contínuo e acordo
descansado. Quando eu fiz a sequência toda, tudo se encaixou, como, por exemplo,
deixar as luzes da casa mais baixa, menos computador e anotar as pendências do dia
seguinte. Isso é fantástico, realmente, parece que tira um peso dos ombros. Eu, às
vezes, acordava preocupado no meio da madrugada, lembrando de coisas que teria
que fazer no dia seguinte. Hoje, eu tenho aqui a minha lista ao lado, com tudo anotado,
vários itens para me lembrar amanhã.
Parece que eu tirei a preocupação da cabeça e botei ali, e amanhã eu pego e já está
tudo lá. Dá tranquilidade e ajuda muito no dia seguinte, pela manhã, quando nosso
Nuno: Muitas vezes, você me disse que essa praticidade de aplicar as rotinas e as
técnicas do nosso método te ajudou bastante, né!
Francisco: É verdade, essa simplicidade faz toda a diferença. Para mim, pelo menos,
que tenho uma rotina maluca, funciona muito mais, de uma forma natural, sem precisar
me locomover ou precisar usar recursos complicados que demandam muito tempo.
Tudo eu posso fazer onde eu estiver, posso fazer as respirações em um avião, posso
fazer o treino de força em um hotel, os alongamentos, eu não dependo de mais nada.
Os recursos são muito fáceis de serem utilizados, e essa facilidade também leva a gente
a executar as rotinas de uma forma mais prazerosa. Eu não coloco tanta barreira, eu
não coloco barreira nenhuma, aliás, é o contrário; hoje, eu já sinto falta dessas rotinas
de autocuidado.
É como se o meu corpo pedisse, dizendo: - poxa, acho que eu preciso levantar um
pouco e alongar a lombar, outras horas, ele pede uma pausa breve para respirar, e por
aí vai. A minha consciência corporal, que era quase inexistente, estava dormindo nos
últimos anos, acho que agora ela acordou...(Risos)
Até o meu filho pequeno me acompanha agora, o meu menino, antes de dormir ele me
chama: - Pai, vamos fazer aquele relaxamento antes de dormir?
A minha esposa às vezes está com dor na coluna e me chama: - Como é mesmo aqueles
alongamentos para aliviar as costas?
A gente acaba sendo uma influência a todos ao nosso redor. Como tudo o que você
propõe respeita os limites do nosso próprio corpo, fica muito prazeroso executar, se a
gente tiver sensibilidade para perceber o quanto isso nos faz bem.
Francisco: Pois é, agora eu estou com 13% de gordura corporal, eu fiz a bioimpedância
ontem, antes eu tinha 23%, fiquei muito feliz, pois, ao todo, eu perdi quase 20 kg. E foi
natural!
Lembra que a gente conversou sobre a alimentação também, e entrou o arroz com
feijão, não é que eu estou deixando de comer as coisas, é que eu estou comendo em
menor quantidade, eu comecei a comer mais devagar, eu comia muito rápido,
lembra?...(Risos) Comer mais cedo e organizar todas essas rotinas, me ajuda a dormir
mais leve, com mais qualidade e tudo o mais.
Nuno: Pois é, você tinha uma alimentação muito restrita, cheia de produtos diet e sem
gordura, e, no fim, acabava atacando a geladeira. Agora, você começou a comer
comida de verdade e isso fez diferença.
Francisco: É verdade, acho que eu comecei a comer com muito mais qualidade. Acho
que a diferença foi organizar essa logística, né! Com a questão dos lanches, dos
horários, e trabalhando também a saciedade, a consciência. Mas eu acho que controlar
a ansiedade através dos exercícios de respiração, controlar o estresse, foi um fator que
fez muita diferença.
Nuno: E o treino na barra? Você me disse que está adorando fazer o treinamento de
fortalecimento. Me conta um pouquinho como está.
Francisco: Olha só! (Nessa hora, ele mostra o braço no vídeo, rindo um pouco,
envergonhado, mas ao mesmo tempo orgulhoso. O braço realmente estava bem forte,
com um ótima definição e volume).
Eu falava para a minha esposa: - Eu não quero ficar com um bração exagerado, aquele
braço muito volumoso. Mas ele não está um bração, ele está um braço definido,
proporcional ao meu corpo. De qualquer forma, o meu objetivo nunca foi ficar
musculoso, mas trabalhar a cabeça, o equilíbrio mente e corpo.
Nuno: Como você vê essa quebra de paradigma do nosso método, propondo ao aluno
que não ultrapasse o seu limite e faça todo o treinamento físico de uma forma
equilibrada? Como é saber que você pode treinar sem sofrimento e ter ótimos
resultados?
Francisco: Essa é uma quebra de paradigma para mim muito grande. Na juventude, eu
jogava futebol como atleta e sempre achava que quanto mais eu forçava o treino, mais
resultado eu iria ter. Eu acabava indo muito além do meu limite e hoje, eu aprendi com
você que isso pode não ser positivo, que isso tem um custo alta para o corpo.
Hoje, o meu corpo já entendeu o valor de treinar com equilíbrio, sem ultrapassar os
meus limites, com respeito e cuidado. O treino acaba ficando muito mais prazeroso e
natural, tudo faz muito sentido.
Eu me lembro de você me dizer: - Não é para sentir dor, se estiver doendo é porque
está excessivo. Não é para ir nesse ponto, o seu corpo não precisa disso, né!
Nuno: É aquela questão do custo benefício, né! Às vezes, a gente faz um exercício e
causa muito tensão corporal e não precisa ser assim, podemos fazer tudo com mais
cuidado e proporcionar uma boa contração muscular. Sem ter que estressar tanto o
corpo.
Às vezes, a gente coloca tanta energia, em tanta coisa que a gente faz no dia a dia, e
não é necessário, pois a relação custo benefício não está equilibrada. Hoje, o meu corpo
e a minha cabeça já desenvolveram uma atenção para essas coisas. Eu me pego
fazendo algo e me pergunto: - Será que eu preciso fazer tanta força para alcançar o
mesmo objetivo? E esse conceito é muito útil em meu trabalho também.
Nuno: Bom, mas você realmente mudou muito, em apenas 9 meses, né! Durante 6
meses os nossos encontros foram quinzenais e agora são mensais. Você ache que o
processo ser lento, cuidadoso e gradual atrapalha ou ajuda?
Francisco: Para mim, foi o que funcionou bem, foi mais uma quebra de paradigma, né!
Eu tenho anotado aqui as nossas aulas, quando eu tenho alguma dúvida vou lá e recorro
às anotações. É um processo interessante porque você fica independente, né! Na
verdade, é um ganho que você tem para a vida toda, uma mudança de mentalidade
muito grande. Você me explica tudo, manda um vídeo, e com o tempo a gente fica
independente. São coisas simples, mas os resultados são maximizados de uma forma
extraordinária.
Esse ajuste fino, essa coisa cadenciada, esse ritmo orgânico e natural, para mim foi uma
surpresa super agradável. Eu era muito 8 ou 80 e isso me impedia de fazer as coisas.
Eu pensava, hoje eu preciso correr 10 km, mas era muito difícil encaixar na rotina e,
muitas vezes, eu acabava não fazendo. Outras vezes, eu pensava: - Hoje eu tenho que
ir para a academia fazer musculação e eu nunca gostei de treinar na academia, eu acho
muito demorado e entediante, tem o deslocamento e tudo o mais. Então eu acabava
não indo, e, assim, não conseguia ter ritmo no que fazia. Dessa forma, como a gente
faz, é encaixado no meu dia, eu faço em qualquer lugar, é rápido e ficou mais fácil.
Nuno: O primeiro convite do nosso método é criar uma agenda pessoal de autocuidado.
Qual a diferença que isso faz?
Hoje, não! Eu consigo ter um espaço para me cuidar, estabeleço pausas e isso me
trouxe enormes benefícios, me trouxe lucidez.
Eu sou uma pessoa naturalmente ansiosa. O que mudou é que o meu nível de estresse
está muito mais baixo. Comparando com situações menos críticas que essa que
estamos passando, eu tinha um estresse muito maior, anteriormente, com muito menos
pressão, e agora, mesmo com tanta loucura, eu fui capaz de absorver bem o impacto.
E isso que eu estava em busca, o nosso trabalho é físico, mental e espiritual, e isso
trouxe um ganho muito grande para mim. Eu acho que está tudo interconectado, né!
É como você diz, eu sou um atleta corporativo, então se eu não cuidar do meu equilíbrio
pessoal, eu não vou entregar o resultado que eu preciso aqui, que é de alta
performance. Por isso que eu te procurei, eu não precisava de um personal training, eu
precisava de uma mudança mais profunda, eu precisava de um treinamento que fosse
completo.
Ou seja, um dos fatores mais irrelevantes foi alçado ao ponto mais alto do espetáculo.
Quantas calorias queima um exercício? Sério? Ainda existem professores que se
preocupam com isso?
Quando o movimento corporal não tem "fins lucrativos", ele passa a fazer sentido por si
só, adquirindo uma riqueza que inebria os sentidos, aguça o metabolismo, ferve o
sangue e ilumina o cérebro, tudo ao mesmo tempo e agora.
Como costumo dizer, quando o processo é bom, o resultado final é ainda melhor.
Conclusão da minha tese: Estar exposto a formas de atividades exaustivas, que tragam
mal estar, dificulta aquilo que é mais importante, ou seja, experienciar, desenvolver e
absorver o sentido primordial de estar em movimento, podendo, assim, aprender a ter
uma relação positiva e prazerosa com a atividade corporal.
Faz sentido?
Quando você abdica da arte de brincar, a vida perde o seu encanto, levando ao
automatismo, à mesmice e à repetição. Enquanto você continuar brincando, entregue
ao mergulho intenso, leve e livre da criação, tudo vale a pena. Isso vale para a atividade
corporal ou qualquer outra coisa em sua vida, enquanto houver encanto e motivação,
independente do resultado, a vida lhe impulsionará para frente. Quem brinca está em
processo de expansão e desenvolvimento constante, quem não brinca se coloca em
processo de atrofia e estagnação.
Voltamos então ao paradoxo do atleta, algo que trabalho muito com meus alunos,
ensinando-os a se descolar do resultado e se entregar, de corpo e alma, ao fluxo do
processo. Quando o processo é bom, o resultado é ainda melhor. Nesse paradoxo,
quebramos a crença racional do dualismo ocidental, que divide o mundo entre coisas
boas e negativas, sendo que tudo que existe se estrutura de forma integrada, sendo
bom e ruim ao mesmo tempo, como nos ensina o princípio do ying e yang. Resumindo,
o foco no resultado é essencial, direcionando sua energia e atenção rumo ao objetivo
final. Ou seja, ele é positivo, ao mesmo tempo em que se tornará o principal obstáculo
para alcançar as suas metas.
Me dei conta de que a minha vida é um milagre de encontros, de amor, de dádivas que
já me foram dadas, de graças que estão diante de mim, todos os dias, embora eu tenha
me acostumado com elas, e, muitas vezes, não consiga perceber a sua beleza e
magnitude.
Sou uma pequena luzinha em combustão, às vezes essa chama oscila, às vezes, ela vai
se avolumando, explode e brilha com vigor. Esse é o ritmo da natureza, o movimento do
mar, um sobe e desce que se alterna, persistente, infinito. Que essa luz possa ajudar a
aquecer outras almas e se somar às luzes brilhantes que estão perto de mim.
"Aqueles que sabem, não apenas que o eterno vive neles, mas que eles mesmos, e
todas as coisas, são o eterno, habitam bosques de árvores que atendem aos desejos,
bebem o licor da imortalidade, e ouvem, em todos os lugares, a música silenciosa da
harmonia universal."
(Joseph Campbell)
Para isso, resolvi conversar com alguns dos maiores especialistas, em diversas áreas
do conhecimento, como a fisioterapia, a cardiologia, a nutrição, a antropologia e a
psicologia, entre muitas outras.
“Ele mostra toda a sua força neste livro simples, didático, mas extremamente profundo,
e que todo mundo precisa ler, de modo a compreender, de uma vez por todas, o que
seria realmente cuidar bem do próprio corpo.
Neste “tour de force”, ele desvenda grandes enigmas do treinamento físico. O universo
do conhecimento corporal não será o mesmo após este livro. Porém, devo advertir que,
ao final, você terá uma surpresa: perceberá que este livro é muito mais do que uma
nova abordagem sobre o corpo e a saúde; na realidade, ele é o prenúncio de uma nova
consciência. Nuno Cobra
“Este livro é maravilhoso! Um grande aprendizado para a vida. Agradeço muito a leitura
de um livro tão incrível, mágico! Ele é um guia, profundo e abrangente da saúde integral,
passo a passo. Parece que o autor conversa com a gente de uma forma intima e
carinhosa. Um livro de estudo, de cabeceira!”
Sofia Bauer, psiquiatra.
“Este livro é um divisor de águas na maneira de entender o corpo e a saúde. Com ele,
o professor Nuno afirma-se como um dos expoentes da renovação do treinamento
corporal. Ao pensar o corpo de forma integral, ensina de maneira muito particular –
unindo ciência e sabedorias milenares – a construir uma relação respeitosa e prazerosa
com a prática física. Ele assume o compromisso em transformar não só o corpo físico,
mas a visão de mundo, a consciência, os valores. Um livro essencial para o
conhecimento de si mesmo.”
Thiago Machado, coaching e educador físico.
“A cada capítulo o seu livro se torna mais interessante, instigante e preciso. Você
consegue nos lembrar de conceitos lógicos, extremamente simples, que deixamos de
priorizar devido a loucura do mercado ou a “falta de tempo”. Estou chegando ao final
do livro e já estou com saudades. Obrigado por compartilhar algo tão precioso e
fundamental para nossa sociedade doente!”
Sergio Abreu, ator de TV e músico.
“Um livro mágico! Um verdadeiro manifesto do autocuidado e uma bela sacudida nos
velhos conceitos de massacre ao corpo. Por 12 anos o autor foi colecionando ensaios
e com muito amor construiu esta obra prima!”
Lú Brites, professora de Yoga, coreógrafa e pesquisadora.
SAÚDE INTEGRAL
NOS ESQUECEMOS DAQUILO QUE É MAIS IMPORTANTE!
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OS PILARES DA SAÚDE INTEGRAL - Nuno Cobra Júnior 81