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Quando falamos em tecnica vocal encontramos variantes e ate mesmo divergências entre os

diversos profissionais da área. Partindo disso, nossa intenção é abordar de forma resumida os
principais aspectos da técnica vocal pensando em três pontos, que de maneira geral
convergem, mesmo nas diversas opiniões, são eles:

1 – Processo respiratório

O ar entra no corpo através das vias aéreas superiores (narinas, boca e faringe)
e viaja através da laringe e traquéia para os pulmões. Durante a inspiração, uma
contração ativa (voluntária) dos músculos intercostais eleva as costelas e as puxa para
cima e para fora e o diafragma retifica o assoalho do tórax. Essas ações aumentam o
volume dos pulmões e criam uma queda de pressão (pressão negativa) nos pulmões
permitindo que o ar corra passivamente para dentro das vias aéreas abertas.

Na fala as frases geralmente são mais curtas, não havendo assim a necessidade
maior, de armazenar muito ar. No canto já é diferente, muitas vezes temos que cantar
longas frases o que implica na capacidade de armarzenamento e controle da coluna de
ar. De alguma forma precisamos sempre pensar em fluxo de ar continuo, sejam nas
pausas musicais, expressivas e ate mesmo na inspiração. Para melhor percepção do
processo respiratório aplicado no canto, temos que observar uma serie de músculos
respiratorios que nos ajudam no controle dessa corrente de ar.

Dos músculos inspiratórios os mais importantes são os músculos intercostais


que são divididos em internos e externos. Os internos (mais profundos) elevam as
costelas e trabalham em sinergismo com os externos (mais superficiais) que deprimem
as costelas. O conjunto harmônico desses músculos é responsável pela expansão costal e
sua retração. Apesar dos músculos intercostais externos terem função expiratória eles
trabalham juntamente com os internos.
O diafragma tem sido o grande mito da técnica vocal. Há muita confusão na
compreensão da função desse músculo. O diafragma não pode ser sentido diretamente,
no entanto, ainda assim tem sido considerado o “músculo do canto”. Os estudos atuais
(Miller, 1986, pp. 264-265) demonstram claramente que o diafragma só está ativo (há
contração) durante a inspiração e que o controle do apoio respiratório, que é uma
espécie de atraso da retração elástica do tórax à sua posição de repouso, é realizado por
diversos músculos abdominais, sendo o oblíquo externo o mais importante (Miller,
1986, p. 277). As posições do diafragma são determinadas pelos músculos abdominais
que o circundam. Empurrar ou encolher o abdome não irá manipular diretamente o
diafragma. Durante o canto (expiração), o diafragma permanece eletricamente
silencioso e sua localização é mais alta que a maioria dos cantores imagina.

O ar entra no corpo através das vias aéreas superiores (narinas, boca e faringe)
e viaja através da laringe e traquéia para os pulmões. Durante a inspiração, uma
contração ativa (voluntária) dos músculos intercostais eleva as costelas e as puxa para
cima e para fora e o diafragma retifica o assoalho do tórax. Essas ações aumentam o
volume dos pulmões e criam uma queda de pressão (pressão negativa) nos pulmões
permitindo que o ar corra passivamente para dentro das vias aéreas abertas.

No canto, o controle da musculatura respiratória é de primordial importância.


Deve-se utilizar a respiração silenciosa e a capacidade pulmonar é crucial para a
duração máxima das frases do canto.

2 – Processo da fonação
Na expiração, o ar expelido dos pulmões passa pelas pregas vocais, provocando sua vibração.
As pregas passam a ser denominadas de fonte sonora que direciona pulsos de ar
periodicamente na cavidade oral. Os pulsos gerados na fonte são filtrados pelas cavidades
acústicas do trato vocal, e propagam-se pelo ar. Na irradiação uma parte do som (baixas
freqüências) espalha-se enquanto outra parte (altas freqüências) propaga-se para frente. Para
o canto, os pulmões devem fornecer um fluxo de ar, na expiração, contínuo (em ritmo estável),
com uma pressão (pressão subglótica) que ao passar pela laringe, encontra uma resistência na
glote (espaço da laringe entre as duas pregas vocais), que é o estímulo para a produção de um
sinal sonoro (som glótico). A resistência ao fluxo de ar pode ocorrer em diversos pontos ao
longo do trato vocal, o que colabora diretamente para um aumento da intensidade da
projeção sonora. A pressão subglótica aumenta e faz com que as pregas vocais se separem, há
uma eclosão de ar de curta duração que é liberada no trato vocal.

3 – Processo acústico, ressonacias.

Não podemos nos esquecer que a voz humana é um instrumento acústico. E para a melhor
utilizaçao desse instrumento temos que ter em mente que ao emitir um som, todo nosso
corpo atua. Desde a geração quanto a propagação.

A ressonância, o resultado de uma aliança acústica entre


corpos vibrantes em um som fundamental idêntico, pode ser simpática ou
forçada. O som do canto é o resultado de uma ressonância por simpatia. As
estruturas ósseas da cabeça podem ser colocadas em vibração simpática mas
não em ressonância real; elas não contribuem para o som complexo que o
público ouve. (MILLER, 2004, p. 69)

Quanto mais harmônicos gerados por um instrumento ou uma voz, mais rico e
brilhante o som, também quanto mais energia é investida nos harmônicos, mais cheio
será o som.

Assim, um som vocal com beleza é o resultado combinado da vibração das


pregas vocais e o modo que o som glótico é formado quando viaja através do trato
vocal. Grande parte do segredo da amplificação vocal se encontra nesses fenômenos,
mas ainda é necessário compreender como executar as alterações do trato vocal e sua
relação com o corpo como um todo.

Obs: Extraido da tese de mestrado de Juliana Martins dos Santos

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