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PLANO DIRETOR DE DESEVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE JALES - Lei Complementar Nº 298 de 14 de Dezembro de 2018
PLANO DIRETOR DE DESEVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE JALES - Lei Complementar Nº 298 de 14 de Dezembro de 2018
MUNICÍPIO DE JALES
Conforme Lei Municipal nº 4.663, de 12 de julho de 2017
www.jales.sp.gov.br | www.imprensaoficialmunicipal.com.br/jales
§ 1.º A Política Municipal de Desenvolvimento Urbano Art. 4.º Os objetivos previstos neste Plano Diretor de
é o conjunto de planos e ações que tem como objetivo Desenvolvimento devem ser alcançados até 2038.
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal deverá
da cidade e o uso socialmente justo e ecologicamente encaminhar ao Poder Legislativo Municipal proposta de
equilibrado e diversificado de seu território, de forma a revisão deste Plano Diretor de Desenvolvimento, a ser
assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus elaborada de forma participativa, até o ano de 2028.
habitantes.
CAPÍTULO II
§ 2.º O Sistema de Planejamento Urbano corresponde
DOS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS
ao conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e
técnicos que tem como objetivo coordenar as ações Art. 5.º Os princípios que regem a Política Municipal
referentes ao desenvolvimento urbano, de iniciativa de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor de
dos setores público e privado, integrando-as com os Desenvolvimento são:
diversos programas setoriais, visando à dinamização e à I - Função Social da Cidade;
II - Função Social da Propriedade Urbana; Equilibrado é o direito sobre o patrimônio ambiental, bem
de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida,
III - Função Social da Propriedade Rural;
constituído por elementos do sistema ambiental natural
IV - Equidade e Inclusão Social e Territorial; e do sistema urbano de forma que estes se organizem
V - Direito à Cidade; equilibradamente para a melhoria da qualidade ambiental
e bem-estar humano.
VI - Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente
Equilibrado; § 7.º Gestão Democrática é a garantia da participação
de representantes dos diferentes segmentos da
VII - Gestão Democrática.
população, diretamente ou por intermédio de associações
§ 1.º Função Social da Cidade compreende o representativas, nos processos de planejamento e gestão
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à da cidade, de realização de investimentos públicos e
qualidade de vida, à justiça social, ao acesso universal na elaboração, implementação e avaliação de planos,
aos direitos sociais e ao desenvolvimento socioeconômico programas e projetos de desenvolvimento urbano.
e ambiental, incluindo o direito à terra urbana, à moradia
Art. 6.º A Política Municipal de Desenvolvimento
digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana,
Urbano e o Plano Diretor de Desenvolvimento se orientam
ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho, ao
pelas seguintes diretrizes:
sossego e ao lazer.
I - justa distribuição dos benefícios e ônus do processo
§ 2.º Função Social da Propriedade Urbana é elemento
de urbanização;
constitutivo do direito de propriedade e é atendida quando
a propriedade cumpre os critérios e graus de exigência II - retorno para a coletividade da valorização de
de ordenação territorial estabelecidos pela legislação, imóveis decorrente dos investimentos públicos e das
em especial atendendo aos coeficientes mínimos de alterações da legislação de uso e ocupação do solo;
utilização determinados na Lei de Parcelamento, Uso e III - distribuição de usos e intensidades de ocupação
Ocupação do Solo. do solo de forma equilibrada, para evitar ociosidade ou
§ 3.º Função Social da Propriedade Rural é elemento sobrecarga em relação à infraestrutura disponível, aos
constitutivo do direito de propriedade e é atendida transportes e ao meio ambiente, e para melhor alocar os
quando, simultaneamente, a propriedade é utilizada de investimentos públicos e privados;
forma racional e adequada, conservando seus recursos IV - compatibilização da intensificação da ocupação
naturais, favorecendo o bem-estar dos proprietários e dos do solo com a ampliação da capacidade de infraestrutura
trabalhadores e observando as disposições que regulam para atender às demandas atuais e futuras;
as relações de trabalho.
V - adequação das condições de uso e ocupação
§ 4.º Equidade Social e Territorial compreende do solo às características do meio físico, para impedir
a garantia da justiça social a partir da redução das a deterioração e degeneração de áreas do Município,
vulnerabilidades urbanas e das desigualdades sociais principalmente nas de especial interesse;
entre grupos populacionais e entre as regiões e bairros
VI - proteção das áreas de especial interesse, das
do Município de Jales.
paisagens dos bens e áreas de valor histórico, cultural e
§ 5.º Direito à Cidade compreende o processo de religioso, dos recursos naturais e dos mananciais hídricos
universalização do acesso aos benefícios e às comodidades superficiais e subterrâneos de abastecimento de água do
da vida urbana por parte de todos os cidadãos, seja pela Município;
oferta e uso dos serviços, equipamentos e infraestruturas
VII - utilização racional dos recursos naturais, em
públicas.
especial da água e do solo, de modo a garantir uma
§ 6.º Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente cidade sustentável para as presentes e futuras gerações;
patrimônio histórico, cultural e religioso e valorizar a Serviços Públicos e Habitação do Município. Sobre
memória, o sentimento de pertencimento à cidade e a estas áreas incidem também os instrumentos de direito
diversidade; a preempção, transferência do potencial construtivo e
operações urbanas consorciadas;
XI - reduzir as desigualdades socioterritoriais para
garantir, em todas as regiões da cidade, o acesso a III - Área de Especial Interesse Histórico, constituindo-
equipamentos sociais, a infraestrutura e serviços urbanos; se pelo conjunto de áreas com interesse de tratamento
especial, por ser ponto de referência da paisagem
XII - fomentar atividades econômicas sustentáveis,
enquanto testemunho da história local ou regional.
fortalecendo as atividades já estabelecidas e estimulando
Qualquer modificação seja ela: reforma, ampliação ou
a inovação, o empreendedorismo, a economia solidária
demolição, numa área de Especial Interesse Histórico,
e a redistribuição das oportunidades de trabalho no
fica sujeita à aprovação prévia do Conselho da Cidade
território, tanto na zona urbana como na rural;
junto com o Conselho Municipal de Turismo, a Secretaria
XIII - fortalecer uma gestão urbana integrada, Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Econômico
descentralizada e participativa; e Mobilidade Urbana, a Secretaria Municipal de Obras,
XIV - recuperar e reabilitar as áreas centrais da cidade. Serviços Públicos e Habitação e a Secretaria Municipal
de Esporte, Cultura e Turismo do Município. Sobre
Art. 8.º As áreas de Especial Interesse, de acordo com
estas áreas incidem também os instrumentos de direito
suas características, devem ser classificadas como:
a preempção, transferência do potencial construtivo e
I - Área de Especial Interesse Ambiental, constituindo- operações urbanas consorciadas;
se naquela necessária à manutenção ou recuperação
IV - Área de Especial Interesse Turístico, constituindo-
de recursos naturais e paisagísticos bem como a que
se naquela que, por suas características urbanísticas e
apresente riscos à segurança e ao assentamento
paisagísticas, contribua para a formação ou consolidação
humano. Ficam as Áreas de Especial Interesse Ambiental
do Sistema Turístico Municipal. As áreas de Especial
consideradas como áreas de conservação e sujeitas a
Interesse Turístico devem ser prioritárias em projetos e
parâmetros urbanísticos e/ou manejo de solo, indicados
obras de melhoramentos, coordenadas pelo Conselho
pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente e Conselho da
da Cidade junto com o Conselho Municipal de Turismo e
Cidade, junto com a Secretaria Municipal de Agricultura,
a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Turismo e,
Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, de forma
para qualquer tipo de intervenção, deve haver aprovação
coerente a cada área e à legislação federal, estadual e
prévia destes órgãos institucionais. Sobre estas áreas
municipal pertinente. Qualquer tipo de intervenção nestas
devem incidir os instrumentos direito de preempção, direito
áreas deve possuir aprovação prévia daqueles órgãos
de superfície e operações urbanas consorciadas. Caso
institucionais e, dependendo do caso, deve ser exigido
seja necessário, devido à escala do empreendimento e/
Estudo de Impacto de Vizinhança. Sobre estas áreas
ou ao potencial de impacto ambiental e social que possa
incidem também os instrumentos de direito a preempção,
ser ocasionado, deve ser exigido Estudo de Impacto de
transferência do potencial construtivo e operações
Vizinhança. O Poder Público pode oferecer incentivos
urbanas consorciadas;
à iniciativa privada visando o desenvolvimento turístico
II - Área de Especial Interesse Urbanístico, destas áreas;
constituindo-se naquela que demande tratamento
V - Área de Especial Interesse para Utilização Pública,
urbanístico próprio por sua expressão ou, ainda, se for
constituindo-se naquela que for necessária para instalação
área degradada, demandando a sua reestruturação
de equipamentos urbanos e sociais. As Áreas de Especial
urbana. As Áreas de Especial Interesse Urbanístico são
Interesse para Utilização Pública serão gerenciadas pelo
regidas pelo Conselho da Cidade junto com a Secretaria
Conselho da Cidade junto com a Secretaria Municipal de
Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Econômico
Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Mobilidade
e Mobilidade Urbana e Secretaria Municipal de Obras,
Urbana e a Secretaria Municipal de Obras, Serviços através de ato regulamentar do Chefe do Executivo, por
Públicos e Habitação. Sobre estas áreas devem incidir os indicação do Conselho da Cidade.
instrumentos direito de preempção, direito de superfície e II - Áreas de Especial Interesse Histórico (AEIH):
operações urbanas consorciadas;
a) AEIH 1 - Estação Ferroviária de Jales;
VI - Área de Especial Interesse Social, constituindo-se
na área que, por suas características, seja destinada à b) Outras áreas que vierem a serem consideradas,
habitação da população de baixa renda, tais como: através de ato regulamentar do Chefe do Executivo, por
indicação do Conselho da Cidade.
a) Áreas ocupadas por assentamentos habitacionais
de população de baixa renda onde houver o interesse de III - Áreas de Especial Interesse Turístico (AEIT):
regularização jurídica da posse da terra, da sua integração a) AEIT 1 - Praça João Mariano de Freitas e Praça
à estrutura urbana e da melhoria das condições de Euphly Jalles;
moradia;
b) Outras áreas que vierem a serem consideradas,
b) O terreno ou gleba não edificado, subutilizado através de ato regulamentar do Chefe do Executivo, por
ou não utilizado, necessário à implantação de programas indicação do Conselho da Cidade.
habitacionais para população de baixa renda.
IV - Áreas de Especial Interesse Urbanístico (AEIU):
§ 1.° Os parâmetros urbanísticos e a regularização das
a) AEIU 1 - áreas no entorno da Santa Casa
Áreas de Especial Interesse Social serão determinados e
de Misericórdia de Jales, Ambulatório Médico de
executados pelo Conselho da Cidade juntamente com a
Especialidades (AME) e Hospital de Câncer;
Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento
Econômico e Mobilidade Urbana, Secretaria Municipal b) Outras áreas que vierem a serem consideradas,
de Obras, Serviços Públicos e Habitação e Secretaria através de ato regulamentar do Chefe do Executivo, por
Municipal de Assistência Social. indicação do Conselho da Cidade.
Art. 9.º Ficam definidas como Áreas de Especial V - Áreas de Especial Interesse de Utilização Pública
Interesse as apresentadas neste artigo e demais áreas a (AEIUP).
serem criadas por decretos do Chefe do Poder Executivo a) AEIUP 1- São áreas lindeiras e próximas à Estação
Municipal. Ferroviária de Jales;
I - Áreas de Especial Interesse Ambiental (AEIA): b) AEIUP 2 - área destinada à criação da Cidade
a) AEIA 1 - constituem-se nas áreas de proteção Judiciária de Jales.
sanitária das Estações de Tratamento de Esgoto, Aterro c) Outras áreas que vierem a serem consideradas,
Sanitário, Áreas de Transferência e Triagem de Resíduos através de ato regulamentar do Chefe do Executivo, por
da Construção Civil, Lenhosos Urbanos e Volumosos, e indicação do Conselho da Cidade.
também a área do Antigo Vazadouro de Lixo, envolvendo
VI - Áreas de Especial Interesse Social (AEIS).
um raio de 250,00 (duzentos e cinquenta) metros de
distância desses equipamentos. Nessas áreas não será a) AEIS - são áreas de loteamentos urbanos não
permitido o parcelamento do solo em lotes inferiores a legalizados, porém já consolidados.
2.500 (dois mil e quinhentos) metros quadrados e os usos Parágrafo único. Ficam determinados como
permitidos são de habitações e de práticas agropecuárias; equipamentos públicos: escolas, creches, centros de
b) AEIA 2 - constitui-se na área do Bosque Municipal convivência, parques, áreas de lazer, edifícios de saúde,
e áreas de matas existentes no perímetro urbano, que segurança pública, esporte, bombeiros, atividades
devem ser preservadas; sociais, atividades educacionais, postos de arrecadação,
cemitérios, velórios, biblioteca pública e outros que sejam
c) Outras áreas que vierem a ser consideradas,
ou venham a ser assim caracterizados.
elevada e há baixa oferta de emprego, criando regras veículos automotores, visando garantir a segurança de
para a adequada convivência entre usos residenciais e pedestres e ciclistas, tais como “traffic calming”;
não residenciais; XXIII - criar formas efetivas para preservação e
XII - estimular o comércio e os serviços locais, proteção das áreas verdes significativas;
especificamente os instalados em fachadas ativas, com XXIV - criar formas de incentivo ao uso de sistemas
acesso direto e abertura para o logradouro; de cogeração de energia e equipamentos e instalações
XIII - fomentar o uso misto no lote entre usos que compartilhem energia elétrica, eólica e solar,
residenciais e não residenciais, especialmente nas principalmente nos empreendimentos de grande porte;
áreas bem servidas pelo transporte público coletivo de XXV - garantir, na aprovação de projetos de
passageiros; parcelamento e edificação, o uso seguro das áreas com
XIV - evitar conflitos entre os usos impactantes e sua potencial de contaminação e contaminadas, inclusive
vizinhança; águas subterrâneas, de acordo com a legislação
pertinente;
XV - criar formas efetivas para prevenir e mitigar os
impactos causados por empreendimentos ou atividades XXVI - criar incentivos para empreendedores
classificadas como polos geradores de tráfego ou produzirem unidades de Habitação de Interesse Social;
geradores de impacto de vizinhança; XXVII - prever, para garantir a fluidez do tráfego nas vias
XVI - promover o adensamento construtivo e do sistema viário estrutural, restrições e condicionantes
populacional e a concentração de usos e atividades em à implantação de empreendimentos nos lotes lindeiros a
áreas com transporte coletivo de média e alta capacidade estas vias;
instalado e planejado; XXVIII - garantir a manutenção e ampliação das áreas
XVII - estimular a reabilitação do patrimônio industriais compatíveis com o entorno e prever a criação
arquitetônico, especialmente na área central, criando de novas áreas adequadas às especificidades do uso
regras e parâmetros que facilitem a reciclagem e retrofit industrial, de modo a garantir a preservação do nível de
das edificações para novos usos; emprego industrial na cidade;
XVIII - criar normas para a regularização de edificações, XXIX - identificar os polos de saúde e educação,
de forma a garantir estabilidade e segurança, para permitir demarcando seus perímetros e áreas de abrangência;
sua adequada ocupação pelos usos residenciais e não
XXX - criar condições especiais de uso e ocupação
residenciais; do solo que permitam aos polos de saúde e educação
XIX - criar, nas áreas rurais, um padrão de ocuparem áreas ou quadras no seu entorno com o
uso e ocupação compatível com as diretrizes de objetivo de regularizar, reformar e construir unidades
desenvolvimento econômico e sustentável previstas, complementares às instaladas nesses polos;
em especial as relacionadas às cadeias produtivas da XXXI - nos imóveis tombados pela legislação de
agricultura e do turismo sustentável; bens culturais, serão observadas as restrições das
XX - definir, nas áreas de proteção aos mananciais, regulamentações dos órgãos municipal, estadual e federal
disciplina compatível com a legislação estadual; de preservação do patrimônio cultural.
XXI - definir os limites dos corredores especiais, bem Art. 12. A Legislação de Parcelamento, Uso e
como as atividades neles permitidas, adequando-os Ocupação do Solo - LPUOS, segundo os objetivos e
às diretrizes de equilíbrio entre usos residenciais e não diretrizes estabelecidos nesta lei, deverá estabelecer
residenciais; normas relativas a:
XXII - adotar medidas para redução de velocidade dos I - condições físicas, ambientais e paisagísticas
para as zonas e zonas especiais e suas relações com produção de utilidades energéticas localizadas;
os sistemas de infraestrutura, obedecendo às diretrizes XVI - poluição atmosférica e qualidade do ar;
estabelecidas para cada região;
XVII - poluição atmosférica sonora;
II - condições de acesso a serviços, equipamentos e
infraestrutura urbana disponíveis e planejados; XVIII - interferências negativas na paisagem urbana.
V - circulação viária, polos geradores de tráfego e Art. 16. A paisagem da cidade é um bem ambiental e
estacionamentos; constitui elemento essencial ao bem-estar e à sensação
de conforto individual e social, fundamental para a
VI - insolação, aeração e índice mínimo de qualidade de vida.
permeabilidade do solo;
Art. 17. As ações públicas e privadas com interferência
VIII - especificações e qualidade das obras de na paisagem deverão atender ao interesse público,
infraestrutura; conforme os seguintes objetivos:
IX - usos e atividades; I - garantir o direito do cidadão à fruição da paisagem;
X - funcionamento das atividades incômodas; II - propiciar a identificação, leitura e apreensão da
XI - áreas não edificáveis; paisagem e de seus elementos constitutivos, públicos e
privados, pelo cidadão;
XII - fragilidade ambiental e da aptidão física à
urbanização, especialmente as áreas suscetíveis à III - incentivar a preservação da memória e do
ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos patrimônio histórico, cultural, religioso e ambiental e a
geológicos e hidrológicos correlatos; valorização do ambiente natural e construído;
XIII - bens e áreas de valor histórico, cultural, IV - garantir a segurança, fluidez e conforto nos
paisagístico e religioso; deslocamentos de veículos e pedestres, adequando os
passeios às necessidades das pessoas com deficiência e
XIV - áreas de preservação permanente;
mobilidade reduzida;
XV - espaços para instalação de galerias para uso
V - proporcionar a preservação e visualização das
compartilhado de serviços públicos, inclusive centrais de
características peculiares dos logradouros e fachadas
VII - incentivar a recuperação da paisagem degradada; Art. 22. Os imóveis não edificados, subutilizados e
não utilizados são sujeitos ao parcelamento, edificação e
VIII - incentivar ações públicas e privadas de
utilização compulsórios, conforme legislação específica.
Art. 27. O Poder Executivo Municipal dará publicidade prejuízo do direito do Poder Executivo Municipal exercer
à incidência do direito de preempção e instituirá controles a preferência em face de outras propostas de aquisições
administrativos para possibilitar a eficácia do instrumento, onerosas futuras dentro do prazo legal de vigência do
podendo utilizar, dentre outros meios, o controle por meio direito de preempção.
de sistemas informatizados, averbação da incidência do § 3.º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário
direito de preempção nas matrículas dos imóveis atingidos fica obrigado a entregar ao órgão competente do Poder
e declaração nos documentos de cobrança do IPTU. Executivo Municipal cópia do instrumento particular ou
§ 1.º No caso de existência de terceiros interessados público de alienação do imóvel dentro do prazo de 30
na compra do imóvel, o proprietário deverá comunicar (trinta) dias após sua assinatura, sob pena de pagamento
sua intenção de alienar onerosamente o imóvel ao de multa diária em valor equivalente a 0,5% (cinquenta
órgão competente do Poder Executivo Municipal em centésimos por cento) do valor total da alienação.
até 30 (trinta) dias, contados da celebração do contrato Art. 29. Concretizada a venda do imóvel a terceiro
preliminar entre o proprietário e o terceiro interessado. com descumprimento ao direito de preempção, o Poder
§ 2.º A declaração de intenção de venda do imóvel Executivo Municipal promoverá as medidas judiciais
deve ser apresentada com os seguintes documentos: cabíveis para:
I - proposta de compra apresentada pelo terceiro I - anular a comercialização do imóvel efetuada em
interessado na aquisição do imóvel, na qual constará condições diversas da proposta de compra apresentada
preço, condições de pagamento e prazo de validade; pelo terceiro interessado;
II - endereço do proprietário, para recebimento de II - imitir-se na posse do imóvel sujeito ao direito de
notificação e de outras comunicações; preempção que tenha sido alienado a terceiros apesar da
manifestação de interesse do Poder Executivo Municipal
III - certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel,
em exercer o direito de preferência.
expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis da
circunscrição imobiliária competente; § 1.º Em caso de anulação da venda do imóvel
efetuada pelo proprietário, o Poder Executivo Municipal
IV - declaração assinada pelo proprietário, sob as
poderá adquiri-lo pelo valor da base de cálculo do Imposto
penas da lei, de que não incidem quaisquer encargos
Predial e Territorial Urbano ou pelo valor indicado na
e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real,
proposta apresentada, se este for inferior àquele.
tributária ou pessoal reipersecutória.
§ 2.º Outras sanções pelo descumprimento das
Art. 28. Recebida a declaração de intenção de venda a
normas relativas ao direito de preempção poderão ser
que se refere o § 2º do artigo anterior, o Poder Executivo
estabelecidas em legislações específicas.
Municipal deverá manifestar, por escrito, dentro do prazo
de 30 (trinta) dias, o interesse em exercer a preferência SUBSEÇÃO VI
para aquisição do imóvel. DA ARRECADAÇÃO DE BENS ABANDONADOS
§ 1.º A manifestação de interesse do Poder Executivo Art. 30. O imóvel que o proprietário abandonar, com
Municipal na aquisição do imóvel conterá a destinação a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio,
futura do bem a ser adquirido, vinculada ao cumprimento e que se não encontrar na posse de outrem, poderá
dos objetivos e ações prioritárias deste Plano Diretor de ser arrecadado, como bem vago, e após três anos, ser
Desenvolvimento. incorporado à propriedade do Poder Público Municipal,
§ 2.º Findo o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação conforme estabelece a legislação federal. (Artigo nº 1276
do Poder Executivo Municipal, é facultado ao proprietário do Código Civil).
alienar onerosamente o seu imóvel ao proponente § 1.º Poderá haver arrecadação pelo Poder Público
interessado nas condições da proposta apresentada sem Municipal de imóvel abandonado quando ocorrerem as
Poder Executivo Municipal, estabelecerá as condições a nos termos deste artigo, assumirá a obrigação de mantê-
serem observadas para a outorga onerosa do direito de lo preservado e conservado.
construir e de alteração de uso, determinando: Art. 39. Não podem originar transferência do direito de
I - a fórmula de cálculo para a cobrança; construir os imóveis:
II - os casos passíveis de isenção do pagamento da I - desapropriados;
outorga; II - situados em área non aedificandi;
III - a contrapartida do beneficiário. III - de propriedade pública ou que, em sua origem,
Art. 36. A contrapartida poderá ser substituída pela tenham sido alienados pelo Município, pelo Estado ou
doação de imóveis ao Poder Público ou por obras de pela União de forma não onerosa.
infraestrutura nas áreas que necessitam de investimentos Art. 40. O Poder Executivo Municipal deve manter
e nas ZEIS, desde que aprovada pelo Conselho da registro das transferências do direito de construir
Cidade. ocorridas, no qual constem os imóveis transmissores
Art. 37. As áreas passíveis de aplicação do instrumento e receptores, bem como os respectivos potenciais
de que trata esta Seção são aquelas localizadas em construtivos transferidos e recebidos.
todo o Perímetro Urbano, observados os parâmetros Parágrafo único. Consumada a transferência do direito
urbanísticos de cada local, mediante aprovação do de construir em relação a cada imóvel receptor, fica o
Conselho da Cidade. potencial construtivo transferido vinculado a este.
SUBSEÇÃO III Art. 41. As condições relativas à aplicação da
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR transferência do direito de construir serão estabelecidas
em legislação municipal específica, com base no Estatuto
Art. 38. Pela transferência do direito de construir,
da Cidade e neste Plano Diretor de Desenvolvimento, que
nos termos do art. 35 da Lei nº 10.257/01 - Estatuto da
definirá:
Cidade, o Poder Executivo Municipal poderá autorizar o
proprietário de imóvel urbano a exercer em outro local, I - as formas de registro e de controle administrativo;
ou alienar total ou parcialmente, mediante escritura II - as formas e mecanismos de controle social;
pública, o potencial construtivo previsto na Legislação de
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, quando o imóvel III - a previsão de avaliações periódicas;
for considerado necessário para fins de: IV - a forma de cálculo do volume construtivo a ser
I - preservação, quando declarado pelo Poder Público transferido.
como de interesse histórico, arquitetônico, arqueológico, SUBSEÇÃO IV
paisagístico, ambiental, social ou cultural;
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
II - implementação de programas de regularização
Art. 42. Operação Urbana Consorciada é o conjunto
fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população
de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
de baixa renda e habitação de interesse social;
Executivo Municipal, com a participação dos proprietários,
III - implantação de sistema viário, equipamentos moradores, usuários permanentes e investidores
urbanos e comunitários. privados, com o objetivo de alcançar em uma área
§ 1.° A mesma faculdade será concedida ao proprietário específica transformações urbanísticas estruturais,
que doar ao Poder Público seu imóvel ou parte dele, para melhorias sociais, valorização ambiental, notadamente
os fins previstos neste artigo. ampliando os espaços públicos, organizando o sistema de
transporte coletivo, implantando programas de melhorias
§ 2.° O proprietário que transferir potencial construtivo de infraestrutura, sistema viário, áreas de lazer e de
de imóvel considerado como de interesse do patrimônio,
habitações de interesse social em determinado perímetro. V - solução habitacional dentro do seu perímetro ou
vizinhança próxima, no caso da necessidade de remover
Parágrafo único. Poderão ser previstas nas
os moradores de habitações impróprias;
Operações Urbanas Consorciadas, dentre outras
medidas, a modificação de coeficientes e características VI - finalidades da operação;
de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem VII - contrapartida a ser exigida dos proprietários,
como alterações das normas edilícias, considerado o usuários permanentes e investidores privados, em função
impacto ambiental delas decorrente. dos benefícios recebidos;
Art. 43. As Operações Urbanas Consorciadas têm VIII - forma de controle e monitoramento da operação,
como finalidades: obrigatoriamente compartilhada com representação na
I - implantação de equipamentos estratégicos para o sociedade civil;
desenvolvimento urbano; IX - garantia de preservação de imóveis e espaços
II - otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanos de especial valor cultural e ambiental, protegidos
urbanísticas de porte e revitalização de áreas por tombamento ou por ato do Poder Público.
consideradas não edificadas, subutilizadas, não utilizadas § 1.º Toda Operação Urbana Consorciada deverá ser
ou degradadas; previamente aprovada pelo Conselho da Cidade.
III - implantação de programas de regularização § 2.º Os recursos obtidos pelo Poder Público
fundiária e de habitação de interesse social; na forma do inciso VII deste artigo serão aplicados,
IV - implantação de espaços públicos; exclusivamente, no programa de intervenções e dentro da
área de abrangência definidos na legislação de criação da
V - proteção, recuperação, valorização e criação de
Operação Urbana Consorciada.
patrimônio ambiental, histórico, arquitetônico, cultural e
paisagístico; § 3.° O estoque de potencial construtivo adicional a
ser definido para as áreas de Operação Urbana terá seus
VI - melhoria e ampliação da infraestrutura da rede
critérios e limites definidos na legislação específica.
viária;
Art. 45. A legislação específica que aprovar a Operação
VII - dinamização de áreas visando à geração de
Urbana Consorciada poderá prever a emissão, pelo
empregos;
Poder Executivo Municipal, de determinada quantidade
VIII - reurbanização, revitalização e tratamento de Certificados de Potencial Adicional Construtivo -
urbanístico de áreas. CEPAC, os quais serão alienados em leilão ou utilizados
Art. 44. Cada Operação Urbana Consorciada será diretamente na implementação do programa de ações
criada por legislação específica que, de acordo com as previstas na própria Operação.
disposições dos artigos 32 a 34 da Lei nº 10.257/01 - § 1.° Os Certificados de Potencial Adicional Construtivo
Estatuto da Cidade, e conterá, no mínimo: - CEPAC serão livremente negociados, mas convertidos
I - definição da área de abrangência e do perímetro da em direito de construir e alteração de uso unicamente na
área de intervenção; área objeto da Operação.
IV - áreas de interesse histórico, cultural, paisagístico ocupadas em desconformidade com a lei, para fins de
e ambiental; habitação, implicando melhorias no ambiente urbano do
assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de
V - equipamentos urbanos, incluindo consumo de
vida da população beneficiária.
água e de energia elétrica, bem como geração de
resíduos sólidos, líquidos e efluentes de drenagem de Art. 53. A regularização fundiária pode ser efetivada
águas pluviais; pelos dos seguintes instrumentos:
VI - equipamentos comunitários, como os de saúde e I - concessão de direito real de uso, de acordo com o
educação; estabelecido no Decreto-Lei nº 271, de 28 de fevereiro de
1967;
VII - sistema de circulação e transportes, incluindo,
dentre outros, tráfego gerado, acessibilidade, II - concessão de uso especial para fins de moradia,
estacionamento, carga e descarga, embarque e nos termos da Medida Provisória nº 2.220/01;
desembarque; III - autorização de uso, nos termos da Medida
VIII - poluição sonora, atmosférica e hídrica; Provisória nº 2.220/01;
IX - vibração; IV - cessão de posse para fins de moradia, nos termos
da Lei Federal nº 6.766/79;
X - periculosidade;
V - usucapião especial de imóvel urbano;
XI - riscos ambientais;
VI - direito de preempção;
XII - interferências na paisagem urbana e rural;
VII - direito de superfície.
XIII - impacto socioeconômico na população residente
ou atuante no entorno. Art. 54. O Poder Executivo Municipal deverá
articular os diversos agentes envolvidos no processo
Art. 50. Os documentos constantes no EIV/RIV serão
de regularização, como representantes do Ministério
públicos e ficarão disponíveis para consulta no órgão
Público, Poder Judiciário, Serviço de Registro de Imóveis,
municipal competente.
Governos Estadual e Federal, bem como dos grupos
§ 1.° Serão fornecidas cópias do EIV/RIV, quando sociais envolvidos, visando equacionar e agilizar os
solicitadas pelos moradores da área afetada ou por suas processos de regularização fundiária.
associações.
Art. 55. O Poder Executivo Municipal poderá
§ 2.° O órgão público responsável pelo exame do EIV/ promover plano de urbanização com a participação dos
RIV deverá realizar Audiência Pública, antes da decisão moradores de áreas usucapidas coletivamente para fins
sobre o projeto, integrando a participação dos moradores de moradia, para a melhoria das condições habitacionais
da área afetada ou por suas associações. e de saneamento ambiental nas áreas habitadas por
Art. 51. A elaboração do EIV não substitui o população de baixa renda, nos termos da Lei Federal nº
licenciamento ambiental exigido, nos termos da legislação 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.
ambiental pertinente. TÍTULO III
SEÇÃO IV DA POLÍTICA DOS SISTEMAS ECONÔMICOS,
DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO SOCIAIS E AMBIENTAIS
FUNDIÁRIA Art. 56. As políticas públicas setoriais, em especial
Art. 52. A regularização fundiária compreende um as ambientais, integram a Política de Desenvolvimento
processo de intervenção pública, sob os aspectos do Município de Jales e definem as ações que devem
jurídicos, físicos e sociais, que objetiva legalizar a ser implementadas pelo Poder Público Municipal para
permanência de populações moradoras de áreas urbanas cumprir os objetivos estratégicos deste Plano Diretor de
Art. 65. O Sistema de Saneamento Ambiental é IV - não geração, redução, reutilização, reciclagem,
integrado pelos sistemas de abastecimento de água, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
esgotamento sanitário, drenagem e gestão integrada ambientalmente adequada dos rejeitos;
de resíduos sólidos e composto pelos serviços, V - proibição de sistemas independentes e/ou isolados,
equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais restringindo-se ao uso exclusivo das redes operadas pela
e processos necessários para viabilizar: concessionária na macrozona urbana.
I - o abastecimento público de água potável, desde a Art. 67. São diretrizes do Sistema de Saneamento
captação até as ligações prediais, com seus respectivos Básico:
instrumentos de medição, incluindo os sistemas isolados;
I - integrar as políticas, programas, projetos e ações
II - a coleta, afastamento, tratamento e disposição final governamentais relacionadas com o saneamento, saúde,
adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações recursos hídricos, biodiversidade, desenvolvimento
prediais até o lançamento do efluente final no meio urbano e rural, habitação, parcelamento, uso e ocupação
ambiente; do solo;
III - o manejo das águas pluviais, compreendendo II - integrar os sistemas, inclusive os componentes de
desde o transporte, detenção, retenção, absorção e o responsabilidade privada;
escoamento ao planejamento integrado da ocupação dos
III - estabelecer ações preventivas para a gestão dos
fundos de vale;
recursos hídricos, realização da drenagem urbana, gestão
IV - a coleta, inclusive a coleta seletiva, o transporte, o integrada dos resíduos sólidos e líquidos e conservação
transbordo, o tratamento e a destinação final dos resíduos das áreas de proteção e recuperação de mananciais;
IV - melhorar a gestão e reduzir as perdas dos sistemas água e de tratamento dos efluentes de esgotos coletados,
existentes; para o manejo de águas pluviais e resíduos sólidos,
admitidas soluções graduais e progressivas, observando
V - definir parâmetros de qualidade de vida da população
a compatibilidade com os demais planos setoriais;
a partir de indicadores sanitários, epidemiológicos e
ambientais que deverão nortear as ações relativas ao III - programas, projetos, ações e investimentos
saneamento; necessários para atingir as metas mencionadas no inciso
anterior de modo compatível com os respectivos planos
VI - promover atividades de educação ambiental e
plurianuais e planos setoriais correlatos, identificando
comunicação social, com ênfase em saneamento;
possíveis fontes de financiamento;
VII - realizar processos participativos efetivos que
IV - ações para emergências e contingências relativas
envolvam representantes dos diversos setores da
a ocorrências que envolvem os sistemas de saneamento;
sociedade civil para apoiar, aprimorar e monitorar o
Sistema de Saneamento Ambiental; V - mecanismos e procedimentos para o
monitoramento e avaliação dos resultados alcançados
VIII - obedecer à legislação estadual sobre as áreas
com a implementação dos projetos, ações e investimentos
de proteção e recuperação aos mananciais e à legislação
programados;
referente às unidades de conservação, inclusive zona de
amortecimento; VI - propostas para garantir a sustentabilidade,
eficiência e boa qualidade urbana e ambiental:
IX - proibir o uso de sistemas independentes e/ou
isolados, restringindo-se ao uso exclusivo das redes a) no abastecimento de água;
operadas pela concessionária na macrozona urbana; b) no esgotamento sanitário;
X - aderir à política nacional de saneamento. c) na limpeza urbana;
SEÇÃO II d) no manejo de resíduos sólidos;
DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO e) no manejo de águas pluviais;
INTEGRADO
f) na drenagem urbana;
Art. 68. O Plano Municipal de Saneamento Básico
Integrado deverá ser elaborado e revisado pelo Poder g) no controle de vetores.
Público Municipal com base na legislação federal, SEÇÃO III
estadual e municipal vigente.
DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Parágrafo único. O Plano Municipal de Saneamento
Art. 69. O Sistema de Abastecimento de Água é
Básico Integrado, que se aplica à totalidade do território
composto pelas estruturas, equipamentos, serviços e
do Município de Jales, deverá atender aos objetivos e
processos necessários ao abastecimento de água potável.
diretrizes dos artigos 66 e 67, e conter, no mínimo:
Art. 70. São componentes do Sistema de
I - análises sobre a situação atual de todos os
Abastecimento de Água:
componentes do Sistema de Saneamento Básico,
avaliando seus impactos nas condições de vida da I - a infraestrutura de captação, tratamento, adução,
população e dimensionando as demandas sociais a partir armazenamento e distribuição de água potável;
de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e II - os mananciais hídricos.
socioeconômicos;
Art. 71. Os programas, ações e investimentos, públicos
II - metas de curto, médio e longo prazo para a e privados, no Sistema de Abastecimento de Água devem
universalização do acesso aos serviços de saneamento, ter como objetivo a universalização e segurança no
para a suficiência dos sistemas de abastecimento de acesso à água potável, em qualidade e quantidade.
Art. 72. São diretrizes do Sistema de Abastecimento prediais, afastamento, tratamento e disposição final de
de Água: esgotos.
I - articular a expansão das redes de abastecimento Art. 75. Os programas, ações e investimentos, públicos
com as ações de urbanização e regularização fundiária e privados, no Sistema de Esgotamento Sanitário devem
nos assentamentos precários; ter como objetivo a universalização do atendimento de
esgotamento sanitário.
II - definir e implantar estratégias para o abastecimento
de água potável; Art. 76. São diretrizes do Sistema de Esgotamento
Sanitário:
III - implantar medidas voltadas à redução de perdas e
desperdícios de água potável; I - articular a expansão das redes de esgotamento
sanitário às ações de urbanização e regularização
IV - implantar medidas voltadas à manutenção e
fundiária nos assentamentos precários;
recuperação das águas utilizadas para abastecimento
humano e atividade agrícola; II - eliminar os lançamentos de esgotos nos cursos
d’água e no sistema de drenagem e de coleta de águas
V - complementar e expandir as redes de abastecimento
pluviais, contribuindo para a recuperação de rios, córregos
de água existentes;
e represas;
VI - proibir o uso de sistemas independentes e/ou
III - complementar e expandir os sistemas de
isolados, restringindo-se ao uso exclusivo das redes
esgotamento sanitário existentes;
operadas pela concessionária na macrozona urbana;
IV - proibir o uso de sistemas independentes e/ou
VII - manter e cadastrar as redes existentes.
isolados, restringindo-se ao uso exclusivo das redes
Art. 73. As ações prioritárias para a complementação operadas pela concessionária na macrozona urbana;
e melhoria do Sistema de Abastecimento de Água são:
V - manter e cadastrar as redes existentes.
I - expandir as redes de abastecimento de água
Art. 77. A expansão das redes de esgotamento
potável;
sanitário é ação prioritária para a complementação e
II - ampliar a disponibilidade hídrica por meio do melhoria do Sistema de Esgotamento Sanitário.
incentivo ao consumo racional da água e da conservação
SEÇÃO V
da capacidade de produção de água;
DO SISTEMA DE DRENAGEM
III - implantar, em articulação com os órgãos
competentes, medidas para controle e monitoramento Art. 78. O Sistema de Drenagem é definido como
das águas subterrâneas; o conjunto formado pelas características geológico-
geotécnicas e do relevo e pela infraestrutura de macro e
IV - complementar, ajustar e aperfeiçoar o sistema de
microdrenagem instaladas.
abastecimento público de água potável;
Art. 79. São componentes do Sistema de Drenagem:
V - desenvolver programas educativos e de capacitação
para o manejo das águas destinadas ao abastecimento I - fundos de vale, linhas e canais de drenagem,
humano e à agricultura na zona rural. planícies aluviais e talvegues;
SEÇÃO IV II - os elementos de microdrenagem, como vias,
sarjetas, meio-fio, bocas de lobo, galerias de água pluvial,
DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
entre outros;
Art. 74. O Sistema de Esgotamento Sanitário é
III - os elementos de macrodrenagem, como canais
composto pelos sistemas necessários ao afastamento
naturais e artificiais, galerias e reservatórios de retenção
e tratamento dos efluentes sanitários, incluindo as
ou contenção;
infraestruturas e instalações de coleta, desde as ligações
para planejamento e gestão do Sistema de Drenagem, I - não geração, redução, reutilização, reciclagem e
fortalecimento da relação entre o Município de Jales tratamentos dos resíduos sólidos, bem como a disposição
e os órgãos e entidades dos demais entes federativos, final adequada dos rejeitos;
identificação de fontes de financiamento, proposição de II - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de
estratégias para o desenvolvimento tecnológico e para a produção e consumo de bens e serviços;
formação e a capacitação dos quadros técnicos;
III - articulação entre as diferentes instituições públicas
II - programa de bacias com propostas de ações e destas com o setor empresarial, visando à cooperação
estruturais e não estruturais planejadas com base em técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos
estudos multidisciplinares, cadastros, cartografias, sólidos;
modelagens matemáticas e monitoramento hidráulico e
hidrológico de cada bacia; IV - universalização da coleta de resíduos sólidos;
III - caracterização e diagnóstico dos sistemas de V - redução do volume de resíduos sólidos destinados
drenagem, avaliando seus impactos nas condições de à disposição final, principalmente nos aterros.
vida da população, a partir de indicadores sanitários, Art. 86. São diretrizes do Sistema de Gestão Integrada
epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos; de Resíduos Sólidos:
IV - metas de curto, médio e longo prazo para melhorar I - seguir as diretrizes e determinações da Política
o sistema de drenagem do Município, observando Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela legislação
a compatibilidade com os demais planos setoriais e federal;
identificando possíveis fontes de financiamento.
II - promover ações que visem minorar a geração de
Art. 83. As intervenções de macrodrenagem, tais resíduos;
como sistemas de detenção ou retenção temporária das
III - promover a máxima segregação dos resíduos nas
águas pluviais, deverão considerar previamente a adoção
fontes geradoras;
de medidas não estruturais na mesma bacia, como a
implantação de parques lineares. IV - incentivar a retenção dos resíduos na fonte;
inclusive por meio da previsão de vagas para viabilização federação e seus respectivos órgãos técnicos;
desse modal; XVII - promover ampla participação de setores da
V - complementar, ajustar e melhorar o sistema viário sociedade civil em todas as fases do planejamento e
em especial nas áreas de urbanização incompleta, gestão da mobilidade urbana;
visando sua estruturação e ligação interbairros; XVIII - incentivar a utilização de veículos automotores
VI - complementar, ajustar e melhorar o sistema de movidos à base de energia elétrica ou hidrogênio, visando
transporte público coletivo, aprimorando as condições de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a poluição
circulação dos veículos; sonora, e a redução de gastos com combustíveis com a
utilização de veículos movidos com fontes de energias
VII - complementar, ajustar e melhorar o sistema
renováveis ou combustíveis menos poluentes;
cicloviário;
XIX - implantar dispositivos de redução da velocidade
VIII - aumentar a confiabilidade, conforto, segurança
e acalmamento de tráfego nas vias locais;
e qualidade dos veículos empregados no sistema de
transporte coletivo; XX - evitar o tráfego de passagem nas vias locais em
zonas exclusivamente residenciais.
IX - promover o uso mais eficiente dos meios de
transporte com o incentivo das tecnologias de menor SEÇÃO II
impacto ambiental; DO PLANO MUNICIPAL DE MOBILIDADE URBANA
X - elevar o patamar tecnológico e melhorar os Art. 94. O Poder Público Municipal elaborará o Plano
desempenhos técnicos e operacionais do sistema de Municipal de Mobilidade Urbana, de acordo com os prazos
transporte público coletivo; e determinações estabelecidos pela legislação federal
XI - incentivar a renovação ou adaptação da frota do que institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana,
transporte público e privado urbano, visando reduzir as bem como os objetivos e diretrizes dos artigos 92 e 93
emissões de gases de efeito estufa e a poluição sonora, desta Lei Complementar.
e a redução de gastos com combustíveis com a utilização § 1.º O Plano Municipal de Mobilidade Urbana,
de veículos movidos com fontes de energias renováveis cuja elaboração é uma ação prioritária do Sistema de
ou combustíveis menos poluentes, tais como gás natural Mobilidade, deverá ser elaborado de forma participativa
veicular, híbridos ou energia elétrica; e conter, no mínimo:
XII - promover o maior aproveitamento em áreas com I - análise sobre as condições de acessibilidade e
boa oferta de transporte público coletivo por meio da sua mobilidade existentes no Município e suas conexões,
articulação com a regulação do uso e ocupação do solo; a fim de identificar os diferentes tipos de demandas
XIII - estabelecer instrumentos de controle da oferta de urbanas, sociais, demográficas, econômicas e ambientais
vagas de estacionamento em áreas públicas e privadas, que deverão nortear a formulação das propostas;
inclusive para operação da atividade de compartilhamento II - ações para a ampliação e aprimoramento do sistema
de vagas; de transporte público coletivo no Município, considerando
XIV - articular e adequar o mobiliário urbano novo e todos os seus componentes, como infraestrutura viária,
existente à rede de transporte público coletivo; terminais e estações, sistemas de monitoramento remoto,
material rodante, entre outros;
XV - aprimorar o sistema de logística e cargas, de
modo a aumentar sua eficiência, reduzindo custos e III - programa para o gerenciamento dos
tempos de deslocamento; estacionamentos no Município de Jales com controle
de estacionamento nas vias públicas, limitação de
XVI - articular as diferentes políticas e ações de
estacionamentos nas áreas centrais e implantação de
mobilidade urbana, abrangendo os três níveis da
VII - sistema de monitoramento integrado e remoto III - ampliação das calçadas, passeios e espaços de
dos componentes do Sistema de Mobilidade; convivência;
IV - adaptar as calçadas e os outros componentes do Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal deverá
sistema às necessidades das pessoas com deficiência elaborar plano de adequação, recuperação e manutenção
visual e mobilidade reduzida; de passeios públicos.
V - instituir órgão responsável pela formulação e SEÇÃO V
implementação de programas e ações para o Sistema de DO SISTEMA VIÁRIO
Circulação de Pedestres;
Art. 102. O Sistema Viário é definido como o conjunto
VI - utilizar o modelo de desenho universal para a de infraestruturas necessárias para a circulação de
execução das políticas de transporte não motorizado; pessoas e cargas.
VII - eliminar barreiras físicas que possam representar Art. 103. São componentes do Sistema Viário:
riscos à circulação do usuário, sobretudo de crianças
e pessoas com mobilidade reduzida e portadoras de § 1.º As vias estruturais, classificadas em 2 (dois)
necessidades especiais; níveis:
VIII - aumentar o tempo semafórico nas travessias em I - as vias estruturais de nível 1 (VE-1) são aquelas
locais de grande fluxo de pedestres; utilizadas como ligação entre o Município de Jales, os
demais municípios do Estado de São Paulo e demais
IX - priorizar a circulação de pedestres sobre os Estados da Federação, como estradas e rodovias;
demais modais de transportes, especialmente em vias
não estruturais; II - as vias estruturais de nível 2 (VE-2) são aquelas
que são utilizadas como ligação entre distritos, bairros
X - garantir a implantação de estruturas de acalmamento e centralidades do Município de Jales, como arteriais e
de tráfego e redução de velocidade, especialmente em marginais.
vias não estruturais.
§ 2.º As vias não estruturais, classificadas como:
SEÇÃO IV
I - coletoras, com função de ligação entre as vias locais
DA ACESSIBILIDADE UNIVERSAL e vias estruturais;
Art. 99. A acessibilidade universal é diretriz básica II - locais, com função predominante de proporcionar
para todas as intervenções relacionadas ao Sistema de o acesso aos imóveis lindeiros, não classificadas como
Mobilidade. coletoras ou estruturais;
Parágrafo único. Por acessibilidade universal ao
III - ciclovias;
Sistema de Mobilidade entende-se a condição para
utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, IV - de circulação de pedestres.
dos sistemas que compõem o Sistema de Mobilidade Art. 104. O Poder Executivo Municipal regulamentará
por pessoa com deficiência, mobilidade reduzida ou através de instrumentos específicos:
necessidades especiais.
I - a circulação e o estacionamento de veículos
Art. 100. A rede semafórica destinada à travessia de privados nas vias;
pedestres deverá incorporar gradualmente dispositivos
II - o serviço de táxis;
para que a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida
possa atravessar pela faixa de pedestres, com autonomia III - os serviços de motofrete e propostas para a
e segurança, de acordo com a legislação aplicável. circulação segura de motocicletas;
Art. 101. Calçadas, faixas de pedestres, transposições IV - a abertura de rotas de ciclismo, bicicletários e
e passarelas deverão ser gradualmente adequadas para compartilhamento de bicicletas e vagas especiais para
atender à mobilidade inclusiva, visando sua autonomia, compartilhamento de automóveis e similares;
conforme normas técnicas regulamentares pertinentes. V - as diretrizes e regras para o compartilhamento e
II - implantar ajustes pontuais nas vias estruturais do Art. 106. O Sistema de Transporte Público Coletivo
Município de Jales; é o conjunto de modais, infraestruturas e equipamentos
que realizam o serviço de transporte de passageiros,
III - abrir novas vias no sistema estrutural permitindo a
acessível a toda a população, com itinerários e preços
interligação entre bairros e a conexão com rodovias;
fixados pelo Poder Público Municipal.
IV - alargar e melhorar as vias estruturais do Município
Art. 107. São componentes do Sistema de Transporte
de Jales;
Público Coletivo:
V - modernizar a rede semafórica, priorizando o
I - veículos que realizam o serviço de transporte
enterramento das redes aéreas, e aprimorar a sinalização
público coletivo;
vertical e horizontal em todo o Sistema Viário;
II - estações, pontos de parada e terminais de
VI - padronizar, readequar e garantir acessibilidade
integração e transbordo;
dos passeios públicos em rotas com maior trânsito de
pedestres; III - vias, segregadas ou não;
V - instalações e edificações de apoio ao sistema. acordo com sua localização estratégica e seu coeficiente
de aproveitamento não utilizado.
Art. 108. As ações estratégicas do Sistema de
Transporte Público Coletivo são: § 3.º Os terminais e estações de transferência de
ônibus poderão incluir espaços para serviços públicos e,
I - implantar novos corredores;
quando viável, centros comerciais populares.
II - implantar terminais, estações de transferência e
§ 4.º A implantação de novos corredores, terminais e
conexões;
estações de ônibus e a modernização dos já existentes
III - requalificar corredores, terminais e estações de deverão apresentar soluções que compatibilizem sua
transferência de ônibus municipais existentes; inserção ao ambiente urbano, definindo:
IV - respeitar critérios de sustentabilidade na I - soluções ambientalmente e tecnologicamente
construção de novos terminais e estações e requalificação adequadas e gradativas que proporcionem níveis mínimos
dos existentes, prevendo-se: na emissão de poluentes e geração de ruídos;
a) instalação de sanitários; II - integração física e operacional com o Sistema de
b) uso racional de água, incluindo captação de água Transporte Público Coletivo existente;
de chuva e reúso da água; III - integração física e operacional com outros modos
c) uso racional de energia, incluindo eficiência de transporte, em especial com o sistema cicloviário,
energética; por meio de implantação de bicicletários, permissão
de embarque de bicicletas em veículos do sistema,
V - garantir o transporte público coletivo acessível a
priorização de travessias de pedestres, entre outras
pessoas portadoras de necessidades especiais;
medidas;
VI - implantar e aperfeiçoar a bilhetagem eletrônica,
IV - integração com serviços de compartilhamento
mantendo-a sempre atualizada em relação às tecnologias
de automóveis, possibilitando a realização de viagens
disponíveis;
articuladas com outros modais;
VII - adotar novas formas de operação e estratégias
V - posicionamento dos pontos de parada e, quando
operacionais para o Sistema de Transporte Público
couber, de estações, terminais, pátios de manutenção e
Coletivo Municipal;
estacionamento e outras instalações de apoio;
VIII - colaborar com a implantação de corredores,
VI - melhorias nos passeios e espaços públicos,
além de terminais, estacionamentos e estações de
mobiliário urbano, iluminação pública e paisagem urbana,
transferência de ônibus municipais e interestaduais;
entre outros elementos;
IX - colaborar com a implantação de novas linhas e
VII - instalação de sinalizações que forneçam
estações do Sistema de Transporte Público Coletivo;
informações essenciais para o deslocamento do
X - ampliar a frota de veículos de transporte coletivo, passageiro nos terminais, estações de transferência e
utilizando soluções tecnológicas avançadas e tecnologias conexões;
sustentáveis.
VIII - melhoria na provisão de serviços, equipamentos
§ 1.º A construção de estacionamentos públicos e infraestruturas urbanas, considerando o gradativo
e privados deverá ocorrer preferencialmente junto a enterramento das redes aéreas;
terminais de integração e estações de transferência.
IX - preservação de patrimônios culturais e ambientais;
§ 2.º Os terminais poderão prever áreas de expansão
X - requalificação dos espaços eventualmente
de seus usos através do aproveitamento de sua área
utilizados como canteiro de obras e áreas de apoio;
construtiva adicional com destinação para equipamentos
públicos municipais, usos comerciais e de serviços, de XI - requalificação do espaço viário afetado.
Art. 113. Os programas, ações e investimentos, § 3.º Para a implementação do Sistema Municipal
públicos e privados, no Sistema Cicloviário deverão estar de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres,
acompanhados de campanhas de conscientização e além de recursos orçamentários, deverão ser utilizados
incentivo do uso de transportes não motorizados. prioritariamente recursos do Fundo Municipal de Meio
Ambiente, aplicados na hipótese de manejo da vegetação,
SEÇÃO VIII
nos termos definidos nesta Lei Complementar e pela
DO COMPARTILHAMENTO DE AUTOMÓVEIS legislação específica.
Art. 114. O compartilhamento de automóveis, definido Art. 116. São componentes do Sistema Municipal de
como o serviço de locação de automóveis por curto Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres:
espaço de tempo, será estimulado como meio de reduzir
I - áreas públicas:
o número de veículos em circulação.
a) espaços livres e áreas verdes de logradouros
§ 1.º O compartilhamento de automóveis deve incluir
públicos, incluindo praças, vias, vielas e ciclovias;
ações de incentivo ao seu uso.
b) espaços livres e áreas verdes de instituições públicas
e serviços públicos de educação, saúde, cultura, lazer, VI - conservação e recuperação dos corredores
abastecimento, saneamento, transporte, comunicação e ecológicos na escala municipal.
segurança; Art. 118. São diretrizes do Sistema de Áreas
c) espaços livres e áreas verdes originárias de Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres:
parcelamento do solo; I - ampliar a oferta de áreas verdes públicas;
d) Áreas de Preservação Permanente inseridas em II - recuperar os espaços livres e as áreas verdes
imóveis de propriedade pública; degradadas, incluindo solos e cobertura vegetal;
e) cemitérios públicos. III - recuperar áreas de preservação permanente;
II - áreas privadas: IV - implantar ações de recuperação ambiental e de
a) áreas de Preservação Permanente inseridas em ampliação de áreas permeáveis e vegetadas nas áreas de
imóveis privados; fundos de vale e em cabeceiras de drenagem e planícies
aluviais;
b) espaços livres e áreas verdes de instituições e
serviços privados de educação, saúde, cultura, lazer, V - promover interligações entre os espaços livres
abastecimento, saneamento, transporte, comunicação, e áreas verdes de importância ambiental regional,
segurança e cemitérios; integrando-os através de caminhos verdes e arborização
urbana;
c) espaços livres e áreas verdes com vegetação nativa
em estágio avançado em imóveis residenciais e não VI - compatibilizar, nas áreas integrantes do sistema,
residenciais isolados; os usos das áreas verdes com a conservação ambiental;
d) espaços livres e áreas verdes com vegetação VII - estimular parcerias entre os setores público e
nativa em estágio avançado em imóveis residenciais e privado para implantação e manutenção dos espaços
não residenciais em condomínios; livres e áreas verdes;
e) clubes esportivos sociais; VIII - implementar instrumentos de incentivo à
conservação de espaços livres e áreas verdes particulares
i) sítios, chácaras e propriedades agrícolas;
previstos no Estatuto da Cidade e na legislação ambiental;
SEÇÃO I
IX - incentivar e apoiar a criação de Reservas
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA DE Particulares do Patrimônio Natural - RPPN Municipal;
ÁREAS PROTEGIDAS, ÁREAS VERDES E ESPAÇOS
X - utilizar as áreas remanescentes de desapropriação
LIVRES
para ampliação de espaços livres e áreas verdes públicas,
Art. 117. São objetivos do Sistema de Áreas Protegidas, quando não for viável seu aproveitamento para projetos
Áreas Verdes e Espaços Livres: de interesse público;
I - proteção da biodiversidade; XI - estruturar mecanismos de proteção à
II - conservação das áreas prestadoras de serviços biodiversidade, em consonância aos preceitos
ambientais; dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da
Organização das Nações Unidas sobre a Biodiversidade;
III - proteção e recuperação dos remanescentes de
Mata Atlântica; XII - controlar as espécies vegetais e animais
invasoras e a presença de animais domésticos errantes
IV - qualificação das áreas verdes públicas;
em benefício da fauna silvestre;
V - incentivo à conservação das áreas verdes de
XIII - adotar mecanismos de compensação ambiental
propriedade particular;
para aquisição de imóveis destinados à implantação de
a) propostas para a gestão condominial dos conjuntos III - a população de baixa renda atingida por remoções
habitacionais de interesse social de promoção pública, decorrentes de intervenções públicas ou privadas.
que poderá ser realizada através da autogestão e com Art. 134. O Serviço de Moradia Social deverá observar
o acompanhamento do Poder Público Municipal, com os princípios e diretrizes definidos nesta Lei Complementar
avaliações anuais; e ainda os seguintes:
b) propostas para viabilizar a autogestão na produção I - gestão compartilhada, por meio de parcerias entre o
habitacional de interesse social; Poder Público Municipal e a sociedade civil;
c) propostas para a implantação de programa de II - adoção de medidas para ampliar a oferta de imóveis
assistência técnica pública e gratuita para HIS; privados para o Serviço de Moradia Social;
d) realização de parcerias com outros órgãos dos III - acompanhamento socioeducativo, previamente à
governos Estadual e Federal, bem como com a iniciativa ocupação das unidades e na sua pós ocupação;
privada e entidades da sociedade civil;
IV - definição, no âmbito do Conselho Municipal
IV - definição de mecanismos de gestão democrática de Habitação, de medidas para o acompanhamento,
e controle social na formulação e implementação da monitoramento e aperfeiçoamento dos programas
política e da produção habitacional de interesse social do decorrentes.
Município de Jales;
§ 1.º O Serviço de Moradia Social será prestado com
V - definição de mecanismos de articulação entre o recursos oriundos do Fundo Municipal de Habitação ou
Plano Municipal de Habitação, planos plurianuais, leis de por intermédio de transferências intergovernamentais,
diretrizes orçamentárias e leis orçamentárias anuais; entre outras.
VI - articulação com o Plano Estadual da Habitação; § 2.º Caberá ao Poder Executivo Municipal
VII - realização de processos participativos que acompanhar a implementação dos projetos realizados na
viabilizem o levantamento de propostas e contribuições modalidade de Serviço Social de Moradia, providenciando
da sociedade. a revisão da legislação, o estabelecimento de convênios
com órgãos públicos e privados e as demais providências
SEÇÃO IV necessárias à sua viabilização.
DO SERVIÇO DE MORADIA SOCIAL SEÇÃO V
Art. 133. Serviço de Moradia Social é a ação de AÇÕES PRIORITÁRIAS NAS ÁREAS DE RISCO
iniciativa pública realizada com a participação direta dos
beneficiários finais e de entidades da sociedade civil, Art. 135. Os programas, ações e investimentos,
que associa a produção habitacional de interesse social, públicos e privados, nas áreas de risco devem ser
ou as demais formas de intervenção urbanísticas, com orientados para os seguintes objetivos:
regras específicas de fornecimento de serviços públicos I - redução dos riscos geológicos e hidrológicos;
e investimentos em políticas sociais, adequando-os às
II - promoção da segurança e proteção permanente
características de grupos em situação de vulnerabilidade
da população e do patrimônio, frente à ocorrência de
XI - seguir os termos da legislação federal referente à XIII - realizar parcerias para a coleta e análise de
proteção e defesa civil. informações técnicas e para aplicação de novos métodos
e tecnologias que contribuam para melhorias dos sistemas
Art. 137. As ações prioritárias para as áreas de risco
de prevenção e redução de risco.
são:
SEÇÃO VI
I - elaborar o Plano Municipal de Redução de Riscos;
DO PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS
II - atualizar periodicamente o levantamento de risco,
com a avaliação e classificação das áreas; Art. 138. O Poder Público Municipal elaborará o Plano
Municipal de Redução de Riscos como parte integrante
III - manter atualizado o cadastro com intervenções
do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
XXIV - ampliar os espaços para a comercialização e bens móveis de valor histórico e cultural, pertencentes
de produtos orgânicos nos mercados e feiras livres ao Poder Público;
municipais; VI - acervos de documentos de valor histórico e
XXV - garantir a priorização de agricultores familiares cultural, pertencentes ao Poder Público;
orgânicos do Município de Jales nas compras institucionais VII - acervo de monumentos e obras de arte urbana,
da alimentação escolar e outros programas de compras localizados em espaços públicos e edificações municipais;
públicas;
VIII - conjunto de edificações e espaços públicos
XXVI - criar Planos de Desenvolvimento de Bairro, municipais de uso cultural.
mecanismos e formas de proteção de terrenos públicos
e privados com a finalidade de manter e implantar Art. 146. Os objetivos do Sistema Municipal de
equipamentos urbanos e sociais; Patrimônio Cultural são:
XXVIII - implantar a Guarda Civil Municipal ou I - integrar e articular os bens culturais ao sistema
Atividade Delegada, principal ação da política municipal de ordenação territorial do Município de Jales, incluindo
de segurança urbana. os instrumentos de planejamento territorial e social da
cidade;
CAPÍTULO IX
II - fomentar a participação social na identificação,
DA POLÍTICA E DO SISTEMA MUNICIPAL DE proteção e valorização do patrimônio e dos Territórios de
PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL Interesse da Cultura e da Paisagem;
Art. 144. O Sistema Municipal de Proteção do III - promover a identificação de bens e manifestações
Patrimônio Cultural é o conjunto de bens culturais e culturais visando seu registro, valorização e possível
instrumentos que objetivam a preservação, valorização, proteção a partir de inventários do patrimônio cultural ou
integração e articulação dos bens culturais ao sistema outros instrumentos pertinentes;
de gestão cultural e ordenação territorial do Município de
Jales. IV - identificar e preservar os eixos histórico-culturais,
que são elementos do Território de Interesse da Cultura
Parágrafo único. Para os objetivos desta Lei e da Paisagem e se constituem a partir de corredores
Complementar, constituem o conjunto de bens culturais e caminhos representativos da identidade e memória
do Município de Jales as áreas, edificações, imóveis, cultural, histórica, artística, paisagística, arqueológica,
lugares, paisagens, sítios arqueológicos e paleontológicos,
paleontológica e urbanística para a formação da cidade,
monumentos, bens imateriais e outros que apresentam ou podendo fazer parte de territórios e paisagens culturais e
venham a apresentar valor cultural e social reconhecido de áreas envoltórias de bens tombados;
por alguns dos instrumentos legais de proteção definidos
em legislação específica. V - incentivar a identificação e desenvolvimento
de projetos de valorização de áreas ou territórios
Art. 145. Compõem o Sistema Municipal de Patrimônio representativos da identidade e memória cultural, histórica
Cultural os seguintes elementos: e urbanística para a formação da cidade;
I - bens culturais, materiais e imateriais, protegidos por VI - desenvolver programas e ações de educação
legislação específica; patrimonial, a partir dos bens culturais e demais elementos
II - áreas ou territórios de preservação cultural; que compõem o Sistema;
III - sítios arqueológicos e paleontológicos; VII - inventariar, cadastrar e proteger áreas e sítios de
interesses arqueológicos e paleontológicos;
IV - conjunto de edificações históricas e museus
pertencentes ao Poder Público; VIII - inventariar, proteger e incentivar parcerias para
manutenção e valorização do acervo de monumentos e
V - acervos de obras de arte, bens da cultura popular
obras de arte urbana no Município de Jales; Art. 149. Os objetivos e as diretrizes da Política de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico são:
IX - organizar e fomentar a integração de ações
de preservação do patrimônio cultural, articulando as I - as potencialidades do município;
instituições oficiais responsáveis pela proteção desse II - os mecanismos de incentivos físicos, tecnológicos,
patrimônio, nos níveis federal, estadual e municipal; econômicos e fiscais, à inovação;
X - articular diferentes órgãos do Poder Público para III - os mecanismos de integração, fomento e
a formulação de políticas e programas que viabilizem a coordenação com outras instâncias públicas e privadas,
preservação dos lugares; nacionais, estaduais, locais e regionais;
XI - organizar ações de atendimento e divulgação IV - os instrumentos de relacionamento com a iniciativa
de informações sobre o patrimônio cultural, junto à privada nas questões de investimentos, parcerias,
população, objetivando sua valorização. concessões e outras de finalidade econômica;
TÍTULO IV V - os mecanismos de coordenação e integração
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO da oferta e da demanda por formação, qualificação,
capacitação e treinamento de mão de obra técnica e
E DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
especializada;
CAPÍTULO I
VI - os mecanismos de aferição, avaliação e
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO mensuração objetiva dos efeitos dos investimentos e das
Art. 147. O Sistema Municipal de Planejamento atividades econômicas, a nível local e regional;
é o conjunto de políticas e ações que objetivam o VII - a articulação de ações permanentes para atração
desenvolvimento municipal integrado, de maneira de novos investimentos e difusão das oportunidades e
planejada, permitindo com que o Município de Jales se potenciais do Município de Jales;
desenvolva de forma ordenada e sustentável.
VIII - a criação de uma instância administrativa
Art. 148. Compõem o Sistema Municipal de específica, voltada ao desenvolvimento científico e
Planejamento os seguintes elementos: tecnológico e responsável por executar as políticas
I - Política de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; municipais neste setor e por desenvolver projetos
para a captação de recursos do Governo Federal,
II - Política de Desenvolvimento Turístico;
Estadual e de organismos locais, direcionados a apoiar
III - Política de Desenvolvimento Social; o empreendedorismo, geração de renda, formação
IV - Política de Educação; de recursos humanos, competitividade e inovação e
organização de Arranjos Produtivos Locais (APLs);
V - Política de Saúde;
IX - o incentivo à cooperação técnica entre empresas,
VI - Política de Assistência Social;
universidades e organizações públicas e privadas, a
VII - Política de Cultura; nível local, regional, nacional e internacional, visando a
VIII - Política de Esporte e Lazer; pesquisa, o desenvolvimento e a aplicação de inovações
científicas e tecnológicas, e o consequente incremento da
IX - Política de Segurança Urbana e Ordem Pública;
competitividade dos atores locais;
X - Política de Desenvolvimento Rural.
X - o acesso do cidadão aos conhecimentos científicos
SEÇÃO I e tecnológicos e suas inovações;
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO XI - a parceria com instituições de ensino e pesquisa,
CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO públicas ou privadas, para o desenvolvimento de parques
utilização para o esporte e o lazer, a fim de dimensionar e dos processos de violência e as formas modernas de
orientar a implantação, uso e zeladoria dos equipamentos enfrentá-los, a fim de minimizar a marginalidade social;
necessários para atender à demanda existente no VI - o desenvolvimento de programas, em trabalho
Município de Jales; conjunto com os poderes das esferas federal e estadual
IV - elaborar e executar o calendário anual de com as diversas secretarias municipais, visando à
atividades esportivas e de lazer, com atividades em todos compreensão mais abrangente, por parte do sistema
os bairros da cidade, apoiando e promovendo eventos policial e da população, do fenômeno da criminalidade
que contribuam para projetar Jales no cenário estadual e das diferentes formas de intervenção junto aos
e nacional; adolescentes e adultos que passam pelo sistema de
justiça, e das diferentes formas de planejamento, ações e
V - envolver os diferentes segmentos da Sociedade
intervenções nos espaços públicos municipais;
Civil organizada e entidades comerciais, visando sua
colaboração com o Poder Executivo Municipal na VII - a promoção de gestões junto aos governos
administração e zeladoria de espaços e equipamentos, federal e estadual e, no sentido de obter equipamentos
bem como na promoção dos eventos esportivos e de e qualificação profissional dos agentes municipais de
lazer; segurança e parceria na implantação de ações preventivas
no Município de Jales, mediante convênios e acordos de
VI - criar o Conselho Municipal de Esportes;
cooperação;
VII - elaborar o Plano Municipal de Esporte e Lazer do
VIII - a modernização dos equipamentos de vigilância
Município de Jales.
e investimentos na capacitação dos trabalhos de
SEÇÃO IX inteligência, novas tecnologias, georreferenciamento e
DA POLÍTICA DE SEGURANÇA URBANA E ORDEM partilhamento de informações com Estados e Municípios;
PÚBLICA IX - a integração de ações no Município de Jales com
Art. 157. Os objetivos e as diretrizes da Política de vistas à manutenção da Ordem Pública e controle dos
Segurança Urbana e Ordem Pública são: indicadores criminais.
nível de associações, cooperativa e comunidades rurais e Art. 160. A gestão democrática será implementada
criação de viveiro Municipal para fornecimento de mudas pelos órgãos do Poder Público Municipal, assegurando
frutíferas e nativas; a participação direta da população em todas as fases de
planejamento e gestão democrática da cidade e garantindo
V - incentivo para a realização de cursos de formação
as instâncias e instrumentos necessários para efetivação
de mão-de-obra rural, econômica, doméstica, saúde,
da participação da sociedade nas tomadas de decisões,
agrotóxicos e agroindústrias, junto às associações e
controle e avaliações da política, sendo composta por:
comunidades rurais;
I - órgãos públicos;
VI - gestão junto a entidades regionais, estaduais e
federais de pesquisa, assistência técnica e extensão rural II - sistema municipal de informação;
e ensino para manter ações no Município; III - instâncias e instrumentos de participação social.
VII - melhoria de patrulha mecanizada no âmbito Art. 161. Além do Plano Diretor de Desenvolvimento,
do Município para atendimento das associações de fazem parte do Sistema Municipal de Planejamento
produtores em preparo e conservação do solo e estradas Urbano:
rurais;
I - o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias
VIII - programas de recuperação, preservação, e a Lei Orçamentária Anual;
fertilização, adubação verde e orgânica, calagem, etc. e
conservação do solo em todas Microbacias Hidrográficas II - a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo;
e estradas rurais; III - os planos setoriais de políticas urbano-ambientais;
IX - gestão junto a entidades regionais, estaduais e IV - o Código de Obras e Edificações;
federais de pesquisa, assistência técnica e extensão rural
V - o Código de Posturas;
e ensino para manter ações no Município;
VI - o Código Sanitário;
X - melhoria de patrulha mecanizada no âmbito
do Município para atendimento das associações de VII - demais normas complementares previstas nesta
produtores em preparo e conservação do solo e estradas Lei Complementar.
rurais; Parágrafo único. As leis e planos citados nos incisos
XI - programas de recuperação, preservação, acima deverão observar as diretrizes e prioridades
fertilização, adubação verde e orgânica, calagem etc., e estabelecidas nesta Lei Complementar.
conservação do solo em todas Microbacias Hidrográficas Art. 162. O Poder Executivo Municipal promoverá
e estradas rurais. a adequação da sua estrutura administrativa, quando
CAPÍTULO II necessário, para a incorporação dos objetivos, diretrizes
e ações previstos nesta Lei Complementar, mediante
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
a reformulação das competências de seus órgãos da
Art. 159. A gestão democrática da cidade, direito administração direta.
da sociedade e essencial para a concretização
Parágrafo único. Cabe ao Poder Executivo Municipal
de suas funções sociais, será realizada mediante
garantir os recursos e procedimentos necessários para
processo permanente, descentralizado e participativo
a formação e manutenção dos quadros necessários no
de planejamento, controle e avaliação, e será o
funcionalismo público para a implementação desta Lei
fundamento para a elaboração, revisão, aperfeiçoamento,
Complementar.
implementação e acompanhamento do Plano Diretor de
Desenvolvimento e de planos, programas e projetos Art. 163. A participação dos munícipes em todo
setoriais, regionais, locais e específicos. processo de planejamento e gestão da cidade será
baseada na plena informação, disponibilizada pelo Poder
Executivo Municipal com a devida antecedência e de VIII - Secretaria Municipal de Esportes, Cultura e
pleno acesso público, garantindo a transparência, acesso Turismo - um membro;
à informação, a participação e os preceitos da gestão IX - Associação dos Engenheiros da Região de Jales
democrática. - AERJ - um membro;
Art. 164. O Poder Executivo Municipal promoverá X - Associação Comercial e Empresarial de Jales -
a cooperação com municípios vizinhos e com órgãos ACIJ - um membro;
estaduais e federais, visando formular políticas, diretrizes,
planos, projetos e ações conjugadas destinadas à XI - Concessionária dos serviços de água e esgoto -
superação de problemas setoriais ou regionais comuns, um membro;
bem como firmar convênios ou estabelecer consórcios XII - Concessionária de distribuição de energia elétrica
para articulação com o Governo do Estado de São Paulo - um membro;
e o Governo Federal, no gerenciamento e implementação
XIII - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo -
de projetos urbanísticos, na aplicação conjunta de
CETESB - um membro;
recursos e na regularização e administração das áreas
remanescentes. XIV - Polícia Militar do Estado de São Paulo - um
membro;
CAPÍTULO III
XV - Polícia Militar do Estado de São Paulo - Corpo de
DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
Bombeiros - um membro;
SEÇÃO I
XVI - Secretaria de Estado de Agricultura e
DO CONSELHO DA CIDADE Abastecimento - um membro;
Art. 165. Fica constituído o Conselho da Cidade, XVII - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
órgão consultivo e deliberativo, obrigatório e permanente do Estado de São Paulo CREA-SP - um membro;
da administração municipal para assuntos relacionados
XVIII - Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São
com a implantação, revisão e alterações do Plano Diretor
Paulo - um membro;
de Desenvolvimento e demais políticas e legislações de
urbanismo municipal. XIX - Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - 63ª
Subseção de Jales - um membro.
§ 1.º O Conselho da Cidade será constituído por 19
(dezenove) membros, representantes da comunidade: § 2.° Os membros do Conselho da Cidade deverão ser
indicados pelas entidades ou órgãos públicos e nomeados
I - Câmara Municipal - um membro;
por Decreto do Poder Executivo;
II - Secretaria Municipal de Planejamento,
§ 3.° Os membros do Conselho da Cidade terão
Desenvolvimento Econômico e Mobilidade Urbana - um
mandato de 02 (dois) anos, podendo ser reconduzidos.
membro;
§ 4.° A presidência do Conselho da Cidade será
III - Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos
exercida pelo Secretário Municipal de Planejamento,
e Habitação - um membro;
Desenvolvimento Econômico e Mobilidade Urbana.
IV - Secretaria Municipal de Educação - um membro;
Art. 166. Compete ao Conselho da Cidade:
V - Secretaria Municipal de Saúde - um membro;
I - acompanhamento e implementação deste Plano
VI - Secretaria Municipal de Assistência Social - um Diretor de Desenvolvimento, analisando e deliberando
membro; sobre questões relativas à sua aplicação;
VII - Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária, II - deliberação e emissão de pareceres sobre
Abastecimento e Meio Ambiente - um membro; propostas de alterações desta Lei Complementar do
VIII - deliberação sobre as omissões e casos não X - rendas provenientes da aplicação financeira dos
definidos pela legislação urbanística municipal; seus recursos próprios;
VII - criação de unidades de conservação ou proteção (quarenta e oito) horas da realização da respectiva
de outras áreas de interesse ambiental; Audiência Pública.
VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural § 2.º As intervenções realizadas em Audiência Pública
ou paisagístico. serão registradas por escrito e gravadas para consulta e
acessos públicos.
SEÇÃO III
§ 3.º O Poder Executivo Municipal regulamentará os
DA CONFERÊNCIA DA CIDADE
procedimentos para a realização das Audiências Públicas
Art. 173. A Conferência da Cidade ocorrerá e dos critérios de classificação do impacto urbanístico ou
ordinariamente a cada 02 (dois) anos e extraordinariamente ambiental.
quando convocada pelo Conselho da Cidade.
SEÇÃO V
Parágrafo único. A Conferência da Cidade será aberta
DA INICIATIVA POPULAR
à participação de todos os cidadãos.
Art. 176. A iniciativa popular de planos, programas e
Art. 174. A Conferência da Cidade terá, dentre outras,
projetos de desenvolvimento urbano poderá ser tomada,
as seguintes atribuições:
por adesão de, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos
I - apreciação das diretrizes da política urbana e rural eleitores do Município de Jales.
do Município de Jales;
Art. 177. Qualquer proposta de iniciativa popular de
II - sugestão ao Poder Executivo Municipal de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano
adequações nas ações estratégicas destinadas à e ambiental deverá ser apreciada pelo Poder Executivo
implementação dos objetivos, diretrizes, planos, Municipal em parecer circunstanciado sobre seu conceito
programas e projetos; e alcance, no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir
III - deliberação sobre plano de trabalho para o biênio de sua apresentação, ao qual deve ser dada publicidade.
seguinte; Parágrafo único. O prazo previsto no caput desse
IV - apresentação de propostas de alterações deste artigo poderá ser prorrogado por 30 (trinta) dias, desde
Plano Diretor de Desenvolvimento, a serem consideradas que solicitado com a devida justificativa.
no momento de sua modificação ou revisão. SEÇÃO VI
SEÇÃO IV DO PLEBISCITO E DO REFERENDO
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS Art. 178. O plebiscito e o referendo serão convocados
Art. 175. As Audiências Públicas, convocadas pelo com base na legislação federal pertinente e nos termos
Poder Público Municipal e população, serão realizadas da Lei Orgânica Municipal.
sempre que empreendimentos ou atividades públicas SEÇÃO VII
ou privadas acarretem impactos negativos à vizinhança
DA GESTÃO PARTICIPATIVA DO ORÇAMENTO
do seu entorno, ao ambiente natural e construído, ao
patrimônio histórico-cultural, ao conforto ou à segurança Art. 179. A Gestão Participativa do Orçamento é
da população, para os quais serão exigidos estudos elemento fundamental de democratização da gestão
e relatórios de impacto ambiental e de vizinhança, nos pública, que se inscreve no âmbito da consolidação do
termos definidos por legislação específica. Estado de Direito, fortalecimento e ampliação dos direitos
civis.
§ 1.º Todos os documentos relativos ao tema da
audiência serão colocados à disposição de qualquer Art. 180. A Gestão Participativa do Orçamento
interessado para exame e extração de cópias, inclusive compreenderá um processo anual, coordenado pelo
por meio eletrônico, com antecedência mínima de 48 Conselho da Cidade, em que a participação popular