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PETER
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PSICONAUTA
(DOIS VOLUMES COMPLETOS)
PETER J. CARROLL
Segunda Edição
São Paulo
Penumbra Livros, 2019
SOBR E A EDIÇÃ O BRASILEIRA
Vinicius Ferreira
Editor
-
Vinicius Ferreira
Editor
d
PREFÁ CIO À PRIMEIRA EDIÇÃ O
r1.a;m [!(YE
[l.H ;t j ; ] ~
-
CONTEÚDO
Introdução 23
A Ordem e a Busca 25
Liber MMM 29
Controle da Mente 30
Magia 35
Sonhos 39
Liber Lux 45
Gnose 49
Evocação 53
Invocação 58
Libertação 63
Augoeides 66
Divinação 69
Encantamento 72
Liber Nox 75
Feitiçaria 79
O Duplo 81
Transmogrificação 84
Êxtase 86
Crença Aleatória 90
O Alfabeto do Desejo 95
O Milênio 107
LiberAOM 113
Etérica 115
Transubstanciação 117
A Caosfera 118
Aeônica 120
Reencarnação 121
IMAGENS
NOTA DO AUTOR
.. -
�
Egípcios
Babilônicos
Tantra
➔ Taoismo
� J-
Gnosticismo Sufismo
Cavaleiros ,,
Templários '
-1- - - .,
Hermetismo
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-
Alquimia ➔ Goécia Medieval �(
-1- J, --
i� John Dee
Rosacrucianismo � Francomaçonaria
-1- +
llluminati
da Baviera " .. Ordo Templi
Orientis
-1- +
'
Ordem Hermética ♦
da Aurora
Dourada
➔ Aleister Crowley -
,,
-1- --
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-
�
Zos Kia Cultus
Austin O. Spare Bruxaria Feitiçaria
--
,,
IOT
A ORD EM E A BUSCA
26
Este curso é um exercício das disciplinas de transe mágico, uma
forma de controle da mente similar à yoga, metamorfose pessoal e
das técnicas básicas da magia. O sucesso com essas técnicas é um
pré-requisito para qualquer progresso verdadeiro com o currículo
do iniciado no 3°.
Um diário mágico é a ferramenta mais essencial e poderosa do
magista. Ele deve ser grande o bastante para comportar uma página
inteira para cada dia. Os estudantes devem registrar o horário, dura-
ção e grau de sucesso de quaisquer práticas realizadas. Eles devem
tomar notas sobre fatores do ambiente que possam contribuir com
(ou atrapalhar) os trabalhos.
Aqueles que desejarem notificar a Ordem de sua intenção de
iniciar os trabalhos estão convidados a fazê-lo através dos editores.
LIBER NULL
CONTROLE DA MENTE
Imobilidade
Posicione o corpo em qualquer posição confortável e tente perma
necer nessa posição pelo maior tempo possível. Tente não piscar ou
mover a língua, os dedos ou qualquer parte do corpo em absoluto. Não
permita que a mente divague em longas linhas de raciocínio, apenas
observe-se passivamente. O que parecia ser uma posição confortável
pode tornar-se agonizante com o tempo, mas persista! Reserve algum
tempo diariamente para essa prática e aproveite qualquer oportuni
dade de inatividade que venha a surgir.
Registre os resultados no diário mágico. Não se deve ficar satisfeito
com menos de cinco minutos. Quando quinze tiverem sido conquis
tados, prossiga para a regularização da respiração.
Respiração
Permaneça tão imóvel quanto possível e comece a deliberadamente
fazer com que a respiração fique mais lenta e mais profunda. O ob
jetivo é usar toda a capacidade pulmonar, mas sem qualquer esforço
ou tensão muscular desnecessários. Os pulmões podem ser mantidos
vazios ou cheios entre exalações e inalações para prolongar o ciclo. O
mais importante é que a mente deve direcionar a totalidade de sua
atenção para o ciclo respiratório. Quando isso puder ser sustentado
por trinta minutos, prossiga para o não-pensamento.
Não-Pensamento
Os exercícios de imobilidade e respiração podem aprimorar a
saúde, mas não possuem valor intrínseco algum além de serem uma
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-
LIBER MMM
Os Transes Mágicos
Concentração em Objetos
31
LIBER NULL
Concentração em Sons
A parte da mente onde surgem os pensamentos verbais é passível
de ser controlada magicamente através da concentração em sons
imaginados mentalmente. Qualquer som simples de uma ou mais
sílabas é selecionado, como por exemplo Aum, Om, Abrahadabra, Yod
He Vau He, Aum Mani Padme Hum ou Zazas Zazas, Nasatanada Zazas.
O som escolhido é repetido de novo e de novo na mente, de forma a
bloquear todos os outros pensamentos. Não importa o quão inapro
priada a escolha do som possa parecer, você deve persistir com ela.
Em dado momento o som pode parecer repetir-se automaticamente,
e pode até mesmo ocorrer durante o sono. Esses são sinais positivos.
A concentração em sons é a chave para as palavras de poder e certas
formas de lançamento de feitiços.
Concentração em Imagens
A parte da mente da qual surgem pensamentos pictóricos é con
trolada magicamente pela concentração em imagens. Uma forma
simples, como um triângulo, círculo, quadrado, cruz ou crescente
é escolhida e mantida no olho da mente, sem distorção, pelo maior
tempo possível. Apenas os esforços mais determinados têm alguma
chance de fazer a forma imaginada persistir por qualquer período de
tempo. Inicialmente, a imagem deve ser buscada com os olhos fecha
dos. Com a prática, ela pode ser projetada sobre qualquer superfície
lisa. Essa técnica é a base do lançamento de sigilos e da criação de
formas-pensamento independentes.
Os três métodos de se obter transes mágicos só gerarão resultados
se perseguidos com a determinação mais fanática e mórbida. Essas
habilidades são altamente anormais e habitualmente inacessíveis à
consciência humana, posto que demandam uma concentração tão
inumana, mas as recompensas são enormes. No diário mágico, registr e
cada dia de trabalho formal e todas as oportunidades adicionais que
possam ter sido usadas. Nenhuma página deve ser deixada em branco.
32
............
LIBER MMM
Metamorfose
1) Gargalhada/Gargalhad a
2) Não-ligação/Não-desin teresse
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◄
LIBER NULL
34
-
LIBER MMM
MAGIA
35
LIBER NULL
o
o
Sigilos
O magista pode necessitar de algo que ele é incapaz de obter através
dos canais convencionais. É às vezes possível acarretar a coincidência
necessária através da intervenção direta da vontade, desde que isso
não coloque uma tensão grande demais no universo. O simples ato
de desejar raramente é eficaz, já que a vontade se envolve em diálogo
com a mente. Isso dilui a habilidade mágica de muitas formas. O de
sejo se torna parte do complexo do ego; a mente fica ansiosa com a
possibilidade de fracasso. Logo o desejo original se torna uma massa
de ideias conflitantes. Frequentemente os resultados desejados surgem
somente quando são esquecidos. Esse último fato é a chave para os
sigilos e a maior parte das formas de feitiços mágicos. Sigilos funcio
nam porque estimulam a vontade a trabalhar subconscientemente,
ignorando a mente.
Há três partes na operação de um sigilo. O sigilo é construído,
o sigilo se perde para a mente, o sigilo é carregado. Ao construir um
sigilo, o objetivo é produzir um glifo do desejo, estilizado de forma a
36
◄
L!BER MMM
I\JSHTOBANEC RM
s,
LETRAS ORGAN IZADAS
4s FORMANDO UM SIGILO
PICTÓRICO
SIGILO TERMINADO
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LIBER NULL
38
◄
LIBER MMM
SONHOS
39
-
AUGOEIDES
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LIBERTAÇÃO
INVOCAÇÃO EVOCAÇÃO
46
LIBER LUX
47
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LIBER LUX
GNOSE
49
◄
LIBER NULL
50
- ltBER LUX
51
◄
LIBER Nuu
52
◄
-
LIBER LUX
EVOCA ÇÃO
53
◄
LIBER NuLL
--
i
Figura 4. Criando um elemental pela combinação de símbolos apro
priados para formação de um sigilo.
54
LIB ER LUX
55
--
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LtBER LUX
57
LIBER NULL
INVOCAÇÃO
58
LIBER LUX
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~ ~~, tS vj
11:-~--111 n- ~ - - ;,21
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~ H) Sl m> ~
59
LIBER NULL
lo Hórus Hórus!
Hórus, vem a mim!
GEBURAZARPE!
Tu és eu, Hórus!
Eu sou tu, Hórus!
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-
LIBER LUX
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◄
-
LIBER LUX
LIBERTAÇÃO
64
◄
lt BER LUX
Bioesteticismo: O Corpo
Anatematização : Autodestruição
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LIBER NULL
AUGOEIDES
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LIBER LUX
67
◄
LIBER NULL
68
--
-
LIBER LUX
DIVINAÇÃO
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LIBER NULL
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LIBER LUX
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LIBER NULL
ENCANTAMENTO
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LIBER LUX
73
►
LIBER Nox
O DUPLO FEITIÇARIA
ALFABETO CREN ÇA
-----~---.,...----~
DO DESEJO ALEATÓRIA
TRANSMOGRIFICAÇÃO
◄
LIBER NOX
77
LIBER NULL
Era nada
disforme
sem qualidades
inominável
puro poder,
E ainda assim era tudo que eu tocava,
eu sou esta ilusão
e
eu não sou esta ilusão
Amém.
78
LIBER N OX
FEIT IÇAR IA
Feitiça ria é a arte de usar bases materi ais para obter transfo rma-
ções mágica s. A vantag em de usar tais bases materi ais é que o poder
que nelas reside pode ser amplia do ao longo de um períod o. Quatro
princip ais tipos de materi ais são usados . Aqueles que contêm reser-
vas de um tipo de poder em particu lar, tais como fetiches, talism ãs,
armad ilhas espirit uais e amule tos; aquele s que agem para levar algum
efeito ao seu alvo, como pós, filtros, imagen s de cera e cordas com nós;
aquele s que agem como base para recebe r impres sões divina tórias; e
aquele s que agem como âncora s para algum a forma etérea que pode
ser enviad a como uma arma mágica. Adicio nalmen te, sangue e sêmen
podem ser usados como fontes de força vital. Diversas outras secreç ões
e excreç ões corpor ais, como cabelo s, unhas , cuspe etc. podem ser
usadas para estabe lecer elos de ligação mágica com pessoa s alvejadas.
Talismãs, amule tos e fetiche s são carreg ados através de um pro-
cesso análog o à evocaç ão. Talismãs são norma lmente os recept áculos
de uma carga simple s que evoca força, corage m, riquez a, virilida de,
ausên cia de mente , sono ou algum a outra emoçã o ou estado d e
poder no seu possui dor quand o esse se concen tra nele. Se o talismã
for suficie nteme nte bem feito, contin uará a evocar seu efeito m esmo
quand o não estiver sendo usado para concen tração. A forma e a com-
posiçã o da base materi al devem sugeri r o efeito deseja do. Amule tos
são objeto s que contêm uma porção da força etérea e vital, com uma
tarefa em particu lar para realizar, e são semiss encien tes. Eles só po-
dem ser criado s p elas formas mais fortes de evocaç ão. São criado s
na forma de peque nos homen s ou criaturas e, dura nte a evocaç ão,
uma duplic ata etérea é coloca da de ntro da form a materi al. Estes
são mais comum ente feitos p ara proteg er lugare s e pessoa s dentro
de um raio limitad o de ação. Quand o tais coisas são criada s por um
grupo ou uma tribo de p essoas ao longo de um períod o de tempo , são
conhecidas como fetiches.
Qualq uer tipo de base m aterial é uma armadilha d e espírit o de
certa forma, mas algum as substâ ncias, notori amente cristais, absor-
vem impres sões etéreas muito facilmente. Cristais de quartzo, que são
grande s e facilm ente encon trados, podem ser usados para absorv er
impres sões ao serem deixad os próxim os a locais, pessoa s ou objeto s
carreg ados. Se for d escobe rto que um espírit o ou eleme nt nl h abita
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p
LIBER NOX
0 DUP LO
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LIBER NOX
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TRANSMOGRIFICAÇÃO
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LtBER NOX
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o
LIBER NULL
ÊXTASE
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llBER N OX
POSTURA
DA MORTE
CONGRESSO ~ C O NGRESSO
NORMAL ~ AUTOERÓT ICO
CONGRESSO
REVERSO, ANAL
OU ORAL
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LIBER NULL
88
-
LIBER N OX
novame nte se necessár io, novame nte e novame nte e novame nte, até
que a consciên cia deslize para o mundo das sombras . Na prática, o
corpo não pode estar nem cansado demais nem confortá vel demais,
para prevenir a inconsci ência do sono profund o. O corpo pode ser
incapaz de sustenta r muitos orgasmo s, particula rmente se masculin o.
Pode-se emprega r karezza, o encerram ento da excitaçã o próximo ao
orgasmo , mas aproxim ando-se dele repetida mente. A exaustã o do
desejo é um processo mágico que funciona com base no princípi o de
que eventos desejado s frequent emente parecem ocorrer após termos
esquecid o deles conscien temente . Isso ocorre pois a força vital age
então através das tensões etéreas inicialm ente criadas, mas das quais
não estamos mais cientes. Concent ra-se no desejo escolhid o em to-
das as fases da excitaçã o, descarga e consequ ência dessas formas de
congress o pelo tempo que for necessár io, até que a mente comece a
reagir contra ou ficar enjoada dele.
O desejo conscien te, ao invés de uma forma sigilizad a, deve ser
usado. Assim que a reação contra o desejo começar a se manifest ar,
todo ele deve ser banido da mente, forçando a atenção a se voltar a
outros assuntos . Anulado s o desejo conscien te e a reação, o desejo
manifest ar-se-á em algum moment o no futuro.
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◄
LIBER NULL
CRENÇA ALEATÓRIA
90
-
LIBER NOX
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◄
LIBER NULL
92
-
LIBER NOX
93
◄
LIBER NULL
coisa similar. Não há nada que não seja um presságio sobre algo mais
para aquele que tiver o discernimento para identificá-lo.
E através do conhecimento das semelhanças, qualquer coisa pode
ser afetada ao se realizar as ações necessárias sobre outra coisa que
pareça com ela. Os iguais se atraem, é o princípio da similaridade.
Os mais sábios são aqueles que conhecem as conexões mais pro
fundamente ocultas. Estes conseguem se lembrar do obscuro através
do ainda mais obscuro. Eles sabem quais sacrifícios devem ser feitos
para ajustar ou aplacar as essências das coisas. Moralidade é evitar
o infortúnio. Reencarna-se como a criatura mais reminiscente das
ações em vida.
94
LIB ER NOX
95
◄
LIBER NULL
Coagula Solve
Sexo (( ½ Morte
Amor � ô Ódio
Desejo 4 � Medo
Prazer 7 � Dor
Elação A � Depressão
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LIBER NOX
MORTE
Vllll)Xffi
OX3S
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LIBER NULL
2
Há ainda um alfabeto suplementar de quatro princípios que cobrem
as emoções somáticas das dualidades dor/prazer e depressão/elação.
SEXO (( / MOm
i
que possibilitam a reprodução e o crescimento são os mesmos que
causam o envelhecimento e a morte.
�f
seu propósito; a consciência escala novos picos de excitação e pode
*
alcançar algo inteiramente distinto.
DESTRUIÇÃO �/ LUXÚRIA
98
.
lrBER NOX
MEDO ~ / Zf DESEJO
Não será possível que nossas ilhas do tesouro tão desejadas fiquem
precisamente naquelas imagens de horror e repulsa que normalmente
rejeitamos?
~~ TERROR~ /U ALEGRIA i 2(
GLIFOS: POÇO NEGRO DO MEDO, PULAR PARA CIMA. PARA FORA
99
◄
f í(
LIBER NULL
1-/ � e 1f
mesmo imaginários.
�e AVERSÃO COBIÇA
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virtude. Isso danifica a constituição emocional. Ao negar a ira, per
de-se o êxtase do amor. Sede homens e mulheres de grandes paixões.
100
p
LIBE R NOX
GARGALHADA 0/ 0 GARGALHADA
101
b
..........
LIBER NULL
09 DESCONCEITUALIZAÇÃO
0� CONCEITUALIZAÇÃO
ê5
GLIFO: UM RECEPTÁCULO PARA A CONCEPÇÃO
0$ UNIÃO
1Ai
GLIFO: RAIOS DUPLOS ASCENDENTES CANCELANDO-SE MUTUAMENTE
102
>
LIBER NOX
ELAÇÃO DOR
~""A
PRAZER DEPRESSÃO
103
◄
LIBER NULL
DEPRESSÃO
C:S/ ELAÇÃO
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104
LIBER NOX
105
◄
LIBER NULL
\
106
►
0 MIL ÊN IO
A hum anid ade evol uiu ao long o de quat ro princ ipais estad os
de
consciência, e um quin to está no horiz onte . O prim eiro aeon
vem das
brumas do temp o. Era uma époc a de Xam anism o e Mag ia em
que os
governantes dos hom ens tinh am um dom ínio firm e sobr e as
força s
psíquicas. Essas forças conc edia m altas capa cida des de sobre
vivência
a hom ens fracos e nus vive ndo em com unhã o íntim a com os
perig os
de um amb iente hosti l. Essa form a de cons ciên cia deixou sua
marc a
nas diversas tradi ções secre tas de brux aria e feitiçaria. Ela tamb
ém
sobreviveu nas mão s de dive rsas cultu ras abor ígen es, nas quai
s os
poderes eram usad os para gara ntir conf ormi dade social.
O segu ndo aeon Pagã o surg iu com um estilo de vida mais assen
-
tado, quan do a agric ultur a e a vida na cida de com eçar am. Conf
orme
formas mais comp lexas de pens ame nto se estab elece ram e o
hom em
foi se dista ncian do da natu reza , o conh ecim ento das forças psíqu
icas
ficou confuso. Deus es, espír itos e supe rstiç ões errat icam ente
preen -
cheram as lacun as criad as pela perd a do conh ecim ento natu ral
e pela
expansão da cons ciênc ia da men te hum ana.
O terce iro aeon , do Mon oteís mo, surg iu dent ro das civilizaçõ
es
pagãs, elim inand o a antig a form a de cons ciênc ia. O expe rime
nto co-
meçou uma vez no Egito, mas fraca ssou . Ele veio de fato a acon
tecer
com o Juda ísmo e, mais tarde , com o Crist ianis mo e o Islã, que
foram
subprodutos daqu ele prim eiro. No Oriente, o Budismo foi a form
a que
ele assumiu. No aeon mon oteís ta os hom ens ador avam uma
form a
singular e ideal izada de si mesm os.
O aeon Ateís ta surg iu de dent ro da cultu ra mon oteís ta Ocid ental
e começou a se espa lhar pelo mun do, apes ar de o proc esso aind
a estar
longe de ser conc luído . É bem difer ente de uma simp les negação
das
ideias monoteístas. Ele cont ém as noçõ es positivas e radicais de
que 0
Universo pode ser com pree ndid o e man ipula do atrav és de cuid
ados a
observação do com port ame nto das coisa s mate riais . A exist ência
de
seres espirituais é cons idera da uma ques tão sem qual quer signi
ficado
real. Os hom ens enca ram suas expe riênc ias emoc ionai s com o
a únic a
base de significado.
Algumas cultu ras se man tiver am em um aeon enqu anto outra
s
seguiram em frent e, mas a maio ria nunc a se liber tou comp letam
en-
te dos resíd uos do pass ado. Dess a form a, a feitiç aria cont amin
ou
LIBER NULL
108
0 MILÊNIO
A Morte da Espiritualidade.
A Morte da Superstição.
Ideias sobre o lugar de uma pessoa na socieda de, seu papel, es-
tilo de vida e qualida des do ego perderã o importâ ncia conform e as
forças que mantêm a coesão da socieda de se desinte gram. Valores
subcult urais prolifer arão de forma tão exagera da que toda uma nova
classe de profissi onais surgirá para controlá -los. Esta Tecnolo gia de
Transm utação tratará de modas, de formas de ser. Consul tores de
estilo de vida tornar-s e-ão os novos sacerdo tes de nossas civilizações.
Eles serão os novos magista s.
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LIBER NULL
A Morte da Crença.
A Morte da Ideologia.
11 O
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LIBERAOM
ETÉRICA
ACAOSFERA
TRANSUBSTANCIAÇÃO
b,-
LIBER NULL
114
LIBER AOM
ETÉRICA
sua carga emocional, mais fácil é sua projeção. Como com todas as
coisas, é muito mais fácil criar efeitos destrutivos do que construtivos.
O adepto pode começar a fortalecer suas habilidades ao selecionar um
pequeno espécime vegetal e tentar fazer com que ele murche e seque
pela simples força de sua vontade. Quando este começar a sucumbir,
ele pode reverter a corrente de sua vontade e ressuscitá-lo novamen
te. Ele pode praticar contato telepático com diversas bestas, sendo
cães particularmente adequados a este propósito. Eventualmente ele
pode selecionar diversas pessoas ao seu redor e fazer com que elas se
levantem, sentem, movam e façam coisas em particular.
Um dos testes clássicos de habilidade psíquica é o poder de pro
jetar uma aura de invisibilidade subjetiva ao redor de si. Isso não
envolve qualquer alteração de propriedades ópticas, mas pessoas ao
redor de alguma forma são impedidas de perceber sua presença. A
habilidade complementar a essa é a projeção de uma aura de carisma
ou fascinação que pode ter aplicação na formação de cultos diversos
e seitas messiânicas. Esses poderes surgem de uma concentração
intensa, constante e semiconsciente sobre as características que se
deseja projetar.
116
--
LIBE RAO M
TR AN SU BS TA NC IAÇ ÃO
117
LIBER NULL
ACAOSFERA
118
◄
►
LIBER AOM
119
◄
LIBER NULL
AEÔNICA
120
••
LIBERAOM
REENCARNAÇÃO
O Rito Vermelho
Este rito só pode ser realizado por adeptos do sexo masculino,
sendo realizado quando o corpo do adepto se tornou muito envelhecido
ou danificado. O adepto seleciona uma fêmea jovem e forte e forma
uma poderosa ligação amorosa com ela. Ele a engravida e, durante os
primeiros estágios da gravidez, dentro dos dois primeiros meses, ele
voluntariamente encerra sua existência presente. Os poderes do adepto,
desenvolvidos em operações de viagem astral, unidos aos efeitos do
laço amoroso com a mãe, causam uma reencarnação no feto que se
desenvolve. Preparativos são feitos em avanço para a segurança da
fêmea e para a reeducação do mestre que reencarnará.
O Rito Negro
121
◄
LIBER NULL
O Rito Branco
Neste rito, obtém-se uma reencarnação integral, mas o corpo re
ceptor é um feto selecionado aleatoriamente pelo espírito que escapa
em fuga astral. Para que amigos, seguidores e discípulos sejam capazes
de localizar esta nova manifestação e garantir que ela receba a edu
cação mágica adequada, pode ser sábio levar consigo um marcador
etéreo. No momento da morte, algum sigilo emblemático da aspiração
mágica é fortemente visualizado. Depois ele pode se tornar aparente
para a percepção clarividente na constituição etérea da criança que se
desenvolve, ou servir para causar reconhecimento ou afinidade com o
símbolo, caso este seja encontrado acidentalmente na nova existência.
122
--
o
CONTEÚDO
Introdução 129
Magia do Novo Aeon 131
Experimentos Mágicos em Grupo 135
Níveis de Consciência 139
Combate Mágico 143
Os Ritos do Caos 147
A Missa do Caos 148
Iniciação 151
Exorcismo 154
Extrema-Unção 158
Ordenação 160
Tempo Mágico 161
Ouimiognose 165
Perspectivas Mágicas 169
Caos: O Segredo do Universo 171
Baphomet 174
O Censor Psíquico 180
O Demônio Choronzon 182
Xamanismo 187
Gnosticismo 191
Sacerdócio Oculto 195
Armas Mágicas 203
Paradigmas Mágicos 207
Anedotas 217
Catastrofismo e M agia 223
IMAGEN S
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.•i:t-::~~i..=:~·::ft.::.€~'..:!-~=..·~•.: :·f,~_:::-,·~;.:),,~- .. ~,-,
·.:;_•~·~r:.:•:·::·.:.~.-?.-~•:=:·:• .. ··•:•:-r-i ·· .
Uma antiga maldição chinesa diz: "Que você viva em tempos in-
teressantes". Desde a queda do Império Romano, em poucas ocasiões
houve tempos mais interessantes do que estes. Sempre que a história
se torna instável e os destinos estão na balança, magistas e messias
aparecem em toda parte. Nossa própria civilização entrou em uma
época de crise e agitação permanentes, e sofremos uma infestação
de magos. Eles se prestam a um objetivo histórico, pois espirituali-
dades alternativas proliferam sempre que uma sociedade atravessa
mudanças radicais, e uma cultura pode selecionar sua nova visão de
mundo dentre essas.
Cabe aos magos determinar como essa nova espiritualidade ma-
nifestar-se-á. A maioria acabará chorando na selva ou queimando na
fogueira de várias formas, mas uns poucos legarão à humanidade um
presente maior do que imaginam. Religiões monoteístas com hierar-
quias ortodoxas são, espiritual e intelectualmente, forças exauridas,
ainda que haja sempre batalhas sangrentas antes que elas terminem
por completo. A ciência nos concedeu poder e ideias, mas não a sa-
bedoria ou a responsabilidade para manuseá-los. O próximo grande
avanço da humanidade será no domínio psíquico. Há muitos sinais
promissores de que isso está começando a ocorrer. Nesse novo campo
de estudos, redescobriremos muito do conhecimento mágico que os
antigos xamãs possuíram no passado. É claro, esse conhecimento virá
sob diferentes roupagens e, em algum momento ampliará enormemente
o conhecimento desses xamãs.
Há um aspecto duplo sobre a mais importante obra mágica em
curso no momento. Primeiramente, é fundamental uma investigação
experimental das técnicas em si, em oposição ao simples simbolismo
mágico. Os métodos da magia são impressionantemente uniformes
ao longo da história e em diferentes culturas. É chegada a hora de
desenterrá-los e fazer com que eles funcionem. Em segundo lugar, é
essencial que se evolua aquilo que podemos chamar de espiritualidade
PSICONAUTA
da mágica. A mágica precisa ter seu próprio sabor, sua própria visão
de mundo e sua própria filosofia. Sempre houve uma tendência a
considerar a magia como uma arte antiquada. Todos os sistemas xa-
mânicos se consideram repositórios de apenas uma fração do poder
e do conhecimento que suas tradições já possuíram.
Parece que no passado a realidade era mais caótica e suscetível à
magia. Até mesmo a astrofísica e a biologia suportam a visão mítica.
Olhar para os objetos mais distantes nos céus é obter um vislumbre
dos primeiros eventos deste universo. Neles ocorrem eventos cataclís-
micos, de violência e estranheza inacreditáveis. Os registros fósseis
mostram que nosso próprio planeta em algum momento já tremeu
sob as patas de dragões enormes e totalmente improváveis. Parece
de fato que, conforme o universo envelhece, a matéria se toma mais
ordenada e sensível e a força da magia diminui. Isso certamente
parece ser verdadeiro considerando a relação entre magia e matéria.
Exceto pelo ocasional dobrador de ferro e pelos eventuais xamãs que
ainda insistem em andar sobre fogueiras, os poderes mágicos mais
grosseiros parecem estar diminuindo. Isso é, no entanto, apenas me-
tade da história. Uma mudança profunda ocorreu e a força mágica
agora se manifesta com cada vez mais força nos níveis psíquicos. A
criatividade da consciência se expandiu de forma tão incrível que a
totalidade das ideias humanas parece dobrar a cada década. A ciência
não causou isso; a ciência é um dos seus efeitos colaterais, assim como
as explosões em paralelo nos ramos da arte, música e criatividade em
geral. No nível mágico, os poderes psíquicos estão se tornando muito
mais acessíveis. Telepatia, clarividência e viagem astral só podiam
ser obtidos por poucos, a um grande custo e através de medidas
extremas. Agora, estão acessíveis a qualquer um que conte com uma
determinação moderada.
Os inícios da nova consciência psíquica adquiriram um sabor
claramente subversivo. A magia está se alinhando contra formas
opressivas da ordem em diversos campos. A magia se opõe à psiquia-
tria e à medicina, criadas para remendar os autômatos danificados e
mandá-los de volta para o sistema. Ao invés disso, ela prefere que os
indivíduos aprendam a tratar de suas próprias autodefesas mentais
e a cuidar de seus corpos com remédios mais suaves, como ervas. A
magia rejeita a política, que é apenas um desejo perverso que algumas
pessoas têm de dominar outras. Ela se distancia desta disputa de ma-
cacos e advoga, ao invés disso, a iluminação e emancipação pessoais,
que são as únicas verdadeiras salvaguardas para a liberdade. A magia é
anti-ideológica, pois os principais produtos de soluções ideológicas são
132
p
133
EXPERIMENTOS MÁGICOS
EM GRUPO
PSICONA UTA
136
►
137
NÍVE IS DE CON SCIÊ NCIA
140
NÍVEIS DE CONSCI ÊNCIA
que O eu não existe mais, e ela pode levar à obses são de que o objeto
da conce ntraçã o é a coisa supre ma do universo.
Magic amen te, Gnose é o estad o que mais facilm ente permi te que
a vonta de e a perce pção se esten dam e toque m realid ades além da
mente . O conte údo da gnose é bem meno s intere ssante do que o que
pode ser feito com ela. Obvia mente , é possível que algum a ativid ade
ocorr a em mais de um nível de consc iência . O nível robót ico, por
exemplo, conti nua a funcio nar duran te todos os mome ntos de cons-
ciência, excet o os mais arreb atado res, e parte s dele funci onam até
mesm o quand o em gnose . A maior ia dos estado s de transe e hipno se
parec em se enqua drar em algum lugar entre os níveis robót ico e de
sonho. Eu tenho minh as suspe itas de que parte s do nível dos sonho s
opera m sem nosso conhe cimen to enqua nto estam os despe rtos, da
mesm a forma que as estrel as contin uam a brilha r duran te o dia sem
que perce bamo s.
A maior ia das pesso as se identi ficari a com seus níveis robót icos
ou de consc iência , uns pouco s artist as e louco s podem se sentir mais
à vonta de no sonho , e os místic os locali zariam seu verda deiro ser no
nível gnóstico. De acord o com a persp ectiva mágica, nenhu m desse s é
verdadeiro. O Eu não é nada além do ponto em que a força vital amorf a
(ou Kia) toca a exper iência . Como a consc iência ocorr e some nte na
interf ace Kia/M ente, somo s incap azes de chega r à raiz do eu com
ideias. Para preen cher esta lacun a ou vácuo, ergue mos um Ego. O ego
é uma image m do Eu e Kia que const ruímo s pelo hábito . O Kia deve
ser capaz de se expre ssar em qualq uer nível, e estar igualm ente em
casa em todos ou nenhu m desse s estado s.
O treina mento mágic o é projet ado para abrir o negligenciado nível
do sonho , para provo car um exam e dos conte údos do nível robót ico e
adicionar a ele novos progr amas. Tamb ém deve ensin ar os métod os de
ligar ou deslig ar a consc iência à vonta de, de entra r no nível gnóst ico
e agir dentr o dele.
A vida huma na norma l é gasta oscilando entre os níveis inconsciente
e robótico, pontu ados por algun s mome ntos de sonho e consc iência .
O magis ta pode se esforç ar para estabe lecer uma nova oscila ção entre
sonho e consc iência , com excur sões ocasio nais aos níveis robót ico e
gnóstico por motiv os espec íficos .
141
COM BAT E MÁG ICO
144
COMBATE M ÁGICO
145
-
Os RITOS DO CAOS
PSICONAUTA
A MISSA DO CAO S
Este rito pode ser usado como um sacrame nto de invocaç ão para
trazer uma energia em particul ar para inspiraç ão, divinaç ão ou co-
munhão com domínio s específicos da consciê ncia. Pode ser realizado
como um ato de encanta mento no qual feitiços são projetad os para
modific ar a realidad e física. Também pode ser realizad o para consa-
grar instrum entos mágicos ou evocar entidad es para uso posterio r.
O rito consiste de um mínimo de seis partes: Prepara ção, Declara ção
de Intenção , Invocaç ão do Caos, Invocaç ão de Baphom et,Juram ento
e Encerra mento.
A prepara ção inclui a arrumaç ão do local, a criação de círculos e
triângulos, a colocaç ão de instrum entos e armas e a adminis tração de
quaisqu er elixires químico s ou botânic os que possam ser emprega dos
para aument ar a gnose. Rituais de banime nto, meditaç ão, danças em
círculos e outras formas de gnose prepara tória podem ser usados para
prepara r os particip antes.
A declaração de intenção deve ser formula da de forma tão simples,
forte e precisa quanto possível. Erguend o qualque r base materia l que
possa vir a ser usada no rito, o sacerdo te oficiante entoa as palavras "É
nossa vontade _ _ _ _ _", adiciona ndo qual seja o objetivo do rito.
A base materia l pode ser algum aliment o para posterio r consagr ação
e consum o. Pode ser um sigilo para lançame nto de um encanta mento
ou um talismã, amuleto ou fetiche para consagração. Na eventualidade
da base ser um elixir sexual, o sacerdo te ou sacerdo tisa ergue suas
mãos vazias, pois o sacrifício será de seu próprio corpo.
A Invocaç ão do Caos é realizad a por um encanta mento barbá-
rico proferid o em conjunt o com método s gnóstic os à escolha do
operado r. A crítica suprem a ao Caos é dada abaixo, em conjunt o
com uma traduçã o que é a mais precisa possível dentro da estrutur a
lógica primitiv a da língua portugu esa. Traçand o o sigilo do Caos no
ar sobre o círculo e assistido pela visualiz ação do mesmo pelos seus
assisten tes, o sacerdo te começa :
148
p;>
O s R1To s oo CAo s
A Invocação de Baphomet
149
PSICO NAUTA
150
O s R1To s oo CAos
INICIAÇÃ O
151
PSIC O NAUT A
o e um a reflexão sobre
um a sobrevivência secular dos ritos de iniciaçã
a con tinu am ent e sobre
a pia da cós mic a gen era liza da que é con tad
aeo ns pas sad os, essa
tod as as nos sas exis tênc ias par ticu lare s. Em
por alg um a espécie de
exp eriê nci a era cos tum eira me nte cau sad a
iações disso - hipnose,
mo rte e ressurreição simulados. Há mu itas var
ta vulnerabilidade po-
alucinógenos ou redução tem por ária à com ple
itação ext átic a levando
dem ser usados. Terror, privação física ou exc
com cer ta prudência.
ao colapso pod em ser empregados, des de que
tes tar hab ilid ade s
Ord álio s pod em tam bém ser cria dos par a
inação. Pode-se pedir
específicas, c~mo por exemplo o pod er da div
ina do objeto que se lhe
que o candidato relate a história de um det erm
ele conjure um penta-
apresenta. Pode-se, alternativamente, ped ir que
aos demais presentes.
grama com força suficiente par a que seja visível
r um a fórmula exata
Embora não seja desejável nem possível fornece
s gerais é apresentado
par a a iniciação, um resumo de alguns mét odo
álios:
abaixo. Primeiramente, alguns exemplos de Ord
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p
Os RITOS DO CAOS
153
bs
◄
PSICONAUTA
EXORCISMO
154
'I
Os Rtros oo CAos
155
Ili
PSICONAUTA
156
Os RITOS DO CAos
157
PSICON AUTA
As força s orgân icas que levam um ser à exist ência física irão,
inevitavelmente, retirá-lo da exist ência em algum temp o futuro. Não
é
possível nem desejável evita r que isso ocor ra mais cedo ou mais tarde
.
A mort e é uma pré-c ondiç ão da vida. Sem a mort e, a vida hum ana
não seria mais huma na. A mort e pode ser uma gran de inicia ção ou
uma catás trofe aleat ória na qual os fruto s de uma enca rnaçã o são
ampl amen te gastos.
Na mort e, há três parte s de um ser a se cons idera r: seu Kia, seu
corp o etére o e seu corpo físico. O últim o degr adar- se-á de diversas
form as, depe nden do das supe rstiçõ es pavo rosas a respe ito de seu
enca minh amen to em uma cultu ra em parti cular . Apen as religiões
verd adeir amen te teme ntes à mort e dese nvol veram hábi tos revol
-
tante s de enter ros em caixa s selad as ou emba lsam amen to. No curso
norm al dos eventos, o corpo etére o come ça a se degr adar confo rme
o corp o físico come ça a se desin tegra r. Esse corp o etére o, às vezes
conh ecido como a alma , cont ém uma imag em do corp o e algum as
de suas mem órias mais pode rosas . Se a mort e ocor rer de form
a
emoc ional ment e muit o carre gada , o etére o tamb ém pode conte
r
uma mem ória dessa expe riênc ia. O desin tegra r do etére o às vezes
dá orige m a todos os tipos de expe riênc ia nos mori bund os; cada um
pode visita r breve ment e o paraí so ou o infer no de suas expec tativa
s.
O etére o pode apare cer como um fanta sma e parte s dele pode m
se
vincu lar a locais, objet os ou - raram ente - outra s pesso as. Em geral,
no entan to, ele costu ma se dissi par no pano de fund o etére o após
algun s dias. O Kia é desti nado a ser reabs orvid o pela reser va de força
vital deste mund o, que se faz conh ecer a nós como Baph omet . Para
o
místi co, essa expe riênc ia é a Uniã o com Deus . Para feiticeiro, é ser
O
Devo rado pelo Diab o, e ele busc a delib erad amen te evita r que isso
ocorr a. O magi sta, por outro lado, pode decid ir se dese ja prese rvar
sua cons ciênc ia indiv idual ou não. Abso rção em Baph omet explo de
o
Kia em fragm entos infin itesim ais, dos quais novo s Kias form ar-se -ão
para habit ar novos seres. Por meio s mági cos, é possí vel fazer com que
o Kia reenc arne inteiro, sem perd er sua integ ridad e. Tal reenc arnaç
ão
será incon scien te e mem ória algum a será prese rvada . Outr as técni cas
158
Os RITOS DO CAOS
perm item que o Kia carre gue consigo uma parte do etére o e, neste
caso, algum as das princ ipais lições e mem órias de uma enca rnaçã o
pode m ser prese rvada s para a próxima.
O magi sta preci sa decid ir por conta próp ria qual curso de ação
ele toma rá para sua próp ria alma. Quan do prese nciar ou logo após
a mort e de qualq uer criatu ra, o magi sta tem a oport unida de de agir
como psico pomp o, o guia das alma s através do outro mund o.
Instr uçõe s e enco rajam ento pode m ser dado s verba lmen te ao
moribundo, mas no caso deste se enco ntrar coma toso, mort o ou per-
tencer a outra raça ou espécie, o magi sta terá que depe nder apen as
de visualização telep ática para trans mitir sua mensagem. Os ponto s
essenciais, que pode m ser afirm ados de qualq uer forma que o candi -
dato prova velm ente comp reend a, são estes:
159
PSIC ONAU TA
OR DE NA ÇÃ O
160
TE MP O MÁ GIC O
ataq ue tam bém prec isa ser exe cuta do em uma situ
0
ação de menos
energia. A exce ção a isso, é claro, são mul here s que
men stru am nessa
épo ca. Por esse motivo, mui tos sist ema s relig ioso s
e mág icos tend em
a tem er O pod er das mul here s ness a épo ca, afas tand
o-as de tem plos e
de inte rcur so com hom ens. Por outr o lado , algu mas
orde ns mágicas
arca nas e secr etas enc oraj am o uso dos pod eres extr
apsí quic os das
mul here s qua ndo a men stru ação oco rre na lua che
ia ou nova, para 0
bem e para o mal, resp ecti vam ente . Con trac epti vos
orai s atua lme nte
ofer ecem uma form a sim ples de obte r sinc roni zaçã
o com qua lque r
uma das fases da lua, con form e dese jado .
Sobre o tem a geral da esco lha do tem po de qua lque
r ato mágico,
é válido nota r que o mel hor mom ento par a real izar
qua lque r magia
para afet ar terc eiro s é às qua tro da man hã no horá
rio local. Essa é a
hor a em que o corp o e a men te estã o em seu níve
l fisiológico mais
baixo. É a hora dos sonhos, a hora em que nasc e a mai
oria das pessoas,
e qua ndo a mai oria mor rerá .
O ciclo anu al das esta çõe s em latit ude s tem pera das
exerce efeito
psíq uico con side ráve l atra vés da açã o da vida veg
etal e anim al. Os
ritm os anu ais de sexo, cres cim ento , mor te e apo drec
ime nto cria m
um a corr ente psíq uica corr esp ond ente que pod
e prov ave lme nte
explicar a mai or part e da astr olog ia liga da a sign os
sola res, além de
facilitar diversos tipos de mag ia em cert as épo cas. Ene
rgias primaveris
auxiliam em trab alho s benéficos, com o cura , amo r e
fertilidade, sendo
realizados por volt a da Véspera de Maio, 30 de abri r.
Energias outonais
ajud am com trab alho s de nec rom anc ia, mor te e escu
ridã o, e pod em
ser real izad as por volt a do Dia de Tod os os San tos,
31 de outu bro.
A qua lida de da radi ação sola r é peri odic ame nte atra
palh ada pela
pres enç a de man cha s solares. Esses são vórt ices mag
néti cos inte nsos
que se mov em pela superfície do sol e cos tum am apa
rece r em grandes
qua ntid ades a cad a onze anos. Eles pare cem mai s escu
ros pois são mais
frios do que o rest o da superfície dess a furi osa forn alha
termonuclear.
Os ime nso s cam pos ener géti cos asso ciad os às man
cha s sola res são
men surá veis daq ui da terr a e nor mal men te afet am
com unic açõ es
de rádio. Man cha s sola res têm efeitos imprevisíve
is sob re a terr a; as ·
máx ima s de man cha s solares são gera lme nte asso ciad
as a agitações e
desa stre s nos assu ntos dos hom ens. Eventos nor mal
men te se encami-
nha m para uma fase críti ca e gran des mud anç as com
eçam . O cenário
* N.E.: O auto r opto u por indic ar a data, e não um dos
nom es dado s a essa festividade.
No hemisfério sul, as datas da cham ada Roda do Ano
são opos tas às do hemisfério norte.
Por isso os festivais celebrados em abril /mai o no hemi
sféri o nort e são celebrados em
outu bro/n ovem bro no hemisfério sul, e vice versa.
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►
TEMPO MÁGICO
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0UIMIOGNOSE
AVISO IMPORTANTE
PSICONAUTA
166
ÜUIMIOGN OSE
• N.T.: O autor usa a palavra toadstool, um nome genérico usado na língua inglesa
para designar cogumelos não comestíveis com o clássico formato de chapéu. Toadstool
significa, literalmen te, banco de sapo.
167
PSICONAU TA
Nota: Todas as drogas são venenos e as substâ ncias previa m ente m encionad as são
capazes de agir como toxinas letais. Com muitos psicoativ os naturais, a diferença entre
dosagem fatal e meramen te psicoativ a é impossível de se determin ar por métodos ama-
dores. Essas técnicas são mencionadas apenas em considera ção à completu de histórica.
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-
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PERSPECTIVAS MÁGICAS
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b
11111111
PSICONAUTA
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PERSPECTIVA S MÁGICAS
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◄
PSICO NAUTA
8AP HOM ET
"O que é Deus? ", pode mos pergu ntar, já que a pergu nta vem
obcec ando nossa espéc ie desde que ela inven tou essa noção . A per-
gunta virou outra coisa comp letam ente difere nte desde a invenção do
telesc ópio. Se a terra fosse reduz ida ao taman ho de um grão de areia,
o unive rso conti nuari a sendo inima ginav elmen te vasto , na mesm a
escala. Os objeto s obser vávei s mais distan tes ainda estari am a uma
enorm e distân cia, não metro s nem quilô metro s, mas pelo meno s
milha res de bilhõe s de quilôm etros. Nosso mund o, um grão de areia
em mil bilhõe s de quilôm etros de espaço. É altam ente improvável que
o que quer que crie nessa escala tenha um intere sse pesso al no que
come mos no café da manh ã.
Como espécie, só come çamo s a forma r teoria s preten siosas sobre
deuse s cósm icos quand o mistu ramo s nossa própr ia psico logia me-
galom aníac a com os vestíg ios do conhe cimen to xamâ nico. O Deus
mono teísta é apena s uma versã o ampli ada de uma image m ideali zada
de nós mesmos, nossos pais ou nosso s reis. A persp ectiva do telescópio
agora indic a que essa ideia era infan tilme nte peque na. Não é de se
admi rar que a Inqui sição tenha queim ados astrôn omos . No entan to,
antes de come ter os erros mono teísta s, nossa espéc ie alcan çou uma
aprec iação sofist icada da estru tura psíqu ica de nosso canti nho do
universo. No prime iro aeon Xamânico, o home m recon hecia o espírito
que anima va os seres vivos. Esse era frequ entem ente repre senta do
como um Deus Cornu do, um home m com chifres. Era uma força sem
mora lidad e, e impos sível de se barga nhar ou aplac ar. No entan to,
atrav és de sua aprec iação , de obser vação cuida dosa, medi tação e
treina mento , era possível obter uma vanta gem psíqu ica para si e para
sua tribo em um ambie nte hostil. Essas antiga s habil idade s psíquicas,
em conju nto com uma alta inteligência, rapid amen te fizera m com que
os fraco tes huma nos se torna ssem a espéc ie mais bem- suced ida em
todo o plane ta. A força que possib ilitou isso era simbo lizada universal-
ment e como o Deus Cornu do. Cornu do porqu e cedia certo s poder es
sobre os anima is, e um home m cornu do pois repre senta va algo mais
que os home ns poder iam adqui rir. Os chifre s duplo s simbo lizam a
natur eza bipol ar de uma força que era ao mesm o temp o boa e má,
clara e escur a, bela e terrível. Além disso, a imag em do Deus Cornu do
dá uma impre ssão da incrív el e temív el natur eza desse tipo de poder .
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d
r
PERSPECTIVAS MÁGICAS
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<
PSICO NAUTA
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PERSPECTIVAS MÁGICAS
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e
PSICO NAUTA
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·---- PERSPECTIVAS MÁGICAS
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PSICONA UTA
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P ERSPECTIVAS M ÁG ICAS
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PSICONAUTA
Q DEMÔNIO CHORONZON
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PERSPECTIVAS MÁGICAS
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PSICONAUTA
184
PERSPECTIVAS M ÁGICAS
Há, talvez, apenas duas coisas que se possa fazer para invocar o
verdadeiro SAG ou Kia. Primeiram ente, o ego pode ser colocado em
seu lugar ao deliberad amente buscar união com qualquer coisa que
se rejeite. Em segundo lugar, a força vital divina, Kia, pode ser sentida
como a raiz de todos os atos de consciência, magia e gênio, ao realizar
uma série de ações tão diversa e extensa quanto for possível.
Invoque amiúde, como disse o oráculo.
E bana Choronzo n sempre que ele se manifestar.
185
XAMANISMO
xamân icos são tão difíceis de se domin ar que uma tradiç ão exige um
influxo contín uo de talento s apena s para evitar que ela mesm a se
degene re. Por esse motivo, xamãs norma lment e descre vem suas tra-
dições como origin adas de glórias passad as. Apena s ocasio nalme nte
um pratic ante eventu al é capaz de conqu istar novam ente alguns dos
podere s mais lendár ios.
É centra l para o xaman ismo a percep ção de um outro mundo ou
uma série de outros mundo s. Esse tipo de dimen são astral ou etérea
conten do divers as entida des e forças podero sas, permi te que efeitos'
reais sejam ocasio nados neste mundo . A alma do xamã viaja através
desta dimen são enqua nto em um transe extáti co ou induzi do por
drogas. A jornad a pode ser empre endida em busca de conhec imen-
tos divina tórios, para curar doenç as, golpea r inimig os ou encon trar
anima is de caça.
Possív eis novos xamãs são norma lment e seleci onado s dentre
aquele s com uma dispos ição nervos a. Eles podem ser design ados a
recebe r instruç ão xamân ica ou condu zidos por um poder presen te na
cultur a xamân ica. A iniciaç ão invoca uma jornad a ao outro mundo,
um encon tro com espírit os e uma experi ência de morte e ressurreição.
Na experi ência de morte e ressurr eição, o candid ato tem uma visão de
seu corpo sendo desme mbrad o, comum ente por seres fantás ticos ou
espírit os anima is, e sendo então recom posto a partir dos destroç os.
O novo corpo invaria velme nte contém uma parte adicio nal, frequen-
temen te descri ta como um osso adicio nal ou uma inclus ão de pedras
mágic as de quartz o ou, às vezes, um espírit o anima l. Esta experi ência
simbo liza grafic ament e o local do campo de força etérea dentro do
corpo ou o acrésc imo de divers os poder es adicio nais a esse.
Na maiori a dos sistem as xamân icos, essa força etérea é exalad a
atravé s da região umbili cal, para magia s de curto alcanc e, embor a
també m possa ser enviad a atravé s dos olhos ou das mãos. É o mesmo
que Chi, Ki, Kunda lini ou aura.
A tradiçã o xamân ica expõe uma gama compl eta de temas mági-
cos. Exorci smo e cura são as princi pais habili dades compa rtilhad as
com a comun idade, e esses são norma lment e realiza dos em transe
e estado s extátic os, duran te os quais uma jornad a ao outro mundo
é feita em busca de uma cura. Ataqu e mágic o e proteç ão podem se~
realiza dos para cliente s, e os xamãs lutam freque nteme nte entre s1
por suprem acia, norma lment e assum indo suas forma s anima is do
outro mundo com esse objetiv o.
Algun s xamãs cultiva m enorm e contro le fisioló gico, com O qual
.
s1st
re em a extrem os de calor, frio e dor. Camin hadas sobre o fogo, n~
188
XAMAN IS MO
quais o calor feroz é magic ament e imped ido de queim ar a carne, são
um aspect o muito comum dessa tradiçã o e ocorre m em todo o mundo .
O congre sso com o mundo dos espírit os é extens o e inclui diver-
sos espírit os da nature za, entida des e servid ores anima is e vegeta is,
as sombr as dos .m ortos,. entida des sexuai s como íncubo s e súcub os
e, norma lmente , um deus carnud o, mesn10 em terras sem anima is
chifrud os. A saída para o outro mundo é feita atravé s de portõe s que
colide m perigo samen te, sendo compa rável ao concei to moder no do
Abism o. Sonho s e transe s são -m étodos impor tantes de obter acesso
ao outro mundo .•
Ferram entas xamân icas são altame nte variad as, mas norma lmen-
te inclue m um dispos itivo para fazer barulh o, como um tambo r ou
chocal ho de cobra, para chama r espírit os e induzi r transe, assim como
vários objeto s de poder, sendo cristai s de quartz o os mais comun s.
As tradiç ões extrao rdinár ias do xaman ismo são o fio condu tor de
todos os sistem as oculto s, e é para o xaman ismo que devem os olhar
se deseja rmos recolh er as peças da magia , a ciênci a mais antiga do
homem , e voltar a usá-las .
189
GNOSTICISMO
192
GNOSTICIS MO
de animal. É tida como respons ável pela criação dos seres materia is,
nos quais a realidad e definiti va então condes cendeu em soprar uma
fagulha vital. Barbeio é conhec ida por nós como Babalon ou Nuit, a
grande mãe estelar na qual se deve buscar reabsor ção para penetra r
no mais elevado mistério . Ialdabo ath era mais uma manifes tação do
ubíquo deus carnud o conhec ido pelos Templá rios como Baphom et e
pelos Cristão s como o Diabo. A força dracon iana aparece em alguns
sistema s Gnóstic os como a serpent e do mundo ou Leviatã , circun-
dando o univers o e morden do sua própria cauda.
As atitude s dos Gnóstic os a respeito da vida materia l - embora
aparent emente contrad itórias - são consequ ência direta de sua Gnose
e de suas especul ações cósmica s. Tendo experim entado a fagulha do
infinito dentro de si, eles percebe ram que não poderia m ser tocados
por nada e, portant o, eram livres para fazer absolut amente qualque r
coisa. Alguns conside ravam formas específicas de atividad e mais pro-
váveis de obscure cer a fagulha vital; e outras formas mais prováveis de
libertá- la. Alguns eram libertin os, outros ascetas - eles normal mente
escolhia m ser o oposto dos costum es sociais predom inantes. O mundo
materia l era conside rado inteiram ente mau, corrom pido e imperfeito.
Isso se dava princip almente por causa de sua óbvia imperm anência .
Apenas a fagulha vital era imortal e reencar naria até que alcança sse
união com o infinito , ou no fim do univers o ou ao se libertar neste
meio tempo. Essa era, resumid amente , a visão Gnóstic a da realidade.
O Gnostic ismo nunca foi uma religião organiz ada, mas existia como
uma série de cultos elitista s comand ados por notávei s tais como
Simão, o Mago, o filósofo Valenti m e Apolônio de Tiana.
Cada professor difundia sua gnose pela palavra falada, envelopando
a mensag em em uma forma adequa da à estrutu ra local de crenças ,
adaptan do práticas gnóstic as às necessi dades locais. Adicionalmente,
muito foi escrito, em parte para lembra r profess ores em particu lar
do que eles haviam ensinad o; e também para semear confusã o e dis-
córdia entre as fileiras das princip ais religiões organiz adas da época
- Cristian ismo e Judaísm o. Diverso s trechos alternat ivos da Bíblia
foram produz idos para refletir alguma s importa ntes especul ações
gnóstic as. Em primeir o lugar, o Deus Yahweh do Velho Testam ento
era visto como um velho tolo, senil e pervers o, focado em persegu ir
a humani dade, enquan to a serpent e (que dava o conheci mento) era
vista como amiga da humani dade. Em segundo lugar, Jesus era visto
como um verdade iro mensag eiro do infinito, mas sua crucificação era
conside rada insignif icante. Apenas sua mensag em de amor e o poder
acima eram conside rados importa ntes.
193
PSIC O NAU TA
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SACERDÓC IO OCULTO
Engenharia Emocional
Significado
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SACERDÓC IO OCULTO
vida eterna, sim ou não, destrui ria por comple to qualque r signific ado
nessas ideias. Se a crença em paraíso ou inferno eterno fosse irrefutá -
vel, sem alternat ivas, não haveria razão para se preocu par com nada.
A razão é, portan to, destrui dora de signific ado quando busca
respost as incondi cionais e absolut as. Nesse context o, é provave lmente
mais pruden te impedi r o suicida e pergun tar se a razão não é de certa
forma incomp atível com a naturez a da existên cia.
O místico ascétic o e o magista adotam postura s diferen tes sobre
suas respect ivas existên cias. O místico ascétic o conceb e uma vasta
diferen ça entre o materia l e o espiritu al. Ele então tenta extrair sig-
nificado do materia l, para que possa agregá- lo ao espiritu al. Extrair
signific ado do materia l parece um exercíc io bizarro , mas há nele uma
lógica intrínse ca. Ele busca indifere nça ao sexo, indifere nça à fome, ao
prazer e à dor; indifere nça a tudo que motiva os homens normai s. Em
troca, todo um mundo do que ele conside ra experiê ncias espiritu ais
se abre diante dele. Seus sonhos , seus atos de devoçã o e seus pensa-
mentos interno s passam a ser carrega dos de signific ado.
Para aqueles que criam ou creem em religiões, é necessá rio erguer
conceit os em uma escala cósmic a para prover uma fonte de referên -
cia e signific ado. Invaria velmen te, o princíp io mais elevado deve ser
paradox al ou conter alguma dualida de. O princíp io definiti vo deve, na
verdade , consist ir de dois princíp ios opostos , ou deve haver alguma
espécie de queda do definiti vo. Os parado xos da religião são inques-
tionáve is e podem ser interpr etados soment e em bases hierárq uicas.
Religiões são inatam ente repress ivas e conserv adoras. Soment e heresia
e cismas permit em qualqu er evoluçã o de ideias. Muito do signific ado
na religião deriva de relaçõe s de autorid ade e obediên cia; portant o,
religiõe s existem somen te como um fenôme no social. Religiões priva-
das inevita velmen te evolue m para mistici smo ou magia, e estes têm
uma tendên cia a evoluir para novas religiõe s.
O magist a não conceb e um precipí cio tão imenso entre espírito e
matéria . Para ele, ambos são partes da mesma coisa; e ele não exalta
nenhum dos dois acima do outro. Ele não rejeita parte alguma de sua
experiê ncia. O magista vive em um contínu o que começa com o sublime
e inefáve l Tao/De us/Cao s, passan do pelos misteri osos e sutis Éteres,
até o incríve l e estranh o mundo materia l. Para o magist a, qualqu er
fragme nto de conhec imento , qualqu er novo poder, qualqu er oportu -
nidade de ilumin ação é válida por si só. A única coisa abnega da nessa
incríve l existên cia é o fracass o em enfren tar alguma parte dela. Para
ser capaz de operar em todas as esferas , o magist a deve domina r a arte
de agir sem crença ou ser capaz de investi r crença tempor ariame nte
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PStCONAUTA
Intercessão
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d
SACERDÓCIO OCULTO
Morte
Estrutura Social
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PSICO NAUTA
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SACERD ÓCIO OCULTO
existê ncia de elites e mant er segre dos são, em si, atos de obedi ência .
Fazer parte de uma elite e ter um grau de mega loma nia estão entre as
licenç as que lídere s pode m confe rir aos segui dores . Para isso, muito s
cultos reforç am sua ident idade coleti va com padrõ es de vestim enta e
comp ortam ento e com todos os tipos de paten tes, insígn ias e rótulo s.
Estes frequ entem ente passa m a ter tanta impo rtânc ia quant o as ver-
dadei ras ativid ades do culto. As pesso as são facilm ente ludib riada s a
aceita r uma partic ipaçã o em um grupo grand e em detrim ment o de
seu cresc iment o pesso al.
As ativid ades dos culto s parec em press upor um alto grau de ci-
nismo entre seus lídere s. Esse raram ente é o caso. A maior ia engol iu
comp letam ente suas própr ias menti ras e engan ações , ou as racion aliza
em termo s de uma causa ainda mais eleva da. Como result ado, suas
obses sões arden tes os equip am com um certo carism a que incen deia
seus olhos e inflam a suas falas. E qual é o result ado final de toda essa
ativid ade dos cultos ?
No fim das conta s, um culto se torna uma instit uição inofen siva
ou se torna progr essiv amen te mais extre mista , até que o estad o
decid a esmag á-lo. Uma Ordem Mági ca genuí na deve estar engaj ada
em guerr ilha psico lógica contr a todos os cultos e religiões negro s, in-
cluind o as filosofias mater ialista s. Em um desse s cultos , todo home m
é seu própr io sacer dote. Qualq uer memb ro tem o direit o de ensin ar a
qualq uer outro memb ro qualq uer coisa que saiba. Nenh um memb ro
tem o direit o de dema ndar segre dos da Ordem , excet o o segre do de
sua própr ia identi dade, se ele assim desejar.
Ao contr ário de cultos e religiões, uma Ordem genuí na não ad-
mitirá pesso as apena s para aume ntar seus núme ros. A vitali dade só
pode ser mant ida pelo contr ole de qualid ade na entrad a. Qualq uer
hierar quia que emerj a dentr o de uma Ordem será um reflexo de ha-
bilida des demo nstráv eis. Tenta tivas de usar os divers os truqu es de
professor enum erado s nesta seção serão imedi atame nte identi ficada s
e ridicu lariza das. Só há uma justif icativ a para a existê ncia de uma
Ordem Mágic a genuí na - habili tar indiví duos a assum ir o contr ole de
suas própr ias espiri tualid ades. E esse é um objetivo basta nte heroic o
e perigoso. Fique atento para a Batid a Policial.
201
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ARMAS MÁGICAS
PSICO NAUTA
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d
ARMAS MÁGICAS
205
PARA DIGM AS MÁG ICOS
jogar isso pela janela. A ciên cia pod e pro n~a men
te de? 1on stra r a ocor-
rên cia da açã o à dist ânc ia em nos sa real idad e
con side rad a com um,
tan to pel a gra vid ade e pelo mag n~t ism o ~u~ nto
p~l a dist orç ão no
esp aço /tem po. Na magia, essa real idad e nao e
con side rad a comum.
Na mag ia, isso é cha mad o de sinc ron icid ade . Um
eve nto men tal, uma
per cep ção ou um ato de von tad e oco rre ao me
smo tem po (sincro-
nam ente ) que um eve nto no mu ndo mat eria l.
A ciên cia não nega a
pos sibi lida de de que info rma ção pur a seja tran
smi tida de um lugar
a outro; na verdade, o Princípio do Em ara nha men
to Quâ ntic o exige
que isso seja possível. É claro, isso sem pre pod e
ser just ific ado como
coincidência, mas a maioria dos mag ista s ficariam
bas tan te satisfeitos
com a hab ilid ade de pro vide ncia r coin cidê ncia
s. Os seis paradigmas
a seguir bus cam explicar o fun cion ame nto dos
mec anis mos .
O Paradigma Ca oe tér eo
208
PARADIG MAS MÁGICO S
Manipulação da Probabilidade
Esta é uma versã o muito mais mode sta e muito meno s cosmi ca-
mente preten siosa do prime iro parad igma. Há um ponto em algum
lugar na gênes e de qualq uer event o no qual sua realid ade futura é
incert a. O unive rso não é uma estru tura mecâ nica autom ática; há
um nível de desor ganiz ação dentr o do qual o própr io unive rso não
sabe o que está preste s a fazer. A inform ação não é previsível, mesm o
nos própr ios event os. Por mais bizarr o que pareç a, há inclusive uma
formu lação matem ática precis a dos limite s dessa desor ganiz ação, o
Princípio da Incer teza de Heise nberg . Event os na mente certam ente
desfru tam de uma qualid ade simila r: são imprevisíveis e surge m sem
causa apare nte. Há suspe itas, inclus ive entre cienti stas, de que há
uma variável oculta que faz com que o event o se mater ialize de uma
forma em partic ular, dentr e divers as possib ilidad es. Suspe ita-se que
essa variável ocult a seja consc iência ou inform ação. A consc iência ,
então , pode estar contr oland o como os event os indete rmina dos de
fato mater ializa r-se-ã o. Arma do com essa ideia e aplica ndo sua magia
sobre o ponto crítico, o magis ta pode engen drar algum as coinci dência s
impre ssiona ntes.
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PstCONAUTA
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111111
PARADIGMAS MÁGICOS
O Universo Holográfico
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PSICO NAUTA
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PARADIGMAS MÁGICOS
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PSICO NAUTA
20
3D
10
•
LINHA TRIÂNGUlO
PONTO
4D 5D
TETRAEDRO ?
SIMILARMENTE:
•
PONTO LINHA SUPERFICIE
SÓLIDO !?!
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PARADIGMAS MÁGICOS
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PSICON AUTA
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ANEDOTAS
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d
ANEDOTAS
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PSICONAUTA
comp letam ente lúcido e razoável, tentan do conve rsar para sair da-
quela situaç ão, fazend o todo o sentid o e com lógica impecável, corn
as respos tas emoci onais corret as. Nesse ponto , encerr ei a cena e tirei
nós dois daque la câmar a sufoca nte. Ron ficou norma l por mais vinte
minut os, duran te os quais ele tentou decidi r como iria recons truir
sua vida. Quand o esses minut os estava m termin ando, ele começou
a escor regar de volta a seu modo insan o, e quand o subita mente
decidi u sair, já estava comp letam ente louco novam ente. Meu maior
arrepe ndime nto foi não ter os recurs os para detê-l o e tentar fazer
algo mais por ele. Como dizem os curand eiros, um home m com uma
doenç a na cabeç a pode ser ajudad o, mas um home m com uma "alma
ruim", ou seja, um caso menta l de longa data, norma lment e se mostra
intratá vel. Eu só voltei a ver Ron rapida mente mais uma vez, depois
dos psiqui atras terem dado um jeito nele, e ele parec ia um repolho.
Resta a espera nça de que fossem apena s sedati vos.
Por volta dessa época , tive meus prime iros sucess os com a postura
da morte de Spare. Depoi s de alguns meses de prátic a, subita mente
entrei em um estran ho estado de êxtase , no qual me emoci onei mais
do que poder ia imagi nar, e que parec ia ser o portal para certas ex-
periên cias mágicas. Me vi flutua ndo como um ponto de consciência
comp letam ente fora do meu corpo, e fui capaz de exami nar a bola de
força ectopl ásmic a que cada um de nós conté m no plexo solar.
Minha capac idade de ter furiosos ataque s de cólera se reafirmava
quand o a situaç ão se complicava. Uma vez, perdi minha s chaves da
porta na confu são do meu aparta mento , e estava atrasa do para um
compr omiss o. Ataqu ei cômod o por cômod o, revira ndo cada possível
esconderijo, sem resultados, ficando cada vez mais furioso. No fim das
contas , fiquei no centro do cômod o princi pal e gritei e rosnei minha
frustr ação. Subita mente as chave s apare ceram do nada, perto do
meu ombro direito, e caíram no chão. Peguei-as sem pestan ejar e saí
rapida mente pela porta da frente. Já estava a uns cinqu enta metro s
de distân cia quand o a força total do que havia aconte cido se assen-
tou em minha mente pensa nte. Isso ainda costum a me dar calafrios.
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ANEDOTAS
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PSICONAUTA
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CATASTROFISMO E MAGIA
D-o C;umacrna,nteootisticaçAodapenpectiYadomaleriali.mm.
causada r,nre11tudoe mcionalizaçãocie.ntl!ICOi.
º S.F..:,.lottndadofit,.,n1J..t,traduzid,u.o1-.i."""000t1oto .......-on«'nal
....,!oglff._,_.,..,.l&nW.ot,nluquon<00�-pooaw1,..,.oKÍ<IN>LMI
m,,...,.it..,.IB)olq
A ... C: representa muilança catastrófica da irracionalidade entre
as crenças (1) ... (11), causadas por mudança no comprometimento
emodonal, como por exemplo uma conversão religiosa
Af?licações do Catastrofismo:
ln,daçao Mágica