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NITERÓI - RJ
2016
Direito Empresarial
Examinador
__________________________________
Prof. Dr. Ivan de Oliveira Silva
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. CONCEITO .............................................................................................................. 9
3. TIPOS DE HOLDING ............................................................................................ 10
3.1 Holding Familiar................................................................................................... 12
3.2 Natureza adequada para a Holding Familiar: sociedade empresária ou simples 13
3.3 Tipo Adequado de Sociedade para a Holding Familiar ....................................... 15
3.3.1 Sociedade em nome coletivo ........................................................................ 16
3.3.2 Sociedade Simples em sentido estrito .......................................................... 16
3.3.4 Sociedade limitada........................................................................................ 17
3.3.5 Sociedade em comandita por ações............................................................. 18
3.3.6 Sociedade anônima ...................................................................................... 19
4. PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO POR INTERMÉDIO DA HOLDING
PATRIMONIAL FAMILIAR ....................................................................................... 19
4.1 Da Constituição da Holding Familiar ................................................................... 21
4.1.2 Quadro social da holding ............................................................................. 23
4.1.3 Doação dos títulos societários aos herdeiros ............................................... 24
4.2 Tributação incidente na transferência patrimonial para a Holding Familiar......... 25
4.2.1 Outras vantagens fiscais da holding ............................................................. 29
5. PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E A HOLDING FAMILIAR ............................. 29
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO
A holding não é uma espécie societária, haja vista que o rol das
sociedades (simples ou empresárias) encontra-se exaustivamente definindo pelo
Código Civil, não sendo admitida a criação de novas espécies ou a figura híbrida
advinda de mais de um tipo societário, salvo por manifestação do legislador.
Assim, a holding é, na verdade, a característica da sociedade que
adota como objeto o controle de outras sociedades e/ou de um patrimônio.
Conforme ensina Oliveira (2015, p. 7) a expressão holding deriva do
verbo inglês to hold, cujo significado é controlar, manter, guardar. Entretanto a
holding não surgiu em solo pátrio importada pelas multinacionais, como muitos
crêem, em verdade ela é fruto da previsão legal trazida pela Lei 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações), que no § 3º do artigo 2º, assim dispõe:
3. TIPOS DE HOLDING
Superada a questão em torno da natureza empresária ou simples da
sociedade, cumpre esclarecer qual tipo societário, dentre os elencados pelo Código
Civil, melhor se adequaria à formação da Holding Familiar.
Os tipos societários mais utilizados no Brasil são a Sociedade Limitada
e a Sociedade Anônima. Entretanto, outros também podem se mostrar adequados à
constituição da holding.
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divisão patrimonial daí decorrentes. Esta atitude acaba por fazer com que surjam
conflitos que por vezes levam à cisões familiares irreparáveis e dificuldade na
realização do inventário e partilha, inclusive pelos altos custos envolvidos nesse
processo.
Observa-se que a continuidade dos negócios familiares fica ameaçada
frente à sucessão hereditária quando ausente um planejamento que disponha
concretamente acerca do papel de cada herdeiro dentro da empresa ou grupo
empresarial, a fim de assegurar que não haja desagregação após o falecimento do
fundador (OLIVEIRA, 2016, p. 25).
Há que se considerar ainda a problemática decorrente da herança
recebida pelo filho ou filha casada em regime de bens que, em um momento de
dissolução da sociedade conjugal em vida ou pelo falecimento, acabam por vir a
pertencer à pessoa estranha à família, que poderá se mostrar despreparada para
dar continuidade aos negócios (OLIVEIRA, 2016, p. 25).
Para bem ilustruar a problemárica apresentada, citamos alguns dado: o
número de empresas familiares em nosso país é de aproximadamente 90%,
enquanto o índice mundial varia em torno de 75%. E mais: entre os trezentos
maiores grupos empresariais privados no Brasil, duzentos e sessenta e cinco são de
origem familiar (CARVALHO, 2016).
Importante, assim, que seja elaborado um plano sucessório, de modo a
preservar o patrimônio familiar e a continuidade das empresas ou empresa
pertencente à família.
O Direito Sucessório não dispõe de recursos para evitar tais conflitos,
haja vista que regramento neste sentido se apresentaria impossível, vez que os
relacionamentos pessoais familiares tem cunho afetivo e íntimo.
O Direito Empresarial, por seu turno, ao dispor sobre as sociedades o
faz com limitações e regras específicas que disciplinam as relações entre os sócios,
afstando a afetividade para dar lugar à obrigação de atuarem a bem da sociedade,
por força dos deveres contratuais, apresentando-se como instrumento de prevenção
dos conflitos e permitindo a objetiva e resolução dos mesmos.
Como bem acentuam Gladstone Mamede e Eduarda Cotta Mamede
(2016, p. 68), as “relações que estavam submetidas ao Direito de Família passam a
estar submetidas ao Direito Societário, no qual há instrumentos mais eficazes para a
regência do comportamento do indivíduo.”
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A constituição da holding familiar tem por especial função a reunião e
proteção do patrimônio ao concentrar os bens de um ou alguns membros da mesma
família sob uma pessoa jurídica.
O objetivo da desta modalidade de holding é exatamente afastar os
conflitos familiares das deliberações a serem tomadas nas empresas em que a
família participe ou controle.
Gladstone Mamede e Eduarda Cotta Mamede argumentam que:
“As eventuais disputas familiares se dão no âmbito da holding, devendo ali
ser decididas, respeitadas as já aludidas normas do Direito Empresarial,
mas igualmente as regras que estejam dispostas no ato constitutivo
(contrato social ou estatuto social) ou, até, em acordos parassociais (acordo
de quotistas ou acordo de acionistas). Seguindo esses parâmetros, a
controvérsia terá que resolver-se no âmbito da holding; a decisão tomada
será a decisão da holding que atua sobre as sociedades controladas como
um indivíduo: a pessoa jurídica controladora.” (MAMEDE, G. e MAMEDE.
E., 2016, p. 69)
1 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). Classificação Nacional das Atividade Econômicas.
Disponível em http://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html?view=estrutura.
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3
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. (2016), p. 612.
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Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos
outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social.
5 O Código Civil estabelece que somente é herdeiro o cônjuge que não seja meeiro do outro. Há
direito de meação no regime de comunhão universal de bens, no regime de comunhão parcial para os
bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, e no regime da separação total de bens
imposta pela lei. Em todos estes casos deverá ser observada a reserva da meação do cônjuge para a
disposição patrimonial.
6 A normativa anterior (Lei 1.427/89 - revogada) previa a tributação de 50% da base de cálculo no
momento da doação e os outros 50% no momento da extinção do usufruto.
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6. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, v.1. 6ed. São Paulo: Saraiva,
2002
39
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. vol. 6. 27 ed. São Paulo:
Saraiva. 2013.
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2014.