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Crítica Cultural
Filme: Alice no
País das
Maravilhas
O filme Alice no País das Maravilhas é como os típicos filmes surreais de Tim
Burton dessa vez aplicados aos contos de fada Disney. A narrativa é baseada
na fuga de um pedido de casamento em um festa de noivado supresa em que
Alice, agora aos 19 anos sai correndo atrás de um coelho de paletó e cai em
buraco, onde vai parar no País das Maravilhas. A história de uma adolescente
que volta aos seus sonhos de infância não traz nenhuma emoção nova à quem
o assiste. O caráter emotivo é sustentado pela jovem que perde o pai, este que
deixou para ela a lição de que devemos sempre acreditar no impossível.
Através disso, ela volta aos sonhos surreais de sua infância e é designada para
uma missão impossível no mundo das Maravilhas. Agora mais madura, e
diante de um pedido de casamento no mundo real, ela tenta resgatar, através
das lições dos personagens de seu sonho, os valores de sua infância, tão
alimentados pelo pai já falecido e tão fundamentais para o sucesso de sua
missão.
Nesse contexto digno da atenção das mais exigentes crianças do cinema é que
está outras abordagens como o pedido de casamento que espera Alice no
mundo real, este que não se parece em nada com os contos de fada Disney e
é tratado com repugnância e medo na personagem, e também outros temas
como o assédio que Alice sofre no mundo surreal de sonhos por parte do típico
vilão Valete. Não somente isso, como também piadinhas de humor negro são
abordadas ao longo do filme o que o faz entrar na sessão de comédia em
muitas prateleiras de videolocadora. Este é o exemplo das piadinhas feitas em
deboches à Rainha Vermelha quanto ao tamanho de sua cabeça, grande e
desproporcional ao tamanho de seu corpo, sem falar no lago cheio de cabeças
que é satirizado pelas cabeças que rainha malvada manda cortar a todo tempo
associado ao sentimento de inferioridade por sua terrível aparência.
O estranho é pensar em porque um filme tão visualmente perfeito pode ser tão
fraco em sua narrativa. Com uma história pouco interessante, muito mais
sustentada pela personalidade exótica dos personagens do que pela aventura
em questão. A missão que deveria ser a narrativa principal tem um final que
não se encaixa na ternura da personagem Alice desde sua história original. Ela,
terna e ao mesmo tempo corajosa, vestida com delicados vestidos e vendo
figuras fantásticas, chega ao fim do filme vestida em uma armadura e
enfrentando um monstro em um cenário épico parecido com os cenários de luta
do herói Hércules, que em nada se aplica ao tipo do filme, aos filmes de Burton
e muito menos à personalidade de Alice vista em seu personagem desde a
obra literária.
Parte 4 - Crítica