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INTRODUÇÃO
VENTILAÇÃO
É o processo no qual o ar entra e sai dos pulmões. Sendo assim, observa-se que a inspiração
traz o ar atmosférico para os alvéolos, onde o O2 é captado e o CO2 é excretado, dessa forma, a
ventilação alveolar tem início com o ar ambiente. O ar ambiente nada mais é do que uma mistura
de gases, composta de N2 (79%) e O2 (21%), com uma quantidade mínima de CO2, argônio e
gases inertes.
O processo de ventilação alveolar é aquele que faz referência a fração de CO2, no alvéolo,
em função da intensidade da produção desse gás pelas células durante o metabolismo e da
velocidade com que ele é eliminado do alvéolo, logo, esse processo de eliminação do CO2 é a
chamada ventilação alveolar.
Nesse sentido, observa-se que, o aumento da PCO2 resulta em um fenômeno conhecido como
acidose respiratória, enquanto que a redução dela ocasiona uma alcalose respiratória. Diante disso,
evidencia-se que a hipercapnia é secundária à uma ventilação alveolar inadequada, a
hipoventilação, e quando ocorre a hiperventilação, tem-se a hipocapnia.
Espaço morto → Sabe-se que em cada ciclo respiratório o ar preenche as vias condutoras de ar e
os alvéolos. Sendo assim, a ventilação do espaço morto é aquela da via aérea que não participa da
troca gasosa, existindo dois tipos de espaço morto: anatômico e o fisiológico. Nesse contexto,
define-se espaço morto anatômico aquele representado pelo volume de gás que preenche as vias
aéreas (100 – 200ml no adulto saudável) e o espaço morto fisiológico, são os alvéolos que são
perfundidos, mas não ventilados, normalmente encontrados em pulmões com alguma patologia.
Com isso, o volume total do gás, em cada respiração, que não participa da troca gasosa é chamado
de ventilação do espaço morto fisiológico, sendo incluído aqui o espaço morto anatômico e o
secundário aos alvéolos perfundidos, mas não ventilados.
Fonte: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Ventilação, perfusão e relação V/Q
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PERFUSÃO
As artérias da circulação pulmonar são as únicas artérias do corpo que levam sangue
desoxigenado.
Vale lembrar que as artérias da circulação pulmonar possuem algumas características peculiares,
são elas: paredes finas, quantidade mínima de músculo liso e são 7 vezes mais complacentes do
que os vasos sistêmicos. Dessa forma, é criado um sistema de circulação com baixa resistência, o
que auxilia no fluxo sanguíneo e explica o porquê de o ventrículo direito ser menos muscular do que
o esquerdo.
Fonte: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Ventilação, perfusão e relação V/Q
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A ramificação sequencial das artérias pulmonares gera uma rede de capilares, parecida com
uma malha, que se encontra ao redor dos alvéolos. Os tecidos que compõem essa rede alvéolo-
capilar formam a única barreira entre o gás e o sangue.
Resistência vascular pulmonar → Sabe-se que o fluxo sanguíneo na circulação pulmonar é pulsátil
e influenciado pela resistência pulmonar, pela gravidade, pela pressão alveolar e também pelo
gradiente de pressão artério-venoso. Essa resistência existente, resultado da variação da pressão
desde a artéria pulmonar até o átrio esquerdo, dividida pelo débito cardíaco, é cerca de 10 vezes
menor que a resistência da circulação sistêmica.
Distribuição do fluxo sanguíneo pulmonar → Observa-se que o efeito gravitacional contribui para
uma distribuição desigual do fluxo sanguíneo nos pulmões. Quando o individuo se encontra em
posição ortostática e em repouso o fluxo sanguíneo aumenta do ápice para a base do pulmão, onde
tem maior valor, da mesma forma, quando o indivíduo se encontra em decúbito dorsal, o fluxo
sanguíneo é menor nas regiões mais anteriores e maior nas regiões mais posteriores. No entanto,
durante eventos estressantes, como no exercício físico, a diferença do fluxo sanguíneo entre ápice
e base fica menor, devido ao aumento da pressão arterial.
Fonte: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Ventilação, perfusão e relação V/Q
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RELAÇÃO VENTILAÇÃO-PERFUSÃO
Essa proporção existente entre a ventilação e a perfusão (V/Q) é definida como a proporção
entre a ventilação e o fluxo sanguíneo. Pode ser definida para um só alvéolo ou para um grupo de
alvéolos e para o pulmão como um todo. Sendo assim, considerando um só alvéolo, a proporção é
definida como ventilação alveolar dividida pelo fluxo capilar. No entanto, para o pulmão como um
todo, a definição é: ventilação alveolar total dividida pelo débito cardíaco. No pulmão normal, essa
relação é de aproximadamente 0,8, e, quando a ventilação excede a perfusão, o V/Q fica maior que
1, quando o contrário ocorre, o valor encontrado é menor que 1. Vale lembrar que, uma relação V/Q
normal não significa que a ventilação e a perfusão da unidade pulmonar em questão estejam
normais, significa, apenas, que a relação entre elas está normal. Ainda, vale dizer que, a proporção
ventilação-perfusão varia em diferentes locais do pulmão.
REFERÊNCIAS
1. HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2017.
2. KOEPPEN, B. M. & STANTON, B. A. Berne & Levy: Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
Ventilação, perfusão e relação V/Q
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