especismo
Carlos M. Naconecy*
* Filósofo pela UFRGS e doutor em Filosofia pela PUCRS. Foi pesquisador visitante em
Ética Animal na Universidade de Cambridge. É membro do Oxford Centre for Animal
Ethics e autor do livro Ética & Animais, edipurs, 2006.
1. Introdução
7. Considerações finais
Referências
Notas
16
SINGER, p.11.
17
FRANCIONE, Gary L. Introduction to Animal Rights: Your Child or the
Dog? Philadelphia: Temple University Press, 2000. p.173.
18
ROWLANDS, M. Animals Like Us. London: Verso, 2002. p.48-54.
19
DUNAYER, J. Animal Equality: language and liberation. Derwood: Ryce,
2001. p.58.
20
THOMPSON, p.41.
21
THOMPSON, p.174, grifo do autor.
22
O discurso racista tem como pressuposto que diferenças raciais
representam determinadas diferenças inalteráveis na tipologia
de importantes dimensões humanas. Para o homem médio, a
noção de raça é bastante simples, envolvendo aparência física e
ancestralidade: brancos têm pele clara e filhos brancos; negros
têm pele escura e filhos negros. Entretanto, apesar do senso co-
mum ainda acolher essa idéia, ao longo século XX, geneticistas e
antropólogos derrubaram a tese de uma pertença pura a classes,
da existência de uma taxonomia essencialista de diferentes raças
humanas, como um fato científico a ser estudado cientificamen-
te. O consenso atual é o de que a noção biológica de raça não é
objetiva: há uma dispersão dos supostos traços raciais em todas
as populações humanas sobre o planeta. Naomi Zack esclarece:
“Os genes da estrutura óssea, cor da pele e textura do cabelo, que
são associados à pertença racial social, não são herdados simulta-
neamente. Há uma maior variação desses traços ‘raciais’ dentro
de qualquer raça do que entre qualquer uma das raças reconhe-