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a) Hábitos de Estudo
Ao falarmos de hábitos de estudo, cabe aqui ressaltar que não utilizamos os termos aprendizagem e
estudo como sinônimos, uma vez que acreditamos ser possível haver aprendizagem sem estudo,
assim como estudo sem aprendizagem. Tomamos, no presente trabalho, o estudo como meio de
alcançar a aprendizagem, principalmente no contexto do ensino superior e da educação a distância.
Por hábitos de estudo, entendemos o conjunto de ações realizadas pelos aprendizes durante o
processo de estudo, tais como o local utilizado, a alocação do tempo para essa atividade, a utilização
de técnicas (ou métodos) e recursos utilizados.
Serafini (1996, p. 133) afirma que o ambiente de estudo pode favorecer ou dificultar o
aproveitamento do estudante. Embora reconheçamos as diferenças individuais entre os aprendizes e
diferentes preferências de acordo com diferentes estilos de aprendizagem, em geral um bom local de
estudo é aquele que é “destinado exclusivamente ao estudo, confortável e com boa iluminação”, no
qual encontra-se todo o material necessário para a tarefa, como livros, canetas, dicionários, etc; em
suma, um local tranqüilo, sem interrupções e sem elementos que causem distração (SILVA & SÁ,
1997, p. 56).
A organização do tempo de estudo também é fundamental. A esse respeito, Barnes nos adverte da
ilusão de que os alunos que estudam mais são os melhores (BARNES, 1995, p. 19), e que o estudo
por longas horas nem sempre é produtivo, pois o que importa é a qualidade do estudo e não sua
quantidade. Descreve o gerenciamento do tempo como uma habilidade essencial para o sucesso da
aprendizagem, o que pode evitar perda de energia desnecessária, acumulação de tarefas e
descumprimento de prazos (idem, p. 42-6). Ainda a respeito da organização do tempo de estudo,
Serafini afirma que “os estudantes com maiores dificuldades são também os menos capazes de gerir
o tempo de que dispõem” (SERAFINI, 1996, p. 15).
Em termos de motivação para o estudo, Silva & Sá (1997, p. 26) afirmam que “os estados afetivos e
motivacionais têm sido reconhecidos como importantes fatores que afetam o sucesso e o insucesso
escolares” e definem motivação como “o impulso para agir em direção a um determinado objetivo”.
Já Pozo refere-se à motivação no sentido mais literal de ‘mover-se para’ a aprendizagem, o motivo,
ou o por quê, queremos aprender (POZO, 2002, p. 138). Para Silva & Sá, a motivação, entre outros
fatores, como a utilização de estratégias e os conhecimentos prévios, determina a aquisição do
conhecimento, compreensão ou habilidade na realização em que estamos empenhados (SILVA &
SÁ, 1997, p. 26).
Por fim, a maneira pela qual o aprendiz aborda o próprio estudo também influenciará a qualidade da
aprendizagem. Podemos destacar dois modos de aprender: o modo aquisitivo, também chamado de
superficial ou reativo, e o modo interativo, pró-ativo ou profundo (BARNES, 1995;
VASCONCELOS et al., 2005; MORGAN, 1995; KNOWLES, 1975).
Pelo modo aquisitivo, a aprendizagem é vista como mera aquisição de informação e conhecimento.
Alunos que estudam da forma aquisitiva assistem a uma aula a fim de anotar tudo para decorar mais
tarde, não fazendo uso de fontes de estudo complementares ou mesmo discutindo idéias com
professores e colegas. O aluno exerce um papel passivo na aprendizagem, esperando que o professor
entregue a ele todo o conhecimento para que possa absorvê-lo. Esse tipo de abordagem se encaixa
no conceito de “educação bancária” formulado por Paulo Freire (1996, p. 25), no qual o aluno
entende a aprendizagem com uma repetição de idéias sem tomar nenhuma posição crítica frente a
elas.
Já o aluno que estuda da forma interativa exerce um papel ativo na aprendizagem, tomando notas
para lembrar-se posteriormente, mas o faz de maneira crítica, refletindo sobre as informações e
discutindo-as, quando julga necessário. Esse aluno busca diferentes fontes de estudo a fim de
complementar as aulas e busca uma compreensão profunda do material estudado. Procura ainda
relacionar os conceitos aprendidos com conhecimentos prévios e com a experiência diária.
Morgan (1995) afirma que, realizada de uma forma ou de outra, essa abordagem descreve a maneira
pela qual o aluno lida com a tarefa de aprendizagem em particular. Para uma aprendizagem eficaz, os
estudantes devem abordar seus estudos de maneira profunda (“deep approach”), o que garante uma
total compreensão do material estudado. Alunos que estudam de maneira superficial (“superficial
approach”) tendem a não der domínio do material estudado, e a quantidade de estudo não reflete
necessariamente sua qualidade.
Na abordagem profunda, a intenção do aluno é a de entender, e o foco do estudo é no significado.
Além disso, esse aluno é capaz de relacionar e distinguir conhecimento prévio e novas idéias,
confrontando conceitos com a experiência diária, e organizando e estruturando o conteúdo por
meio de uma ênfase interna. Na abordagem superficial, por outro lado, a intenção do aluno é
completar as exigências da tarefa de aprendizagem, e o foco do estudo é no significante, ou seja, o
próprio texto. O aluno que tem esse tipo de abordagem se preocupa em memorizar a informação e
os procedimentos de avaliação, além de associar conceitos e fatos de maneira não-reflexiva. Ele tem
dificuldade para distinguir princípios de evidência, informação nova e conhecimento prévio, e trata,
por fim, a tarefa de aprendizagem como uma imposição externa (MORGAN, 1995, p. 55-6).
Dificuldades na aprendizagem
Ao apresentarmos os fatores que caracterizam a boa aprendizagem, fica claro que os fatores que
causam as dificuldades são o oposto dos descritos anteriormente. Silva & Sá (1997, p. 15) afirmam
que há dois tipos de fatores que os alunos geralmente atribuem às dificuldades de aprendizagem:
fatores externos à aprendizagem (como o método de ensino ou o clima desfavorável no qual a
aprendizagem aconteceu) e fatores internos (como a falta de conhecimentos prévios e o nível de
ansiedade). As autoras resumem ainda as principais dificuldades encontradas pelos estudantes ao
afirmarem que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARNES, Rob. Seja um ótimo aluno – guia prático para um estudo
universitário eficiente. Campinas: Papirus, 1995.
COSSENZA, Suely Mesquita. Interação no processo de aprendizagem de língua
estrangeira a distância: estilos e estratégias do aprendiz adulto. Rio de Janeiro: UFRJ,
1996. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada), Faculdade de Letras, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 1996.
COTTERALL, Sara & REINDERS, Hayo. Estratégias de estudo: guia para
professores. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2005.
FERREIRA, Aurélio B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa.
2ªed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática
educativa. 29ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
HEALEY, Deborah. Learner autonomy with technology: what do language
learners need to be successful? Disponível em:
<http://oregonstate.edu/~healeyd/tesol2002/autonomypreswithbiblio.doc> Acessado em
10 jul. 2005.
KNOWLES, Malcolm. Self-directed learning – a guide for learners and teachers. New
Jersey, Cambridge Adult Education, 1975.
In: https://ead.catolica.edu.br/blog/tecnicas-de-estudo-para-quem-quer-ser-fera-na-faculdade
(Acessado, 15/06/2021)
Quem já passou pela etapa do vestibular sabe que não basta sentar e esperar que o conteúdo entre
na cabeça. Estudar é uma ação ativa que requer empenho e técnicas efetivas de estudo.
Sim, técnicas de estudo efetivas! Porque nem todas funcionam igualmente. Um estudo da
Psychological Science in the Public Interest mostrou quais funcionam melhor. Algumas das
tradicionais, como a releitura, o uso de mnemônicos e sublinhar textos se mostraram pouco eficazes.
Alguns métodos dão um up no aprendizado, fazendo com que o estudante permaneça concentrado
por mais tempo ou que consiga lembrar por longos períodos o que foi estudado.
1. Autoexplicação
Ao verbalizar o assunto, você cria conexões mentais e dá uma “dica” para o seu cérebro de que
aquele conteúdo é importante.
2. Flashcards
Os flashcards são métodos para estudar que fazem parte da categoria dos altamente eficazes. Sua
efetividade está relacionada com a prática contínua e com a reiterada exposição a um conteúdo.
Funciona assim: você escreve na frente do papel uma pergunta (ou um termo) e, no verso, a resposta
(ou o significado de um conceito). Faça vários deles e aproveite para estudar em qualquer lugar.
3. Questões e simulados
Se você quer saber como estudar melhor, não abra a mão das questões em seus momentos de
estudo. Elas são, ainda, as formas mais efetivas de aprender um conteúdo.
Para matérias de cálculo, faça muitos exercícios. Para qualquer disciplina, na véspera de uma prova,
realize simulados. Talvez o seu professor disponibilize provas de turmas antigas, o que ajuda a
entender como o conteúdo será cobrado.
O Pomodoro não é uma técnica de estudo, mas estimula a concentração necessária para a atividade.
Com esse método, os seus estudos renderão muito mais.
Você precisará apenas de um cronômetro (pode ser do celular, desde que não se distraia com os
apps de conversa!), mas também pode utilizar um aplicativo específico para isso. Dessa forma,
estudará durante ciclos de 25 minutos intercalados por pausas de 5. Você deve trabalhar, ao longo
dos 25 minutos, sem interrupção, investindo nos métodos para estudar que explicamos lá em cima.
Ao final de quatro períodos de 25 minutos, faça uma pausa maior, de meia hora. Nas pausas
menores, você alonga, bebe uma água, estica as pernas. Na pausa maior, pode fazer um lanche,
checar o celular e descansar um pouco.
Com essas quatro ótimas técnicas de estudo, não tem como não mandar bem na faculdade. Elas
podem ser aplicadas em qualquer curso superior ou matéria, basta adequá-las à sua rotina!
Gostou das dicas? Não deixe de dividir esse conhecimento com os seus colegas da faculdade, amigos
do colégio, conhecidos… compartilhe o artigo em suas redes sociais!
In: https://ead.catolica.edu.br/blog/3-tecnicas-infaliveis-de-administracao-do-tempo-durante-a-
faculdade (Acessado, 15/06/2021)
Na sociedade moderna, onde a maioria das pessoas se desdobra entre vários compromissos,
a administração do tempo acabou tornando-se um grande desafio para os estudantes.
Afinal de contas, além de provas, trabalhos e demais atividades acadêmicas, é preciso reservar um
tempo para os afazeres de trabalho, sem deixar de lado a diversão e os cuidados com o corpo e a
saúde.
A opção por um curso a distância vai ao encontro desse objetivo, mas não é a única estratégia que
pode ser colocada em prática. Continue a leitura (nós prometemos que vai levar alguns poucos
minutos)!
Com tantos afazeres, é natural que, uma vez ou outra, você acabe esquecendo da entrega de alguma
atividade. Se isso acontecer, não se culpe! Por outro lado, há maneiras de evitar que o
descumprimento de prazos se torne uma prática recorrente.
Com a ajuda de planilhas e aplicativos, como Wunderlist, Evernote e Trello, por exemplo, é possível
organizar datas e conteúdos que serão cobrados em provas e trabalhos. Dessa maneira, você não
precisa ficar refém da sua capacidade de memorização.
Depois de relacionar todos os seus compromissos, o ideal é que você faça uma triagem para
hierarquizá-los, conforme o seu grau de importância ou urgência. Uma vez que esse processo tenha
sido finalizado, é natural que as atividades consideradas prioritárias recebam atenção especial. A
finalização deste primeiro grupo permite que você desfrute do restante do período com um pouco
mais de tranquilidade.
A sua metodologia de gestão do tempo deve abrir espaço para os imprevistos. Não se cobre
demais caso não consiga realizar tudo o que se propôs para um determinado período, pois isso pode
gerar ansiedade e impactar negativamente no restante da sua rotina.
A eficiência na administração do tempo permite até mesmo que você se programe para a entrega
de tarefas antes do prazo, evitando o estresse e a ansiedade gerados pelo famoso “correr contra o
tempo”.
Nesse contexto, evite deixar para se dedicar às suas tarefas apenas às vésperas da entrega. Ao
começar uma atividade bem antes do prazo previsto, você consegue executar seus planos com
calma, adaptando-se mais facilmente às novas situações.
Se levada a sério, a preocupação com o gerenciamento do tempo também traz reflexos positivos
para a qualidade de vida: sua rotina de alimentação, lazer, exercícios físicos ou cuidados com o corpo
consegue se manter intacta ou então minimamente alterada.
Quer ter mais tempo na sua agenda? Uma formação a distância permite que você tenha mais
liberdade de horários para cursar uma formação superior!