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PROJETO DE TCC EM MATEMÁTICA

A PESQUISA E O CONHECIMENTO
CIENTÍFICO

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1 - Reconhecer a importância da pesquisa acadêmica;

2 - Entender a pesquisa científica, sua importância e aplicação;

3 - Verificar a classificação da pesquisa com base em objetivos e procedimentos;

4 - Relacionar a diferença entre senso comum e conhecimento científico.

O processo de produção do conhecimento sobre o mundo social passa necessariamente pela reelaboração

daquilo que vemos, na forma de representações. Ciência é todo e qualquer conhecimento produzido

sistematicamente através de um método previamente definido, apoiado em técnicas de investigação que

proporcione o conhecimento acerca de um determinado objeto de estudo. Tal definição sugere que existe uma

diferença fundamental entre o conhecimento da experiência cotidiana (senso comum) e aquele produzido a

partir de procedimentos sistemáticos visando o conhecimento sobre um objeto previamente delimitado. O ponto

central da ciência não é a metodologia, que é na verdade um instrumento que nos permite opções teóricas mais

claras e seguras, mas sim a realidade, que afinal é o que orienta nossa opção metodológica. O conhecimento é

fruto da curiosidade, inquietação e atividade investigativa dos indivíduos. A pesquisa é, assim, a estrada a

percorrer para auxiliar o ser humano a apropriar-se do conhecimento e satisfazer essa gama de curiosidade

natural.

Nesta primeira aula, estudaremos dois assuntos:

A pesquisa e o conhecimento científico.

Antes de abordarmos o conhecimento científico, é necessário conhecermos o real significado da palavra

conhecimento, mesmo sendo ela já conhecida por nós e muito usada no nosso dia a dia.

Vejamos a seguir com mais detalhes.

1 O conhecimento
Conhecimento é o ato ou o efeito de conhecer, ter ideia ou noção de alguma coisa.

É o saber, a instrução e a informação.

Também inclui descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos.

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Para falar de conhecimento, é necessário falarmos sobre dados, que é uma mistura de códigos. Portanto,

informação é o resultado do processo de manipulação desses dados. E o conhecimento pode ser considerado

uma informação com uma utilidade.

Nesse sentido, não temos uma explicação teórica imediata para o que seja o conhecimento; apenas conhecemos,

antes mesmo de formularmos qualquer explicação para isso.

Conhecemos “coisas” todos os dias, concorda?

Vejamos alguns exemplos:


• Uma palavra nova para enriquecer nosso vocabulário;
• Um novo sentido para uma palavra que utilizamos corriqueiramente;
• Um novo utensílio que facilita nossa vida prática;
• Um recurso até então não utilizado de uma velha ferramenta;
• Um caminho mais curto para chegar aonde queremos.
Sempre que conhecemos, nos apropriamos destes conhecimentos em prol de novos conhecimentos, sem sequer

nos darmos conta disso ou teorizarmos a respeito.

Quando conhecemos, já o fazemos de modo a lidar com as coisas que encontramos no mundo sempre de maneira

pré-temática, ou ainda, de modo pré-teórico, antecedendo qualquer compreensão desse processo.

O filósofo Aristóteles foi um dos primeiros a propor algo substancial sobre o tema, ao afirmar:

“Todos os homens têm sua gênese afim ao conhecer”.

Com esta frase, Aristóteles expressa o parentesco do homem com o conhecimento; fazendo, mesmo, que

compreendamos o conhecimento como algo próprio a este.

De posse do conhecer, a partir de um modo peculiar de lidar com este processo, o homem passa a ter uma

relação diferenciada com seu próprio mundo. Ele pode ele compreendê-lo, interpretá-lo, transformá-lo.

Assim, os homens se conhecem, se elaboram diante da evidência de que o conhecimento é algo frente ao qual ele

nunca está acabado, mas sempre na iminência de uma nova aquisição e projeto.

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2 O senso comum
Agora vamos estudar o conceito de senso comum.

Mas é possível que você esteja se perguntando...

O que isso tem a ver com conhecimento?

Os conhecimentos que adquirimos espontaneamente no cotidiano, geralmente produzidos pela interação com o

mundo, constituem um conjunto de princípios empíricos intercambiáveis no convívio com os outros.

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Estes são pontos comuns, capazes de estabelecer uma comunidade de princípios e conhecimentos, chamada de

senso comum.

O senso comum é mais do que a compreensão corriqueira, geralmente expressa como o saber empírico através

do qual, por exemplo, um camponês sabe a época mais propícia para semear este ou aquele grão; se o solo está

em boas condições de plantio ou quanto tempo demora certo tipo de legume até poder ser colhido.

Você sabia... Que o senso comum orienta os indivíduos no mundo?

Pois é ele que:


• Ordena seus afazeres;
• Executa tarefas práticas com eficiência;
• Estabelece consensualmente normas de boa convivência;
• Julga a partir de valores prévios seus interesses imediatos;
• Conserva as relações que julgam proveitosas ao bem comum;
• Age adequadamente em situações específicas;
• E até opina sobre assuntos diversos.

3 O conhecimento científico
Agora estamos prontos para estudar sobre o conhecimento científico.

Trata-se de um modo de conhecer que exige mais do que o saber adquirido na chave de tentativa-erro-repetição,

característica do conhecimento empírico.

O conhecimento científico constitui um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm sua

veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação, e não apenas pela razão, como ocorre no

conhecimento filosófico.

O conhecimento científico é sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um

sistema de ideias (teoria), e não conhecimentos dispersos e desconexos.

Possui a característica da verificabilidade, tanto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas

não pertencem ao âmbito da ciência.

O que distingue o conhecimento científico dos outros, principalmente do senso comum, não é o assunto, o tema

ou o problema. O que distingue é a forma especial que adota para investigar os problemas.

Ambos podem ter o mesmo objeto de conhecimento. A postura científica não deve dogmatizar os resultados das

pesquisas; mas tratá-los como hipóteses que necessitam de constante investigação e revisão crítica

intersubjetiva é que torna um conhecimento objetivo e científico.

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4 A ciência e o ensino
As cinco características que apresentaremos a seguir são necessárias a um ensino que tenha como objetivo o

saber sobre a ciência, ou ainda a construção de concepções mais fundamentadas acerca do conhecimento

científico.

Não há um método científico fechado, o que vai contra uma visão rígida da ciência, que apresenta no ensino o

“método científico” como um conjunto de etapas mecânicas.

A construção do conhecimento científico é guiada por paradigmas que influenciam a observação e a

interpretação de certo fenômeno.

O conhecimento científico é aberto, sujeito a mudanças e reformulações, e assim foi na história da ciência,

portanto, a ciência é um produto histórico.

É um dos objetivos da ciência criar interações e relações entre teorias. O conhecimento não é construído

pontualmente, o que descaracteriza uma visão analítica da ciência muito difundida entre o professores e

estudantes.

O desenvolvimento da ciência está relacionado a aspectos sociais, políticos; as opções feitas pelos cientistas

muitas vezes refletem seus interesses. A ciência, portanto, é humana, viva. Desta forma, é necessário que ela seja

caracterizada como tal.

5 Metodologia e pesquisa
Um dos aspectos mais característicos do ser humano, e que de certa forma o distingue dos demais seres vivos, é

sua inquietação no que se refere à sua existência, origem, destino e relação com seus semelhantes e meio

ambiente.

Por meio de suas dúvidas e incertezas, o homem busca caminhos para o desvendamento delas; assim buscam na

pesquisa respostas.

No que se refere à pesquisa, podemos dizer que é um modo programado de o homem aprender.

É exatamente no pesquisar, ao procurar respostas para suas indagações e no questionar que o homem

desenvolve o seu processo de diálogo crítico com a realidade.

A pesquisa faz parte do processo educativo.

O pesquisador só tem oportunidade de fazê-la à medida que compreende e domina uma série de técnicas e de

conhecimento. O pesquisador é aquele que deve enfatizar a relevância da pesquisa e a concordância com a

necessidade de se desenvolver uma atitude autocrítica em relação às próprias pesquisas.

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Ele deve sempre examinar seu ponto de vista pela veracidade ou falsidade dos fatos, reorganizando o conceito

do saber. Assim, ele forma uma nova visão que permita reconhecer a incerteza, a falta de clareza, a relatividade, a

instrumentalização e a ambiguidade do conceito “verdade científica”.

Sua edificação e aprimoramento são conquistas que o pesquisador obtém ao longo de seus estudos, da realização

de investigações e elaboração de trabalhos acadêmicos.

A pesquisa está voltada para as soluções de problemas teóricos ou práticos. Através do ato de conhecer pela

ciência, o pesquisador parte da dúvida de um problema e, com o uso do método científico, busca uma resposta ou

solução.

Porém, essa não é a única forma de obtenção de conhecimentos e descobertas.

À medida que o pesquisador amplia o seu amadurecimento na utilização de procedimentos científicos, torna-se

mais hábil e capaz de realizar pesquisas.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você vai estudar:
• O problema científico.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Verificou que conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer;
• Entendeu que o senso comum consiste em crenças amplamente partilhadas pelos seres humanos;
• Aprendeu que o conhecimento científico é racional e objetivo.

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