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9.1.2 Vazão média de esgotos em função do consumo de água
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9.1.4 Vazão total gerada
O cálculo da vazão total (Qt) gerada foi feito com base no somatório das
vazões médias provenientes do consumo de água da população e das vazões
de infiltrações médias na rede, obtida em m3/dia.
Assim,
ܳ ݐൌ σ ܳ݀݉±݀݅ܽ σ ܳ݅݉±݀݅ܽ (9.3)
106
Figura 9.1 - Mapa das Zonas Especiais do Município de Campina Grande/PB
107
9.2.1 Zonas Especiais de Interesse Social
108
habitadas (Figura 9.2). Com base na legislação municipal, existem ainda as
Zonas Especiais de Interesse Social e a Zona de Expansão Urbana que
demandam atenção diferenciada no planejamento da cidade.
Com base nas variáveis avaliadas, foi possível a construção de
hipóteses de variação para o Índice de atendimento de esgotos e para o Índice
de tratamento de esgotos, formulando-se quatro cenários distintos de
progressão de atendimento dos serviços (Tabela 9.2). Essas hipóteses
serviram para a elaboração de diferentes cenários futuros a partir do cenário
atual, considerando alternativas que se ajustem as ausências e deficiências
atuais e futuras do serviço de esgotamento sanitário e que visem subsidiar a
universalização da cobertura e eficiência do serviço, contribuindo com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.
Nesta conjuntura, as hipóteses criadas permitem a avaliação das
possíveis intervenções necessárias à universalização, mediante o
comportamento das demandas crescentes em cada uma das seis zonas
delimitadas no estudo de projeção populacional apresentado anteriormente,
considerando um horizonte de 20 anos.
Numa primeira hipótese, foi considerada uma perspectiva extremamente
negativa e fictícia, onde cessados os investimentos de ampliação, ocorrerá
contínuo crescimento do déficit de atendimento; na segunda, o crescimento do
índice de atendimento é proporcional ao crescimento histórico do número de
habitantes com rede de esgotamento por zona avaliada; a terceira idealiza um
futuro mais promissor, com base em um planejamento de prioridades de
atendimento, buscando garantir a igualdade de direitos de acesso aos serviços
de saneamento básico, considerando um estado progressivo de cobertura do
sistema, onde todas as zonas atingirão a universalização da cobertura no
período de 20 anos, mas ainda com restrições de gerenciamento do mesmo; e
por fim, uma quarta hipótese representa a situação ideal, em que os
investimentos necessários à universalização da cobertura estariam associados
a investimentos na melhoria de gestão e controle do sistema de coleta e
tratamento do esgoto, viabilizando a melhoria contínua de todo o sistema,
garantindo não só a universalização da cobertura, mas a efetiva
universalização de um sistema de esgotamento sanitário eficiente em toda sua
amplitude sanitária
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Figura 9.2 - Mapa do Cenário Atual do SES de Campina Grande/PB
110
Tabela 9.2 - Hipóteses para os cenários do SES de Campina Grande
Variáveis Período Hipóteses para o Cenário 1 Hipóteses para o Cenário 2 Hipóteses para o Cenário 3 Hipóteses para o Cenário 4
Índice de Curto Prazo Em curto, médio e longo prazo, O índice de atendimento é Ampliação do atendimento de Ampliação do atendimento de
atendimento o sistema não passará por proporcional ao crescimento esgotos devido à implantação esgotos devido à implantação
de coleta de nenhuma ampliação, mas será médio anual da população da rede coletora nos bairros da rede coletora nos bairros
esgotos considerado o crescimento atendida nos anos de 2002 a prioritários + Obras para prioritários + Obras para
populacional por zona. Serão 2010 para cada uma das atender ao crescimento atender ao crescimento
realizadas apenas obras de regiões, considerando populacional. populacional.
manutenção na rede. também o crescimento Obs: Paralelamente existe
populacional e respeitando o um processo de
aspecto legal vigente. gerenciamento e controle
da rede.
Médio prazo Expansão de áreas atendidas Expansão de áreas atendidas
+ Obras para atender ao + Obras para atender ao
crescimento populacional. crescimento populacional +
gerenciamento.
Longo Prazo O processo de expansão A cobertura é universalizada
continua com o atendimento às ao final do prazo e o índice
novas áreas + crescimento de atendimento alcança 99%.
populacional. A cobertura é
universalizada ao final do
prazo e o índice de
atendimento alcança 99%.
Índice de Curto Prazo O tratamento de esgotos segue O tratamento de esgotos O tratamento de esgotos segue Aumentos sucessivos no
tratamento o modelo atual. Considera-se segue o modelo atual. o modelo atual. Considera-se índice de tratamento em
de esgotos nesse sentido as grandes Considera-se nesse sentido nesse sentido as grandes torno de 10% anuais,
Médio prazo
perdas existentes no sistema. A as grandes perdas existentes perdas existentes no sistema. chegando a 99%. O aumento
vazão de chegada à estação de no sistema. A vazão de A vazão de chegada à estação no índice de tratamento
Longo Prazo tratamento está comprometida. chegada à estação de de tratamento está também é impulsionado pelo
tratamento está comprometida. gerenciamento e
comprometida. consequente redução de
desvios.
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9.3.1 Cenário 1
112
Cenário 1 - Região Centro
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2019 40.171 38.660 96,24% 1.511
Médio 2020 40.045 38.538 96,24% 1.507
Prazo 2021 39.925 38.423 96,24% 1.502
2022 39.809 38.311 96,24% 1.498
2023 39.698 38.204 96,24% 1.494
2024 39.592 38.102 96,24% 1.490
2025 39.492 38.006 96,24% 1.486
2026 39.397 37.915 96,24% 1.482
2027 39.306 37.827 96,24% 1.479
Longo 2028 39.221 37.745 96,24% 1.476
Prazo 2029 39.141 37.668 96,24% 1.473
2030 39.066 37.596 96,24% 1.470
2031 38.996 37.529 96,24% 1.467
2032 38.931 37.466 96,24% 1.465
2033 38.870 37.408 96,24% 1.462
2034 38.813 37.353 96,24% 1.460
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Cenário 1: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2033 58.883 29.455 50,02% 29.428
2034 59.159 29.455 49,79% 29.704
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Tabela 9.6 - Cenário 1 para a Região Centro Oeste
Cenário 1: Região Centro Oeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 123.830 106.302 85,85% 17.528
2011 124.693 106.302 85,25% 18.391
2012 125.528 106.302 84,68% 19.226
2013 126.335 106.302 84,14% 20.033
2014 127.113 106.302 83,63% 20.811
2015 127.863 106.302 83,14% 21.561
Curto 2016 128.585 106.302 82,67% 22.283
Prazo 2017 129.281 106.302 82,23% 22.979
2018 129.950 106.302 81,80% 23.648
2019 130.595 106.302 81,40% 24.293
Médio 2020 131.214 106.302 81,01% 24.912
Prazo 2021 131.810 106.302 80,65% 25.508
2022 132.380 106.302 80,30% 26.078
2023 132.926 106.302 79,97% 26.624
2024 133.447 106302 79,66% 27.145
2025 133.942 106.302 79,36% 27.640
2026 134.412 106.302 79,09% 28.110
2027 134.857 106.302 78,83% 28.555
Longo 2028 135.277 106.302 78,58% 28.975
Prazo 2029 135.671 106302 78,35% 29.369
2030 136.040 106.302 78,14% 29.738
2031 136.387 106.302 77,94% 30.085
2032 136.710 106.302 77,76% 30.408
2033 137.011 106.302 77,59% 30.709
2034 137.290 106.302 77,43% 30.988
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Os Distritos possuem atualmente os piores índices de atendimento do
município com apenas 23,30% de sua população ligada à rede de esgotos.
Esse índice passará para 18,4%, em 2034, onde 13.894 pessoas num universo
de 17.028 não serão atendidas, como pode ser visto na Tabela 9.8.
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Tabela 9.9 - Cenário 1 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 1
População Índice de Vazão média
População Índice de Vazão média Extensão da Vazão média Vazão média
População não atendida tratamento de esgotos
Ano Atendida Atendimento doméstica rede de de infiltração total de esgotos
(Hab) pelo SES de esgotos tratados
(Hab) (%) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) (m³/dia)
(Hab) (%) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,2% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.967,63 5% 1.598,38
2011 375.398 302.016 80,5% 73.382 31.892,85 301 57,00 31.949,85 5% 1.597,49
2012 378.350 301.853 79,8% 76.497 31.875,67 301 57,00 31.932,67 5% 1.596,63
2013 381.203 301.695 79,1% 79.508 31.859,00 301 57,00 31.916,00 5% 1.595,80
2014 383.955 301.543 78,5% 82.412 31.842,95 301 57,00 31.899,95 5% 1.595,00
2015 386.607 301.397 78,0% 85.210 33.756,44 301 57,00 33.813,44 5% 1.690,67
Curto 2016 389.160 301.255 77,4% 87.905 33.740,59 301 57,00 33.797,59 5% 1.689,88
Prazo 2017 391.620 301.120 76,9% 90.500 33.725,40 301 57,00 33.782,40 5% 1.689,12
2018 393.988 300.990 76,4% 92.998 33.710,85 301 57,00 33.767,85 5% 1.688,39
2019 396.265 300.864 75,9% 95.401 34.900,18 301 57,00 34.957,18 5% 1.747,86
Médio 2020 398.455 300.742 75,5% 97.713 34.886,11 301 57,00 34.943,11 5% 1.747,16
Prazo 2021 400.559 300.627 75,1% 99.932 34.872,72 301 57,00 34.929,72 5% 1.746,49
2022 402.578 300.515 74,6% 102.063 34.859,77 301 57,00 34.916,77 5% 1.745,84
2023 404.508 300.408 74,3% 104.100 36.049,01 301 57,00 36.106,01 5% 1.805,30
2024 406.348 300.306 73,9% 106.042 36.036,77 301 57,00 36.093,77 5% 1.804,69
2025 408.100 300.210 73,6% 107.890 36.025,22 301 57,00 36.082,22 5% 1.804,11
2026 409.762 300.119 73,2% 109.643 36.014,25 301 57,00 36.071,25 5% 1.803,56
2027 411.334 300.031 72,9% 111.303 36.003,74 301 57,00 36.060,74 5% 1.803,04
Longo 2028 412.817 299.949 72,7% 112.868 35.993,92 301 57,00 36.050,92 5% 1.802,55
Prazo 2029 414.210 299.872 72,4% 114.338 35.984,68 301 57,00 36.041,68 5% 1.802,08
2030 415.516 299.800 72,2% 115.716 35.976,02 301 57,00 36.033,02 5% 1.801,65
2031 416.741 299.733 71,9% 117.008 35.967,94 301 57,00 36.024,94 5% 1.801,25
2032 417.885 299.670 71,7% 118.215 35.960,43 301 57,00 36.017,43 5% 1.800,87
2033 418.949 299.612 71,5% 119.337 35.953,39 301 57,00 36.010,39 5% 1.800,52
2034 419.936 299.557 71,3% 120.379 35.946,81 301 57,00 36.003,81 5% 1.800,19
117
9.3.2 Cenário 2
118
Crescimento
População População Acréscimo
de Percentual
Zona de Atendida Atendida médio de
População do
Crescimento pelo SES pelo SES pessoas
Atendida no Crescimento
(2000) (2010) atendidas
período
Anel 2 76.193 93.879 17.686 26,29% 1.101
Distritos 202 3.134 2.932 4,36% 183
TOTAL 234.923 302.184 67.261 100,00% 4.189
Fonte: IBGE (2010)
119
habitantes atendidos, porém o déficit no atendimento neste último ano será de
8.248 pessoas.
120
Cenário 2 - Leste Nordeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2022 51.672 37.030 71,66% 14.642
2023 52.043 37.663 72,37% 14.380
2024 52.396 38.296 73,09% 14.100
2025 52.733 39.082 74,11% 13.651
2026 53.052 40.479 76,30% 12.573
2027 53.354 41.894 78,52% 11.460
Longo 2028 53.639 43.327 80,78% 10.312
Prazo 2029 53.906 44.779 83,07% 9.127
2030 54.157 46.248 85,40% 7.909
2031 54.392 47.733 87,76% 6.659
2032 54.612 49.236 90,16% 5.376
2033 54.816 51.693 94,30% 3.123
2034 55.006 54.324 98,76% 682
121
Cenário 2 - Centro Oeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2033 137.011 137.011 100,00% 0
2034 137.290 137.290 100,00% 0
122
Tabela 9.16 - Cenário 2 para os Distritos
Cenário 2 - Distritos
População não
População Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo SES
atendida (Hab) Atendimento
(Hab)
2010 12.298 3.134 25,48% 9.164
2011 12.601 3.317 26,32% 9.284
2012 12.893 3.500 27,15% 9.393
2013 13.178 3.683 27,95% 9.495
2014 13.452 3.866 28,74% 9.586
2015 13.715 4.049 29,52% 9.666
Curto 2016 13.970 4.232 30,29% 9.738
Prazo 2017 14.214 4.415 31,06% 9.799
2018 14.449 4.598 31,82% 9.851
2019 14.674 4.781 32,58% 9.893
Médio 2020 14.893 4.964 33,33% 9.929
Prazo 2021 15.101 5.147 34,08% 9.954
2022 15.302 5.330 34,83% 9.972
2023 15.494 5.513 35,58% 9.981
2024 15.678 5.696 36,33% 9.982
2025 15.851 5.879 37,09% 9.972
2026 16.016 6.062 37,85% 9.954
2027 16.173 6.245 38,61% 9.928
Longo 2028 16.319 6.428 39,39% 9.891
Prazo 2029 16.459 6.611 40,17% 9.848
2030 16.589 6.794 40,95% 9.795
2031 16.709 6.977 41,76% 9.732
2032 16.824 7.160 42,56% 9.664
2033 16.929 7.343 43,38% 9.586
2034 17.028 7.526 44,20% 9.502
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Tabela 9.17 - Cenário 2 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 2
Vazão média Vazão média
População População não Vazão Média Extensão da Vazão média Índice de
Índice de total de de esgotos
Ano População Atendida atendida pelo Doméstica rede de de infiltração tratamento de
Atendimento esgotos tratados
(Hab) SES (Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.968 5% 959
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 32.393 5% 972
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 32.819 5% 985
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 33.245 5% 997
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 33.672 5% 1.010
2015 386.607 322.334 83,38% 64.273 36.101,38 321 60,80 36.162 5% 1.085
Curto 2016 389.161 326.379 83,87% 62.782 36.554,48 325 61,56 36.616 5% 1.098
Prazo 2017 391.620 330.431 84,38% 61.189 37.008,23 329 62,33 37.071 5% 1.112
2018 393.988 334.488 84,90% 59.500 37.462,62 333 63,09 37.526 5% 1.126
2019 396.265 338.549 85,43% 57.716 39.271,64 337 63,86 39.335 5% 1.180
Médio 2020 398.455 342.614 85,99% 55.841 39.743,27 341 64,63 39.808 5% 1.194
Prazo 2021 400.559 346.686 86,55% 53.873 40.215,56 345 65,39 40.281 5% 1.208
2022 402.578 350.761 87,13% 51.817 40.688,30 349 66,16 40.754 5% 1.223
2023 404.508 354.841 87,72% 49.667 42.580,97 353 66,93 42.648 5% 1.279
2024 406.348 358.926 88,33% 47.422 43.071,17 358 67,70 43.139 5% 1.294
2025 408.100 363.017 88,95% 45.083 43.562,06 362 68,48 43.631 5% 1.309
2026 409.762 367.113 89,59% 42.649 44.053,53 366 69,25 44.123 5% 1.324
2027 411.334 371.212 90,25% 40.122 44.545,46 370 70,02 44.615 5% 1.338
Long
2028 412.817 375.317 90,92% 37.500 45.038,08 374 70,80 45.109 5% 1.353
o
Prazo 2029 414.210 379.427 91,60% 34.783 45.531,28 378 71,57 45.603 5% 1.368
2030 415.516 383.542 92,31% 31.974 46.025,06 382 72,35 46.097 5% 1.383
2031 416.741 387.662 93,02% 29.079 46.519,42 386 73,12 46.593 5% 1.398
2032 417.885 391.786 93,75% 26.099 47.014,35 390 73,90 47.088 5% 1.413
2033 418.949 395.915 94,50% 23.034 47.509,75 394 74,68 47.584 5% 1.428
2034 419.936 400.047 95,26% 19.889 48.005,61 398 75,46 48.081 5% 1.442
124
9.3.3 Cenário 3
125
Tabela 9.18 - Características do atendimento do SES por bairro
ŽŶĂƐĚĞ WŽƉƵůĂĕĆŽ WŽƉƵůĂĕĆŽƚĞŶĚŝĚĂ WŽƉƵůĂĕĆŽŶĆŽ
ĂŝƌƌŽƐ
ƌĞƐĐŝŵĞŶƚŽ dŽƚĂů ƉĞůŽ^^ ƚĞŶĚŝĚĂƉĞůŽ^^
126
No que diz respeito à Região Centro, uma região que possui índices de
atendimento elevados quando comparada às demais, os incrementos no
número da população atendida serão sutis em cada um dos 20 anos do Plano.
Ao final do período que corresponde ao médio prazo, existirão não mais do que
398 habitantes sem atendimento do SES (Tabela 9.19).
127
Cenário 3: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo SES
SES(Hab) SES (Hab)
2012 47501 31.243 65,77% 16258
2013 48300 32.137 66,54% 16163
2014 49072 33.031 67,31% 16041
2015 49815 36.227 72,72% 13588
Curto 2016 50531 39.410 77,99% 11121
Prazo 2017 51221 42.579 83,13% 8642
2018 51884 45.734 88,15% 6150
2019 52523 46.694 88,90% 5829
Médio 2020 53137 47.637 89,65% 5500
Prazo 2021 53727 48.565 90,39% 5162
2022 54293 49.477 91,13% 4816
2023 54834 50.419 91,95% 4415
2024 55350 51.337 92,75% 4013
2025 55841 52.229 93,53% 3612
2026 56307 53.096 94,30% 3211
2027 56748 53.939 95,05% 2809
Longo 2028 57164 54.756 95,79% 2408
Prazo 2029 57554 55.547 96,51% 2007
2030 57920 56.315 97,23% 1605
2031 58264 57.060 97,93% 1204
2032 58584 57.781 98,63% 803
2033 58883 58.294 99,00% 589
2034 59159 58.567 99,00% 592
128
Cenário 3: Região Leste Nordeste
Índice de População não
População atendida
Ano População (Hab) Atendimento do atendida pelo SES
pelo SES(Hab)
SES (Hab)
2021 51284 46037 89,77% 5247
2022 51672 47673 92,26% 3999
2023 52043 48377 92,96% 3666
2024 52396 49063 93,64% 3333
2025 52733 49734 94,31% 2999
2026 53052 50386 94,97% 2666
2027 53354 51021 95,63% 2333
Longo 2028 53639 51639 96,27% 2000
Prazo 2029 53906 52240 96,91% 1666
2030 54157 52824 97,54% 1333
2031 54392 53392 98,16% 1000
2032 54612 53945 98,78% 667
2033 54816 54268 99,00% 548
2034 55006 54456 99,00% 550
130
Cenário 3 - Distritos
População População não
Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo atendida pelo SES
Atendimento do SES
SES(Hab) (Hab)
2011 12.601 3.317 26,32% 9.284
2012 12.893 3.500 27,15% 9.393
2013 13.178 3.683 27,95% 9.495
2014 13.452 3.866 28,74% 9.586
2015 13.715 5.327 38,84% 8.388
Curto 2016 13.970 6.781 48,54% 7.190
Prazo 2017 14.214 8.223 57,85% 5.991
2018 14.449 9.656 66,83% 4.793
2019 14.674 11.079 75,50% 3.595
Médio 2020 14.893 12.497 83,91% 2.397
Prazo 2021 15.101 13.903 92,07% 1.198
2022 15.302 15.149 99,00% 153
2023 15.494 15.339 99,00% 155
2024 15.678 15.521 99,00% 157
2025 15.851 15.692 99,00% 159
2026 16.016 15.856 99,00% 160
2027 16.173 16.011 99,00% 162
Longo 2028 16.319 16.156 99,00% 163
Prazo 2029 16.459 16.294 99,00% 165
2030 16.589 16.423 99,00% 166
2031 16.709 16.542 99,00% 167
2032 16.824 16.656 99,00% 168
2033 16.929 16.760 99,00% 169
2034 17.028 16.858 99,00% 170
131
Tabela 9.25 - Cenário 3 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 3
População Vazão média Vazão média
População Vazão Média Extensão da Vazão média de Índice de
Índice de não atendida total de de esgotos
Ano População Atendida Doméstica rede de infiltração tratamento de
Atendimento pelo SES esgotos tratados
(Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(Hab) (m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 5% 31.968 1.598
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 5% 32.393 1.620
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 5% 32.819 1.641
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 5% 33.245 1.662
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 5% 33.672 1.684
2015 386.607 328.545 84,98% 58.062 36.796,99 327 61,97 5% 36.859 1.843
Curto 2016 389.161 338.753 87,05% 50.408 37.940,30 337 63,90 5% 38.004 1.900
Prazo 2017 391.620 348.917 89,10% 42.703 39.078,75 348 65,82 5% 39.145 1.957
2018 393.987 359.041 91,13% 34.946 40.212,63 358 67,73 5% 40.280 2.014
2019 396.265 366.895 92,59% 29.370 42.559,80 365 69,21 5% 42.629 2.131
Médio 2020 398.455 374.680 94,03% 23.775 43.462,87 373 70,68 5% 43.534 2.177
Prazo 2021 400.560 382.398 95,47% 18.162 44.358,20 381 72,13 5% 44.430 2.222
2022 402.578 389.680 96,80% 12.898 45.202,92 388 73,50 5% 45.276 2.264
2023 404.508 392.476 97,03% 12.032 47.097,13 391 74,03 5% 47.171 2.359
2024 406.349 395.234 97,26% 11.115 47.428,07 394 74,55 5% 47.503 2.375
2025 408.100 397.902 97,50% 10.198 47.748,24 396 75,06 5% 47.823 2.391
2026 409.762 400.481 97,74% 9.281 48.057,77 399 75,54 5% 48.133 2.407
2027 411.335 402.972 97,97% 8.363 48.356,65 401 76,01 5% 48.433 2.422
Longo 2028 412.818 405.373 98,20% 7.445 48.644,77 404 76,46 5% 48.721 2.436
Prazo 2029 414.211 407.511 98,38% 6.700 48.901,27 406 76,87 5% 48.978 2.449
2030 415.517 409.544 98,56% 5.973 49.145,31 408 77,25 5% 49.223 2.461
2031 416.742 411.497 98,74% 5.245 49.379,68 410 77,62 5% 49.457 2.473
2032 417.886 413.370 98,92% 4.516 49.604,39 412 77,97 5% 49.682 2.484
2033 418.950 414.761 99,00% 4.190 49.771,26 413 78,24 5% 49.849 2.492
2034 419.937 415.738 99,00% 4.199 49.888,52 414 78,42 5% 49.967 2.498
132
9.3.4 Cenário 4
133
Tabela 9.26 - Cenário 4 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 4
População Vazão média Vazão média
População Vazão Média Extensão da Vazão média de Índice de
Índice de não atendida total de de esgotos
Ano População Atendida Doméstica rede de infiltração tratamento de
Atendimento pelo SES esgotos tratados
(Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(Hab) (m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.968 5% 959
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 32.393 5% 972
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 32.819 5% 985
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 33.245 5% 997
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 33.672 5% 1.010
2015 386.607 328.545 84,98% 58.062 36.796,99 327 61,97 36.859 15% 5.529
Curto 2016 389.161 338.753 87,05% 50.408 37.940,30 337 63,90 38.004 25% 9.501
Prazo 2017 391.620 348.917 89,10% 42.703 39.078,75 348 65,82 39.145 35% 13.701
2018 393.987 359.041 91,13% 34.946 40.212,63 358 67,73 40.280 45% 18.126
2019 396.265 366.895 92,59% 29.370 42.559,80 365 69,21 42.629 55% 23.446
Médio 2020 398.455 374.680 94,03% 23.775 43.462,87 373 70,68 43.534 65% 28.297
Prazo 2021 400.560 382.398 95,47% 18.162 44.358,20 381 72,13 44.430 75% 33.323
2022 402.578 389.680 96,80% 12.898 45.202,92 388 73,50 45.276 85% 38.485
2023 404.508 392.476 97,03% 12.032 47.097,13 391 74,03 47.171 95% 44.813
2024 406.349 395.234 97,26% 11.115 47.428,07 394 74,55 47.503 99% 47.028
2025 408.100 397.902 97,50% 10.198 47.748,24 396 75,06 47.823 99% 47.345
2026 409.762 400.481 97,74% 9.281 48.057,77 399 75,54 48.133 99% 47.652
2027 411.335 402.972 97,97% 8.363 48.356,65 401 76,01 48.433 99% 47.948
Longo 2028 412.818 405.373 98,20% 7.445 48.644,77 404 76,46 48.721 99% 48.234
Prazo 2029 414.211 407.511 98,38% 6.700 48.901,27 406 76,87 48.978 99% 48.488
2030 415.517 409.544 98,56% 5.973 49.145,31 408 77,25 49.223 99% 48.730
2031 416.742 411.497 98,74% 5.245 49.379,68 410 77,62 49.457 99% 48.963
2032 417.886 413.370 98,92% 4.516 49.604,39 412 77,97 49.682 99% 49.186
2033 418.950 414.761 99,00% 4.190 49.771,26 413 78,24 49.849 99% 49.351
2034 419.937 415.738 99,00% 4.199 49.888,52 414 78,42 49.967 99% 49.467
134
Na Figura 9.4 são apresentadas as vazões médias de esgotos
esg gerados e
tratados no município, bem como a evolução desses números no decorrer dos
anos. O aumento significativo do índice de tratamento
tratamento cresce de forma linear
devido aos investimentos esperados no gerenciamento da rede, atuando
principalmente, na identificação e regularização de ligações clandestinas,
clande bem
como na manutenção das tubulações a fim de evitar perdas
perdas e roubos de
esgotos.
135
limitante da produção agropecuária, como é o caso do município de Campina
Grande.
Neste contexto, faz-se importante avaliar a implantação de sistemas
individuais e/ou semicoletivos na zona rural do município, respeitando-se as
características ambientais e de adensamentos populacionais locais, de modo
que o saneamento ambiental possa ser implantado/aperfeiçoado em áreas com
viabilidade de reuso de águas residuais, como importante elemento de fixação
das famílias no campo e incremento da produção agropecuária local.
136
10. PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
137
10.2 Condicionantes Físicos
As bacias superficiais são definidas pela topografia do terreno, de modo
que são margeadas por divisores topográficos e tem suas águas escoando
para um único ponto, denominado exutório. Desse modo, diferentes
ocorrências relacionadas a etapas do ciclo hidrológico podem ser melhor
compreendidas e mensuradas quando temos seus limites bem definidos. Há
divisores que funcionam como barreiras às nuvens, ocasionando a chuva
orográfica, e a consequente seca na bacia para qual seguiria. Nas bacias onde
há grande declividade, velocidades mais altas das águas provocam o
carreamento de sedimentos e torna o terreno mais propenso a erosão. Já
naquelas de declive mais baixo, quando não impermeabilizada a área, a
infiltração é favorecida (EPA, 2008). A Figura 10.1 é uma síntese gráfica dos
efeitos da urbanização nas águas urbanas.
138
Grande, possui um levantamento planialtimétrico datado de 1982
(ATECEL/UFCG, 1982). Este levantamento, já em formato digital (em formato
compatível com programas de CAD – Computer Aided Design) tem sido
utilizado por décadas em várias pesquisas, por ser este o último levantamento
topográfico efetuado para a cidade inteira (área urbana). Esta topografia
também tem sido utilizada pelas concessionárias de serviços de infra-estrutura
para projeto e dimensionamento de redes.
Posteriormente, Cordão (2009) desenvolveu dois subprodutos: (i) Curvas
de nível mestres, 10 em 10 m (ii) Pontos cotados extraídos automaticamente
(aprox.. 5000 pontos) para utilização em ambiente SIG (Sistemas de
Informação Geográfica), no formato shapefile, formato no qual, as informações
de elevação puderam ser associadas, ampliando a capacidade de utilização
deste levantamento.
Tsuyuguchi et al.(2014), faz uma análise detalhada destes subprodutos,
refinando sua acurácia e adicionando-lhes informação altimétrica do entorno
urbano obtida a partir de sensoriamento remoto, com vistas a obtenção de um
MDE hidrologicamente consistente. Como resultado, temos o MDE
apresentado na Figura 10.2, o qual foi rigorosamente validado através de
metodologias descritas e publicadas em Tsuyuguchi et al (2014).
139
10.2.2 Delimitação das bacias e sub-bacias de drenagem
O escoamento superficial está diretamente relacionado à topografia e,
consequentemente, à morfologia das bacias, uma vez que ela determina
direções de fluxo e áreas de acúmulo de água. Um planejamento dos serviços
de drenagem urbana eficiente depende então, de uma caracterização
consistente das bacias e microbacias (macrodrenagem e microdrenagem).
Pode-se definir uma bacia hidrográfica como:
“um conjunto de terras drenadas por um rio e
seus afluentes, formada nas regiões mais altas do
relevo por divisores de água, onde as águas das
chuvas, ou escoam superficialmente formando os
riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de
nascentes e do lençol freático. As águas superficiais
escoam para as partes mais baixas do terreno,
formando riachos e rios, sendo que as cabeceiras são
formadas por riachos que brotam em terrenos íngremes
das serras e montanhas e à medida que as águas dos
riachos descem, juntam-se a outros riachos,
aumentando o volume e formando os primeiros rios,
esses pequenos rios continuam seus trajetos
recebendo água de outros tributários, formando rios
maiores até desembocarem no oceano (Barrella,
2001).”
140
em ambiente SIG, concluiu-se que ambas apresentaram excelentes resultados,
e se mostraram capazes de subsidiar o planejamento da drenagem urbana. As
delimitações ficaram muito semelhantes, mas observou-se, através de imagens
aerofotogramétricas que a rede de drenagem obtida pelo pacote TerraView
melhor representava os riachos da região, e por isso optou-se por este pacote
para continuidade do estudos.
141
Figura 10.5 – (a) Bacias de Macrodrenagem e (b) Bacias de Microdrenagem de
Campina Grande
142
topografia e cartografia e com o auxílio de sistemas de informações
geográficas. Dessa forma, pode-se chegar a uma adequação espacial de
microbacias e bacias hidrográficas (LIMA e ZAKIA, 2001).
143
Figura 10.6 – Sub-bacias por classes de declividades média
144
características morfológicas das bacias calculadas, são parâmetros de entrada
(input), na maioria dos modelos de simulação.
145
drenagem urbana na fase de planejamento de expansão das cidades. Com a
impermeabilização do solo, segundo Tucci (2005), a água que infiltrava,
passará a escoar através das superfícies impermeáveis, condutos e canais,
exigindo maior capacidade de escoamento.
Na hidrologia urbana, é fundamental conhecer detalhadamente as
características da ocupação da bacia hidrográfica, pois isso influi diretamente
nas taxas de infiltração, que resultam na chuva excedente, que por sua vez
produz a vazão dos cursos d’água. Além disso, as características fisiográficas
da bacia, como área drenada, declividade e forma, e o grau de intervenções no
sistema de drenagem natural, como a existência de canais, galerias,
reservatórios de detenção, etc., determinam a velocidade com que a água se
concentra numa determinada seção do curso d’água. Esse processo também
interfere na magnitude das vazões durante as chuvas intensas. Em resumo,
bacias com alto grau de impermeabilização, com alta declividade, com
sistemas de drenagem muito velozes tendem a produzir vazões relativamente
elevadas (São Paulo, 2012).
1
As imagens Landsat podem ser adquiridas e acessadas a partir de diversos portais no mundo inteiro. O Portal
GLOVIS é um dos mais utilizados (http://glovis.usgs.gov/) e é mantido pelo serviço geológico americano (USGS).
146
Entretanto a disponibilidade de imagens de boa qualidade para uma área
urbana da extensão de Campina Grande, nem sempre é alta, devido a enorme
quantidade de imagens com elevada cobertura de nuvens, o que impede, na
maioria das vezes um reconhecimento automático de padrões ou até mesmo
uma foto-interpretação visual das imagens.
A metodologia proposta é uma análise das diferenças entre duas cenas
de duas datas diferentes, de forma a obter uma taxa de impermeabilização
para período compreendido entre os dois momentos imageados. Uma vez que
esta taxa é estabelecida, ela pode ser calculada para diferentes datas
considerando-se uma função linear simples. A região de Campina Grande
apresenta alta nebulosidade em quase todos os dias do ano, o que acarreta
uma alta cobertura de nuvens na maioria das imagens. Utilizando uma máscara
retangular envolvendo o perímetro urbano da cidade, todas as cenas do acervo
Landsat foram examinadas e verificadas para permitir a seleção de imagens
representativas das últimas décadas. As duas cenas escolhidas estão descritas
na Tabela 10.3.
147
imagens Landsat, através das diferenças observadas, algumas informações
puderam também ser extraídas. Outras imagens dos respectivos anos
analisados foram utilizadas para realizar o preenchimento em áreas em que
pequenas nuvens impediam a classificação de uso. As Figuras 10.7 (a) e (b)
são o resultado da aplicação desta metodologia.
Figura 10.7 – Imagens do satélite Landsat dos anos de 1989 (a) e 2014 (b)
referentes a 25 anos de expansão urbana no município de Campina Grande
148
Considerando-se as projeções de crescimento populacional
estabelecidas neste estudo prognóstico para 5 (cinco) zonas de características
homogêneas, observa-se a situação apresentada na Figura 10.8. A partir de
uma operação de Overlay (sobreposição) simples, é possível observar as
diferentes taxas de impermeabilização de cada zona ao longo de 25 anos. Para
a obtenção dos valores diferenciados para cada zona, uma tabulação cruzada
entre as áreas impermeabilizadas e as áreas referentes às zonas foi realizada
e os valores calculados são apresentados na Tabela 10.5. Observa-se nesta
tabela que uma das zonas (Centro), para o período de 20 anos, se permanecer
aumentando sua área impermeabilizada na taxa calculada (sem nenhuma
medida compensatória ou intervenção estrutural), estará completamente
impermeabilizada em um período de 20 anos.
149
ZEIS
LESTE- 12.38 23.54
NORDES 11.16 25.33 27.11 32.47
TE
SUDOES 4.62 22.39
TE-
EXPANS 17.77 25.23 28.08 36.61
ÃO
URBANA
150
Tabela 10.7 – Áreas impermeabilizadas em cada bacia hidrográfica para os
períodos de 4, 8 e 20 anos. Destaque para a bacia D com maiores chances de
saturação da área impermeabilizada
Bacia 2014 (% de área 2018 (% de área 2022 (% de área 2034 (% de área
impermeabilizada) impermeabilizada) impermeabilizada) impermeabilizada)
A 7,24 8,18 9,12 11,93
B 25,48 27,87 30,26 37,43
C 11,33 11,86 12,40 14,00
D 56,85 60,80 64,75 76,60
E 5,68 6,34 6,99 8,96
F 4,78 5,22 5,67 7,00
G 20,52 23,38 26,24 34,82
H 8,01 9,28 10,55 14,36
151
Censo Censo Descrição da variável
2000 2010
Domicílios particulares permanentes com lixo coletado, banheiro de
uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário
via rede geral de esgoto ou pluvial (2010)
152
remoto no que diz respeito ao aumento da impermeabilização em algumas
bacias. Percebe-se claramente um aumento da ocupação em algumas bacias
ao sul da área urbanizada, na área considerada de expansão urbana para
estudos de projeção populacional.
Atenção especial também deve ser dedicada ao vetor leste de expansão
urbana, vetor este que pode estar sendo impulsionado pelo crescimento dos
condomínios horizontais nestas regiões e que ode alterar significativamente a
capacidade de drenagem destas bacias.
153
de drenagem. A Figura 10.11 apresenta a espacialização desta informação de
forma temática.
Para a análise desta informação por sub-bacia, foi realizada uma
sobreposição destas informações e calculado um percentual para a obtenção
de percentual de vias com presença de elementos de drenagem por sub-bacia,
considerando: (i) as vias com informações pesquisadas; (ii) percentual vias
com elementos de drenagem que estão localizadas completamente no interior
da sub-bacia (relação topológica de contingência). A Figura 10.12 apresenta a
espacialização deste percentual por sub-bacia em intervalos. Observa-se que
algumas sub-bacias no entorno urbano apresentaram um valor percentual mais
alto (baixo número total de vias dos quais, quase todas com elementos de
drenagem).
154
Figura 10.12 – Percentual de vias com presença de elementos de drenagem
nas sub-bacias a serem utilizadas nas simulações
155
fluviométricas instaladas na área urbana. Dessa forma, deve-se recorrer a
métodos de estimativas de vazões indiretos, adotando um modelo chuva-
vazão.
Neste sentido, três grandes bacias vem sendo analisadas no distrito
sede de Campina Grande: Bacia do Riacho de Bodocongó, Bacia do Riacho
do Prado e Bacia do Riacho das Piabas. Com a perspectiva de crescimento
das zonas de projeção da cidade, nota-se que algumas outras bacias começam
a ser ocupadas.
Inicialmente, no âmbito deste Plano Municipal de Saneamento foram
realizados estudos em um trecho do Canal das Piabas (Melo Filho et al, 2014).
Este estudo embora não contemple toda a capacidade do canal, serviu como
passo inicial para o entendimento de problemas inerentes aos sistemas de
macrodrenagem urbana em Campina Grande.
Após este estudo inicial no Riacho das Piabas, um estudo mais
detalhado da capacidade dos canais foi realizado no canal de Bodocongó.
Assim são apresentados estes dois estudos de simulação, com nível de
detalhamento diferenciados, de forma a iniciar um prognóstico consistente dos
serviços de drenagem na cidade Campina Grande.
156
canal. Para delimitação desta, utilizou-se dados oficiais da Secretaria de
Planejamento da cidade, SEPLAN-CG, que forneceu mapas digitais com as
bacias de drenagem e divisão oficial dos bairros que compõem a sede do
município.
157
O input de dados pluviométricos alicerçou-se no conceito de período de
retorno – o inverso da probabilidade de um determinado evento ser igualado ou
superado em um ano qualquer (Tucci, 2013). Ou seja, quando se determina
que uma obra/canal terá um tempo de retorno de “T” anos, é estimado um
risco a que a população estará sujeita. A escolha do tempo de retorno de uma
obra trata-se, portanto, de uma decisão delicada que envolve interesses
políticos, econômicos e sociais. Os riscos usualmente adotados na América do
Sul estão representados na Tabela 10.9.
158
Tabela 10.10 - Intensidades pluviométricas (mm/h) extraídas da curva IDF para
Campina Grande
Duração Tempo de Retorno
(min) 01 05 10 25
ANO ANOS ANOS ANOS
30 40,13 57,83 67,68 83,33
60 27,75 39,99 46,8 57,62
120 18,79 27,08 31,69 45,67
Fonte: Aragão, 2000
159
Figura 10.15 – Perfil longitudinal do canal das Piabas após uma precipitação de
57,62mm/h, com duração de 60 minutos
161
Figura 10.17 - Tubulação de abastecimento de água que passa no fundo do
canal
162
10.5.2 Estudo da capacidade do canal de Bodocongó: simulação e
análise de cenários
O canal de Bodocongó tem um papel importante na macrodrenagem de
Campina Grande e foi selecionado para este estudo quantitativo devido,
principalmente, às seguintes características:
• A existência de dados de projeto do canal permitiu um estudo mais
realista, apesar haver garantias de que a execução do canal tenha
ocorrido conforme consta em projeto;
• O maior número das áreas identificadas pelo Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) e pela Defesa Civil como áreas de Alto e Muito Alto Risco
a Enchentes e Movimentos de Massa localiza-se nessa bacia;
• Existe atualmente, um projeto de alto investimento para urbanização
do açude de Bodocongó, orçado em aproximadamente 35 milhões
(Estado da Paraíba, 2014), que prevê tanto a dragagem do açude
(bastante benéfica ao sistema de drenagem), como também uma melhor
condição de vida a população usuária de seu entorno, o que pode
representar um grande atrativo para sua ocupação e a médio e longo
prazo pode trazer alterações na capacidade da drenagem.
163
Para o presente estudo foram utilizados métodos indiretos para
avaliação das cheias com tempos de retorno de 10, 25, 50 e 100 anos.
Adotando a seguinte sequência de cálculo:
164
ou Pulls).
165
Figura 10.18 – Localização da bacia de Bodocongó, distribuição do sistema de
drenagem e pontos de controle analisados
166
a Bacia B na Tabela 10.17 (aproximadamente 15% de aumento da área
impermeabilizada para um horizonte de 20 anos).
167
controle 1 (PC 1), observa-se uma redução na vazão de pico acima de 55%
para os diferentes tempos de retorno analisados neste estudo. Os hidrogramas
apresentados nas figuras abaixo apresentam no eixo vertical valores de vazão
em m3/s e tempo em minutos com cada intervalo correspondendo a seis
minutos de simulação.
168
Figura 10.22 – Hidrograma de vazões de entrada e saída no reservatório de
Bodocongó para Tr de 25 anos
169
A seção transversal que recebe as águas do Reservatório de Bodocongó
é apresentada na Figura 10.25, observa-se que para este ponto o
transbordamento da seção ocorre apenas para a cheia com tempo de retorno
de 100 anos, apresentando uma folga de 0,33 metros para a cheia com período
de retorno de 50 anos. Já para o cenário de expansão urbana ocorre o
extravasamento da seção transversal do canal de Bodocongó a partir do
período de retorno de 50 anos, devido ao aumento das vazões para todos os
períodos de retorno resultantes da maior impermeabilização para região a
montante da bacia do reservatório de Bodocongó. Para esta simulação foi
considerado que 45 % bacia poderia ser ocupado com uso residencial. Na
Tabela 10.14 apresenta os diferentes resultados encontrados para os dois
cenários estudados.
• Ponto de Controle 2 – PC 2
O ponto de controle 2 situa-se na junção entre as sub-bacias 8 e 9.1.
Observa-se nos hidrogramas para este ponto de estudo, apresentados nas
Figuras 10.25 a 10.32, que as cheias das sub-bacias 8 e 9.1 apresentam
menor tempo de concentração quando comparadas com o hidrograma de saída
170
do reservatório de Bodocongó. Dessa forma, as cheias não causam elevação
da vazão máxima de pico no PC 2. Os gráficos com os hidrogramas são
apresentados sequencialmente, primeiro apresentando as cheias individuais de
cada sub-bacia e depois os hidrogramas resultantes no PC (Figuras 10.26 a
10.33).
171
Figura 10.29 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de 25
anos
172
Figura 10.33 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de
100anos
• Ponto de controle 3 – PC 3
O ponto de controle 3 recebe as águas da sub-bacia 9.2, observa-se nos
hidrogramas para este ponto de estudo, apresentadas nas Figuras x18 a x26,
que o pico da cheia da sub-bacia 9.2 encontram o canal antes do pico das
173
cheias resultantes do PC 2. Dessa forma, as cheias não causam elevação da
vazão máxima de pico no PC 3. A sub-bacia 9.2 apresenta um tempo de
concentração inferior a propagação da cheias de montante do canal. Essa
condição resulta em pequenos picos de cheia, antes do pico de máxima que
transporta as águas de montante (Figuras 10.35 a 10.42).
Para o ponto de controle 3 observa-se na Tabela 10.16 que o nível
d’água na seção transversal aumentou em 0,30 metros quando comparada ao
cenário atual, isso resultou em inundações para os período de retorno de 50 e
100 anos (Figura 10.43).
174
Figura 10.38 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 25 anos
175
Figura 10.42 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 100 anos
• Ponto de controle 4 – PC 4
Os picos de cheias oriundas das bacias situadas a jusante do
reservatório de Bodocongó ficam mais evidentes no PC 4, o tempo de
concentração semelhante dessas bacias resultam em aumento da vazão antes
da vazão máxima do trecho a jusante do PC 3. Contudo, o tempo de resposta é
bem mais rápido do que a vazão máxima propagadas nos trechos a montante.
Cheias deste tipo são piores para os sistemas de alerta de inundação, pois é
possível observar vazão elevadas na seção com uma hora depois do início da
tormenta. No entanto, a vazão máxima será observada com cerca de cinco
horas do início dos eventos de chuva para os períodos de retorno analisados
(Figuras 10.44 a 10.51).
176
Observa-se na Tabela 10.17 que as variações nos nível d’água são na
ordem de 0,30 metros para os diferentes períodos de retorno.
177
Figura 10.48 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 9.3 e 10 e jusante do
PC 3 para Tr de 50 anos
178
Tabela 10.17 – Vazões máximas e nível d’água no PC4 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 49,65 84,99 118,25 166,37
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 67,56 104,81 144,16 192,7
Atual 1,60 2,23 2,71 3,48
Nível d’água (m)
Expansão urbana 1,94 2,53 3,23 3,70
• Ponto de controle 5 – PC 5
O ponto de controle 5 recebe as águas da sub-bacia 12.1, observa-se
que o efeito combinado das bacias a jusante do reservatório de Bodocongó
provocam aumento do pico de cheia no hidrograma. Para o período de retorno
de 10 anos as cheias apresentam o pico de máxima mais rápido do que os
observados nos outros pontos estudados, com cerca de uma hora depois do
início da tormenta. Efeito similar é observado nos outros hidrogramas para
período de retorno maior, mas com valores inferiores ao pico de vazão máxima
do hidrograma, o motivo para que está condição ocorra é a menor capacidade
do reservatório em amortecer as cheias com tempos de retorno superiores a 10
anos (Figura 10.53 a 10.60).
Ao analisar as Tabelas 10.18 e 10.17 observa-se que as vazão máxima
no PC 5 superam a do PC 4 em 24 m3/s para o tempo de retorno de 10 anos e
cerca de 4 horas a menos no tempo de propagação da cheia máxima.
A zona de projeção Sudoeste, dentre as zonas do distrito sede, é a que
vai sofrer o maior acréscimo populacional absoluto e percentual. Uma
área superior a 50% da bacia B12.1, que tem seu exutório próximo ao Ponto de
Controle PC 5, está situada nessa zona. Esse ponto já demonstra não suportar
a chuva simulada com Tr de 50 anos na situação atual, e para o cenário de
expansão urbana, o CN da bacia B12.1 é alterado de 82,5 para 92. Esta
179
mudança resultaria em um pico de vazão ocorrendo dentro de um intervalo de
tempo muito curto, aproximadamente 1 hora, até mesmo para chuvas com TR
de 10 anos, reduzindo, portanto, o tempo para ações emergenciais e
aumentando, consideravelmente, a frequência de transbordamentos do canal.
Observa-se, portanto, que a expansão dessa área deve ser bem
regulamentada e monitorada, pois o PC 5 foi o ponto mais crítico entre os
pontos estudados.
180
Figura 10.56 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para Tr de 25 anos
181
Figura 10.60 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para tempo de
retorno de 100 anos
Tabela 10.18 - Vazões máximas e nível d’água no PC5 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 64,3 95,95 131,08 180,68
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 91,95 116,87 155,81 207,16
Atual 2,09 2,52 3,36 4,09
Nível d’água (m)
Expansão urbana 2,80 2,98 4,31 4,71
• Ponto de controle 6 – PC 6
A sub-bacia 12.2 não promove aumentos significativos na máxima vazão
observado no hidrograma para seção controlada pelo PC 6. No entanto, para
este ponto a seção transversal apresenta-se com geometria diferente das
anteriores com área maior, permitindo que as cheias de 10 e 25 anos passem
pela seção sem extravasamentos para o cenário de maior impermeabilização
(Figuras 10.62 a 10.69).
182
Figura 10.62 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5
para Tr de 10 anos
183
Figura 10.66 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5
para Tr de 50 anos
184
Tabela 10.19 – Vazões máximas e nível d’água no PC 6 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 71,4 96,86 132,32 181,98
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 93,84 130.55 159,9 208,64
Atual 1,74 2,12 2,61 3,60
Nível d’água (m)
Expansão urbana 2,08 2,59 3,37 3,83
185
do conhecimento in locu de grande parte das áreas alagadas.
186
Para a Altitude, considera-se uma função linear decrescente contínua
(quanto mais baixo o valor da altitude, mais chances de um alagamento).
Para o critério Distância aos Corpos Hídricos a mesma função de
pertinência anterior foi aplicada. Nesse caso a partir de uma distância de 100
metros considera-se que a proximidade ao corpo hídrico não tem mais peso no
cálculo do pixel analisado.
Para o critério Distância às vias com elementos de drenagem considera-
se uma função linear crescente contínua (quanto mais próximo de uma via com
elementos de drenagem, menos chances de um alagamento). Considera-se
que a partir de uma distância de 100 metros a proximidade à estas vias não
tem mais peso no cálculo do pixel analisado.
Para o Uso do Solo considera-se uma restrição na análise: apenas as
áreas susceptíveis a alagamentos em áreas impermeabilizadas serão
consideradas, devido ao maior impacto direto destes alagamentos, tanto nas
pessoas que habitam a região quanto para as pessoas que dela se utilizam
(sejam nas vias de acesso, ou mesmo comércio, etc).
Após estabelecidas as funções de pertinência, uma sobreposição foi
efetuada (overlay) de forma a considerar todos os critérios já padronizados.
Para a análise multicriterial, foram utilizados conceitos de lógica Fuzzy
(nebulosa) desenvolvidos por Zadeh (1960). Neste trabalho, um conjunto difuso
é caracterizado pelo grau de pertinência que varia de 0 a 1, indicando um
aumento contínuo de uma situação de não pertinência para uma de total
pertinência segundo uma função linear.
187
Figura 10.71. Verifica-se que todos os pontos de alagamentos indicados
pela Defesa Civil e pela CPRM (2013), no mapeamento das áreas com
potencial de risco alto a muito alto, localizam-se nas áreas consideradas de
“alta” susceptibilidade a alagamentos por esta metodologia.
188
Figura 10.71 – Mapa Susceptibilidade a Alagamentos segundo a metodologia
adotada
189
os bairros que apresentam maiores percentuais de sua área com alta
susceptibilidade a alagamentos, baseando-se na análise muticriterial descrita.
O resultado desta tabulação pode ser comparado a dados censitários,
utilizando o bairro como unidade de análise. Podemos observar, por exemplo,
que alguns destes bairros possuem densidade populacional muito superior à
média da cidade, o que também é um fator interferente nos alagamentos
(aumento da impermeabilização). Esta investigação colabora na estimativa da
população atingida pelos alagamentos, informação esta que funciona como
instrumento de zoneamento para Planejamento Urbano (implementação de
densidades habitacionais sustentáveis nas diferentes áreas da cidade, por
exemplo). Além disso, este mapeamento, já é por si só um indicador de áreas
prioritárias de ação para mitigação dos alagamentos recorrentes.
Pretende-se com este estudo, dar melhores subsídios para ações
preventivas e de planejamento da cidade, ampliando-se a discussão no âmbito
do manejo de águas pluviais urbanas no município, de forma a estabelecer
metas de curto, médio e longo prazo a serem atingidas, mediante o
estabelecimento de ações específicas, que envolvam tanto medidas estruturais
como não estruturais, fazendo-se uso do princípio de uma drenagem
sustentável.
190
indevida de resíduos sólidos e efluentes líquidos no sistema. A vazão de
projeto (utilizada nas simulações), por vezes, não é observada
operacionalmente diante dos diferentes contribuintes que o sistema recebe
diariamente (esgotos clandestinos, deposição regular de lixo, interferência de
tubulações de abastecimento de água potável diminuindo a área das seções
dos canais, etc.)
No cenário de expansão urbana, consideraram-se as estimativas de
crescimento populacional e consequente impermeabilização do solo urbano
para um horizonte de 20 anos (taxa de impermeabilização utilizada para
atribuição do CN nas áreas simuladas). Neste cenário, as simulações apontam
um comprometimento da capacidade de suporte à drenagem. Ações
preventivas já poderiam ser tomadas, como intensificação da fiscalização na
manutenção dos canais e um estudo regulatório mais detalhado acerca dos
índices de ocupação permitidos nas áreas ainda não impermeabilizadas nos
dias atuais.
No caso específico da bacia do Bodocongó, há, entretanto, uma
preocupação adicional, haja visto um cenário de intensificação da ocupação
urbana em torno do açude de Bodocongó, motivada pela criação do parque
universitário (que inclui a UFCG e UEPB) e pelo lançamento já ocorrido do
projeto de urbanização do parque do açude Bodocongó que pretende ser um
agente transformador da paisagem na região e que, certamente, será um
“atrator” de movimento e ocupação urbana pela valorização imobiliária que este
promoverá no seu entorno.
Sendo assim, recomendam-se estudos de intervenções mais localizadas
nestas áreas, como propostas de medidas compensatórias e monitoramento
contínuo para evitar transtornos de inundações e alagamentos bastante
prováveis nestas áreas, segundo a simulação realizada.
Por fim, reforça-se a necessidade de um planejamento urbano “sensível”
aos recursos hídricos da região. As águas urbanas devem ser consideradas
nos cálculos de taxas de ocupação e aproveitamento do solo urbano e
qualquer intervenção na paisagem urbana não deve ser planejada de forma
estanque e isolada sem uma análise sistêmica dos impactos e consequências
na macrodrenagem existente e suas capacidades de suporte às alterações
constantes no uso do solo, inerentes a qualquer área urbanizada. Além disso, o
191
sistema de separação absoluta dos serviços de drenagem de águas pluviais e
de adução de efluentes domésticos e industriais deve ser respeitado e
implementado de forma efetiva e não apenas previsto em projeto. Entende-se
que esforços continuados de conscientização da população, educação
ambiental e fiscalização são de fundamental importância para que a cidade de
Campina Grande alcance um nível eficiente e eficaz de prestação dos serviços
de drenagem urbana.
192
11. PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
COLETA E MANEJO DE RESÍDUOS
11.1 Introdução
A urbanização acelerada das cidades associada à falta de planejamento
e à insuficiência de recursos e investimentos no setor de saneamento básico
têm sido os maiores responsáveis pelos problemas associados ao
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e rurais das cidades brasileiras.
Segundo Frésca (2007), fatores como o desenvolvimento tecnológico, o
crescimento industrial e populacional, e mudanças de hábitos de consumo são
determinantes na transformação do espaço geográfico brasileiro.
Tais fatores influenciam também na modificação na produção de lixo,
uma vez que os resíduos sólidos gerados no ambiente urbano têm relação
direta com o desenvolvimento e crescimento das cidades. Para Gonçalves
(1997), apud Costa; Silva (2012) o volume de lixo doméstico duplicou nos
últimos quinze anos em virtude do aumento do poder aquisitivo e do perfil de
consumo dos brasileiros.
Os problemas associados à geração e descarte de resíduos são
observados na maioria das cidades do Brasil, especialmente naquelas de
médio e grande porte. Para minimizá-los são necessárias medidas estratégicas
de planejamento que possibilitem o controle e minimização da produção de lixo
e estimulem ações sustentáveis a curto médio e longo prazos.
A presente etapa, definida como prognóstico da prestação dos serviços
de coleta e manejo de resíduos requer o desenvolvimento e a seleção de
alternativas de intervenção no sistema de gestão existente no município de
Campina Grande.
11.2 Metodologia
Diante dos problemas associados ao gerenciamento de resíduos sólidos
de Campina Grande detalhados no Produto 2 (Diagnóstico dos Serviços de
Saneamento de Campina Grande) deste plano, e baseados nas estimativas
futuras de geração de resíduos foram propostos quatro cenários de intervenção
na situação de resíduos sólidos atual que possibilitarão vislumbrar um
!"
panorama futuro no município e subsidiar a administração pública na busca por
um progresso efetivamente sustentável.
Sendo assim, as taxas de crescimento populacional de Campina Grande
e a Taxa de Geração de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) foram utilizadas
como variáveis na formulação desses cenários.
!"
(11.2)
"
onde:
: Geração per capita de resíduos (kg/hab.dia)
: Quantidade de resíduos coletados por dia (kg)
: População com coleta de resíduos (hab)
Com base nos resultados obtidos para a geração per capita de resíduos
de cada ano, adotou-se como taxa de geração de RSD para Campina Grande
a média aproximada dos últimos quatro anos resultando em 0,66 kg/hab.dia.
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populacional e a taxa de geração per capita de resíduos sólidos, sendo este o
parâmetro que mais se aproxima da realidade do município para esse tipo de
resíduo. A taxa de geração per capita de resíduos que parte de 0,66 kg/hab.dia
é incrementada em 0,002 kg/hab.dia a cada ano, de modo a atender ao
crescente padrão de consumo e mantendo-se dentro do valor considerado para
cidades de até 500 mil habitantes (IBAM, 2001). A Tabela 11.2 descreve a
previsão da quantidade de RSD que serão produzidos no município num
universo de 20 anos.
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terrenos baldios. Propõe-se ainda como medida estratégica complementar a
realização de campanhas educativas que fomentem a participação pública
como colaboradora ativa da manutenção da limpeza pública e da coleta
seletiva dos resíduos gerados no município.
Cenário 1
A elaboração desse cenário baseia-se na atual situação da coleta
seletiva e destinação final de RSD do município de Campina Grande. Neste
cenário não existe nenhuma parceria entre o poder público e as associações e
cooperativas de catadores de resíduos sólidos do município. Desta forma, a
quantidade de RSD secos e orgânicos reciclados, segue os atuais índices de
coleta ao longo dos horizontes temporais do plano, como pode ser observado
na Tabela 11.3.
É importante ressaltar que os RSD secos coletados não fazem parte da
quantidade de RSD total coletados do município, uma vez que esta coleta é
feita de forma independente pelos catadores de material reciclável. Portanto, a
quantidade de RSD coletados será destinada, em sua totalidade, ao aterro
sanitário.
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Tabela 11.3 - Cenário 1 para reciclagem de RSD e destinação final
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C(*/721*14 C(*/721*14514 C(*/721*14514
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A Figura 11.1 permite comparar as quantidades de RSD secos e orgânicos que
serão produzidos, entre 2014 e 2034, e as respectivas quantidades de resíduos
recicláveis recolhidos pelos catadores da coleta seletiva. Percebe-se que,
seguindo o modelo atual de gerenciamento, o município apresentará, ao longo
do horizonte estudado, baixos índices de reaproveitamento dos resíduos
domésticos recicláveis, além de não destinar ações à coleta de RSD orgânicos,
apresentando um cenário de quantidade crescente de resíduos a serem
destinado aos aterros sanitários, limitando o reaproveitamento de materiais,
aumentando, a longo prazo, a possibilidade a redução da vida útil do aterro
sanitário e gerando um impacto ambiental crescente e insustentável.
Figura 11.1 - RSD secos e orgânicos gerados e coletados entre 2014 e 2034
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IHII
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Cenário 2
Visando atender ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (2011),
o segundo cenário demanda um progressivo avanço no panorama da coleta
seletiva e da reciclagem de RSD. A destinação final neste cenário pretende,
nos horizontes temporais do Plano, promover uma melhoria no índice de coleta
de RSD secos e iniciar a coleta dos resíduos orgânicos que atualmente não é
realizada, reduzindo assim, a quantidade de resíduos a serem depositados no
aterro sanitário.
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Neste cenário, a iniciativa privada, na forma de cooperativas e
associações de catadores, recebe o apoio e incentivos iniciais do poder
público. Com uma maior organização, melhor estrutura e consequente
crescimento na quantidade de catadores, maiores serão as quantidades de
resíduos sólidos reciclados e/ou reutilizados.
Nota-se neste cenário que os RSD secos coletados atualmente, passam
a ser inseridos dentro do contexto do total de RSD coletados pelo município
conforme a parceria descrita anteriormente. O índice de RSD seco de 1,20%,
calculado com base no valor total de RSD gerados, modifica-se a partir dessa
metodologia e aumenta para 1,26%. Sendo assim, na medida em que mais
resíduos forem coletados para o reaproveitamento, menores serão as
quantidades de rejeitos destinadas ao aterro sanitário conforme pode ser
observado na Tabela 11.4.
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Tabela 11.4 - Cenário 2 para reciclagem de RSD e destinação final
0/123451455DEF 0/1234514
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Ao analisar a Figura 11.2H percebe-se que, ao longo do horizonte de
estudo, a quantidade de RSD destinados ao aterro sanitário apresenta leve
crescimento nos primeiros anos devido aos pequenos índices de reciclagem e
compostagem para o período. A partir de 2020, esse panorama começa a se
alterar e a quantidade de resíduos destinados ao aterro começa a decair em
virtude da crescente quantidade de resíduos coletados para reciclagem e
compostagem.
É possível notar, neste cenário, uma mudança no gerenciamento dos
resíduos sólidos domésticos da cidade, o que reduz os custos relacionados a
este processo, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, além de gerar
emprego e renda a partir da reciclagem e compostagem, garantindo o uso
sustentável dos recursos naturais. Desta forma, o Cenário 2 apresenta-se
como proposta recomendada neste Plano, buscando um melhor gerenciamento
dos resíduos sólidos domésticos de Campina Grande.
MI
médio de geração de RCC por habitante é de 0,5 ton/hab/ano, o que
representaria para Campina Grande, em 2013, 190.601,5 toneladas. A
diferença entre o valor estimado e o valor obtido resulta em aproximadamente
75.000 toneladas podendo indicar a disposição inadequada deste tipo de
material.
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Cenário 1
Neste primeiro cenário, a situação atualmente verificada no município
permanece. Não existe qualquer forma de ação destinada a promover a
reciclagem ou reutilização de RCC. Sendo assim, a quantidade de RCC
atualmente destinada ao Aterro Sanitário de Puxinanã cresce baseada na
estimativa do método de Karpinski (2009), como pode ser visualizado na
Tabela 11.7.
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Cenário 2
Segundo ÂNGULO et al. (2003) a quantidade de RCC produzida é, em
geral, superior a quantidade RSD. Esta afirmação corrobora com a situação
desses tipos de resíduos em Campina Grande, uma vez que os dados da
SESUMA (2014), referentes ao ano 2013, apontam um montante de
115.588,44 toneladas de resíduos oriundos da construção civil e 82.720,06
toneladas de resíduos sólidos domiciliares no município.
Isto posto e, atendendo a resolução do CONAMA, bem como as metas
presentes no PNRS (2011), a destinação regular de RCC é priorizada nesse
cenário que consiste na proposta recomendada para o Plano. Neste panorama,
os geradores de RCC devem cumprir o dever de promover a
reciclagem/reutilização desse tipo de resíduo (Tabela 11.8). Para tanto, foi
estabelecido um aumento percentual gradativo de 3%a.a de reciclagem e
reutilização dos RCC durante o horizonte de 20 anos obtendo ao final do
período estudado um percentual de 60% de reciclagem do volume de resíduo
gerado pelo setor da construção civil.
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passou a ser realizada por uma empresa terceirizada e não mais pela
SESUMA.
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Sistema Municipal de Saúde. Cabe, segundo a Resolução do CONAMA de Nº
283 de 2001, aos estabelecimentos geradores de RSS, a responsabilidade pelo
gerenciamento desse tipo de resíduo. Ainda segundo a Resolução, os
responsáveis legais desses estabelecimentos têm a responsabilidade de
promover a destinação final que atenda a requisitos ambientais e de saúde
pública.
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Média por
Eletroeletrônico Domicílios Peso (kg)
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Celular 98.666 2,00 0,93
Computador 43.132 1,00 29,26
Geladeira 103.194 1,00 90,00
Máquina de lavar roupa 35.562 1,00 37,51
Fogão* 109.000 1,00 45,00
*Quantidade estimada
Fonte: IBGE (2010) & FEAM (2009)
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Tabela 11.12 – Quantidade de equipamentos eletroeletrônicos, peso total e geração de REE, de 2014 a 2034
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Com base nos valores obtidos através das Tabela 11.13 e 11.14 acerca
do número de veículos que compõem a frota, além das estimativas de pneus e
óleo gerado, pôde-se construir a Tabela 11.15 que estima quantitativos de
resíduos gerados neste setor para o horizonte de 2014 a 2034. A estimativa
para o crescimento da frota considerou o crescimento populacional do
município, mantendo-se uma média de um veículo a cada 2,68 habitantes.
Na Tabela 11.15 também está presente uma estimativa de pneus
descartados considerando uma vida útil de 2 anos para um jogo de pneus
(PMGIRS-CG, 2014). É pertinente ressaltar que este resíduo, segundo
determinação da Resolução do CONAMA de nº 416/2009, é de
responsabilidade do fabricante ou importador, não devendo ser computado no
quantitativo de resíduos a ser coletado ou destinado ao aterro sanitário.
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
!"
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Resolução CONAMA Nº 358, de 29 de
abril de 2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos
dos de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, nº 084, de 04 de maio 2005, pags. 63-65.
!#
pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras
providências. CONAMA, 2009.
!$
FRÉSCA, F.R.C. Estudo da geração de resíduos sólidos domiciliares em
São Carlos, SP, a partir da caracterização física. 2007.133 f.Dissertação
(Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
!%
MELO FILHO H. de, FEITOSA, P. H. C., ROCHA, M. S. Análise dimensional
do sistema de macrodrenagem de águas pluviais urbanas de Campina
Grande-PB – Estudo de Caso, canal das Piabas. Anais do X ENAU –
Encontro Nacional de Águas Urbanas. ABRH, São Paulo: 2014.
Ramachandra, T.V and Kumar, U.. Geoinformatics for Urbanization and Urban
Sprawl pattern analysis. In: Koshi, Pani & Mohapatra et al (org.).
Geoinformatic for Natural resources Management.(Capítulo 19). Nova
Science Publishers, 2009.
&
REZENDE, S. C. (Coord.) Investimentos em saneamento básico: análise
histórica e estimativa de necessidades. Brasília: Ministério das
Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2014.
!
13. ANEXOS
"