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9.

PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE


ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9.1 Características dos Sistemas de Esgotamento Sanitário


Consideradas para Elaboração do Prognóstico
Para a construção dos cenários de demandas e metas a serem
adotados no PMSB para os serviços de Esgotamento Sanitário, as seguintes
características do sistema atual, descritas no Produto – Diagnóstico dos
Serviços de Saneamento de Campina Grande, são necessárias:

9.1.1 Índice de atendimento de esgotos

Atualmente, em Campina Grande, existem 85.593 ligações totais de


esgoto, 77.030 ligações ativas e 89.380 economias ativas no município,
segundo a CAGEPA (2014). Como consta no Diagnóstico, o índice de
atendimento do sistema de esgotos do município é de 75,77% da população
total e 80% da população urbana, de acordo com o Trata Brasil (2013).
Os índices de atendimento e as vazões de esgoto de cada cenário foram
calculados por bairro, a partir dos dados da população atendida pela rede de
esgoto do IBGE (2010), Tabela 9.1. Todos os bairros da cidade e distritos
foram agrupados nas Zonas de Crescimento descritos no item 5.3 (Projeções
da População) e para cada zona foram feitas as estimativas de atendimento e
das vazões de esgoto geradas para o período de abrangência deste plano.
A vazão total gerada de esgoto foi calculada com base na vazão média
de esgotos em função do consumo de água, adicionado da vazão de infiltração
média do sistema.

Tabela 9.1 - Características do Atendimento do SES de Campina Grande por


Zona de Crescimento
População com População não
População
Zona de Sistema de atendida pelo
População atendida pelo
Crescimento Esgoto Individual SES e sem
SES
(Fossa) Sistema Individual
Centro 40.970 39.980 93 896
Sudoeste 44.432 29.455 986 13.991
Leste Nordeste 45.233 29.434 1.120 14.678
Centro Oeste 122.121 106.302 1.121 14.698
Anel 2 98.705 85.677 668 7.487
Distritos 12298 3134 1314 7850
Fonte: IBGE, 2010

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9.1.2 Vazão média de esgotos em função do consumo de água

Para o cálculo da vazão média (Qdmédia) de esgotos gerados, são


utilizados os seguintes parâmetros:
ƒ Quota per capita (QPC) de consumo de água (l/hab.dia);
ƒ Coeficiente de retorno (R) de 80%;
ƒ População no ano de referência (Pop).
Assim,
௉௢௣Ǥொ௉஼Ǥோ
ܳௗሺ௠±ௗ௜௔ሻ ൌ ሺ݉ଷ Ȁ݀݅ܽሻ (9.1)
ଵ଴଴଴

9.1.3 Vazão de infiltração média

Segundo Hanai & Campos (1997), as águas de infiltração são águas


subterrâneas, originárias do subsolo, que penetram indesejavelmente nas
canalizações da rede coletora de esgotos por diversos meios: pelas paredes
das tubulações, pelas juntas mal executadas, pelas tubulações defeituosas,
pelas estruturas dos poços de visita e das estações elevatórias, etc.
Ainda de acordo com Hanai & Campos (1997), o conhecimento do valor
da infiltração é muito importante em projetos de redes de coleta de esgotos
sanitários uma vez que, na determinação de vazões, influenciará no
dimensionamento da rede de esgotamento, das elevatórias e da estação de
tratamento.
Para a determinação da vazão de infiltração média é necessário o
conhecimento da taxa e infiltração, que é definida como a razão da vazão
infiltrada por metro linear da rede coletora de esgotos.
Os seguintes parâmetros servem de base para o cálculo da vazão de
infiltração média (Qimédia):
ƒ A taxa de infiltração (TI) adotada é 0,8 l/s.km e está dentro da faixa da
NBR 9649/86 que varia de 0,05 a 1,0 l/s.km.
ƒ Extensão (L) da rede coletora de esgotos do município, ou áreas
desejadas.
Assim,
ܳ௜௠±ௗ௜௔ ൌ ‫ ܮ‬ൈ ܶ‫( ܫ‬m³/dia) (9.2)

105
9.1.4 Vazão total gerada

O cálculo da vazão total (Qt) gerada foi feito com base no somatório das
vazões médias provenientes do consumo de água da população e das vazões
de infiltrações médias na rede, obtida em m3/dia.
Assim,
ܳ‫ ݐ‬ൌ σ ܳ݀݉±݀݅ܽ ൅ σ ܳ݅݉±݀݅ܽ (9.3)

9.1.5 Índice de tratamento de esgotos

Na elaboração dos cenários, foram utilizados dois índices de tratamento


de esgotos. Em uma análise inicial, foram utilizados os dados obtidos junto ao
Trata Brasil 2013, em que 100% do esgoto coletado no município são tratados.
No entanto, percebe-se que esse índice não condiz com a realidade
observada no município de Campina Grande. Como evidenciado no
Diagnóstico, grande parte da vazão de esgoto gerada é desviada antes de
chegar às estações de tratamento de esgotos da Catingueira e do Glória.
Sendo assim, foi levada em consideração a ocorrência de perdas nos
interceptores e emissários, na ordem de 95% do esgoto coletado no município.
E desta forma, o município apresenta um índice de tratamento de apenas 5%
do esgoto coletado, tomando-se como base estudo realizado por Gomes
(2013), já descrito no diagnóstico.

9.2 Zoneamento legal do município

Para a elaboração do presente prognóstico foi necessária à utilização do


zoneamento legal existente no Plano Diretor do município. Esse zoneamento
serviu para nortear as prioridades de investimento que serão discutidas nos
próximos tópicos.
De acordo com o Plano Diretor do município, as Zonas Especiais são
áreas que, por suas características especiais, possuem destinação específica
e/ou exigem tratamento diferenciado na definição dos padrões de urbanização,
parcelamento da terra e uso e ocupação do solo (Figura 9.1).

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Figura 9.1 - Mapa das Zonas Especiais do Município de Campina Grande/PB

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9.2.1 Zonas Especiais de Interesse Social

As Zonas Especiais de Interesse Social são porções do território


municipal que têm por objetivo assegurar a função social da cidade e da
propriedade, sendo prioritariamente destinados à regularização fundiária, à
urbanização e à produção de habitação de interesse social, compreendendo:
I – ZEIS 1 – Áreas públicas ou particulares ocupadas por assentamentos
de população de baixa renda na Macrozona Urbana, podendo o Poder Público
promover a regularização fundiária e urbanística, com implantação de
equipamentos públicos, inclusive de recreação e lazer, comércio e serviços de
caráter local;
II – ZEIS 2 – Áreas do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, localizado na Macrozona Urbana, consideradas pelo Poder Público
como prioritárias para iniciativas atinentes à implantação de programas
habitacionais para população de baixa renda.
As ZEIS 1 são localizadas nos bairros das Nações e Alto Branco e as
ZEIS 2 nos bairros Ramadinha e Serrotão.

9.2.2 Zona de Expansão Urbana

Conforme descrito no Plano Diretor do município, a Zona de Expansão


Urbana é aquela onde o uso e ocupações do solo destinam-se ao crescimento
da cidade. Esta zona demanda atenção especial na instalação de infraestrutura
urbana no que tange à expansão da rede de esgotamento sanitário.

9.3 Elaboração de Cenários

A elaboração de cenários futuros para a situação dos serviços de


esgotamento sanitário baseia-se no diagnóstico da situação atual e
informações levantadas nas atividades de mobilização social, cujos dados
estão dispostos no Produto 2 deste PMSB; além da estimativa de projeção
populacional e prognóstico da saúde do município de Campina grande,
presentes, respectivamente, nos itens 5 e 6 deste prognóstico.
A caracterização do cenário atual se configura, inicialmente, na
determinação das áreas que possuem e que não possuem rede de
esgotamento sanitário, estando estas divididas em áreas habitadas e não

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habitadas (Figura 9.2). Com base na legislação municipal, existem ainda as
Zonas Especiais de Interesse Social e a Zona de Expansão Urbana que
demandam atenção diferenciada no planejamento da cidade.
Com base nas variáveis avaliadas, foi possível a construção de
hipóteses de variação para o Índice de atendimento de esgotos e para o Índice
de tratamento de esgotos, formulando-se quatro cenários distintos de
progressão de atendimento dos serviços (Tabela 9.2). Essas hipóteses
serviram para a elaboração de diferentes cenários futuros a partir do cenário
atual, considerando alternativas que se ajustem as ausências e deficiências
atuais e futuras do serviço de esgotamento sanitário e que visem subsidiar a
universalização da cobertura e eficiência do serviço, contribuindo com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.
Nesta conjuntura, as hipóteses criadas permitem a avaliação das
possíveis intervenções necessárias à universalização, mediante o
comportamento das demandas crescentes em cada uma das seis zonas
delimitadas no estudo de projeção populacional apresentado anteriormente,
considerando um horizonte de 20 anos.
Numa primeira hipótese, foi considerada uma perspectiva extremamente
negativa e fictícia, onde cessados os investimentos de ampliação, ocorrerá
contínuo crescimento do déficit de atendimento; na segunda, o crescimento do
índice de atendimento é proporcional ao crescimento histórico do número de
habitantes com rede de esgotamento por zona avaliada; a terceira idealiza um
futuro mais promissor, com base em um planejamento de prioridades de
atendimento, buscando garantir a igualdade de direitos de acesso aos serviços
de saneamento básico, considerando um estado progressivo de cobertura do
sistema, onde todas as zonas atingirão a universalização da cobertura no
período de 20 anos, mas ainda com restrições de gerenciamento do mesmo; e
por fim, uma quarta hipótese representa a situação ideal, em que os
investimentos necessários à universalização da cobertura estariam associados
a investimentos na melhoria de gestão e controle do sistema de coleta e
tratamento do esgoto, viabilizando a melhoria contínua de todo o sistema,
garantindo não só a universalização da cobertura, mas a efetiva
universalização de um sistema de esgotamento sanitário eficiente em toda sua
amplitude sanitária

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Figura 9.2 - Mapa do Cenário Atual do SES de Campina Grande/PB

110
Tabela 9.2 - Hipóteses para os cenários do SES de Campina Grande

Variáveis Período Hipóteses para o Cenário 1 Hipóteses para o Cenário 2 Hipóteses para o Cenário 3 Hipóteses para o Cenário 4
Índice de Curto Prazo Em curto, médio e longo prazo, O índice de atendimento é Ampliação do atendimento de Ampliação do atendimento de
atendimento o sistema não passará por proporcional ao crescimento esgotos devido à implantação esgotos devido à implantação
de coleta de nenhuma ampliação, mas será médio anual da população da rede coletora nos bairros da rede coletora nos bairros
esgotos considerado o crescimento atendida nos anos de 2002 a prioritários + Obras para prioritários + Obras para
populacional por zona. Serão 2010 para cada uma das atender ao crescimento atender ao crescimento
realizadas apenas obras de regiões, considerando populacional. populacional.
manutenção na rede. também o crescimento Obs: Paralelamente existe
populacional e respeitando o um processo de
aspecto legal vigente. gerenciamento e controle
da rede.
Médio prazo Expansão de áreas atendidas Expansão de áreas atendidas
+ Obras para atender ao + Obras para atender ao
crescimento populacional. crescimento populacional +
gerenciamento.
Longo Prazo O processo de expansão A cobertura é universalizada
continua com o atendimento às ao final do prazo e o índice
novas áreas + crescimento de atendimento alcança 99%.
populacional. A cobertura é
universalizada ao final do
prazo e o índice de
atendimento alcança 99%.
Índice de Curto Prazo O tratamento de esgotos segue O tratamento de esgotos O tratamento de esgotos segue Aumentos sucessivos no
tratamento o modelo atual. Considera-se segue o modelo atual. o modelo atual. Considera-se índice de tratamento em
de esgotos nesse sentido as grandes Considera-se nesse sentido nesse sentido as grandes torno de 10% anuais,
Médio prazo
perdas existentes no sistema. A as grandes perdas existentes perdas existentes no sistema. chegando a 99%. O aumento
vazão de chegada à estação de no sistema. A vazão de A vazão de chegada à estação no índice de tratamento
Longo Prazo tratamento está comprometida. chegada à estação de de tratamento está também é impulsionado pelo
tratamento está comprometida. gerenciamento e
comprometida. consequente redução de
desvios.

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9.3.1 Cenário 1

O objetivo principal na elaboração do primeiro cenário consiste na


possibilidade de prever como a demanda pelo serviço de esgotamento sanitário
se comportará a curto, médio e longo prazo, considerando-se a estimativa de
crescimento populacional para o período de abrangência deste palno. Nesse
sentido, é importante ressaltar que este cenário não pretende se aproximar da
realidade do município nos horizontes do plano, servindo apenas como
parâmetro norteador para a elaboração dos próximos cenários.
Para tanto, na elaboração desse cenário, considera-se que a rede
coletora não passará por nenhuma obra de ampliação, somente por obras de
manutenção para que as áreas atualmente atendidas continuem com o mesmo
atendimento no futuro.
Como pode ser observado na Tabela 9.3, a Região Centro possui uma
população atual de 40.877 habitantes, onde 96,24% são atendidos pelo SES,
ou seja, 39.339 pessoas, o que resulta num déficit de atendimento de 1.538
pessoas. A tendência nesta região é que ocorra uma redução de população
com o passar dos anos, portanto, neste cenário, o índice de atendimento do
ano de 2010 será mantido para os próximos anos, o que representa uma
diminuição no número de pessoas com esgotamento sanitário ligado à rede
pública, que em 2034 será de 37.353.
Esta redução não representa uma deficiência do serviço na Zona,
apenas acompanha a tendência de evasão de pessoas nesses bairros, quando
se trata de número de ligação e economias ativas, estas permanecem
constates no período considerado.

Tabela 9.3 - Cenário 1 para a Região Centro


Cenário 1 - Região Centro
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 41.543 39.980 96,24% 1.563
2011 41.368 39.812 96,24% 1.556
2012 41.199 39.649 96,24% 1.550
2013 41.035 39.491 96,24% 1.544
2014 40.877 39.339 96,24% 1.538
2015 40.725 39.193 96,24% 1.532
Curto 2016 40.578 39.051 96,24% 1.527
Prazo 2017 40.437 38.916 96,24% 1.521
2018 40.302 38.786 96,24% 1.516

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Cenário 1 - Região Centro
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2019 40.171 38.660 96,24% 1.511
Médio 2020 40.045 38.538 96,24% 1.507
Prazo 2021 39.925 38.423 96,24% 1.502
2022 39.809 38.311 96,24% 1.498
2023 39.698 38.204 96,24% 1.494
2024 39.592 38.102 96,24% 1.490
2025 39.492 38.006 96,24% 1.486
2026 39.397 37.915 96,24% 1.482
2027 39.306 37.827 96,24% 1.479
Longo 2028 39.221 37.745 96,24% 1.476
Prazo 2029 39.141 37.668 96,24% 1.473
2030 39.066 37.596 96,24% 1.470
2031 38.996 37.529 96,24% 1.467
2032 38.931 37.466 96,24% 1.465
2033 38.870 37.408 96,24% 1.462
2034 38.813 37.353 96,24% 1.460

Para a Região Sudoeste é possível notar como o atual SES se


comportará frente a um crescimento populacional significativo (Tabela 9.4).
Esta região possui uma população atual de 49.072 habitantes passando para
59.159 em 2034. Esse incremento na população significará uma redução no
índice de atendimento de aproximadamente 10%, saindo de 60,02% para
49,79%.

Tabela 9.4 - Cenário 1 para a Região Sudoeste


Cenário 1: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 45.818 29.455 64,29% 16.363
2011 46.673 29.455 63,11% 17.218
2012 47.501 29.455 62,01% 18.046
2013 48.300 29.455 60,98% 18.845
2014 49.072 29.455 60,02% 19.617
2015 49.815 29.455 59,13% 20.360
Curto 2016 50.531 29.455 58,29% 21.076
Prazo 2017 51.221 29.455 57,51% 21.766
2018 51.884 29.455 56,77% 22.429
2019 52.523 29.455 56,08% 23.068
Médio 2020 53.137 29.455 55,43% 23.682
Prazo 2021 53.727 29.455 54,82% 24.272
2022 54.293 29.455 54,25% 24.838
2023 54.834 29.455 53,72% 25.379
2024 55.350 29.455 53,22% 25.895
2025 55.841 29.455 52,75% 26.386
2026 56.307 29.455 52,31% 26.852
Longo 2027 56.748 29.455 51,90% 27.293
Prazo 2028 57.164 29455 51,53% 27.709
2029 57.554 29.455 51,18% 28.099
2030 57.920 29.455 50,85% 28.465
2031 58.264 29.455 50,55% 28.809
2032 58.584 29.455 50,28% 29.129

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Cenário 1: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2033 58.883 29.455 50,02% 29.428
2034 59.159 29.455 49,79% 29.704

Como pode ser observado na Tabela 9.5, a Região Leste Nordeste


também apresenta uma tendência de aumento populacional, com um
acréscimo populacional de 6.911 habitantes em 20 anos, de 2014 a 2034. Com
a manutenção da atual rede coletora, esse aumento observado significará um
decréscimo no índice de atendimento de 61,20% para 53,51%, representando
um déficit no atendimento de 25.572 pessoas no último ano.

Tabela 9.5 - Cenário 1 para a Região Leste Nordeste


Cenário 1: Região Leste Nordeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 45.866 29.434 64,17% 16.432
2011 46.452 29.434 63,36% 17.018
2012 47.019 29.434 62,60% 17.585
2013 47.567 29.434 61,88% 18.133
2014 48.095 29.434 61,20% 18.661
2015 48.605 29.434 60,56% 19.171
Curto 2016 49.095 29.434 59,95% 19.661
Prazo 2017 49.567 29.434 59,38% 20.133
2018 50.022 29.434 58,84% 20.588
2019 50.460 29.434 58,33% 21.026
Médio 2020 50.880 29.434 57,85% 21.446
Prazo 2021 51.284 29.434 57,39% 21.850
2022 51.672 29.434 56,96% 22.238
2023 52.043 29.434 56,56% 22.609
2024 52.396 29.434 56,18% 22.962
2025 52.733 29.434 55,82% 23.299
2026 53.052 29.434 55,48% 23.618
2027 53.354 29.434 55,17% 23.920
Longo 2028 53.639 29.434 54,87% 24.205
Prazo 2029 53.906 29.434 54,60% 24.472
2030 54.157 29.434 54,35% 24.723
2031 54.392 29.434 54,11% 24.958
2032 54.612 29.434 53,90% 25.178
2033 54.816 29.434 53,70% 25.382
2034 55.006 29.434 53,51% 25.572

A exemplo das Regiões Sudoeste e Leste Nordeste, as Regiões Centro


Oeste (Tabela 9.6) e Anel 2 (Tabela 9.7) também apresentam uma tendência
de crescimento populacional. No contexto do presente cenário, isso significa
que a população atendida atualmente será a mesma para os diferentes
horizontes temporais do Plano, ocasionando assim numa redução do índice de
atendimento para as duas regiões.

114
Tabela 9.6 - Cenário 1 para a Região Centro Oeste
Cenário 1: Região Centro Oeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 123.830 106.302 85,85% 17.528
2011 124.693 106.302 85,25% 18.391
2012 125.528 106.302 84,68% 19.226
2013 126.335 106.302 84,14% 20.033
2014 127.113 106.302 83,63% 20.811
2015 127.863 106.302 83,14% 21.561
Curto 2016 128.585 106.302 82,67% 22.283
Prazo 2017 129.281 106.302 82,23% 22.979
2018 129.950 106.302 81,80% 23.648
2019 130.595 106.302 81,40% 24.293
Médio 2020 131.214 106.302 81,01% 24.912
Prazo 2021 131.810 106.302 80,65% 25.508
2022 132.380 106.302 80,30% 26.078
2023 132.926 106.302 79,97% 26.624
2024 133.447 106302 79,66% 27.145
2025 133.942 106.302 79,36% 27.640
2026 134.412 106.302 79,09% 28.110
2027 134.857 106.302 78,83% 28.555
Longo 2028 135.277 106.302 78,58% 28.975
Prazo 2029 135.671 106302 78,35% 29.369
2030 136.040 106.302 78,14% 29.738
2031 136.387 106.302 77,94% 30.085
2032 136.710 106.302 77,76% 30.408
2033 137.011 106.302 77,59% 30.709
2034 137.290 106.302 77,43% 30.988

Tabela 9.7 - Cenário 1 para a Região Anel 2


Cenário 1: Região Anel 2
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atend,ida pelo
SES (Hab) SES SES (Hab)
2010 102.993 93.879 91,15% 9.114
2011 103.611 93.879 90,61% 9.732
2012 104.210 93.879 90,09% 10.331
2013 104.788 93.879 89,59% 10.909
2014 105.346 93.879 89,11% 11.467
2015 105.884 93.879 88,66% 12.005
Curto 2016 106.402 93.879 88,23% 12.523
Prazo 2017 106.900 93.879 87,82% 13.021
2018 107.380 93.879 87,43% 13.501
2019 107.842 93.879 87,05% 13.963
Médio 2020 108.286 93.879 86,70% 14.407
Prazo 2021 108.713 93.879 86,35% 14.834
2022 109.122 93.879 86,03% 15.243
2023 109.513 93.879 85,72% 15.634
2024 109.886 93.879 85,43% 16.007
2025 110.241 93.879 85,16% 16.362
2026 110.578 93.879 84,90% 16.699
2027 110.897 93.879 84,65% 17.018
Longo 2028 111.198 93.879 84,43% 17.319
Prazo 2029 111.480 93.879 84,21% 17.601
2030 111.745 93.879 84,01% 17.866
2031 111.994 93.879 83,83% 18.115
2032 112.225 93.879 83,65% 18.346
2033 112.441 93.879 83,49% 18.562
2034 112.641 93.879 83,34% 18.762

115
Os Distritos possuem atualmente os piores índices de atendimento do
município com apenas 23,30% de sua população ligada à rede de esgotos.
Esse índice passará para 18,4%, em 2034, onde 13.894 pessoas num universo
de 17.028 não serão atendidas, como pode ser visto na Tabela 9.8.

Tabela 8 - Cenário 1 para os Distritos


Cenário 1 – Distritos
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo
SES(Hab) SES SES (Hab)
2010 12.298 3.134 25,48% 9.164
2011 12.601 3.134 24,87% 9.467
2012 12.893 3.134 24,31% 9.759
2013 13.178 3.134 23,78% 10.044
2014 13.452 3.134 23,30% 10.318
2015 13.715 3.134 22,85% 10.581
Curto 2016 13.970 3.134 22,43% 10.836
Prazo 2017 14.214 3.134 22,05% 11.080
2018 14.449 3.134 21,69% 11.315
2019 14.674 3.134 21,36% 11.540
Médio 2020 14.893 3.134 21,04% 11.759
Prazo 2021 15.101 3.134 20,75% 11.967
2022 15.302 3.134 20,48% 12.168
2023 15.494 3.134 20,23% 12.360
2024 15.678 3.134 19,99% 12.544
2025 15.851 3.134 19,77% 12.717
2026 16.016 3.134 19,57% 12.882
2027 16.173 3.134 19,38% 13.039
Longo 2028 16.319 3.134 19,20% 13.185
Prazo 2029 16.459 3.134 19,04% 13.325
2030 16.589 3.134 18,89% 13.455
2031 16.709 3.134 18,76% 13.575
2032 16.824 3.134 18,63% 13.690
2033 16.929 3.134 18,51% 13.795
2034 17.028 3.134 18,40% 13.894

A Tabela 9.9 representa o Cenário 1 para toda a população de Campina


Grande. O crescimento populacional do município ocasionará num decréscimo
de 7,2% no índice de atendimento de esgotos dos anos de 2014 a 2034. Para
que ocorra a universalização dos serviços de esgotamento sanitário num
universo temporal de 20 anos, será necessário levar o atendimento a
aproximadamente 120 mil pessoas. Isso representa a necessidade de ampliar
28,66% o SES atual em termos de população atendida.
A vazão de esgoto tratado neste cenário varia de acordo com o
acréscimo da vazão total, porém o percentual de tratamento é o mesmo para
todos os anos, que corresponde a 5% do esgoto total gerado no município.

116
Tabela 9.9 - Cenário 1 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 1
População Índice de Vazão média
População Índice de Vazão média Extensão da Vazão média Vazão média
População não atendida tratamento de esgotos
Ano Atendida Atendimento doméstica rede de de infiltração total de esgotos
(Hab) pelo SES de esgotos tratados
(Hab) (%) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) (m³/dia)
(Hab) (%) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,2% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.967,63 5% 1.598,38
2011 375.398 302.016 80,5% 73.382 31.892,85 301 57,00 31.949,85 5% 1.597,49
2012 378.350 301.853 79,8% 76.497 31.875,67 301 57,00 31.932,67 5% 1.596,63
2013 381.203 301.695 79,1% 79.508 31.859,00 301 57,00 31.916,00 5% 1.595,80
2014 383.955 301.543 78,5% 82.412 31.842,95 301 57,00 31.899,95 5% 1.595,00
2015 386.607 301.397 78,0% 85.210 33.756,44 301 57,00 33.813,44 5% 1.690,67
Curto 2016 389.160 301.255 77,4% 87.905 33.740,59 301 57,00 33.797,59 5% 1.689,88
Prazo 2017 391.620 301.120 76,9% 90.500 33.725,40 301 57,00 33.782,40 5% 1.689,12
2018 393.988 300.990 76,4% 92.998 33.710,85 301 57,00 33.767,85 5% 1.688,39
2019 396.265 300.864 75,9% 95.401 34.900,18 301 57,00 34.957,18 5% 1.747,86
Médio 2020 398.455 300.742 75,5% 97.713 34.886,11 301 57,00 34.943,11 5% 1.747,16
Prazo 2021 400.559 300.627 75,1% 99.932 34.872,72 301 57,00 34.929,72 5% 1.746,49
2022 402.578 300.515 74,6% 102.063 34.859,77 301 57,00 34.916,77 5% 1.745,84
2023 404.508 300.408 74,3% 104.100 36.049,01 301 57,00 36.106,01 5% 1.805,30
2024 406.348 300.306 73,9% 106.042 36.036,77 301 57,00 36.093,77 5% 1.804,69
2025 408.100 300.210 73,6% 107.890 36.025,22 301 57,00 36.082,22 5% 1.804,11
2026 409.762 300.119 73,2% 109.643 36.014,25 301 57,00 36.071,25 5% 1.803,56
2027 411.334 300.031 72,9% 111.303 36.003,74 301 57,00 36.060,74 5% 1.803,04
Longo 2028 412.817 299.949 72,7% 112.868 35.993,92 301 57,00 36.050,92 5% 1.802,55
Prazo 2029 414.210 299.872 72,4% 114.338 35.984,68 301 57,00 36.041,68 5% 1.802,08
2030 415.516 299.800 72,2% 115.716 35.976,02 301 57,00 36.033,02 5% 1.801,65
2031 416.741 299.733 71,9% 117.008 35.967,94 301 57,00 36.024,94 5% 1.801,25
2032 417.885 299.670 71,7% 118.215 35.960,43 301 57,00 36.017,43 5% 1.800,87
2033 418.949 299.612 71,5% 119.337 35.953,39 301 57,00 36.010,39 5% 1.800,52
2034 419.936 299.557 71,3% 120.379 35.946,81 301 57,00 36.003,81 5% 1.800,19

117
9.3.2 Cenário 2

No segundo cenário o crescimento do índice de atendimento é


proporcional ao crescimento histórico do número de habitantes com rede de
esgotamento, no período de 2002 a 2010, com base nos dados do SNIS
(Figura 9.3). A população atendida no município variou de 232.708 habitantes
em 2002 para 266.216 em 2010, o que equivale a um acréscimo médio de
4.189 habitantes atendidos a cada ano.

Figura 9.3 - Índice de atendimento de esgotos e população com SES em


Campina Grande/PB

Fonte: SNIS (2010)

Para a distribuição desse acréscimo anual de população atendida nas


regiões, utilizou-se ainda a média histórica de crescimento de pessoas
atendidas para cada uma das regiões adotadas nesse trabalho, com base nos
dados dos censos de 2000 e 2010 do IBGE, Tabela 9.10. Essas médias
individuais permitiram decidir quantos novos habitantes, destes 4.189 serão
atendidos a cada ano em cada uma das regiões.

Tabela 9.10 - Quantidade de novos habitantes a serem atendidos anualmente


pelo SES para cada uma das Regiões
Crescimento
População População Acréscimo
de Percentual
Zona de Atendida Atendida médio de
População do
Crescimento pelo SES pelo SES pessoas
Atendida no Crescimento
(2000) (2010) atendidas
período
Centro 39.950 39.980 30 0,04% 2
Sudoeste 15.098 29.455 14.357 21,35% 894
Leste
19.272 29.434 10.162 15,11% 633
Nordeste
Centro Oeste 84.208 106.302 22.094 32,85% 1.376

118
Crescimento
População População Acréscimo
de Percentual
Zona de Atendida Atendida médio de
População do
Crescimento pelo SES pelo SES pessoas
Atendida no Crescimento
(2000) (2010) atendidas
período
Anel 2 76.193 93.879 17.686 26,29% 1.101
Distritos 202 3.134 2.932 4,36% 183
TOTAL 234.923 302.184 67.261 100,00% 4.189
Fonte: IBGE (2010)

É importante ressaltar que na elaboração desse cenário, os aspectos


legais vigentes no município foram considerados. Desta forma, ao levar em
consideração o crescimento histórico anual de novos habitantes atendidos, as
ZEIS 1 e 2, bem como a Zona de Expansão, serão contempladas.
Para a Região Centro, fatores como a tendência de redução
populacional, além de um incremento médio de apenas 2 habitantes ao ano
(Tabela 9.11), fazem com que o índice de atendimento permaneça inalterado a
curto, médio e longo prazo.

Tabela 9.11 - Cenário 2 para a Região Centro


Cenário 2 - Região Centro
População não
População Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo
atendida (Hab) Atendimento
SES (Hab)
2010 41.543 39.980 96,24% 16.363
2011 41.368 39.814 96,24% 16.688
2012 41.199 39.651 96,24% 16.986
2013 41.035 39.493 96,24% 17.255
2014 40.877 39.341 96,24% 17.497
2015 40.725 39.195 96,24% 17.710
Curto 2016 40.578 39.053 96,24% 17.896
Prazo 2017 40.437 38.918 96,24% 18.056
2018 40.302 38.788 96,24% 18.189
2019 40.171 38.662 96,24% 18.298
Médio 2020 40.045 38.540 96,24% 18.382
Prazo 2021 39.925 38.425 96,24% 18.442
2022 39.809 38.313 96,24% 18.478
2023 39.698 38.206 96,24% 18.489
2024 39.592 38.104 96,24% 18.475
2025 39.492 38.008 96,24% 18.436
2026 39.397 37.917 96,24% 18.372
2027 39.306 37.829 96,24% 17.799
Longo 2028 39.221 37.747 96,24% 17.179
Prazo 2029 39.141 37.670 96,24% 16.529
2030 39.066 37.598 96,24% 15.851
2031 38.996 37.531 96,24% 15.477
2032 38.931 37.468 96,24% 14.284
2033 38.870 37.410 96,24% 13.051
2034 38.813 37.355 96,24% 11.775

Para a Região Sudoeste, Tabela 9.12, o índice de 67,31%, em 2014


subirá para 86,06% em 2034, representando assim num aumento 17.880

119
habitantes atendidos, porém o déficit no atendimento neste último ano será de
8.248 pessoas.

Tabela 9.12 - Cenário 2 para a Região Sudoeste


Cenário 2 - Região Sudoeste
População não
População População Índice de
Ano atendida pelo
(Hab) atendida (Hab) Atendimento
SES (Hab)
2010 45.818 29.455 64,29% 16.363
2011 46.673 30.349 65,02% 16.324
2012 47.501 31.243 65,77% 16.258
2013 48.300 32.137 66,54% 16.163
2014 49.072 33.031 67,31% 16.041
2015 49.815 33.925 68,10% 15.890
Curto 2016 50.531 34.819 68,91% 15.712
Prazo 2017 51.221 35.713 69,72% 15.508
2018 51.884 36.607 70,56% 15.277
2019 52.523 37.501 71,40% 15.022
Médio 2020 53.137 38.395 72,26% 14.742
Prazo 2021 53.727 39.289 73,13% 14.438
2022 54.293 40.183 74,01% 14.110
2023 54.834 41.077 74,91% 13.757
2024 55.350 41.971 75,83% 13.379
2025 55.841 42.865 76,76% 12.976
2026 56.307 43.759 77,72% 12.548
2027 56.748 44.653 78,69% 12.095
Longo 2028 57.164 45.547 79,68% 11.617
Prazo 2029 57.554 46.441 80,69% 11.113
2030 57.920 47.335 81,72% 10.585
2031 58.264 48.229 82,78% 10.035
2032 58.584 49.123 83,85% 9.461
2033 58.883 50.017 84,94% 8.866
2034 59.159 50.911 86,06% 8.248

Na Região Leste Nordeste, Tabela 9.13, o índice de atendimento


aumentará em 32,3%, saindo de 66,46% em 2014 para 98,76% em 2034.
Nesta região um equivalente a 682 pessoas não terão acesso ao SES no ano
de 2034.

Tabela 9.13 - Cenário 2 para a Região Leste Nordeste


Cenário 2 - Leste Nordeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2010 45.866 29.434 64,17% 16.432
2011 46.452 30.067 64,73% 16.385
2012 47.019 30.700 65,29% 16.319
2013 47.567 31.333 65,87% 16.234
2014 48.095 31.966 66,46% 16.129
2015 48.605 32.599 67,07% 16.006
Curto 2016 49.095 33.232 67,69% 15.863
Prazo 2017 49.567 33.865 68,32% 15.702
2018 50.022 34.498 68,97% 15.524
2019 50.460 35.131 69,62% 15.329
Médio
2020 50.880 35.764 70,29% 15.116
Prazo
2021 51.284 36.397 70,97% 14.887

120
Cenário 2 - Leste Nordeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2022 51.672 37.030 71,66% 14.642
2023 52.043 37.663 72,37% 14.380
2024 52.396 38.296 73,09% 14.100
2025 52.733 39.082 74,11% 13.651
2026 53.052 40.479 76,30% 12.573
2027 53.354 41.894 78,52% 11.460
Longo 2028 53.639 43.327 80,78% 10.312
Prazo 2029 53.906 44.779 83,07% 9.127
2030 54.157 46.248 85,40% 7.909
2031 54.392 47.733 87,76% 6.659
2032 54.612 49.236 90,16% 5.376
2033 54.816 51.693 94,30% 3.123
2034 55.006 54.324 98,76% 682

Para a Região Centro Oeste, Tabela 9.14, percebe-se que, em 19 anos,


próximo ao fim do período de longo prazo, a universalização será alcançada.
No entanto, esta é meramente numérica e distante de um cenário realístico.
Isso se dá, em grande parte, pela ausência, no presente cenário, de políticas
que busquem o gerenciamento e fiscalização adequada do SES.
Em 20 anos, de 2014 a 2034, 25.484 pessoas passarão a ser atendidas
pela rede de esgotos, o que representa um acréscimo de 12,04% no índice de
atendimento desse serviço.

Tabela 9.14 - Cenário 2 para a Região Centro Oeste


Cenário 2 - Centro Oeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2010 123.830 106.302 85,85% 17.528
2011 124.693 107.678 86,35% 17.015
2012 125.528 109.054 86,88% 16.474
2013 126.335 110.430 87,41% 15.905
2014 127.113 111.806 87,96% 15.307
2015 127.863 113.182 88,52% 14.681
Curto 2016 128.585 114.558 89,09% 14.027
Prazo 2017 129.281 115.934 89,68% 13.347
2018 129.950 117.310 90,27% 12.640
2019 130.595 118.686 90,88% 11.909
Médio 2020 131.214 120.062 91,50% 11.152
Prazo 2021 131.810 121.438 92,13% 10.372
2022 132.380 122.814 92,77% 9.566
2023 132.926 124.190 93,43% 8.736
2024 133.447 125.566 94,09% 7.881
2025 133.942 126.942 94,77% 7.000
2026 134.412 128.318 95,47% 6.094
Longo 2027 134.857 129.694 96,17% 5.163
Prazo 2028 135.277 131.070 96,89% 4.207
2029 135.671 132.446 97,62% 3.225
2030 136.040 133.822 98,37% 2.218
2031 136.387 135.198 99,13% 1.189
2032 136.710 136.574 99,90% 136

121
Cenário 2 - Centro Oeste
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2033 137.011 137.011 100,00% 0
2034 137.290 137.290 100,00% 0

No que diz respeito à Região Anel 2, Tabela 9.15, atualmente, esta


apresenta o segundo maior índice de atendimento do município com 93,3%.
Com o acréscimo anual de 1101 pessoas atendidas segundo a metodologia
adotada para o cenário, a universalização dos serviços de esgotamento para a
região será alcançada no ano de 2025. Porém, da mesma forma da Região
Centro Oeste, esta é irreal devido aos problemas de gerenciamento citados
anteriormente.

Tabela 9.15 - Cenário 2 para a Região Anel 2


Cenário 2 - Anel 2
População População não
População Índice de
Ano atendida atendida pelo
(Hab) Atendimento
(Hab) SES (Hab)
2010 102.993 93.879 91,15% 9.114
2011 103.611 94.980 91,67% 8.631
2012 104.210 96.081 92,20% 8.129
2013 104.788 97.182 92,74% 7.606
2014 105.346 98.283 93,30% 7.063
2015 105.884 99.384 93,86% 6.500
Curto 2016 106.402 100.485 94,44% 5.917
Prazo 2017 106.900 101.586 95,03% 5.314
2018 107.380 102.687 95,63% 4.693
2019 107.842 103.788 96,24% 4.054
Médio 2020 108.286 104.889 96,86% 3.397
Prazo 2021 108.713 105.990 97,50% 2.723
2022 109.122 107.091 98,14% 2.031
2023 109.513 108.192 98,79% 1.321
2024 109.886 109.293 99,46% 593
2025 110.241 110.241 100,00% 0
2026 110.578 110.578 100,00% 0
2027 110.897 110.897 100,00% 0
Longo 2028 111.198 111.198 100,00% 0
Prazo 2029 111.480 111.480 100,00% 0
2030 111.745 111.745 100,00% 0
2031 111.994 111.994 100,00% 0
2032 112.225 112.225 100,00% 0
2033 112.441 112.441 100,00% 0
2034 112.641 112.641 100,00% 0

Ao analisar o Cenário 2 para a Região dos Distritos (Tabela 9.16), fica


evidente que a forma como esta região tem recebido recursos é insuficiente
para uma possível universalização no prazo de 20 anos. Em 2034, 55,8% da
população dos Distritos não será atendida com base na metodologia desse
cenário, o que representa um total de 9.502 pessoas.

122
Tabela 9.16 - Cenário 2 para os Distritos
Cenário 2 - Distritos
População não
População Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo SES
atendida (Hab) Atendimento
(Hab)
2010 12.298 3.134 25,48% 9.164
2011 12.601 3.317 26,32% 9.284
2012 12.893 3.500 27,15% 9.393
2013 13.178 3.683 27,95% 9.495
2014 13.452 3.866 28,74% 9.586
2015 13.715 4.049 29,52% 9.666
Curto 2016 13.970 4.232 30,29% 9.738
Prazo 2017 14.214 4.415 31,06% 9.799
2018 14.449 4.598 31,82% 9.851
2019 14.674 4.781 32,58% 9.893
Médio 2020 14.893 4.964 33,33% 9.929
Prazo 2021 15.101 5.147 34,08% 9.954
2022 15.302 5.330 34,83% 9.972
2023 15.494 5.513 35,58% 9.981
2024 15.678 5.696 36,33% 9.982
2025 15.851 5.879 37,09% 9.972
2026 16.016 6.062 37,85% 9.954
2027 16.173 6.245 38,61% 9.928
Longo 2028 16.319 6.428 39,39% 9.891
Prazo 2029 16.459 6.611 40,17% 9.848
2030 16.589 6.794 40,95% 9.795
2031 16.709 6.977 41,76% 9.732
2032 16.824 7.160 42,56% 9.664
2033 16.929 7.343 43,38% 9.586
2034 17.028 7.526 44,20% 9.502

A Tabela 9.17 mostra o Cenário 2 para toda a população de Campina


Grande. É perceptível que a forma como os investimentos têm sido realizados
nos últimos anos será insuficiente para promover a universalização do SES no
município. No prazo final dos horizontes temporais adotados, 19.889 pessoas
ainda não serão atendidas pelo SES.
Apenas as regiões Anel 2 e Centro Oeste obterão a universalização,
porém, com ressalvas já discutidas anteriormente, regiões que possuem
índices precários como os Distritos terão aumento no índice de atendimento
muito abaixo do necessário e quase metade da sua população não será
atendida em 2034.
De uma maneira geral o índice de atendimento para o município, cresce
de 82,90% em 2014 para 95,26% em 2034. Percebe-se assim que as metas e
ações deste cenário mostram-se insuficientes no que tange à universalização
desse serviço no prazo máximo de 20 anos.

123
Tabela 9.17 - Cenário 2 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 2
Vazão média Vazão média
População População não Vazão Média Extensão da Vazão média Índice de
Índice de total de de esgotos
Ano População Atendida atendida pelo Doméstica rede de de infiltração tratamento de
Atendimento esgotos tratados
(Hab) SES (Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.968 5% 959
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 32.393 5% 972
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 32.819 5% 985
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 33.245 5% 997
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 33.672 5% 1.010
2015 386.607 322.334 83,38% 64.273 36.101,38 321 60,80 36.162 5% 1.085
Curto 2016 389.161 326.379 83,87% 62.782 36.554,48 325 61,56 36.616 5% 1.098
Prazo 2017 391.620 330.431 84,38% 61.189 37.008,23 329 62,33 37.071 5% 1.112
2018 393.988 334.488 84,90% 59.500 37.462,62 333 63,09 37.526 5% 1.126
2019 396.265 338.549 85,43% 57.716 39.271,64 337 63,86 39.335 5% 1.180
Médio 2020 398.455 342.614 85,99% 55.841 39.743,27 341 64,63 39.808 5% 1.194
Prazo 2021 400.559 346.686 86,55% 53.873 40.215,56 345 65,39 40.281 5% 1.208
2022 402.578 350.761 87,13% 51.817 40.688,30 349 66,16 40.754 5% 1.223
2023 404.508 354.841 87,72% 49.667 42.580,97 353 66,93 42.648 5% 1.279
2024 406.348 358.926 88,33% 47.422 43.071,17 358 67,70 43.139 5% 1.294
2025 408.100 363.017 88,95% 45.083 43.562,06 362 68,48 43.631 5% 1.309
2026 409.762 367.113 89,59% 42.649 44.053,53 366 69,25 44.123 5% 1.324
2027 411.334 371.212 90,25% 40.122 44.545,46 370 70,02 44.615 5% 1.338
Long
2028 412.817 375.317 90,92% 37.500 45.038,08 374 70,80 45.109 5% 1.353
o
Prazo 2029 414.210 379.427 91,60% 34.783 45.531,28 378 71,57 45.603 5% 1.368
2030 415.516 383.542 92,31% 31.974 46.025,06 382 72,35 46.097 5% 1.383
2031 416.741 387.662 93,02% 29.079 46.519,42 386 73,12 46.593 5% 1.398
2032 417.885 391.786 93,75% 26.099 47.014,35 390 73,90 47.088 5% 1.413
2033 418.949 395.915 94,50% 23.034 47.509,75 394 74,68 47.584 5% 1.428
2034 419.936 400.047 95,26% 19.889 48.005,61 398 75,46 48.081 5% 1.442

124
9.3.3 Cenário 3

A elaboração desse cenário leva em consideração, em um momento


inicial, o crescimento histórico do SES do município tal como descrito no
Cenário 2 deste prognóstico. Isto se deve, em grande parte, a falta de dados
mais recentes sobre a variável do índice de atendimento. Utilizando a
metodologia do segundo cenário, pode-se então prever, de maneira
aproximada, a quantidade de pessoas atendidas com o serviço de
esgotamento sanitário para o ano de 2014.
A similaridade com o crescimento histórico do SES do município termina
em 2014. É a partir desse momento que as prioridades estabelecidas no
Prognóstico de Saúde do município são utilizadas como forma de priorizar a
expansão do SES para áreas deficientes, obedecendo à ordem de necessidade
definida entre os bairros.
Esta ordem de necessidade remete ao momento em que as deficiências
de atendimento de cada bairro serão sanadas. O déficit de atendimento de um
determinado bairro, cuja prioridade definida é de curto prazo, será corrigido
neste período e assim sucessivamente para os demais horizontes temporais.
Essa metodologia permite que cada uma das regiões consideradas e,
por conseguinte, o próprio município alcance a universalização da cobertura do
serviço de esgotamento sanitário no prazo máximo de 20 anos. Considerando
que alguns usuários podem não solicitar a ligação à rede de esgoto ou realizar
ligação indevida na rede de drenagem, apenas 1% da população poderá não
estar efetivamente ligada à rede de coleta. Sendo assim, o índice de
atendimento idealizado e factível é de 99%.
Os bairros priorizados em cada um dos prazos para as zonas de
crescimento estão na Tabela 9.18, assim como o déficit no atendimento do
SES no ano de 2010. Este último serviu de base para a definição do número
médio de habitantes a ser adicionado ao sistema de atendimento por ano a
cada uma das regiões.

125
Tabela 9.18 - Características do atendimento do SES por bairro
ŽŶĂƐĚĞ WŽƉƵůĂĕĆŽ WŽƉƵůĂĕĆŽƚĞŶĚŝĚĂ WŽƉƵůĂĕĆŽŶĆŽ
ĂŝƌƌŽƐ
ƌĞƐĐŝŵĞŶƚŽ dŽƚĂů ƉĞůŽ^^ ƚĞŶĚŝĚĂƉĞůŽ^^

^ĂŶƚŽŶƚƀŶŝŽ ϯϵϯϮ ϯϴϰϳ ϴϱ


ĞŶƚƌŽ ϳϱϮϳ ϳϰϮϲ ϭϬϭ
ŽŶĐĞŝĕĆŽ ϯϰϯϵ ϯϰϭϬ Ϯϵ
ĞŶƚƌŽ >ŝďĞƌĚĂĚĞ ϭϱϴϯϲ ϭϱϭϳϵ ϲϱϳ
^ĆŽ:ŽƐĠ ϯϵϱϬ ϯϵϬϰ ϰϲ
WƌĂƚĂ ϯϱϳϯ ϯϱϭϰ ϱϵ
>ĂƵƌŝƚnjĞŶ Ϯϳϭϯ ϮϳϬϬ ϭϯ
ŝƐƚƌŝƚŽ/ŶĚƵƐƚƌŝĂů Ϯϱϭϴ ϮϬϱϳ ϰϲϭ
dƌġƐ/ƌŵĆƐ ϭϮϮϬϵ ϵϯϱϯ Ϯϴϱϲ
ZĂŵĂĚŝŶŚĂ ϮϭϳϬ ϭϴϭ ϭϵϴϵ
^ƵĚŽĞƐƚĞ ^ĞƌƌŽƚĆŽ ϲϭϱϳ ϵϲϱ ϱϭϵϮ
ŝĚĂĚĞƐ ϲϬϰϮ ϰϯϳϳ ϭϲϲϱ
sĞůĂŵĞ ϲϬϯϲ ϱϬϭϰ ϭϬϮϮ
ĐĄĐŝŽ&ŝŐƵĞŝƌĞĚŽ ϵϯϬϬ ϳϱϬϴ ϭϳϵϮ
:ĂƌĚŝŵŽŶƚŝŶĞŶƚĂů ϮϮϲϴ ϭϯϯ Ϯϭϯϱ
ůƚŽƌĂŶĐŽ ϴϴϱϬ ϲϮϬϱ Ϯϲϰϱ
DŽŶƚĞĂƐƚĞůŽ ϴϰϭϴ ϲϵϱϲ ϭϰϲϮ
ƵŝƚĞƐ ϭϵϮϰ ϭϱϵ ϭϳϲϱ
ĂƐƚĞůŽƌĂŶĐŽ Ϯϴϵϱ ϳϭϵ Ϯϭϳϲ
>ĞƐƚĞEŽƌĚĞƐƚĞ
EĂĕƁĞƐ ϭϰϬϲ ϯϱ ϭϯϳϭ
EŽǀĂƌĂƐşůŝĂ ϵϯϴϲ ϴϮϳϳ ϭϭϬϵ
DŝƌĂŶƚĞ ϭϳϵϮ ϭϮϵϲ ϰϵϲ
sŝůĂĂďƌĂů ϰϴϬϱ ϯϲϬϲ ϭϭϵϵ
:ĂƌĚŝŵdĂǀĂƌĞƐ ϯϰϴϵ ϮϬϰϴ ϭϰϰϭ
ŽĚŽĐŽŶŐſ ϭϯϳϴϴ ϵϵϵϯ ϯϳϵϱ
EŽǀŽŽĚŽĐŽŶŐŽ ϭϱϯϯ ϴϮ ϭϰϱϭ
ƌĂdžĄ ϭϳϱϭ ϱϵϱ ϭϭϱϲ
ŝŶĂŵĠƌŝĐĂ ϱϰϳϵ ϰϰϳϴ ϭϬϬϭ
WĞĚƌĞŐĂů ϴϰϰϲ ϳϲϬϳ ϴϯϵ
:ĞƌĞŵŝĂƐ ϭϬϲϮϵ ϵϬϯϲ ϭϱϵϯ
ĞŶƚƌŽKĞƐƚĞ
ƌƵnjĞŝƌŽ ϭϰϬϮϭ ϭϯϳϱϲ Ϯϲϱ
^ĂŶƚĂZŽƐĂ ϭϬϳϯϱ ϵϳϮϬ ϭϬϭϱ
ƐƚĂĕĆŽsĞůŚĂ ϯϯϭϯ ϯϬϭϳ Ϯϵϲ
WƌĞƐŝĚĞŶƚĞDĠĚŝĐŝ ϰϮϵϴ ϰϭϱϬ ϭϰϴ
DĂůǀŝŶĂƐ ϯϴϳϭϯ ϯϱϯϰϵ ϯϯϲϰ
^ĂŶƚĂƌƵnj ϵϰϭϱ ϴϱϭϵ ϴϵϲ
ĞůĂsŝƐƚĂ ϲϬϳϬ ϱϴϮϰ Ϯϰϲ
DŽŶƚĞ^ĂŶƚŽ ϳϲϬϬ ϳϭϲϳ ϰϯϯ
dĂŵďŽƌ ϳϳϳϳ ϲϱϮϵ ϭϮϰϴ
:ŽƐĠWŝŶŚĞŝƌŽ ϭϲϭϭϮ ϭϰϰϱϵ ϭϲϱϯ
WĂůŵĞŝƌĂ ϱϲϵϭ ϱϬϯϰ ϲϱϳ
YƵĂƌĞŶƚĂͬ:ĂƌĚŝŵYƵĂƌĞŶƚĂ ϳϳϴϯ ϰϲϴϱ ϯϬϵϴ
ŶĞůϮ ĞŶƚĞŶĄƌŝŽ ϴϯϬϭ ϳϳϵϭ ϱϭϬ
^ĂŶĚƌĂĂǀĂůĐĂŶƚĞ ϲϱϭϳ ϱϵϵϴ ϱϭϵ
:ĂƌĚŝŵWĂƵůŝƐƚĂŶŽ ϴϬϮϳ ϳϱϵϰ ϰϯϯ
hŶŝǀĞƌƐŝƚĄƌŝŽ ϯϳϯϮ ϯϮϱϮ ϰϴϬ
>ŽƵnjĞŝƌŽ ϭϯϭϱ ϳϱϭ ϱϲϰ
/ƚĂƌĂƌĠ ϯϬϵϯ Ϯϵϵϭ ϭϬϮ
ĂƚŽůĠ ϭϵϱϱϰ ϭϴϴϰϳ ϳϬϳ
ĂƚŽůĠ ϭϳϮ Ϭ ϭϳϮ
ŝƐƚƌŝƚŽƐ 'ĂůĂŶƚĞ ϱϭϵϮ ϵϴϮ ϰϮϭϬ
^ĆŽ:ŽƐĠĚĂDĂƚĂ ϲϳϱϲ ϮϭϱϮ ϰϲϬϰ
Fonte: IBGE, 2010

126
No que diz respeito à Região Centro, uma região que possui índices de
atendimento elevados quando comparada às demais, os incrementos no
número da população atendida serão sutis em cada um dos 20 anos do Plano.
Ao final do período que corresponde ao médio prazo, existirão não mais do que
398 habitantes sem atendimento do SES (Tabela 9.19).

Tabela 9.19 - Cenário 3 para a Região Centro


Cenário 3 - Região Centro
População População não
População Índice de Atendimento
Ano atendida pelo atendida pelo
(Hab) do SES
SES(Hab) SES (Hab)
2010 41.543 39.980 96,24% 1.563
2011 41.368 39.814 96,24% 1.554
2012 41.199 39.651 96,24% 1.548
2013 41.035 39.493 96,24% 1.542
2014 40.877 39.341 96,24% 1.536
2015 40.725 39.222 96,31% 1.503
Curto 2016 40.578 39.108 96,38% 1.470
Prazo 2017 40.437 39.000 96,45% 1.437
2018 40.302 38.898 96,52% 1.404
2019 40.171 39.072 97,26% 1.099
Médio 2020 40.045 39.251 98,02% 794
Prazo 2021 39.925 39.437 98,78% 488
2022 39.809 39.411 99,00% 398
2023 39.698 39.301 99,00% 397
2024 39.592 39.196 99,00% 396
2025 39.492 39.097 99,00% 395
2026 39.397 39.003 99,00% 394
2027 39.306 38.913 99,00% 393
Longo 2028 39.221 38.829 99,00% 392
Prazo 2029 39.141 38.750 99,00% 391
2030 39.066 38.675 99,00% 391
2031 38.996 38.606 99,00% 390
2032 38.931 38.542 99,00% 389
2033 38.870 38.481 99,00% 389
2034 38.813 38.425 99,00% 388

No Cenário 3, para a Região Sudoeste, o déficit de atendimento do


sistema será melhorado substancialmente já a curto prazo. O índice que
atualmente é 67,31% passará para 91,13% em 2018, aumentando o
atendimento para 16.446 pessoas (Tabela 9.20). Bairros como Ramadinha e
Serrotão que possuem número de pessoas atendidas extremamente baixo
(Tabela 9.18), alcançarão a universalização da cobertura em curto prazo.

Tabela 9.20 - Cenário 3 para a Região Sudoeste


Cenário 3: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo SES
SES(Hab) SES (Hab)
2010 45818 29.455 64,29% 16363
2011 46673 30.349 65,02% 16324

127
Cenário 3: Região Sudoeste
População Índice de População não
Ano População (Hab) atendida pelo Atendimento do atendida pelo SES
SES(Hab) SES (Hab)
2012 47501 31.243 65,77% 16258
2013 48300 32.137 66,54% 16163
2014 49072 33.031 67,31% 16041
2015 49815 36.227 72,72% 13588
Curto 2016 50531 39.410 77,99% 11121
Prazo 2017 51221 42.579 83,13% 8642
2018 51884 45.734 88,15% 6150
2019 52523 46.694 88,90% 5829
Médio 2020 53137 47.637 89,65% 5500
Prazo 2021 53727 48.565 90,39% 5162
2022 54293 49.477 91,13% 4816
2023 54834 50.419 91,95% 4415
2024 55350 51.337 92,75% 4013
2025 55841 52.229 93,53% 3612
2026 56307 53.096 94,30% 3211
2027 56748 53.939 95,05% 2809
Longo 2028 57164 54.756 95,79% 2408
Prazo 2029 57554 55.547 96,51% 2007
2030 57920 56.315 97,23% 1605
2031 58264 57.060 97,93% 1204
2032 58584 57.781 98,63% 803
2033 58883 58.294 99,00% 589
2034 59159 58.567 99,00% 592

Na Tabela 9.21 que representa o Cenário 3 para Região Leste Nordeste,


percebe-se que o conjunto de medidas tomadas na elaboração desse cenário,
permitirá uma evidente melhora ano após ano. Mais de 15 mil pessoas serão
beneficiadas, em média, nos oito primeiros anos considerados pelo Plano.
Cuités e Jardim Continental são bairros da Região Leste Nordeste em
que mais de 90% da população não é atendida pelo sistema de esgotamento
no ano de 2010, segundo dados do IBGE (2010). As medidas tomadas para
este cenário levarão, em curto prazo, a solução desse problema para essas
áreas críticas.

Tabela 9.21 - Cenário 3 para a Região Leste Nordeste


Cenário 3: Região Leste Nordeste
Índice de População não
População atendida
Ano População (Hab) Atendimento do atendida pelo SES
pelo SES(Hab)
SES (Hab)
2010 45866 29.434 64,17% 16432
2011 46452 30.067 64,73% 16385
2012 47019 30.700 65,29% 16319
2013 47567 31.333 65,87% 16234
2014 48095 31.966 66,46% 16129
2015 48605 34252 70,47% 14353
Curto 2016 49095 36528 74,40% 12567
Prazo 2017 49567 38795 78,27% 10772
2018 50022 41054 82,07% 8968
Médio 2019 50460 42729 84,68% 7731
Prazo 2020 50880 44389 87,24% 6491

128
Cenário 3: Região Leste Nordeste
Índice de População não
População atendida
Ano População (Hab) Atendimento do atendida pelo SES
pelo SES(Hab)
SES (Hab)
2021 51284 46037 89,77% 5247
2022 51672 47673 92,26% 3999
2023 52043 48377 92,96% 3666
2024 52396 49063 93,64% 3333
2025 52733 49734 94,31% 2999
2026 53052 50386 94,97% 2666
2027 53354 51021 95,63% 2333
Longo 2028 53639 51639 96,27% 2000
Prazo 2029 53906 52240 96,91% 1666
2030 54157 52824 97,54% 1333
2031 54392 53392 98,16% 1000
2032 54612 53945 98,78% 667
2033 54816 54268 99,00% 548
2034 55006 54456 99,00% 550

Para a Região Centro Oeste (Tabela 9.22), o índice de atendimento que


hoje é de 87,96% passará para 99,00% em 2022, evidenciando desta forma a
eficiência das medidas escolhidas para sanar os problemas dessa região. Em
um bairro bastante populoso como as Malvinas, a universalização do SES se
dará em médio prazo e mais de 3 mil pessoas serão beneficiadas.

Tabela 9.22 - Cenário 3 para a Região Centro Oeste


Cenário 3: Região Centro Oeste
População Índice de População não
População
Ano atendida pelo Atendimento do atendida pelo SES
(Hab)
SES(Hab) SES (Hab)
2010 123.830 106.302 85,85% 17.528
2011 124.693 107.678 86,35% 17.015
2012 125.528 109.054 86,88% 16.474
2013 126.335 110.430 87,41% 15.905
2014 127.113 111.806 87,96% 15.307
2015 127.863 114.441 89,50% 13.422
Curto 2016 128.585 117.066 91,04% 11.519
Prazo 2017 129.281 119.682 92,58% 9.599
2018 129.950 122.290 94,11% 7.660
2019 130.595 124.529 95,35% 6.066
Médio 2020 131.214 126.744 96,59% 4.470
Prazo 2021 131.810 128.937 97,82% 2.873
2022 132.380 131.107 99,00% 1.273
2023 132.926 131.597 99,00% 1.329
2024 133.447 132.113 99,00% 1.334
2025 133.942 132.603 99,00% 1.339
2026 134.412 133.068 99,00% 1.344
2027 134.857 133.508 99,00% 1.349
Longo 2028 135.277 133.924 99,00% 1.353
Prazo 2029 135.671 134.314 99,00% 1.357
2030 136.040 134.680 99,00% 1.360
2031 136.387 135.023 99,00% 1.364
2032 136.710 135.343 99,00% 1.367
2033 137.011 135.641 99,00% 1.370
2034 137.290 135.917 99,00% 1.373

A Região Anel 2 (Tabela 9.23), conta, em 2014, com índice de


129
atendimento elevado quando comparado à média municipal de 82,41% para
este ano. No entanto, em bairros como Tambor e José Pinheiro
aproximadamente 3 mil pessoas já sofriam com a falta de esgotamento
sanitário em 2010. Nesses bairros, com base na metodologia presente nesse
cenário, a universalização da cobertura será promovida em curto prazo. De
uma maneira geral, a maior parte da população que não é atendida será
contemplada nos primeiros oito anos uma vez que o déficit passará de 7.063
em 2014 para 2.258 pessoas em 2022.

Tabela 9.23 - Cenário 3 para a Região Anel 2


Cenário 3: Região Anel 2
Índice de População não
População atendida
Ano População (Hab) Atendimento do atendida pelo
pelo SES(Hab)
SES SES (Hab)
2010 102.993 93.879 91,15% 9.114
2011 103.611 94.980 91,67% 8.631
2012 104.210 96.081 92,20% 8.129
2013 104.788 97.182 92,74% 7.606
2014 105.346 98.283 93,30% 7.063
2015 105.884 99.075 93,57% 6.809
Curto 2016 106.402 99.861 93,85% 6.541
Prazo 2017 106.900 100.638 94,14% 6.262
2018 107.380 101.409 94,44% 5.971
2019 107.842 102.792 95,32% 5.050
Médio 2020 108.286 104.162 96,19% 4.124
Prazo 2021 108.713 105.519 97,06% 3.194
2022 109.122 106.864 97,93% 2.258
2023 109.513 107.443 98,11% 2.070
2024 109.886 108.004 98,29% 1.882
2025 110.241 108.547 98,46% 1.694
2026 110.578 109.072 98,64% 1.506
2027 110.897 109.580 98,81% 1.317
Longo 2028 111.198 110.069 98,98% 1.129
Prazo 2029 111.480 110.365 99,00% 1.115
2030 111.745 110.628 99,00% 1.117
2031 111.994 110.874 99,00% 1.120
2032 112.225 111.103 99,00% 1.122
2033 112.441 111.317 99,00% 1.124
2034 112.641 111.515 99,00% 1.126

Na Tabela 9.24, que descreve o Cenário 3 para a Região dos Distritos,


percebe-se que esta é uma área extremamente crítica onde mais de 70% da
população não possui SES. As melhorias serão bastante significativas nos oito
primeiros anos, pois haverá a universalização da cobertura desse serviço.

Tabela 9.24 - Cenário 3 para a Região dos Distritos


Cenário 3 - Distritos
População População não
Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo atendida pelo SES
Atendimento do SES
SES(Hab) (Hab)
2010 12.298 3.134 25,48% 9.164

130
Cenário 3 - Distritos
População População não
Índice de
Ano População (Hab) atendida pelo atendida pelo SES
Atendimento do SES
SES(Hab) (Hab)
2011 12.601 3.317 26,32% 9.284
2012 12.893 3.500 27,15% 9.393
2013 13.178 3.683 27,95% 9.495
2014 13.452 3.866 28,74% 9.586
2015 13.715 5.327 38,84% 8.388
Curto 2016 13.970 6.781 48,54% 7.190
Prazo 2017 14.214 8.223 57,85% 5.991
2018 14.449 9.656 66,83% 4.793
2019 14.674 11.079 75,50% 3.595
Médio 2020 14.893 12.497 83,91% 2.397
Prazo 2021 15.101 13.903 92,07% 1.198
2022 15.302 15.149 99,00% 153
2023 15.494 15.339 99,00% 155
2024 15.678 15.521 99,00% 157
2025 15.851 15.692 99,00% 159
2026 16.016 15.856 99,00% 160
2027 16.173 16.011 99,00% 162
Longo 2028 16.319 16.156 99,00% 163
Prazo 2029 16.459 16.294 99,00% 165
2030 16.589 16.423 99,00% 166
2031 16.709 16.542 99,00% 167
2032 16.824 16.656 99,00% 168
2033 16.929 16.760 99,00% 169
2034 17.028 16.858 99,00% 170

A Tabela 9.25 descreve o terceiro cenário para os serviços de


esgotamento sanitário do município de Campina Grande. Neste cenário ocorre
a universalização da cobertura do SES no ano de 2034, onde 415.738 pessoas
residentes na área urbana serão contempladas. Para atingir esta situação se
faz necessária a construção de aproximadamente 100 km de rede de coleta de
esgotos.
No que tange ao tratamento dos esgotos gerados, o índice de
tratamento de esgotos é mantido em 5% tal como nos cenários anteriores. Ao
fim dos 20 anos do Plano, apenas 2.498 m³/dia seriam tratados com base
nessa metodologia.

131
Tabela 9.25 - Cenário 3 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 3
População Vazão média Vazão média
População Vazão Média Extensão da Vazão média de Índice de
Índice de não atendida total de de esgotos
Ano População Atendida Doméstica rede de infiltração tratamento de
Atendimento pelo SES esgotos tratados
(Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(Hab) (m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 5% 31.968 1.598
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 5% 32.393 1.620
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 5% 32.819 1.641
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 5% 33.245 1.662
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 5% 33.672 1.684
2015 386.607 328.545 84,98% 58.062 36.796,99 327 61,97 5% 36.859 1.843
Curto 2016 389.161 338.753 87,05% 50.408 37.940,30 337 63,90 5% 38.004 1.900
Prazo 2017 391.620 348.917 89,10% 42.703 39.078,75 348 65,82 5% 39.145 1.957
2018 393.987 359.041 91,13% 34.946 40.212,63 358 67,73 5% 40.280 2.014
2019 396.265 366.895 92,59% 29.370 42.559,80 365 69,21 5% 42.629 2.131
Médio 2020 398.455 374.680 94,03% 23.775 43.462,87 373 70,68 5% 43.534 2.177
Prazo 2021 400.560 382.398 95,47% 18.162 44.358,20 381 72,13 5% 44.430 2.222
2022 402.578 389.680 96,80% 12.898 45.202,92 388 73,50 5% 45.276 2.264
2023 404.508 392.476 97,03% 12.032 47.097,13 391 74,03 5% 47.171 2.359
2024 406.349 395.234 97,26% 11.115 47.428,07 394 74,55 5% 47.503 2.375
2025 408.100 397.902 97,50% 10.198 47.748,24 396 75,06 5% 47.823 2.391
2026 409.762 400.481 97,74% 9.281 48.057,77 399 75,54 5% 48.133 2.407
2027 411.335 402.972 97,97% 8.363 48.356,65 401 76,01 5% 48.433 2.422
Longo 2028 412.818 405.373 98,20% 7.445 48.644,77 404 76,46 5% 48.721 2.436
Prazo 2029 414.211 407.511 98,38% 6.700 48.901,27 406 76,87 5% 48.978 2.449
2030 415.517 409.544 98,56% 5.973 49.145,31 408 77,25 5% 49.223 2.461
2031 416.742 411.497 98,74% 5.245 49.379,68 410 77,62 5% 49.457 2.473
2032 417.886 413.370 98,92% 4.516 49.604,39 412 77,97 5% 49.682 2.484
2033 418.950 414.761 99,00% 4.190 49.771,26 413 78,24 5% 49.849 2.492
2034 419.937 415.738 99,00% 4.199 49.888,52 414 78,42 5% 49.967 2.498

132
9.3.4 Cenário 4

A elaboração de cada um dos cenários anteriores serviu para


proporcionar diferentes análises de situações hipotéticas para o SES no
município de Campina Grande dentro do horizonte temporal do Plano. Essas
análises se unem a ponto de ser percebido que para uma demanda estimada
em 120 mil pessoas, num prazo de 20 anos, a forma como o município vem
realizando seus investimentos será insuficiente para promover a
universalização da cobertura do SES neste período. Tomou-se então a
iniciativa de, no terceiro cenário, aplicar uma metodologia que promova um
crescimento mais acelerado e eficiente da cobertura do sistema, como forma
de elevar o índice de atendimento.
No entanto, no cenário anteriormente explicado, fatores como
gerenciamento e fiscalização da rede coletora foram propositalmente
negligenciados como forma de se atentar às consequências subsequentes no
tratamento de esgotos do município. Percebeu-se que embora a cobertura,
num prazo de 20 anos, chegasse à universalização, a quantidade de esgotos
tratados no município seria ínfima quando comparada ao total de esgotos
gerados. Uma consequência direta dessa situação seria o despejo de águas
residuárias no Riacho de Bodocongó.
Nesse sentindo, o Cenário 4 parte de uma metodologia semelhante à do
cenário 3, uma vez que a forma como a cobertura e o índice de atendimento se
comportam são idênticas. Porém, existe nesse cenário um cuidado especial
com o gerenciamento e fiscalização da rede coletora como forma de serem
reduzidas as ligações clandestinas na rede de drenagem e desvios de esgoto
bruto para usos diversos não regulamentados.
A Tabela 9.26 mostra que a partir de 2014 o índice de tratamento de
esgotos passará por aumentos anuais sucessivos, em torno de 10%, de modo
que em 2024 atingirá 99% da vazão total média de esgotos. O limite de 99% foi
escolhido por ser mais factível e condizente com a realidade dos municípios
brasileiros.

133
Tabela 9.26 - Cenário 4 para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Campina Grande/PB
Cenário 4
População Vazão média Vazão média
População Vazão Média Extensão da Vazão média de Índice de
Índice de não atendida total de de esgotos
Ano População Atendida Doméstica rede de infiltração tratamento de
Atendimento pelo SES esgotos tratados
(Hab) (m³/dia) esgotos (km) (m³/dia) esgotos (%)
(Hab) (m³/dia) (m³/dia)
2010 372.348 302.184 81,16% 70.164 31.910,63 301 57,00 31.968 5% 959
2011 375.398 306.205 81,57% 69.193 32.335,20 305 57,76 32.393 5% 972
2012 378.350 310.229 82,00% 68.121 32.760,18 309 58,52 32.819 5% 985
2013 381.203 314.258 82,44% 66.945 33.185,66 313 59,28 33.245 5% 997
2014 383.955 318.293 82,90% 65.662 33.611,75 317 60,04 33.672 5% 1.010
2015 386.607 328.545 84,98% 58.062 36.796,99 327 61,97 36.859 15% 5.529
Curto 2016 389.161 338.753 87,05% 50.408 37.940,30 337 63,90 38.004 25% 9.501
Prazo 2017 391.620 348.917 89,10% 42.703 39.078,75 348 65,82 39.145 35% 13.701
2018 393.987 359.041 91,13% 34.946 40.212,63 358 67,73 40.280 45% 18.126
2019 396.265 366.895 92,59% 29.370 42.559,80 365 69,21 42.629 55% 23.446
Médio 2020 398.455 374.680 94,03% 23.775 43.462,87 373 70,68 43.534 65% 28.297
Prazo 2021 400.560 382.398 95,47% 18.162 44.358,20 381 72,13 44.430 75% 33.323
2022 402.578 389.680 96,80% 12.898 45.202,92 388 73,50 45.276 85% 38.485
2023 404.508 392.476 97,03% 12.032 47.097,13 391 74,03 47.171 95% 44.813
2024 406.349 395.234 97,26% 11.115 47.428,07 394 74,55 47.503 99% 47.028
2025 408.100 397.902 97,50% 10.198 47.748,24 396 75,06 47.823 99% 47.345
2026 409.762 400.481 97,74% 9.281 48.057,77 399 75,54 48.133 99% 47.652
2027 411.335 402.972 97,97% 8.363 48.356,65 401 76,01 48.433 99% 47.948
Longo 2028 412.818 405.373 98,20% 7.445 48.644,77 404 76,46 48.721 99% 48.234
Prazo 2029 414.211 407.511 98,38% 6.700 48.901,27 406 76,87 48.978 99% 48.488
2030 415.517 409.544 98,56% 5.973 49.145,31 408 77,25 49.223 99% 48.730
2031 416.742 411.497 98,74% 5.245 49.379,68 410 77,62 49.457 99% 48.963
2032 417.886 413.370 98,92% 4.516 49.604,39 412 77,97 49.682 99% 49.186
2033 418.950 414.761 99,00% 4.190 49.771,26 413 78,24 49.849 99% 49.351
2034 419.937 415.738 99,00% 4.199 49.888,52 414 78,42 49.967 99% 49.467

134
Na Figura 9.4 são apresentadas as vazões médias de esgotos
esg gerados e
tratados no município, bem como a evolução desses números no decorrer dos
anos. O aumento significativo do índice de tratamento
tratamento cresce de forma linear
devido aos investimentos esperados no gerenciamento da rede, atuando
principalmente, na identificação e regularização de ligações clandestinas,
clande bem
como na manutenção das tubulações a fim de evitar perdas
perdas e roubos de
esgotos.

Figura 9.4 - Vazões médias e índice de tratamento de esgotos

9.4 A Zona Rural, como Cenário Específico no Sistema


Sistem de
Esgotamento Sanitário
Considerando a baixa densidade populacional e elevada
eleva dispersão
espacial da população na zona rural,
rural torna-se
se inviável pensar num sistema
coletivo de esgotamento sanitário para esta região. Contudo, mesmo
observando-se
se uma redução populacional nestas áreas,
áreas, é imprescindível que
desconsideremos tal zona no âmbito da equidade de direito
direito de acesso a um
ambiente salubre, com estrutura sanitária adequada.
Para atender as demandas de esgoto gerado na zona rural,
r faz-se
importante entender o valor econômico e social que este bem pode agregar,
principalmente em regiões onde a disponibilidade hídrica
hídrica apresenta
apresenta-se como

135
limitante da produção agropecuária, como é o caso do município de Campina
Grande.
Neste contexto, faz-se importante avaliar a implantação de sistemas
individuais e/ou semicoletivos na zona rural do município, respeitando-se as
características ambientais e de adensamentos populacionais locais, de modo
que o saneamento ambiental possa ser implantado/aperfeiçoado em áreas com
viabilidade de reuso de águas residuais, como importante elemento de fixação
das famílias no campo e incremento da produção agropecuária local.


136
10. PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

10.1 Diretrizes para estudo


O crescimento urbano e todas as intervenções no ambiente natural que
lhe são inerentes causam diversos impactos sobre o ciclo hidrológico no meio
urbano. Dentre estes, destacam-se o aumento do consumo da água, da
geração de águas poluídas (efluentes urbanos) e alterações no regime de
precipitação. Além disso, áreas urbanizadas têm seu volume de escoamento
quase sempre elevado pelo aumento crescente da impermeabilização das
superfícies.
Em decorrência, há inúmeros registros de alagamentos, cheias e
desastres provocados pela insuficiência ou inadequação do planejamento do
sistema de drenagem, além de outras problemáticas ligadas, por exemplo, ao
carreamento de sedimentos, redução da recarga hídrica e contaminação da
água.
Neste estudo, algumas caracterizações da superfície urbanizada da
cidade de Campina Grande são apresentadas partindo-se de algumas
premissas:
- O planejamento da drenagem e manejo adequado das águas pluviais
urbanas dependem de um planejamento holístico, não pontual, que avalie as
condições a que está submetida a infraestrutura existente, para posteriormente
serem estabelecidas metas e adotadas as medidas corretivas e preventivas;
- A bacia hidrográfica deve ser a unidade de gestão e planejamento (Lei
9.433/97, Lei das Águas)
- Os zoneamentos urbanos (Planos diretores) comumente definidos em
função de tendências de ocupação e índices de aproveitamento, que já
contemplam questões de preservação ambiental, normalmente
compatibilizadas por forças de Leis Federais como o Código Florestal (Lei
12.651/2012), deveriam estar “sensíveis” também à questão das águas
urbanas, que na maioria dos casos, podem se configurar em um fator decisivo
para a mitigação dos impactos da ocupação urbana no meio ambiente natural.

137
10.2 Condicionantes Físicos
As bacias superficiais são definidas pela topografia do terreno, de modo
que são margeadas por divisores topográficos e tem suas águas escoando
para um único ponto, denominado exutório. Desse modo, diferentes
ocorrências relacionadas a etapas do ciclo hidrológico podem ser melhor
compreendidas e mensuradas quando temos seus limites bem definidos. Há
divisores que funcionam como barreiras às nuvens, ocasionando a chuva
orográfica, e a consequente seca na bacia para qual seguiria. Nas bacias onde
há grande declividade, velocidades mais altas das águas provocam o
carreamento de sedimentos e torna o terreno mais propenso a erosão. Já
naquelas de declive mais baixo, quando não impermeabilizada a área, a
infiltração é favorecida (EPA, 2008). A Figura 10.1 é uma síntese gráfica dos
efeitos da urbanização nas águas urbanas.

Figura 10.1– Efeito da Urbanização no aumento das inundações e poluição


urbanas

Fonte: São Paulo, 2012

Neste sentido, os seguintes produtos foram gerados no contexto deste


prognóstico:

10.2.1 Modelo numérico de elevação e hipsometria para o perímetro


urbanizado de Campina Grande e entorno
A área considerada “perímetro urbanizado” do município de Campina

138
Grande, possui um levantamento planialtimétrico datado de 1982
(ATECEL/UFCG, 1982). Este levantamento, já em formato digital (em formato
compatível com programas de CAD – Computer Aided Design) tem sido
utilizado por décadas em várias pesquisas, por ser este o último levantamento
topográfico efetuado para a cidade inteira (área urbana). Esta topografia
também tem sido utilizada pelas concessionárias de serviços de infra-estrutura
para projeto e dimensionamento de redes.
Posteriormente, Cordão (2009) desenvolveu dois subprodutos: (i) Curvas
de nível mestres, 10 em 10 m (ii) Pontos cotados extraídos automaticamente
(aprox.. 5000 pontos) para utilização em ambiente SIG (Sistemas de
Informação Geográfica), no formato shapefile, formato no qual, as informações
de elevação puderam ser associadas, ampliando a capacidade de utilização
deste levantamento.
Tsuyuguchi et al.(2014), faz uma análise detalhada destes subprodutos,
refinando sua acurácia e adicionando-lhes informação altimétrica do entorno
urbano obtida a partir de sensoriamento remoto, com vistas a obtenção de um
MDE hidrologicamente consistente. Como resultado, temos o MDE
apresentado na Figura 10.2, o qual foi rigorosamente validado através de
metodologias descritas e publicadas em Tsuyuguchi et al (2014).

Figura 10.2 – (a) Modelo Digital de Elevação do perímetro urbano de Campina


Grande e seu entorno (b) Hipsometria e subdivisão em bairros

Fonte: Tsuyuguchi, 2014.

139
10.2.2 Delimitação das bacias e sub-bacias de drenagem
O escoamento superficial está diretamente relacionado à topografia e,
consequentemente, à morfologia das bacias, uma vez que ela determina
direções de fluxo e áreas de acúmulo de água. Um planejamento dos serviços
de drenagem urbana eficiente depende então, de uma caracterização
consistente das bacias e microbacias (macrodrenagem e microdrenagem).
Pode-se definir uma bacia hidrográfica como:
“um conjunto de terras drenadas por um rio e
seus afluentes, formada nas regiões mais altas do
relevo por divisores de água, onde as águas das
chuvas, ou escoam superficialmente formando os
riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de
nascentes e do lençol freático. As águas superficiais
escoam para as partes mais baixas do terreno,
formando riachos e rios, sendo que as cabeceiras são
formadas por riachos que brotam em terrenos íngremes
das serras e montanhas e à medida que as águas dos
riachos descem, juntam-se a outros riachos,
aumentando o volume e formando os primeiros rios,
esses pequenos rios continuam seus trajetos
recebendo água de outros tributários, formando rios
maiores até desembocarem no oceano (Barrella,
2001).”

Na literatura não há um consenso com relação aos termos “sub-bacia” e


“microbacias”, sendo normalmente consideradas “Bacias” as áreas maiores
(com reação à escala do estudo) referentes à macrodrenagem e Microbacias
ou Sub-bacias áreas menores, subdivisões das bacias, as quais, caracterizam
a microdrenagem da área estudada.
Para a delimitação das bacias e sub-bacias neste estudo, foram
utilizados dois pacotes computacionais aplicados aos estudos hidrológicos: (i) a
ferramenta ArcHydro que é um pacote interno ao ArcGIS (ESRI) e o TerraHidro
que é um plug-in do software TerraView (INPE).
Após o processamento nas duas ferramentas de análises hidrológicas

140
em ambiente SIG, concluiu-se que ambas apresentaram excelentes resultados,
e se mostraram capazes de subsidiar o planejamento da drenagem urbana. As
delimitações ficaram muito semelhantes, mas observou-se, através de imagens
aerofotogramétricas que a rede de drenagem obtida pelo pacote TerraView
melhor representava os riachos da região, e por isso optou-se por este pacote
para continuidade do estudos.

Figura 10.3 – Sequência de procedimentos necessários para a delimitação


automática das bacias e sub-bacias de drenagem e da rede de fluxo
acumulado

Fonte: Tsuyuguchi et al (2014).

Observou-se que melhores resultados seriam obtidos através da


indicação de exutórios pelo analista, seguindo então o processamento indicado
na Figura 10.4.

Figura 10.4 – Sequência de procedimentos necessários para a delimitação


semiautomática das bacias e sub-bacias de drenagem, com localização dos
exutórios

Na análise e definição final dos limites das bacias, vários critérios de


avaliação foram considerados além de diversas consultas a especialistas e
visitas a campo para validadação de alguns dados. As Figuras 10.5 (a) e (b)
apresentam estes resultados.

141
Figura 10.5 – (a) Bacias de Macrodrenagem e (b) Bacias de Microdrenagem de
Campina Grande

Ressalta-se que a delimitação em microbacias ou sub-bacias pode ser


tão detalhada quanto seja necessário ao estudo. Neste prognóstico, várias
delimitações diferentes foram testadas e para a simulação hidrológica, algumas
sub-bacias foram subdivididas novamente para viabilizar a parametrização do
modelo de simulação.
Do ponto de vista da hidrologia, a classificação de bacias hidrográficas
em grandes e pequenas não é vista somente na sua superfície total, mas
considerando os efeitos de certos fatores dominantes na geração do deflúvio,
tendo as microbacias como características distintas uma grande sensibilidade
tanto às chuvas de alta intensidade (curta duração), como também ao fator uso
do solo (cobertura vegetal), sendo assim, as alterações na quantidade e
qualidade da água do deflúvio, em função de chuvas intensas e ou em função
de mudanças no solo, são detectadas com mais sensibilidade nas microbacias
do que nas grandes bacias. Portanto, essa explicação contribui na distinção,
definição e delimitação espacial de microbacias e bacias hidrográficas, sendo
sua compreensão, crucial para a estruturação de programas de monitoramento
ambiental, por meio de medições de variáveis hidrológicas, liminológicas, da

142
topografia e cartografia e com o auxílio de sistemas de informações
geográficas. Dessa forma, pode-se chegar a uma adequação espacial de
microbacias e bacias hidrográficas (LIMA e ZAKIA, 2001).

10.2.3 Mapeamento das bacias por classes de declividade


A declividade de uma bacia hidrográfica tem relação importante com
vários processos hidrológicos, tais como a infiltração, o escoamento superficial,
a umidade do solo, etc. Neste sentido, conhecer a declividade média das
bacias pode direcionar a escolha por métodos de gestão mais adequados e
modelos de simulação. Além disto, a declividade é um dos fatores principais
que regulam o tempo de duração do escoamento superficial e de concentração
da precipitação nos leitos dos cursos d’água. Com o auxílio de ferramentas
SIG, o processo de cálculo da declividade e posterior classificação das bacias
torna-se bem mais facilitado, visto que uma superfície de declives pode ser
gerada através da primeira derivada da superfície altimétrica (dx/dy) para cada
pixel da imagem. Os valores de declividade média calculados para cada Bacia
são apresentados na Tabela 10.1.

Tabela 10.1 – Declividades médias e Áreas por Bacia hidrográfica


BACIA Área (Km2) Declividade media (%)
A 63.70 5.87
B 53.67 10.30
C 58.37 11.73
D 24.67 3.89
E 40.48 10.95
F 8.00 8.61
G 9.12 3.43
H 3.98 3.38

Para a realização de modelagens e simulações, faz-se necessário uma


caracterização das sub-bacias no que diz respeito a suas características
geomorfológicas, dentre estas, a declividade média. Neste sentido, a Figura
10.6 apresenta as sub-bacias hidrográficas classificadas de acordo com seus
valores médios de declividade.

143
Figura 10.6 – Sub-bacias por classes de declividades média

Segundo Villela e Mattos (1975), a declividade de uma bacia relaciona-


se com a velocidade em que se dá o escoamento superficial, afetando,
portanto, o tempo que leva a água da chuva para concentrar-se nos leitos
fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias, sendo que os picos de
enchente, infiltração e susceptibilidade para erosão dos solos dependem da
rapidez com que ocorre o escoamento sobre os terrenos da bacia. Neste
sentido, pode-se observar que bacias com valores mais baixos de declividades
médias terão naturalmente uma maior susceptibilidade a alagamentos ante os
eventos concentrados de chuvas (muito comuns em Campina Grande por estar
inserida na região semiárida paraibana).
A Tabela 10.2 apresenta os valores de declividade média para cada sub-
bacia apresentada na Figura 10.7. Estes valores, assim com outras

144
características morfológicas das bacias calculadas, são parâmetros de entrada
(input), na maioria dos modelos de simulação.

Tabela 10.2 - Declividades médias e Áreas por Sub-bacia hidrográfica


SUB- Àrea Declividade SUB- Àrea Declividade
2 2
BACIA (Km ) Média (%) BACIA (Km ) Média (%)
A1 3.23 8.86 B9 2.10 8.61
A10 25.21 7.02 C1 6.40 9.39
A11 1.62 3.70 C10 12.38 13.35
A12 2.09 2.92 C11 2.38 11.23
A13 5.03 3.82 C12 9.16 14.90
A14 4.67 3.82 C13 11.62 10.46
A2 1.92 10.21 C2 1.41 12.93
A3 2.05 7.45 C3 2.35 12.78
A4 2.85 4.77 C4 0.78 9.66
A5 2.94 6.37 C5 1.16 7.99
A6 0.74 6.06 C6 0.66 8.66
A7 1.58 5.41 C7 0.42 6.05
A8 4.62 4.19 C8 0.98 3.68
A9 5.10 3.81 C9 8.64 11.29
B1 3.72 18.51 D10 2.24 3.52
B10 2.52 6.49 D2 1.19 6.60
B12 5.30 9.18 D3 1.53 5.07
B13 2.09 6.23 D4 1.15 3.48
B14 0.82 6.56 D5 0.69 3.36
B15 2.27 4.72 D6 2.83 3.30
B16 1.09 5.21 D7 1.58 3.72
B17 1.45 3.86 D8 9.37 3.57
B18 1.08 5.01 D9 4.16 4.26
B2 16.45 11.28 E1 9.05 12.37
B3 4.36 12.89 E2 31.44 10.54
B4 1.10 12.75 F1 5.95 8.55
B5 4.41 12.64 F2 2.05 8.77
B6 1.22 9.28 G 9.12 3.43
B7 2.43 9.76 H 3.98 3.38
B8 1.26 6.79 1.26 6.79

10.3 Uso e Ocupação do Solo


A cidade de Campina Grande, assim como outras cidades do Brasil, tem
sofrido os reflexos do crescimento acelerado e desordenado de sua área
urbana. Para Meierdiercks (2010), pouca atenção é dada às estruturas de

145
drenagem urbana na fase de planejamento de expansão das cidades. Com a
impermeabilização do solo, segundo Tucci (2005), a água que infiltrava,
passará a escoar através das superfícies impermeáveis, condutos e canais,
exigindo maior capacidade de escoamento.
Na hidrologia urbana, é fundamental conhecer detalhadamente as
características da ocupação da bacia hidrográfica, pois isso influi diretamente
nas taxas de infiltração, que resultam na chuva excedente, que por sua vez
produz a vazão dos cursos d’água. Além disso, as características fisiográficas
da bacia, como área drenada, declividade e forma, e o grau de intervenções no
sistema de drenagem natural, como a existência de canais, galerias,
reservatórios de detenção, etc., determinam a velocidade com que a água se
concentra numa determinada seção do curso d’água. Esse processo também
interfere na magnitude das vazões durante as chuvas intensas. Em resumo,
bacias com alto grau de impermeabilização, com alta declividade, com
sistemas de drenagem muito velozes tendem a produzir vazões relativamente
elevadas (São Paulo, 2012).

10.3.1 Estimativas de impermeabilização a partir de sensoriamento


remoto
Lillesand, et al. (2002) afirma que o Sensoriamento Remoto juntamente
com as análises permitidas pelas geotecnologias pode auxiliar muito no
monitoramento e gerenciamento do processo de urbanização. O padrão
espectral presente dentro dos dados de sensores remotos para cada pixel pode
ser como a base numérica para classificação das várias características
espaciais.
Além disso, Sistemas de Informação Geográfica permitem a integração
dos dados remotos classificados e de informações adicionais de diversas
outras fontes (população, recursos naturais, etc) para apoiar a tomada de
decisões relativas ao desenvolvimento urbano (Ramachandra & Kumar, 2009).
Neste estudo foram utilizadas imagens do satélite americano Landsat 1
para a área urbana de Campina Grande e seu entorno. Os satélites da série
Landsat produzem imagens da superfície terrestre desde a década de 1970.

1
As imagens Landsat podem ser adquiridas e acessadas a partir de diversos portais no mundo inteiro. O Portal
GLOVIS é um dos mais utilizados (http://glovis.usgs.gov/) e é mantido pelo serviço geológico americano (USGS).

146
Entretanto a disponibilidade de imagens de boa qualidade para uma área
urbana da extensão de Campina Grande, nem sempre é alta, devido a enorme
quantidade de imagens com elevada cobertura de nuvens, o que impede, na
maioria das vezes um reconhecimento automático de padrões ou até mesmo
uma foto-interpretação visual das imagens.
A metodologia proposta é uma análise das diferenças entre duas cenas
de duas datas diferentes, de forma a obter uma taxa de impermeabilização
para período compreendido entre os dois momentos imageados. Uma vez que
esta taxa é estabelecida, ela pode ser calculada para diferentes datas
considerando-se uma função linear simples. A região de Campina Grande
apresenta alta nebulosidade em quase todos os dias do ano, o que acarreta
uma alta cobertura de nuvens na maioria das imagens. Utilizando uma máscara
retangular envolvendo o perímetro urbano da cidade, todas as cenas do acervo
Landsat foram examinadas e verificadas para permitir a seleção de imagens
representativas das últimas décadas. As duas cenas escolhidas estão descritas
na Tabela 10.3.

Tabela 10.3 – Cenas dos Satélites Landsat utilizadas


Órbita Ponto Satélite Data Fonte
214 65 Landsat 5 10/07/1989 GLOVIS/ NASA
214 65 Landsat 8 04/01/2014 GLOVIS/ NASA
Fonte: Santos et al., 2014

Foram realizadas classificações supervisionadas das duas imagens no


software ArcGIS (ESRI). Para a operação de classificação foi utilizado o
classificador de máxima verossimilhança (maximum likelihood classification) e
três classes de uso do solo foram escolhidas: Vegetação, Urbanização e Solo
Exposto. A classificação supervisionada foi feita através da metodologia do
treinamento que consiste em utilizar amostras para “treinar” o algoritmo de
classificação a entender os padrões das imagens. As amostras de cada classe
foram escolhidas a partir de informações existentes acerca da área de estudo,
entre elas: a interpretação visual da composição colorida 543, o conhecimento
de colaboradores que residem no município, comparações com imagens
existentes no visualizador Google Earth, e aferições visuais através de imagens
de alta resolução dos anos de 2005 e 2010 disponibilizadas pela prefeitura
municipal. Apesar das datas das imagens de alta resolução diferirem das

147
imagens Landsat, através das diferenças observadas, algumas informações
puderam também ser extraídas. Outras imagens dos respectivos anos
analisados foram utilizadas para realizar o preenchimento em áreas em que
pequenas nuvens impediam a classificação de uso. As Figuras 10.7 (a) e (b)
são o resultado da aplicação desta metodologia.

Figura 10.7 – Imagens do satélite Landsat dos anos de 1989 (a) e 2014 (b)
referentes a 25 anos de expansão urbana no município de Campina Grande

10.3.2 Estimativa de impermeabilização do solo para cenários futuros


Uma vez classificadas as imagens, estas podem ser quantificadas em
termos de classes de ocupação do uso do solo para cada data analisada. Com
relação ao perímetro urbano considerado (baseado na delimitação de bairros
do IBGE, 2010), temos que em um intervalo de tempo de 25 anos, houve um
aumento de 21,11% da área impermeabilizada. Calculando-se o aumento da
impermeabilização com esta mesma taxa para períodos de 4, 8 e 20 anos, têm-
se os valores apresentados na Tabela 10.4.

Tabela 10.4 – Estimativa de percentual de área impermeabilizada para


períodos de 4, 8 e 20 anos
1989 (%) 2014 (%) 4 ANOS (%) 8 ANOS (%) 20 ANOS(%)
19.86 40.97 44.35 47.73 57.86

148
Considerando-se as projeções de crescimento populacional
estabelecidas neste estudo prognóstico para 5 (cinco) zonas de características
homogêneas, observa-se a situação apresentada na Figura 10.8. A partir de
uma operação de Overlay (sobreposição) simples, é possível observar as
diferentes taxas de impermeabilização de cada zona ao longo de 25 anos. Para
a obtenção dos valores diferenciados para cada zona, uma tabulação cruzada
entre as áreas impermeabilizadas e as áreas referentes às zonas foi realizada
e os valores calculados são apresentados na Tabela 10.5. Observa-se nesta
tabela que uma das zonas (Centro), para o período de 20 anos, se permanecer
aumentando sua área impermeabilizada na taxa calculada (sem nenhuma
medida compensatória ou intervenção estrutural), estará completamente
impermeabilizada em um período de 20 anos.

Figura 10.8 – (a) Zonas de estimativa de crescimento da população; (b)


Overlay das zonas com o mapa de uso e ocupação do solo de 1989; (c)
Overlay das zonas com o mapa de uso e ocupação do solo de 2014

Tabela 10.5 – Áreas impermeabilizadas para as datas das imagens analisadas


e para os períodos de 4, 8 e 20 anos. Destaque para zona central que
apresenta maiores taxas de impermeabilização
Zona Área Área Aumento Área Área Área
imperm imperme da área impermeabil impermeabil impermeabil
eável ável em Imperme izada em 4 izada em 8 izada em 20
em 2014 (%) ável em anos anos anos
1989 25 anos
(%) (%)
ANEL 2 38.26 64.48 26.22 68.68 72.87 85.46
CENTRO 73.08 92.78 19.7 95.93 99.08 100
CENTRO- 23.91 56.03
32.12 61.17 66.31 81.73
OESTE-

149
ZEIS
LESTE- 12.38 23.54
NORDES 11.16 25.33 27.11 32.47
TE
SUDOES 4.62 22.39
TE-
EXPANS 17.77 25.23 28.08 36.61
ÃO
URBANA

Com relação à macrodrenagem, realizando a mesma análise de


sobreposição e tabulação cruzada de áreas, pode-se calcular a taxa de
impermeabilização por bacia hidrográfica. Para as sub-bacias também foram
calculadas as mesmas taxas de impermeabilização para servirem de parâmetro
de entrada na simulação hidrológica que será apresentada em um item mais
adiante deste mesmo relatório.
Os valores encontrados para cada Bacia hidrográfica para os períodos
das imagens (1989 e 2014) são apresentados na Tabela 10.6.

Tabela 10.6 – Áreas impermeabilizadas em cada bacia hidrográfica para os


anos de 1989 e 2014. Destaque para a bacia D com maiores índices de
impermeabilização nos últimos 25 anos
Área Área Aumento da área
Bacia Impermeabilizada Impermeabilizada Impermeabilizada
em 1989 (%) em 2014 (%) em 25 anos (%)

A 1.38 7.24 5.86


B 10.54 25.48 14.94
C 7.99 11.33 3.34
D 32.16 56.85 24.69
E 1.58 5.68 4.1
F 2.00 4.78 2.78
G 2.64 20.52 17.88
H 0.07 8.01 7.94

A bacia D é a bacia com maior área impermeabilzada e que sofreu


maiores alterações no uso do solo no tocante ao aumento da área urbanizada.
Considerando os períodos de simulação de 4, 8 e 20 anos tem-se os
resultados apresentados na Tabela 10.7. Observa-se que para cada bacia
hidrográfica é considerado um aumento (taxa) diferenciado da área
impermeável baseado nos valores calculados e apresentados na Tabela 10.6.

150
Tabela 10.7 – Áreas impermeabilizadas em cada bacia hidrográfica para os
períodos de 4, 8 e 20 anos. Destaque para a bacia D com maiores chances de
saturação da área impermeabilizada
Bacia 2014 (% de área 2018 (% de área 2022 (% de área 2034 (% de área
impermeabilizada) impermeabilizada) impermeabilizada) impermeabilizada)
A 7,24 8,18 9,12 11,93
B 25,48 27,87 30,26 37,43
C 11,33 11,86 12,40 14,00
D 56,85 60,80 64,75 76,60
E 5,68 6,34 6,99 8,96
F 4,78 5,22 5,67 7,00
G 20,52 23,38 26,24 34,82
H 8,01 9,28 10,55 14,36

10.3.3 Caracterização das bacias a partir dos dados censitários


Os dados censitários têm sofrido ao longo dos anos diferentes
transformações na unidade territorial adotada bem como na quantidade de
variáveis consideradas. A comparação entre dados de diferentes censos
demanda um trabalho adicional de espacialização e compatibilização para que
a análise e, por assim dizer, o resultado obtido, reflita uma análise coerente
entre os dois momentos estudados e não apenas uma interpretação pessoal do
usuário ao visualizar os dados em mapa (Figura 10.9).
Neste estudo, a agregação de alguns dados censitários auxilia na
compreensão da dinâmica de infra-estrutura e ocupação das sub-bacias. As
variáveis censitárias utilizadas para os dois últimos censos estão apresentadas
na Tabela 10.8. Os mapas resultantes da agregação destas variáveis
apresentam a condição de saneamento básico (de uma forma geral) das sub-
bacias ao longo de 10 anos e a ocupação domiciliar que também é um forte
indicador de impermeabilização da sub-bacia.

Tabela 10.8 – Descrição das variáveis censitárias analisadas


Censo Censo Descrição da variável
2000 2010
V001 V001 Domicílios (domicílios particulares + unidades em domicílios
coletivos) (2000)
Domicílios particulares permanentes (2010)
Domicílios particulares permanentes com lixo coletado, banheiro ou
V210 V222 sanitário e esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial
(2000)

151
Censo Censo Descrição da variável
2000 2010
Domicílios particulares permanentes com lixo coletado, banheiro de
uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário
via rede geral de esgoto ou pluvial (2010)

Figura 10.9 - Percentual de domicílios particulares permanentes com lixo


coletado, banheiro ou sanitário e esgotamento sanitário via rede geral de
esgoto ou pluvial para (a) 2000 e (b) 2010

Fonte: adaptado de IBGE, 2014

A partir da sobreposição das zonas homogêneas de projeção


populacional, pode-se observar que para algumas áreas como a área central,
os dados censitários aponta uma melhora significativa das condições de infra-
estrutura, visto que, em termos percentuais a área está bem atendida pelos
serviços de saneamento básico. Entretanto a variável não deixa claro QUAL o
serviço de saneamento prestado (Esgoto ou drenagem), o que dificulta uma
caracterização para prognóstico da drenagem.
Em uma análise sistêmica, ao observar os dois mapas da Figura 10.8,
pode-se afirmar que os serviços de saneamento básico melhoraram em um
período de 10 anos para a maior parte das sub-bacias. Entretanto, no que
concerne aos serviços de drenagem, há que se investigar a presença/ausência
de elementos estruturais de drenagem nestas bacias, bem como a capacidade
da macro e microdrenagem existente.
A Figura 10.10 apresenta a quantidade de domicílios por sub-bacia, o que
pode auxiliar na validação da classificação das imagens de sensoriamento

152
remoto no que diz respeito ao aumento da impermeabilização em algumas
bacias. Percebe-se claramente um aumento da ocupação em algumas bacias
ao sul da área urbanizada, na área considerada de expansão urbana para
estudos de projeção populacional.
Atenção especial também deve ser dedicada ao vetor leste de expansão
urbana, vetor este que pode estar sendo impulsionado pelo crescimento dos
condomínios horizontais nestas regiões e que ode alterar significativamente a
capacidade de drenagem destas bacias.

Figura 10.10 - Total de domicílios agrupados por sub-bacia hidrográfica para os


anos de 2000 (a) e 2010 (b)

Fonte: adaptado de IBGE, 2014

10.4 Presença de Elementos de Drenagem Urbana


Dentre os dados disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Campina
Grande para apoio aos estudos em andamento, há um levantamento dos
elementos de drenagem existentes (boca de lobo e sarjeta) ,realizado através
de observações visuais das imagens de alta resolução e de validações
amostrais em campo. Apesar da incerteza associada a este dado, é possível
uma caracterização da infra-estrutura de drenagem instalada a partir do mesmo
e, este dado pode ser utilizado na análise das simulações por sub-bacias,
constituindo-se em um indicador de capacidade de drenagem.
A metodologia utilizada neste levantamento da PMCG foi de identificar
por eixo viário (centerlines de ruas e vias de acesso) a presença de elementos

153
de drenagem. A Figura 10.11 apresenta a espacialização desta informação de
forma temática.
Para a análise desta informação por sub-bacia, foi realizada uma
sobreposição destas informações e calculado um percentual para a obtenção
de percentual de vias com presença de elementos de drenagem por sub-bacia,
considerando: (i) as vias com informações pesquisadas; (ii) percentual vias
com elementos de drenagem que estão localizadas completamente no interior
da sub-bacia (relação topológica de contingência). A Figura 10.12 apresenta a
espacialização deste percentual por sub-bacia em intervalos. Observa-se que
algumas sub-bacias no entorno urbano apresentaram um valor percentual mais
alto (baixo número total de vias dos quais, quase todas com elementos de
drenagem).

Figura 10.11 – Presença de elementos de drenagem identificados nas vias de


acesso da área urbanizada do município

Fonte: PMCG, 2010

154
Figura 10.12 – Percentual de vias com presença de elementos de drenagem
nas sub-bacias a serem utilizadas nas simulações

10.5 Simulações Hidrológicas nos Sistemas de


Macrodrenagem de Campina Grande
As metodologias empregadas nos estudos de cheias dependem da
disponibilidade e qualidade dos dados hidrométricos (precipitação e vazão)
disponíveis para a região de interesse. Para o munícipio de Campina Grande –
PB foram utilizadas as informações do estudo de chuvas intensas (Aragão et
al., 2000) para o estado da Paraíba, que apresenta as equações de
Intensidade Duração e Frequência (IDF) para os munícipios paraibanos.
No entanto, no munícipio de Campina Grande não existem estações

155
fluviométricas instaladas na área urbana. Dessa forma, deve-se recorrer a
métodos de estimativas de vazões indiretos, adotando um modelo chuva-
vazão.
Neste sentido, três grandes bacias vem sendo analisadas no distrito
sede de Campina Grande: Bacia do Riacho de Bodocongó, Bacia do Riacho
do Prado e Bacia do Riacho das Piabas. Com a perspectiva de crescimento
das zonas de projeção da cidade, nota-se que algumas outras bacias começam
a ser ocupadas.
Inicialmente, no âmbito deste Plano Municipal de Saneamento foram
realizados estudos em um trecho do Canal das Piabas (Melo Filho et al, 2014).
Este estudo embora não contemple toda a capacidade do canal, serviu como
passo inicial para o entendimento de problemas inerentes aos sistemas de
macrodrenagem urbana em Campina Grande.
Após este estudo inicial no Riacho das Piabas, um estudo mais
detalhado da capacidade dos canais foi realizado no canal de Bodocongó.
Assim são apresentados estes dois estudos de simulação, com nível de
detalhamento diferenciados, de forma a iniciar um prognóstico consistente dos
serviços de drenagem na cidade Campina Grande.

10.5.1 Canal do Riacho das Piabas (Melo Filho et al., 2014)


O canal das Piabas (Figura 10.12) perpassa pelos bairros Lauritzen,
Centro, Jardim Tavares, Santo Antônio, José Pinheiro, Monte Castelo, Alto
Branco e Conceição, sendo essencial para assegurar a vida e o bem estar
dos moradores desses bairros. Este trabalho analisa apenas o trecho que vai
da Rua Severino Verônica (Ponto A) até o Ponto Cem Reis, no bairro da
Conceição (Ponto B) – com extensão de aproximadamente 650 metros. Nos
últimos anos foram registradas diversas ocorrências de inundação ao longo
do canal e em suas proximidades. O cruzamento conhecido como “Ponto de
Cem Reis”, em particular, tem sido palco constante desse tipo de ocorrência.
É importante frisar que o trecho AB foi dividido em dois sub-trechos,
denominados trechos 1 e 2, para representar a mudança da seção transversal
do canal ao longo do trecho em estudo – verificou-se, através de visitas in
loco, duas seções trapezoidais de dimensões distintas.
A área de estudo compreende a bacia contribuinte para esse trecho do

156
canal. Para delimitação desta, utilizou-se dados oficiais da Secretaria de
Planejamento da cidade, SEPLAN-CG, que forneceu mapas digitais com as
bacias de drenagem e divisão oficial dos bairros que compõem a sede do
município.

10.5.1.1 Análise quantitativa


Para a avaliação da capacidade de suporte do canal, utilizou-se o
software Storm Water Management Model – SWMM (EPA, 2014). Este
modelo é um simulador chuva-vazão que representa quantitativa e
qualitativamente o escoamento superficial, especialmente em perímetros
urbanos. Além de parâmetros hidrológicos, foi necessária a inserção dos
parâmetros físicos das sub-bacias de drenagem contribuintes para o trecho em
estudo.
Para a modelagem do sistema foi utilizado o cenário atual de
funcionamento do sistema de macrodrenagem, afim de melhor averiguar o
nível de comprometimento real da estrutura.

Figura 10.13 – Localização do Canal das Piabas e do trecho estudado

Fonte: Melo Filho et. al., 2014.

157
O input de dados pluviométricos alicerçou-se no conceito de período de
retorno – o inverso da probabilidade de um determinado evento ser igualado ou
superado em um ano qualquer (Tucci, 2013). Ou seja, quando se determina
que uma obra/canal terá um tempo de retorno de “T” anos, é estimado um
risco a que a população estará sujeita. A escolha do tempo de retorno de uma
obra trata-se, portanto, de uma decisão delicada que envolve interesses
políticos, econômicos e sociais. Os riscos usualmente adotados na América do
Sul estão representados na Tabela 10.9.

Tabela 10.9 - Tempo de retorno para sistemas urbanos


Sistema Característica Intervalo Valor frequente
Microdrenagem Residencial 2–5 2
Comercial 2–5 5
Áreas de prédios 2 – 5 5
públicos
Aeroporto 5 – 10 5
Áreas comerciais e 5 – 10 10
avenidas
Macrodrenagem 10 – 25 10
Zoneamento de 5 – 100 100*
áreas ribeirinhas
* limite da área
de
regulamentação
Fonte: Tucci e Bertoni, 2006

Devido ao foco deste trabalho ser a avaliação do desempenho do


sistema de macrodrenagem, os tempos de retorno escolhidos para análise
foram de 10 e 25 anos. Todavia, como as cheias observadas ao longo do canal
ocorrem com frequência maior, será analisado também o desempenho do
canal para eventos com intensidades pluviométricas com período de retorno de
1 e 5 anos. Essas intensidades foram obtidas da curva Intensidade x Duração x
Frequência (IDF) e estão descritas na Tabela 10.2.
Após a calibração e as primeiras simulações com o software,
considerando que o estado do revestimento do canal encontra-se regular,
foram obtidos a capacidade máxima de vazão para os dois trechos, e o
comprometimento percentual destes (Tabela 10.11).

158
Tabela 10.10 - Intensidades pluviométricas (mm/h) extraídas da curva IDF para
Campina Grande
Duração Tempo de Retorno
(min) 01 05 10 25
ANO ANOS ANOS ANOS
30 40,13 57,83 67,68 83,33
60 27,75 39,99 46,8 57,62
120 18,79 27,08 31,69 45,67
Fonte: Aragão, 2000

Tabela 10.11 – Comprometimento em percentual da capacidade de suporte do


conduto livre
Capacidade Tempo de retorno (anos)
Máxima
1 5 10 25
Trechos (m³/s)
1 23,74 56% 67% 73% 81%
2 33,51 64% 76% 81% 90%

O maior nível de comprometimento ocorre para uma precipitação de


intensidade de 57,62 mm/h com duração de uma hora – cujo período de
retorno é de 25 anos (Figura 10.15). Nessa situação, 81% da capacidade do
canal ao longo do trecho 1 encontra-se comprometida, enquanto no trecho 2 o
comprometimento é de 90% da capacidade. Para uma intensidade menor, 46,8
mm/h, e igual duração de 60 minutos, os trechos 1 e 2 comprometem 73% e
81% de suas capacidades de suporte, respectivamente. Em síntese, não houve
sobrecarga em nenhum trecho do conduto.

Figura 10.14 – Situação do sistema após precipitação de 57,62 mm/h, com


duração de 60 minutos

159
Figura 10.15 – Perfil longitudinal do canal das Piabas após uma precipitação de
57,62mm/h, com duração de 60 minutos

10.5.1.2 Análise qualitativa


Ao longo do trecho em estudo no Canal das Piabas foram determinados
dois pontos para a realização das coletas das amostras de água a serem
avaliadas; um situado no início do canal de construído, e o segundo, no
cruzamento da Av. Cajazeira com a Rua Vigolvino Wanderley, no Ponto Cem
Reis. Foram realizadas análises semanalmente, totalizando quinze amostras
em cada ponto monitorado, de forma a propiciar a identificação de interferência
gerada pela contribuição de esgotos no sistema de águas pluviais.
Todas as 15 análises laboratoriais dos parâmetros usados para
avaliação das características das águas do sistema de drenagem foram
realizadas do mês abril a agosto de 2013. Os indicadores de qualidade de água
adotados foram: temperatura, pH, turbidez, sólidos suspensos, demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), oxigênio
dissolvido e coliformes termotolerantes, afim de identificar contaminação por
esgoto.
As metodologias utilizadas nas análises laboratoriais seguiram as
recomendações descritas no Standart Methods for the Examination of Water
and Wastewater (APHA-AWWA-WEF, 2005).
Por fim, foram realizadas duas visitas de campo, nos dias 03 de maio e
24 de julho de 2014, com o intuito de identificar prováveis pontos de
contribuições irregulares de esgoto doméstico. Essa verificação baseou-se no
fato de que os dias das visitas foram escolhidos em períodos de estiagem,
quando o volume de água escoada pelo canal deveria ser bastante reduzido, e
160
em avaliações olfativas e visuais da água. Os pontos foram quantificados e
amarrados às suas coordenadas geográficas, com o auxílio de um GPS
portátil.
Comparando as médias das concentrações de DBO e DQO obtidas nas
análises laboratoriais (109,5 e 236 mg/L, respectivamente) com os padrões
estabelecidos por Jordão e Pessoa (2011), mostrados na Tabela 10.4, pode-se
classificar a água do canal das Piabas como esgoto doméstico fraco.

Tabela 10.12 – Valores típicos de carga orgânica (mg/L) no esgoto


Parâmetro Esg. forte Esg. médio Esg. Fraco
DQO 800 400 200
DBO 400 200 100

Partindo para as visitas in loco, foram identificados 17 possíveis pontos


de contribuição irregular de esgoto (Figura 10.16), estando a maioria localizada
no início do canal – trecho que corta os bairros mais carentes, Palmeira e
Conceição. Nesse trecho, as paredes do canal das Piabas encontram-se
bastante deterioradas, com formação de vegetação rasteira. Além disso, foram
encontrados 5 condutos de abastecimento de água da CAGEPA que passam
dentro do canal (Figura 10.17). Os condutos passam em pontos distintos do
trecho estudado e têm um diâmetro de 200 mm, comprometendo cerca de 7%
da seção transversal do mesmo.

Figura 10.16 - Pontos de contribuição irregulares ao longo do trecho estudado


do canal das Piabas

161
Figura 10.17 - Tubulação de abastecimento de água que passa no fundo do
canal

10.5.1.3 Análises e recomendações


O princípio básico do sistema separador absoluto adotado no município
de Campina Grande é cotidianamente negligenciado: os canais de drenagem
da cidade possuem inúmeras contribuições irregulares de esgoto doméstico
que contaminam o sistema de drenagem das águas pluviais urbanas desde o
ponto de contribuição até a sua disposição final.
Neste sentido, não foram observado problemas de dimensionamento. O
canal das Piabas sofre com a falta de gerenciamento e manutenções
regulares somados à escassa consciência da própria comunidade das
redondezas beneficiada pelo sistema de drenagem, o que conduz ao
comprometimento da capacidade de suporte do sistema.
Além disso, há tubulações hidráulicas instaladas em determinados
pontos do canal que, apesar de não comprometerem significativamente a
vazão máxima do canal, pois são interferências pontuais distribuídas em
pontos distintos, esses condutos podem represar a água e, pior, represar os
resíduos que são lançados no canal. Essa obstrução pode comprometer de
maneira considerável o fluxo de água criando uma maior susceptibilidade do
sistema macrodrenante à ocorrência de cheias.

162
10.5.2 Estudo da capacidade do canal de Bodocongó: simulação e
análise de cenários
O canal de Bodocongó tem um papel importante na macrodrenagem de
Campina Grande e foi selecionado para este estudo quantitativo devido,
principalmente, às seguintes características:
• A existência de dados de projeto do canal permitiu um estudo mais
realista, apesar haver garantias de que a execução do canal tenha
ocorrido conforme consta em projeto;
• O maior número das áreas identificadas pelo Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) e pela Defesa Civil como áreas de Alto e Muito Alto Risco
a Enchentes e Movimentos de Massa localiza-se nessa bacia;
• Existe atualmente, um projeto de alto investimento para urbanização
do açude de Bodocongó, orçado em aproximadamente 35 milhões
(Estado da Paraíba, 2014), que prevê tanto a dragagem do açude
(bastante benéfica ao sistema de drenagem), como também uma melhor
condição de vida a população usuária de seu entorno, o que pode
representar um grande atrativo para sua ocupação e a médio e longo
prazo pode trazer alterações na capacidade da drenagem.

10.5.2.1 Aspectos metodológicos


A determinação do hidrograma de máxima cheia de projeto de uma
bacia hidrográfica depende de dois componentes principais: a separação do
volume de escoamento superficial e a propagação deste volume para jusante
(Tucci, 2002). Este último componente dos modelos hidrológicos geralmente
utiliza a teoria de sistemas lineares, ou seja, o hidrograma unitário (HU).
Neste estudo utilizou-se o método do Hidrograma Unitário (HU) para
geração do hidrograma de cheia e o Método da Curva Número (CN) para
avaliação das perdas por infiltração e retenção superficial. Estes métodos
foram preconizados pelo Soil Conservation Service (SCS), atual United States
Natural Resources Conservation Service, para o desenvolvimento de estudo de
cheias de projeto para bacias urbanas e rurais. A adoção destes modelos é
justificada pela sua capacidade de estimar a geração de volume superficial e
sua propagação para jusante, utilizando um pequeno número de parâmetros
hidrológicos, os quais são facilmente acessíveis ou calculáveis.

163
Para o presente estudo foram utilizados métodos indiretos para
avaliação das cheias com tempos de retorno de 10, 25, 50 e 100 anos.
Adotando a seguinte sequência de cálculo:

• estimativa da chuva de projeto;


• adoção de um padrão regional de hietograma para o diferente
períodos de retorno;
• parametrização hidrológica com base nos dados fisiográficos da bacia
hidrográfica;
• definição do escoamento superficial direto;
• aplicação do modelo chuva-vazão para estimativa do hidrograma da
cheia na bacia e, eventualmente;
• amortecimento das hidrógrafas nos reservatórios existentes.

As relações chuva-deflúvio para os estudos de cheias das bacias de


interesse no âmbito deste estudo foram estabelecidas utilizando-se o pacote
computacional IPHS1, desenvolvido pelo Instituto de pesquisas Hidráulicas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH - UFRGS), o qual consiste
num programa projetado para simular o escoamento superficial em uma bacia,
sendo esta representada como um sistema de componentes hidrológicos e
hidráulicos.
O aplicativo computacional IPHS1 permite o uso de várias metodologias
para determinação da chuva efetiva, simulação do escoamento superficial em
bacia (overland flow) e propagação do escoamento em canais e reservatórios.
No caso das bacias estudadas, condicionadas aos dados disponíveis,
foram adotados os seguintes métodos:

• Modelo de perdas por infiltração, retenção superficial e evaporação:


Curva Número do Soil Conservation Service (atual Natural Resources
Conservation Service/USDA);
• Modelo de transformação chuva-vazão: Método do Hidrograma Unitário
do Soil Conservation Service;
• Modelo de propagação em rios e canais: Muskigum e Muskingum-
Cunge;
• Modelo de propagação em reservatório: Cota x volume (Storage routing

164
ou Pulls).

A capacidade do canal é verificada através dos Pontos de Controle


(PC’s), que tem o objetivo de facilitar análises dos resultados ao longo da bacia
de estudo. Os PC’s foram localizados em locais considerados críticos na rede
de drenagem, por serem pontos em que o canal provavelmente recebe as
maiores contribuições (de rios e canais que nele desaguam). Os valores de
vazão máxima em cada seção onde existe um PC e toda a geometria do canal
foram inseridos no software HEC–RAS (Hydrologic Engineering Center – River
Analysis System). O software destina-se ao cálculo do escoamento com
superfície livre em linhas de água em canais artificiais e naturais com ou sem
obras de arte. Dessa forma, o nível de água máximo esperado é apresentado
em cada seção de interesse, definida nos PCs.
A simulação hidrológica do canal de Bodocongó foi realizada utilizando o
projeto do canal de Bodocongó, obtido junto à SEPLAN/ PMCG. Algumas
medidas em campo foram realizadas com o objetivo de verificar a adequação
do canal executado ao projeto, o que levou a um ajuste de altura da seção
trapezoidal de 2,8 metros para 3 metros.
Apesar dificuldade de obtenção de dados de projeto do açude de
Bodocongó, devido à importância deste reservatório na propagação de
escoamento, observou-se necessário incluí-lo na simulação. Buscou-se
estimar, portanto, sua capacidade a partir da área do espelho d’água de
aproximadamente 312.500 m², considerando a informação de capacidade de
armazenamento de cerca 1 milhão de m³. Salienta-se, assim, a necessidade de
obter informações sobre capacidade de armazenamento da bacia hidráulica do
reservatório, para simulações com maior grau de confiança.
As seções de controle escolhidas são PC1, PC2, PC3, PC4, PC5 e PC6,
localizadas conforme mapa da Figura 10.18. A Figura 10.19 apresenta o
esquema de simulação, sendo possível verificar de forma mais sistemática as
bacias contribuintes às seções de controle analisadas.

165
Figura 10.18 – Localização da bacia de Bodocongó, distribuição do sistema de
drenagem e pontos de controle analisados

Figura 10.19 – Esquema de simulação para a bacia de Bodocongó

Os estudos para a Bacia de Bodocongó são apresentados por Pontos de


Controle para dois cenários distintos: (i)condição atual de uso do solo e
(ii)aumento de impermeabilização. Tais análises observam o zoneamento
apresentado na Figura 10.20 e as taxas de impermeabilização estimadas para

166
a Bacia B na Tabela 10.17 (aproximadamente 15% de aumento da área
impermeabilizada para um horizonte de 20 anos).

Figura 10.20 - Localização da bacia de Bodocongó e zonas de expansão


urbana no município de Campina Grande – PB

10.5.2.2 Análise do sistema de drenagem para os pontos de controle


• Ponto de controle 1 – PC 1
O reservatório de Bodocongó situado a montante do canal de Bodocongó
apresenta uma função benéfica ao sistema de drenagem, retardando o tempo
de pico da cheia e reduzindo a vazão de pico que incidiria no canal. Ao
analisar os hidrogramas de entrada e saída do reservatório para o ponto de

167
controle 1 (PC 1), observa-se uma redução na vazão de pico acima de 55%
para os diferentes tempos de retorno analisados neste estudo. Os hidrogramas
apresentados nas figuras abaixo apresentam no eixo vertical valores de vazão
em m3/s e tempo em minutos com cada intervalo correspondendo a seis
minutos de simulação.

Tabela 10.13 – Características das bacias simuladas e valores de CN utilizados


CN CN cenário de
Área Comprimento do Desnível
Bacias condição expansão
(km2) rio principal (Km) (m)
atual urbana
Bacia do
Açude de 79,2 83,3 33,67 8,070
Bodocongó
8 87,25 92 1,2632 1,045 12,4
9.1 88,05 92 0,5369 1,125 47,1
9.2 85,6 92 1,5657 1,214 42
9.3 86,75 92 0,4141 0,909 3,8
10 86,75 92 2,5235 3,029 53,4
12.1 82,85 92 3,9847 4,215 86,6
12.2 82,90 92 0,9051 0,874 17,6

De maneira geral os hidrogramas de cheia para o cenário de aumento da


impermeabilização segue o comportamento do cenário atual. Contudo, as
vazões são sempre maiores e resultam em aumento de nível d’água na seção
transversal. Por esse motivo, optou-se por apresentar apenas os hidrogramas
do cenário de aumento da impermeabilização (Figuras 10.21 a 10.24).

Figura 10.21 – Hidrograma de vazões de entrada e saída no reservatório de


Bodocongó para TR de 10 anos

168
Figura 10.22 – Hidrograma de vazões de entrada e saída no reservatório de
Bodocongó para Tr de 25 anos

Figura 10.23 – Hidrograma de vazões de entrada e saída no reservatório de


Bodocongó para Tr de 50 anos

Figura 10.24 – Hidrograma de vazões de entrada e saída no reservatório de


Bodocongó para Tr de 100 anos

Observada a importância do açude para o sistema de drenagem na


bacia de Bodocongó, e o aumento deste pico provocado pela
impermeabilização a montante dele, dois pontos devem ser considerados: o
controle da urbanização e a dragagem e revitalização do açude. A urbanização
do açude, além de melhorar as condições de vida do entorno, pode propiciar
sua ocupação. Desse modo, mostra-se importante estudar limites de
impermeabilização por lote e requerer projetos de retenção de vazão para
grandes empreendimentos.

169
A seção transversal que recebe as águas do Reservatório de Bodocongó
é apresentada na Figura 10.25, observa-se que para este ponto o
transbordamento da seção ocorre apenas para a cheia com tempo de retorno
de 100 anos, apresentando uma folga de 0,33 metros para a cheia com período
de retorno de 50 anos. Já para o cenário de expansão urbana ocorre o
extravasamento da seção transversal do canal de Bodocongó a partir do
período de retorno de 50 anos, devido ao aumento das vazões para todos os
períodos de retorno resultantes da maior impermeabilização para região a
montante da bacia do reservatório de Bodocongó. Para esta simulação foi
considerado que 45 % bacia poderia ser ocupado com uso residencial. Na
Tabela 10.14 apresenta os diferentes resultados encontrados para os dois
cenários estudados.

Tabela 10.14 – Vazões máximas e nível máximo no PC 2 – Análise dos


cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual Vazão 49,56 83,74 116,14 160,5
Expansão urbana (m3/s) 66,87 100,98 139,74 184,47
1,59 2,19 2,67 3,41
Atual
Nível
d’água (m) 1,96 2,46 3,17 3,63
Expansão urbana

Figura 10.25 - Seção transversal do canal de Bodocongó a jusante do PC 1 em


(A) cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
A. B.

• Ponto de Controle 2 – PC 2
O ponto de controle 2 situa-se na junção entre as sub-bacias 8 e 9.1.
Observa-se nos hidrogramas para este ponto de estudo, apresentados nas
Figuras 10.25 a 10.32, que as cheias das sub-bacias 8 e 9.1 apresentam
menor tempo de concentração quando comparadas com o hidrograma de saída

170
do reservatório de Bodocongó. Dessa forma, as cheias não causam elevação
da vazão máxima de pico no PC 2. Os gráficos com os hidrogramas são
apresentados sequencialmente, primeiro apresentando as cheias individuais de
cada sub-bacia e depois os hidrogramas resultantes no PC (Figuras 10.26 a
10.33).

Figura 10.26 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 8, 9.1 e jusante do


PC 1 para Tr de 10 anos

Figura 10.27 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de 10


anos

Figura 10.28 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 8, 9.1 e jusante do


PC 1 para Tr de 25 anos

171
Figura 10.29 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de 25
anos

Figura 10.30 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 8, 9.1 e jusante do


PC 1 para Tr de 50 anos

Figura 10.31 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de 50


anos

Figura 10.32 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 8, 9.1 e jusante do


PC 1 para Tr de 100 anos

172
Figura 10.33 - Hidrogramas de cheias resultante para o PC 2 para Tr de
100anos

Na seção transversal do canal de Bodocongó no PC 2 apresentada na


Figura 10.34, observa-se condição semelhante ao observado para PC 1. Este
fato deve-se a manutenção da cheia máxima para a seções dos PC 1 e PC 2.
Na Tabela 10.15 é possível observer as variações entre os cenários
analisados

Tabela 10.15 – Vazões máximas e nível máximo no PC 2 – Análise dos


cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual Vazão 49,54 83,57 116,09 160,59
Expansão urbana (m3/s) 66,79 100,88 139,79 184,88
1,59 2,19 2,67 3,41
Atual
Nível
d’água (m) 1,91 2,46 3,16 3,63
Expansão urbana

Figura 10.34 – Seção transversal do canal de Bodocongó no PC 2 em (A)


cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
A. B.

• Ponto de controle 3 – PC 3
O ponto de controle 3 recebe as águas da sub-bacia 9.2, observa-se nos
hidrogramas para este ponto de estudo, apresentadas nas Figuras x18 a x26,
que o pico da cheia da sub-bacia 9.2 encontram o canal antes do pico das

173
cheias resultantes do PC 2. Dessa forma, as cheias não causam elevação da
vazão máxima de pico no PC 3. A sub-bacia 9.2 apresenta um tempo de
concentração inferior a propagação da cheias de montante do canal. Essa
condição resulta em pequenos picos de cheia, antes do pico de máxima que
transporta as águas de montante (Figuras 10.35 a 10.42).
Para o ponto de controle 3 observa-se na Tabela 10.16 que o nível
d’água na seção transversal aumentou em 0,30 metros quando comparada ao
cenário atual, isso resultou em inundações para os período de retorno de 50 e
100 anos (Figura 10.43).

Figura 10.35 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 9.2 e jusante do PC 2


para Tr de 10 anos

Figura 10.36 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 10 anos

Figura 10.37 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia9.2 e jusante do PC 2


para Tr de 25 anos

174
Figura 10.38 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 25 anos

Figura 10.39 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 9.2 e jusante do PC 2


para Tr de 50 anos

Figura 10.40 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 50 anos

Figura 10.41 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 9.2 e jusante do PC 2


para Tr de 100 anos

175
Figura 10.42 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 3 para Tr de 100 anos

Tabela 10.16 – Vazões máximas e nível máximo no PC 3 – Análise dos


cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 49,45 83,61 115,9 160,28
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 66,76 100,88 139,52 184,52
Atual 1,64 2,20 2,67 3,41
Nível d’água (m)
Expansão urbana 1,94 2,53 3,23 3,70

Figura 10.43 – Seção transversal do canal de Bodocongó no PC 3 em (A)


cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
! "

• Ponto de controle 4 – PC 4
Os picos de cheias oriundas das bacias situadas a jusante do
reservatório de Bodocongó ficam mais evidentes no PC 4, o tempo de
concentração semelhante dessas bacias resultam em aumento da vazão antes
da vazão máxima do trecho a jusante do PC 3. Contudo, o tempo de resposta é
bem mais rápido do que a vazão máxima propagadas nos trechos a montante.
Cheias deste tipo são piores para os sistemas de alerta de inundação, pois é
possível observar vazão elevadas na seção com uma hora depois do início da
tormenta. No entanto, a vazão máxima será observada com cerca de cinco
horas do início dos eventos de chuva para os períodos de retorno analisados
(Figuras 10.44 a 10.51).

176
Observa-se na Tabela 10.17 que as variações nos nível d’água são na
ordem de 0,30 metros para os diferentes períodos de retorno.

Figura 10.44 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 9.3 e 10 e jusante do


PC 3 para Tr de 10 anos

Figura 10.45 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 4 para Tr de 10 anos

Figura 10.46 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 9.3 e 10 e jusante do


PC 3 para Tr de 25 anos

Figura 10.47 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 4 para Tr de 25 anos

177
Figura 10.48 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 9.3 e 10 e jusante do
PC 3 para Tr de 50 anos

Figura 10.49 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 4 para Tr de 50 anos

Figura 10.50 - Hidrogramas de cheias para as sub-bacias 9.3 e 10 e jusante do


PC 3 para Tr de 100 anos

Figura 10.51 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 4 para tempo de


retorno de 100 anos

178
Tabela 10.17 – Vazões máximas e nível d’água no PC4 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 49,65 84,99 118,25 166,37
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 67,56 104,81 144,16 192,7
Atual 1,60 2,23 2,71 3,48
Nível d’água (m)
Expansão urbana 1,94 2,53 3,23 3,70

Figura 10.52 – Seção transversal do canal de Bodocongó no PC 4 em (A)


cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
A. B.

• Ponto de controle 5 – PC 5
O ponto de controle 5 recebe as águas da sub-bacia 12.1, observa-se
que o efeito combinado das bacias a jusante do reservatório de Bodocongó
provocam aumento do pico de cheia no hidrograma. Para o período de retorno
de 10 anos as cheias apresentam o pico de máxima mais rápido do que os
observados nos outros pontos estudados, com cerca de uma hora depois do
início da tormenta. Efeito similar é observado nos outros hidrogramas para
período de retorno maior, mas com valores inferiores ao pico de vazão máxima
do hidrograma, o motivo para que está condição ocorra é a menor capacidade
do reservatório em amortecer as cheias com tempos de retorno superiores a 10
anos (Figura 10.53 a 10.60).
Ao analisar as Tabelas 10.18 e 10.17 observa-se que as vazão máxima
no PC 5 superam a do PC 4 em 24 m3/s para o tempo de retorno de 10 anos e
cerca de 4 horas a menos no tempo de propagação da cheia máxima.
A zona de projeção Sudoeste, dentre as zonas do distrito sede, é a que
vai sofrer o maior acréscimo populacional absoluto e percentual. Uma
área superior a 50% da bacia B12.1, que tem seu exutório próximo ao Ponto de
Controle PC 5, está situada nessa zona. Esse ponto já demonstra não suportar
a chuva simulada com Tr de 50 anos na situação atual, e para o cenário de
expansão urbana, o CN da bacia B12.1 é alterado de 82,5 para 92. Esta

179
mudança resultaria em um pico de vazão ocorrendo dentro de um intervalo de
tempo muito curto, aproximadamente 1 hora, até mesmo para chuvas com TR
de 10 anos, reduzindo, portanto, o tempo para ações emergenciais e
aumentando, consideravelmente, a frequência de transbordamentos do canal.
Observa-se, portanto, que a expansão dessa área deve ser bem
regulamentada e monitorada, pois o PC 5 foi o ponto mais crítico entre os
pontos estudados.

Figura 10.53 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacias 12.1 e jusante do PC


4 para Tr de 10 anos

Figura 10.54 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para Tr de 10 anos

Figura 10.55 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacias 12.1 e jusante do PC


4 para Tr de 25 anos

180
Figura 10.56 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para Tr de 25 anos

Figura 10.57 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacias 12.1 e jusante do PC


4 para Tr de 50 anos

Figura 10.58 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para Tr de 50 anos

Figura 10.59 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacias 12.1 e jusante do PC


4 para Tr de 100 anos

181
Figura 10.60 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 5 para tempo de
retorno de 100 anos

Tabela 10.18 - Vazões máximas e nível d’água no PC5 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 64,3 95,95 131,08 180,68
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 91,95 116,87 155,81 207,16
Atual 2,09 2,52 3,36 4,09
Nível d’água (m)
Expansão urbana 2,80 2,98 4,31 4,71

Figura 10.61 – Seção transversal do canal de Bodocongó no PC 5 em (A)


cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
! "

• Ponto de controle 6 – PC 6
A sub-bacia 12.2 não promove aumentos significativos na máxima vazão
observado no hidrograma para seção controlada pelo PC 6. No entanto, para
este ponto a seção transversal apresenta-se com geometria diferente das
anteriores com área maior, permitindo que as cheias de 10 e 25 anos passem
pela seção sem extravasamentos para o cenário de maior impermeabilização
(Figuras 10.62 a 10.69).

182
Figura 10.62 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5
para Tr de 10 anos

Figura 10.63 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 6 para Tr de 10 anos

Figura 10.64 - Hidrogramas de cheias ara a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5


para Tr de 25 anos

Figura 10.65 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 6 para Tr de 25 anos

183
Figura 10.66 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5
para Tr de 50 anos

Figura 10.67 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 6 para Tr de 50 anos

Figura 10.68 - Hidrogramas de cheias para a sub-bacia 12.2 e jusante do PC 5


para Tr de 100 anos

Figura 10.69 - Hidrogramas de cheias resultante no PC 6 para Tr de 100 anos

184
Tabela 10.19 – Vazões máximas e nível d’água no PC 6 – Análise dos cenários
Cenário Tr =10 Tr=25 Tr=50 Tr=100
Atual 71,4 96,86 132,32 181,98
Vazão (m3/s)
Expansão urbana 93,84 130.55 159,9 208,64
Atual 1,74 2,12 2,61 3,60
Nível d’água (m)
Expansão urbana 2,08 2,59 3,37 3,83

Figura 10.70 – Seção transversal do canal de Bodocongó no PC 6 em (A)


cenário atual e em (B) Cenário de aumento da impermeabilização
A. B.

A jusante da seção, ainda na zona de projeção sudoeste, outra área a


qual necessita atenção, diz respeito ao encontro das bacias do Riacho do
Prado e do Riacho de Bodocongó. As duas bacias apresentam regiões
densamente urbanizadas e tiveram boa parte dos seus leitos canalizados, o
que leva ao aumento do volume escoado e à redução do tempo de
concentração das mesmas. Desse modo, a continuidade de expansão dessa
região também deve ser regulada. Já observa-se a ocupação irregular das
margens desses riachos imediatamente a montante do encontro dos mesmos.

10.6 Susceptibilidade a Alagamentos


O crescimento desordenado e a falta de planejamento, somados aos
problemas comuns de limpeza e manutenção de equipamentos de drenagem
como canais e bocas de lobo, faz com que a cidade de Campina Grande – PB
seja submetida a alagamentos frequentes. A cada novo evento chuvoso, os
números da Defesa Civil indicam novos pontos de alagamentos. Neste sentido
Rufino et. al., (2014), realizaram estudo de mapeamento de áreas com
“susceptibilidade a alagamentos” baseados em alguns critérios físicos e de
ocupação. O mapeamento obtido foi confrontado com os pontos de
alagamentos já identificados pelos órgão oficiais a partir de eventos anteriores
de forma a validar a metodologia. A análise é feita à luz dos dados censitários e

185
do conhecimento in locu de grande parte das áreas alagadas.

10.6.1 Avaliação Multicriterial Espacializada


Uma análise multicritério pode permitir uma combinação eficiente de
vários critérios (fatores) de uma forma simples e os Sistemas de Informação
Geográfica podem ser utilizados como “um ambiente que transforma e combina
dados espaciais e preferências de especialistas para apoiar de alguma forma
uma tomada de decisão” (Malczewski, 2006). Segundo este autor a sinergia
possível entre GIS e MCDA (do inglês: Geographic Information Systems e
Multicriteria Decision Making Analyis) representa um grande avanço para as
pesquisas de geotecnologias aplicadas à tomada de decisão. A análise
realizada neste trabalho estabelece pesos aplicados pixel a pixel, baseado nas
seguintes premissas:

a) Áreas com cotas de altitude mais baixas, que apresentem valores de


declividade igualmente baixos (áreas planas) possuem uma maior
susceptibilidade a alagamentos.
b) Áreas que se encontrem próximas a algum corpo hídrico (drenos,
canais, açudes) existente, possuem uma maior susceptibilidade a
alagamentos.
c) Áreas que se encontrem próximas a alguma via que apresenta
presença de elementos de drenagem (bocas de lobo ou sarjetas)
possuem uma menor susceptibilidade a alagamentos devido à
capacidade de drenagem das águas pluviais nas proximidades
destes elementos
d) Áreas impermeabilizadas, serão uma restrição na análise, ou seja,
áreas ainda não ocupadas, mesmo que tenham susceptibilidade a
alagamentos não serão prioritárias para esta análise

Para o critério Declividades (Slope), considera-se que quanto mais plano


mais susceptível a alagar e que a partir de uma declividade de 5 graus, este
critério passa a não mais interferir no resultado final, haja visto que a
declividade mais acentuada fará com que a água não acumule naquela área
equivalente ao pixel analisado mas que se desloque para outras áreas mais
baixas.

186
Para a Altitude, considera-se uma função linear decrescente contínua
(quanto mais baixo o valor da altitude, mais chances de um alagamento).
Para o critério Distância aos Corpos Hídricos a mesma função de
pertinência anterior foi aplicada. Nesse caso a partir de uma distância de 100
metros considera-se que a proximidade ao corpo hídrico não tem mais peso no
cálculo do pixel analisado.
Para o critério Distância às vias com elementos de drenagem considera-
se uma função linear crescente contínua (quanto mais próximo de uma via com
elementos de drenagem, menos chances de um alagamento). Considera-se
que a partir de uma distância de 100 metros a proximidade à estas vias não
tem mais peso no cálculo do pixel analisado.
Para o Uso do Solo considera-se uma restrição na análise: apenas as
áreas susceptíveis a alagamentos em áreas impermeabilizadas serão
consideradas, devido ao maior impacto direto destes alagamentos, tanto nas
pessoas que habitam a região quanto para as pessoas que dela se utilizam
(sejam nas vias de acesso, ou mesmo comércio, etc).
Após estabelecidas as funções de pertinência, uma sobreposição foi
efetuada (overlay) de forma a considerar todos os critérios já padronizados.
Para a análise multicriterial, foram utilizados conceitos de lógica Fuzzy
(nebulosa) desenvolvidos por Zadeh (1960). Neste trabalho, um conjunto difuso
é caracterizado pelo grau de pertinência que varia de 0 a 1, indicando um
aumento contínuo de uma situação de não pertinência para uma de total
pertinência segundo uma função linear.

10.6.2 Mapa de Susceptibilidade a Alagamentos


O mapa de susceptipibilidade a alagamentos, obtido após a execução do
modelo, é apresentado na

187
Figura 10.71. Verifica-se que todos os pontos de alagamentos indicados
pela Defesa Civil e pela CPRM (2013), no mapeamento das áreas com
potencial de risco alto a muito alto, localizam-se nas áreas consideradas de
“alta” susceptibilidade a alagamentos por esta metodologia.

188
Figura 10.71 – Mapa Susceptibilidade a Alagamentos segundo a metodologia
adotada

Figura 10.72 – Sobreposição de áreas mapeadas pela Defesa Civil e CPRM


com o resultado da metodologia utilizada

10.6.3 Ações prioritárias e recomendações


A partir de uma tabulação cruzada dos limites dos bairros e das zonas
classificadas pelo nível de susceptibilidade a alagamentos, pode-se identificar

189
os bairros que apresentam maiores percentuais de sua área com alta
susceptibilidade a alagamentos, baseando-se na análise muticriterial descrita.
O resultado desta tabulação pode ser comparado a dados censitários,
utilizando o bairro como unidade de análise. Podemos observar, por exemplo,
que alguns destes bairros possuem densidade populacional muito superior à
média da cidade, o que também é um fator interferente nos alagamentos
(aumento da impermeabilização). Esta investigação colabora na estimativa da
população atingida pelos alagamentos, informação esta que funciona como
instrumento de zoneamento para Planejamento Urbano (implementação de
densidades habitacionais sustentáveis nas diferentes áreas da cidade, por
exemplo). Além disso, este mapeamento, já é por si só um indicador de áreas
prioritárias de ação para mitigação dos alagamentos recorrentes.
Pretende-se com este estudo, dar melhores subsídios para ações
preventivas e de planejamento da cidade, ampliando-se a discussão no âmbito
do manejo de águas pluviais urbanas no município, de forma a estabelecer
metas de curto, médio e longo prazo a serem atingidas, mediante o
estabelecimento de ações específicas, que envolvam tanto medidas estruturais
como não estruturais, fazendo-se uso do princípio de uma drenagem
sustentável.

10.7 Conclusões e Recomendações Finais


Diante das simulações realizadas pode-se afirmar que a capacidade do
sistema de macrodrenagem de águas pluviais urbanas na cidade de Campina
Grande, atende de forma satisfatória, em uma análise sistêmica e global, à
demanda de escoamento superficial existente. Entretanto, percebe-se que,
mesmo para um cenário atual, sem considerar a dinâmica de mudanças
constantes do solo urbano, já existem pontos críticos no sistema que
apresentam alagamentos recorrentes durante eventos chuvosos de maior
volume acumulado e menor tempo de concentração. Estes eventos,
considerados comuns em áreas semiáridas como a que a cidade de Campina
Grande está inserida, poderiam ser completamente absorvidos pelo sistema de
macrodrenagem, se houvesse uma política mais intensiva de fiscalização e
manutenção dos elementos estruturantes do sistema. Foram observados em
campo, vários problemas de colmatação e obstruções causadas por destinação

190
indevida de resíduos sólidos e efluentes líquidos no sistema. A vazão de
projeto (utilizada nas simulações), por vezes, não é observada
operacionalmente diante dos diferentes contribuintes que o sistema recebe
diariamente (esgotos clandestinos, deposição regular de lixo, interferência de
tubulações de abastecimento de água potável diminuindo a área das seções
dos canais, etc.)
No cenário de expansão urbana, consideraram-se as estimativas de
crescimento populacional e consequente impermeabilização do solo urbano
para um horizonte de 20 anos (taxa de impermeabilização utilizada para
atribuição do CN nas áreas simuladas). Neste cenário, as simulações apontam
um comprometimento da capacidade de suporte à drenagem. Ações
preventivas já poderiam ser tomadas, como intensificação da fiscalização na
manutenção dos canais e um estudo regulatório mais detalhado acerca dos
índices de ocupação permitidos nas áreas ainda não impermeabilizadas nos
dias atuais.
No caso específico da bacia do Bodocongó, há, entretanto, uma
preocupação adicional, haja visto um cenário de intensificação da ocupação
urbana em torno do açude de Bodocongó, motivada pela criação do parque
universitário (que inclui a UFCG e UEPB) e pelo lançamento já ocorrido do
projeto de urbanização do parque do açude Bodocongó que pretende ser um
agente transformador da paisagem na região e que, certamente, será um
“atrator” de movimento e ocupação urbana pela valorização imobiliária que este
promoverá no seu entorno.
Sendo assim, recomendam-se estudos de intervenções mais localizadas
nestas áreas, como propostas de medidas compensatórias e monitoramento
contínuo para evitar transtornos de inundações e alagamentos bastante
prováveis nestas áreas, segundo a simulação realizada.
Por fim, reforça-se a necessidade de um planejamento urbano “sensível”
aos recursos hídricos da região. As águas urbanas devem ser consideradas
nos cálculos de taxas de ocupação e aproveitamento do solo urbano e
qualquer intervenção na paisagem urbana não deve ser planejada de forma
estanque e isolada sem uma análise sistêmica dos impactos e consequências
na macrodrenagem existente e suas capacidades de suporte às alterações
constantes no uso do solo, inerentes a qualquer área urbanizada. Além disso, o

191
sistema de separação absoluta dos serviços de drenagem de águas pluviais e
de adução de efluentes domésticos e industriais deve ser respeitado e
implementado de forma efetiva e não apenas previsto em projeto. Entende-se
que esforços continuados de conscientização da população, educação
ambiental e fiscalização são de fundamental importância para que a cidade de
Campina Grande alcance um nível eficiente e eficaz de prestação dos serviços
de drenagem urbana.

192
11. PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
COLETA E MANEJO DE RESÍDUOS

11.1 Introdução
A urbanização acelerada das cidades associada à falta de planejamento
e à insuficiência de recursos e investimentos no setor de saneamento básico
têm sido os maiores responsáveis pelos problemas associados ao
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e rurais das cidades brasileiras.
Segundo Frésca (2007), fatores como o desenvolvimento tecnológico, o
crescimento industrial e populacional, e mudanças de hábitos de consumo são
determinantes na transformação do espaço geográfico brasileiro.
Tais fatores influenciam também na modificação na produção de lixo,
uma vez que os resíduos sólidos gerados no ambiente urbano têm relação
direta com o desenvolvimento e crescimento das cidades. Para Gonçalves
(1997), apud Costa; Silva (2012) o volume de lixo doméstico duplicou nos
últimos quinze anos em virtude do aumento do poder aquisitivo e do perfil de
consumo dos brasileiros.
Os problemas associados à geração e descarte de resíduos são
observados na maioria das cidades do Brasil, especialmente naquelas de
médio e grande porte. Para minimizá-los são necessárias medidas estratégicas
de planejamento que possibilitem o controle e minimização da produção de lixo
e estimulem ações sustentáveis a curto médio e longo prazos.
A presente etapa, definida como prognóstico da prestação dos serviços
de coleta e manejo de resíduos requer o desenvolvimento e a seleção de
alternativas de intervenção no sistema de gestão existente no município de
Campina Grande.

11.2 Metodologia
Diante dos problemas associados ao gerenciamento de resíduos sólidos
de Campina Grande detalhados no Produto 2 (Diagnóstico dos Serviços de
Saneamento de Campina Grande) deste plano, e baseados nas estimativas
futuras de geração de resíduos foram propostos quatro cenários de intervenção
na situação de resíduos sólidos atual que possibilitarão vislumbrar um

!"
panorama futuro no município e subsidiar a administração pública na busca por
um progresso efetivamente sustentável.
Sendo assim, as taxas de crescimento populacional de Campina Grande
e a Taxa de Geração de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) foram utilizadas
como variáveis na formulação desses cenários.

11.2.1 Crescimento populacional


Sabe-se que a quantidade de resíduos sólidos de uma cidade está
diretamente relacionada à quantidade de pessoas que ali residem. Assim
sendo, utilizar-se-á neste prognóstico, o crescimento populacional previsto para
Campina Grande no período de 2014 a 2034 conforme descrito anteriormente,
obedecendo a Equação 11.1.
#$ !% & '! (11.1)
!"
#$ & '!
onde:
!: Quantidade estimada de resíduos para um determinado ano
(ton/ano)
& '!: Quantidade de resíduos no ano anterior ao da estimativa (ton/ano)
çã !: População do ano em que se deseja estimar a quantidade de
resíduos
#$ & '!: População no ano anterior ao da estimativa

11.2.2 Taxa de geração de RSD


Conforme descrito no Produto 2 (Diagnóstico dos Serviços de
Saneamento de Campina Grande) deste plano, no tópico que trata da situação
da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos tem-se que, em 2013, 95% da
população do município era atendida pela coleta de resíduos sólidos. Admitindo
que esse índice apresentou variações mínimas nos últimos anos, tal valor foi
adotado também para os anos de 2010 a 2012.
A geração per capita de resíduos sólidos pode ser calculada a partir da
razão entre a quantidade de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) coletados e
a quantidade de habitantes atendidos pelo serviço de coleta de resíduos
sólidos conforme a Equação 11.2.

!"
(11.2)
"

onde:
: Geração per capita de resíduos (kg/hab.dia)
: Quantidade de resíduos coletados por dia (kg)
: População com coleta de resíduos (hab)

Na Tabela 11.1 estão presentes dados relativos à população atendida e


quantidade média de RSD coletados por dia nos anos de 2010 a 2013. Com
base nestes valores e na Equação 11.2, foi possível calcular a taxa de geração
per capita de RSD para cada ano.

Tabela 11.1 - População atendida e quantidade média coletada de 2010 a 2013


Taxa de geração
População População Quantidade média
Ano de RSD
urbana Atendida coletada (Kg/dia)
(Kg/hab.dia)
2010 372.348 353.731 233.331 0,660
2011 375.398 356.628 250.617 0,703
2012 378.350 359.433 240.269 0,668
2013 381.203 362.143 226.632 0,626

Com base nos resultados obtidos para a geração per capita de resíduos
de cada ano, adotou-se como taxa de geração de RSD para Campina Grande
a média aproximada dos últimos quatro anos resultando em 0,66 kg/hab.dia.

11.3 Projeção de Resíduos Sólidos


As projeções das quantidades de Resíduos Sólidos geradas nos
horizontes temporais estabelecidos para este Plano serão apresentadas a
seguir. Os resíduos sólidos estimados serão classificados como:
• Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD);
• Resíduos da Construção Civil (RCC);
• Resíduos de Serviços de Saúde (RSS);
• Resíduos Eletroeletrônicos; e
• Resíduos de Transportes;

11.3.1 Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)


11.3.1.1 Geração e coleta de RSD
A estimativa de produção dos RSD tem como base o crescimento

!#
populacional e a taxa de geração per capita de resíduos sólidos, sendo este o
parâmetro que mais se aproxima da realidade do município para esse tipo de
resíduo. A taxa de geração per capita de resíduos que parte de 0,66 kg/hab.dia
é incrementada em 0,002 kg/hab.dia a cada ano, de modo a atender ao
crescente padrão de consumo e mantendo-se dentro do valor considerado para
cidades de até 500 mil habitantes (IBAM, 2001). A Tabela 11.2 descreve a
previsão da quantidade de RSD que serão produzidos no município num
universo de 20 anos.

Tabela 11.2 - Quantidade estimada de RSD entre 2014 e 2034


<*=*514 C(*/721*14 C(*/721*14 C(*/721*14
%&'()*+,&
%&'()*+,& 0/1234514 >4-*+,&5'4- 145DEF 145DEF 145DEF
674/121*
(-.*/* 674/1284/7& 3*'27* >4-*1&G 3&)47*1&G 3&)47*1&G
9:*.;
9?>@A*.B12*; 97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@12*;
383.955 !$HIJ "K#BL$L IHKKI !MB#!#HLK NLBNLIHIM M#IHL#
"NKBKIL !KHIJ "L B #" IHKKM !"B# $HN$ N!BKL!HMM M#$HLI
"N!B K !LHIJ "LLB#NK IHKK# !#B" LHIK ! B#NLH$$ M$IHK$
"! BKMI !NHIJ "N"BLNN IHKKK !$B !NH! !"BM!#H!" M$$HKI
"!"B!NL !!HIJ "!IBI#L IHKKN !KBIK H! !$B I HM! MKIH$$
"!KBMK$ IIHIJ "!KBMK$ IHKLI !KB!IKHK !KB!IKHK MK$H$I
"!NB#$$ IIHIJ "!NB#$$ IHKLM !LBL""HI# !LBL""HI# MKLHLK
#IIB$KI IIHIJ #IIB$KI IHKL# !NB$# HLL !NB$# HLL MK!H!N
#IMB$LN IIHIJ #IMB$LN IHKLK !!B""MH I !!B""MH I MLMH #
#I#B$IN IIHIJ #I#B$IN IHKLN IIB I"H$! IIB I"H$! ML#HMK
#IKB"#! IIHIJ #IKB"#! IHKNI IIBN$$HNM IIBN$$HNM MLKH"M
#INB II IIHIJ #INB II IHKNM I B$NNH"" I B$NNH"" MLNH"M
#I!BLKM IIHIJ #I!BLKM IHKN# IMB"I H N IMB"I H N MNIHMN
# B""$ IIHIJ # B""$ IHKNK IMB!!#H L IMB!!#H L MNMH N
# MBN N IIHIJ # MBN N IHKNN I"BKKKHNK I"BKKKHNK MN#HIM
# #BM IIHIJ # #BM IHK!I I#B" !HI# I#B" !HI# MN$HN
# $B$ L IIHIJ # $B$ L IHK!M I#B!$ HMN I#B!$ HMN MNLH$#
# KBL#M IIHIJ # KBL#M IHK!# I$B$K#H!M I$B$K#H!M MN!HMM
# LBNNK IIHIJ # LBNNK IHK!K IKB $!HLK IKB $!HLK M!IHN$
# NB!$I IIHIJ # NB!$I IHK!N IKBL"$HN! IKBL"$HN! M!MH#"
# !B!"L IIHIJ # !B!"L IHLII ILBM!"H!I ILBM!"H!I M!"H!K

Analisando a Tabela 11.2, percebe-se que a universalização da


cobertura de coleta de RSD será alcançada em 2019. No entanto, é válido
frisar que parte da população pode continuar a dispor resíduos em locais
inadequados. Sendo assim, considera-se indispensável a continuidade da
realização de limpeza periódica nas áreas públicas, canais de drenagem e

!$
terrenos baldios. Propõe-se ainda como medida estratégica complementar a
realização de campanhas educativas que fomentem a participação pública
como colaboradora ativa da manutenção da limpeza pública e da coleta
seletiva dos resíduos gerados no município.

11.3.1.2 Reciclagem de RSD e destinação final


Com base na caracterização física dos resíduos do município de
Campina Grande presente no Anexo IX do Diagnóstico dos Serviços de
Saneamento Básico (Produto 2 do PMSB), percebe-se que 46,18% dos RSD
possui caráter seco, enquanto que 42,79% são dejetos orgânicos.
Com base no PMGIRS-CG (2014), 1,4 toneladas de resíduos sólidos
secos/dia são coletadas por catadores de associações e cooperativas
existentes no município. Esse valor representa apenas 1,20% da quantidade
total de RSD secos gerados diariamente. Quanto aos RSD orgânicos, não há
reaproveitamento por compostagem, isto é, o índice de reciclagem de RSD
orgânicos é nulo (0%), não havendo representação de iniciativas públicas ou
privadas na cidade no que se refere a este segmento.
Os RSD não aproveitados pela coleta seletiva seguem para destinação
final e são dispostos no aterro sanitário localizado no município de Puxinanã
distante 17,1 km do município de Campina Grande.

Cenário 1
A elaboração desse cenário baseia-se na atual situação da coleta
seletiva e destinação final de RSD do município de Campina Grande. Neste
cenário não existe nenhuma parceria entre o poder público e as associações e
cooperativas de catadores de resíduos sólidos do município. Desta forma, a
quantidade de RSD secos e orgânicos reciclados, segue os atuais índices de
coleta ao longo dos horizontes temporais do plano, como pode ser observado
na Tabela 11.3.
É importante ressaltar que os RSD secos coletados não fazem parte da
quantidade de RSD total coletados do município, uma vez que esta coleta é
feita de forma independente pelos catadores de material reciclável. Portanto, a
quantidade de RSD coletados será destinada, em sua totalidade, ao aterro
sanitário.

!K
Tabela 11.3 - Cenário 1 para reciclagem de RSD e destinação final
C(*/721*14514 C(*/721*14514 C(*/721*14514
C(*/721*14 C(*/721*14514 C(*/721*14514
0/123451455DEF 0/1234514 DEF5G43&G DEF5P->O/23&G DEF514G72/*1*
145DEF DEF5G43&G DEF55&->O/23&G
6/& P->O/23&G DEF5E43&G 3&)47*1&G5'*-* 3&)47*1&G55'*-* *&5*74--&
>4-*1&G >4-*1&G >4-*1&G
Q&)47*1&G Q&)47*1&G -4323)*>48 3&8'&G7*>48 G*/27R-2&
97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@*/&;
97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@*/&;
2014 !MB#!#HLK #MBL #HIN "!B$LNH$ IJ HMIJ $ HI I NLBNLIHIM
MI $ !"B# $HN$ #"B "!H## "!B!LMHK# IJ HMIJ $MIHI I N!BKL!HMM
MI K !#B" LHIK #"B$$$HKM #IB"$NHML IJ HMIJ $MNH! I ! B#NLH$$
MI L !$B !NH! #"B!KMHN$ #IBL"$HK IJ HMIJ $"LHN I !"BM!#H!"
MI N !KBIK H! ##B"K H"! # B I#HN! IJ HMIJ $#KHK I !$B I HM!
MI ! !KB!IKHK ##BL$ H#L # B#KKH"# IJ HMIJ $$$H# I !KB!IKHK
MIMI !LBL""HI# #$B ""H M # BN !H!L IJ HMIJ $K#HI I !LBL""HI#
MIM !NB$# HLL #$B$IKH$! #MB KKHIM IJ HMIJ $LMHL I !NB$# HLL
MIMM !!B""MH I #$BNL H$K #MB$I#HMI IJ HMIJ $N HM I !!B""MH I
MIM" IIB I"H$! #KBMMLHN# #MBN"#H"" IJ HMIJ $N!HL I IIB I"H$!
MIM# IIBN$$HNM #KB$L$HMM #"B $KHM IJ HMIJ $!NHM I IIBN$$HNM
MIM$ I B$NNH"" #KB! "H#! #"B#K!HK$ IJ HMIJ KIKH$ I I B$NNH""
MIMK IMB"I H N #LBM#MHK! #"BLL#HKN IJ HMIJ K #HN I IMB"I H N
MIML IMB!!#H L #LB$KMHL ##BIL HM IJ HMIJ KMMH! I IMB!!#H L
MIMN I"BKKKHNK #LBNL"H"$ ##B"$!HI$ IJ HMIJ K" HI I I"BKKKHNK
MIM! I#B" !HI# #NB L#H$" ##BK"NH M IJ HMIJ K"!HI I I#B" !HI#
MI"I I#B!$ HMN #NB#KKH$I ##B!INHK$ IJ HMIJ K#KHN I I#B!$ HMN
MI" I$B$K#H!M #NBL#!HNN #$B L HM" IJ HMIJ K$#HK I I$B$K#H!M
MI"M IKB $!HLK #!BIM#H$N #$B#M$HLK IJ HMIJ KKMH" I IKB $!HLK
MI"" IKBL"$HN! #!BM!IHK" #$BKLMHM! IJ HMIJ KK!H! I IKBL"$HN!
MI"# ILBM!"H!I #!B$#NH"M #$B! HIK IJ HMIJ KLLH# I ILBM!"H!I

!L
A Figura 11.1 permite comparar as quantidades de RSD secos e orgânicos que
serão produzidos, entre 2014 e 2034, e as respectivas quantidades de resíduos
recicláveis recolhidos pelos catadores da coleta seletiva. Percebe-se que,
seguindo o modelo atual de gerenciamento, o município apresentará, ao longo
do horizonte estudado, baixos índices de reaproveitamento dos resíduos
domésticos recicláveis, além de não destinar ações à coleta de RSD orgânicos,
apresentando um cenário de quantidade crescente de resíduos a serem
destinado aos aterros sanitários, limitando o reaproveitamento de materiais,
aumentando, a longo prazo, a possibilidade a redução da vida útil do aterro
sanitário e gerando um impacto ambiental crescente e insustentável.

Figura 11.1 - RSD secos e orgânicos gerados e coletados entre 2014 e 2034
KIBIIIHII
C(*/721*145145DEF
G43&G5>4-*1&G
$IBIIIHII 97&/@*/&;

C(*/721*145145DEF
#IBIIIHII
&->O/23&G5>4-*1&G
97&/@*/&;
"IBIIIHII
C(*/721*145145DEF
G43&G53&)47*1&G55'*-*
MIBIIIHII -4323)*>48597&/@*/&;

C(*/721*145145DEF
IBIIIHII P->O/23&G53&)47*1&G
'*-*53&8'&G7*>48
97&/@*/&;
IHII
MI # MI K MI N MIMI MIMM MIM# MIMK MIMN MI"I MI"M MI"#

Cenário 2
Visando atender ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (2011),
o segundo cenário demanda um progressivo avanço no panorama da coleta
seletiva e da reciclagem de RSD. A destinação final neste cenário pretende,
nos horizontes temporais do Plano, promover uma melhoria no índice de coleta
de RSD secos e iniciar a coleta dos resíduos orgânicos que atualmente não é
realizada, reduzindo assim, a quantidade de resíduos a serem depositados no
aterro sanitário.

!N
Neste cenário, a iniciativa privada, na forma de cooperativas e
associações de catadores, recebe o apoio e incentivos iniciais do poder
público. Com uma maior organização, melhor estrutura e consequente
crescimento na quantidade de catadores, maiores serão as quantidades de
resíduos sólidos reciclados e/ou reutilizados.
Nota-se neste cenário que os RSD secos coletados atualmente, passam
a ser inseridos dentro do contexto do total de RSD coletados pelo município
conforme a parceria descrita anteriormente. O índice de RSD seco de 1,20%,
calculado com base no valor total de RSD gerados, modifica-se a partir dessa
metodologia e aumenta para 1,26%. Sendo assim, na medida em que mais
resíduos forem coletados para o reaproveitamento, menores serão as
quantidades de rejeitos destinadas ao aterro sanitário conforme pode ser
observado na Tabela 11.4.

!!
Tabela 11.4 - Cenário 2 para reciclagem de RSD e destinação final
0/123451455DEF 0/1234514
C(*/721*14 C(*/721*14514 C(*/721*14514 C(*/721*145145DEF C(*/721*14514
P->O/23&G DEF5E43&G C(*/721*145145DEF
145DEF DEF5G43&G DEF55&->O/23&G P->O/23&G53&)47*1&G DEF514G72/*1*5*&
6/& Q&)47*1&G Q&)47*1&G G43&G53&)47*1&G5'*-*
3&)47*1&G 3&)47*1&G 3&)47*1&G '*-*53&8'&G7*>48 *74--&5G*/27R-2&
'*-* '*-* -4323)*>48597&/@*/&;
97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@*/&; 97&/@*/&;
Q&8'&G7*>48 D4323)*>48
2014 87.870,02 #IB$LNH"N "LB$!!H$N IJ HMKJ $ HII IHII NLB"$!HIM
MI $ N!BKL!HMM # B# "HNK "NB"L"HL# J "HMKJ B"#!HNI "N"HL# NLB!#$HKN
MI K ! B#NLH$$ #MBM#NH!$ "!B #LH$M MJ $HMKJ MBMMMHII LNMH!$ NNB#NMHKI
MI L !"BM!#H!" #"BIN"HKI "!B!MIH!I "J LHMKJ "B MLH$K B !LHK" NNB!K!HL#
MI N !$B I HM! #"B! LHLN #IBK!"HN# #J !HMKJ #BIKKH#L BKMLHL$ N!B#ILHIK
MI ! !KB!IKHK ##BL$ H#L # B#KKH"# $J HMKJ $BI"NHLI MBIL"H"M N!BL!#H$!
MIMI !LBL""HI# #$B ""H M # BN !H!L KJ "HMKJ $B!N#H"" MB$I!HMI N!BM"!H$
MIM !NB$# HLL #$B$IKH$! #MB KKHIM LJ $HMKJ KB!#"H!N MB!$ HKM NNBK#KH K
MIMM !!B""MH I #$BNL H$K #MB$I#HMI NJ LHMKJ LB! LH "B#IIH"# NNBI #HK$
MIM" IIB I"H$! #KBMMLHN# #MBN"#H"" !J !HMKJ NB!I"H $ "BN$$HI! NLB"#$H"$
MIM# IIBN$$HNM #KB$L$HMM #"B $KHM IJ M HMKJ !B!I H$K #B" $HKM NKBK"NHK#
MIM$ I B$NNH"" #KB! "H#! #"B#K!HK$ J M"HMKJ IB! HL$ #BLN HKK N$BN!#H!"
MIMK IMB"I H N #LBM#MHK! #"BLL#HKN MJ M$HMKJ B!""H L $BM$MH!K N$B $HI$
MIML IMB!!#H L #LB$KMHL ##BIL HM "J MLHMKJ MB!K$HMK $BLM!HMK N#BM!!HKK
MIMN I"BKKKHNK #LBNL"H"$ ##B"$!HI$ #J M!HMKJ #BIILH#I KBM IHML N"B##!H !
MIM! I#B" !HI# #NB L#H$" ##BK"NH M $J " HMKJ $BI$!HIM KBK!$HLM NMB$K#H"
MI"I I#B!$ HMN #NB#KKH$I ##B!INHK$ KJ ""HMKJ KB !HKM LB N$H"N N BK#KHMN
MI" I$B$K#H!M #NBL#!HNN #$B L HM" LJ "$HMKJ LB NNHNK LBKL!H NIBK!KH!$
MI"M IKB $!HLK #!BIM#H$N #$B#M$HLK NJ "LHMKJ NBMKKHM NB LKHK# L!BL KH!
MI"" IKBL"$HN! #!BM!IHK" #$BKLMHM! !J "!HMKJ !B"$ H $ NBKLLHL" LNBLILHII
MI"# ILBM!"H!I #!B$#NH"M #$B! HIK MIJ #IHIIJ !BN !H"" !B NMHM LNBM!MH"K

MII
Ao analisar a Figura 11.2H percebe-se que, ao longo do horizonte de
estudo, a quantidade de RSD destinados ao aterro sanitário apresenta leve
crescimento nos primeiros anos devido aos pequenos índices de reciclagem e
compostagem para o período. A partir de 2020, esse panorama começa a se
alterar e a quantidade de resíduos destinados ao aterro começa a decair em
virtude da crescente quantidade de resíduos coletados para reciclagem e
compostagem.
É possível notar, neste cenário, uma mudança no gerenciamento dos
resíduos sólidos domésticos da cidade, o que reduz os custos relacionados a
este processo, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, além de gerar
emprego e renda a partir da reciclagem e compostagem, garantindo o uso
sustentável dos recursos naturais. Desta forma, o Cenário 2 apresenta-se
como proposta recomendada neste Plano, buscando um melhor gerenciamento
dos resíduos sólidos domésticos de Campina Grande.

Figura 11.2 – Destinação final e panorama de geração e destinação final de


RSD secos e orgânicos.
IIBIIIHII
!IBIIIHII C(*/721*145145DEF5G43&G
3&)47*1&G597&/@*/&;
NIBIIIHII
LIBIIIHII C(*/721*145145DEF
&->O/23&G53&)47*1&G
KIBIIIHII
97&/@*/&;
$IBIIIHII C(*/721*145145DEF5G43&G
#IBIIIHII 3&)47*1&G5'*-*5-4323)*>48
97&/@*/&;
"IBIIIHII
C(*/721*145145DEF
MIBIIIHII P->O/23&G53&)47*1&G55'*-*
3&8'&G7*>48597&/@*/&;
IBIIIHII
C(*/721*145145DEF
IHII 14G72/*1*5*&5*74--&
G*/27R-2&5597&/@*/&;

11.3.2 Resíduos da Construção Civil (RCC)


A Tabela 11.5 aponta os valores obtidos junto a SESUMA (2014), para
os RCC. Percebe-se que em 2013, foram coletadas 115.588,44 toneladas de
resíduos oriundos da construção civil. Karpinski (2009) indica que o quantitativo

MI
médio de geração de RCC por habitante é de 0,5 ton/hab/ano, o que
representaria para Campina Grande, em 2013, 190.601,5 toneladas. A
diferença entre o valor estimado e o valor obtido resulta em aproximadamente
75.000 toneladas podendo indicar a disposição inadequada deste tipo de
material.

Tabela 11.5 - RCC coletados entre 2010 e 2013


População Total anual
Ano
Urbana (ton/ano)
2010 372.348 72.246,55
2011 375.398 62.903,46
2012 378.350 65.794,84
2013 381.203 115.588,44

Ao projetar a quantidade de RCC de 2014 a 2034 (Tabela 11.6), foram


utilizadas duas metodologias. Na primeira, partindo da quantidade coletada de
RCC, em 2013, utilizou-se o crescimento populacional como parâmetro
estimador. Na segunda, utilizando o método de Karpinski (2009), fixou-se uma
média de 0,5 tonelada/habitante/ano.

Tabela 11.6 - Quantidade estimada de RCC entre 2014 e 2034


C(*/721*1454G728*1*5145DQQ597&/@*/&;
6/& %&'()*+,&5S-.*/* S72)2T*/1&5&53-4G3284/7& S72)2T*/1&5*58U12*514
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MI K "N! K NBII H#L !#B$NIH$I
MI L "! KMI NBL#LHIN !$BN IHII
MI N "!"!NL !B#K#HN !KB!!"H$I
MI ! "!KMK$ MIB $$H$# !NB "MH$I
MIMI "!N#$$ MIBN !H$! !!BMMLH$I
MIM #II$KI M B#$LHNL MIIBMNIHII
MIMM #IM$LN MMBIK!HLL MI BMN!HII
MIM" #I#$IN MMBK$#H!! MIMBM$#HII
MIM# #IK"#! M"BM "HM MI"B L#H$I
MIM$ #IN II M"BL##H $ MI#BI$IHII
MIMK #I!LKM M#BM#NH I MI#BNN HII
MIML # ""$ M#BLM$HIL MI$BKKLH$I
MIMN # MN N M$B L#HL$ MIKB#I!HII
MIM! # #M M$B$!LH " MILB I$H$I
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MI" # KL#M MKB"K#H$N MINB"L HII
MI"M # LNNK MKBL H#L MINB!#"HII

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'&'()*32&/*) IH$@7&/@A*.@*/&
MI"" # N!$I MLBI"#HI! MI!B#L$HII
MI"# # !!"L MLB"""H"L MI!B!KNH$I

A metodologia de Karpinski (2009) é a utilizada no PNRS (2011), o que a


credencia como parâmetro adotado para estimar a geração de RCC para o
tópico seguinte que trata de reciclagem e destinação final.

11.3.2.1 Reciclagem/Reutilização de RCC e destinação final


A Resolução do CONAMA nº 307/2002 estabelece que o gerador de
RCC é responsável pelo gerenciamento desses resíduos. Desta forma, cabe a
esses geradores a responsabilidade de segregar os resíduos em diferentes
classes, além de encaminhar para reciclagem/reutilização e disposição final
adequada. Esta destinação final adequada consiste em aterros diferenciados
como os de Classe A (preservação de material para usos futuros), além de
Pontos de Entrega Voluntária (PEV), áreas de triagem e transbordo.
A partir dessa análise, foram criados dois cenários para a
Reciclagem/reutilização e destinação final de RCC.

Cenário 1
Neste primeiro cenário, a situação atualmente verificada no município
permanece. Não existe qualquer forma de ação destinada a promover a
reciclagem ou reutilização de RCC. Sendo assim, a quantidade de RCC
atualmente destinada ao Aterro Sanitário de Puxinanã cresce baseada na
estimativa do método de Karpinski (2009), como pode ser visualizado na
Tabela 11.7.

Tabela 11.7 - Cenário 1 para a reciclagem/reutilização e destinação final de


RCC
C(*/721*14
0/1234514 C(*/721*14 C(*/721*145514
C(*/721*14 145DQQ
D4323)*>48 1455DQQ DQQ514G72/*1*5*
%&'()*+,& 145DQQ 14G72/*1*5*&
6/& 4 -4323)*1*5&( *74--&G
S-.*/* >4-*1&G *74--&
D4(72)2T*+,& -4(72)2T*1* *14V(*1&G
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9J; 97&/*@*/&; 97&/*@*/&;
97&/@*/&;
MI # "N"B!$$ ! B!LLH$I IJ I ! B!LLH$I I
MI $ "NKBKIL !"B"I"H$I IJ I !"B"I"H$I I

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C(*/721*14
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%&'()*+,& 145DQQ 14G72/*1*5*&
6/& 4 -4323)*1*5&( *74--&G
S-.*/* >4-*1&G *74--&
D4(72)2T*+,& -4(72)2T*1* *14V(*1&G
97&/@*/&; G*/27R-2&
9J; 97&/*@*/&; 97&/*@*/&;
97&/@*/&;
MI K "N!B K !#B$NIH$I IJ I !#B$NIH$I I
MI L "! BKMI !$BN IHII IJ I !$BN IHII I
MI N "!"B!NL !KB!!"H$I IJ I !KB!!"H$I I
MI ! "!KBMK$ !NB "MH$I IJ I !NB "MH$I I
MIMI "!NB#$$ !!BMMLH$I IJ I !!BMMLH$I I
MIM #IIB$KI MIIBMNIHII IJ I MIIBMNIHII I
MIMM #IMB$LN MI BMN!HII IJ I MI BMN!HII I
MIM" #I#B$IN MIMBM$#HII IJ I MIMBM$#HII I
MIM# #IKB"#! MI"B L#H$I IJ I MI"B L#H$I I
MIM$ #INB II MI#BI$IHII IJ I MI#BI$IHII I
MIMK #I!BLKM MI#BNN HII IJ I MI#BNN HII I
MIML # B""$ MI$BKKLH$I IJ I MI$BKKLH$I I
MIMN # MBN N MIKB#I!HII IJ I MIKB#I!HII I
MIM! # #BM MILB I$H$I IJ I MILB I$H$I I
MI"I # $B$ L MILBL$NH$I IJ I MILBL$NH$I I
MI" # KBL#M MINB"L HII IJ I MINB"L HII I
MI"M # LBNNK MINB!#"HII IJ I MINB!#"HII I
MI"" # NB!$I MI!B#L$HII IJ I MI!B#L$HII I
MI"# # !B!"L MI!B!KNH$I IJ I MI!B!KNH$I I

Nota-se na Figura 11.3 que a quantidade de RCC destinados ao aterro


sanitário cresce à mesma proporção que a quantidade de RCC gerados no
município. Isso resultaria no rápido comprometimento da área destinada ao
aterro sanitário e no descumprimento Resolução do CONAMA nº 307/2002 que
proíbe a disposição final de RCC em: aterros destinados a RSD; áreas de “bota
fora”; encostas; corpos d’água; lotes vagos; e áreas protegidas por Lei.

Figura 11.3 – Quantidade de RCC gerada e destinada ao aterro sanitário de


2014 a 2034.

MI#
Cenário 2
Segundo ÂNGULO et al. (2003) a quantidade de RCC produzida é, em
geral, superior a quantidade RSD. Esta afirmação corrobora com a situação
desses tipos de resíduos em Campina Grande, uma vez que os dados da
SESUMA (2014), referentes ao ano 2013, apontam um montante de
115.588,44 toneladas de resíduos oriundos da construção civil e 82.720,06
toneladas de resíduos sólidos domiciliares no município.
Isto posto e, atendendo a resolução do CONAMA, bem como as metas
presentes no PNRS (2011), a destinação regular de RCC é priorizada nesse
cenário que consiste na proposta recomendada para o Plano. Neste panorama,
os geradores de RCC devem cumprir o dever de promover a
reciclagem/reutilização desse tipo de resíduo (Tabela 11.8). Para tanto, foi
estabelecido um aumento percentual gradativo de 3%a.a de reciclagem e
reutilização dos RCC durante o horizonte de 20 anos obtendo ao final do
período estudado um percentual de 60% de reciclagem do volume de resíduo
gerado pelo setor da construção civil.

Tabela 11.8 - Cenário 2 para a reciclagem/reutilização e destinação final de


RCC
C(*/721*14 C(*/721*14
0/1234514 C(*/721*14
C(*/721*14 145DQQ 145DQQ
D4323)*>48 1455DQQ
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S-.*/* >4-*1&G *74--& *74--&G
D4(72)2T*+,& -4(72)2T*1*
97&/@*/&; G*/27R-2& *14V(*1&G
9J; 97&/*@*/&;
97&/@*/&; 97&/@*/&;
MI # "N"B!$$ ! B!LLH$I IHIJ IHII ! B!LLH$I IHII
MI $ "NKBKIL !"B"I"H$I "HIJ $BL!!H IHII NLB$I#H#I
MI K "N!B K !#B$NIH$I KHIJ BKL#HN" IHII NMB!I$HKL
MI L "! BKMI !$BN IHII !HIJ LBKMMH!I IHII LNB NLH I
MI N "!"B!NL !KB!!"H$I MHIJ M"BK"!HMM IHII L"B"$#HMN
MI ! "!KBMK$ !NB "MH$I $HIJ M!BL !HNN IHII KNB# MHK"
MIMI "!NB#$$ !!BMMLH$I NHIJ "$BNKIH!$ IHII K"B"KKH$$
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MIM" #I#B$IN MIMBM$#HII MLHIJ $#BKINH$N IHII #LBK#$H#M
MIM# #IKB"#! MI"B L#H$I "IHIJ KIB!$MH"$ IHII #MBMMMH $
MIM$ #INB II MI#BI$IHII ""HIJ KLB""KH$I IHII "KBL "H$I
MIMK #I!BLKM MI#BNN HII "KHIJ L"BL$LH K IHII " B M"HN#
MIML # B""$ MI$BKKLH$I "!HIJ NIBM IH"" IHII M$B#$LH N
MIMN # MBN N MIKB#I!HII #MHIJ NKBK! HLN IHII !BL LHMM

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MI" # KBL#M MINB"L HII $ HIJ IKBMK!HM IHII IMB I HL!
MI"M # LBNNK MINB!#"HII $#HIJ MBNM!HMM IHII !KB "HLN
MI"" # NB!$I MI!B#L$HII $LHIJ !B#IIHL$ IHII !IBIL#HM$
MI"# # !B!"L MI!B!KNH$I KIHIJ M$B!N H I IHII N"B!NLH#I

Ao analisar a Tabela 11.8, percebe-se que em 2015, atendendo as


metas previstas no PNRS (2011), os RCC deixam de ser depositados no aterro
de RSD e passam a ser depositados em aterros Classe A, PEVs e áreas de
triagem e transbordo.
Observa-se na Figura 11.4 que a quantidade de resíduos destinada aos
chamados aterros adequados diminui anualmente em virtude do crescente
índice de reuso e reciclagem do RCC. É importante salientar que além da
geração de emprego e renda resultantes de processos como reciclagem e
reuso, menores seriam os custos relacionados à deposição desses resíduos
nos locais citados anteriormente, uma vez que este custo está diretamente
atrelado a quantidade de resíduos destinados a esses locais.

Figura 11.4 – RCC reciclados ou reutilizados e quantidade destinada ao aterro


sanitário e aos aterros adequados para esse tipo de resíduo
M$IBIIIHII

MIIBIIIHII
!"#$%&"&'(&'()**(+$,#-"#,.

$IBIIIHII C(*/721*1451455DQQ5-4323)*1*
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C(*/721*1455145DQQ514G72/*1*
*5*74--&G5*14V(*1&G597&/@*/&;
$IBIIIHII

IHII

11.3.3 Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)


A Tabela 11.9 aponta os valores obtidos junto a SESUMA (2014), no que
diz respeito aos RSS entre os anos de 2010 e 2012. Em 2013 a coleta de RSS

MIK
passou a ser realizada por uma empresa terceirizada e não mais pela
SESUMA.

Tabela 11.9 – Quantidade estimada de RSS entre 2010 e 2012


Total anual
Ano
(ton/ano)
2010 82,84
2011 72,38
2012 91,64

Para esse tipo de resíduo, a estimativa foi realizada com base no


crescimento populacional utilizado neste Plano e utilizou como valor inicial,
para a série, o total anual de RSS coletados pela prefeitura em 2012. A Tabela
11.10 descreve a quantidade estimada de RSS de 2014 a 2034.

Tabela 11.10 - Quantidade de RSS entre 2014 e 2034


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S-.*/* 97&/@*/&;
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"NKBKIL MI $ !"HK#
"N!B K MI K !#HMK
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# MBN N MIMN !!H!!
# #BM MIM! IIH""
# $B$ L MI"I IIHK#
# KBL#M MI" IIH!#
# LBNNK MI"M I HMM
# NB!$I MI"" I H#L
# !B!"L MI"# I HL

A Figura 11.5 aponta o crescimento da quantidade de RSS coletados


pelo município de 2014 a 2034. É importante ressaltar que a quantidade de
RSS coletados pela prefeitura refere-se apenas a quantidade gerada pelo

MIL
Sistema Municipal de Saúde. Cabe, segundo a Resolução do CONAMA de Nº
283 de 2001, aos estabelecimentos geradores de RSS, a responsabilidade pelo
gerenciamento desse tipo de resíduo. Ainda segundo a Resolução, os
responsáveis legais desses estabelecimentos têm a responsabilidade de
promover a destinação final que atenda a requisitos ambientais e de saúde
pública.

Figura 11.5 – Evolução da quantidade de RSS coletados 2014 e 2034

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11.3.4 Resíduos Eletroeletrônicos (REE)


Na Tabela 11.11 estão presentes dados referentes ao número de
domicílios que possuem equipamentos eletroeletrônicos em Campina Grande.
Está presente também na Tabela 11.11 a lista de equipamentos avaliada, a
quantidade esperada de cada um desses equipamentos por domicílio e seus
respectivos pesos.

Tabela 11.11 – Dados sobre equipamentos eletroeletrônicos em Campina


Grande
Média por
Eletroeletrônico Domicílios Peso (kg)
domicílio
Rádio 92.692 2,00 10,00
TV 109.764 2,00 32,45
Telefone fixo 34.273 2,00 0,47

MIN
Média por
Eletroeletrônico Domicílios Peso (kg)
domicílio
Celular 98.666 2,00 0,93
Computador 43.132 1,00 29,26
Geladeira 103.194 1,00 90,00
Máquina de lavar roupa 35.562 1,00 37,51
Fogão* 109.000 1,00 45,00
*Quantidade estimada
Fonte: IBGE (2010) & FEAM (2009)

Com base na variável do crescimento populacional, pode ser estimada a


quantidade de eletroeletrônicos de 2014 a 2034 como pode ser visto na Tabela
11.12. A partir dos pesos de cada equipamento e nas quantidades observadas
em cada ano, pôde-se estimar o peso total desses equipamentos. É importante
ressaltar que muitos eletroeletrônicos são descartados a cada ano em virtude
de fatores como avanços tecnológicos e defeitos de funcionamento. Assim,
com base na média nacional de geração de REE de 2,6 kg/hab.ano adotada
pelo FEAM (2009), foi utilizado esse mesmo valor para Campina Grande e,
assim estimou-se a geração de REE para o período de 2014 a 2034 (Tabela
11.12).
É importante ressaltar que por apresentarem materiais como chumbo,
cádmio, arsênio, mercúrio, entre outras substâncias perigosas (FEAM, 2009) os
REE podem, por ventura, causarem problemas ambientais.
Nota-se ao analisar a Tabela 11.12, que a quantidade de REE
produzidos a cada ano gira em torno de 1.000 toneladas, o que resultaria ao
final do período vigente do Plano em mais de 20 mil toneladas de resíduos
gerados. Fica evidente desta forma a necessidade de destinação final
específica para esse tipo de resíduos sólidos como meio de se evitar impactos
ambientais.
Nesse sentido, o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos de
Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (PGIREEE) (2009) sugere a criação de
locais próprios para o recebimento desse tipo de resíduo. Tal fato, aliado a
identificação empresas recicladoras para os diferentes componentes existentes
nos equipamentos eletroeletrônicos facilitará a promoção de uma destinação
final específica e ambientalmente adequada.
S

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Tabela 11.12 – Quantidade de equipamentos eletroeletrônicos, peso total e geração de REE, de 2014 a 2034
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$'"
'#$

11.3.5 Resíduos de Transporte (RT)


Tal como descrito no PMGIRS-CG (2014), não foi possível a obtenção,
junto ao poder público, de dados referentes aos resíduos gerados no setor de
transportes de Campina Grande. No entanto, sabe-se que boa parte desses
resíduos estão diretamente relacionados à frota existente no município e a
forma como esta descarta pneus e óleo. Torna-se evidente assim a
necessidade de se estimar a quantidade desses dois componentes que pode
ser descartada ao longo dos horizontes temporais do plano.
Na Tabela 11.13 estão presentes dados relativos à frota de veículos do
município. Nela estão presentes os tipos de veículo e suas respectivas
quantidades estimadas de pneus.

Tabela 11.13 - Frota e quantidade de pneus


Tipo de Veículo Quantidade Pneus por Total
veículo
Automóvel 68.483 4 273932
Caminhão 4.325 6 25950
Caminhão trator 677 4 2708
Caminhonete 8.972 4 35888
Camioneta 3.179 4 12716
Ciclomotor 34 2 68
Micro-ônibus 339 4 1356
Motocicleta 44.885 2 89770
Motoneta 7.825 2 15650
Ônibus 759 6 4554
Quadriciclo 1 4 4
Reboque 1.043 4 4172
Semi-reboque 847 4 3388
Side-car 3 3 9
Outros 4 0 0
Trator rodas 3 4 12
Triciclo 41 3 123
Utilitário 857 4 3428
Total 142.277 - 473728
Fonte: PMGIRS-CG (2014)

A Tabela 11.14 apresenta dados relativos à quantidade estimada de óleo


utilizado por cada um dos veículos que compõem a frota Campina Grande.

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Tabela 11.14 - Frota e quantidade estimada de óleo por veículo


Tipo de Veículo Quantidade Óleo por Total(l)
veículo(l)
Automóvel 68.483 4 273932
Caminhão 4.325 10 43250
Caminhão trator 677 8 5416
Caminhonete 8.972 5 44860
Camioneta 3.179 5 15895
Ciclomotor 34 1 34
Micro-ônibus 339 7 2373
Motocicleta 44.885 1,5 67327,5
Motoneta 7.825 1,5 11737,5
Ônibus 759 8 6072
Quadriciclo 1 2 2
Reboque 1.043 7 7301
Semi-reboque 847 6 5082
Side-car 3 2 6
Outros 4 0 0
Trator rodas 3 4 12
Triciclo 41 2 82
Utilitário 857 3 2571
Total 142.277 - 485953
Fonte: PMGIRS-CG (2014)

Com base nos valores obtidos através das Tabela 11.13 e 11.14 acerca
do número de veículos que compõem a frota, além das estimativas de pneus e
óleo gerado, pôde-se construir a Tabela 11.15 que estima quantitativos de
resíduos gerados neste setor para o horizonte de 2014 a 2034. A estimativa
para o crescimento da frota considerou o crescimento populacional do
município, mantendo-se uma média de um veículo a cada 2,68 habitantes.
Na Tabela 11.15 também está presente uma estimativa de pneus
descartados considerando uma vida útil de 2 anos para um jogo de pneus
(PMGIRS-CG, 2014). É pertinente ressaltar que este resíduo, segundo
determinação da Resolução do CONAMA de nº 416/2009, é de
responsabilidade do fabricante ou importador, não devendo ser computado no
quantitativo de resíduos a ser coletado ou destinado ao aterro sanitário.

Tabela 11.15 – Estimativa da frota e suas respectivas quantidades de


pneus e óleo gerado
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95:*;+<=5 9,0*L
8,5 JD5-+ 9,0*L T;051K0D+/5
QDR+,+ /0LS+D-+/5L
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Ao analisar a Figura 11.6, fica evidente que uma quantidade significativa


de pneus e óleos serão gerados de 2014 a 2034. Uma possível destinação final
inadequada causaria diversos impactos ambientais. Cabe, portanto, ao poder
público fortalecer os mecanismos de controle destes resíduos nos aterros ou
em outros locais inadequados ao descarte, tendo em vista que a coleta,
tratamento e destinação final deste tipo de resíduo é de responsabilidade do
gerador, mas que é de incumbência da administração pública a fiscalização e
controle de atividades que possam trazer riscos a qualidade de vida das
pessoas ou ao meio ambiente.
Diante das demandas previstas neste prognóstico, estima-se que a
geração de resíduos sólidos urbanos em Campina Grande será crescente para
os próximos, ultrapassando 100 mil toneladas anuais. Porém, as quantidades
de resíduos direcionados aos aterros sanitários e as suas consequências
podem ser reduzidas por meio de ações e estratégias de gerenciamento.

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Figura 11.6 – Resíduos relacionados ao descarte de pneus e óleo da frota de


Campina Grande de 2014 a 2034
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Num novo contexto de gestão dos resíduos sólidos, o potencial de


aproveitamento dos RS é a chave para seu manejo adequado. Conhecidos os
componentes dos RS de um município, têm-se os elementos básicos para
subsidiar a coleta, o aproveitamento e o destino final dos possíveis rejeitos. A
coleta seletiva tem sido um dos instrumentos do gerenciamento que permite a
separação direta na fonte de geração dos componentes dos RS com potencial
de aproveitamento.
No contexto deste plano fica estabelecido que os componentes com
potencial de aproveitamento dos RSD, fossem os recicláveis (inorgânicos) ou
os componentes orgânicos, bem como os demais tipos de resíduos, devem ter
seu reaproveitamento maximizados, de forma a otimizar o uso de nossos
recursos naturais. Além das diversas vantagens sociais, econômicas e
ambientais associadas ao reuso e/ou reciclagem de matérias; quando se avalia
a perspectiva de destinação final, o aproveitamento de materiais contribui com
a ampliação da vida útil dos aterros.
Deve-se também salientar que o alto potencial de matéria orgânica, que
corresponde a aproximadamente 50% dos RSD gerados, remete a
possibilidade da utilização de incentivos do Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo para a produção de metano e assim possibilitar a sua comercialização
sob a forma de créditos de carbono, âmbito não avaliado neste plano.

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11.4 A Zona Rural, como Cenário Específico no Serviço de


Coleta e Manejo dos Resíduos Sólidos
Considerando a baixa densidade populacional e elevada dispersão
espacial da população na zona rural, ainda é inviável pensar num sistema
coletivo de coleta e manejo de resíduos sólidos para esta região. Contudo,
mesmo observando-se uma redução populacional nestas áreas, é
imprescindível que consideremos tal zona no âmbito da equidade de direito de
acesso a um ambiente salubre, com estrutura sanitária adequada.
Neste contexto, faz-se importante avaliar a implantação de sistemas
individuais e/ou semicoletivos na zona rural do município, respeitando-se as
características ambientais e de adensamentos populacionais locais, de modo
que o saneamento ambiental possa ser implantado/aperfeiçoado em áreas com
viabilidade de reaproveitamento de resíduos sólidos domiciliares, educação
ambiental para que recipientes de materiais tóxicos tenham um destino final
correto e evite-se, portanto a contaminação do solo e as queimadas de
resíduos.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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abril de 2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos
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dezembro de 2009 - Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade
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para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias
em decorrência de atividades antrópicas. Diário Oficial da República Federativa
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CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 416, de 30 de


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!#
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!
13. ANEXOS

• ANEXO I – Quadro com a ordem de prioridade para universalização do


saneamento básico dos bairros, do ponto de vista da saúde.
ANEXO I

Ordem de prioridade para universalização do saneamento básico dos bairros,


do ponto de vista da saúde.

CURTO PRAZO MÈDIO PRAZO LONGO PRAZO


Jardim Continental Nova Brasília Acácio Figueiredo
Ramadinha Sandra Cavalcante Catolé
Serrotão Presidente Médici Santa Cruz
Cuités Malvinas Velame
Três Irmãs Liberdade Vila Cabral
Araxá Cruzeiro São José
Alto Branco Palmeira Universitário
Pedregal Quarenta Prata
Monte Santo Castelo Branco Jardim Tavares
Bela Vista Nações Lauritzen
Santo Antônio Santa Rosa Mirante
Distrito Industrial Centenário Louzeiro
José Pinheiro Jardim Paulistano Itararé
Bodocongó Centro
Jeremias Bairros das Cidades
Monte Castelo Conceição
Tambor Estação Velha
Dinamérica Jardim Quarenta
Novo Bodocongó

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