RESUMO: Na cidade de Cubatão, na noite de 24 de fevereiro de 1984, ocorreu um incêndio
de grandes proporções na Vila Socó, que se estendeu até a manhã do dia seguinte. Causado pelo vazamento de 700 mil litros de gasolina de um duto de uma refinaria da Petrobrás, localizada próximo à região, deixou 93 mortos e transformou em cinzas cerca de 600 barracos que formavam a Vila Socó. Três meses depois, houve o indiciamento de 24 pessoas como sendo responsáveis pela tragédia, porém somente em agosto de 1985, a 2ª vara de Cubatão condenou 12 funcionários da Petrobrás, com penas de sete meses a um ano de prisão. Passado o período de um ano, todos foram absolvidos. Em junho de 2014, o acidente da Vila Socó entrou em pauta na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, numa audiência pública promovida pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo. O objetivo da discussão era reabrir o caso e apurar as reais dimensões do acidente, que podem ter sido abafadas pelo regime militar que ainda vigorava naquele período. Embora a Justiça ainda não tenha apontado qualquer responsável pelo incêndio, a Petrobrás teve que indenizar todas as vítimas. Grande parte dos sobreviventes reconstruiu suas casas no mesmo local do incêndio. Hoje, constituída por casas de alvenaria, ruas asfaltadas e um posto de saúde, a Vila São José não lembra em nada a Vila Socó de outrora. No entanto, os dias 24 e 25 de fevereiro de 1984 viraram marcas irremovíveis na memória daqueles que sobreviveram a uma das mais infernais tempestades de fogo daquela década.
Palavras-chave: Incêndio na Vila Socó. Petrobrás. Cubatão.