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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Unidade III
5 ACIDENTE DE TRABALHO

5.1 Definição

De acordo com o artigo 19 da Lei n° 8.213 de 24 de julho de 1991, acidente de trabalho:

É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de


empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 150, de 2015). (BRASIL, 1991).

Segundo Gardin (2001), a década de 1970 é conhecida como era industrial do Brasil, pois foi a
época em que o país mais cresceu no campo das indústrias. Entretanto, nesse mesmo período, o país
foi considerado campeão mundial de acidentes de trabalho. Atualmente, mesmo após as cobranças dos
sindicatos e da legislação, independente das dificuldades da contagem real dos casos, o Brasil ainda
ocupa o décimo lugar.

Contudo, antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos conhecer dois termos indispensáveis:
insalubridade e periculosidade.

• insalubridade: palavra originada do latim que diz respeito a tudo que possa causar doença. Seu
conceito legal é dado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos seguintes termos:

serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua


natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos (BRASIL, 1977).

• periculosidade: refere-se a tudo aquilo que possa de alguma forma oferecer perigo.

Ainda de acordo com Gardin (2001), acidentes ocorrem com pessoas e também com coisas
como: ferramentas, máquinas, entre outros. Assim, ele define que acidente pessoal é uma ocorrência
inesperada, geralmente um contato físico do empregado com algum objeto, substância ou a sua
exposição ao ambiente nocivo, que interfere no andamento normal do trabalho. O contato pode não
resultar em lesão.
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Os elementos chaves dessa definição são:

1) Um acidente é uma ocorrência inesperada.


2) Um acidente é geralmente um contato.
3) Um acidente interrompe o trabalho.

Figura 13 – Trabalhadores em exercício das aditividades laborais

Lembrete

Ninguém está livre de acidentes, e suas causas podem estar vinculadas


às condições inseguras.

Exemplo de aplicação

Analise a simulação de um acidente pessoal:

Um empregado tentou soltar uma porca grande com uma chave inglesa. A porca estava enferrujada
e muito apertada. Quando ele foi aplicar uma pressão extra na chave, ela escorregou, fazendo com que
ele cambaleasse para trás. Sua cabeça bateu contra a beirada afiada de um transportador, localizado
atrás dele.

Note que existem três ocorrências distintas:

1) a chave escorregou;

2) o empregado perdeu o equilíbrio e foi para trás;

3) a cabeça do empregado bateu contra o transportador.

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Essa última é que se ajusta à nossa definição. Ela foi inesperada, interrompeu o trabalho do empregado.

O objeto, a substância ou a exposição a ambiente nocivo referidos na definição de acidente pessoal


requerem maior explicação. Por objetos, queremos dizer as coisas “sólidas”, que são parte do ambiente
de trabalho de um empregado, tais como ferramentas, equipamentos, máquinas, materiais duros etc.
Por substâncias, entendemos as coisas “liquidas”, que são prejudiciais ao contato físico, tais como ácidos
cáusticos, materiais derretidos e produtos químicos tóxicos. Por exposições a ambientes nocivos nos
referimos a coisas mais ou menos “invisíveis”, que prejudicam o empregado, tais como gases tóxicos,
temperaturas elevadas, vapores, poeiras e radiações excessivas.

Analise a simulação de um acidente com equipamento:

Trata-se ocorrência inesperada envolvendo o manuseio do equipamento que poderia, sob certas
circunstâncias, resultar no contato do empregado com o objeto, a substância ou colocá-lo sob a condição
de exposição. Geralmente, embora não necessariamente, a ocorrência inesperada resulta na interrupção
do uso do equipamento.

Note que os elementos chaves são muito similares àqueles dos acidentes pessoais. Envolvem uma
interrupção do trabalho devido à forma do uso do equipamento. Existe um componente de contato
pessoal. É essa última característica que distingue os acidentes envolvendo equipamento e os torna algo
de interesse especial do ponto de vista da segurança.

Aqui está um caso para ilustrar a definição: um ajudante de guindasteiro afastou-se da carga e
deu o sinal para iniciar a operação. Enquanto a carga estava sendo erguida, um cabo se partiu a ela
se espatifou no solo, a alguns metros de distância do empregado, que ficou assustado, mas não foi
atingido pela carga.

Agora, responda a esta pergunta: que tipo de acidente você diria que houve, se o ajudante tivesse
sido atingido pela carga?

As duas definições deixaram bem claro o que estamos tentando evitar: ocorrências inesperadas, que
envolvem (ou que poderiam envolver) os empregados em contato com as coisas à sua volta.
Fonte: Gardin (2001, p. 21-22).

5.1.1 Doenças profissionais e doenças do trabalho

São duas as principais entidades mórbidas consideradas como acidente de trabalho:

• doenças profissionais: aquelas que foram produzidas ou desencadeadas por algum tipo específico
de atividade. Para ser considerada doença profissional, ela deverá constar na relação oficial do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

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Observação

As doenças ocasionadas por um movimento repetitivo constante podem


ser classificadas como doenças profissionais (Decreto nº 2.172/97).

• doenças do trabalho: representadas pelas doenças adquiridas ou desencadeadas por conta das
condições oferecidas pelo trabalho. Elas também necessitam fazer parte da relação do Ministério
do Trabalho e da Previdência Social para serem consideradas como tal (Decreto nº 2.172/97).

Vale ressaltar que, nos casos excepcionais em que a doença não faça parte dessa relação oficial do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mas ficou constatado que foi adquirida ou desencadeada
pelas condições de trabalho, a Previdência Social (INSS) a considera como doença de trabalho.

As doenças degenerativas próprias da faixa etária do empregado não serão consideradas como
doenças de trabalho. Já as doenças endêmicas, como as epidemias, não serão consideradas como acidente
de trabalho para aquelas pessoas que já são habitantes no local. É necessária uma comprovação de que o
empregado, cujo local de origem é diferente daquele onde adquiriu a doença, foi infectado ao se deslocar
para realizar suas atividades laborais em condições ambientais distintas daquelas a que estava habituado.

5.1.2 Atos inseguros e condições inseguras

• Atos inseguros: representam todos os atos praticados pelo colaborador por conta de sua
atividade no trabalho. É também definido como o comportamento consciente ou inconsciente do
trabalhador, que pode levá-lo a sofrer algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um
determinado risco exigido por seu trabalho.
• Condições inseguras: representam toda e qualquer condição que de alguma forma compromete
a segurança do trabalhador. Um risco ambiental sem controle, como um vazamento de gás, pode
ser considerado uma condição insegura. Também podemos citar como exemplo os equipamentos
com defeitos, lâmpadas queimadas, dificuldade de visibilidade, entre outras.

5.1.3 Outros acidentes de trabalho

Também são considerados acidente de trabalho:


• o acidente que contribuiu para a morte, perda ou redução da capacidade do segurado para o
exercício laboral, ainda que o acidente não tenha sido a causa exclusiva;
• o acidente sofrido pelo empregado no horário e local de trabalho em consequência de atos de
terrorismo, sabotagem, agressão, desabamento, inundação, imprudência, negligência ou imperícia
de companheiro de trabalho, ou ainda, ofensa física intencional ocasionada por disputa de trabalho;
• as doenças oriundas da contaminação, por acidente, do empregado em plena atividade laboral;
• o acidente sofrido fora do horário e local de trabalho, em viagem do empregado a serviço da empresa.
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A legislação que trata do tema, Lei 8.213/90, em seu artigo 21, II, “a”, especifica que:

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho (BRASIL, 1990, grifo nosso).

A legislação não especifica se a agressão deve ou não ser pessoal. Pode ocorrer a rescisão de
contrato de trabalho pelo artigo 482 da CLT, mas o fato ocorrido sempre será configurado como
acidente de trabalho.

5.2 O acidente de trabalho e seu reconhecimento técnico

De acordo com Gardin (1999), em 1980, o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) registrava
as ocorrências de acidente de trabalho de forma centralizada, mas a partir de 1990, ocorreu uma
descentralização e cada agência passou a fazer seu próprio registro e levantamento, o que dificulta
termos um registro dos dados.

A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a responsável por caracterizar
tecnicamente os acidentes de trabalho. Ela realiza o reconhecimento do chamado nexo causal entre:

1. o acidente e a lesão;
2. a doença e o trabalho;
3. a causa mortis e o acidente.

Além disso, é o INSS, por meio de seu setor de benefícios, que reconhecerá o direito do segurado de
receber o benefício acidentário.

De acordo com o artigo 337 do Decreto 3.048/99, “será considerado agravamento do acidente
aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional.”
(BRASIL, 1999c). O Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997, que dispõe sobre os planos de Benefícios
da Previdência Social, em seu artigo 131, determina:

Art. 131. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho


a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1997).

Ao analisar o conceito de “acidente de trabalho” conforme as determinações do já citado decreto,


conclui-se que é obrigatória a existência do nexo causal, isto é, a relação entre o acidente, o trabalho e
a lesão. De acordo com Gardin (1999), acidente de trabalho típico é aquele em que um fato repentino
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e inesperado provoca um dano ao trabalhador, determinando em primeira instância incapacidade


temporária. Nesse sentido, a definição de acidente de trabalho baseia-se em três itens:

1) causa: porque trata de um fato inesperado, isto é, não foi programado;


2) dano: presença de um prejuízo, pois pode provocar lesão corporal, perturbação funcional ou até morte;
3) nexo causal: é imprescindível a existência da ligação do acidente com o fato de que o trabalho
foi a causa do dano.

O empregado doméstico está enquadrado na legislação previdenciária quanto ao tema “Acidente de


Trabalho”, bastando verificar o artigo 19 da Lei 8.213/90:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho


a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015). (BRASIL, 1990, grifo nosso).

Lembrete
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso,
médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas
atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte, a perda ou a redução, temporária ou permanente da capacidade
para o trabalho.

6 PREVENINDO E INVESTIGANDO O ACIDENTE DE TRABALHO

A investigação é o melhor método de se ter uma boa análise do acidente.


Eduardo Oliveira Gardin

Os movimentos sindicais, por meio de suas lutas constantes, foram responsáveis por várias mudanças
nas relações laborais. Essas mudanças tinham a finalidade de diminuir, amenizar e prevenir os riscos que
poderiam comprometer a saúde do trabalhador. Assim, por meio desses movimentos, houve ampliação da
capacidade de intervenção da classe trabalhadora pela participação efetiva nos processos de negociação
da relação trabalho através de instrumentos jurídicos – como as convenções e dissídios coletivos de
trabalho – objetivando a prevenção da nocividade do ambiente de trabalho, utilização de medidas de
proteção contra os riscos ambientais e a defesa da saúde através de instrumentos técnicos.

No governo de Getúlio Vargas, o modelo de assistência ao trabalhador estava voltado para a questão
da medicina assistencialista, através da intervenção de uma assistência médica voltada para o estudo

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das doenças ocupacionais. Nessa época, era clara a figura do assistencialismo médico sindical no qual
se preconizava a tutela de medidas sobre o trabalhador, não envolvendo as questões relacionadas ao
ambiente de trabalho e outros fatores que concorrem para a nocividade do processo gerencial ou de
produção que oferecem riscos ao trabalhador.

6.1 Prevenção

A prevenção do acidente de trabalho está diretamente ligada à conscientização dos trabalhadores


acerca de suas tarefas, bem como de tudo que as envolve. Está ligada também à formação destes
trabalhadores para o desempenho de suas atividades laborais. Essas são as duas principais medidas
subjetivas de prevenção de acidentes que, somadas às medidas físicas de segurança individual e coletiva,
auxiliam na diminuição do número de acidente de trabalho que, atualmente, no Brasil, são alarmantes.

Altos também são os custos gerados pelos acidentes de trabalho, tanto para empresários como para
os próprios trabalhadores, pois ainda que esse último receba o benefício que lhe é de direito, será ele
quem deverá arcar com outros gastos como medicamentos, alimentação especial, transporte para se
deslocar às consultas etc. Portanto, não deixar que os acidentes ocorram, ou seja, preveni-los, é a melhor
solução tanto para empregadores como para empregados.

Hoje, todas as ações que visam a evitar acidentes de trabalho estão diretamente ligadas ao tipo
de atividade exercida pelo trabalhador, pois cada atividade possui seus equipamentos e normas de
segurança. Porém, elas também dependem diretamente do ambiente de trabalho e das tecnologias que
o homem tem a seu dispor.

6.1.1 Principais causas dos acidentes de trabalho

Diversas são as causas dos acidentes de trabalho; porém, as mais frequentes estão ligadas a:

• cansaço ou fadiga: acomete principalmente os que trabalham com mudança de turnos. Por não
dormirem o suficiente ou por estarem com o relógio biológico desajustado, acabam perdendo o
controle do corpo. Nos casos em que o colaborador trabalha no manejo de máquinas perigosas, a
fadiga poderá ser fatal, podendo levá-lo ao óbito;
• álcool: muitos acidentes estão associados à ingestão de bebidas alcoólicas. Algumas estatísticas
mostram que a segunda-feira é o dia em que mais trabalhadores sofrem acidentes de trabalho
pelo fato de, no fim de semana, terem feito a ingestão de bebidas alcoólicas;
• alimentação: por mais que pareça absurdo, ainda hoje trabalhadores sofrem acidentes de trabalho
por falta de alimentação. Tonturas e desmaios são os sintomas mais frequentes da hipoglicemia (a
ausência de açúcar no organismo);
• seleção de pessoal inadequado: alguns cargos exigem que sejam ocupados por pessoas com
formação adequada, porém, muitas vezes, encontrar colaboradores com o perfil desejado passa
a ser uma tarefa muito difícil. Para evitar uma paralisação nas suas atividades, as empresas
passam a contratar pessoas aquém do que o cargo exige e, assim, passam a correr sérios riscos

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de acidentes de trabalho, já que estão optando por trabalhar com pessoal não especializado para
a atividade. Outras empresas, por desconhecerem as peculiaridades de alguns cargos, passam
a contratar pessoas inaptas para ocupá-los e da, mesma forma, caem no risco do acidente de
trabalho, embora, neste caso, o risco seja inconsciente;
• falta de treinamento adequado: a falta de treinamento adequado para algumas funções tem
contribuído bastante para o aumento do número de acidentes de trabalho no Brasil. Por mais
tempo que o trabalhador tenha desempenhado uma função, deverá participar de treinamentos
periódicos para complementação e atualização de suas funções. Sempre que necessário, o
treinamento deve acontecer de forma individualizada, mesmo que os gastos sejam relevantes.
Melhor é gastar um pouco mais para prevenir do que para remediar.

6.1.2 Prevenção de acidentes de trabalho

Como foi dito anteriormente, a imposição não auxilia as empresas na hora de prevenir acidentes.
Conscientização e formação são a base para se evitar os acidentes de trabalho, porém alguns pontos
devem ser observados. Vejamos:

• o trabalhador precisa sentir-se parte integrante de seu local de trabalho. Somente quando se
sentir à vontade, interagindo com o ambiente, sentirá a necessidade de cuidar dele, tornando-o
apto para o desenvolvimento excelente de suas tarefas;
• é preciso que o trabalhador perceba que ele somente tem a ganhar quando segue as regras
de segurança que suas atividades necessitam, sobretudo, quando se tratar de atividades que
envolvam riscos de acidentes. É bom deixar claro que, em caso de acidentes, ele será o maior
prejudicado, juntamente com sua família;
• um local de trabalho organizado, limpo e sem objetos obsoletos, ou seja, que já estão sem utilidade,
ajuda a reduzir os riscos de acidente de trabalho. Se todos os objetos de trabalho e equipamentos
de segurança estão em seus devidos lugares, será fácil encontrá-los em caso de alguma urgência;
• é importante também que os colaboradores estejam cientes dos riscos que envolvem sua atividade
laboral, mesmo aqueles mais moderados;
• não deixar que falte nenhum equipamento de proteção, seja ele individual ou coletivo. É básico ter
à disposição capacetes, vestuário adequado, protetores auriculares, lentes de proteção, dispositivos
antiqueda, manuais de instrução, entre outros. Estes equipamentos são básicos quando o objetivo
é prevenir acidentes;
• oferecimento dos mais diversos meios didáticos de transmissão de informações de prevenção
de acidentes. As palestras, filmes e aulas expositivas contribuem bastante para a absorção das
informações, principalmente quando se tratar de material ilustrado;
• é importante que não haja imposição aos seus colaboradores da utilização de equipamentos ou
o seguimento de determinadas normas de segurança. Eles precisam estar dispostos a fazê-lo,
ou seja, deve ser uma ação consciente e espontânea. Assim, evitar acidente deixa de ser uma
constante pressão e passa a ser uma atividade cotidiana.

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6.2 Investigação

6.2.1 Atos inseguros

Representam todos os atos praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É também
definido como sendo o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador, que pode levá-lo a sofrer
algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um determinado risco exigido por seu trabalho.

Lembrete

Ninguém está livre de acidentes, e suas causas podem estar vinculadas


a atos inseguros.

6.2.2 Condições inseguras

Representam toda e qualquer condição que, de alguma forma, compromete a segurança do


trabalhador. Um risco ambiental sem controle, como um vazamento de gás, pode ser considerado uma
condição insegura. Também podemos citar como exemplo os equipamentos com defeitos, lâmpadas
queimadas, dificuldade de visibilidade, entre outras. Antes de conhecermos como se dá o processo de
investigação de um acidente de trabalho, é necessário que se esclareça que todo e qualquer acidente de
trabalho deverá ser caracterizado de duas maneiras:

• administrativamente: cabe ao INSS, por meio do setor de benefícios, estabelecer o nexo entre o
acidente e o trabalho exercido pelo colaborador;
• tecnicamente: responsabilidade do setor de perícia médica do Instituto Nacional da Seguridade Social. Este
deverá estabelecer o nexo de causa e efeito entre o acidente de trabalho e a lesão sofrida pelo segurado.

Observação

Os movimentos sindicais tem a finalidade diminuir, amenizar e prevenir


os riscos.

6.2.3 O Método Árvore de Causas (ADC)

Há algum tempo, a investigação de acidentes de trabalho era baseada apenas em atos ou condições
inseguras. Essa prática foi comum até bem pouco tempo, porém sua pouca representatividade na diminuição
dos acidentes de trabalho fez com que ela fosse descartada. Atualmente, os acidentes de trabalho têm sido
investigados por meio do método Árvore de Causas, que objetiva encontrar os elementos físicos, ambientais e
subjetivos que contribuíram para o acidente. A realização de uma investigação dita causal é um evento muito
importante para evitar que os acidentes aconteçam, pois é capaz de identificar quais são os fatores de risco e
trabalhar na sua eliminação, auxiliando, assim, na diminuição da ocorrência de novos acidentes.

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“Árvore de Causas” é um método de investigação multicausal, desenvolvido na França, em 1977,


por Monteau. Ele representa um meio de investigação certificado pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) que se baseia na Teoria dos Sistemas, sendo o acidente não considerado um evento
pontual e isolado, e sim a consequência de uma disfunção do sistema do qual faz parte.

Segundo dados da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA), esse método se
fundamenta em relato objetivo e detalhado dos fatos envolvidos na ocorrência do acidente de trabalho
a partir da lesão produzida, identificando retroativamente tais fatos, denominados fatores antecedentes.
Com estas informações constrói-se a rede de antecedentes do acidente, representada sob forma de
diagrama denominado árvore de causas.

É consenso que, para que um acidente venha a ocorrer, algum comportamento foi alterado ou
alguma variação aconteceu se comparada ao cotidiano ao qual o trabalhador estava habituado. Por isso,
o método Árvore de Causas trabalha sobre a reconstituição do acidente, analisando de forma minuciosa
todos os fatos, sejam eles comuns ou estranhos, que antecederam ao ocorrido. Com isso, ele poderá
identificar qual alteração ocasionou o acidente.

• O método

De acordo com o método Árvore de Causas, todo trabalhador desenvolve uma atividade que pode
ser decomposta em quatro elementos descritos a seguir:

1. o indivíduo: representado pela pessoa física que desenvolve suas atividades em seu
ambiente de trabalho, de acordo com as orientações que recebeu ao entrar na organização.
Vale lembrar que esse indivíduo carrega consigo toda sua bagagem pessoal como crenças,
valores e sentimentos;
2. a tarefa: são as ações do indivíduo na produção dos bens ou serviços de responsabilidade
da empresa da qual faz parte. É bom esclarecer que a tarefa não representa apenas as
ações desenvolvidas no local de trabalho, mas também o deslocamento do indivíduo até
a empresa;
3. material: é representado pelo conjunto de meios técnicos e materiais colocados à disposição do
trabalhador para o desenvolvimento de suas tarefas. Os produtos ou matérias-primas também são
classificados como material;

4. meio de trabalho: representa o ambiente físico no qual o indivíduo executa suas tarefas.

Uma vez identificados cada um dos quatro elementos descritos acima, a investigação deverá ocorrer
na busca das alterações ocorridas nos mesmos.

• Como montar uma Árvore de Causas?

1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo ele aconteça e, de preferência,
no local do evento. Essa primeira investigação deve, se possível, envolver o próprio acidentado e seus
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companheiros de trabalho, bem como algum técnico que tenha conhecimento tanto da situação como
da atividade desenvolvida pelo acidentado.

2º passo: identificar, na descrição do acidente, apenas o que forem fatos objetivos. Nesse momento,
as interpretações ou as opiniões próprias de envolvidos ou “curiosos” não acrescentam subsídios para
o esclarecimento do evento. Para isso, é preciso que o investigador seja o mais imparcial possível e não
possua vínculo emocional com os envolvidos.

3º passo: investigar o modo habitual de trabalho (as tarefas rotineiras e o sistema cotidiano). O
ideal é que o investigador possa estar pelo menos um dia inteiro no local de trabalho para que todas
as ações sejam observadas. Esse terceiro passo visa a encontrar em que ponto o modo habitual de
trabalho sofreu variação.

4º passo: proceder com a investigação dos fatos, tanto os que permaneceram inalterados como os
que no momento do acidente sofreram alteração. Neste passo, os quatro componentes (trabalhador,
tarefa, material e meio de trabalho) são observados.

5º passo: montagem da Árvore, procurando identificar uma relação entre os fatos ocorridos. É
importante, nesse momento, respeitar tudo o que tiver coerência e procedência.

Exemplo de aplicação

Identifique, no seu ambiente de trabalho, as situações de riscos ocupacionais. Descreva


quais os tipos de equipamentos de proteção são utilizados e verifique se estão adequados a
atividade exercida.

Saiba mais
Leia o artigo Acidente de trabalho: a importância da higiene e
segurança do trabalho na prevenção de acidentes, de Evilázio Junior
Magalhães, Fernanda Rodrigues da Silva e Anderson Cega. Nesse artigo, é
traçado um paralelo entre as empresas e os organismos vivos, ressaltando
a importância de adotar a profilaxia (medidas preventivas) em vez de
recorrer à medicina curativa (medidas corretivas) para manter a saúde em
perfeito estado, ou seja, a prevenir de acidentes de trabalho.
Disponível em: <http://www.revista.inf.br/contabeis07/pages/artigos/
cc-edic07-anoIV-art01.pdf>.

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Resumo

Em princípio, o acidente de trabalho acontece durante o exercício das


atividades laborais. Porém, são também considerados acidentes de trabalho:

• acidente que contribuiu para a morte, perda ou redução da capacidade


do segurado para o exercício laboral, ainda que este acidente não
tenha sido a causa exclusiva;
• o acidente sofrido pelo empregado no horário e local de trabalho
em consequência de atos de terrorismo, sabotagem, agressão,
desabamento, inundação, imprudência, negligência ou imperícia
de companheiro de trabalho, ou ainda, ofensa física intencional
ocasionada por disputa de trabalho;
• as doenças oriundas da contaminação, por acidente, do empregado
em plena atividade laboral;
• o acidente sofrido fora do horário e local de trabalho, em viagem do
empregado a serviço da empresa.

Diferença entre insalubridade e periculosidade: insalubridade são


aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos; periculosidade refere-se a tudo aquilo
que possa de alguma forma oferecer perigo.

Diferença entre atos inseguros e condições inseguras: atos inseguros


são praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É
também definido como o comportamento consciente ou inconsciente do
trabalhador. Condições inseguras representam toda e qualquer condição
que, de alguma forma, compromete a segurança do trabalhador.

A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a


responsável por caracterizar tecnicamente os acidentes de trabalho. Ela
realiza o reconhecimento do chamado nexo causal entre: o acidente e a
lesão; a doença e o trabalho e a causa mortis e o acidente.

A legislação referente aos acidentes de trabalho aplica-se ao


empregado, ao trabalhador avulso, ao médico residente (Lei nº 8.138, de
28/12/90) e ao segurado especial. Porém, não se aplica ao empresário que
não exerça a função de empregado, ao autônomo e equiparados e, ainda,
há os facultativos.

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A prevenção do acidente de trabalho está diretamente ligada à


conscientização dos trabalhadores acerca de suas tarefas, bem como de
tudo que as envolve. Está ligada também à formação destes trabalhadores
para o desempenho de suas atividades laborais.

Diversas são as causas dos acidentes de trabalho, porém, as mais


frequentes estão ligadas a cansaço ou fadiga, álcool, má alimentação,
seleção de pessoal inadequado e falta de treinamento adequado.

A conscientização e a formação são a base para se evitar os acidentes


de trabalho, mas alguns pontos devem ser observados: o trabalhador
precisa sentir-se parte integrante de seu local de trabalho; é preciso que
o trabalhador perceba que ele somente tem a ganhar quando segue as
regras de segurança que suas atividades; um local de trabalho organizado,
limpo e sem objetos obsoletos, ou seja, que já estão sem utilidade, ajuda
a reduzir os riscos de acidente de trabalho; é importante também que
os colaboradores estejam cientes dos riscos que envolvem sua atividade
laboral, mesmo aqueles mais moderados e não deixar que falte nenhum
equipamento de proteção, seja ele individual ou coletivo.

Atualmente, os acidentes de trabalho têm sido investigados por meio


do método Árvore de Causas, que objetiva encontrar os elementos físicos,
ambientais e subjetivos que contribuíram para o acidente. De acordo com o
método Árvore de Causas, todo trabalhador desenvolve uma atividade que
pode ser decomposta em quatro elementos descritos a seguir: o indivíduo,
a tarefa, material e meio de trabalho. Para montar uma Árvore de Causas,
segue-se os seguintes passos:

1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo o


mesmo aconteça e de preferência no local do evento;

2º passo: procurar identificar na descrição do acidente apenas o que


forem fatos objetivos;

3º passo: investigar o modo habitual de trabalho (as tarefas rotineiras e


o sistema de trabalho cotidiano);

4º passo: proceder com a investigação dos fatos, tanto os que


permaneceram inalterados como os que no momento do acidente
sofreram alteração;

5º passo: montagem da árvore, procurando identificar uma relação


entre os fatos ocorridos.

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Unidade III

Exercícios

Questão 1. Simeão Durvolino e Cerzionisio Dutra são colegas de trabalho há mais de dois anos.
Tornaram-se amigos, frequentam a casa um do outro, saem juntos e jogam no mesmo time de futebol
de campo. Recentemente, tiveram um desentendimento em razão de Simeão haver flertado com a irmã
de Cerzionisio. A moça aparentemente gostou do assédio do rapaz, mas o irmão dela não apreciou e
considerou a postura de Simeão uma traição à amizade de ambos. Dentro da empresa acabaram por ter
uma discussão mais acalorada e Cerzionisio pegou uma chave de boca e bateu na cabeça de Simeão
que, em consequência, teve um traumatismo craniano e ficou afastado do trabalho por 45 dias. A Cipa
da empresa pretendeu caracterizar o assunto como acidente de trabalho, mas o Depto Jurídico não
concordou. Como membro da Cipa você se manifestaria afirmando que:

A) embora tenha ocorrido no interior da empresa e durante o horário de trabalho, o fato pode ser
caracterizado como acidente de família, porque envolve laços familiares.

B) embora tenha ocorrido na empresa e durante o horário de trabalho, o evento não pode ser
caracterizado como acidente de trabalho porque a motivação é totalmente externa a ele.

C) o acidente ocorreu em local e horário de trabalho, com o uso de uma ferramenta de trabalho e,
exatamente por isso, é um acidente de trabalho.

D) o acidente ocorreu por falta de segurança no local de trabalho, que jamais deve permitir que
desinteligências ocorram entre colegas e, por isso, é um acidente de trabalho.

E) o acidente ocorreu por razões que não se justificam, vez que a moça assediada aparentemente
gostou da aproximação do rapaz, por isso nem pode ser considerado como acidente.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: não existe definição jurídica ou legal para acidente de família, por isso essa classificação
não pode ser utilizada.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: os atos de agressões relacionados a motivos de ordem pessoal não serão, de forma
alguma, considerados como acidentes de trabalho. Nesse caso, não há dúvida de que a motivação dos
funcionários foi externa ao ambiente de trabalho e, assim, ainda que o fato tenha ocorrido em local e
horário de trabalho, e com o uso de uma ferramenta de trabalho, a motivação foi de ordem pessoal, e
por isso não é caracterizado como acidente de trabalho.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

C) Alternativa correta.

Justificativa: o fato de o acidente ocorrer em local e horário de trabalho, e mesmo com o uso
de ferramentas utilizadas no trabalho, não é suficiente para que seja caracterizado como acidente de
trabalho. É preciso investigar e provar a motivação do fato que, nesse caso, é flagrantemente de ordem
pessoal, totalmente alheia às questões de ordem profissional.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: as empresas têm responsabilidade pela integridade física e psíquica de seus funcionários
e não devem permitir que nada os coloque em risco. Mas nenhuma empresa pode responder por atitudes
irresponsáveis dos próprios empregados, sobretudo quando estes têm motivação pessoal, alheia àquelas
do trabalho. Não há como a empresa exercer vigilância suficiente que impeça que pessoas imaturas
atuem de forma desrespeitosa umas com as outras.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a desinteligência entre os dois funcionários da empresa não pode ser considerada
como acidente de trabalho, mas deve ser denunciada à polícia, que cuidará de elaborar um boletim de
ocorrência e investigar a caracterização do crime de lesão corporal culposa ou dolosa. Se da investigação
resultarem elementos para a abertura de um processo crime, o réu será processado e julgado, podendo
ser condenado às penalidades previstas em lei para esse caso. E tudo isso ocorrerá independente de a
moça ter gostado ou não do assédio sentimental praticado pela vítima da agressão, porque é papel do
Estado averiguar e punir as condutas ilegais.

Questão 2. Leia as informações abaixo:

Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2010 divulgados pelo Ministério da Previdência


Social indicam, em comparação com os dos anos de 2009 e 2008, uma pequena redução no número de
acidentes de trabalho registrados.

O número total de acidentes de trabalho registrados no Brasil caiu de 755.980 casos em 2008 para
733.365 em 2009, até chegar ao patamar atual, de 701.496 acidentes.

2006 2007 2008 2009 2010


755.980 733.365 701.496
653.090
512.232

Figura 14 - Acidentes de trabalho registrados 2006-2010

91
Unidade III

O número de óbitos, contudo, registrou aumento: de 2.817 mortes registradas em 2008, o número
caiu em 2009 para 2.560, mas voltou a subir em 2010, com 2.712 óbitos registrados decorrentes de
acidentes de trabalho.

2006 2007 2008 2009 2010


2.804 2.817
2.798 2.712
2.560

Figura 15 - Número de óbitos decorrentes de acidentes de trabalho 2006-2010

O número de acidentes com CAT registrada seguiu a mesma tendência. Desses, os


considerados como acidentes de trabalho típicos passaram de 551.023 em 2008 para 424.248
em 2009, chegando a 414.824 em 2010. Os acidentes de trabalho por motivo de doença do
trabalho seguiram a mesma direção: de 20.356 em 2008 para 19.570 em 2009, e 15.593 em
2010. Tendência contrária seguiram os acidentes de trajeto: de 88.742 em 2008, subiram para
90.180 em 2009, alcançando o número de 94.789 em 2011. O número de acidentes de trabalho
sem registro de CAT também demonstrou queda. De 204.957 casos em 2008, caiu para 199.117
em 2009, terminando 2010 com 176.290 registros.
Fonte: TST, 2011.

Esses dados permitem afirmar que:

I – Houve queda do número de acidentes de trabalho e isso é muito positivo.

II – A prevenção de acidentes de trabalho é papel da empresa, e o aumento no número de óbitos


significa o descaso dos empregadores para com seus funcionários.

III – O aumento do número de acidentes de trabalho documentados por CAT é um sinal da maior
consciência de empregados e empregadores para o problema.

IV – A prevenção de acidentes de trabalho está relacionada com a conscientização das empresas


e dos trabalhadores. Estes devem conhecer suas tarefas e tudo que as envolve, para poder participar
ativamente da prevenção.

V – O aumento de óbitos registrado no período sinaliza que houve aumento de postos de trabalho
em atividades mais perigosas.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Assinale a alternativa correta:

A) I e IV.

B) III e IV.

C) II e V.

D) III e V.

E) IV e V.

Resolução desta questão na plataforma.

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