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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO – UNICAP

RECURSOS PARA OS TRIBUNAIS INFERIORES

Direito Processual Civil III

Material elaborado pelo monitor Alexandre de Paula Filho, com base em anotações
feitas em sala, nas aulas do Professor Roberto Campos Gouveia Filho e nas suas
próprias aulas (horário 3EF 5EF), na Universidade Católica de Pernambuco, no período
letivo de 2017.1. Publicado na página „Processo com Quê?‟.

1. APELAÇÃO (aula de Roberto Campos). ...................................... 2

1.1. Cabimento. ...................................................................................... 2

1.2. Procedimento. .................................................................................. 5

2. AGRAVO DE INSTRUMENTO (aula de Alexandre de Paula). . 5

2.1. Considerações iniciais. .................................................................... 5

2.2. Cabimento. ...................................................................................... 7

2.3. (In)fungibilidade do Mandado de Segurança. ................................. 8

2.4. Procedimento. ................................................................................ 10

3. AGRAVO INTERNO (aula de Alexandre de Paula). ................. 12

3.1. Preliminarmente: os poderes do relator. ........................................ 12

3.2. O agravo interno: cabimento e procedimento. .............................. 16

4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (aula de Roberto Campos). 17

4.1. Considerações iniciais. .................................................................. 17

4.2. Hipóteses de embargabilidade (cabimento dos embargos). .......... 18

4.3. Procedimento. ................................................................................ 20

5. JULGAMENTO PROLONGADO (aula de Roberto Campos). 22

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1. APELAÇÃO (aula de Roberto Campos).

1.1. Cabimento.

É o recurso mais importante do nosso ordenamento processual civil. Em


sua gênese (Império Romano), só era cabível em face das decisões eivadas de erro in
judicando.
Como é, em geral, um recurso cabível contra as sentenças, é nele que o
efeito devolutivo mais se desenvolve, pois sua cognição é amplíssima, sem nenhuma
amarra (como ocorre com os recursos excepcionais, onde apenas se pode alegar matéria
de direito e, como no caso do recurso extraordinário, de cunho constitucional). Com
isso, dizemos que a sentença procedente é apenas uma vitória provisória ao autor (e a
improcedente ao réu).
O caput do art. 1.009, CPC, enuncia que “da sentença caberá apelação”.
Todo o sistema de recorribilidade é montado em cima disso, isto é, tendo em vista que
da sentença caberá apelação, se extrairá as normas de recorribilidade para os demais
recursos.
Contudo, há casos em que a apelação não se aplicará contra a sentença.
E, ressalta o professor, o novo CPC falhou nesse aspecto, piorando o que já era ruim.
Existem hipóteses expressamente previstas em lei que da sentença não caberá apelação
(sentença que decreta a falência, na lei de falência está expresso que caberá agravo de
instrumento; sentença denegatória em mandado de segurança de competência originária
de tribunal; nos Juizados Especiais, contra a sentença cabe recurso inominado, e não
apelação; na Justiça do Trabalho, cabe recurso ordinário; na Justiça Eleitoral, cabe
recurso eleitoral; na execução fiscal de valores muito pequenos, a sentença é impugnada
por embargos infringentes – art. 38 da LEF). Mas, além disso, há problemas causados
por má redação do próprio CPC.
Nesse sentido, existem ações em que há mais de uma sentença, como a
ação de demarcação de terras, ação de prestação de contas e a ação divisória. A

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divisória tem, inclusive, três sentenças: em um primeiro momento, sentencia-se


deliberando sobre se é possível dividir; depois, iniciam-se os trabalhos de agrimensura,
onde se divide o condomínio; por fim, há uma sentença de cunho homologatório da
divisão feita. No CPC anterior, era possível apelar de todas as sentenças com efeito
suspensivo, à exceção da sentença homologatória das ações de divisão e demarcação de
terras.
O novo CPC, quando define sentença, ressalva os procedimentos
especiais, porém, várias decisões ficam à margem. Vejam os exemplos dos arts. 596,
1 2
caput (ação divisória) e 550, § 5º (ação de exigir contas) do CPC, que se tratam de
hipóteses em que não está claro a natureza da decisão. Sem saber a natureza da decisão
(se sentença ou interlocutória), não saberemos qual é o recurso cabível – relembrem do
que falamos sobre a fungibilidade dos recursos nas aulas de teoria geral dos recursos.
Outro problema de mesma espécie tange à liquidação de sentença. A
decisão que liquida a sentença ilíquida (sem valores numéricos na condenação), nos
termos do CPC anterior, era impugnável por agravo. O Novo CP deixa a questão
nebulosa, porque o parágrafo único do art. 1.015, CPC, diz que cabe agravo de
instrumento contra as interlocutórias proferidas na liquidação, só que o teor do art. 203,
§ 1º é no sentido de que a sentença é a decisão que encerra a fase. Só que, como
veremos, a liquidação de sentença é uma nova fase, que pode ser instaurada (caso
necessário) após encerrada a fase do processo cognitivo. Assim, não há impedimento de
que haja, nessa situação, além da sentença do processo de conhecimento, uma outra que
a ela dá liquidez.
Nessas hipóteses, devemos permitir a aplicação da regra da fungibilidade,
seja para aceitar a apelação ou o agravo de instrumento, pois não há clareza se estamos
diante de interlocutória ou sentença.

1
Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias, sobre o cálculo e o plano da divisão,
o juiz deliberará a partilha.
2
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as
preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
[...]
§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15
(quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.

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Ainda no que toca ao cabimento, é importante ressalvar a questão da


recorribilidade das interlocutórias não agraváveis. Para saber se é o caso, é preciso ver
se a decisão é uma interlocutória e se está no rol art. 1.015 (este rol é taxativo, logo, se
não estiver lá, não é possível impugnar por agravo de instrumento). É o exemplo da
decisão que nega a produção de determinada prova. A esse tipo de decisão, a
impugnação se dará na forma do § 1º do art. 1.009 3, ou seja, quando da apelação (na
própria apelação ou em suas contrarrazões). Virá nas contrarrazões quando a decisão é
contrária ao apelado, por exemplo, se o juiz impede a produção de uma determinada
prova, só que, mesmo assim, a parte que não teve a prova produzida ganhou, portanto,
ela não tem interesse recursal para apelar; contudo se a parte que perdeu recorrer, a
parte vencedora pode se insurgir contra a impossibilidade de produção daquela prova
em suas contrarrazões. O que vai haver aí não é propriamente um efeito diferido do
recurso, porque não há efetivamente recurso. O que vai haver aí é, na verdade, o
diferimento da própria recorribilidade (que, como sabemos, é um pressuposto básico
para a aquisição do poder de recorrer), e, portanto, essas decisões não são precluíveis de
imediato (como o prazo é o da apelação, somente correrá após exarada a sentença).
Outro aspecto é o do art. 1.009, § 3º, CPC, que dispõe que, embora as
decisões do rol do art. 1.015 ensejem agravo de instrumento, elas podem integrar a
sentença, sim, como o caso da exclusão de litisconsorte. Se essas decisões compõe o
conteúdo da sentença, elas não são agraváveis, mas sim apeláveis – na forma do § 1º do
1.009 (razões ou contrarrazões de apelação).
Se o autor pede a condenação do réu e o deferimento, na sentença, da
tutela provisória; ele obtém a condenação do réu, mas a tutela provisória é negada.
Nesse caso, se o réu recorrer da sua condenação, o autor pode, quanto à tutela provisória
negada: a) interpor um recurso adesivo, ou b) impugnar em sede de contrarrazões de
apelação. Não há diferença substancial entre esses dois meios.

3
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

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1.2. Procedimento.

A grande modificação do CPC atual, no que tange ao procedimento, é


que se retirou do juízo a quo (juízo recorrido) o poder-dever de realizar o juízo de
admissibilidade. Retirada tal possibilidade, a admissibilidade ficará, unicamente, a
cargo do juízo ad quem (Tribunal que julgará o recurso). Detalhe: a apelação continua
sendo dirigida ao juízo recorrido. Ele, então, recebe a apelação, intima a parte
recorrida para contrarrazoar e, em seguida, por impulso oficial, remete os autos ao
Tribunal, que ficará encarregado de todo o resto.
Também foi retirado o poder-dever de atribuir efeito suspensivo ao
recurso, ainda que, na apelação, o efeito suspensivo seja a regra (as exceções estão
previstas no art. 1.012, § 1º).
No CPC anterior, o juízo recorrido poderia fazer juízo de admissibilidade
e indicava o efeito (suspensivo ou não) do recurso antes de remeter ao juízo ad quem.
Vejam o absurdo que isso pode levar. Imaginem uma apelação contra
uma liminar, o que é manifestamente incabível. O juiz não pode inadmitir, e deverá
enviar ao tribunal, após as contrarrazões, e mais, a regra é que o efeito atribuído será o
suspensivo. A liminar ficará, inevitavelmente, suspensa até o Tribunal julgar a
admissibilidade dessa apelação.
Se a parte quer o efeito ativo, ela pode se antecipar a isso e fazer um
pedido de tutela provisória, valendo-se, acima de tudo, do parágrafo único do art. 299.

2. AGRAVO DE INSTRUMENTO (aula de Alexandre de Paula).

2.1. Considerações iniciais.

O agravo de instrumento é o recurso de impugnação imediata das


decisões interlocutórias. Está previsto nos arts. 994, II, bem como 1.015 a 1.020 do
CPC. Antes de falarmos do cabimento do agravo, dois aspectos devem ser trabalhados:
o conceito de decisão interlocutória e o modelo de recorribilidade a ela adotado.

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Para conceituar decisão interlocutória, dois critérios devem ser utilizados:


seu conteúdo e sua finalidade. De acordo com o art. 203, §§ 1º e 2º, o pronunciamento
do juiz cujo conteúdo foi decisório pode ser sentença ou decisão interlocutória. Por
conteúdo decisório, devemos entender aquela decisão que decide alguma questão
surgida no processo ou todo o processo (extinguindo-o, no caso), gerando benefício a
uma parte e prejuízo a outra (é desse prejuízo que surge o interesse recursal) 4. Mas
apenas isso é insuficiente, pois o conteúdo decisório é marca tanto da sentença como da
decisão interlocutória. Assim, a finalidade do pronunciamento será relevante: para ser
interlocutória, é preciso que a decisão não se extinga a fase em que o processo se
encontra.
Se há um remédio apto a impugnar decisão exarada em fase que não foi
encerrada, pergunta-se: este remédio pode ser interposto imediatamente ou deve esperar
o encerramento da fase?
O sistema processual pode adotar três modelos de recorribilidade das
decisões interlocutórias. O primeiro é o da irrecorribilidade imediata, adotado no
Processo do Trabalho, onde não há recurso para impugnar imediatamente a decisão
interlocutória, devendo a parte aguardar a sentença. O segundo é o da recorribilidade
imediata, no qual haverá sempre a possibilidade de se atacar uma interlocutória
imediatamente, como ocorria no CPC/73 (art. 522), que permitia que se impugnasse
pela via do agravo de instrumento qualquer decisão interlocutória, provada a
possibilidade de a decisão provocar lesão grave e de difícil reparação à parte. O terceiro
é o da recorribilidade temperada: nele, a legislação prescreve casos em que há
recorribilidade imediata e casos em que não há. Foi o que o CPC/15 adotou ao prever,
no art. 1.015, um rol numerus clausus (isto é, de hipóteses taxativas) para as decisões
que podem ser impugnadas pelo agravo, enquanto que, para as demais interlocutórias
não listadas, deverá a parte impugná-las em sede de apelação. Nota-se que, atualmente,

4
É por essa razão que o art. 1.001 do CPC dispõe que os despachos são irrecorríveis, já que eles são
pronunciamentos judiciais que impulsionam a marcha processual (o art. 2º do CPC usa a expressão
“impulso oficial”), promovendo o andamento do feito. É o exemplo clássico de despacho o “Cite-se o
réu” após a verificação do preenchimento dos requisitos da inicial, ou “intime-se as partes para
apresentação de alegações finais no prazo sucessivo de 10 dias, em seguida remeta-se ao MP e, por fim,
conclua-se os autos para sentença”.

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não são todas as decisões interlocutórias impugnáveis imediatamente (ou seja, por
agravo de instrumento).

2.2. Cabimento.

Com efeito, no que tange ao cabimento do agravo, deve a decisão


interlocutória estar inserida no rol do art. 1.015 do CPC, que dispõe que a decisão
deverá versar sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da
alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da
personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento
do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII -
exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX -
admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou
revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da
prova nos termos do art. 373, § 1o; XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Importante frisar que essa limitação diz respeito a decisões exaradas na
fase de conhecimento, uma vez que o parágrafo único do art. 1.015 prevê que todas as
decisões interlocutórias exaradas nas fases de liquidação e cumprimento de sentença,
bem como nos processos de execução ou inventário são agraváveis.
Tendo em vista o predominante entendimento quanto à taxatividade do
rol do art. 1.015, é importante atentar para o comando normativo das hipóteses
previstas, porque, vejam que só caberá agravo da decisão que rejeita a convenção de
arbitragem (e não da que aceita); da mesma forma, somente caberá agravo em face da
decisão que rejeita pedido de gratuidade judiciária ou acolhe pedido de sua revogação,
não cabendo da que acolhe o pedido da justiça gratuita.
No que tange à redistribuição do ônus da prova, o CPC, aparentemente
de maneira não proposital, porém bastante infeliz, coloca ao final do inciso XI “nos
termos do art. 373, § 1º”, permitindo agravar a interlocutória que redistribui o ônus da
prova com fundamento legal no CPC, esquecendo-se da hipótese prevista no CDC (art.
6º, VIII), bastante utilizado nos litígios consumeristas e nas fundamentações das
decisões. Em que pese ao fato das previsões do CPC e do CDC terem o mesmo

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resultado prático (impor ao réu o ônus probatório sobre fato alegado pelo autor), parece
que o CPC só permitiu agravar se o fundamento legal da decisão for o CPC, conforme
defende Daniel Amorim Neves. Em defesa de uma possibilidade de agravar a decisão
fundamentada no CDC, Nelson Nery Jr. e Rosa Nery.
No que diz respeito à última hipótese, qual seja “outros casos
expressamente referidos em lei”, ela chancela o manejo do agravo a casos em que
determinada norma da legislação processual diz que uma decisão pode ser agravável,
como se faz no art. 7º, § 1º da Lei do Mandado de Segurança, que prevê o agravo de
instrumento para atacar a decisão que concede ou nega o pedido liminar no MS.

2.3. (In)fungibilidade do Mandado de Segurança.

Em vista de o CPC ter excluído a várias interlocutórias a impugnação


imediata, o que se vê na prática é a tentativa de atacar essas decisões pela via do
mandado de segurança sempre que a parte alegar que não pode esperar a prolação da
sentença. Tal discussão não é nova, mas ganhou novo fôlego com a adoção do rol
exaustivo no art. 1.015 do CPC.
Há bastante tempo, o STF julga os mandados de segurança contra ato
judicial com os seguintes critérios: 1. se ao ato impugnado não cabe recurso com efeito
suspensivo; 2. esteja caracterizada a situação de dano irreparável ou de difícil reparação
em razão daquele ato (RTJ 36/651 - RTJ 42/714 - RTJ 47/716 - RTJ 70/516 - RTJ
71/876 - RTJ 136/287, v.g.). Tal entendimento veio a ser sedimentado na legislação,
através da Lei do Mandado de Segurança, em seu art. 5º, II e III.
Assim, para impugnar uma interlocutória não prestigiada no rol do art.
1.015, poderia a parte, utilizando o precedente do STF, impetrar o Mandado de
Segurança?
É necessário que repisemos uma importante distinção feita quando do
estudo da Apelação: é incorreto dizer que há irrecorribilidade dessas decisões
interlocutórias. O que existe é o diferimento dessa recorribilidade, ou ainda, a
recorribilidade mediata. Portanto, o precedente não se aplicaria, pois ele pressupõe que,
em face da decisão não cabe recurso passível de efeito suspensivo, quando, no caso das

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interlocutórias não agraváveis, caberá apelação (art. 1.009, § 1º), que tem, inclusive
como regra, possibilidade de atribuição de efeito suspensivo. É o que vem se aplicando:

MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSUAL CIVIL.


IMPETRAÇÃO CONTRA ATO JUDICIAL RECORRÍVEL.
IMPUGNAÇÃO DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
IRRECORRIBILIDADE POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. ROL
TAXATIVO DO ARTIGO 1.015 DO CPC-15. RECORRIBILIDADE
DIFERIDA POR APELAÇÃO. HIPÓTESES DE CABIMENTO
AÇÃO MANDAMENTAL. ART. 5.º, II, LEI N. 12.016/2009;
SÚMULA 267 DO STF. AUSÊNCIA DE RISCO DE DANO
GRAVE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU DE
TERATOLOGIA. DESCABIMENTO DO MANDAMUS COMO
SUCEDÂNEO RECURSAL. INADMISSIBILIDADE.
INADEQUAÇÃO DA VIA E LEITA. CARÊNCIA DE INTERESSE
PROCESSUAL. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.

1. Mandado de segurança originário impetrado contra ato judicial que


indeferiu requerimento de suspensão do feito individual em virtude da
existência de ação coletiva correlata, com base no artigo 104 do
Código de Defesa do Consumidor, ao fundamento, em síntese, de que
não é razoável uma interpretação do artigo 104 do CDC que admita
que o pedido de suspensão da ação individual possa ocorrer quando a
ação coletiva já possui sentença de mérito, pois isso não seria
compatível com a boa-fé objetiva, eis que a parte estaria requerendo a
suspensão de uma ação individual, cujo resultado é incerto, para aderir
a uma ação coletiva em que já houve pronunciamento judicial
favorável ao seu interesse.

2. Incabível a impugnação, pela via do mandado de segurança, de


decisão interlocutória não constante do rol do artigo 1.015 do
CPC-15, porque, conquanto impassível ao recurso de agravo de
instrumento, apresenta, conforme se infere do § 1.º do artigo 1.009
do CPC-15, recorribilidade, ainda que diferida, exercitável em
futura e eventual apelação -- que, por via de regra, é recurso que
dispõe de efeito suspensivo, conforme artigo 1.012 do CPC-15. Há
incidência do óbice preconizado pelo inciso II do artigo 5.º da Lei
n. 12.016/2009 e pela súmula n. 267 do STF a barrar a concessão
de mandado de segurança nesses casos.

3. A interpretação que deve ser dada ao obstáculo do artigo 5.º, II, da


Lei n. 12.016/2009, é o de que basta que o ato judicial seja recorrível
por recurso que tenha a potencialidade de ter efeito suspensivo para
que descaiba o mandamus.

4. O direito da impetrante não corre risco de perecimento, eis que


poderá ser concedida a suspensão do processo, se verificado seja
devida, quando do julgamento de uma futura e eventual apelação em

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que e ssa questão seja trazida em preliminar, sem qualquer sombra de


prejuízo para as partes.

5. Não incorre a decisão interlocutória impugnada em teratologia ou


flagrante ilegalidade. Muito pelo contrário, segue, ainda que por
outros fundamentos, o mesmo entendimento adotado em precedentes
d este Tribunal Regional da Segunda Região.

6. Inadmissível a presente ação mandamental, devendo ser extinto o


processo, sem resolução do mérito, em virtude da inadequação da via
processual eleita, ora a via do mandado de segurança, tendo r estado
fulminado, portanto, o interesse processual da impetrante.

7. Extinção do feito, sem resolução do mérito.

(TRF-2, MS nº 5690-56.2016.4.02.0000, 6ª Turma Especializada,


Relator Desembargador Guilherme Calmon Nogueira da Gama,
Julgado em 29/10/2016).

Pode-se ainda questionar: e se a decisão for absurda e cause dano


irreparável a direito da parte caso tenha de esperar a apelação? Nesse caso, o STF abre
uma exceção, desde antes do CPC atual entrar em vigor. A admissibilidade do mandado
de segurança continua sendo bastante criteriosa. Veja-se o precedente.

Agravo regimental em mandado de segurança. Mandado de segurança


impetrado contra ato jurisdicional. Agravo regimental não provido.

1. A jurisprudência da Suprema Corte é firme no sentido de ser


inadmissível a impetração de mandado de segurança contra ato
revestido de conteúdo jurisdicional. Incide, na espécie, a Súmula STF
nº 267.

2. O mandado de segurança somente se revelaria cabível se no ato


judicial houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, o que
não se verifica na espécie.

(MS 31831 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno,


julgamento em 17.10.2013, DJe de 28.11.2013).

2.4. Procedimento.

Tendo em vista que o agravo de instrumento se presta a impugnar


imediatamente uma decisão exarada no curso do processo, sem extinguir a fase em que

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se encontra, o CPC impõe que os autos originais não saiam do órgão em que se
encontra, já que, se saíssem, a marcha processual restaria estagnada.
Para impugnar a decisão interlocutória, portanto, deve a parte interpor
diretamente no juízo ad quem, isto é, aquele que julgará o recurso. Conforme o art.
1.016, a parte deverá, na petição das razões recursais, indicar o nome das partes,
exposição de fato e direito, razões e pedido de reforma ou invalidação da decisão, e
ainda nome e endereço completo dos advogados constituídos no processo.
Como o tribunal destinatário do recurso não terá acesso aos autos
originais, o agravante deverá ter a cautela de instruir as razões com toda a
documentação necessária (por isso o nome agravo de instrumento) para que o órgão
julgador entenda com perfeição o caso para julgar se mantém, cassa ou reforma a
decisão agravada.
Por essa razão, o CPC dispõe, no art. 1.017, que deverá a parte instruir o
agravo “obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que
ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado e, facultativamente, com outras
peças que o agravante reputar úteis”. Requer-se ainda, se for o caso, declaração de
inexistência de qualquer dos documentos obrigatórios, feita pelo advogado do
agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal. O instrumento (documentação
anexa) de cunho obrigatório será dispensado em caso de processo eletrônico, pois o
sistema eletrônico dá ao órgão julgador acesso aos autos originais sem obstá-los. Além
da documentação necessária, deve a parte comprovar o pagamento das custas e porte de
retorno (preparo recursal).
Interposto o agravo de instrumento, em caso de autos físicos, deve o
agravante juntar no processo que segue na 1ª instância, as razões do recurso,
comprovante de sua interposição e relação de documentos que instruíram o agravo aos
autos do processo, no prazo de três dias, sob pena de inadmissibilidade do recurso. Tal
norma, prevista no art.1.018, tem o escopo de comunicar o juízo prolator da decisão de
que ela foi agravada, a fim de permitir um juízo de retratação. Além disso, a sede de
alguns tribunais está muito distante da vara em que o processo corre (a exemplo de TJs

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de estados muito extensos ou TRFs que abrangem várias regiões), dificultando


sobremaneira o acesso do advogado da parte agravada aos autos do agravo de
instrumento, razão pela qual a apresentação dessas peças ao juízo de primeira instância
facilitaria o acesso à justiça nesses casos.
Caberá ao relator do agravo fazer sua admissibilidade. Admitido (não
sendo caso de aplicar o art. 932, III e IV), o agravo é recebido, via de regra, apenas no
efeito devolutivo, inclusive para o juízo prolator, que pode se retratar, julgando apenas o
mérito, e não a admissibilidade. O efeito suspensivo não é a regra, mas pode ser
concedido sempre que a parte requerer e comprovar que a eficácia imediata da decisão
agravada importar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, bem como
ser demonstrada a probabilidade de provimento do recurso – regra do art. 995, parágrafo
único do CPC. É possível também que haja efeito ativo ao agravo. Isso ocorrerá sempre
que for antecipada a tutela recursal em face de alguma decisão de conteúdo negativo
(juiz nega o pedido de tutela antecipada, a parte recorre e o relator, na tutela antecipada
recursal, defere o pedido anteriormente negado). Atribuindo o efeito suspensivo ou
antecipando a tutela recursal, o relator deverá comunicar o juízo inferior (que, pela regra
do art. 516, será responsável pela efetivação da decisão).
Também caberá ao relator intimar o advogado do agravado pelo Diário
de Justiça ou Aviso de Recebimento (AR), ou, não havendo advogado constituído, o
agravado pessoalmente por AR, para contrarrazoar o recurso, no prazo de 15 dias.
Também intimará o MP para manifestação, também em 15 dias, se necessário. Em
seguida, inclui em pauta para julgamento em prazo não superior a 1 mês da intimação
do agravado.

3. AGRAVO INTERNO (aula de Alexandre de Paula).

3.1. Preliminarmente: os poderes do relator.

Para falar de agravo interno, é necessário o estudo dos poderes do relator.


Em qualquer processo que segue nos tribunais, seja ele uma ação originária, uma

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remessa necessária, um recurso ou incidente, há designação de um relator. As partes,


pelo princípio da colegialidade, têm direito a uma decisão final colegiada, ou seja,
conjunta pelos desembargadores ou ministros do órgão competente.
O princípio de colegialidade aplica-se à decisão final do processo no
Tribunal, mas não a toda a preparação dos autos até que seja remetido a julgamento.
essa preparação é incumbência do relator, que vai conduzir e dirigir o processo,
tomando as medidas necessárias (atribuição de efeito suspensivo, análise de tutela
provisória, instrução quando necessário, intimação do MP, etc.).
Apesar da colegialidade, algumas decisões que encerram o processo
podem ser feitas unipessoalmente pelo relator. No âmbito dos recursos, há hipótese no
CPC de o relator julgar tanto a admissibilidade, como o mérito do recurso, extinguindo-
o.
As decisões tomadas pelo relator são chamadas de decisões monocráticas
(que podem ser tomadas pelo Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal, em alguns
casos específicos, como os Recursos Especial ou Extraordinário e o Mandado de
Segurança). Diferem da sentença e interlocutória, porque estas são específicas do juiz,
no primeiro grau. Ademais, a principal diferença entre sentença e interlocutória (que é o
fato de uma extinguir o processo e outra não) não se aplica às monocráticas, que oram
põem fim, ora não, ao processo. Também se distinguem dos acórdãos porque esses são
decisões colegiadas, conjuntas, e a monocrática é a decisão singular, unipessoal do
relator.
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à
produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar
autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos
de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não
tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão
recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;

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V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar


provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado
vício ou complementada a documentação exigível.

Como expusemos e podemos ver do artigo citado, o relator não é um


mero “preparador do recurso” para remetê-lo, quando pronto para julgamento, ao
tribunal. Ele pode em alguns casos extinguir o recurso, inadmitindo-o ou julgando o
mérito.
Em sede de juízo de admissibilidade, dispõe o inciso III que em três
hipóteses, o relator está autorizado para não conhecer o recurso. A primeira é em sede
de juízo de admissibilidade, quando este verificar a falta de algum dos pressupostos
de admissibilidade 5. A segunda hipótese é o recurso prejudicado, que ocorre em
razão da perda do objeto, gerando perda superveniente do interesse recursal. Por fim, o
recurso genérico, que é aquele que não impugna especificadamente a decisão recorrida,
impedindo que o órgão julgador e o recorrido entendam quais aspectos pretende o
recorrente atacar.
É muito importante que o inciso III seja interpretado conjuntamente com
o parágrafo único do mesmo art. 932, tendo em vista o princípio da primazia do
julgamento de mérito. Caberá, assim, ao relator abrir prazo de 5 dias para o recorrente
sanar o vício que pode ensejar uma decisão de inadmissibilidade do recurso. A primazia

5
Se todos esses pressupostos forem preenchidos, pode o relator declarar que conhece o recurso, mas
lembremos que a admissibilidade positiva pode ser tácita, quando o relator nada declara a respeito da
admissibilidade e já passa ao juízo de mérito (já que este só pode ser feito se aquela for positiva).
Ademais, apesar de a admissibilidade ser incumbida ao relator, cabe ao órgão colegiado revisar tais
pressupostos e, verificando a falta de um deles, modificar o resultado do juízo de admissibilidade, não
conhecendo o recurso.

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do mérito é um corolário da instrumentalidade das formas, que visa combater a


jurisprudência defensiva (muito comum nos tribunais): a cultura de buscar um vício, por
menor que seja, para, sempre que possível, extinguir o processo sem resolução de
mérito, o que daria menos trabalho ao julgador (mesmo que fulminando direito do
jurisdicionado).
O princípio da primazia de mérito se faz presente nas normas
fundamentais do CPC (arts. 4º e 6º), mas também em diversos outros dispositivos arts.
317, 321 - emenda à inicial -, 488). No âmbito dos recursos, temos outro dispositivo que
prestigia esse princípio: o art. 1.007, §§ 2º e 4º, que impedem que o relator inadmita
recurso por deserção (insuficiência ou não recolhimento do preparo), sem antes intimar
o recorrente para corrigir esse vício.
Assim, em vista desse princípio, a aplicação do art. 932, III, CPC é
conjunta ao seu parágrafo único. Isso é um tanto controverso na hipótese do recurso
genérico, pois não é raro ver advogados que recorrem de decisões de maneira genérica
quando veem que vão perder o prazo e não tem tempo de impugnar de maneira
específica. Aplicando-se o parágrafo único do 932, o relator dará 5 dias para
complementar a petição de razões recursais, a fim de impugnar de maneira específica.
Com isso, o dispositivo serviria como prolongador de prazo para o advogado
irresponsável. E como essa “técnica” não pode ser presumida (o relator não pode
inadmitir o recurso por presumir que o advogado o fez de modo genérico para evitar a
intempestividade), ele deve aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único. Por isso, há
doutrina que defende que, no caso de recurso genérico, pode o relator não conhecer do
recurso sem aplicar o art. 932, parágrafo único.
No que tange ao juízo de mérito, pode o relator negar provimento antes
mesmo das contrarrazões, pois essa decisão favorece o agravado. É o caso quando o
recurso for de encontro ao entendimento sedimentado em súmula do STF, STJ ou do
próprio Tribunal, bem como em recursos repetitivos (STF e STJ), IRDR e IAC.
Pode também dar provimento ao recurso quando a decisão recorrida for
contrária a súmula do STF, STJ ou próprio Tribunal, recursos repetitivos (STF e STJ),
IRDR e IAC. Neste caso, tal decisão só pode ser emanada após as contrarrazões, em
respeito aos princípios do contraditório e da vedação às decisões surpresa.

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3.2. O agravo interno: cabimento e procedimento.

O agravo interno é o recurso cabível contra as decisões monocráticas, ou


seja, singulares, unipessoais, proferidas no Tribunal, na maior parte das vezes pelo
relator, mas pode ser pelo Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal (Resp ou RE ou
suspensão de segurança – Lei do Mandado de Segurança, art. 15). A competência para
julgamento é do órgão colegiado. Está previsto em um único artigo do CPC: o 1.021 6.
É um contrapeso: à medida que o CPC aumenta os poderes do relator, há
uma aparente diminuição do espectro do princípio da colegialidade. Mas, como esse
princípio na verdade um direito das partes, não pode ser expurgado do ordenamento
jurídico. Assim, para que se assegure o direito das partes de ter seu processo no tribunal
julgado em definitivo pelo órgão colegiado, nos casos em que isso não foi feito
primitivamente (porque o processo foi julgado unicamente pelo relator), pode ser feito
pela interposição do Agravo Interno (remédio cabível para reanalisar essa monocrática).
Mas é importante ressaltar que o agravo interno cabe em face de qualquer
monocrática, não só aquelas que extinguem o processo. Em outras palavras, cabe não só
em face das monocráticas previstas no art. 932, III, IV e V, mas de todas as hipóteses
previstas nesse dispositivo.
Assim, concluímos que o agravo interno é o instrumento de controle das
decisões do relator pelo colegiado.
O endereçamento é feito ao relator do recurso. Interposto o agravo
interno, intima-se o agravado para contrarrazões em 15 dias. Em seguida, há dois

6
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão
agravada.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no
prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo
órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação
unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa
fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa
prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o
pagamento ao final.

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caminhos possíveis (§ 2º): a) ou o relator retrata-se, podendo fazê-lo por decisão


isolada, ou b) leva a julgamento pelo colegiado, no qual poderá ser mantida ou
reformada a decisão do relator.
É de se frisar o alto ônus argumentativo que o CPC deu, tanto ao
agravante como aos julgadores, nesse recurso. Reza o § 1º que cabe ao agravante
impugnar especificamente os fundamentos da decisão agravada, enquanto o § 3º veda a
reprodução dos fundamentos da decisão agravada quando do julgamento do Agravo
Interno (devem os julgadores fundamentar o porquê de manter a decisão recorrida).
Há previsão nos §§ 4º e 5º de multa se o órgão colegiado considerar, por
unanimidade, o agravo interno manifestamente inadmissível ou manifestamente
improcedente. Essa condenação será fixada entre 1 e 5% do valor da causa. Trata-se de
violação à boa-fé processual, e a multa impede a interposição de outro recurso até que
seja paga – exceto quando aplicada para a Fazenda Pública e o beneficiário da Justiça
Gratuita, que pagam após o trânsito em julgado.
O preparo é dispensado, porquanto os custos desse agravo estão
embutidos no custo do processo no tribunal. Contudo, boa parte da doutrina entende que
o Regimento Interno do Tribunal pode estipular o preparo para o agravo interno, mas,
sendo o caso, não poderia se aplicar pena de deserção, porque isso depende de lei
federal.

4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (aula de Roberto Campos).

4.1. Considerações iniciais.

É um recurso bastante diferente. Primeiramente, porque é dirigido e será


apreciado pelo próprio juízo recorrido. Além disso, o cabimento dele se dá em situações
bastante específicas (não é propriamente o error in judicando e o error in procedendo).
Sequer se usa para ele o termo “interposição”, comum aos recursos, fala-se em
“oposição” (ex: o réu opôs os embargos) – a ideia de interposição é de algo que está

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entre um e outro, no caso, entre um juízo e outro, mas, como já dissemos, os embargos
são apreciados pelo mesmo juízo.
Ademais, o provimento dos embargos não implica necessariamente
reforma ou invalidação da decisão (que são consequências possíveis do provimento
desse recurso). É um efeito dos embargos, que não ocorrerá necessariamente em todos
os casos, que a doutrina convencionou chamar de efeito modificativo. É possível,
portanto, que o recurso seja provido e a decisão embargada seja mantida.
É por isso que se diz que os embargos de declaração possuem a função
integrativa. É a função precípua, que distingue os embargos dos demais recursos. Por
terem essa função, a decisão dos embargos é fundida (incorporada) à decisão recorrida,
formando-se um “todo único” (passa a ser uma decisão só).
Então quando a parte recorre, ela recorre do todo, não obstante é possível
isolar a decisão dos embargos para determinados fins, como, por exemplo, alegar error
in procedendo da decisão que deixa de analisar os fundamentos do recurso (ex: quando
a parte alega omissão e o juiz insiste em não analisar a omissão objeto dos embargos –
essa decisão dos embargos pode ser invalidada).
Os embargos não são recurso necessário. Na verdade, trata-se de um
recurso optativo. Sua oposição não é necessária, salvo alguns poucos casos (embargos
pre-questionadores, já que o prequestionamento é requisito necessário para o Resp e o
RE) – vejam que a apelação é o recurso que serve para impugnar a sentença, podendo a
parte optar pelos embargos sempre que constatar um dos vícios que autorizam sua
oposição.

4.2. Hipóteses de embargabilidade (cabimento dos embargos).

Se a recorribilidade dos embargos é ampla, porque cabem embargos de


qualquer decisão (seja das de primeira instância, seja as de tribunal, monocráticas ou
colegiadas), as hipóteses de cabimento são restritas. Não é um simples error in
procedendo ou error in judicando que dá margem aos embargos de declaração – isso é
insuficiente, é preciso preencher essas hipóteses. Tradicionalmente, são 3 hipóteses de
cabimento dos embargos.

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A primeira (e mais contundente) é a omissão judicial. A ideia é que uma


decisão será omissa quando ele deixa de abordar algo que deveria, o problema é
identificar esse algo e quando se deve analisar esse algo. Isso ganhou muita força no
novo CPC, por força da regra de fundamentação das decisões judiciais (art. 489, § 1º).
Esse algo que não foi analisado e que deveria ser não é apenas um pedido (essa é a
hipótese mais óbvia), mas pode ser também um fundamento do pedido (ou da defesa),
seja ele de fato (causa de pedir) ou também os fundamentos legais (enquadramento do
caso na norma – lei, CF, súmula, precedente, posicionamento doutrinário).
Atenção! O simples fato de um fundamento ser alegado não impõe que
ele deve ser analisado. Existem situações excepcionais nesse sentido. Uma delas é que
se torna desnecessário, porque a parte já obteve o que pretendia: se o autor usou dois
fundamentos para o pedido, como o dolo e o erro; para acolher o pedido de anulação,
basta ao juiz concordar com um deles, e se já acolheu com base no erro, não precisa
mais fazê-lo com base no dolo – o acolhimento do erro já é suficiente. Outra hipótese é
por incompatibilidade lógica: para que haja a responsabilidade civil, é preciso de fato
imputável a alguém e que dele decorra um dano (conduta, dano e nexo de causalidade);
entendendo que o fato não é imputável a alguém, não haverá compatibilidade para
reconhecer a responsabilidade civil.
Ou ainda, em relação ao pedido implícito, o juiz deve analisar e se não o
fizer, a decisão é omissa (é o caso da condenação às despesas processuais – art. 322, §
1º, CPC). Uma questão cognoscível de ofício quando não analisada também acarreta a
omissão.
As demais hipóteses são textuais (redacionais): obscuridade,
contradição e erro material.
A obscuridade acarreta problemas de compreensão do texto, por
vagueza ou ambiguidade, o primeiro diz respeito à imprecisão, às dúvidas quanto a
compreender o objeto do texto, enquanto o segundo dá-se quando o termo expressa ou
pode expressar mais de um objeto. Os embargos, nesse caso, não servirão para fazer
uma correção formal do texto da decisão, mas para possibilitar a compreensão, já que a
obscuridade por atrapalhar a própria efetivação da decisão. Por exemplo, se o juiz diz
que condena o réu quando há dois réus, o termo aí é vago.

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Já a contradição não é estritamente textual, tendo em vista que implica a


nulidade da decisão. Por exemplo, o juiz entende que a dívida está prescrita, mas
condena o réu, o que é logicamente incompatível. Antes de ter um error in judicando,
tem aí um error in procedendo.
E, por fim, o erro material, que é puramente textual, pois se trata do erro
no emprego da linguagem. E ele tem, além da textualidade, outra característica: a
obviedade. É algo patente, ou seja, é óbvio que o juiz não pretendia escrever aquilo:
errar o nome da parte, “condeno o demandante” (quando quem pode ser condenado é o
demandado), errar o número do processo, um simples erro de cálculo (cálculo
meramente aritmético). Esses erros materiais são passíveis de serem corrigidos a
qualquer tempo, isto é, não há trânsito em julgado em relação a eles. O novo CPC fez
mais: colocou o erro material como hipótese de embargos.

4.3. Procedimento.

Em que pese à unificação dos prazos recursais no novo CPC (art. 1.003,
§ 5º) para 15 dias, manteve-se para os embargos o prazo de 5 dias (art. 1.023). Vale
ressalvar que os embargos interrompem o prazo para a interposição de outros recursos,
para ambas as partes, ou seja, se o autor embargar de uma sentença, o prazo para
apelação do réu também será interrompido. Isso porque os embargos não são um
recurso próprio contra a decisão impugnada.
O órgão competente para o julgamento dos embargos é o mesmo órgão
que proferiu a decisão embargada. Por isso que se a parte embarga de uma decisão
monocrática de relator, quem julgará esse recurso é o próprio relator, já se os embargos
são opostos em face de uma decisão colegiada, a competência é do órgão. Isso serve
tanto para o julgamento de admissibilidade quanto para o de mérito.
Isso se dá pelo fato de a decisão dos embargos ter a mesma natureza da
decisão embargada. Assim, se a parte embarga de uma sentença, a decisão dos
embargos será uma sentença. O mesmo se aplica às interlocutórias, monocráticas e
acórdãos.

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O CPC em vigor deixa expresso que os embargos não têm efeito


suspensivo, porque, em verdade, o que vai marcar o efeito suspensivo é a natureza da
decisão (ex: o agravo em regra não tem efeito suspensivo; já se a decisão for apelável,
em regra, vai haver efeito suspensivo). No § 1º do art. 1.026 7, há a possibilidade de
atribuição de efeito suspensivo à decisão embargada, preenchidos seus pressupostos.
Em relação ao efeito devolutivo, este é bastante limitado. Os embargos se
prestam a suprir omissão, sanar contradição, esclarecer ou corrigir erro material. O
efeito modificativo que pode advir do julgamento dos embargos (mudando o resultado,
não necessariamente o texto da decisão). Uma ação de cobrança foi julgada procedente,
tendo o réu alegado prescrição e nulidade da dívida; se o juiz não analisou a defesa
fundada em nulidade da dívida; o réu embarga alegando omissão, e é possível que
diante disso o juiz mude o resultado, caso venha a acolher a defesa do réu, isso
implicará a decisão de improcedência. Por isso que, se for possível esse efeito
modificativo (o que se constata do pedido do embargante, que pode pedir que
determinada matéria seja analisada ou, pura e simplesmente, que deixe a decisão mais
inteligível, clara), o embargado deve ser intimado para contrarrazoar.
O provimento dos embargos por omissão pode dar ensejo a um retorno à
fase anterior do processo, fazendo regressar a marcha processual. Se, para o exame de
uma matéria não analisada na decisão embargada, for necessária a produção de prova, o
juiz deverá voltar à fase instrutória.

7
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.
§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou
relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por
cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a
até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido
considerados protelatórios.

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Se a parte embarga porque o juiz deixou de citar um litisconsorte


necessário teremos uma omissão, por exemplo. Ocorrendo isso, o juiz deverá retornar a
marcha processual ao momento da citação.
Por fim, também destacamos os embargos protelatórios. Trata-se de
recurso protelatório que implica litigância de má-fé, que é lesivo ao Estado-juiz e à
parte diversa. Isso é comum quando contra a decisão não cabe mais nenhum outro
recurso. A multa aplicável é de até 2% do valor atualizado da causa. Se ele reiterar, isto
é, logo em seguida opor outros embargos (porque em tese nada impede que se embargue
da decisão dos embargos), a multa pode ser majorada para até 10% e o embargante
perde o direito de opor novos embargos (apenas os embargos, os demais recursos
podem ser interpostos, desde que a parte pague a multa, isto é, a multa passará a integrar
o preparo do novo recurso) - art. 1.026, §§ 2º, 3º e 4º.

5. JULGAMENTO PROLONGADO (aula de Roberto Campos).

Antes de mais nada, vale frisar que agora trataremos de uma técnica de
julgamento dos tribunais e não de um recurso. Para que um remédio processual seja um
recurso, é necessário que esteja tipificado como tal em lei federal (no caso, CF ou CPC).
O julgamento prolongado é uma técnica aplicada a algumas espécies recursais, como a
apelação e o agravo de instrumento. Ademais lembremo-nos que o recurso é um
remédio processual voluntário, enquanto, como se extrai do art. 942 do CPC, o
julgamento prolongado é uma decorrência necessária de julgamento colegiado não-
unânime. 8

8
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em
sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente
suas razões perante os novos julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de
outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do
julgamento.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime
proferido em:

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O que é prolongado, não termina. Logo, quando houver necessidade de


que se aplique a técnica do julgamento prolongado previsto no art. 942 do CPC, o
julgamento vai continuar, não parando na decisão do primeiro colegiado.
O recurso mais comum de acontecer esse prolongamento é a apelação,
em qualquer hipótese em que ela for analisada por maioria, não interessando se foi
conhecida ou não conhecida, provida ou não; o que interessa é que o resultado tenha
sido não unânime. Também caberá na ação rescisória e no agravo de instrumento (§
3º). Na rescisória, deve haver a rescisão (ou seja, julgamento procedente da rescisória)
de sentença (a rescisória pode ser interposta em face de acórdão, mas aí, não caberia
prolongar o julgamento). E no agravo de instrumento, somente quando se tratar de
agravo interposto em face de decisão parcial de mérito (apenas a hipótese do inciso II
do art. 1.015) e se a decisão agravada for reformada por maioria.
Em qualquer desses casos, haverá a continuação do julgamento. Por essa
razão, não há o que se falar em recorribilidade (isto é, interposição de outro recurso
enquanto pendente o prolongamento) tampouco em trânsito em julgado.
Entende o professor que o prolongamento só ocorre no que a decisão for
julgada por maioria. Se houver capítulos julgados de forma unânime, não caberá o
prolongamento. Na prorrogação não vai ser possível analisar a parte não prorrogada,
que deverá ficar intacta. Há uma doutrina que entende que tudo é prorrogável. Isso,
além de não ser expresso no código, gera alguns sérios problemas, como a demora para
julgar a causa, já que é comum que as sessões sejam constantemente interrompidas (a
exemplo do que aconteceu no julgamento do mensalão) para resolver determinadas
questões – e se essas questões tiverem sido julgadas de modo unânime pelo primeiro
colegiado, podemos ter uma demora desarrazoada no prolongamento.
Quanto ao procedimento, o Presidente tem de pronunciar se houve
unanimidade ou maioria. Essa declaração sobre o “placar” da decisão é uma decisão e,

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

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se constata que o julgamento foi por maioria, ele deve pronunciar o prolongamento. O
CPC diz que outros membros devem compor o órgão em uma quantidade que possa
alterar o resultado do julgamento (se há originariamente 3 julgadores no órgão
compondo uma decisão por 2x1, chama-se uma quantidade que possa alterar esse
resultado; portanto, nesse exemplo, teríamos 2 novos julgadores, que podem, caso
discordem do acórdão, alterar seu resultado para 2x3).
O § 4º dispõe os casos em que não caberá o julgamento prolongado,
sendo eles a remessa necessária, o IRDR, o IAC e os julgamentos proferidos por
Plenário ou corte especial dos tribunais, ainda que não unânimes.

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