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A Prescrição e A Decadência No Direito Do Trabalho
A Prescrição e A Decadência No Direito Do Trabalho
DECADÊNCIA NO
DIREITO DO TRABALHO
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
N244a
89 p.; il.
ISBN 978-85-53158-14-0
CDD 658.404
Carlota Bertoli Nascimento
APRESENTAÇÃO.....................................................................07
CAPÍTULO 1
Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência.........09
CAPÍTULO 2
Normas Específicas à Prescrição Trabalhista..................29
CAPÍTULO 3
Prescrição e a Constituição Federal de 1988...................71
APRESENTAÇÃO
Estamos iniciando a disciplina de Prescrição e Decadência no Direito do
Trabalho. Você já sabe que determinados institutos do Direito possuem importância
ímpar no sistema jurídico democrático e social, pois têm como finalidade a
estabilidade das relações jurídicas e, portanto, busca segurança jurídica.
Agora que você já está familiarizado com o tema, tendo se apropriado dos
conceitos e teorias sobre a prescrição e decadência, vamos observar como os
institutos da prescrição e da decadência se aplicam nos contratos de trabalho e
como a doutrina e jurisprudência vêm enfrentando a temática na práxis laboral.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
Contextualização
Quantas vezes você escutou as perguntas “quantos anos você tem?”,
“quanto tempo leva pra chegar?”, “que horas são?’’.
O homem mede o tempo das mais diversas formas: em dias, horas, meses,
anos, estações, através das estrelas. O tempo determina nossas vidas em quase
todas as esferas, inclusive nas relações familiares, profissionais, financeiras etc.
O ministro do STJ Nilson Vital Naves afirmava com maestria que “o tempo
disciplina a vida do homem em todas as esferas. [...] O tempo determina o
nascimento e a extinção do direito” (NAVES, 1964, 164).
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Para aqueles, no entanto, que labutam no mundo jurídico, tal tem se tor-
nado lugar comum, em especial em tempos líquidos, segundo Bauman (2001). Na
era da informação, onde a acessibilidade está no toque dos dedos na palma da
mão, é quase impossível crer na perenidade do direito. Veja que a jurisprudência
se modifica, isso significa que a maneira de ler o direito também se modifica com
o passar dos anos e alguns direitos deixam de existir enquanto outros nascem.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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Pode-se conceituar prescrição como sendo a inércia por certo lapso temporal
definido em lei do titular de direito subjetivo violado, que culmina com a perda da
eficácia da pretensão.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Além disso, pode-se observar do próprio Código Civil, art. 207, que não se
aplicam à decadência as causas que impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição, com exceção da causa impeditiva de prescrição ao menor – art. 198 I
do Código Civil.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Com relação à natureza jurídica dos institutos, pode-se dizer que a prescrição
possui natureza jurídica de ato-fato jurídico, pois depende de uma conduta
omissiva humana – inércia do titular do direito subjetivo depende do nascimento
de uma pretensão que decorre da violação de um direito.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
Atividade de Estudos:
Márcia possuía uma dívida com Paulo e o pai dele assinou uma
confissão de dívida na data de 12/01/2013.
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Algumas Considerações
Como você pôde notar, os institutos da prescrição e da decadência, apesar
de suas ímpares aplicabilidades na práxis jurídica, ou seja, no processo, são
institutos do Direito Material e não do Direito Processual. Mesmo possuindo
eficácia dentro do processo judicial, a passagem do tempo se opera em verdade
no campo do direito subjetivo da pessoa.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Prescrição e Decadência
Referências
AGNELO, Amorim Filho. Critério científico para distinguir a prescrição da decadên-
cia e para identificar as ações imprescritíveis. Revista de direito processual civ-
il, São Paulo, v. 3, p. 95-132, jan./jun. 1961.
ASSIS, Araken. Processo civil brasileiro, volume II. Parte Geral: Institutos Fun-
damentais: Tomo I. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
______. Lei nº 3.071 de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L3071.htm Acesso em 14 fev. 2018.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo:
LTr, 2011.
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EHRHARDT JÚNIOR, Marcos. Direito civil: LICC e parte geral. Salvador: Jus
PODIUM, v.1. 2009.
NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código civil comentado.
8. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil. 20. ed. V. 1. Rio de
Janeiro: Forense, 2004.
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C APÍTULO 2
Normas Específicas à Prescrição
Trabalhista
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Contextualização
Enquanto os institutos da prescrição e decadência têm por escopo a paz
social e a segurança jurídica nas relações, o direito do trabalho busca, em última
ratio, equalizar partes de uma relação privada que, por questões históricas,
econômicas e sociais, estão em patamares não apenas diferentes, mas
essencialmente opostos.
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Deve ser relembrado que naquele período ainda não havia Justiça do
Trabalho e, com a organização pelo Decreto-Lei 1.237/1939, regulamentada pelo
Decreto 6.596/1940, toda e qualquer reclamação perante a Justiça do Trabalho
se aplicava o prazo de prescrição de dois anos, salvo expressa previsão em
contrário. Assim, até o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho, em
1943, o prazo de prescrição das pretensões laborais era de dois anos para os
trabalhadores urbanos e rurais.
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"a) (Revogada)"
"b) (Revogada)".
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Não por outro motivo a referida Emenda Constitucional sofreu severas críticas
da doutrina ante a sua incompatibilidade material com o sistema, sofrendo os
direitos fundamentais para um retrocesso social (OLIVEIRA, 2013). Em verdade,
melhor seria se o legislador tivesse equiparado os direitos dos trabalhadores
urbanos aos dos trabalhadores rurais e não o contrário. Hoje estão equiparados
para fins prescricionais e, portanto, para os efeitos do instituto como um todo no
contrato celetista, os contratos urbanos e rurais, a despeito da incongruência da
modificação com o sistema constitucional vigente. Assim, convém que fixemos
os conceitos e as diferenciações entre as prescrições existentes no contrato de
emprego: a prescrição quinquenal e a prescrição bienal.
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Ainda, após extinto o contrato de trabalho, o empregado tem dois anos para
propor a ação trabalhista.
Fonte: A autora.
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É o relatório.
(...)
2 - MÉRITO DO RECURSO
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
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A resposta dada pela doutrina é clara: não se afasta a regra da CLT, pois
não adotou como critério a incapacidade absoluta, mas critério especial de
menoridade. Assim leciona Delgado (2016, p. 250):
Contudo, lembre-se de que determinada regra vale para o trabalhador e não para
os seus herdeiros. Todas as regras existentes no Código Civil sobre impedimento de
fluência do prazo prescricional se aplicam aos contratos de trabalho.
As regras presentes no art. 197, incisos I e II do Código Civil, têm por escopo,
segundo Pamplona Filho e Fernandez (2017), a paz no núcleo familiar. O autor cita
como exemplo um escritório de arquitetura onde laboram arquiteta e seu marido,
este com vínculo regular empregatício com aquela e o pai daquele possua um
estabelecimento empresarial onde um dos empregados seja seu neto de 17 anos.
Quadro 1 – Comparação
Anterior Atual
Art. 3o São absolutamente incapazes de ex-
ercer pessoalmente os atos da vida civil:
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Assim, antes de 2016, quando passou a ter vigência a redação da Lei 13.146,
as pessoas que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos, ou os que, mesmo por causa transitória,
não puderem exprimir sua vontade, na esfera trabalhista também tinham proteção
contra o início da fluência da prescrição. Hoje, como não existe regra semelhante
na CLT, tendo a redação do CCB modificado, não se presume a incapacidade
absoluta dessas pessoas, assim, salvo prova em contrário, correm normalmente
os prazos de prescrição.
Acórdão
V O T O:
CONCLUSÃO:
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
É o relatório.
VOTO
1. CONHECIMENTO
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Conheço.
2. MÉRITO
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
ISTO POSTO
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Se a parcela for assegurada por lei, como horas extras, adicional noturno,
etc., a prescrição aplicável é a parcial, no entanto, quando se trata de parcela
alcançada pelo empregador não prevista em lei, como plano de saúde, premiação,
etc., a prescrição será total. Em ambos os casos o início do prazo é o momento
em que o empregador deixa de pagar.
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Findamos a primeira parte do Capítulo 2 para que você fixe a matéria. Tente
resolver o problema a seguir e discuta com seus colegas o caso:
Atividade de Estudos:
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c) Para que Tício tenha direito a todas as parcelas não pagas durante o
contrato de trabalho, qual a data limite para a propositura da ação?
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
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Prescrição Intercorrente
O tema da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho sempre foi um
tema muito controverso ante a diversidade das súmulas do Supremo Tribunal
Federal e do Tribunal Superior do Trabalho.
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Vamos analisar cada uma dessas súmulas, bem como a nova redação da
CLT que trouxe a prescrição intercorrente para o processo laboral.
A nova redação da CLT que prevê no seu art. 11-A a possibilidade de aplicação
da prescrição intercorrente não é construção nova, vindo sendo discutida pela
doutrina e jurisprudência há muito tempo. Vejamos a redação do referido artigo:
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Prescrição e Ampliação da
Competência na Justiça do Trabalho
Como você já sabe, a competência da Justiça do Trabalho foi ampliada no ano
de 2004 com a Emenda Constitucional 45. Assim, a Justiça do Trabalho passou
a ser competente não apenas para resolução de lides decorrentes da relação de
emprego, mas também da relação de trabalho, ou seja, a justiça especializada
é competente para dirimir, desde então, lides entre sindicatos, entre trabalhador
autônomo e tomador de serviços etc.
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
Algumas Considerações
Como você pôde notar no direito do trabalho, os prazos de prescrição são
basicamente dois: o de cinco anos e o de dois anos, este, via de regra, para
a propositura da reclamatória trabalhista, e aquele, incidente sobre as parcelas
devidas na relação de emprego.
Ocorre que algumas parcelas, quando não pagas, são fulminadas pela
prescrição na sua totalidade, ou seja, mesmo que a ação tenha sido proposta
dentro do biênio citado na Carta Constitucional, o empregado não mais terá direito
de perceber a referida parcela, como aquelas decorrentes de modificação do
contrato de trabalho não asseguradas em lei.
Como você pôde observar, os temas estudados ainda são sensíveis aos
doutrinadores e à jurisprudência nacional, pois enfrentam fatos e matérias de
relevância, como o dano moral decorrente do acidente do trabalho e a ampliação
da competência da Justiça Especializada.
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 10. ed. Atualizada por
José Claudio Franco de Alencar. São Paulo: LTr, 2016.
______. Lei nº 3.071 de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L3071.htm Acesso em 14 fev. 2018.
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Capítulo 2 Normas Específicas à Prescrição Trabalhista
______. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011.
______. Curso de direito do trabalho. 15. ed. São Paulo: LTr, 2016.
GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. 6. ed. rev. amp.
atual. Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 519-520.
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 12. ed. São Paulo:
LTr, 2017.
SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. A prescrição do direito de ação para pleitear indeni-
zação por dano moral e material decorrente de acidente do trabalho. Revista LTr,
São Paulo, ano 70, n. 05, mai. 2006.
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C APÍTULO 3
Prescrição e a Constituição Federal
de 1988
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
Contextualização
Caro acadêmico,
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O Art. 11 da CLT, com redação dada pela Lei n° 9.658/1998, ainda vigente,
corroborou determinado posicionamento:
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
Súmula n° 275:
PRESCRIÇÃO. DESVIO DE FUNÇÃO E REENQUADRAMENTO
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 144 da SBDI-
1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a prescrição só
alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco)
anos que precedeu o ajuizamento (ex-Súmula nº 275 – alterada
pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).
II - Em se tratando de pedido de reenquadramento, a prescrição
é total, contada da data do enquadramento do empregado (ex-
OJ nº 144 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) (TST, 2003, s.p.).
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A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO
Súmula nº 452:
DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.
DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO
OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL. (conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 404 da SBDI-1) –
Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças salariais
decorrentes da inobservância dos critérios de promoção
estabelecidos em Plano de Cargos e Salários criado pela
empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois a lesão é
sucessiva e se renova mês a mês (TST, 2014, s.p.).
a) FGTS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS - foi criado com o objetivo
de proteger o trabalhador. É um fundo consistente em recolhimentos mensais de
valores que enquanto conjunto de depósitos constitui-se ainda em um fundo social
de aplicação variada (DELGADO, 2011, p. 259).
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
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Na redação do novo Código Civil, o legislador, na parte final, que trata dos
atos das disposições transitórias, previu que nos casos da prescrição aquisitiva
de direitos - usucapião, que tiveram seu prazo diminuído no Novo Código (assim
como o entendimento sobre o FGTS pelo STF), o julgador deve observar o prazo
da legislação anterior quando já houver ultrapassado mais da metade do tempo, a
fim de se respeitar o direito adquirido daquela parte da relação jurídica que pode
ser prejudicada com a nova contagem do lapso prescricional, utilizando esse
critério de forma analógica ao FGTS.
b) INSS
Diante das inúmeras ações sobre o tema e já tendo o STF decidido com
repercussão geral, editou a Suprema Corte a súmula vinculante nº 8: “São
inconstitucionais o parágrafo único do Artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os
Artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de
crédito tributário” (STF, 2017, p. 11-12).
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
c) RAIS e PIS
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Quadro 2 - Comparação
Fonte: A autora.
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
O referido artigo propõe ainda que a prescrição pode ser declarada de ofício.
Já observamos no capítulo anterior a celeuma existente sobre a possibilidade
de declaração de ofício da prescrição, a qual continua a existir. Cremos que a
interpretação da lei deve ser restritiva, ou seja, a única forma de prescrição que
pode ser reconhecida de ofício é a intercorrente.
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
Algumas Considerações
Nesta disciplina, estudamos os institutos da prescrição e da decadência e
seus efeitos no Direito do Trabalho, além dos efeitos do tempo e sua aplicação
nos direitos subjetivos que decorrem da relação de trabalho.
Como você pôde observar ao longo dos capítulos, a prescrição fulmina uma
pretensão de direito, que nasce da violação de um direito subjetivo. Contudo, não
se pode dizer que a prescrição é sinônimo de sanção, ou seja, a prescrição não é
uma sanção para aquele que deixa de buscar o socorro judicial.
Você já deve ter escutado o famoso brocardo jurídico “o direito não socorre
a quem dorme”. Na verdade, a passagem do tempo que fulmina a pretensão de
direito ocorre porque o titular dessa pretensão deixou de agir, assim, podemos
pensar que o sujeito não necessitava daquilo que deixou prescrever.
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo:
LTr, 2016.
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Capítulo 3 Prescrição e a Constituição Federal de 1988
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo:
LTr, 2011.
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 12. ed. São Paulo:
LTr, 2017.
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