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O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da
Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico
da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação.
Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmata, que provavelmente
eram figuras baseadas na dissecação animal.
No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas
descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram
dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A.C. a dissecação humana foi proibida
novamente por razões éticas e religiosas. No século II D.C., Galeno dissecou quase tudo, macacos e
porcos, aplicando depois os resultados obtidos na anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo,
alguns erros foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos.
Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da “causa final”, um sistema teológico que requeria que todos
os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a compreendia. Porém não chegaram até nós as
ilustrações anatômicas do período clássico, sendo as “séries de cinco figuras” medievais dos ossos, veias,
artérias, órgãos internos e nervos são provavelmente cópias de desenhos anteriores. Invariavelmente, as
figuras são representadas numa posição semelhante à de uma rã aberta, para demonstrar os diversos
sistemas, às vezes, se agrega uma sexta figura que representa uma mulher grávida e órgãos sexuais
masculinos ou femininos.
Nos antigos baixos-relevos, camafeus e bronzes aparecem muitas vezes representações de
esqueletos e corpos encolhidos cobertos com a pele (chamados lêmures), de caráter mágico ou simbólico
mais que esquemático e sem finalidade didática alguma.
Parece que o estudo da anatomia humana recomeçou mais por razões práticas que intelectuais. A guerra
não era um assunto local e se fez necessário dispor de meios para repatriar os corpos dos mortos em
combate. O embalsamento era suficiente para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas
introduziram a prática de “cocção dos ossos”. A bula pontifica De sepulturis de Bonifácio VIII (1300), que
alguns historiadores acreditaram equivocadamente proibir a dissecção humana tentava abolir esta prática.
O motivo mais importante para a dissecação humana foi o desejo de saber a causa da morte por razões
essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa importante ou elucidar a
natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. O verbo “dissecar” era usado também para descrever a
operação cesariana cada vez mais freqüente. A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no
mundo natural.
As ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a capacidade dos escritores era
limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram pelo menos alguns erros tanto de conceito como de
técnica. As coisas “eram vistas” tal quais os antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um
curto-circuito do próprio método de estudo. A anatomia não era uma disciplina independente, mas um
auxiliar da cirurgia, que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos
apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa qualidade oposta à prática,
as figuras não-realistas e esquemáticas foram suficientes. O primeiro livro ilustrado com imagens impressas
mais do que pintadas foi a obra de Ulrich Boner Der Edelstein. Foi publicada por Albrecht Plister em
Banberg depois de 1460 e suas ilustrações foram algo mais que decorações vulgares. Em 1475, Konrad
Megenberg publicou seu Buch der Natur, que incluía várias gravuras em madeira representando peixes,
pássaros e outros animais, assim como plantas diversas. Essas figuras, igual a muitas outras pertencentes
a livros sobre a natureza e enciclopédias desse período, estão dentro da tradição manuscrita e são
dificilmente identificáveis.
Dentre os muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento da técnica ilustrativa no começo
do século XVI, dois ocuparam lugar destacado: o primeiro foi o final da tradição manuscrita consistente em
copiar os antigos desenhos e a conversão da natureza em modelo primário. Chegou-se ao convencimento
de que o mais apropriado para o homem era o mundo natural e não a posteridade. O escolasticismo de São
Tomás de Aquino havia preparado inadvertidamente o caminho através da separação entre o mundo natural
e o sobrenatural, prevalecendo a teologia sobre a ciência natural. O segundo fator que influiu no
desenvolvimento da ilustração científica para o ensino foi a lenta instauração de melhores técnicas. No
começo os editores, com um critério puramente quantitativo, pensaram que com a imprensa poderiam fazer
grande quantidade de reproduções de modo fácil e barato. Só mais tarde reconheceram a importância que
cada ilustração fosse idêntica ao original. A capacidade para repetir exatamente reproduções pictóricas,
daquilo que se observava, constituiu a característica distinta de várias disciplinas científicas, que
descartaram seu apoio anterior à tradição e aceitação de uma metodologia, que foi descritiva no princípio e
experimental mais tarde.
Nomenclatura
Pode ser tradicional ou clássica, a qual diverge em cada país, e internacional onde o significado dos
termos anatômicos são os mesmos, mas sua escrita e leitura são traduzidas para cada nação conforme a
sua língua de origem. No final do último século, foi criada uma comissão de eminentes autoridades de
vários países da Europa e Estados Unidos denominada BNA (Basle Nomina Anatomica) que foi substituída
pela PNA (Paris Nomina Anatomica). Esta comissão é responsável pela nomenclatura anatômica que será
utilizada em todo o mundo.
Posição Anatômica: Deve-se considerar a posição anatômica como a de um atleta em posição ereta, em
pé, com o olhar para o horizonte e a linha do queixo em paralelo à linha do solo. Os braços pendentes,
mãos espalmadas, dedos unidos e palmas voltadas para frente. Os pés também unidos e pendentes. Desse
modo podemos relacionar de forma precisa e padronizada todas as estruturas anatômicas.
Planos Anatômicos: Têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as
estruturas anatômicas com relação espacial. Ou seja, através dos planos anatômicos podemos dividir o
corpo humano em 3 dimensões e assim podemos localizar e posicionar todas estruturas.
Plano Coronal: É o plano que corta o corpo lateralmente, de uma orelha a outra. Possui esse nome porque
passa exatamente na sutura coronal do crânio. Também pode ser chamado de plano frontal. Ele determina
se uma estrutura é anterior ou posterior.
Plano Sagital: É o plano que corta o corpo no sentido ântero-posterior, possui esse nome porque passa
exatamente na sutura sagital do crânio; quando passa bem no meio do corpo, sobre a linha sagital mediana,
é chamado de sagital mediano e quando o corte é feito lateralmente a essa linha, chamamos paramediano.
Determina uma porção direita e outra esquerda. Também nos permite dizer se uma estrutura é lateral ou
medial. Dizemos que é lateral quando a estrutura se afasta da linha mediana e dizemos que é medial
quando ela se aproxima da linha mediana. Por exemplo: Podemos dizer que o mamilo é medial e que o
ombro é lateral. Outro exemplo são os maléolos: Medial e Lateral.
Plano Transversal: É o plano que corta o corpo transversalmente, também é chamado de plano axial.
Através desse plano podemos dizer se uma estrutura é superior ou inferior.
Termos de movimento
Flexão: diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas estruturas ósseas.
Extensão: aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas ósseas.
Rotação medial / Interna: gira a face anterior do membro para dentro.
Rotação lateral / Externa: gira a face anterior do membro para fora.
Adução: aproximar o membro do eixo sagital mediano.
Abdução: afastar o membro do eixo sagital mediano.
Embriologia - Introdução
Embriologia é a ciência que estuda a formação e o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do ser
humano. Todo organismo sofre mudanças progressivas durante sua vida. Essas mudanças são muito mais
pronunciadas e rápidas nas fases mais jovens do desenvolvimento, principalmente na fase embrionária. E
embora o nascimento seja um momento que marca o término de uma fase e o início de outra, não
representa o fim dos processos de desenvolvimento humano. A embriologia se ocupa das transformações
sofridas pelo óvulo até o nascimento. Em termos didáticos, engloba o período de gametogênese,
fertilização, clivagem, gastrulação e organogênese.
O desenvolvimento de cada ser humano começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
Após a fecundação tem início uma série de eventos que caracterizam a formação do zigoto que dará origem
ao futuro embrião.
Períodos:
Período Embrionário (Organogênese) – 4ª à 8ª Semana.
Período Fetal – 9ª à 38ª semana.
Gestação pré-termo – Antes de 37 semanas completas (até 36 sem e 6 dias).
Gestação a termo – Entre 37 semanas completas e 41 sem e 6 dias.
Gestação pós-termo – Após 42 semanas completas.
A Embriologia como ciência
O primeiro método utilizado na investigação do desenvolvimento embrionário foi o da observação.
Aristóteles, estudando embriões de aves, foi o primeiro a fornecer informações corretas sobre o
desenvolvimento do embrião. Infelizmente só depois da Idade Média é que apareceram os novos dados,
com as observações mais precisas de Fabrizio D'Acquapendente (1537-1619), William Harvey (1578-1667)
e Marcello Malpighi (1628-1694). A embriologia, porém só veio a se firmar como ciência, após os trabalhos
de Von Baer (1792-1876), considerado o pai da embriologia moderna; foi ele quem identificou o óvulo dos
mamíferos, distinguindo-o do folículo de Graaf e também demonstrou a importância dos folhetos
germinativos no desenvolvimento embrionário. Só após o estabelecimento da teoria celular (1839) foram
lançadas as linhas mestras da embriologia atual.
Obs.: Nos dois primeiros meses (8º- 9º semana) de gestação, os dois sexos se desenvolvem de maneira
exatamente idêntica, ou seja, não é possível notar diferenças no fenótipo. No final desse período as
gônadas se diferenciam em ovários e testículos, lembrando que os testículos ainda estão dentro da
cavidade abdominal, só migrando para a bolsa escrotal no final da gestação. O desenvolvimento da
genitália externa e dos caracteres sexuais secundários se completa por volta da 12º semana de gestação.
Como o cariótipo XX ou XY irá determinar a formação do testículo ou do ovário?
O interessante é que para formar o ovário não é necessário que nenhuma mensagem genética ocorra, o
ovário irá se formar independente do cariótipo sexual. Mas o testículo necessita da presença da mensagem
do gene SRY (ligado ao cromossomo Y) para que a crista genital se diferencie em testículo. A ausência
deste gene levará a formação dos ovários.
Genitália Interna
Entende-se por genitália interna o aparelho sexual feminino: útero, vagina e trompas uterinas.
Aparelho sexual masculino: ducto deferente, vesícula seminal, próstata e ducto ejaculatório. O trato
urogenital inferior interno é derivado de dois conjuntos de ductos, os ductos de Wolff e ductos de Müller, os
quais estão presentes precocemente em ambos os sexos. Nas mulheres os ductos de Müller originam as
trompas uterinas, útero e os 2/3 superiores da vagina, os ductos de Wolff persistem na forma vestigial. Nos
homens, os ductos de Wolff originam o epidídimo, vaso deferente, vesícula seminal e ducto ejaculatório, os
ductos de Muller regridem. É importante sabermos que o desenvolvimento dos ductos de Müller e de Wolff
depende de controles hormonais. O hormônio antimülleriano (AMH ou MIF - Fator de inibição Mülleriano),
uma glicoproteina secretada pelas células de Sertoli do testículo fetal (a partir da 6º semana) é fundamental
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para a regressão dos ductos de Müller. A testosterona, secretada pelos testículos a partir da 8º semana vai
estimular a diferenciação dos ductos de Wolff. Desta forma, na presença de hormônios masculinos ocorre a
formação da genitália interna masculina e ausência da feminina. Na ausência de qualquer hormônio, o
caminho natural da diferenciação é a formação da genitália interna feminina.
Temos que saber que o embrião, tanto masculino quanto feminino, encontra-se sobre estímulo de elevados
níveis de estrogênio materno. Por isso a ausência de hormônios masculinos no embrião XY pode levar ao
aparecimento de caracteres femininos.
Genitália Externa
Desenvolve-se tanto no homem quando na mulher, a partir de precursores comuns:
Tubérculo Genital, Protuberância Genital (eminências labioescrotais), Dobras Urogenitais e Seio Urogenital.
Nas mulheres, o tubérculo genital origina o clitóris, as protuberâncias genitais originam os grandes lábios e
as dobras urogenitais os pequenos lábios.
Nos homens, as protuberâncias genitais se fundem para formar a bolsa escrotal, as dobras
urogenitais se alongam e se fundem para formar o corpo do pênis e a uretra peniana e o tubérculo genital
forma a glande do pênis. O seio urogenital dará origem à próstata.
Sistema Ósseo - Osteologia - Introdução
Os ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo uns aos outros, por intermédio
das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja
principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).
No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm células ósseas
chamadas osteócitos. Cada osteócito possui prolongamentos chamados canalículos, que se estendem a
partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, formando assim, uma rede de
canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado. Quanto à irrigação do osso, temos os
canais de Volkman (vasos sangüíneos maiores) e os canais de Havers (vasos sangüíneos menores). O
tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o periósteo tem drenagem linfática. O periósteo é uma
delgada membrana conjuntiva que reveste o osso, com exceção das superfícies articulares. Apresenta dois
folhetos: um superficial e um profundo (contato direto com o osso). Além da função de proteção, o periósteo
é responsável pela reconstituição do osso em casos de fratura. O endósteo é um tecido que reveste tanto o
osso que está voltado para a cavidade medular quanto as trabéculas do osso esponjoso.
Funções: Sustentação do organismo, Proteção de órgãos nobres (coração, pulmões, cérebro) e
Hematopoiética (produz células sangüíneas) e armazenamento de cálcio e fosfato.
Quantidade: É clássico admitir que o corpo humano possua 206 ossos. Mas esse número varia de
indivíduo para individuo, e na mesma pessoa varia conforme a idade.
Quando você era criança possuía mais ossos que agora. Isso ocorre porque nas crianças alguns
ossos ainda não se uniram e no adulto alguns ossos "acessórios" podem aparecer (ossos sesamóides).
Cabeça = 22 (08 ossos do crânio e 14 ossos da face);
Pescoço = 08 (07 vértebras cervicais e osso hióide);
Tórax = 37 (24 costelas, 12 vértebras e osso esterno);
Abdômen = 7 (5 vértebras lombares, 1 sacro e 1 cóccix);
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Membro Superior = 32 ossos de cada lado (Clavícula, Escápula , Úmero (braço), Rádio e Ulna (antebraço) e
Mão com 27 ossos);
Membro Inferior = 31 ossos de cada lado (Quadril, Coxa (fêmur), Joelho (patela), Perna (tíbia e fíbula) e
Ossos do Pé = 26;
Ossículos do Ouvido Médio = 3 ossos de cada lado ( Martelo, Bigorna e Estribo).
Divisão do esqueleto: O esqueleto pode ser dividido em esqueleto apendicular e axial. O Esqueleto axial é
composto pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.
O esqueleto apendicular: é composto pelos membros superiores e inferiores, incluindo suas cinturas.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular (formada pela
Clavícula e Escápula) para unir os membros superiores ao esqueleto axial. E cintura pélvica (formada pelo
Ilíaco) para unir os membros inferiores ao esqueleto axial.
Classificação dos ossos: Os ossos são classificados de acordo com a sua forma e composição.
Ossos Longos: São aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e espessura.
Os ossos longos apresentam uma escavação central que é o canal medular, onde se encontra a medula
óssea. Os ossos longos são constituídos por um corpo (diáfise) e 02 extremidades (epífises). Exemplo:
Fêmur (osso da coxa)
Ossos Curtos: São aqueles em que as 03 dimensões se equivalem. São ossos mais ou menos cúbicos.
Exemplo: Ossos do Tarso (pé)
Ossos Laminares ou Planos: São ossos finos, em que o comprimento e a largura predominam sobre a
espessura. Exemplo: Parietal (osso do crânio)
Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo:
Costelas.
Ossos Pneumáticos: São ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios da
face), apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. Exemplo: Esfenóide, Frontal, Maxilar
Ossos Irregulares: São ossos com características específicas, apresentam forma irregular, sem padrões.
Exemplo: Vértebras.
Acidentes Ósseos: São marcas que os ossos possuem. Damos nome a qualquer impressão que o osso
possa ter, pode ser uma depressão, um "furo ou buraco", uma elevação.
Eminências: São elevações que o osso pode apresentar. Podem fazer parte de uma articulação como
também podem servir para inserções musculares ou ligamentares ou para os mais diversos fins. Como
exemplo de eminência articulares temos: cabeças, trócleas e côndilos.
Não articulares: Processos, tubérculos, tuberosidades, trôcanteres, espinha, eminência, lâminas e cristas.
Depressões: Como o nome já diz, são escavações que o osso pode apresentar. Podem fazer parte de uma
articulação como também podem servir para inserções musculares ou ligamentares, para permitir a
passagem de nervos ou vasos e também para outros fins.
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Crânio
O crânio é a estrutura óssea que forma o esqueleto da cabeça. Situado na parte mais alta do corpo humano
ele é sustentado pela coluna cervical. Possui um formato oval e é levemente maior em sua parte posterior
do que na parte frontal. É composto por uma serie de ossos planos e irregulares, que são imóveis (exceção
da mandíbula), totalizando 22 ossos.
Pode ser dividido em face e o crânio propriamente dito.
O crânio é constituído por 08 ossos:
01 Occipital; 02 Parietais;
01 Frontal; 02 Temporais;
01 Esfenóide; 01 Etmóide
Sacro: Tem a forma de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice para baixo.
Articula-se superiormente com a 5ª vértebra lombar e inferiormente com o cóccix. Esse osso nada mais é a
fusão de cinco vértebras, que na criança ainda podem estar separadas. Ele apresenta 04 faces: duas
laterais, uma anterior e uma posterior. Possui também uma base, que é proximal e se articula com a 5º
vertebral lombar; e um ápice, que é distal e articula-se com o cóccix.
Tórax
Os ossos do tórax formam uma verdadeira caixa com algumas fenestrações, que são os espaços entre as
costelas. Elas formam um verdadeiro gradil, denominado gradil costal. Além disso, o esqueleto torácico
possui uma abertura superior que permite que as diversas estruturas do pescoço ganhem a cavidade
torácica. O tórax é constituído posteriormente pelas 12 vértebras torácicas, anteriormente pelo osso esterno
e lateralmente por 12 pares de costelas.
Esterno
É um osso chato, plano e ímpar. É um importante osso hematopoiético. Articula-se com as clavículas e com
as cartilagens das 07 primeiras costelas. Constituído por 03 partes: manúbrio, corpo e processo ou
apêndice xifóide.
Costelas
São ossos alongados, em forma de semi-arcos, que se articula com as vértebras e com o esterno. Temos
ao todo 12 pares de costelas e podemos classificá-las em:
Verdadeiras: são 07 pares de costelas que se articulam diretamente com o esterno através das cartilagens
costais. Ressaltando que são as 07 primeiras costelas;
Falsas: 03 pares, elas se articulam indiretamente com o osso esterno;
Flutuantes: 02 pares são os dois últimos pares de costelas. Recebem esse nome porque não se articulam
com o esterno, estão fixadas somente às vértebras.
Membro Superior
O Membro superior é composto por cerca de trinta ossos articulados entre si, a extremidade superior do
corpo humano é formada pelo ombro (articulação), braço, antebraço, mão e dedos. A articulação do ombro
permite o movimento circular dos braços e os dois ossos no antebraço (ulna e rádio) permitem a rotação da
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mão em movimentos chamados de pronação e supinação que permitem uma gama extra de movimentos à
mão. Movimentos que não se encontram na maior parte dos vertebrados. E a pinça entre o polegar e o
indicador, que é um movimento exclusivo do homem e permite que a manipulação mais precisa dos objetos.
O membro superior começa na cintura escapular, estrutura que une o membro ao tórax. É composta pela
Escápula e pela Clavícula.
Escápula: É um osso par, chato bem fino podendo ser translúcido em certos pontos. Forma a parte dorsal
da cintura escapular. Tem a forma triangular apresentando 02 faces, 03 bordas e 03 ângulos. A escápula
articula-se com dois ossos: úmero e clavícula.
Clavícula: Osso longo e par, que apresenta um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises). Tem formato
de "S" e forma a porção ventral da cintura escapular. A clavícula articula-se com dois ossos: escápula e
esterno.
Úmero: Osso do braço. É o maior e mais longo osso do membro superior. Apresenta 02 epífises e uma
diáfise. O úmero articula-se com três ossos: a escápula, o rádio e a ulna.
Rádio: É um osso longo, paralelo e lateral à ulna. Apresenta 02 epífises e 01 diáfise. O rádio articula-se
com quatro ossos: o úmero, a ulna, o escafóide e o semilunar.
Ulna: É um osso longo que apresenta 02 epífises e 01 diáfise. Ocupa o lado medial do antebraço. A ulna
articula-se com dois ossos: o úmero e o rádio.
Olécrano: Eminência grande que forma a ponta do cotovelo.
Mão: Se divide em: carpo, metacarpo e falanges.
Ossos do Carpo: São oito ossos distribuídos em duas fileiras: proximal e distal.
Fileira Proximal: Escafóide, Semilunar, Piramidal e Pisiforme
Fileira Distal: Trapézio, Trapezóide, Capitato e Hamato;
Metacarpo: É constituído por 05 ossos metacarpianos que são numerados no sentido látero-medial
em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos da mão. Considerados ossos longos, apresentam
uma epífise proximal que é a base, uma diáfise (corpo) e uma epífise distal que é a cabeça;
Dedos da Mão ou Quirodáctilos: Apresentam 14 falanges:
Do 2º ao 5º dedos: Falanges: Proximal, Média e Distal;
1º Dedo (Polegar): Falanges: Proximal e Distal.
Músculos da Cabeça
Os músculos da cabeça podem ser divididos em músculos da mastigação e músculos da mímica facial.
Existem outros músculos que se localizam na cabeça mas fazem parte do sistema sensorial, como língua,
músculos oculares e da faringe.
Músculos da Mastigação
Músculo Temporal: É um músculo largo, plano e triangular localizado na fossa temporal, na face
lateral da cabeça. Passa por baixo do arco zigomático, para se inserir na mandíbula;
Músculo Masseter: É o músculo mais potente da mastigação, é quadrangular e espesso. O
músculo masseter é constituído de 02 porções, uma profunda e outra superficial;
Músculos da Mímica Facial: Como o próprio nome já diz, os músculos da mímica facial são
responsáveis pelas expressões faciais. São delgados músculos cutâneos que de um modo geral se
originam ou da fáscia ou dos ossos da face e se fixam à derme, desta forma sua contração é capaz
de mexer a pele e mudar a expressões faciais, fechar os olhos ou dilatar as narinas entre outros
movimentos. É importante lembrarmos que todos os músculos faciais são inervados pelo VII par
craniano, o nervo facial.
Músculo Orbicular do Olho: Este músculo contorna toda a circunferência da órbita. Divide-se em três
porções: palpebral, orbital e lacrimal.
Ação: Fecha as pálpebras, comprime o saco lacrimal e movimenta os supercílios;
Músculo Zigomático Menor: É um músculo cilíndrico e estreito, situado lateralmente ao músculo
levantador do lábio superior.
Ação: Auxilia na elevação do lábio superior e acentua o sulco nasolabial.
Músculo Zigomático Maior: É mais largo que o zigomático menor, localizado na bochecha, se estende do
osso zigomático à comissura labial onde se funde as fibras dos músculos levantador do ângulo da boca e
orbicular da boca.
Ação: Traciona o ângulo da boca para trás e para cima (risada);
Músculo Risório: É plano e delgado, está situado na bochecha e suas fibras se confundem com as fibras
do músculo platisma.
Ação: Retrai o ângulo da boca lateralmente (riso forçado)
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Músculo Orbicular da Boca: Contorna a boca lhe proporcionado função de esfíncter. Suas fibras possuem
diferentes direções e se confundem com as fibras de outros músculos mímicos da boca, o que garante a
esse músculo inúmeros movimentos.
Ação: Movimentam os lábios, as asas do nariz e a pele do mento
Músculo Bucinador: Importante músculo acessório na mastigação, mantendo o alimento sob a pressão
direta dos dentes. Está situado sob o músculo masseter.
Ação: Deprime e comprime as bochechas contra a mandíbula e maxila. Importante para assobiar e soprar
Músculos do Pescoço
A região cervical pode ser dividida para o estudo anatômico em pescoço e nuca. A nuca é a parte posterior
da região cervical, estende desde a cabeça até o dorso unindo-se esse através do músculo trapézio.
Músculos do Tórax
O tórax é a porção mais superior do tronco. Possui um formato cônico com o vértice superior e base inferior.
O limite superior do tórax se faz na abertura superior do tórax por onde da continuidade ao pescoço. Seu
limite inferior é dado pelo diafragma, que o separa a cavidade torácica da abdominal e belo rebordo costal
da caixa torácica. Seu arcabouço, que forma seu limite externo, pode ser dividido em caixa torácica e
parede torácica. A caixa torácica é constituída pelas vértebras torácicas, costelas, cartilagens costais,
esterno e músculos intercostais. A parede torácica é formada por todos os tecidos de revestimento e
músculos dessa região.
Músculos do Dorso
O dorso corresponde à região posterior do tronco e se estende desde a nuca até o cóccix. É a parte do
corpo humano que contém mais músculos. A musculatura do dorso reveste posteriormente a coluna
vertebral e as costelas e essas formam seu esqueleto ósseo, onde estarão fixados os diversos músculos
dessa região.
Músculo Trapézio: É um músculo amplo, plano e triangular. Em latim trapezius. Recebe este nome por seu
formato. Estende-se desde o osso occipital até a 12º vértebra torácica revestindo, desta forma, a parte
posterior do pescoço, superior e dorsal dos ombros e parte superior do dorso. Ação: Elevação e adução da
escápula.
Músculo rombóide maior: É plano e quadrangular. Está situado na parte superior do dorso, entre as
escápulas e é recoberto pelo m. trapézio. Ação: Adução da escápula.
Músculo rombóide menor: De uma maneira geral seus limites de diferenciação com o m. rombóide maior
são imprecisos e suas fibras por vezes se misturam. Está situado no mesmo plano, porém superior ao m.
rombóide maior. Ação: Adução e levantamento da escapula
Músculo serrátil anterior: É um músculo delgado e quadrangular, situado na parede latero-posterior da
caixa torácica, recobrindo as costelas e em sua parte posterior é recoberto pela escápula. Também é
considerado músculo do tórax. Ação: Abdução da escapula e fixa-a junto ao corpo. Auxilia na inspiração
elevando as costelas
Músculos do Abdome
O abdome forma a porção média do tronco, situado entre o tórax e a pelve. Ao contrario das outras
estruturas do tronco, o abdome não tem proteção óssea. Sendo seu esqueleto formado unicamente pela
coluna vertebral e suas paredes laterais e anteriores constituídas eminentemente por músculos, isso
confere a essa região a maior mobilidade encontrada no tronco. Os músculos do abdome podem ser
divididos em músculos ântero-laterais e músculos posteriores. Os músculos posteriores, ilíaco e psoas, são
comuns ao quadril e ao membro inferior e serão estudados juntamente com os músculos do membro
inferior, com exceção do quadro lombar que será abordado adiante.
Músculos do Quadril
Ilíaco: É um músculo plano e triangular que está situado na fossa ilíaca e é recoberto parcialmente pelo m.
psoas. Ação: Flexão do quadril
Psoas: É um músculo volumoso e fusiforme. Está situado ao lado da coluna lombar, na face posterior da
cavidade abdominal. É composto por duas porções que também podem ser consideradas como músculos
individuais. À maior porção dá-se o nome de Psoas Maior (em latim psoas magnus) e à menor de psoas
menor (em latitm psoas parvus), está porção menor geralmente está ausente. Ação: Flexão e extensão da
coluna lombar; flexão e rotação do quadril
Músculos da Coxa
Bíceps Femoral: Triangular e largo. È formado por duas porções, a porção longa é medial, maior e
tem origem no tuber isquiático. A porção curta é menor e lateral, se origina da linha áspera do
fêmur. Ação: Extensão, adução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação lateral da perna
Quadríceps Femoral: Localizado na face anterior da coxa, este músculo envolve quase que por
completo o fêmur. É composto por quatro músculos que recebem nomes distintos, pois tem origens
diferentes, mas possuem uma única inserção comum. São eles:
Reto femoral: É o maior em comprimento. Está situado no meio da coxa e é um músculo
bipeniforme;
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Vasto medial: É uma lamina muscular plana e grossa que está situada na face medial da coxa, se
confunde com o m. vasto intermédio na sua porção anterior;
Vasto lateral: É o maior músculo do quadríceps. Recobre quase que toda a face antero-lateral da
coxa. Está recoberto pelo m. tensor da fáscia lata em sal região proximal;
M. vasto intermédio: Está recoberto pelo m. reto femoral. É um músculo plano que forma a parte
mais profunda do m. quadríceps. Ação: Flexão do quadril, extensão do joelho, e tensão da cápsula
articular do joelho
Sartório: É o músculo mais longo do corpo humano. É delgado e plano e está situado anteriormente ao m.
quadríceps, cruzando a face anterior da coxa. Também é conhecido como músculo do costureiro, pelo
movimento típico dos alfaiates que ele proporciona.
Ação: Flexão, rotação lateral e abdução do quadril, flexão e rotação medial do joelho
Grácil: É o músculo mais superficial da face medial da coxa. É fino e plano, em forma de cinta, considerado
um potente músculo adutor. Ação: Adução, flexão e rotação lateral do quadril; flexão e rotação medial do
joelho
Pectíneo: É quadrangular, curto e achatado. Está situado entre o m. iliopsoas e m. adutor longo. Ação:
Flexão, adução e rotação lateral do quadril
Adutor Curto: Tem formato triangular e é bastante grosso. Está situado medialmente ao m. pectíneo e
lateralmente ao m. adutor magno. Ação: Adução, flexão e rotação lateral da coxa
Adutor Longo É o músculo mais superficial do grupo dos adutores. É triangular, plano e robusto. Fica
situado entre o m. pectíneo e o m grácil. Ação: Adução, flexão e rotação lateral da coxa
Adutor Magno: É um amplo músculo triangular que se estende por toda a região medial da coxa. Possui
uma grande porção muscular e uma aponeurótica que se insere quase que em toda a extensão do lábio
medial da linha áspera do fêmur. Essa porção aponeurótica possui um hiato por onde os vasos femorais
(artéria e veia femoral) ganham a fossa poplítea. Esse hiato recebe o nome de hiato dos adutores. Ação:
Adução, flexão e rotação lateral
O Canal dos Adutores: Também conhecido como canal de Hunter, é um túnel músculo-ósteo-membranoso
localizado no terço médio da coxa que se estende do ápice do trígono femoral até o hiato dos adutores. Por
ele passam a artéria femoral, a veia femoral e o nervo safeno, lembrando que o nervo safeno passa pelo
canal, mas não passa pelo hiato muscular e não ganha a fossa poplítea. O canal esta limitado anteriormente
e lateralmente pelo m. vasto medial e diáfise do femur, posterior e medialmente pelo m. adutor longo e
magno, superficialmente pelo m. vasto medial, sartório e pelo septo intermuscular vastoadutor.
Traquéia e Brônquios: Abaixo da laringe, temos um tubo vertical de mais ou menos 14 cm que é a
traquéia. Esse tubo se divide na altura da sincondrose manúbrio-esternal em dois tubos, os brônquios
(direito e esquerdo). Enquanto a laringe está colocada totalmente no pescoço, a traquéia apresenta uma
porção no pescoço e uma porção que atravessa a abertura superior do tórax e penetra dentro dele. A
traquéia apresenta uma parte cervical e uma parte. A porção em que a traquéia e os brônquios se situam é
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uma porção mediana do tórax. Uma porção se situa entre os pulmões (entre as pleuras mediastinais –
membranas serosas). Região entre pulmões e pleuras – mediastino. A parte torácica da traquéia se situa no
mediastino, assim como os brônquios. A traquéia é formada por 17 a 20 anéis ou semi-anéis cartilaginosos
sobrepostos ligados pela membrana cricotraqueal. Essa membrana reveste externamente toda a traquéia e
vai unindo os anéis até que ela se bifurca ao nível da sincondrose manúbrio-esternal (a união do manúbrio
com o corpo do esterno). Os brônquios primários são formados pela divisão da traquéia em 02 ramos direito
e esquerdo. No momento em que a traquéia se divide, aparece uma saliência mediana que é o ponto de
divisão que é chamado Carina.
A traquéia é revestida por uma mucosa especial chamada mucosa respiratória que apresenta um
epitélio estratificado ciliado. A traquéia tem um movimento ascencional e descencional para acompanhar o
movimento do pulmão. A laringe permanece imóvel, pois os movimentos se distribuem pelos anéis da
traquéia (tosse). Cada um dos brônquios se divide em brônquios secundários ou lobares. À direita, têm-se
três brônquios lobares: superior, médio, inferior. A esquerda têm-se dois: superior e o inferior. E cada um
dos secundários se dividem em terciários (segmentares). Parte posterior não existe anel porção posterior é
mole. Apresenta um músculo traqueal que tensiona bordas da cartilagem e não deixa que elas se abram.
Isso faz com que a porção posterior tenha certa mobilidade. É necessário para permitir os movimentos
peristálticos do esôfago. Bronquíolos não apresentam a rigidez dos brônquios, pois não apresenta
cartilagem, só músculo. Bronquíolo está divido em bronquíolo respiratório e saco alveolar (alvéolo
pulmonar). Termina em fundo cego. Da mesma forma que as artérias, os brônquios vão se dividindo.
Embora a soma dos calibres dos ramos formados seja maior do que o do que lhe deu origem, eles vão se
afilando, mantendo, porém a mesma estrutura da traquéia: anéis cartilaginosos envoltos por membranas
(anel bronquial e membrana bronquial). Mais ou menos ao nível do segmentar, eles se tornam completos
até que desaparece. No momento que desaparece a cartilagem, fica só a membrana e músculo. Nesse
momento a estrutura muda, perde a rigidez (vira bronquíolo). Esse bronquíolo, na sua porção terminal, está
divido em bronquíolo respiratório e saco alveolar (alvéolo pulmonar que é a porção terminal do bronquíolo
que termina em fundo cego).
A laringe é continuada pela traquéia, que é conduto músculo-membranoso, longo de 22 centímetros
no homem e de 18 centímetros na mulher. Da traquéia distingue-se uma parte que faz continuação direta à
laringe e que está situada ainda no pescoço (porção cervical) e uma parte que está situada no tórax (porção
torácica).
A traquéia tem a forma de um cilindro e apresenta uma sequência de relevos e de depressões
devidas à presença dos anéis cartilaginosos em número variável de 12 a 16, unidos entre si por tecido
fibroso.
A traquéia está destinada unicamente à passagem do ar. A sua porção cervical pode ser sede de
uma conhecida intervenção cirúrgica chamada traqueotomia.
Esta operação tem a finalidade de restabelecer a passagem do ar quando as vias respiratórias
estão obstruídas ao nível da laringe. A traquéia está revestida, também ela, no seu interior, por uma
mucosa, cujas células têm a característica de serem ciliadas: graças a esses cílios, finíssimos, ela se opõe
à entrada de eventuais partículas estranhas. Estas são expulsas das vias respiratórias pela tosse.
Sistema Circulatório
O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de vasos sanguíneos de vários tipos e calibres,
que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses vasos circula o sangue, impulsionado
pelas contrações rítmicas do coração.
Coração
O coração é um órgão muscular oco que se contrai ritmicamente, impulsionando sangue para todo o corpo.
Está situado dentro do tórax, num espaço chamado de mediastino que fica entre os dois pulmões (limites
laterais), por cima do diafragma (limite inferior), anterior a coluna vertebral, em sua porção torácica, e
posterior ao osso esterno.
É formado por três túnicas que são de fora para dentro, pericárdio, miocárdio e endocárdio.
Os átrios: Tem forma cubóide e recebem o sangue que chega ao coração, têm função de armazenar o
sangue durante a sístole ventricular e ofertar ao ventrículo no início da diástole. O átrio direito comunica-se
com o ventrículo direito e o esquerdo com o ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular, assim
podemos dividir o coração em duas partes distintas: a esquerda onde circula só sangue arterial (oxigenado)
e a direita onde transita sangue venoso (rico em gás carbônico).
Átrio direito: É mais alongado verticalmente e pode ser subdividido em duas câmaras: uma que
corresponde à direção das duas veias cavas, que é o seio das veias cavas, e outra de relevo muito
acidentado. Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada aurícula direita,
que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio.
O átrio direito recebe três veias: a veia cava superior de onde desemboca sangue da cabeça e dos
membros superiores, a veia cava inferior que recebe sangue proveniente do abdômen e dos membros
inferiores, e o seio coronário que recebe sangue do próprio coração. Os orifícios onde as veias cavas
desembocam têm os nomes de óstios das veias cavas. No óstio da veia cava inferior há uma fina lâmina
que impede que o sangue reflua para baixo denominado válvula da veia cava inferior, e no óstio da veia
cava superior há apenas uma válvula parcial.
Átrio Esquerdo: É também irregularmente cubóide, porém de maior eixo disposto transversalmente no
sentido da desembocadura das veias pulmonares que são em número de quatro, duas de cada lado, uma
superior direita e outra inferior direita, uma superior esquerda e outra inferior esquerda. Os orifícios dessas
veias são denominados de óstios das veias pulmonares.
Os ventrículos: Possuem uma forma que poderia ser comparada a um cone. O ventrículo esquerdo é
sensivelmente mais cônico, enquanto o direito é representado por um cone achatado transversalmente
ajustando-se ao ventrículo esquerdo.
Ventrículo direito: É subdividido em duas câmaras uma que se relaciona com o óstio atrioventricular direito
que é a câmara venosa, e outra que se relaciona com o óstio de tronco pulmonar chamada câmara arterial.
O orifício de entrada é o óstio atrioventricular direito e o de saída o óstio do tronco pulmonar.
Sistema Linfático
Constitui uma via acessória ao sistema venoso, pela qual líquidos corporais podem fluir dos espaços
intersticiais para o sangue. Pode remover proteínas e grandes materiais particulados dos espaços teciduais
graças ao grande espaço das fenestrações dos vasos. Como o sistema sangüíneo, o sistema linfático faz
parte do sistema circulatório, mas possui um fluido conhecido por linfa, em vez de sangue.
Os tecidos e órgãos do Sistema Linfático produzem, armazenam e transportam células do sistema
imunológico, fazendo parte também desse sistema. Desempenha papel importante nas defesas do corpo
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contra a infecção e alguns outros tipos de doença, inclusive o câncer. O sistema inclui: Medula óssea,
Linfonodos, Vasos e Capilares linfáticos, Amígdalas (Tonsilas Palatinas), Adenóides, Baço e Timo
Linfa: Líquido esbranquiçado ou amarelo claro de composição comparável à do plasma sanguíneo, que
circula no organismo em vasos próprios chamados vasos linfáticos e transporta linfócitos. O fluído dos
tecidos que não volta aos vasos sanguíneos é drenado para os capilares linfáticos existentes entre as
células. Estes se ligam para formar vasos maiores que desembocam em veias que chegam ao coração.
Esse líquido possui macromoléculas que não conseguem ser reabsorvidas pelos capilares venosos. Isso
ocorre devido à estrutura especial do endotélio linfático, que forma verdadeira válvulas. A linfa tem quase a
mesma composição do líquido intersticial, com uma concentração protéica de 3 a 5g/dl. Dois terços de toda
a linfa derivam do fígado e do intestino. É um líquido pálido e espesso carregado de gordura e de leucócitos,
também chamado de "quilo".
Vasos linfáticos: Conduzem a linfa dos capilares linfáticos para a corrente sanguínea. Todos os vasos
linfáticos têm válvulas unidirecionais que impedem o refluxo, como no sistema venoso da circulação
sanguínea. Os vasos passam através dos linfonodos, que contêm grande quantidade de linfócitos e atuam
como filtros, confinando organismos infecciosos como bactérias e vírus. Praticamente todos os tecidos do
corpo possuem canais linfáticos. Os que não os tem, possuem os chamados pré-linfáticos. Quase toda a
linfa é drenada para o duto torácico, que desemboca no sistema venoso. 1/10 do líquido que filtra dos
capilares arteriais retorna ao sangue pelo sistema linfático.
Linfonodos: Pequenos órgãos em forma de feijões localizados ao longo do canal do sistema linfático.
Armazenam células brancas (linfócitos) que tem efeito bactericida. Quando ocorre uma infecção, podem
aumentar de tamanho e ficar doloridos enquanto estão reagindo aos microorganismos invasores. Eles
também liberam os linfócitos para a corrente sanguínea. Possuem estrutura e função muito semelhantes às
do baço. Distribui-se em cadeias ganglionares, encontradas no pescoço, axila, fossa poplítea, região
inguinal e envolta dos grandes vasos sanguíneos.
Baço: Localiza-se no quadrante superior esquerdo do abdome, por trás das costelas. Em condições
normais, não é palpável. É um órgão esponjoso, que funciona como um grande “filtro” de sangue. É no
interior do baço que são removidas as hemácias defeituosas ou velhas, plaquetas e leucócitos que
perderam a função. Está excluído da circulação linfática, interposto na circulação sangüínea e sua
drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. O baço é parte importante do sistema imunológico,
onde os linfócitos e macrófagos ali presentes têm a oportunidade de entrar em contato com antígenos
estranhos e microorganismos que eventualmente ganhem acesso à corrente sangüínea. Dessa forma, o
baço “limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem
participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns
cientistas, um grande nódulo linfático.
Timo: A palavra timo tem origem do grego thúmon, que significa alma, espírito, coração. Foi dado esse
nome ao órgão por ele estar localizado no meio do tórax, logo atrás ao esterno, bem próximo ao coração.
Tem consistência carnuda, semelhante a moleja de vitelo e cordeiro. Sua cor é variável, vermelha no feto,
branco-acinzentada nos primeiros anos de vida e tornando-se depois, amarelada.
Ao nascimento pesa de 10 a 35g e continua crescendo de tamanho até a puberdade, quando alcança um
peso máximo de 20 a 50g. Daí por diante sofre atrofia progressiva indo pesar pouco mais de 5 a 15g no
idoso. Essa involução etária é acompanhada por substituição do parênquima tímico por tecido fibroadiposo.
O ritmo de crescimento tímico na criança e de involução no adulto é extremamente variável e, portanto,
difícil determinar o peso apropriado para a idade. Contudo, mesmo atrofiado, o timo continua a exercer sua
função protetora, com a produção complementar de anticorpos.
Em termos fisiológicos, o timo elabora uma substância, a timosina, que mantém e promove a maturação de
linfócitos e órgãos linfóides como o baço e linfonodos. Reconhece-se ainda, a existência de uma ou outra
substância, a timina, que exerce função na placa motora (junção de nervos com músculos) e, portanto, nos
estímulos neurais e periféricos. Algumas doenças no timo podem comprometer a contração muscular. A
hipoplasia adquirida é uma conseqüência normal do envelhecimento, porém pode aparecer bruscamente no
jovem como resultado de estresse profundo, má nutrição ou irradiação, e após o uso de medicamentos
citotóxicos ou corticoesteróides.
Hipófise ou pituitária
Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres
humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou
adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise).
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são
denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a
secreção de outros hormônios. São eles:
Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)
Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de
proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a
captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a
produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).
Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios
de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de
liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino.
O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam
sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a
glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais
são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feed-
back.
Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao
sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o
mediador entre esses dois sistemas.
O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adeno-hipófise, estimulando ou
inibindo suas secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH (antidiurético), armazenados e
secretados pela neuro-hipófise.
Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide.
Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma
sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais,
aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração
muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.
Adrenais ou supra-renais
São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex -
secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de
hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos.
REFERÊNCIAS
Guyton, Arthur C.; HALL, John E., Fisiologia humana e mecanismos das doenças, 10ª Edição,
Editora Guanabara Koogan, 2002;
Harrison, Medicina Interna, 15ª Edição, 2002 ;
Kelley, W.N., Tratado de Medicina Interna. vol. I, Edição 4ª, Guanabara Koogan, 1995;
Penildon S., Farmacologia, 6ª Edição, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 2002;
Porto, Celmo Celeno, Semiologia Médica, Edição 4ª, Editora Guanabara, 2001;
Robbins & Cotran, Bases Patológicas das Doenças, 7ª Edição, editora Elsevier, 2005.