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Novo Módulo de MD 2021 Unidade 1

Matemática Discreta
Tópicos da Linguagem e da Lógica Matemáticas
Texto da Semana 3, Parte 2

Equivalência de enunciados com conectivos

Sumário
1 Introdução 19

2 Equivalência de enunciados 21

3 Interpretações para dois enunciados e Método das Tabelas para


Equivalência 21
3.1 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4 Negação de enunciados com conectivos 28


4.1 Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5 Exercı́cios Propostos 36

1 Introdução
Neste texto, iniciamos as aplicações de simbolizações e tabelas de avaliação na
resolução de problemas lógicos que estão associados diretamente com a prática ma-
temática. Vamos estudar a equivalência lógica de enunciados e a reescrita da negação
de enunciados por meio de equivalências.
Na prática, dependendo de como entendemos o significado de um enunciado, ele
pode ser simbolizado de mais de uma maneira.
Por exemplo, o enunciado

Não é o caso que 2 não é par. (1)

pode ser reescrito como

Não (não (2 é par)).

Assim, de acordo com a legenda

p : 2 é par. (2)

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(1) pode ser simbolizado diretamente como


¬¬p
Mas, levando em conta que dizer que 2 não é par é o mesmo que dizer que 2 é
ı́mpar, e que dizer que 2 não é ı́mpar é o mesmo que dizer que 2 é par, podemos
considerar que o enunciado (1) quer dizer, simplesmente, que 2 é par.
Assim, uma outra simbolização indireta para (1), de acordo com a legenda (2),
pode ser
p
Estritamente falando, negamos um enunciado ϕ escrevendo o ¬ na frente dele,
obtendo ¬ϕ. Assim, para a Lógica — por definição — a negação de
¬ (2 é par)

¬ [ ¬ (2 é par) ].
Mas, em Matemática, quando falamos em negar um enunciado, não estamos fa-
lando em negar no sentido estrito. O que queremos, na verdade, é obter um enunci-
ado equivalente à negação, que nos transmita a mesma informação de uma maneira
mais adequada do que a obtida simplesmente pela colocação de uma ocorrência do
¬ na frente do enunciado negado.
Assim, em Matemática, ao invés de escrevermos
¬ [ ¬ (2 é par) ]
escrevemos, simplesmente,
2 é par.
já que, como veremos na Seção 2, estes enunciados são logicamente equivalentes.
Determinar quando dois enunciados são logicamente equivalentes e rees-
crever a negação de enunciados por meio de equivalências são habilidades
básicas que todo estudante de Matemática deve possuir.
Nas aulas de Linguagem e Lógica Matemáticas, vamos estudar estes assuntos em
profundidade. Você deve estudar os conceitos e resultados apresentados neste texto
com a máxima atenção, até absorver todos estes conteúdos, pois eles serão muito
importantes para o seu desenvolvimento na Matemática.
Especificamente, neste texto, vamos abordar as noções de: equivalência lógica de
enunciados (Seção 2); interpretações para dois enunciados (Seção 3); o Problema da
Equivalência e sua resolução pelo Método das Tabelas para Equivalência (Seção 3);
e, finalmente, a reescrita da negação de um enunciado por meio de equivalências
(Seção 4). Depois de estudarmos este texto, vamos ser capazes de: usar tabelas
para decidir quando dois enunciados (construı́dos por aplicações dos conectivos) são
equivalentes ou não (Exercı́cios 1 e 2); aplicar equivalências na reescrita da negação
de um enunciado (Seção 4); reescrever a negação de um enunciado construı́do por
aplicações dos conectivos (Exercı́cio 3); mostrar que dois enunciados são equiva-
lentes, exibindo uma sequência de enunciados equivalentes, que mostra como um
enunciado pode ser transformado no outro (Exercı́cio 4).

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2 Equivalência de enunciados

Em Matemática, dois enunciados são logicamente equivalentes quando (1)


são ambos verdadeiros ou ambos falsos no contexto em que são proferidos e
(2) são ambos verdadeiros ou ambos falsos em qualquer outro contexto.

Surge, então, o Problema da Equivalência Lógica de enunciados, isto é, o pro-


blema de

dados dois enunciados, classificá-los como logicamente equivalentes ou


não.

Como veremos agora, o Problema da Equivalência Lógica de enunciados cons-


truı́dos por aplicação dos conectivos lógicos pode ser resolvido com o uso de tabelas
de avaliação.

Como sempre acontece em Lógica, o primeiro passo para a resolução de qual-


quer problema é a simbolização dos enunciados envolvidos. Assim, nas ex-
plicações que seguem assumimos que todos os enunciados em questão estão
devidamente simbolizados.

3 Interpretações para dois enunciados e Método


das Tabelas para Equivalência
Como os conectivos lógicos são por função de verdade (cf. Texto da Semana
3, Parte 1, Observação 2.1.2), a única informação relevante para a comparação
dos valores de dois enunciados são as atribuições de valores aos seus enunciados
componentes.

Interpretações para dois enunciados

Sejam ϕ e ψ dois enunciados simbolizados, não necessariamente distintos.

Uma interpretação para ϕ e ψ é uma atribuição de valores, V ou F , para


todas as variáveis que ocorrem em ϕ e ψ, de modo que a cada variável seja
atribuı́do um único valor.

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Exemplo 1 (a) Os enunciados p e ¬¬p possuem duas interpretações:

p
V
F

(b) Os enunciados ¬(p ∧ q) e ¬p ∨ ¬q possuem quatro interpretações:

p q
V V
V F
F V
F F

(c) Os enunciados p → (q → r) e (p → q) → r possuem oito interpretações:

p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Sejam ϕ e ψ enunciados simbolizados.

Dizemos que ϕ e ψ são logicamente equivalentes se, para cada interpretação


para ϕ e ψ, os valores de ϕ e ψ são iguais.

Parafraseando a noção de equivalência empregada em Matemática (cf. seção 2)


em Lógica, dois enunciados são equivalentes quando, para cada contexto, ou ambos
são verdadeiros ou ambos são falsos.

Método das Tabelas para Equivalência


Exemplo 2 (a) Para cada interpretação para a variável p, os enunciados p e ¬¬p
assumem os mesmos valores, como vemos ao comparar a primeira e a terceira colunas
da tabela abaixo:
p ¬p ¬¬p
V F V
F V F
⇑ ⇑

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Assim, os enunciados p e ¬¬p são equivalentes.


Esta equivalência garante que não precisamos escrever duas aplicações sucessivas
do conectivo ¬.

(b) Para cada interpretação para as variáveis p, q, os enunciados ¬(p ∧ q) e ¬p ∨ ¬q


assumem os mesmos valores, como vemos ao comparar a quarta e a sétima colunas
da tabela abaixo:
p q p ∧ q ¬(p ∧ q) ¬p ¬q ¬p ∨ ¬q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V
⇑ ⇑

Assim, os enunciados ¬(p ∧ q) e ¬p ∨ ¬q são equivalentes.


Esta equivalência garante que a negação de uma conjunção pode ser reescrita
como uma disjunção de negações.

(c) Vamos agora verificar que os enunciados p → (q → r) e (p → q) → r não são


equivalentes.
Para mostrar isto, devemos mostrar que

não é o caso que para cada interpretação para p, q, r, os valores de


p → (q → r) e (p → q) → r são iguais.

Ou seja, devemos mostrar que

para ao menos uma interpretação para p, q, r, os valores de p → (q → r)


e (p → q) → r são diferentes.

De fato, comparando a quinta e a sétima colunas da tabela:

p q r q → r p → (q → r) p → q (p → q) → r
V V V V V V V
V V F F F V F
V F V V V F V
V F F V V F V
F V V V V V V
F V F F V V F ⇐
F F V V V V V
F F F V V V F
⇑ ⇑

observamos que na sexta linha (descontando a linha de referência),

quando p é F , q é V e r é F , o enunciado p → (q → r) é V e o enunciado


(p → q) → r é F .

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Como os valores de p → (q → r) e (p → q) → r são diferentes para pelo menos uma


interpretação, eles não são equivalentes.
Esta falta de equivalência mostra que a maneira como agrupamos os enunciados
componentes em aplicações iteradas do conectivo → é relevante para a determinação
do valor do enunciado.
O método que usamos para resolver o problema da equivalência de enunciados
simbolizados pode ser resumido em 5 passos:

Método das Tabelas para Equivalência:

Sejam ϕ e ψ enunciados simbolizados nos quais ocorrem (exatamente) as


variáveis p1 , . . . , pm .

A verificação da equivalência de ϕ e ψ pode ser feita mediante a execução dos


seguintes passos, que constroem a tabela conjunta de ϕ e ψ:

(1) Em uma linha de referência, escrevemos as variáveis p1 , . . . , pm .

(2) Abaixo da linha de referência, escrevemos, como usual, todas as inter-


pretações para p1 , . . . , pm .

(3) Utilizando as tabelas dos conectivos, calculamos gradativamente todos


os valores de cada enunciado simbolizado utilizado na formação de ϕ, até
obter o valor de ϕ.

(4) Utilizando as tabelas dos conectivos, calculamos gradativamente todos


os valores de cada enunciado simbolizado utilizado na formação de ψ
que ainda não foram avaliados, até obter o valor de ψ.

(5) Comparamos a coluna rotulada com ϕ com a coluna rotulada com ψ. Se


elas são iguais, ϕ e ψ são equivalentes. Caso contrário, não são.

3.1 Observações
Observação 1 Construir a tabela conjunta de ϕ e ψ e comparar se as colunas
rotuladas com ϕ e com ψ nesta tabela são iguais ou não, é o mesmo que construir
a tabela do enunciado ϕ ↔ ψ e verificar se na última coluna desta tabela ocorre
somente V .
Assim, temos:

O problema da equivalência de dois enunciados ϕ e ψ pode ser resolvido tanto


pela construção e exame da sua tabela conjunta, quanto pela verificação de se
a bi-implicação ϕ ↔ ψ é V em todas as suas interpretações.

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Observação 2 Existe uma infinidade de pares de enunciados equivalentes. De fato,


uma lista infinita trivial é:
p e ¬¬p
¬p e ¬¬¬p
¬¬p e ¬¬¬¬p
..
.
Mas, alguns pares de enunciados equivalentes são mais importantes do que ou-
tros, pois expressam propriedades dos conectivos que (1) esclarecem as inter-relações
existentes entre eles ou (2) apontam semelhanças e diferenças que eles possuem
com relação a partı́culas de outros domı́nios da Matemática como, por exemplo, as
operações aritméticas. Dentre todas as equivalências possı́veis, algumas das mais
importantes são:
Equivalência Nome da equivalência

(ϕ ∨ ψ) ∨ θ e ϕ ∨ (ψ ∨ θ) Associatividade do ∨
(ϕ ∧ ψ) ∧ θ e ϕ ∧ (ψ ∧ θ) Associatividade do ∧

ϕ∨ψ e ψ∨ϕ Comutatividade do ∨


ϕ∧ψ e ψ∧ϕ Comutatividade do ∧

ϕ∨ϕ e ϕ Idempotência do ∨
ϕ∧ϕ e ϕ Idempotência do ∧

ϕ ∧ (ϕ ∨ ψ) e ϕ Absorção do ∨ pelo ∧
ϕ ∨ (ϕ ∧ ψ) e ϕ Absorção do ∧ pelo ∨

ϕ ∨ (ψ ∧ θ) e (ϕ ∨ ψ) ∧ (ϕ ∨ θ) Distributividade do ∨ sobre o ∧
ϕ ∧ (ψ ∨ θ) e (ϕ ∧ ψ) ∨ (ϕ ∧ θ) Distributividade do ∧ sobre o ∨

¬(ϕ ∨ ψ) e (¬ϕ) ∧ (¬ψ) Lei de De Morgan


¬(ϕ ∧ ψ) e (¬ϕ) ∨ (¬ψ) Lei de De Morgan

(ϕ ∧ ¬ϕ) ∨ ψ e ψ Elemento neutro do ∨


(ϕ ∨ ¬ϕ) ∧ ψ e ψ Elemento neutro do ∧

(ϕ ∨ ¬ϕ) ∨ ψ e (ϕ ∨ ¬ϕ) Elemento zero do ∨


(ϕ ∧ ¬ϕ) ∧ ψ e (ϕ ∧ ¬ϕ) Elemento zero do ∧

¬(¬ϕ) e ϕ Negação do ¬
¬(ϕ → ψ) e ϕ ∧ (¬ψ) Negação do →
¬(ϕ ↔ ψ) e (ϕ ∧ (¬ψ)) ∨ ((¬ϕ) ∧ ψ) Negação do ↔

ϕ↔ψ e (ϕ → ψ) ∧ (ψ → ϕ) Definição do ↔
ϕ→ψ e (¬ϕ) ∨ ψ Definição do →

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Para se familiarizar com estas equivalências, sugerimos que você verifique cada
uma delas, usando o Método das Tabelas para Equivalências.

Você deve ter estas equivalências importantes na memória, pois elas descrevem
propriedades dos conectivos lógicos que são úteis para a leitura e a compreensão
de enunciados formados por meio destes conectivos.

3.2 Exercı́cios
Exercı́cio 1 Determine, usando tabelas, se os enunciados dados são equivalentes.
(i) p ∧ (¬q) e (¬p) ∧ q.
(ii) p ↔ q e (p → q) ∧ (q → p).
(iii) p → (q ∧ r) e (p → q) ∧ (p → r).
(iv) p → (q ∨ r) e (p → q) ∨ (p → r).
(v) (p ∧ q) ∨ r e p ∧ (q ∨ r).

Exercı́cio 2 Determinar a equivalência de enunciados é uma habilidade que todo es-


tudante de Matemática deve possuir pois, muitas vezes, uma afirmação matemática
não é feita de uma forma direta (ou seja, da maneira que o leitor espera) mas, sim, na
forma de um enunciado equivalente. Neste exercı́cio, vemos vários exemplos desta
situação.
Verifique se os seguintes enunciados são equivalentes ou não. Isto é, simbolize-os
e utilize tabelas para decidir se são equivalentes. (Usualmente, empregamos os sinais
de pontuação — principalmente, ponto e vı́rgula e dois pontos — na tentativa de
deixar a estrutura do enunciado mais clara.)
(i) Não é o caso que: x é primo se, e somente se, x é ı́mpar.
e
x é primo ou ı́mpar.

(ii) Se r é perpendicular a s e s é perpendicular a t, então r é perpendicular a t.


e
Se r não é perpendicular a s e s não é perpendicular a t, então r não é
perpendicular a t.

(iii) s é perpendicular a t segue de: r é paralela a s e perpendicular a t.


e
r é paralela a s e s não é perpendicular a t acarreta em r não é
perpendicular a t.

(iv) Se x é par e primo, então x é diferente de 2.


e
Se x = 2, então x nem é par nem primo.

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(v) Não é o caso que este triângulo é retângulo e ao mesmo tempo obtusângulo.
e
Este triângulo é retângulo e, portanto, não é obtusângulo.

Antes de ler as respostas e as resoluções, tente resolver os exercı́cios


usando os conceitos estudados.

Respostas do Exercı́cio 1: (i) Não são equivalentes. Na tabela de [p∧(¬q)] ↔ [(¬p)∧q] ocorre F
na interpretação p : V e q : F . (ii) Equivalentes. Na tabela de (p ↔ q) ↔ [(p → q)∧(q → p)] ocorre
V em todas as interpretações. (iii) Equivalentes. Na tabela de [p → (q ∧ r)] ↔ [(p → q) ∧ (p → r)]
ocorre V em todas as interpretações. (iv) Equivalentes. Na tabela de [p → (q ∨ r)] ↔ [(p →
q) ∨ (p → r)] ocorre V em todas as interpretações. (v) Não são equivalentes. Na tabela de
[(p ∧ q) ∨ r] ↔ [p ∧ (q ∨ r)] ocorre F na interpretação p : F , q : V e r : V . Resolução do
p : x é primo
Exercı́cio 2: (i) Legenda: Simbolização: ¬(p ↔ i) e p ∨ i. Na tabela
i : x é ı́mpar.
de ¬(p ↔ i) ↔ (p ∨ i) ocorre F na interpretação p : V e i : V . Não são equivalentes. (ii)
p : r é perpendicular a s
Legenda: q : s é perpendicular a t Simbolização: (p ∧ q) → r e (¬p ∧ ¬q) → ¬r. Na tabela
r : r é perpendicular a t.
de [(p ∧ q) → r] ↔ [(¬p ∧ ¬q) → ¬r] ocorre F na interpretação p : V , q : V , r : F . Não são
equivalentes. (iii) Como

Enunciados da forma ϕ segue de ψ são reescritos como se ψ, então ϕ.

o primeiro pode ser re-escrito: se ( (r é paralela a s) e (r é perpendicular a t) ), então (s é perpendicular


a t). Como

Enunciados da forma ϕ acarreta em ψ são reescritos como se ϕ, então ψ.

o segundo pode ser reescrito: se (r é paralela a s) e ( não (s é perpendicular a t) ) então, ( não


p : r é paralela a s
(r é perpendicular a t) ). Legenda: q : r é perpendicular a t Simbolização: (p ∧ q) → r e
r : s é perpendicular a t.
(p ∧ ¬r) → ¬q. Na tabela de [(p ∧ q) → r] ↔ [(p ∧ ¬r) → ¬q] ocorre V em todas as interpretações.
São equivalentes. (iv) Como

Enunciados da forma nem ϕ nem ψ são reescritos como (não ϕ) e (não ψ).

o segundo pode ser reescrito: se ( x = 2 ), então [ (não x é par) e (não x é primo) ]. Legenda:
p : x é par
q : x é primo Simbolização: (p ∧ q) → ¬r e r → (¬p ∧ ¬q). Na tabela de [(p ∧ q) → ¬r] ↔
r : x = 2.
[r → (¬p ∧ ¬q)] ocorre F na interpretação p : V , q : F e r : V . Não são equivalentes. (v) Como

Enunciados da forma ϕ ao mesmo tempo que ψ são reescritos como ϕ e ψ.

o primeiro pode ser reescrito: não (este triângulo é retângulo e este triângulo é obtusângulo). Como

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Enunciados da forma ϕ e, portanto, ψ são reescritos como ϕ e (se ϕ, então ψ).

o segundo pode ser reescrito: este triângulo é retângulo e [ se este triângulo é retângulo, então
r : este triângulo é retângulo
não (este triângulo é obtusângulo) ]. Legenda: Simbolização:
o : este triângulo é obtusângulo.
¬(r ∧ o) e r ∧ (r → ¬o). Na tabela de ¬(r ∧ o) ↔ [r ∧ (r → ¬o)] ocorre F na interpretação r : F e
o : V . Não são equivalentes.

4 Negação de enunciados com conectivos

Em Matemática, negar um enunciado consiste em reescrever a sua negação,


através de um enunciado equivalente, de forma mais clara, informativa, enxuta,
simples, etc.

Surge, então, o Problema da Negação de enunciados, isto é, o problema de


dado um enunciado negado, encontrar um enunciado equivalente a ele
que seja mais claro, informativo, enxuto, simples, etc.
O Problema da Negação pode ser resolvido com o uso de equivalências, quando os
enunciados envolvidos são construı́dos apenas por aplicação dos conectivos lógicos.

Negação da negação
A negação de uma negação, ¬(¬ϕ), tem a tabela:
ϕ ¬ϕ ¬(¬ϕ)
V F V
F V F
Observe que ϕ é V quando, e somente quando, ¬(¬ϕ) é V . Isto mostra que ϕ e
¬(¬ϕ) são equivalentes. Assim:

No lugar de ¬(¬ϕ) podemos escrever ϕ, e vice-versa.

Exemplo 3 Para determinar a negação de


2 não é ı́mpar. (3)
podemos considerar a legenda
i : 2 é ı́mpar.
e, a partir daı́, simbolizar (3) como
¬i (4)
Agora, negando (4), temos:

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¬¬i

é equivalente a

i
ou seja,
2 é ı́mpar.

Negação da implicação
A negação de uma implicação, ¬(ϕ → ψ), tem a tabela:
ϕ ψ ϕ → ψ ¬(ϕ → ψ)
V V V F
V F F V
F V V F
F F V F
Observe que, ¬(ϕ → ψ) é V quando, e somente quando, ϕ é V e ψ é F . Isto
mostra que ¬(ϕ → ψ) e ϕ ∧ (¬ψ) são equivalentes. Assim:

No lugar de ¬(ϕ → ψ) podemos escrever ϕ ∧ (¬ψ), e vice-versa.

Exemplo 4 Para determinar a negação de


Se x não é par, então x2 também não é par. (5)
podemos considerar a legenda
p : x é par.
q : x2 é par.
e, a partir daı́, simbolizar (5) como
(¬p) → ¬q (6)
Agora, negando (6), temos:
¬[(¬p) → ¬q]

é equivalente a

(¬p) ∧ ¬¬q

é equivalente a

(¬p) ∧ q
ou seja,
x não é par e x2 é par.

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Negação da disjunção
A negação de uma disjunção, ¬(ϕ ∨ ψ), tem a tabela:

ϕ ψ ϕ ∨ ψ ¬(ϕ ∨ ψ)
V V V F
V F V F
F V V F
F F F V

Ou seja, ¬(ϕ ∨ ψ) é V quando, e somente quando, ϕ é F e ψ é F . Ou seja,


¬(ϕ ∨ ψ) e (¬ϕ) ∧ (¬ψ) são equivalentes. Assim:

No lugar de ¬(ϕ ∨ ψ) podemos escrever (¬ϕ) ∧ (¬ψ), e vice-versa.

Exemplo 5 Para determinar a negação de

F não é um quadrado ou: se F é, então G não é. (7)

podemos considerar a legenda

f : F é um quadrado.
g : G é um quadrado.

e, a partir daı́, simbolizar (7) como

(¬f ) ∨ (f → ¬g) (8)

Agora, negando (8), temos:

¬[(¬f ) ∨ (f → ¬g)]

é equivalente a

[¬¬f ] ∧ [¬(f → ¬g)]

é equivalente a

[¬¬f ] ∧ (f ∧ ¬¬g)

é equivalente a

f ∧f ∧g

é equivalente a

f ∧g

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ou seja,
F é um quadrado e G é um quadrado.

Temos uma tendência a aplicar as regras de negação “de cima para baixo”. Por
exemplo, de ¬[(¬p) ∨ ¬q] facilmente obtemos p ∧ q. Mas como elas são equivalências,
elas também podem ser aplicadas “de baixo para cima”. Por exemplo, de p ∧ q
podemos obter p ∧ (¬¬q) e, daı́, obter ¬(p → ¬q).

Exemplo 6 Como uma aplicação “de baixo para cima” das regras anteriores, ob-
serve que, pela Negação da Negação, temos que:
(¬ϕ) ∨ ψ
é equivalente a
(¬ϕ) ∨ (¬¬ψ) (9)
E que, pela Negação da Disjunção, (9) é equivalente a:
¬[ϕ ∧ (¬ψ)] (10)
Agora, pela Negação da Implicação, (10) é equivalente a:
¬¬[ϕ → ψ]
que, pela Negação da Negação, é equivalente a:
ϕ→ψ

Assim, temos a seguinte regra, que é bastante útil na determinação de negações:

No lugar de (¬ϕ) ∨ ψ podemos escrever ϕ → ψ, e vice-versa.

Negação da conjunção
Para obtermos a negação de uma conjunção, ¬(ϕ ∧ ψ), basta observarmos que:
¬(ϕ ∧ ψ)

é equivalente a

¬[(¬¬ϕ) ∧ (¬¬ψ)]

é equivalente a

¬¬[(¬ϕ) ∨ (¬ψ)]

é equivalente a

(¬ϕ) ∨ (¬ψ)

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Isto mostra que ¬(ϕ ∧ ψ) é equivalente a (¬ϕ) ∨ (¬ψ). Assim:

No lugar de ¬(ϕ ∧ ψ) podemos escrever (¬ϕ) ∨ (¬ψ), e vice-versa.

Exemplo 7 Para determinar a negação de

Laura foi à feira, o tomate estava caro e, por isso, ela não comprou tomate. (11)

podemos considerar a legenda

l : Laura foi à feira.


t : o tomate estava caro.
c : Laura comprou tomate.

e, a partir daı́, simbolizar (11) como

(l ∧ t) ∧ [(l ∧ t) → ¬c] (12)

Agora, negando (12), temos:

¬{(l ∧ t) ∧ [(l ∧ t) → ¬c]}

é equivalente a

[¬(l ∧ t)] ∨ ¬[(l ∧ t) → ¬c]

é equivalente a

[¬(l ∧ t)] ∨ [(l ∧ t) ∧ ¬¬c]

é equivalente a

[¬(l ∧ t)] ∨ [(l ∧ t) ∧ c]

é equivalente a

[¬(l ∧ t) ∨ (l ∧ t)] ∧ [¬(l ∧ t) ∨ c]

é equivalente a

¬(l ∧ t) ∨ c

é equivalente a

(l ∧ t) → c

ou seja,

Se Laura foi à feira e o tomate estava caro, então Laura comprou tomate.

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Negação da bi-implicação
A negação de uma bi-implicação, ¬(ϕ ↔ ψ), tem a tabela:

ϕ ψ ϕ ↔ ψ ¬(ϕ ↔ ψ)
V V V F
V F F V
F V F V
F F V F

Observe que ¬(ϕ ↔ ψ) é V quando, e somente quando, ϕ e ψ possuem valores


opostos. Isto mostra que ¬(ϕ ↔ ψ) e [ϕ∧(¬ψ)]∨[(¬ϕ)∧ψ] são equivalentes. Assim:

No lugar de ¬(ϕ ↔ ψ) podemos escrever [ϕ ∧ (¬ψ)] ∨ [(¬ϕ) ∧ ψ], e vice-versa.

Exemplo 8 Para determinar a negação de

x é primo se, e somente se, x possui fatores próprios. (13)

podemos considerar a legenda

p : x é primo.
f : x possui fatores próprios.

e, a partir daı́, simbolizar (13) como

p↔f (14)

Agora, negando (14), temos:

¬(p ↔ f )

é equivalente a

[p ∧ (¬f )] ∨ [(¬p) ∧ f ]

ou seja,
x é primo e x não possui fatores próprios, ou: x não é primo e x possui
fatores próprios.

Também podemos obter o enunciado (ϕ∧(¬ψ))∨((¬ϕ)∧ψ) a partir do enunciado


¬(ϕ ↔ ψ), usando o nosso conhecimento sobre enunciados equivalentes e negação
de conjunções e implicações. De fato, de acordo com o Exercı́cio 1.2.1(ii) do texto
da Semana 3, Parte 2, sabemos que ϕ ↔ ψ é equivalente a (ϕ → ψ) ∧ (ψ → ϕ).
Assim, temos:

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¬(ϕ ↔ ψ)

é equivalente a

¬[(ϕ → ψ) ∧ (ψ → ϕ)]

é equivalente a

¬(ϕ → ψ) ∨ ¬(ψ → ϕ)

é equivalente a

(ϕ ∧ ¬ψ) ∨ (ψ ∧ ¬ϕ)

é equivalente a

(ϕ ∧ ¬ψ) ∨ (¬ϕ ∧ ψ).

4.1 Observação
Observação 3 Em resumo, temos o seguinte:

(1) Negar um enunciado é reescrever a sua negação de uma maneira mais


informativa.

(2) Esta reescrita pode ser feita de maneira sistemática, pelo uso de enunciados
equivalentes.

(3) As equivalências mais úteis para este fim, são as seguintes:

¬(¬ϕ) e ϕ
¬(ϕ ∧ ψ) e (¬ϕ) ∨ (¬ψ)
¬(ϕ ∨ ψ) e (¬ϕ) ∧ (¬ψ)
¬(ϕ → ψ) e ϕ ∧ (¬ψ)
¬(ϕ ↔ ψ) e [ϕ ∧ (¬ψ)] ∨ [(¬ϕ) ∧ ψ]

4.2 Exercı́cios
Exercı́cio 3 Determine a negação de cada enunciado abaixo, ou seja: (1) identifique
os enunciados componentes, (2) defina uma legenda, (3) simbolize o enunciado de
acordo com a legenda definida, (4) reescreva a negação do enunciado simbolizado
através de equivalências e, finalmente, (5) traduza o enunciado obtido ao final do
processo de volta para a linguagem natural, de acordo com a legenda definida.

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Novo Módulo de MD 2021 Unidade 1

(i) Não é o caso que 1 + 2 > π.


(ii) x é irracional.
(iii) 2 + 1 = 3 e 2 − 1 6= 1.
(iv) ABC é retângulo e DEF é isósceles.
(v) x é par ou x é primo.
(vi) x < y ou x não é positivo.
(vii) Se N é infinito, então Z não é finito.
(viii) Se A é finito, então P (A) > 1.
(ix) 2 é par se, e somente se, 22 é ı́mpar.
(x) ABC é um triângulo se, e somente se, AX e BY são colineares.

Exercı́cio 4 Mostre que os seguintes enunciados são equivalentes, usando sequên-


cias de equivalências:

(i) ¬¬[¬(p ∨ ¬q)] e ¬p ∧ q.


(ii) ¬(p ∧ q) e q → ¬p.
(iii) ¬[(p ∨ q) ∧ r] e (¬p ∨ ¬r) ∧ (¬q ∨ ¬r).
(iv) p → (q → r) e q → (p → r).
(v) p → (q → r) e ¬r → (p → ¬q).
(vi) p → (q → (p ∧ q)) e ¬p ∨ p.
(vii) ¬[p → (q ∧ r)] e (p ∧ ¬q) ∨ (p ∧ ¬r).
(viii) ¬[(p ∧ q) ∧ r] e p → (q → ¬r).

Antes de ler a resolução, tente resolver os exercı́cios usando os con-


ceitos estudados.

Resolução do Exercı́cio 3: (i) Legenda: p : 1 + 2 > π . Simbolização: ¬p. Negação:


¬¬p é equivalente a p, que é o enunciado original, 1 + 2 > π. (ii) Vamos levar em conta que
ser irracional é a negação de ser racional. Legenda: p : x é racional. Simbolização: ¬p.
p : 2+1=3
Negação: ¬¬p é equivalente a p, que é o enunciado x é racional. (iii) Legenda:
q : 2 − 1 = 1.
Simbolização: p ∧ ¬q. Negação: ¬(p ∧ ¬q) é equivalente a ¬p ∨ ¬¬q é equivalente a ¬p ∨ q, que
é o enunciado 2 + 1 6= 3 ou 2 − 1 = 1. Como ¬p ∨ q é equivalente a p → q (Verifique esta
afirmação!), a negação pode ser reescrita como se 2 + 1 = 3, então 2 − 1 = 1. (iv) Legenda:
p : ABC é retângulo
Simbolização: p ∧ q. Negação: ¬(p ∧ q) é equivalente a ¬p ∨ ¬q, que é
q : DEF é isósceles.
o enunciado ABC não é retângulo ou DEF não é isósceles. Como ¬p ∨ ¬q é equivalente a p → ¬q
(Verifique esta afirmação!), a negação pode ser reescrita como se ABC é retângulo, então DEF
p : x é par
não é isósceles. (v) Legenda: Simbolização: p ∨ q. Negação: ¬(p ∨ q) é equiva-
q : x é primo.
lente a ¬p ∧ ¬q, que é o enunciado x não é par e x não é primo. Se soubéssemos que x 6= 0 e x 6= 1,
este enunciado poderia ser reescrito como x é ı́mpar e x é composto. (vi) Vamos levar em conta
p : x<y
que x ≥ y é a negação de x < y, quando x e y são números reais. Legenda:
q : x é positivo.
Simbolização: p ∨ ¬q. Negação: ¬(p ∨ ¬q), é equivalente a ¬p ∧ ¬¬q, é equivalente a ¬p ∧ q,
que é o enunciado x ≥ y e x é positivo. (vii) Vamos levar em conta que ser finito é a negação
p : N é finito
de ser infinito. Legenda: Simbolização: ¬p → ¬q. Negação: ¬(¬p → ¬q), é
q : Z é finito.
equivalente a ¬p ∧ ¬¬q, é equivalente a ¬p ∧ q, que é o enunciado N é infinito e Z é finito. (viii)
Vamos levar em conta que x ≤ y é a negação de x > y, quando x e y são números reais. Legenda:

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Novo Módulo de MD 2021 Unidade 1

p : A é finito
Simbolização: p → q. Negação: ¬(p → q), é equivalente a p ∧ ¬q, que é o
q : P (A) > 1.
enunciado A é finito e P (A) ≤ 1. (ix) Vamos levar em conta que ser ı́mpar é a negação de ser
p : 2 é par
par. Legenda: Simbolização: p ↔ ¬q. Negação: ¬(p ↔ ¬q), é equivalente a
q : 22 é par.
(p ∧ ¬¬q) ∨ (¬p ∧ ¬q), é equivalente a (p ∧ q) ∨ (¬p ∧ ¬q), que é o enunciado (2 é par e 22 é par)
p : ABC é um triângulo
ou (2 é ı́mpar e 22 é ı́mpar). (x) Legenda: Simbolização: p ↔ q.
q : AX e BY são colineares.
Negação: ¬(p ↔ q), é equivalente a (p ∧ (¬q)) ∨ ((¬p) ∧ q), que é o enunciado ABC é um triângulo
e AX e BY não são colineares; ou ABC não é um triângulo e AX e BY são colineares.
Resolução do Exercı́cio 4: (i) Temos as seguintes equivalências: ¬¬[¬(p ∨ ¬q)] é equivalente a
¬(p ∨ ¬q) é equivalente a ¬p ∧ ¬¬q que é equivalente a ¬p ∧ q. (ii) Temos as seguintes equivalências:
¬(p ∧ q) é equivalente a ¬p ∨ ¬q é equivalente a ¬q ∨ ¬p é equivalente a q → ¬p. (iii) Temos as
seguintes equivalências: ¬[(p∨q)∧r] é equivalente a ¬[(p∧r)∨(q∧r)] é equivalente a ¬(p∧r)∨¬(q∧r)
que é equivalente a (¬p∨¬r)∧(¬q∨¬r). Outra maneira de chegar ao mesmo resultado: ¬[(p∨q)∧r]
é equivalente a ¬(p ∨ q) ∨ ¬r é equivalente a (¬p ∧ ¬q) ∨ ¬r que é equivalente a (¬p ∨ ¬r) ∧ (¬q ∨ ¬r).
(iv) Temos as seguintes equivalências: p → (q → r) é equivalente a ¬p ∨ (q → r) é equivalente a
¬p ∨ (¬q ∨ r) é equivalente a (¬p ∨ ¬q) ∨ r é equivalente a (¬q ∨ ¬p) ∨ r é equivalente a ¬q ∨ (¬p ∨ r)
é equivalente a ¬q ∨ (p → r) é equivalente a q → (p → r). (v) Temos as seguintes equivalências:
p → (q → r) é equivalente a ¬p ∨ (q → r) é equivalente a ¬p ∨ (¬q ∨ r) é equivalente a (¬q ∨ r) ∨ ¬p
é equivalente a (r ∨ ¬q) ∨ ¬p é equivalente a r ∨ (¬q ∨ ¬p) é equivalente a r ∨ (¬p ∨ ¬q) é equivalente
a r ∨ (p → ¬q) é equivalente a ¬¬r ∨ (p → ¬q) é equivalente a ¬r → (p → ¬q). (vi) Temos
as seguintes equivalências: p → (q → (p ∧ q)) é equivalente a ¬p ∨ (q → (p ∧ q)) é equivalente
a ¬p ∨ (¬q ∨ (p ∧ q)) é equivalente a ¬p ∨ [(¬q ∨ p) ∧ (¬q ∨ q)] é equivalente a ¬p ∨ (¬q ∨ p) é
equivalente a (¬p ∨ ¬q) ∨ (¬p ∨ p) é equivalente a ¬p ∨ p. (vii) Temos as seguintes equivalências:
¬[p → (q ∧ r)] é equivalente a p ∧ ¬(q ∧ r) é equivalente a p ∧ [(¬q) ∨ (¬r)] é equivalente a
(p ∧ ¬q) ∨ (p ∧ ¬r). Uma outra maneira um pouco mais complicada de obter o mesmo resultado é
a seguinte: ¬[p → (q ∧ r)] é equivalente a ¬[(¬p) ∨ (q ∧ r)] é equivalente a ¬{[(¬p) ∨ q] ∧ [(¬p) ∨ r]}
é equivalente a {¬[(¬p) ∨ q]} ∨ {¬[(¬p) ∨ r]} é equivalente a [(¬¬p) ∧ (¬q)] ∨ [(¬¬p) ∧ (¬r)] é
equivalente a (p ∧ ¬q) ∨ (p ∧ ¬r). (viii) Temos as equivalências: ¬[(p ∧ q) ∧ r] é equivalente a
[¬(p ∧ q)] ∨ [¬r] é equivalente a [(¬p) ∨ (¬q)] ∨ [¬r] é equivalente a [¬p] ∨ [(¬q) ∨ (¬r)] que é
equivalente a [¬p] ∨ [q → (¬r)] que é equivalente a p → (q → ¬r).

5 Exercı́cios Propostos

Os exercı́cios de lógica devem ser resolvidos por meio dos conceitos e técnicas
estudados na disciplina.
Só tente resolver estes exercı́cios propostos após ter estudado e tirado suas
dúvidas sobre o conteúdo do texto acima.
Após resolver cada exercı́cio proposto, verifique se alguma resolução para ele
já foi postada na Sala de MD. Se não, poste a sua resolução. Se sim, caso
haja discordância, comente a resolução que já foi postada, dialogando com os
colegas.

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Novo Módulo de MD 2021 Unidade 1

Exercı́cio Proposto 1 Voltando ao conserto do carro da Kátia . . .


Depois que entendeu tudo o que os mecânicos falaram, ela resolveu contratar a
oficina do Mecânico 1 (do Exercı́cio Proposto 1 do Texto da Semana 3, Parte 1)
para consertar o carro. Mas antes de contratar o serviço, ela perguntou ao gerente
da oficina quanto tempo iria levar para o carro ficar pronto. Ao que ele respondeu:

Se o diagnóstico estiver correto e o serviço começar na segunda, vai terminar


quinta ou sexta.

Ao ouvir a resposta do gerente, um mecânico que estava passando por ali, resol-
veu se meter na conversa:
— Nada disso, disse ele, a verdade é outra:

Se o serviço começar na segunda e não terminar na quinta, ele vai terminar


na sexta se o diagnóstico estiver correto.

— Mas nós estamos dizendo a mesma coisa, disse o atendente.


Ao que o mecâncio respondeu:
— Não, não estamos!
Ao perceber o impasse, Kátia disse para os dois:
— Vocês não precisam entrar em conflito, como eu estudo MD, eu posso resolver
a questão.
Mostre, usando os conteúdos estudados, como Kátia resolveu esta pendenga.

Exercı́cio Proposto 2 Finalmente, Kátia deixou o carro para ser consertado e foi
para casa. Mas, infelizmente, na terça feira seguinte, ela recebeu uma ligação do
gerente lhe informando que após começar o conserto, um terceiro mecânico anulou o
diagnóstico dos outros dois. Ou seja, o gerente disse para ela as negações do que os
mecânicos 1 e 2 (do Exercı́cio Proposto 1 do Texto da Semana 3, Parte 1) haviam
dito.
O que o gerente disse para Kátia?

© 2021 Márcia Cerioli e Petrucio Viana


Coordenação da Disciplina MD/CEDERJ-UAB

Atualizado em 22 de agosto de 2021.

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