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Relatório 1 - TCM Verão - Corrigido
Relatório 1 - TCM Verão - Corrigido
BARRA DO GARÇAS - MT
Abril - 2019
MARCEL BUENO SANTANA JÚNIOR
PAULA KEIKO PERALTA
BARRA DO GARÇAS - MT
Abril - 2019
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1. INTRODUÇÃO
com o aumento da taxa de deformação, porém sem a presença da chamada tensão residual
(τ0), que é uma tensão finita exigida para iniciar o fluxo, sendo utilizada para estimar a
espessura do revestimento de superfícies, avaliar a força necessária para que um fluido saia da
embalagem, ou dificultar a sedimentação de partículas suspensas (BHATTACHARYA,
1999).
Atualmente, são conhecidos vários fatores que podem alterar o comportamento
reológico de fluidos alimentícios; entre eles, os mais estudados são a temperatura e o teor de
sólidos solúveis. Silva et al. (2005) estudaram as alterações nas propriedades reológicas do
suco de acerola devido à temperatura e à concentração e observaram que o efeito da
temperatura na viscosidade aparente pode ser descrito pela Equação de Arrhenius e o efeito da
concentração pode ser descrito pelo modelo tipo potência. Vidal et al. (2004) estudaram o
efeito da temperatura no comportamento reológico da polpa de manga e observaram um
aumento no índice de comportamento e uma diminuição no índice de consistência com o
aumento da temperatura.
Nos sucos de frutas, existem as pectinas e partículas que afetam diretamente as
características reológicas do fluido. Ademais, essas peculiaridade intrínsecas ao alimento
podem desencadear alterarações no °Brix, densidade e reologia. Em seus estudos, Barros,
2004 concluiu que as pectinas são polímeros lineares essencialmente compostos de unidades
de ácido D-galacturônico unidas por ligações do tipo α-1,4. As unidades de ácido
galacturônico podem ter um grau de metilação importante no C6 . A presença de outras
unidades de açúcares tais como galactose, arabinose e rhamnose ao longo das cadeias de
grupos de ácido galacturônico, tem reforçado a compreensão das propriedades das pectinas.
Devido a essas propriedades, as pectinas são responsáveis pela turbidez e o aumento da
viscosidade de sucos de frutas.
A definição de modelos reológicos adequados à descrição do escoamento é necessária
ao projeto de tubulações, bombas, sistemas de agitação e de mistura, além de auxiliarem no
controle de qualidade, desenvolvimento de novos produtos e aceitabilidade dos mesmos por
parte do consumidor (SILVA et al., 2005). O efeito da temperatura sobre o comportamento
reológico precisa ser conhecido para o entendimento e dimensionamento de operações
unitárias tais como tratamento térmico e concentração (FERREIRA, 2002).
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2. OBJETIVOS
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Béquer;
Picnômetro;
Termômetro de mercúrio;
Pipeta de Pasteur;
Filme Plástico;
Papel Filtro;
Funil.
3.1.2 Reagentes:
Água destilada;
Suco de Uva (polpa congelada).
3.1.3 Equipamentos:
Refratometro;
Chapa aquecedora;
Balança analítica;
Reômetro rotacional de cilindros concêntricos (MCR 102).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O comportamento reológico do fluido pode ser descrito pela equação geral abaixo:
n
du x
τ =τ 0 + k ( )
dy
Onde:
du x −1
=taxa de deformação ( γ )( s )
dy
τ =k ( γ )n
7
A equação pode ser reescrita de outra forma, para encontrar o valor do índice de
consistência (Pa.s), onde, através da linearização da equação da tensão de cisalhamento x
taxa de deformação, é possível encontrar o valor do índice de comportamento do fluido
(adimencional) e consequentemente o índice de consistencia (Pa.s)n:
τ =k (γ )n
ln (τ )=ln [ k (γ )n ]
ln ( τ )=ln ( k )+ ln [(γ )n ]
ln ( τ )=ln ( k )+ n. ln (γ )
k =e B
k =e B =Pa . s
Já para o índice de comportamento do escoamento, pode-se retirar valores a partir da
fórmula obtida no gráfico ln(cisalhamento) x ln(taxa de cisalhamento):
y= Ax+ B
Obtendo-se assim, n = A e k =e B .
n a=k γ (n−1)
Utilizou-se como base uma taxa de deformação de 100 s-1, esta é normalmente a taxa de
deformação que os fluidos são submetidos em operações de transporte, principalmente
bombeamento. Portanto, tendo em vista os valores obtidos anteriormente para o cálculo do
índice de consistência (k) e o índice do comportamento do fluido (n), teremos:
n a=e B∗¿
n a=Pa. s
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n =n e
( RT )
a
a 0
Sendo:
n a=Viscosidade Aparente ( Pa . s )
KJ
Ea =energia de ativação para escoamento viscoso ( mol )
R=Constante dos Gases ideais
T =temperatura absoluta( K )
Esta equação irá indicar uma tendência geral observada de uma diminuição da
viscosidade aparente com o aumento da temperatura. Para encontrar a constante empírica (n o)
e a energia de ativação para escoamento viscoso (Ea), é necessário realizar uma lineariazação
da equação, de modo que a mesma se comporte de forma linear ( y= Ax+ b). Portanto:
n =n e
( RT )
a
a 0
ln (n¿¿ a)=ln ( n0
(e RTE )) ¿
a
ln (n¿¿ a)=ln ¿ ¿
Ea
ln (n¿¿ a)=ln ( n0 ) + ¿
RT
9
Ea 1
ln (n¿¿ a)=
R
×
T ( )
+ln ( n 0 ) ¿ Equação linearizada ( y= Ax+ b).
y= Ax+ b
Ea B
= A=¿ Ea=R . A e ln (n¿¿ 0)=B ¿ ¿>¿ n0 =e
R
4.1.2 Determinação dos valores dos parâmetros do modelo de Pawer-Law:
20°C
Tensão de Cisalhamento (mPa)
6000
4000
2000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Taxa de Deformação (1/s)
40°C
Tensão de Cisalhamento (mPa)
6000
4000
2000
0
0 500 1000 1500 2000 2500
Taxa de Deformação (1/s)
10
60°C
Tensão de Cisalhamento (mPa) 6000
4000
2000
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Taxa de Deformação (1/s)
Observando ainda a figura 1, constata-se a partir da leitura dos gráficos, que esse
comportamento reológico, de acordo com Hassan e Hobani (1998), está associada com o
aumento da temperatura, a energia térmica e as distâncias moleculares que aumentam em
função da redução das forças intermoleculares. Outrossim, com o aumento da temperatura,
observa-se também que a inclinação das curvas diminui com o aumento da taxa de
deformação. Isto evidência uma diminuição da viscosidade aparente com o aumento da taxa
de deformação (BEZERRA et al., 2013).
Com os dados reológicos dos fluidos a 20°C, 40ºC e 60°C pode-se montar uma tabela
e averiguar o seu comportamento. Vislumbrando das tabelas 2, 3 e 4 nota-se quatro colunas,
onde cada qual representa uma informação dada pelo reômetro, onde a taxa de deformação
(1/s) e a viscosidade (mPa.s) variam conforme a tensão cisalhante. Para cada temperatura, o
fluido reage de maneira distinta, onde será mais claramente definido no modelo de Arrhenius.
De posse da informação, fez-se necessário fazer a linearização do logarítmo neperiano da
deformação x taxa de cisalhamento, para que assim, com a construção do gráfico, pudesse
determinar os valores dos parâmetros do modelo Power-Law.
Tabela 2: Dados da comportamento do fluido a 20°C demonstrado através do reômetro
rotacional.
FLUIDO A 20°C
Taxa Tensão Viscosidade ln(deformação) ln(cisalhamento)
Deformação Cisalhamento [mPa·s] [1/s] [mPa]
[1/ms] [mPa]
1810 0 0
13600 172 12,7 2,610069793 5,147494477
34200 345 10,1 3,532225644 5,843544417
60400 517 8,57 4,100989105 6,248042875
94300 690 7,31 4,54648119 6,536691598
133000 862 6,49 4,890349128 6,759255271
175000 1030 5,9 5,164785974 6,937314081
221000 1210 5,47 5,398162702 7,098375639
269000 1380 5,14 5,59471138 7,229838778
318000 1550 4,88 5,762051383 7,34601021
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Apartir desses dados, foi possívél plotar os gráficos na figura 2, onde ilustra a função
do logaritmo neperiano da tensão cisalhante x taxa de deformação. De posse da equação da
reta, foi factível encontrar os valores do índice de comportamento do fluido e o índice de
consistência do mesmo. É possível vislumbrar que para diferentes temperaturas, a equação da
reta foi distinta. Isso ocorre pois o perfil de um fluido em diferentes temperaturas sofre
alterações em sua reologia, ou seja, conforme é aplicado uma tensão cisalhante a taxa de
deformação varia em função da temperatura.
Figura 2: Gráfico do Ln(Tensão Cisalhante) x Ln(Taxa de Deformação) para o suco de uva a 20°C,
40°C e 60°C.
7
6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Taxa de Deformação
14
6
5
4
3
2
1
0
2 3 4 5 6 7 8
Taxa de Deformação
7 R² = 1
6
5
4
3
2
1
0
2 3 4 5 6 7 8 9
Taxa de Deformação
Figura 3: Efeito da temperatura na viscosidade aparente de suco de uva ajustado pela Equação de
Arrhenius.
1.95
ln(Viscosidade Aparente)
1.85
1.8
1.75
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Temperatura (T-1)
O efeito da temperatura sobre a viscosidade aparente da polpa de uva foi descrito por
uma equação do tipo Arrhenius. Os valores experimentais da constante n a e da energia de
ativação Ea para a polpa de uva na respectiva concentração de sólidos solúveis estão
representados na Tabela 7. Pode-se notar que o modelo de Arrhenius pode ser utilizado para
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descrever o efeito da temperatura sobre a viscosidade aparente da polpa de uva, visto que, na
concentração analisada, o modelo apresentou bons valores de coeficiente de determinação
(R2=0,9669). Também se pode perceber que os valores da constante (na) são elevados e se
mantiveram quase igualitarias (σ = 0,4292), o mesmo foi observado para energia de ativação.
Caso fosse analisados em diferentes concentrações de sólidos solúveis, seria possível
observar um aumento da viscosidade aparente com o aumento da concentração de sólidos
solúveis, outrosssim, seria possível constatar uma redução no valor da energia de ativação à
medida que se elevasse a concentração da polpa, indicando que a temperatura exerce maior
efeito sobre a viscosidade aparente da polpa menos concentrada. Essa redução no valor da
energia de ativação com o aumento da concentração de sólidos solúveis também foi observada
em suco de manga por Dak et al. (2007) e, em suco de acerola, por Silva et al. (2005).
Não obstante, através das equações discricionadas no presente trabalho, percebe-se
que isolando a energia de ativação e utilizando como parâmetro as temperaturas de trabalho e
os dados da linearização da figura 3 é possível realizar o cálculo da energia de ativação em
cada faixa de temperatura. Nos cálculos realizados, para as temperaturas de 20°C, 40°C e
60°C obteve (Ea) valores de 14 KJ/g.mol, 15 KJ/g.mol e 16 KJ/g.mol, respectivamente.
Observando os resultados obtidos para tal parâmetro, é possível vislumbrar que os resultados
são característicos com o observado na literatura, pois, com o aumento da temperatura, haverá
o aumento da energia de ativação. A taxa de crescimento da energia de ativação representa um
aumento de 1 KJ/g.mol a cada 20°C de variação de temperatura, indicando que o processo foi
satisfatoriamente realizado.
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
Costell, E.; Duran, L. Reogía físico-química del purê de albaricoque – Parte I. Revista de
Agroquímica y Tecnología de Alimentos, v. 22, n. 3, p. 381-394, 1982.
FERREIRA, E.V.; BRANDÃO, P.R.G.; KLEIN, B.; PERES, A.E.C. Reologia de suspensões
minerais: uma revisão. Revista Escola de Minas, Ouro Preto, v.58, n.1, p.83-87, 2005.
BHATTACHARYA, S. Yield stress and time-dependent rheological properties of mango
pulp. Journal of Food Science, Chicago, v.64, n.6, p.1029-1033, 1999.