Você está na página 1de 4

PODER J U D I C I Á R I O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO / TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÂO PAULO


1/ ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA
/ REGISTRADO(A) SOB N°

*00926071*
Vistos, relatados e discutidos estes autos de

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n° 438.196-5/0-00, da Comarca de

UBATUBA, em que é apelante JOÃO HONÓRIO SANTOS sendo apelado

MINISTÉRIO PÚBLICO:

ACORDAM, em Câmara Especial do Meio Ambiente do

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a

seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U.", de

conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos

Desembargadores J.G.JACOBINA RABELLO (Presidente, sem voto),

REGINA CAPISTRANO e RENATO NALINI.

São Paulo, 09 de fevereiro de 2006.

i
SAMUE
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Apelação Cível n° 4 3 8 . 1 9 6 . 5 / 0
V o t o n ° 12.179
Comarca de U b a t u b a
Proc. n° 642.01.2005.000246-6(c.30/05)
Apelante: J o ã o Honório Santos
Apelado: Ministério Público

Embargos à Execução - Meio Ambiente - Termo


de Ajustamento de Conduta - Sentença
Improcedente - TAC firmado não padece de
qualquer vício. Argumentos lançados não
justificam, o não cumprimento do que foi
avençado - Recurso desprovido.

Trata-se de apelação interposta por João Honório Santos


em face d a r. sentença que julgou improcedentes os embargos à
execução interpostos contra o Ministério Público do Estado de São
Paulo.
Alega o apelante, em síntese, que não teria praticado
qualquer d a n o ao meio ambiente, e que teria firmado o Termo de
Ajustamento de Conduta sem saber ler, além do que não teria sido
assistido por Advogado.
Contra-razões à s fls. 2 3 / 2 5 .
É o relatório.
Sem razão o apelante.
Citado p a r a cumprir o ajustado no Termo de Compromisso
de Ajustamento de Conduta (fls. 1 4 / 1 5 dos a u t o s principais) referente

Apelação Cível n° 438.196.5/0 - Ubatuba


à desocupação de área de preservação p e r m a n e n t e localizada n a praia
de Itamambuca, cidade de Ubatuba, opôs embargos à execução sob a
alegação de que não haveria d a n o s ao meio ambiente, além de
existirem vícios n a lavratura do mencionado termo.
Ora, o TAC firmado não padece de qualquer vício. Os
a r g u m e n t o s lançados não justificam o não cumprimento do que foi
avençado.
Nos termos d a manifestação do Ministério Público, que
deve ser acolhida, "eventual alegação do apelante de que é pessoa
humilde é pífia. É pessoa maior e capaz e assinou o termo de
ajustamento de c o n d u t a espontaneamente. Ademais, tal alegação não
encontra guarida n o s artigos 741 e 7 4 5 do CPC. Além disso, p a r a a
celebração do termo de ajustamento de c o n d u t a é prescindível a
participação do advogado d a parte. Ficou nítido que o apelante tinha
plena consciência do ato, t a n t o que o assinou de livre e e s p o n t â n e a
vontade, conforme fls. 1 4 / 1 5 dos a u t o s principais. Não b a s t a s s e isso,
como bem exposto pelo MM. J u i z 'a quo', o apelante não pode alegar
ignorância, tendo em vista o disposto no artigo 3 o d a Lei de Introdução
ao Código Civil. Igualmente, não pode prosperar a alegação de que
houve o cumprimento d a obrigação. O descumprimento ficou mais do
que evidenciado no laudo pericial j u n t a d o a fls. 1 9 / 2 0 dos a u t o s
principais. Não b a s t a s s e isso, os documentos a íls. 09 (AIA) e 1 0 / 1 3
(laudo de vistoria) d e m o n s t r a m , de forma indubitável, os danos
ambientais provocados pelo executado. Por fim, o executado admitiu a
prática dos fatos. Desnecessária qualquer perícia. Há que se frisar que
em n e n h u m momento, o recorrente comprovou que houvesse u m a
c a u s a superveniente que d e m o n s t r a s s e o cumprimento integral d a s
citadas obrigações. Pelo contrário, o laudo pericial elaborado pelo
DEPRN, j u n t a d o a fls. 19/20 dos a u t o s principais, demonstra,
indubitavelmente, que não houve a recuperação integral dos d a n o s
ambientais" (fls. 2 4 / 2 5 ) .
Assim, n e n h u m reparo pode ser feito à r. sentença, que
deve ser m a n t i d a inclusive por s e u s fundamentos.

Apelação Cível ri" 438.196.5/0 - Ubatuba 2


Nesse sentido, j á decidiu este E. Tribunal:
"VEÍCULO - Multa - infração ambiental - Emissão de
poluentes - Pretendida anulação do ato de infração -
Inadmissibilidade - Recorrente que assinou termo de
compromisso de ajustamento de conduta ambiental -
Confissão d a dívida - Utilização de modalidade
universal de aferição - Recurso não provido.
(Apelação Cível n. 1 5 3 . 4 0 2 - 5 / 5 - São Paulo ~ 5 a
C â m a r a de Direito Público - Relator: Ralpho Oliveira -
0 1 . 0 7 . 0 4 - V.U.)";

"AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Meio Ambiente - Termo de


Ajustamento de Conduta - Tendo o Município
descumprido o termo de ajustamento de conduta,
onde fora fixado dia certo p a r a o cumprimento d a
obrigação de fazer sob p e n a de m u l t a diária, cabe o
Ministério Público promover a execução após tal
termo eis que presentes os requisitos de certeza e
liquidez suficientes p a r a a instauração válida do
processo - Recurso improvido. (Apelação Cível n.
2 1 7 . 2 8 3 - 5 / 6 - S u m a r é - 3 a C â m a r a de Direito Público
- Relator: Laerte Sampaio - 31.08.04 - V.M.}";

"EXECUÇÃO - Ação civil pública - Meio ambiente -


Termo de ajustamento de conduta - Obrigação de
fazer - Cumprimento forçado sob p e n a de muita
diária - Admissibilidade - Certeza e liquidez -
Ajuizamento pelo Ministério Público - Legitimidade
ativa - Recursos não providos - Voto vencido - J T J
285/77".

Em face de tais razões, nega-se provimento ao recurso.

SAMUEE

Apelação Cível n° 438.196.5/0 - Ubatuba 3

Você também pode gostar