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isbn: 978-85-518-0000-0
1ª edição, março de 2020.
3. Mos enim tunc in eisdem locis erat, ut etiam feminae publicis consultationibus interessent (pois
naquela época era comum o hábito de também as mulheres participarem das discussões públicas,
Agostinho. De Civitate Dei 18.9).
4. Antes da lei de Péricles, era legal, para um homem ateniense, casar-se com uma estrangeira e ter
com ela filos cidadãos.
5. Diodoro estaba consciente das questões de autenticidade histórica que a história das amazonas
colocavam; encontrar dados verificáveis sobre elas era quase impossível, mesmo naquele tempo,
pois sua raça há muito havia desaparecido. Ele, então, escreve: “Não nos passa despercebido que
muitos leitores considerarão o relato da história dessa gente insólita e inteiramente estranha, pois
a raça das amazonas [na Líbia] desapareceu por completo muitas gerações antes da Guerra de
Troia… [e é] inteiramente desconhecida da maioria dos homens dado o recuo temporal” (3.52.2).
6. Para a exigência da castidade, e o voto de castidade feito pelas sacerdotisas, veja Dem. [59].78
e 106-107. Da mesma forma, logo após a lei de cidadania de Péricles, outras legislações foram
introduzidas, exigindo que um marido se divorciasse de uma esposa condenada por adulterio,
sob pena de perder seus direitos políticos, enquanto a adúltera seria banida de todos os templos
públicos (Dem. [59].87).
7. Ver, por exemplo, Loraux 1993: 10, 119; Carey 1992: 26; Ober 1993: 134-5; e Saxenhou-
se 1991.
8. Para exemplos, ver Platão, Leis 814c; Aristóteles, Política 1275b33, 1278a28; Demóstenes
57.30, e 43; e 59.107; e Iseu 8. 43.
10. Ver, por exemplo, Dem. [59].52: “Se qualquer um der em casamento uma estrangeira para um
cidadão ateniense, fingindo que ela é sua parente, ele perderá seu status de cidadão e sua
propriedade será confiscada… Qualquer um que se sentir no direito, deve levantar uma queixa
contra tal pessoa perante os tesmótetas, como no caso de usurpação da cidadania”. Ver também
Dem. 59. 16-17, 52-3; Hunter 2000, 18; Scafuro 1994: 156-98; Harrison 1968: 26-9, e Wolff
1944: 43-95.
11. Ver também Dem. 57 e Iseu 12. A lei vedava aos residentes estrangeiros o casamento com cida-
dãos, sob pena de escravização ou confisco da propriedade.
12. Gunê astê kai enguêtê kata ton nomon, Dem. [59].92.
16. Os homens evitavam olhar para mulheres cidadãs, mas podiam fazê-lo com estrangeiras e outras
não-cidadãs.
17. Esta alienação feminina era utilizada como punição para as culpadas por adulterio, para as quais
mesmo os homens da familia relutavam em asumir a incumbência de kurios.
18. As mulheres romanas demonstraram revolta contra as restrições suntuárias impostas pela Lex
Oppia e, in 42 a.C., contra a taxação injusta sobre as mulheres ricas de Roma.
19. A respeito do papel dos gynaikonomoi, ver a Inscrição Andania de 93 a.C. (IG V 1390; no. 65 em
Sokolowski’s Lois sacrées des cités grecques).
20. Nenhuma cidadão poderia comparecer à corte, para procesar ou ser processada. Era um impe-
dimento (Goldhill 1994: 357-60). Da mesma forma, as mulheres, junto com escravos e crianças,
não poderiam testemunhar em juízo, pois diferentemente dos homens, elas não podiam ser pro-
cessadas por falso testemunho (Todd 1990: 25-6).
21. Ver o capítulo sobre Pandora em C. Franco, Shameless: The Canine and the Feminine in Ancient
Greece, (Oakland, CA, 2014; transl. by Matthew Fox).
22. Como destaca Cynthia Patterson, ‘ter uma parte na cidade’ (metechein tês poleôs) indica per-
tencer à cidade e, portanto, ter direito à cidadania, o que, para Patterson, é uma maneira mais
eficiente de entender como as mulheres desfrutavam dessa cidadania, e o que esta condição
significava (1981: 164).
23. A discussão detalhada sobre suas ideias ultrapassa os limites desse artigo, mas para maiores
informações ver Stauffer, D. J. “Aristotle’s Account of the Subjection of Women.” The Journal of
Politics, 70.4 (2008): 929–941; Fissell, M. E. “Hairy Women and Naked Truths: Gender and the
Politics of Knowledge in ‘Aristotle’s Masterpiece.’” The William and Mary Quarterly, 60 (2003):
43–74; Femenías, M. L. “Women and Natural Hierarchy in Aristotle.” Hypatia, 9 (1994): 164–172;
Walcot, P. “Plato’s Mother and Other Terrible Women.” Greece & Rome, 34 (1987): 12–31; Canto,
M., and A. Goldhammer. “The Politics of Women’s Bodies Reflections on Plato.” Poetics Today, 6
(1985): 275–289.
24. A frátria alistava filhos, e possivelmente filhas, no nascimento (o registro das meninas é certo
após 451 a.C.); examinava as qualificações para a cidadania dos filhos, e admitia sua entrada
quando atingiam 18 anos de idade; e reconhecia casamentos entre cidadãos ao celebrar a festa
da gamêlia (Tyrrell & Brown 1991: 136). Todavia, julgamentos sugerem que era normalmente
difícil fornecer evidencias conclusivas sobre as mulheres, e a decisão dependía do lado com que
o júri se alinharia (e.g. Iseu 3 and Dem. 59).
25. Para esta inscrição, ver R. Meiggs and D. Lewis, A Selection of Greek Historical Inscriptions (Ox-
ford 1988) 107-11 (no. 44).
26. Pretensões similares a respeito da antiguidade de Atenas, ou sobre sua grandeza, foram feitas
por Heródoto (7.161) e em outra oportunidade por Isócrates (12.124, 10.35, e 15.299). Reivin-
dicações de autoctonía também eran comuns entre os oradores e dramaturgos atenienses; ver,
por exemplo, Isócrates 8.49, 12.124-125; Tucídides 1.2.5; Eurípides, Ion 589 ff.; Aristófanes, As
Vespas 1076.
27. Erecteu e Erictônio, filho de Hefaístos, gerado por Gaia/Terra e criado por Atena, foram reunidos
por Plutarco no mito da geração de Erecteu.
28. Segundo Heródoto (8.44.2), Erecteu deu aos habitantes de Atenas o nome “atenienses”, embora
amiúde estes vissem a si mesmos como erectidas, “filhos de Erecteu”.
29. Existem varios mitos nos quais humanos tornam-se em pedra, como Crono trnasformando o
povo da cidade de Níobe em rochas (Ilíada 24.611), os nascidos delas, como os descendentes
de Deucalião e Pirra.
30. Comentário à Nona Olímpica de Píndaro, fr. 95. Ver também LSJ s.v. laos.
31. Sobre a pretensão à autoctonía ter feito dos atenienses inherentemente justos, ver Demóstenes
[59].74, Heródoto (7.161.3), Tucídides (1.2.6, 2.36.1), e Platão (Menex. 245d); também Hurwit
1995, 181.
32. A sociedade matrilinear das amazonas enfatizava a matrilinearidade na identificação dos cida-
dãos e “não punha qualquer valor na identidade do pai ou filho” (Tyrrell & Brown 1991, 179).
33. Em sua afirmação de principios programáticos para o governo do estado, Praxágora proclama:
“Farei de todas as mulheres comuns (koinas) para todos os homens, e que cada uma se deite
(sunkatakeisthai) e tenha filhos (paidopoiein) com quem a quiser (tô boulomenô)” (A Assembleia
das Mulheres 614-5).
34. Eurípides escreveu 92 peças, mas conquistou o primeiro lugar apenas três vezes, por 12 delas
(os dramaturgos competiam com tetralogias), e uma quarta vez, postumamente.
35. Compare-se com Diodorus Sículo, que afirma: “Reia era chamada Pandora por alguns” (Biblio-
theca 3.57.3), and Hipônax de Éfeso que mencionou, que, durante a celebração da Targélia em
Éfeso, Pandora era celebrada com a oferta simbólica de uma planta num jarro, uma referencia à
sua natureza ctônica (104.48 W; Joan Connelly, The Parthenon Enigma, 2014, n. 130).
Referências bibliográficas
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Loraux, N. 2000. Born of the Earth: Myth and Politics in Athens (transl. S. Stewart).
Cornell University Press: Ithaca and London.
1. Este capítulo de livro teve origem a partir do projeto de pesquisa 244/2016 - O Ensino e a Pes-
quisa de História Antiga no Brasil: Reflexões a partir dos Planos de Ensino das Universidades
Federais, subsidiado pela Propex/FURB a partir do PIPe/Artigo 170, um recurso proveniente do
Governo do Estado de Santa Catarina. Agradeço ao estudante Juliano João Nazário, que auxiliou
na coleta de dados.
2. Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás. Desde 2012 é Professor de História An-
tiga na FURB - Universidade de Blumenau, onde também coordena o LABEAM - Laboratório Blu-
menauense de Estudos Antigos e Medievais. É membro do LEIR – Laboratório de Estudos Sobre
o Império Romano, da ABEI – Associação Brasileira de Estudos Irlandeses, ambos da USP, e da
Cátedra de Estudos Irlandeses W.B. YEATS da USP/Embaixada da Irlanda.
3. SANTOS, KOLV, NAZÁRIO. O Ensino e a Pesquisa em História Antiga no Brasil: Reflexões a partir
dos dados da Plataforma Lattes. Mare Nostrum. Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo, no Pre-
lo, 2017.
4. JOLY, Fábio Duarte. Some Aspects of ancient history scholarship in Brazil from the beginning till
today: museums, universities and research groups. Paper presented at the “European antiquity
and global scholarship. Ancient history in Brazil and Germany” Colloquium, Humboldt-Universität
zu Berlin, 03 rd, 2012. Disponível em <https://ufop.academia.edu/FabioDuarteJoly> Acesso em:
14 de fevereiro de 2017.