Você está na página 1de 73

ANAIS

ORGANIZADORES
Cristiano Roberto Buzatto
Doriana Gozzi Miotto
Flávia Biondo da Silva
Claudia Petry
REALIZADORES

ABHP – Associação Brasileira de Homeopatia Popular

Bem a Bá – Passo Fundo/RS

Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo/RS

Coasa – Cooperativa Agrícola Água Santa LTDA

Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial

Cresol – Sistema Cooperativo Cresol

CRS – 6ª Coordenadoria Regional de Saúde

Emater/RS-Ascar – Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência


Técnica e Extensão Rural e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural

Fasurgs – Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul

Farmácia Natupharma Manipulação & Medicamentos

GESP - Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas

Germânias Hotel e Eventos

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IFRS – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão/RS

IMED – Faculdade Meridional

Instituto Athena

Museu Zoobotânico Augusto Ruschi – ICB – UPF

Pastoral da Saúde de Passo Fundo

Prefeitura Municipal de Passo Fundo – Secretaria Municipal de Saúde

STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo

UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo/RS

UPF – Universidade de Passo Fundo


ANAIS

ORGANIZADORES
Cristiano Roberto Buzatto
Doriana Gozzi Miotto
Flávia Biondo da Silva
Claudia Petry
Copyright © Cristiano Roberto Buzatto, Doriana Gozzi Miotto, Flávia Biondo da Silva, Claudia Petry, 2019
Todos os direitos reservados.
Os autores são responsáveis pela apresentação dos fatos contidos e opiniões expressas nesta obra.

COORDENAÇÃO DO EVENTO
Profa. Dra. Claudia Petry - Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo/RS
Extensionista Doriana Gozzi Miotto - Emater/RS – Ascar

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS


Prof. Dr. Cristiano Roberto Buzatto – UPF - (Coordenador)
Alexandre Mendonça – Homeopata Popular - ABHP
Claudia Braga Dutra - Doutoranda - Pós Graduação Agronomia - UPF
Me. Gervásio Paulus – Emater/RS – Ascar – Porto Alegre/RS
Prof. Dr. Adriano Michel – IFRS – Sertão/RS
Prof. Dr. Ricardo Flores – Fasurgs – Passo Fundo/RS
Prof. Me Luiz Artur Rosa Filho – IMED – Passo Fundo/RS
Prof. Me. Delvino Nolla – Passo Fundo/RS
Profa. Barbara Zago (Doutoranda) – Prefeitura Municipal Passo Fundo
Profa. Dra. Andrea Michel Sobottka - UPF – Passo Fundo/RS
Profa. Dra. Claudia Petry – UPF – Passo Fundo/RS
Profa. Dra. Vanderléia Pulga – UFFS – Passo Fundo/RS
Profa. Janete Presser – (Doutoranda) – Fasurgs – Passo Fundo/RS
Profa. Me. Elisa Sisti – Fasurgs – Passo Fundo/RS
Profa. Me. Mariana Beux Tortelli – Fasurgs – Passo Fundo/RS
Profa. Me. Mariza Casagrande Cervi – UPF – Passo Fundo/RS
Profa. Me. Vanessa Isabela Borguetti – Fasurgs – Passo Fundo/RS
Me. Rocheli Maria Ongaratto - Muzar/ICB/UPF
Mestrando Fernando Wons - PPGCiamb/ICB/UPF

CAPA: AGECOM/UPF - NEXPP/FAC

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Aline T. Fochi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


S471 Seminário Regional de Plantas Bioativas e de Homeopatia (4. : 2019 : Passo Fundo, RS).
Anais do IV Seminário Regional de Plantas Bioativas e de Homeopatia e I Jornada
Sul-brasileira de Pesquisa em Plantas Medicinais e em Homeopatia : interações e
semelhanças, a humanidade em harmonia com a natureza, 7 e 18 de outubro de 2019,
Passo Fundo, RS [recurso eletrônico] / organizadores Cristiano Roberto Buzatto ... [et
al.]. – Tapera: LEW, 2019.
73 p. : il.

Disponível em: https://www.upf.br/plantasbioativashomeopatia


ISBN: 978-85-98202-99-0

1. Homeopatia. 2. Iniciação científica. 3. Pesquisa científica. 4. Seminário. 5.


Jornada. I. Título. II. Miotto, Doriana Gozzi. III. Silva, Flávia Biondo da. IV. Petry, Claudia.

CDD 615.5

Bibliotecária responsável: Débora Jardim Jardim – CRB 10/1598

LIVRARIA E EDITORA WERLANG LTDA


CNPJ 00.485.534/0001-55 - CGC-ICMS 139/0019125
Prefixo Editoria no ISBN 98202
! (54) 3385-1352 (54) 99981-3951
"
% vicente@virttua.com.br www.lew.com.br
0 Rua Frederico Hoffmann, 140 | Bairro América
CEP 99.490-000 | TAPERA - RS
APRESENTAÇÃO

O
IV Seminário Regional de Plantas Bioativas e de Homeopatia e a I Jor-
nada Sul-brasileira de Pesquisa em Plantas Medicinais e em Homeo-
patia aconteceu em 17 e 18 de outubro de 2019, no Centro de Even-
tos da Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo/RS. O evento
é promovido por um grupo de instituições e entidades que tem atuado em
projetos de extensão e pesquisa com plantas bioativas e homeopatia em suas
comunidades, municípios e estados.

O EVENTO TEM COMO OBJETIVOS:


• Proporcionar um espaço de troca de conhecimento, saberes e experiências
sobre plantas bioativas e homeopatia na saúde humana, vegetal e animal.
• Congregar pesquisadores, professores, estudantes, técnicos, extensionis-
tas, profissionais de diferentes áreas do conhecimento, buscando a troca
de saberes científicos e populares e de experiências sobre plantas bioativas
e homeopatia.
• Oportunizar e estimular a divulgação das pesquisas científicas desenvolvi-
das pelas instituições de ensino e os relatos de experiências desenvolvidos
pelas entidades referentes as plantas bioativas e homeopatia.
• Divulgar estratégias de agregação de valor às plantas bioativas e a homeo-
patia com incentivo para a certificação da matéria-prima como diferencial
de qualidade e segurança requeridos.
• Estimular a inclusão da fitoterapia como prática de saúde no Sistema Único
de Saúde (SUS), amparada pela Política Nacional de Plantas Medicinais e
Medicamentos Fitoterápicos e da Política de Práticas Integrativas e Com-
plementares em Saúde.
• Fortalecer a rede de entidades que trabalham com o tema da saúde preven-
tiva e curativa e que promovem o uso das plantas medicinais e homeopatia.
• Apoiar a capacitação de técnicos e agentes na produção com qualidade
através de cultivo e manejo sustentável de plantas bioativas, insumos e de-
rivados, buscando a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arran-
jos produtivos e na produção doméstica.
• Divulgar e fortalecer as políticas públicas existentes na área.
• Enfatizar a vivência das práticas integrativa e complementares, através do
Espaço do Cuidado.

6
HISTÓRICO
É reconhecido que ao longo da história, a utilização de produtos à base
de plantas medicinais foi um recurso terapêutico que adquiriu credibilidade
em diversas populações, especialmente na cultura chinesa e indiana.
A fitoterapia se fortaleceu em todo o mundo a partir da década de 1960,
apresentando um crescimento expressivo nas últimas décadas como trata-
mento complementar ou alternativo aos medicamentos convencionais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece oficialmente o uso de
fitoterápicos com finalidade preventiva, curativa ou paliativa e se posiciona
no sentido de estimular os governos a desenvolverem políticas visando va-
lorizar o uso dos fitoterápicos no âmbito sanitário. Além disso, verifica-se um
crescente interesse pelo estudo da aplicação dos fitoterápicos e expressiva
utilização das plantas medicinais e seus derivados nos dias atuais.
Baseando-se no princípio dos semelhantes, em 1796, o médico alemão
Samuel Hahnemann criou a Homeopatia (tratamento através de substâncias
que causam sintomas “semelhantes” aos da doença a ser tratada), apoiando-se
na observação experimental de que toda substância capaz de provocar de-
terminados sintomas numa pessoa sadia pode curar estes mesmos sintomas
numa pessoa doente. A Homeopatia é um sistema científico definido, com
uma metodologia de pesquisa própria, apoiada em dados da experimentação
farmacológica dos medicamentos em indivíduos humanos (sadios), reprodu-
zidos ao longo dos séculos.
O homeopata tem como finalidade encontrar um medicamento que foi
capaz de causar nos indivíduos sadios sintomas semelhantes (“homeo”) aos
que se desejam combater nos indivíduos doentes, estimulando o organismo
a reagir contra a sua enfermidade. As ultradiluições das substâncias (medica-
mento dinamizado) são utilizadas com o intuito de diminuir o poder patoge-
nético das mesmas, evitando uma possível agravação dos sintomas quando
se administram doses fortes de uma substância que causa sintomas seme-
lhantes aos do paciente, de forma análoga às doses infinitesimais da imuno-
terapia clássica.
Atualmente a homeopatia tem avançado muito no uso em animais e
em vegetais.
A OMS define saúde como o estado de harmonia e bem-estar físico, men-
tal, social e espiritual. Considerando que a saúde integral compreende o equi-
líbrio deste corpo-mente-espirito, seria importante que pudesse agir nos três
níveis, proporcionando uma harmonia mais completa do ser.
As entidades envolvidas no seminário têm atuado em projetos com
plantas bioativas e/ou homeopatia em toda a região norte do Rio Grande
do Sul.

7
Os enfoques dados às plantas medicinais, condimentares e aromáticas
nas ações desenvolvidas pelas entidades e instituições, junto a sociedade e
seus usuários, perpassam as áreas econômica (geração de renda); antropoló-
gica (faz parte da cultura de um povo); ecológica (preserva e valoriza a diver-
sidade); pedagógica (instrumento de reflexão de vários temas); terapêutica
(ação terapêutica legítima) e de pesquisa (comprovação cientifica da eficá-
cia). Ações que buscam resgatar, valorizar, promover e qualificar iniciativas
em plantas medicinais, alimentares, aromáticas e condimentares, atendendo
a necessidade atual da sociedade.
É realidade o aumento da implantação de hortos medicinais (escolar do-
méstico, comercial e comunitário), a criação de empreendimentos voltados a
temática, a implantação das plantas medicinais, fitoterápicos e homeopatia
no Sistema Único de Saúde e a busca de corroboração através da pesquisa,
para atender a pluralidade do público.
A busca pela produção de alimentos orgânicos tem buscado na homeo-
patia, uma alternativa de prevenção, tratamento e preservação da saúde de
animais e plantas. Por não gerar resíduos químicos, a homeopatia tem cresci-
do muito na produção de leite e carnes, proporcionando bem-estar animal e
maior rendimento aos produtores rurais.
A união e o esforço de diversas entidades fizeram acontecer três edições
do Seminário Regional de Plantas Bioativas e Homeopatia contando com a
participação de 1.747 pessoas da região norte do Rio Grande do Sul, bem
como de outros estados.
Diante desta procura e do envolvimento de instituições de ensino su-
perior, buscou-se a criação de um evento de integração do popular com o
científico, realizando pela primeira vez a I Jornada Sul-brasileira de Pesquisa
em Plantas Medicinais e em Homeopatia juntamente com o IV Seminário Re-
gional de Plantas Bioativas e de Homeopatia.

Doriana Gozzi Miotto

8
SUMÁRIO

RESUMO CIENTÍFICO | CADEIA PRODUTIVA DE PLANTAS MEDICINAIS 12


A ARTE MILENAR DO CONSUMO DE CHÁS ALIADA A DESIDRATAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS 13
AUTOSSUFICIÊNCIA EM PRODUÇÃO LOCAL DE SEMENTES DA
PLANTA MEDICINAL PERPÉTUA (Gomphrena globosa)
14

INDUÇÃO DE MORFOGÊNESE INDIRETA ATRAVÉS DE EXPLANTES FOLIARES EM INSULINA VEGETAL 15


ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA E SEUS EFEITOS SOBRE A ANSIEDADE 16

RESUMO CIENTÍFICO | ETNOBOTÂNICA: POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS 17


FLORA MEDICINAL DO RIO GRANDE DO SUL: UM ESTUDO SOBRE O
CONHECIMENTO POPULAR NA CIDADE DE TAPERA
18

PLANTAS MEDICINAIS: A TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS ATRAVÉS DAS GERAÇÕES 19

RESUMO CIENTÍFICO | FITOQUÍMICA E FARMACOLOGIA 20


DA CUIA ÀS CÁPSULAS E CREMES: O PODER DA ERVA MATE PARA SAÚDE ESTÉTICA 21
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALFACE EXPOSTAS A EXTRATOS AQUOSOS DE
PICÃO-PRETO (Bidens pilosa), PINUS (Pinus elliotti) E BOLDO (Plectranthus barbatus)
22

INFLUÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO SOBRE O TEOR DE VITAMINA C NA CAPUCHINHA (Tropaeolum majus) 23


PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS IN VIVO DE EXTRATOS AQUOSOS DE Eugenia uniflora (PITANGUEIRA) 24
TEORES DE CUMARINA EM ESPÉCIES DE GUACO: UMA REVISÃO DA LITERATURA 25

RESUMO CIENTÍFICO | FITOTERÁPICOS 26


ALCACHOFRA COMO FITOTERÁPICO: PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS 27
APLICABILIDADE E TERAPÊUTICA DA Malva sylvestris EM ODONTOLOGIA 28
GENGIBRE (Zingiber officinale): USO POPULAR E ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 29
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DA ESPÉCIE Gingko biloba 30
PRODUÇÃO DE SABONETE TERAPÊUTICO COM VINHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DA PRODUÇÃO ARTESANAL COM O MÉTODO DE SAPONIFICAÇÃO A FRIO
31

9
RESUMO CIENTÍFICO | PLANTAS MEDICINAIS: SAÚDE HUMANA, ANIMAL E VEGETAL 32
A AROMATERAPIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO PROCESSO
DE ENSINO/APRENDIZAGEM NA REDE PÚBLICA ESTADUAL/RS
33

ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIFÚNGICA DO EXTRATO DE


ERVA-MATE E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE EM Artemia salina
34

AVALIAÇÃO POPULACIONAL DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS


EM RELAÇÃO AOS SEUS PRINCÍPIOS BIOATIVOS
35

CAMOMILA EM USO ODONTOLÓGICO 36


DIVERSIDADE DE PLANTAS HERBÁCEAS PANC’S NO CAMPUS I DA UPF 37
DIVERSIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS NO CAMPUS I DA UPF 38
ESPÉCIES DE MYRTACEAE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS NA RPPN UPF 39
OS BENEFÍCIOS DO USO DE CHÁS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 40
POTENCIAL ANTIBACTERIANO E AVALIAÇÃO DA LETALDIADE DO
EXTRATO GLICÓLICO DE Pimpinella anisum EM Artemia salina
41

RELÓGIO BIOLÓGICO DAS PLANTAS MEDICINAIS IBIRAIARAS 42


USO DA CALÊNDULA PARA REGENERAÇÃO TECIDUAL 43

RESUMO CIENTÍFICO | HOMEOPATIA 44


AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DA BIOECOLOGIA DE PULGÃO DO MILHO
INFLUENCIADA POR MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
45

GANHO DE PESO DE LAGARTAS DE Helicoverpa armigera (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)


ALIMENTADAS COM FOLHAS DE FEIJOEIRO TRATADAS COM PREPARADOS HOMEOPÁTICOS
46

INFLUÊNCIA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS NA PRODUÇÃO DE BATATA INGLESA 47


INFLUÊNCIA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS NO COMPORTAMENTO
ALIMENTAR DO PULGÃO Rhopalosiphum maidis EM MILHO
48

PREFERÊNCIA DE LAGARTAS DE Helicoverpa armigera EM


VAGENS DE FEIJÃO TRATADAS COM PREPARADOS HOMEOPÁTICOS
49

RELATO DE CASO DA UTILIZAÇÃO EM ROSEIRAS DA Arnica montana 50


UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS NA CULTURA DE BATATA INGLESA 51

10
RESUMO DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA 52
CAPACITAÇÃO INTERMUNICIPAL EM PLANTAS MEDICINAIS E INTRODUÇÃO A HOMEOPATIA 53
CULTIVAR SAÚDE: IMPLANTAÇÃO DE HORTOS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE PONTÃO/RS 54
DOS EMPLASTROS AO CHÁ: BENEFÍCIOS DA BARDANA PARA LITÍASE RENAL E PARA SAÚDE 55
ESTUDO DE CASO E APRENDIZAGEM ATIVA DE PROCESSOS DE LIMPEZA
E DESINTOXICAÇÃO: A HOMEOPATIA NA RESOLUÇÃO DE TRAUMAS
56

ESTÍMULO AO CONSUMO DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS


(PANC) NA ALIMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
57

ETNOBOTÂNICA E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 58


FITOENERGÉTICA: UMA OUTRA FORMA DE USO DAS PLANTAS BIOATIVAS 59
HOMEOPATIA NA PRODUÇÃO VEGETAL 60
IMPLANTAÇÃO DE HORTO MEDICINAL DIDÁTICO PAISAGÍSTICO EM TAPEJARA 61
MEDICINA FITOTERÁPICA 62
MINHA EXPERIÊNCIA COM MOSCAS DOMÉSTICAS NO MORANGUEIRO 63
OFICINA DE FITOTERÁPICOS: ENSINANDO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE 64
ÓLEO ESSENCIAL DE GERÂNIO NO AUXÍLIO DO TRATAMENTO DA HERPES LABIAL 65
PLANTAS BIOATIVAS E BENZIMENTOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
SOBRE INDICAÇÕES PARA PROBLEMAS PULMONARES
66

PLANTAS MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE BENZEDORES


DO MUNICÍPIO DE ARVOREDO-SC EM RELAÇÃO À COLETA DE PLANTAS
67

PRODUÇÃO DE SABONETE TERAPÊUTICO COM VINHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA


DA PRODUÇÃO ARTESANAL COM O MÉTODO DE SAPONIFICAÇÃO A FRIO
68

TRATAMENTO HOMEOPATICO EM PATOS (Cairina sp) COM SUSPEITA DE BOTULISMO 69


USO DE Pulsatilla NO TRATAMENTO DE PSEUDOCIESE EM FÊMEA CANINA JOVEM 70
UTILIZAÇÃO DE Arnica E Pulsatilla NO TRATAMENTO DE ANSIEDADE POR SEPARAÇÃO EM FELINO 71
YLANG-YLANG: UM ESTUDO SOBRE O ÓLEO ESSENCIAL 72

11
RESUMO CIENTÍFICO
Cadeia produtiva de
plantas medicinais

12
A ARTE MILENAR DO CONSUMO
DE CHÁS ALIADA A DESIDRATAÇÃO
DE PLANTAS MEDICINAIS
Alexandre Mendonça Junior1; Franciele Rotava1; Julia Gabriela Nascimento1;
Lucas Haiduki1; Pedro Henrique Bertotti1; Simone Elenice Castelan1

N
os dias de hoje, tem-se falado muito a tadas rodinhas e feito uma abertura na parte
respeito do uso de tratamentos fitote- superior da estufa. Para gerar calor utilizou-se
rapêuticos para melhorar a saúde das um aquecedor termoventilador e para controle
pessoas. As plantas medicinais vem sen- da temperatura, um termostato descartado de
do utilizadas a milhares de anos tratar doenças um buffet. Após isso foram realizados os testes
ou simplesmente pelo prazer de tomar um bom com as plantas medicinais que são produzidas
chá. Na escola é tradicional o cultivo de plantas no horto medicinal da escola. As plantas foram
medicinais, prática esta, desenvolvida nas aulas colhidas e classificadas, em seguida foram pesa-
de jardinagem. Mas apesar do cultivo, a escola das para mensurar seu teor de umidade. Depois
não possui um sistema de desidratação ade- foram colocadas na estufa, com a temperatura
quado. Então desenvolveu-se este projeto com adequada, observando assim o tempo neces-
a ideia da construção de uma estuda desidra- sário para a planta atingir a umidade adequada
tadora de ervas medicinais, garantindo assim o para armazenamento. Os testes foram realiza-
fornecimento das mesmas, desidratadas, com dos com cavalinha, capim cidreira, folha de lima
as qualidades terapêuticas e sanitárias preser- e hibisco, em uma temperatura de 40 a 50ºC. As
vadas, disponíveis a qualquer hora, sem enfren- plantas desidratadas foram armazenadas em vi-
tar problemas com a falta da planta in natura. dros e plásticos, os quais foram desinfetados e
Este projeto teve como objetivo geral desidratar bem fechados com a menor quantidade de ar
ervas medicinais viabilizando o menor desper- possível. Pode-se afirmar que os resultados ob-
dício de plantas do que com a secagem natu- tidos foram positivos e superaram as expectati-
ral, preservando as propriedades medicinais. E vas, pois além de diminuir consideravelmente o
como objetivos específicos: agilizar a desidra- tempo de secagem das ervas, conseguiu-se ob-
tação; garantir a qualidade dos chás; reutilizar ter ervas bem preservadas, com uma boa apa-
sucatas para fabricação da estufa e preservar as rência, mantendo os chás, e tinturas produzidas
propriedades terapêuticas das ervas medicinais. com as mesmas, o mesmo sabor, odor e cor de
Para a desidratadora utilizou-se um armário des- quando processados com a planta in natura.
cartado, o mesmo foi serrado, lixado e pintado
Fonte financiadora: Colégio Agrícola Esta-
com tinta de alta temperatura. Foram fixadas
dual Ângelo Emílio Grando
quatro prateleiras com grades de tela, adap-

1 Colégio Agrícola Estadual Ângelo Emílio Grando.

13
AUTOSSUFICIÊNCIA EM PRODUÇÃO LOCAL
DE SEMENTES DA PLANTA MEDICINAL
PERPÉTUA (Gomphrena globosa)
Michele Renata Revers Meneguzzo1; Tais Carine Trada1; Leonardo Mayer1;
Isabel Cristina Lourenço da Silva1; Zuleica Terezinha Casanova1; Cláudia Petry1

G
omphrena globosa L. (Amaranthaceae), dade equivalente a 2,5 vezes a massa do papel
perpétua, é uma florífera anual prefe- seco, mantidas em câmara de germinação com
rencial de verão, com até 40 cm de altu- temperatura de 20ºC. Não houve beneficiamen-
ra, muito utilizada em paisagismo, com to nem tratamento das sementes e elas foram
produção de flores roxas em forma de globo, semeadas com a núcula e a germinação (G) ava-
em até 60 dias após a semeadura. Tradicional- liada aos 14 dias conforme recomendações das
mente há mais de 20 anos, a agricultura Zuleica Regras para Análise de Sementes (RAS). Para o
Casanova (Distrito Santa Gema) criou e comer- teste de comprimento de raiz (CR) e parte aérea
cializa um chá “mistura para chimarrão”, com as (CPA) de plântulas, foram utilizadas 3 repeti-
pétalas roxas secas da perpétua embelezando a ções de 10 sementes, colocadas para germinar
composição e a aparência do chá. Sua produção nas mesmas condições do teste de germinação
utiliza sementes salvas do ano anterior, porém e avaliadas em concomitância com o mesmo.
apresenta problemas na germinação. Além dis- Como resultados, confirmou-se na literatura
so, encontra dificuldades com a liberação local, aplicações da G. globosa como planta medici-
para uso destas pétalas nas misturas. Diante dis- nal (antifúngica, antimicrobiana, antioxidante
to o objetivo foi buscar informações científicas, e anti-inflamatória) e corante. Nas indicações
sobre os múltiplos usos dessa espécie e avaliar a técnicas, a G para suas sementes é de até 89%.
germinação destas sementes salvas, com vistas Neste lote de sementes locais, se encontrou G
a estimular seu uso como planta multifuncional. de 45% ± 6,11 (x ± DP), com plântulas de aspec-
O experimento foi conduzido no Laboratório to delicado (CPA= 1,68 cm; CR= 1,76 cm). Diante
de Análise de Sementes (LAS), da Universida- do exposto conclui-se que a produção local de
de de Passo Fundo. As sementes de G. globosa sementes salvas desta espécie multifuncional G.
(colheita maio/2019) estavam armazenadas em globosa é viável, semeando o dobro de semen-
temperatura ambiente, dentro de sacos plásti- tes, e fundamental para a autonomia de produ-
cos, em local sombreado. Realizou-se o teste de tores de flores orgânicas utilizadas em misturas
germinação em setembro de 2019, conduzido de chás para uso medicinal.
com três subamostras de 50 sementes, tendo
Fonte financiadora: Universidade de Passo
como substrato folhas de papel mataborrão,
Fundo; CAPES
umedecidas com água destilada, em quanti-

1 Universidade de Passo Fundo - UPF. Autor para correspondência: michelemeneguzzo@yahoo.com.br

14
INDUÇÃO DE MORFOGÊNESE
INDIRETA ATRAVÉS DE EXPLANTES
FOLIARES EM INSULINA VEGETAL
Ânderson Scalvi Sommer1; Vinicius Rampazzo1; Adriano Michel1;
Daniela da Silva1; Rubens Antonio Polito1

N
os últimos anos ocorreu um aumento descrito Murashige e Skoog, (1962), acrescido
significativo nas pesquisas relacionadas de 1 ml/L de ANA, 1ml/L de KN e 10 ml/L de BAP.
a propagação de diferentes espécies de Os explantes foliares foram inoculados de duas
plantas medicinais. Isso se deve pela formas, uma com a parte abaxial em contato
importância que as mesmas desempenham com o meio de cultura (T1),e a outra com a por-
no cenário farmacológico seja ele através da ção adaxial em contato com o meio (T2). Após
utilização da planta para preparo de diferentes a inoculação os explantes foram expostos a um
compostos fitoterápicos, ou por parte da indus- fotoperíodo de 16 horas de luz sob uma tem-
tria farmacológica com o intuito de descobrir peratura constante de 25 °C por 40 dias. Após o
novas moléculas químicas com reação curati- periodo, procedu-se à avaliação qualitativa dos
va em organismos biológicos. Diante disso, o calos formados. Os resultados obtidos demons-
objetivo do trabalho foi induzir morfogênese tram que os dois tratamentos originaram um
indireta através de explantes foliares de Cissus crescimento celular satisfatório formando um
sicyoides L. (insulina vegetal). Para tanto, as fo- aglomerado de células denominado de calo so-
lhas foram coletadas e sob condições assepti- mático, demonstrando dessa forma o potencial
cas realizou-se a assepcia com álcool 70% por regeneratido dos explantes podendo ser fonte
10 segundos e em seguida as folhas foram sub- de células totipotentes para originar um planta
mersas em uma solução de hipoclorito de só- completa através do cultivo in vitro. 
dio com 4,5% de cloro ativo por 10 minutos e
Fonte financiadora: Instituto Federal de
após esse período realizou-se a tríplice lavagem
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
com água destilada, deioniza e esterelizada. As
do Sul- Campus Sertão
folhas foram sexionadas em discos foliares com
2,25 cm2, sendo inoculadas em meio de cultura

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão.
Autor para correspondência: andersonssommer@gmail.com

15
ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA E SEUS
EFEITOS SOBRE A ANSIEDADE
Cristiane Rigon Nercolino1 ; Diênifer Linhares;
Érika Thayná dos Santos; Mariana Tortelli Beux

C
apaz de atuar nos sistemas fisiológicos, lação. Torna-se necessário para a condução e
psicológicos e energéticos, a aromatera- aplicação cutânea uma mistura com óleo ve-
pia é a ciência que estuda a utilização de getal como seu carregador, afim de não venha
óleos essenciais em seres humanos, para a ter nenhum tipo de intercorrência tais como,
tratamento de doenças e melhoria do bem-es- irritação, queimaduras e alergias por conta de
tar geral. Em virtude disso, o objetivo deste es- sua composição. O óleo essencial extraído da
tudo foi discorrer sobre o uso do óleo essencial lavanda é um dos mais utilizados atualmente
de lavanda e seus efeitos sobre a ansiedade. na aromaterapia, visto que o mesmo interage
Os óleos essenciais são substâncias complexas no sistema nervoso central, possuindo efeito
e de fragrâncias variáveis, extraído de partes sedativo, relaxante, antiestressante, ansiolíti-
da planta, a constituição dos óleos essenciais co, analgésico, anti-inflamatório e antidepres-
é obtida por uma mistura de substâncias lipos- sivo. Entre a sua composição está presente
solúveis e voláteis. Além disso atuam de forma uma substância chamada linalol, a mesma está
analgésica, anti-inflamatória, antimicrobiana, altamente relacionada com o aumento dos
antifúngica e psicológica quando sua ação é níveis de ácido gama-aminobutírico no siste-
exercida sobre a mente, emoções, memórias e ma nervoso o que irá ocasionar a sensação de
sensações. A lavanda, também conhecida por calma e relaxamento, ele também irá propor-
nome alfazema pertence à família das labiadas, cionar uma diminuição nos níveis do hormô-
são originárias de região europeia, aclimata- nio cortisol, responsável este pelo aumento do
das no Brasil são facilmente cultivadas em so- estresse. Desse modo, podemos concluir que
los pobres e rochosos. Seu óleo essencial está o óleo essencial de lavanda possuí um grande
armazenado em todas as partes dessa planta, potencial calmante e ansiolítico, de maneira
em suas folhas, flores, talos bem como nas raí- que ele possa ser consideravelmente eficaz no
zes, o modo de extração do mesmo é realizado tratamento de um dos sintomas que mais aco-
através de um processo físico, chamado desti- mete a população.     

1 Autor para correspondência: cristianenercolino@gmail.com

16
RESUMO CIENTÍFICO
Etnobotânica: povos e
comunidades tradicionais

17
FLORA MEDICINAL DO RIO GRANDE DO SUL:
UM ESTUDO SOBRE O CONHECIMENTO
POPULAR NA CIDADE DE TAPERA
Fabiano Carneiro1; Gabriel A. Iorczeski¹; Júlia Raiter¹

O
uso das plantas medicinais como práti- partes da planta consumidas, forma de preparo
cas terapêuticas vem se mostrando um e indicações terapêuticas. Após a coleta e análi-
importante aliado no tratamento e na se dos dados, buscou-se na literatura o que os
busca da cura para diversas patologias. autores destacavam sobre os efeitos terapêuti-
Grande parcela da população utiliza desses cos relacionados ao uso das principais plantas
métodos como principal forma de prevenção citadas. As partes das plantas utilizadas para fins
e cuidados primários para diversas doenças. A medicinais variam de acordo com o preparo (in-
medicina tradicional, portanto, tem se tornado fusão, decocção ou in natura), podendo ser as
cada vez mais forte e vista como um potencial folhas, flores, frutos (e cascas), caules e raízes. As
farmacológico para a pesquisa, e para o encon- principais plantas medicinais consumidas pelos
tro de diversas propriedades medicamentosas entrevistados, são: a laranja (Citrus sp.); o boldo
na fabricação de novos remédios. Neste traba- (Peumus boldus Molina); a malva (Malva sylves-
lho foram investigadas as principais espécies tris L.); o guaco (Mikania vitifolia DC.); o gengibre
vegetais utilizadas pela população da cidade (Zingiber officinale Roscoe); e a marcela/macela
de Tapera, Rio Grande do Sul no tratamento de (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.). Alguns usos
algumas doenças, bem como as formas de pre- terapêuticos citados pelos taperenses e que
paro e partes das plantas utilizadas.  O estudo também estão presentes na literatura são, o uso
foi desenvolvido através de entrevistas realiza- do guaco para afecções no trato respiratório, da
das na primeira quinzena de agosto de 2018, malva para dores de garganta, a macela como
em que aplicou-se questionários à população alternativa para aliviar desconfortos gástricos e
da faixa etária acima de 50 anos. Entrevistou-se a laranja como analgésico e anti-inflamatório.
um total de 31 pessoas da área urbana e rural, Portanto, as plantas medicinais quando bem uti-
no qual foram coletados dados referentes às lizadas tornam-se importantes instrumentos na
plantas utilizadas por eles com fins medicinais, prevenção, recuperação e promoção da saúde.
     

1 Gradução em Ciências Biológicas (L) - Universidade de Passo Fundo - UPF. Autor para correspondência: 160188@upf.br

18
PLANTAS MEDICINAIS: A TRANSMISSÃO DE
CONHECIMENTOS ATRAVÉS DAS GERAÇÕES
Brenda da Costa1; Pietra da Silva Nardi1; Flávia Biondo da Silva1

S
eres humanos começaram a utilizar pro- paço da comunidade, geralmente transmitida
dutos naturais há milhares de anos, prin- por mulheres, que são a referência de cuidado
cipalmente no tratamento de diversas com a família, com práticas de cura como chás,
patologias. Com o avanço da medicina, pomadas, xaropes e os mais variados produ-
iniciou-se a produção de fármacos sintéticos, tos para inúmeros desconfortos do corpo e
e, a utilização de plantas em tratamentos foi da alma. A família foi referida como principal
ficando escassa, sendo utilizadas como forma fonte na transmissão do conhecimento em re-
alternativa ou complementar. No Brasil, seu lação às plantas medicinais, seguida de grupos
uso foi disseminado pela cultura indígena, de mulheres e/ou igreja da comunidade, entre
pois possuem vasto conhecimento sobre a outros. Devido a essa transmissão de conhe-
utilização de plantas medicinais. Diante disso cimento, algumas pessoas realizam primeiro
o trabalho teve como objetivo mostrar a im- o tratamento com as plantas medicinais, para
portância de aliar o conhecimento científico após buscar o serviço formal de saúde. Atual-
com a cultura que é passada pelas gerações de mente dentro das famílias cerca de 80% da po-
famílias, salientando a relevância em unir sa- pulação utiliza recursos de medicina popular.
beres populares com a ciência para a compro- Na área científica os usos de algumas plantas
vação e utilização precisa das plantas medici- medicinais não são confiáveis pela falta de in-
nais. Para a realização da pesquisa, utilizou-se formação que se tem sobre a espécie. Técni-
artigos científicos da base de dados do Scielo cas na farmacologia vem validando o uso das
para concretizar a revisão bibliográfica. A po- plantas medicinais, unificando a ciência com o
pulação humana utiliza plantas por possuí- conhecimento popular. Conclui-se que com a
rem propriedades medicinais, as quais podem grande diversidade de plantas medicinais e o
ser extraídas de diversas formas, sendo cada conhecimento sendo transmitido de geração
vez mais utilizadas, seja por meio de estudos em geração, estes integrados no cotidiano de
científicos ou da passagem de suas utilidades diversas famílias, sendo principalmente utili-
entre familiares. Essas informações são trans- zadas para prevenir, tratar, e aliviar sintomas
mitidas especialmente de forma difusa, no es- de diferentes doenças.

1 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Museu Zoobotânico Augusto Ruschi, BR 285, Bairro São
José, CEP 99052-900, Passo Fundo, RS. Autor para correspondência: 173001@upf.br

19
RESUMO CIENTÍFICO
Fitoquímica e Farmacologia

20
DA CUIA ÀS CÁPSULAS E CREMES: O PODER
DA ERVA MATE PARA SAÚDE ESTÉTICA
Larissa Talia da Silva1; Janaína Padilha Cardoso1; Mariana Tortelli Beux1

É
incessante a busca por envelhecer de for- a Ilex paraguariensis A.St.-Hil., popular erva-ma-
ma saudável e com o mínimo de sinais te, espécie nativa da América do Sul, com maior
decorrentes do processo. Aliado a isso, os consumo na região sul-brasileira e Mato Gros-
antioxidantes atuam raptando elétrons so do Sul. Sabe-se da utilização do extrato da
livres formados no início do processo de oxi- erva mate em cosméticos e formulações orais,
dação, esses são capazes de prevenir e retar- tanto no Brasil, como em outros países, pois a
dar o envelhecimento e diminuir a ocorrência mesma contém nutrientes e substâncias bioa-
de doenças que podem ser causadas por esse tivas em sua composição, tais como, vitaminas
mecanismo. A erva-mate por conter em sua e minerais e também possui compostos fenóli-
composição cafeína, teofilina, teobromina, áci- cos, como flavonóides e polifenóis e apresenta
do fólico, taninos, é considerada além de antio- elevada quantidade de metilxantinas e sapo-
xidante, diurética, laxante suave e estimulante. ninas. Devido a grande variedade de bioativos
O propósito desta revisão é citar as proprieda- presente na erva mate, pode-se desenvolver
des da erva mate e seus benefícios para saú- através dela diversas formulações nutracêuti-
de e beleza. Para tal foi realizada uma revisão cas e dermocosméticas de extrema importân-
bibliográfica em bases de dados na busca de cia para a cosmetologia e saúde estética, pois
artigos sobre a aplicabilidade dos ativos extraí- proporciona efeito antioxidante, fotoprotetor,
dos da planta na área da beleza. A cosmetolo- inibidor da tirosinase, adstringente, emolien-
gia desenvolve fórmulas multifuncionais, que te, anti-inflamatório, bacteriostático, também
além de retardar o envelhecimento atuam em podendo atuar em tratamentos para celulite e
diferentes mecanismos para promover a reno- emagrecimento e ainda estando presente em
vação celular, fotoproteção e atenuar rugas. Os formulações capilares e cremes para a pele.
fitocosméticos vem ganhando cada vez mais Dessa forma, o extrato da erva-mate tem ação
espaço sendo considerados formulações que multifuncional, ou seja, além de retardar o en-
contenham ativos vegetais. O Brasil possui bio- velhecimento, proporciona efeitos no meta-
diversidade vegetal grandiosa, com cerca de bolismo corporal e na hidratação/proteção da
120.000 espécies nativas e cultivadas, porém pele, por isso pode ser utilizada para saúde,
apenas cerca de 10% foi estudada, entre elas, beleza e bem-estar, além de ser de fácil acesso.     

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).

21
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALFACE
EXPOSTAS A EXTRATOS AQUOSOS DE
PICÃO-PRETO (Bidens pilosa), PINUS (Pinus
elliotti) E BOLDO (Plectranthus barbatus)
Chaiane Dal Moro1; Cláudia Braga Dutra1; Cláudia Petry1;
Isabel Cristina Lourenço da Silva1; Guilherme Barreto1

A
s plantas liberam para o ambiente, para minativo (PG) de 85% e pureza de 99% e hou-
outras plantas ou sobre os microrganis- ve necessidade de quebrar a dormência para
mos, metabólicos primários ou secun- ocorrer a germinação. Borrifou-se o extrato no
dários, com efeitos benéficos ou inibi- papel mata-borrão até seu encharcamento, com
tórios, num processo denominado alelopatia. A retirada do excesso. Após os 3 dias em geladeira
Lactuca sativa L. (Asteraceae), alface, é uma hor- (5ºC–10ºC) para a quebra de dormência, trans-
taliça de maior consumo mundial, porém possui feriu-se as mesmas para a câmara de envelhe-
uma sensibilidade a certos compostos químicos cimento (20ºC) para a germinação. Após 7 dias,
na germinação. Este trabalho teve o objetivo de avaliou-se o PG. A campo, utilizou-se bandejas
avaliar a interferência alelopática de extratos de isopor de 72 células, com solo mineral, em
aquosos de massas fresca e seca de Bidens pilosa ar livre coberto com sombrite 80% e avaliou-se
L. (picão-preto), Pinus elliottii Engelm., Plectran- a emergência (PE) no 20º dia. Obteve-se em la-
thus barbatus Andrews na germinação de se- boratório aos 7 dias, o PG de 78,4% e à campo,
mentes de alface, em condições controladas e à aos 21 dias, um PE (e sobrevivência) de apenas
campo. O primeiro experimento foi em câmara 15,9%, demonstrando a importância de trans-
de germinação no Laboratório de Análise de plantar mudas. Comparando o efeito dos extra-
sementes (LAS), da Universidade de Passo Fun- tos na germinação, o extrato de picão preto foi
do (UPF) e o segundo, em condições adversas benéfico e superior à testemunha, demonstran-
à campo, horta urbana, em Cacique Doble, RS, do o estímulo deste na germinação de sementes
para avaliar o percentual de emergência (PE) em de alface. Este extrato não diferiu dos extratos
bandejas de isopor com solo mineral local. Uti- de pinus e boldo, e todos podem ser feitos com
lizou-se 150 g de folhas, ou acículas (no caso do massa fresca ou seca dessas plantas. Conclui-se
pinus) para cada extrato de cada espécie, diluí- que podem ser usados extratos aquosos de base
do em 150 mL de água destilada (1:1), durante fresca e seca de picão preto, pinus e boldo em
24 h em geladeira. As sementes não peletizadas sementes de alface, sem haver efeito deletério
e não tratadas de alface indicavam poder ger- ou herbicida, e sim estimulando a germinação.

1 Universidade de Passo Fundo.

22
INFLUÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO
SOBRE O TEOR DE VITAMINA C NA
CAPUCHINHA (Tropaeolum majus)
Renata Frata Candeia1; Delvino Nolla2; Karin H. Schmidt 3

A
capuchinha (Tropaeolum majus L.) é colocado com as folhas de capuchinha em es-
uma planta medicinal, ornamental e tufa por 48 horas, com temperatura ambiente,
nutritiva. Contém alto teor de vitamina a qual permaneceu entre 17ºC à 25ºC. Após a
C, sendo muito utilizada para a prepa- desidratação das folhas foi realizada a análise
ração de remédios e na alimentação. O objeti- do teor de vitamina C das mesmas comparan-
vo deste trabalho foi comparar o teor de vita- do-as com os diferentes métodos de secagem.
mina C nas folhas in natura e desidratadas de Verificou-se que nas folhas de capuchinha os
capuchinha, utilizando diferentes métodos de teores de vitamina C decresceram significativa-
secagem e sua viabilidadede uso na nutrição. mente com a desidratação. No método de lio-
Foram aplicados quatro tratamentos inteira- filização houve perda de 19,3% desses teores e
mente casualizados com quatro repetições. com a secadorea elétrica 25,07% sem diferença
No tratamento 1 (testemunha) analisou-se a significativa entre si. O método por higrosco-
vitamina C das folhas in natura. Nos outros tra- picidade foi o que obteve mais perdas desse
tamentos as folhas foram desidratadas pelos componente, 37,78%. A desidratação ocasio-
seguintes métodos: Tratamento 2: secagem em nou perdas significativas de vitamina C nas
secadora elétrica onde foram colocadas a uma folhas de capuchinha, sendo maoires pelo mé-
temperatura de 32ºC por 48 horas. Tratamen- todo de higroscopicidade e as menores pelos
to 3: liofilização, a secagem foi realizada a uma métodos de liofilização e por secadora elétrica.
temperatura de -17ºC, por 48 horas. No trata- Após desidratadas e moídas as folhas da capu-
mento 4: secagem por higroscopidade na qual chinha continuam com alto teor (80,13% ou
as folhas foram desidratadas, usando o milho 74,93%) de vitamina C, sendo que sua farinha
seco. Este foi desidratado à uma temperatura pode ser uma importante fonte dessa vitamina
de 105ºC que após atingir a temperatura, foi conforme o método de desidratação.

1 Bióloga, ex-aluna da Universidade de Passo Fundo (UPF) Instituto de Ciências Biológicas. Professora da Escola Munici-
pal de Ensino Fundamental João Dal Piva - Ibiraiaras- RS e Escola Municipal de Ensino Fundamental João Rodrigues de
Souza - Caseiros - RS. Contato: renatafratabio@yahoo.com.br
2 Ex-professor da UPF.
3 Ex-professora da UPF.

23
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
IN VIVO DE EXTRATOS AQUOSOS DE
Eugenia uniflora (PITANGUEIRA)
Marluza Farias1; Roberta Gonçalves1; Andréa Michel Sobottka1

E
ugenia uniflora L. (Myrtaceae) é conhecida intravenosa. Em camundongos observou-se
popularmente como pitangueira, sendo ação anti-inflamatória em ensaio de edema de
nativa do Brasil. É uma planta que possui pata induzido pela carragenina e efeito sobre
frutos comestíveis, e o chá de suas folhas o trânsito intestinal através da administração
tem aplicação na medicina popular, principal- oral de charcoal ativado, um marcador de pro-
mente como antidiarreico, anti-hipertensivo e pulsão intestinal. Houve uma diminuição da
antibacteriano, sendo suas propriedades far- distância percorrida pelo corante, sugerindo
macológicas já descritas em inúmeros traba- uma redução moderada do trânsito intestinal e
lhos. Neste estudo buscou-se realizar uma re- consequente benefício em eventos de diarreia.
visão da literatura sobre ensaios realizados in Também em camundongos testou-se a ativi-
vivo com extratos aquosos da planta. Pesquisa dade antinociceptiva do extrato aquoso, sen-
bibliográfica utilizando as palavra-chaves “Eu- do que não ocorreu diferença significativa em
genia uniflora L, ensaios in vivo, extrato aquoso”. relação ao controle. Atividade antioxidante e
A revisão da literatura científica mostrou vários analgésica periférica foi constatada em camun-
ensaios realizados com ratos que comprovaram dongos suíços machos, com 8 a 10 semanas de
atividade hipotensora e diurética dos extratos idade. O tratamento com extrato aquoso em
aquosos de E. uniflora. Quatro estudos apon- camundongos diabéticos não obesos reduziu
taram, em ratos normotensos, atividade hipo- a incidência de diabetes tipo 1, diminuiu a in-
tensora dos extratos administrados via oral, filtração de células inflamatórias e o estresse
intraperitonial e intravenosa. Efeitos diuréticos oxidativo e aumentou os níveis de glutationa
foram constatados também em quatro estudos hepática e insulina sérica, o que pode sugerir
realizados com ratos normotensos, sendo que a preservação de células β pancreáticas produ-
o extrato aquoso da planta foi administrado via toras de insulina. Constata-se portanto que E.
oral. Um estudo demonstrou ação reguladora uniflora possui várias atividades farmacológi-
do metabolismo lipídico, e outro ação sobre o cas comprovadas em estudos in vivo, com des-
desempenho cardíaco, aumentando a frequên- taque para as ações hipotensoras e diuréticas
cia dos batimentos em ratos tratados por via do extrato aquoso.  

1 Curso de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS, Brasil. Autor para
correspondência: 166747@upf.br

24
TEORES DE CUMARINA EM
ESPÉCIES DE GUACO: UMA
REVISÃO DA LITERATURA
Shaiane Poletti1, Andréa Michel Sobottka1

M
ikania Willd. (Asteraceae) é um gê- Bertolucci e colaboradores em 2009 encontra-
nero que inclui várias espécies uti- ram um teor médio de 0,37% de cumarina em
lizadas como medicinais. No Brasil M. laevigata e quantidades indetectáveis deste
utiliza-se principalmente Mikania marcador em M. glomerata. Estes resultados fo-
laevigata Sch.Bip. ex Baker e Mikania glomerata ram confirmados por Melo e Sawaya no ano de
Spreng., conhecidas popularmente como gua- 2015, assim como por Almeida e colaboradores
co, para tratar asma, tosse e bronquite. A cuma- em 2017, que encontraram quantidades signi-
rina é considerada o marcador químico destas ficativas de cumarina em M. laevigata, mas sua
espécies, com dose diária estabelecida em 0,5 detecção em M. glomerata ocorreu em níveis
a 5 mg. Apesar de serem utilizadas indistinta- muito baixos ou até indetectáveis. Costa e cola-
mente, existem controvérsias em relação à con- boradores em 2018 também constataram que
centração de cumarina nas mesmas. O objetivo a cumarina está presente em todas as amostras
deste trabalho foi realizar uma revisão da litera- de folhas de M. laevigata, mas não em M. glo-
tura a fim de verificar se existem diferenças na merata. Estes autores observaram que os ga-
composição química entre as espécies em ter- lhos das duas espécies apresentaram quantida-
mos de quantidade de cumarina. A partir das des equivalentes de cumarina. Conclui-se que,
palavras-chave Mikania laevigata, Mikania glo- em trabalhos mais recentes, foram encontrados
merata e cumarina, foram selecionados e anali- maiores teores de cumarina em M. laevigata do
sados os artigos pertinentes. Em 2006, Santos e que em M. glomerata. Ressalta-se que a com-
colaboradores, pesquisando o extrato fluido e posição química de espécies vegetais pode ser
o extrato aquoso liofilizado de folhas de guaco, afetada pelas condições de cultivo e também
encontraram maior quantidade de cumarina dependem do material utilizado, como folhas
em M. glomerata do que em M. laevigata. Estu- frescas ou extratos liofilizados. A Farmacopeia
do de Bolina e colaboradores no ano de 2009 Brasileira preconiza um teor mínimo de 0,1%
relata um teor de 0,3% de cumarina para M. glo- de cumarina no guaco, sendo fundamental
merata e de 0,43% para M. laevigata, e sugere que se faça a determinação do conteúdo deste
que as duas espécies podem ser utilizadas de marcador em produtos fitoterápicos obtidos a
forma indistinta. Contrariando estes resultados, partir desta planta.

1 Curso de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS, Brasil. Autor para
correspondência: 150904@upf.br

25
RESUMO CIENTÍFICO
Fitoterápicos

26
ALCACHOFRA COMO FITOTERÁPICO:
PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
Bruna Eduarda dos Santos1; Clarissa Tomasetto Marcon1;
Júlia Foss1; Sara Fincatto1; Andréa Michel Sobottka

C
onhecida como alcachofra, a planta Cy- melhora significativa no alívio dos sintomas da
nara scolymus L. (Asteraceae) é muito dispepsia e da síndrome do intestino irritado
utilizada popularmente para má diges- em pacientes tratados com alcachofra. O uso
tão e outros problemas do trato gastrin- de extrato de alcachofra promove um aumento
testinal. Seus principais constituintes químicos significativo no fluxo da bile, fazendo decair os
são os polifenóis, conhecidos por sua capaci- níveis de colesterol. Também é eficaz no trata-
dade sequestradora de radicais livres. Devido mento de complicações digestivas, como perda
a estas propriedades antioxidantes, os extra- de apetite, náuseas e dores abdominais. Dados
tos têm sido usados como hepatoprotetores, epidemiológicos mostraram que populações
no tratamento de doenças cardiovasculares e de países do Mediterrâneo, que utilizam na re-
na inibição da biossíntese do colesterol. Con- feição vegetais, entre eles alcachofra, possuem
siderando seu uso como fitoterápico, o objeti- um índice menor de doenças cardíacas. Sendo
vo deste estudo foi evidenciar as propriedades assim, nota-se que os flavonoides presentes no
terapêuticas da alcachofra, bem como suas in- extrato da alcachofra possuem atividade tera-
terações medicamentosas. Neste sentido bus- pêutica contra aterosclerose e ação hipercoles-
cou-se informações na literatura utilizando a terolêmica. Apesar do extrato de alcachofra de-
palavra-chave “propriedades terapêuticas Cy- monstrar inúmeros benefícios deve-se atentar
nara scolymus”. Foi verificado que vários estu- para interação deste medicamento fitoterápico
dos com extratos brutos e purificados de alca- com diuréticos em pacientes hipertensos e car-
chofra, realizados tanto em animais quanto em diopatas, pois pode ocorrer uma potencializa-
humanos, demonstraram uma série de ativida- ção do efeito dos cardiotônicos. Sendo assim,
des farmacológicas, como ação hipolipidêmica, os estudos encontrados confirmam o uso medi-
hepatoprotetora, colerética, colagoga, antio- cinal da alcachofra, principalmente relacionado
xidante, entre outras. Estudos mostraram uma a problemas do trato gastrintestinal.

1 Curso de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS, Brasil.
Autor para correspondência: 160413@upf.br

27
APLICABILIDADE E TERAPÊUTICA DA
Malva sylvestris EM ODONTOLOGIA
Gabriela Lorenzato1; Janete J. L. Presser1;
Mariana T. Beaux1; Vanessa I. Borghetti1

A
Malva sylvestris L. é benéfica em amplos microbianas sobre bactérias Gram-positivas e
aspectos para a saúde, sendo usada Gram-negativas constituintes do biofilme den-
com finalidade quimioterápica, antio- tal. Com a presença de mucilagens, taninos,
xidante, antirrugas, anti-complemen- óleos essenciais, glicolipídios e flavonóides,
tares, anti-cancro, anti-ulcerosa e antiinfla- esta planta auxilia no controle de crescimen-
matória em diversas terapias contra infecções to de bactérias presentes na cavidade oral. Es-
na mucosa oral e aparelho auditivo. Diversos tudos mostram que a infusão da malva pode
fármacos produzidos no Brasil tem ativos ex- ser utilizada em casos de gengivite, abcesso
traídos de plantas medicinais, com efeitos co- na boca, aftas, inibe a aderência de biofilme
laterais menores aos pacientes e com baixo nas superfícies dentais e redução na produção
custo. Consequentemente, é cada vez maior o de ácidos e polissacarídeos extracelulares. A
número de centros de pesquisas dedicados a planta inteira exibe propriedades terapêuti-
fitoterapia nas universidades brasileiras, culmi- cas, mas, em geral, os efeitos farmacológicos
nando com o desenvolvimento de fitoterápi- da malva são atribuídos às folhas e flores. Para
cos de qualidade e validados para uso odonto- controle de qualidade deve-se conservar ao
lógico. O uso do chá de malva é benéfico para a abrigo da luz. Os extratos são obtidos através
saúde contra inflamações e infecções. Com os da maceração da planta seca, seguida da filtra-
avanços do tratamento fitoterápico, a ciência ção, rotaevaporação e liofilização. As folhas da
vem comprovando estes efeitos e verificando malva são utilizadas popularmente na forma
a eficácia do chá da planta no tratamento de de decocção, infusão, mastigadas, cataplasma,
outras patologias. Dessa forma, o objetivo des- vapor, loções, xarope, maceração ou pomada
te resumo é revisar o uso da malva na odonto- para aplicação tópica ou por via oral. O uso diá-
logia e sua terapêutica realizando a pesquisa rio recomendado por via oral em infusão é de
através dos termos malva, odontologia e bene- 2 g (1 colher de sobremesa) em 150 mL (xícara
fícios em artigos científicos e busca na base de de chá): tomar 1 xícara de chá 4 vezes ao dia; e
dados da Bireme e Scielo no período de 29 de por via tópica: infusão: 6 g (2 colheres sopa) em
julho a 30 de agosto. A M. sylvestris é conhecida 150 mL (xícara de chá) aplicar de 3 a 4x por dia
por suas propriedades antiinflamatórias e anti- na terapêutica odontológica.  

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).


Autor para correspondência: gabi.lorenzato012@hotmail.com

28
GENGIBRE (Zingiber officinale): USO
POPULAR E ASPECTOS FARMACOLÓGICOS
Liliane de Jesus Mattos1; Ana Verônica Salami1; Fernanda Peruzzolo
Grassi1; Joana Sofia Bonamigo1; Micheila Alana Fagundes1;
Silvia Cristina Fagundes1; Andréa Michel Sobottka1

O
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) tiemético (contra o vômito), antidispéptico (para
é uma planta perene rizomatosa que dor ou desconforto na parte superior do abdo-
atinge até 90 cm de altura sob cultivo. me), e para uso nos casos de cinetose (qualquer
A erva desenvolve vários brotos laterais distúrbio causado por um movimento não habi-
em aglomerados, que começam a secar quan- tual do corpo, como o enjoo que experimenta
do a planta amadurece. As folhas são longas, de quem viaja de navio, avião). Também possui ati-
2-3 cm de largura. As flores são raras, bastante vidade anti-inflamatória, bactericida e antiviral.
pequenas. O farmacógeno, ou seja, a parte da Em relação a posologia indica-se preparar, por
planta que é utilizada terapeuticamente, é o ri- infusão, 0,5 a 1 g em 150 mL de água, e tomar de
zoma. Este trabalho tem como objetivo verificar duas a quatro vezes ao dia. No caso de tinturas,
se existe comprovação entre o uso popular e as a posologia descrita é: tomar 2,5 mL da tintura,
ações farmacológicas já descritas para o gengi- diluídos em 50 mL de água, uma a três vezes ao
bre, e qual é a posologia adequada para obter a dia, sendo uso adulto. É fundamental conhecer
resposta terapêutica desejada. Realizou-se uma a posologia adequada, pois em altas doses, o
pesquisa bibliográfica no Scielo, Pubmed e no gengibre pode provocar efeitos contrários aos
Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasilei- esperados, como o aumento da pressão arterial,
ra, utilizando as palavras-chaves: gengibre, uso em razão de suas propriedades termogênicas.
popular e propriedades farmacológicas. Na me- Pode-se concluir que o uso popular do gengi-
dicina popular, o gengibre é utilizado principal- bre se complementa com o que está descrito
mente para o tratamento da gripe. O chá feito na literatura científica em relação às suas pro-
com o gengibre serve como descongestionante priedades farmacológicas, pois ambos abordam
nasal, atenua as dores de garganta e melhora a efeito anti-inflamatório, contra enjoos e diarreia.
voz. Além disso, o chá é utilizado como desinto- No entanto, nenhuma comprovação científica
xicante para quem quer perder peso. A planta foi encontrada a respeito do uso do gengibre
ainda é conhecida pelo seu efeito contra dores especificamente no tratamento da gripe e/ou
musculares, enjoo, diarreia, entre outros. A lite- resfriado, somente que possui ação antiviral e
ratura científica descreve o gengibre como an- anti-inflamatória. 

1 Curso de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS, Brasil. Autor para
correspondência: 170381@upf.br

29
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
DA ESPÉCIE Gingko biloba
Marielli Beffart1; Rafaela Vanin1; Andréa M. Sobottka1

G
ingko biloba L., planta pertencente à fa- coagulantes e antiplaquetários, como a varfari-
mília Ginkgoaceae, de origem asiática, na, heparina e ácido acetilsalicílico, eleva o risco
muito resistente, com folhas de formato de hemorragia, por aumentar o efeito desses
bilobado, produz frutos que amadure- fármacos. Com relação aos antidepressivos, a
cem no outono e suas folhas, utilizadas como planta diminui o efeito dos mesmos, podendo
medicinais, devem ser coletadas ainda verdes causar efeitos colaterais como cefaleia, tremo-
durante os meses de julho a setembro. Seus res, surtos maníacos, taquicardia, hipertermia,
extratos possuem, entre outros, flavonoides e agitação e sudorese. Quando administrada com
terpenolactonas. Esta planta vem sendo ampla- diuréticos tiazídicos pode levar a um aumento
mente utilizada nos casos de vertigem e zumbi- da pressão sanguínea. O omeprazol, um dos
dos, e também para aumentar a concentração e medicamentos mais utilizados pelos idosos no
memória. Contudo seu uso deve ser monitora- tratamento de úlcera péptica e do refluxo gas-
do, principalmente em pessoas idosas, pois es- troesofágico, em associação com o Gingko, tem
tas normalmente já utilizam outros medicamen- sua biodisponibilidade reduzida. A planta pode
tos que podem interagir com a planta e causar ainda reduzir a eficácia dos anticonvulsivan-
efeitos indesejáveis, muitas vezes aumentando tes e aumentar a atividade do haloperidol e da
ou diminuindo a ação dos mesmos. A partir dis- olanzapina, provavelmente, devido a seu efeito
so buscou-se apresentar os efeitos relacionados antioxidante. A utilização de medicamentos fi-
à interação do Ginkgo com outros medicamen- toterápicos vem crescendo muito ao longo dos
tos. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica últimos anos, principalmente pela população
em bases de dados, procurando material sobre adulta e idosa com doenças crônicas. Contu-
a planta e suas interações com medicamentos. do, é importante ressaltar que esses fitoterápi-
Estes foram analisados, retirando-se as informa- cos também podem causar efeitos indesejados
ções principais para a fundamentação da pes- quando usados com outros medicamentos, por
quisa. Foram usadas as seguintes palavras-cha- isso é importante consultar o médico e o farma-
ves: Gingko biloba, interações, fármacos. Gingko cêutico antes de iniciar qualquer tratamento
biloba, quando utilizado juntamente com anti- para evitar maiores riscos à saúde.
  

1 Curso de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS, Brasil.

30
PRODUÇÃO DE SABONETE TERAPÊUTICO
COM VINHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DA PRODUÇÃO ARTESANAL COM O
MÉTODO DE SAPONIFICAÇÃO A FRIO
Juliana Cristina Padilha Piani1; Mariana Tortelli Beux1

O
método saponificação a frio (Cold Pro- consumir e comercializar um produto próprio
cess) é uma forma de elaboração arte- e dele gerar renda. O sabonete de vinho tem
sanal de sabonetes, por isso, cada lote é como propriedades terapêuticas uma série de
único em suas cores, formatos e aromas, fatores que colaboram para amenizar os sinais
o que não compromete a eficácia e a qualida- do envelhecimento. Rico em polifenóis e bio-
de do produto final. Com o propósito de gerar flavonoides, esses antioxidantes naturais com-
renda e confeccionar um produto natural, único batem os radicais livres, melhoram a circulação
e com matérias-primas e técnica de fácil aces- sanguínea, estimulam a síntese de colágeno e
so, desenvolveu-se um sabonete derivado da elastina, além de favorecer o engrossamento da
uva com propriedades terapêuticas e de agra- camada dérmica ajustada com a idade. Ressal-
dável sensorial, partindo da saponificação a ta característica ímpar como sua cor de vinho
frio. Esse método utiliza uma mistura de óleos tinto, óleo de uvas, sem adição de tensoativos
pré-selecionados, podendo ser de oliva, arroz, (lauril), glicerina industrializada, corantes, con-
girassol, coco ou uva, que é adicionada à lixívia servantes e nem mesmo essência. Exala o aro-
com os extratos naturais das plantas bioativas ma agradável e envolvente das uvas, em um
e suas propriedades terapêuticas, adquiridas banho com espuma densa e um toque macio
mediante maceração e pedaços no produto fi- na pele, deixando-a com um delicioso aroma e
nal. A técnica acontece devido a emulsificação frescor. Cada barra é feita de forma única e arte-
constante e vigorosa até o momento da sapo- sanal, garantindo uma terapêutica com o máxi-
nificação que leva o sabonete de um estado mo que a matéria-prima pode proporcionar. A
líquido para o pastoso; e após algumas horas viabilidade na fabricação de saboaria artesanal
resultará na barra de sabonete artesanal tera- proporciona autonomia financeira, inserção no
pêutico, mantendo as propriedades fitoquími- mercado de trabalho e um empoderamento ao
cas tanto dos óleos base, quanto das plantas fabricar um produto aproveitando recursos na-
bioativas. O processo é o mais natural possível turais com bioativos terapêuticos que oferecem
e não depende de equipamentos industriais segurança e qualidade ao cliente final.
para a produção. A experiência se torna única a
Fonte financiadora: Recursos Próprios
cada barra finalizada, um misto de satisfação ao

1 Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).

31
RESUMO CIENTÍFICO
Plantas medicinais: saúde
humana, animal e vegetal

32
A AROMATERAPIA COMO FERRAMENTA PEDA-
GÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDI-
ZAGEM NA REDE PÚBLICA ESTADUAL/RS
Aline Sanche Vaz Maliuk1

O
trabalho desenvolvido busca apresen- e terapêuticos para cada turma proporcional
tar a aromaterapia dentro do processo às faixas etárias (que correspondem a estágios
de ensino aprendizagem convencional hormonais de desenvolvimento). Durante o ano
no ensino médio regular (1º ao 3º ano) letivo a pesquisa foi realizada em um universo
como ferramenta facilitadora da aprendizagem. de 63 alunos dividido em cinco turmas diferen-
A aplicabilidade do projeto teve como ponto tes e turnos escolares, intercalando períodos
norteador coletar dados idôneos que compro- de uso dos perfumes funcionais e dias sem a
vassem de forma contundente os benefícios da utilização dos mesmos, comparando qualitati-
aromaterapia. Com base no arcabouço referente vamente pelo corpo docente e o próprio corpo
aos benefícios desta ciência, será que na prática discente os resultados diferentes e perceptíveis
poderia se observar a mesma sistemática des- por todos. Em suma, foi observado que muitos
crita e atribuída a estes óleos essenciais? Seria casos tachados pela comunidade médica como
possível perfumes para ambientes serem tão hiperatividade (e medicação subsequente) ou
poderosos a ponto de modificar percepções, sonolência acima da média tinham na verdade
comportamentos e quadros mentais? O traba- haver com casos de rinite e sinusite crônicos,
lho por si visa permitir dentro de um universo de problemas estes que concomitantemente redu-
possibilidades e aplicabilidades em que a aro- ziam a capacidade de foco e concentração e au-
materapia em si, pode administrar e contribuir mentavam casos de irritabilidade e intolerância.
com bases sólidas uma contribuição multissen- Com resultados gradativos e crescentes notados
sorial e muito apreciada pelos alunos que levam pelos próprios alunos, simultaneamente aspec-
seus benefícios para outras esferas de sua vida e tos relacionados às (re) ações deles, tolerância,
o meio social que frequentam fora dos muros da flexibilidade e amadurecimento também foram,
escola. Após triagem das turmas e coleta de da- de alguma forma, trabalhadas, fazendo com que
dos simples referentes a saúde como um todo e eles buscassem o aroma da turma para se sen-
idade, visando uma melhor qualidade do foco e tirem melhores ou confortados, de alguma for-
concentração e comportamentos menos explo- ma. Houve pouca rejeição ao processo (cerca de
sivos foram desenvolvidos perfumes funcionais 10%), como previsto de antemão.    

1 Aline Sanche Vaz Maliuk / Mirke Aromaterapia. Contato: mirkearomaterapia@gmail.com

33
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIFÚNGICA
DO EXTRATO DE ERVA-MATE E AVALIAÇÃO DA
TOXICIDADE EM Artemia salina
Cristian Pressi1; Vanessa Laís Szymczak1; Paula Wietholter1; Ricardo Antunes Flores1

A
erva-mate (Ilex paraguariensis A.St.-Hill.) em duas espécies de bactérias e uma espécie de
tem grande valor comercial e cultural nos fungo: Streptococcus mutans Clarke, 1924, Esche-
estados do sul do Brasil, especialmente richia coli (Migula, 1895) Castellani & Chalmers,
no Rio Grande do Sul. Atualmente, estu- 1919 e Candida albicans (Robin) Berkhout. A
dos têm sido desenvolvidos buscando estabele- presença de halo de inibição do crescimento ao
cer os seus benefícios terapêuticos, assim como redor do disco foi indicativa para atividade bio-
os efeitos colaterais à saúde, principalmente no lógica do extrato, a ausência do halo de inibição
que diz respeito a sua relação com o câncer de foi considerada como inatividade. Já no teste de
esôfago. De acordo com estimativas do Instituto toxicidade em Artemia salina, 10 náuplios foram
Nacional do Câncer (INCA) para neoplasia de ca- expostos por seis horas aos extratos e foi realiza-
vidade oral em 2018, os estados do Rio Grande da a contagem de náuplios vivos e mortos após
do Sul, Santa Catarina e Paraná apresentam as o período. Os resultados indicaram que a ativi-
maiores estatísticas do país, sendo a população dade antimicrobiana aumentou na medida em
masculina mais atingida, ficando entre 12,45 a que se aumentaram as concentrações do extra-
13,64 casos a cada 100 mil homens. Sendo assim, to. Foi observada atividade antimicrobiana em
este estudo tem como objetivo avaliar a toxici- todos os microrganismos. Candida albicans foi
dade da erva-mate em Artemia salina (Linnaeus, o microrganismo mais sensível aos extratos de
1758) (espécie biomarcadora de referência para Ilex paraguariensis em correlação a Streptococ-
toxicidade) e testar a capacidade antibacteriana cus mutans e Escherichia coli. Os resultados em
e antifúngica em microrganismos patogênicos. Artemia salina evidenciaram toxicidade, uma
Para o estudo, foram utilizadas cinco marcas di- vez que todos os náuplios haviam morrido após
ferentes de erva-mate, produzidas em distintas seis horas de exposição, independente da con-
regiões do estado do Rio Grande do Sul. Os ex- centração. O estudo serve de piloto para novos
tratos foram produzidos em três concentrações estudos que possam mensurar os compostos
(1000 mg/mL, 500 mg/mL e 250 mg/mL). Para fitoquímicos e avaliá-los individualmente, bem
a avaliação da capacidade antibacteriana e anti- como, a relação dos compostos presentes na er-
fúngica foi utilizado o teste de halo de inibição va-mate e a sua possível citotoxicidade.

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul.


Autor para correspondência: szymczakvanessa18@gmail.com

34
AVALIAÇÃO POPULACIONAL DO USO
DE PLANTAS MEDICINAIS EM RELAÇÃO
AOS SEUS PRINCÍPIOS BIOATIVOS
Ricardo Antunes Flores1; Juliana De Marco Salvadori1; Elisa Sisti1;
Paula Wiethölter1; Ângela Maria Moro1; Elise Benvegnú1

A
s plantas medicinais fazem parte da flo- tados homens e mulheres, escolhidos ao acaso,
ra da região sul do Brasil, sendo larga- que após a explicação da natureza e finalidade
mente utilizadas desde os primórdios do trabalho, aceitaram participar da pesquisa.
da civilização por vários povos. Cerca de A análise descritiva dos 149 questionários apli-
80% da população utiliza recursos da medicina cados no estudo revela participação majoritária
popular para o tratamento de alguma doença, de indivíduos do sexo feminino (77%, n=115),
sendo que os conhecimentos das técnicas uti- com faixa etária entre 60 e 69 anos (46%, n=68)
lizadas e o emprego são transmitidos de gera- e de escolaridade básica (63%, n=94). 91%
ção em geração. Existe uma grande tendência (n=135) dos entrevistados utilizam plantas me-
de uso pela população de plantas medicinais dicinais com fins terapêuticos e as mais citadas
e, ano após ano, o uso cresce mais. Além disso, na pesquisa foram a camomila (n=107) e a ma-
atualmente há incentivo pelo SUS por produtos cela (n=107), seguidas pela canela (n=95) e pelo
naturais com princípios ativos contra doenças. gengibre (n=93). As folhas apareceram como a
Diante deste contexto, torna-se necessário o en- parte da planta mais utilizada como recurso me-
tendimento sobre a história das plantas medi- dicinal (n=125), seguidos por frutos (n=51) e raí-
cinais, a importância do conhecimento popular zes (n=49). A maioria dos entrevistados relatam
e a unificação da ciência para melhorar a apli- melhora dos sintomas com o uso de plantas me-
cabilidade e o uso deste recurso natural. Sendo dicinais (77%, n=115) e parecem dispostos a uti-
assim, o objetivo foi analisar a forma de uso de lizar este tipo de terapia (77%, n=115) porém ao
plantas medicinais, os motivos do consumo e serem questionados quanto ao hábito de comu-
a relação dos princípios bioativos das espécies nicar ao médico a fitoterapia, 53 dos entrevista-
com as respectivas patologias. A pesquisa abor- dos responderam negativamente (35%). Diante
dou os integrantes da Coordenadoria de Aten- dessa realidade, há um crescente aumento das
ção ao Idoso (COMAI) da Prefeitura de Passo pesquisas etnofarmacológicas e desenvolvi-
Fundo/RS, que conta com 50 grupos de convi- mento de técnicas modernas de farmacologia
vência, localizados nos bairros e no interior da para avaliar, preconizar e validar o seu uso.
cidade. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Fonte financiadora: FASURGS
ética em Pesquisa da Fasurgs, sob número de
parecer 68834817.1.0000.8059. Foram entrevis-

1 Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul. Autor para correspondência: ricardo.flores@fasurgs.edu.br

35
CAMOMILA EM USO ODONTOLÓGICO
Gabriel Paulo Rockenbach1; Guilherme Felimberti Tamioso1;
Janete Jacinta Lupatini Presser1; Mariana Tortelli Beux1;
Vanessa Isabela Borghetti1

A
o longo dos anos, a Medicina e a Odon- nas bases de dados do Google Acadêmico rea-
tologia foram evoluindo juntamen- lizado no período de julho e agosto utilizando
te com a sociedade e ambas são de as palavras chaves odontologia, camomila, fito-
substancial importância para a saúde terápicos e saúde bucal. Do total de 10, foram
e qualidade de vida. Além de trazer benefícios selecionados seis artigos em português e publi-
estéticos e promover bem-estar, curam enfer- cados nos últimos dez anos. Diversos estudos
midades das quais os seres humanos estão ex- mostram que a camomila quando utilizada em
postos. Diante disso, as ciências da saúde estão bochechos diários, em torno de duas vezes ao
novamente utilizando fontes de tratamento que dia, mostra significante efeito antisséptico e an-
eram utilizados nos tempos de outrora por meio ti-inflamatório quando comparado aos demais
de fitoterápicos, buscando benefícios ao pa- enxaguantes bucais, uma vez que reduziu em
ciente, de alívio e cicatrização, obtidos através grande percentual o acúmulo de placa bacte-
da camomila. Facilmente encontrada na região riana e sangramento gengival. O uso de plantas
Sul do Brasil e de baixo custo, é popularmente para tratamentos medicinais tem grande apoio
conhecida como um eficaz anti-inflamatório, da popular e aceitação da Organização Mundial da
qual podem ser extraídas diversas substâncias Saúde (OMS), entre os principais motivos que
ativas com propriedades terapêuticas. Diante levam a essa aceitação, cita-se que as plantas
do exposto, a proposta desta revisão é relacio- como sendo naturais possuem menos efeitos
nar atualmente o uso da camomila em um novo colaterais quando comparadas a fármacos in-
conceito de saúde retomando o uso de plan- dustrializados. Como no nosso caso, temos a ca-
tas medicinais em especial a camomila na área momila, que é capaz de substituir a clorexidina,
odontológica. O presente resumo trata-se de que pode ocasionar pigmentação extrínseca e
uma revisão de literatura simples direcionada sensibilidade da mucosa principalmente.

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul.

36
DIVERSIDADE DE PLANTAS HERBÁCEAS
PANC’S NO CAMPUS I DA UPF
Bianca Zimmermann Kuster Gregory1; 2; Rocheli Maria Ongaratto2;
Cristiano Roberto Buzatto3

A
s plantas alimentícias não convencionais thera brasiliana (L.) Kuntze; Alternanthera tenella
(PANC’s) são caracterizadas por serem Colla; Amaranthus deflexus L.; Amaranthus spino-
espécies comestíveis, nativas, exóticas, sus L.; Araujia sericifera Brot; Aristolochia triangu-
espontâneas, silvestres ou domestica- laris Cham.; Baccharis articulata (Lam.) Pers.; Bi-
das, as quais não são usadas habitualmente nas dens pilosa L.; Cajanus cajan (L.) Huth; Chaptalia
dietas. Estas abrangem órgãos vegetais como: nutans (L.) Pol.; Conyza bonariensis (L.) Cronquist;
raiz, caule, bulbo, tubérculo, folhas, flores e fru- Centella asiatica (L.); Celosia argentea L.; Cyperus
tos. Geralmente essas plantas são consideradas esculentus L.; Cyperus sesquiflorus (Torr.) Mattf. &
daninhas, porém possuem grande valor nutriti- Kük.; Cyclospermum leptophyllum (Pers.) Spra-
vo e medicinal contribuindo, desta forma, com gue; Eryngium elegans Cham. & Schltdl.; Euphor-
uma saúde e alimentação adequadas. Estas bia papillosa A. St.-Hil.; Erechtites valerianifolius
plantas também possuem potencial para serem (Link ex Spreng.) DC.; Galinsoga parviflora Cav.;
comercializadas e, assim, gerar renda. O obje- Hibiscus rosa-sinensis L.; Hedera helix L.; Hypo-
tivo deste trabalho foi catalogar a diversidade chaeris chillensis (Kunth) Britton; Hypochaeris
de espécies de PANC’s herbáceas presentes no radicata L.; Hydrocotyle bonariensis Lam.; Lepi-
Campus I da Universidade de Passo Fundo (UPF). dium virginicum L; Nothoscordum gracile (Aiton)
As coletas foram realizadas através do método Stearn; Portulaca oleracea L.; Porophyllum rude-
de caminhamento, duas vezes por semana, de rale (Jacq.) Cass.; Phyllanthus niruri L.; Polygonum
agosto de 2017 à março de 2018. Os espécimes hydropiperoides Michx.; Polygonum punctatum
coletados foram encaminhados para o Her- Elliott; Solanum commersonii Dunal; Tillandsia
bário RSPF, para herborização e identificação. usneoides (L.) L.; Rumex obtusifolius L.; Rumex
Este estudo foi complementado com uma lista acetosella L.; Sonchus oleraceus L.; Taraxacum
de espécies já incorporada ao herbário. Foram officinale F.H. Wigg.; Raphanus sativus L. Obser-
identificadas 30 espécies, que são comestíveis vou-se que a diversidade de PANC’s se mostrou
(PANC’s) segundo a literatura, sendo: Alternan- relativamente abundante.

1 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Curso de Ciências Biológicas B, BR 285, Bairro São José,
CEP 99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
2 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Herbário RSPF, BR 285, Bairro São José, CEP 99052-900,
Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
3 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais, BR
285, Bairro São José, CEP 99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

37
DIVERSIDADE DE PLANTAS
MEDICINAIS NO CAMPUS I DA UPF
Bianca Zimmermann Kuster Gregory1; 2; Rocheli Maria Ongaratto2;
Cristiano Roberto Buzatto3

P
lantas medicinais contém em sua com- Cyperus esculentus L.; Cyperus sesquiflorus (Torr.)
posição substâncias químicas com ação Mattf. & Kük.; Euphorbia papillosa A. St.-Hil.;
terapêutica. Seus princípios ativos po- Elephantopus mollis Kunth; Eryngium elegans
dem ser usados de forma isolada ou Cham. & Schltdl.; Glycine max (L.) Merr.; Hedera
presentes em compostos farmacêuticos, chás, helix L.; Helianthus annuus L.; Hydrocotyle bona-
pomadas, entre outros produtos. Atualmente, riensis Lam.; Lavandula angustifolia Mill.; Lippia
se observa a busca pela reintrodução de pro- alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson; Malva
dutos naturais no mercado farmacêutico e pes- sylvestris L.; Mentha piperita L.; Mikania cordifo-
quisas na área. O Campus I da Universidade de lia (L.f.) Willd.; Portulaca oleracea L.; Passiflora
Passo Fundo (UPF) é caracterizado pela grande caerulea L.; Phyllanthus niruri L.; Phyllanthus te-
diversidade de espécies frutíferas, ornamentais nellus Roxb.; Physalis angulata L.; Plantago ma-
e medicinais. O presente estudo teve como ob- jor L.; Plantago myosurus Lam.; Pluchea sagittalis
jetivo fazer o levantamento de espécies herbá- (Lam.) Cabrera; Polygala paniculata L.; Polygo-
ceas com propriedades medicinais no Campus num hydropiperoides Michx.; Polygonum puncta-
I da UPF. As coletas foram realizadas, através tum Elliott; Rosmarinus officinalis L.; Sida rhom-
do método de caminhamento, duas vezes por bifolia L.; Solanum americanum Mill.; Solanum
semana, de agosto de 2017 à março de 2018. sisymbriifolium Lam.; Solidago chilensis Meyen.;
Os espécimes coletados foram encaminhados Stevia rebaudiana (Bertoni) Bertoni; Symphytum
ao Herbário RSPF para herborização. A lista foi officinale L.; Tagetes minuta L; Taraxacum offi-
complementada a partir de espécies já depo- cinale F.H. Wigg.; Tillandsia aeranthos (Loisel.)
sitadas no RSPF. Foram identificadas 51 espé- L.B. Sm.; Tillandsia usneoides (L.) L.; Trifolium
cies com propriedades medicinais, segundo a pratense L.; Triticum aestivum L.; Tropaeolum
literatura: Achyrocline satureioides (Lam.) DC.; pentaphyllum Lam.; Thymus vulgaris L.; Verbena
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze; Aloe vera litoralis Kunth; Zea mays L.; Zingiber officinale
(L.) Burm. f.; Aristolochia triangularis Cham.; Ca- Roscoe. Assim, é notável a diversidade de espé-
lendula officinalis L.; Capsicum annuum L.; Cen- cies vegetais com propriedades medicinais no
tella asiatica (L.) Urb.; Chaptalia nutans (L.) Pol.; Campus I da Universidade de Passo Fundo.

1 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Curso de Ciências Biológicas B, BR 285, Bairro São José,
CEP 99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
2 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Herbário RSPF, BR 285, Bairro São José, CEP 99052-900,
Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
3 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais, BR
285, Bairro São José, CEP 99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

38
ESPÉCIES DE MYRTACEAE COM
PROPRIEDADES MEDICINAIS NA RPPN UPF
Maria Eduarda Soares Alberti1; Isabela S. Cades1; Leonardo Martinello da Rosa1;
Ana Carolina Razera1; Cristiano Roberto Buzatto2

O
conhecimento popular acerca de usos tamento de colesterol, diarreia, dores na bexi-
terapêuticos de determinadas plan- ga, gripe e melhoria da circulação sanguínea.
tas constitui uma importante riqueza Outras espécies destacam-se por sua aplicação
cultural do Brasil. Dentre as espécies no tratamento de diabetes, como Eugenia uni-
botânicas conhecidas, árvores da família Myr- flora L. (pitangueira) cujas folhas são utilizadas
taceae destacam-se por sua gama de utiliza- no controle da glicemia, além de antidiarreicas,
ções no tratamento de diversos males, atra- diuréticas, antifebris, antirreumáticas, controle
vés de seus caules (cascas), folhas e frutos. O do colesterol, antiespasmódicas carminativas,
objetivo deste trabalho foi levantar espécies antitérmicas, sudoríferas, emenagogas, esti-
de Myrtaceae com potencial de uso medicinal mulantes e digestivas. Além disso, a casca de
presentes da Reserva Particular do Patrimô- pitangueira é referida como adstringente. Já
nio Natural da Universidade de Passo Fundo Myrcia multiflora (Lam.) DC. (pedra-ume-caá)
(RPPN UPF). Foram examinados espécimes de apresenta as propriedades antidiabéticas tanto
Myrtaceae depositados no herbário RSPF, bem nas folhas quanto no caule (casca); e Eugenia
como, material coletado na RPPN UPF com po- involucrata DC. (cerejeira-do-rio-grande), cujo
tencial medicinal. Para a aplicação terapêutica tronco é utilizado no preparo de chás que re-
dos órgãos vegetais de cada espécie, bibliogra- gulam a glicemia. Myrciaria tenella (DC.) O. Berg
fias especializadas foram consultadas. Foram (cambuim) tem folhas conhecidas pelo uso na
encontradas seis espécies de Myrtaceae de higiene pós-parto. As espécies citadas com be-
interesse medicinal na RPPN UPF. Das plantas nefícios gastrointestinais apresentam um com-
aplicadas no tratamento de males sistêmicos, posto em comum, do grupo dos taninos, cuja
evidenciou-se Campomanesia guazumifolia ação no organismo é antidiarreica. A diversida-
(Cambess.) O. Berg. (sete-capotes), cujas folhas de de plantas medicinais e sua aplicação médi-
são utilizadas no tratamento de doenças he- ca e cultural evidenciam, portanto, a importân-
páticas; e Campomanesia xanthocarpa O. Berg cia da conservação e do estudo da flora nativa
(guabiroba), cujas folhas são utilizadas no tra- em áreas de preservação.

1 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Curso de Ciências Biológicas, BR285, Bairro São José,
99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
2 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais,
BR285, Bairro São José, CEP 99052-900, Passo Fundo Rio Grande do Sul, Brasil. Autor para correspondência: 178360@upf.br

39
OS BENEFÍCIOS DO USO DE CHÁS:
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Angélica Wagner da Costa1; Marinês Aparecida Alt Toledo2; Délcia Xavier Reichert2

C
ada vez mais a população vem retoman- dades antitumorais. O extrato aquoso liofilizado
do o antigo hábito do uso das plantas me- das folhas reduz a frequência de episódios de
dicinas como forma de tratamento para palpitações e a ansiedade em humanos. Efeito
as mais diversas enfermidades. Pensando benéfico na agitação, função cognitiva e humor
nisso, surgiu a necessidade do estudo de algu- de indivíduos saudáveis e em pacientes com Al-
mas plantas e seus benefícios. Isto foi possível zheimer. O extrato hidroalcoólico das folhas di-
através de uma revisão bibliográfica sobre o fun- minui os efeitos relacionados ao estresse, como
cho, a camomila, a melissa e a estévia, plantas ansiedade, insônia em humanos. A estévia (Ste-
essas mais utilizadas pela população da nossa via rebaudiana (Bertoni) Bertoni) pertence à fa-
região. O funcho (Foeniculum vulgare Mill.), tam- mília Asteraceae, possui diferentes aplicações
bém conhecido como erva-doce, possui como medicinais, como efeitos antiproliferativos em
propriedades efeito hepatoprotetor, atividade diferentes células cancerígenas, antidiabético,
antitrombótica, anti-inflamatória, antidiabéti- antimicrobiano e antifúngico, anti-hipertensivos
ca e antitumoral. As sementes, os extratos e o e anti-hiperglicêmicos. O uso da estévia como
óleo essencial de funcho apresentam atividade adoçante de baixa caloria reduz a ingestão de
antioxidante. Previne doenças como cardiovas- açúcares simples e, consequentemente, tem
culares, câncer e inflamação. Apresenta poten- sido associada à antiobesidade. Além dessas
cial para uso no tratamento glaucoma e hiper- propriedades, a estévia também pode ser usada
tensão. A camomila (Matricaria chamomilla L.) como estimulante do apetite e remédio digesti-
apresenta benefícios a saúde como efeito anti- vo. Em suma, as plantas medicinais são de gran-
depressivo e ansiedade associada à depressão. de importância na promoção, prevenção e recu-
O óleo essencial das partes aéreas possui efeitos peração da saúde. Orientar a população quanto
sedativos e relaxantes musculares. A infusão dos aos benefícios das plantas medicinais, além de
capítulos florais mostra atividade anti-inflama- esclarecer dúvidas, irá aumentar o uso dos chás
tória contra flebite, apresenta propriedades an- como forma de tratamento.
tioxidantes no sangue e atividade antiplaque-
Fonte financiadora: Secretaria Municipal da
tária. A melissa (Melissa officinalis L.) da família
Saúde de Coqueiros do Sul/RS
Lamiaceae, apresenta em seu óleo essencial ati-
vidade antioxidante, antibacteriano e proprie-

1 Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil.
Autor para correspondência: angelica_22.4@hotmail.com
2 Secretaria Municipal de Saúde, Coqueiros do Sul, RS, Brasil.

40
POTENCIAL ANTIBACTERIANO E AVALIAÇÃO
DA LETALDIADE DO EXTRATO GLICÓLICO DE
Pimpinella anisum EM Artemia salina
Vanessa Laís Szymczak1; Ricardo Antunes Flores1; Cristian Pressi1;
Giovanna Kovalski1; Paula Moreira de Moura1

A
indústria farmacêutica produz nume- ram vedadas e acomodadas com papel filme, a
rosa fração de novos antimicrobianos. fim de evitar a volatização do solvente, durante
Contudo a resistência microbiana aos sete dias. Após esse período a concentração foi
fármacos também progride através da filtrada por material permeável. A metodologia
habilidade genética dos microrganismos ad- nesta prática consiste em três etapas cruciais
quirirem resistência aos agentes terapêuticos. para a realização do bioteste: incubação, exposi-
A erva-doce (Pimpinella anisum L.), conhecida ção e contagem. Os resultados da toxicidade do
também como anis, é uma planta pertencente extrato glicólico de Pimpinella anisum em Arte-
à família Apiaceae originária da costa mediter- mia salina constatou morte de todos os náuplios
rânea. Utilizada devido suas propriedades an- na concentração de 1000mg, morte de 90% na
tiespasmódicas, inibidora da fermentação in- concentração de 500mg e morte de 65% na con-
testinal e carminativa, possui importante ação centração de 250mg, evidenciarando o grau de
antibacteriana em bactérias Gram-positivas e citotoxicidade. Foram considerados mortos os
Gram-negativas, e forte atividade antioxidante. náuplios de Artemia salina que não apresenta-
Sendo assim, este estudo tem como objetivo ram movimentos frente à um foco luminoso.
avaliar a toxicidade da Pimpinella asnisun em O estudo em Artemia salina, utilizou um grupo
Artemia salina (Linnaeus, 1758) (espécie bio- controle que foi exposto apenas à uma solução
marcadora de referência para toxicidade). Para salina. Em relação ao resultado do grupo con-
a determinação do estudo, o extrato glicólico de trole, todos os náuplios estavam vivos após seis
Pimpinella anisum foi produzido em duas con- horas de exposição aos extratos. O estudo ser-
centrações. Utilizando, respectivamente 50 mg ve como indicador do possível potencial tóxico
de semente passada pelo processo de trituração do extrato da erva doce que pode ser utilizados
de erva doce para 50 mL de Propilenoglicol, e para novas pesquisas sobre o potencial antibac-
75 mg de erva doce para 25 mL. As amostras fo- teriano deste.
    

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul.


Autor para correspondência: szymczakvanessa18@gmail.com

41
RELÓGIO BIOLÓGICO DAS PLANTAS
MEDICINAIS IBIRAIARAS
Marli DallaGiacomassa1

D
esde a antiguidade os povos utilizam tem ação farmacológica sobre eles. Este projeto
plantas medicinais para obter a cura e a foi desenvolvido por meio de pesquisa que une
saúde. A iniciativa de organizar o Reló- conhecimento da medicina oriental e ocidental,
gio Biológico das Plantas Medicinais em e contribui para que as pessoas conheçam seu
Ibiraiaras, ocorreu através dos Agentes Comuni- Corpo e saibam seu uso na cura e prevenção.
tários de Saúde quando estiveram participando O principal objetivo é incentivar as pessoas a
em Maio de 2017 de um Curso sobre Plantas Me- conhecerem novos métodos, aprofundar os co-
dicinais. O projeto foi abraçado pela Administra- nhecimentos sobre as plantas medicinais, além
ção Municipal e Secretaria Municipal de Saúde, de ser um espaço de visitação e jardinagem, in-
em Parceria com Agentes de Saúde, Bruxinhas tegrando plantas medicinais e ornamentais, di-
à Serviço da Vida e Pastoral da Saúde e Emater fundindo conhecimentos e estimulando as pes-
com instrução do SENAR. O relógio biológico soas a construir hortos de plantas medicinais,
localiza-se no centro da cidade, nos fundos do que serão usados na confecção de chás, poma-
Hospital Municipal e da Unidade Básica de Saú- das, xaropes, além de auxiliar na preservação da
de que encontrava-se em situação de abando- biodiversidade. Atualmente o trabalho continua
no. Para a implantação, preparação do terreno, sendo executado com parcerias e agrega outras
confecção dos canteiros, plantio das mudas rea- áreas das práticas integrativas e complementa-
lizado em mutirão, com aproveitamento de ma- res inserindo dois fitoterápicos (xarope guaco e
teriais reciclados, utilizando recursos da Aten- cápsulas de espinheira santa) na farmácia básica
ção Básica da saúde do munícipio. Contou com municipal, além da capacitação de profissionais
a Instrução técnica do SENAR. Essa forma didá- em reiki, auriculoterapia e farmácia viva.
tica relaciona o funcionamento dos principais
Fonte financiadora: Prefeitura Municipal de
órgãos do corpo humano, com seus horários
Ibiraiaras/Secretaria municipal de Saúde
de maior atividade onde as plantas medicinais

1 Prefeitura Municipal de Ibiraiaras.

42
USO DA CALÊNDULA PARA
REGENERAÇÃO TECIDUAL
Julia Konig1; Mariana Tortelli Beux1

A
utilização de plantas medicinais remon- sempenho da cicatrização. Um dos primeiros
ta a pré-história, quando através da bus- estudos utilizando a planta, realizado em ani-
ca por alimentos, antigas civilizações mais de laboratório mostrou a aceleração do
puderam observar os efeitos dessas processo de cicatrização em pós-operátorio e
plantas em organismo humano e animal, pro- pós-traumático e efeitos positivos como anti-
vocando o início do desenvolvimento da medi- bactericida em feridas cutâneas de ratos, além
cação, a qual foi passada através de gerações. da inibição de atividade bacteriana in vitro.
Dentre estas plantas está a calêndula (Calendu- Outro estudo demonstrou contínua redução
la officinalis L.), encontrada em todas as épocas de uma ferida causada em um cão (Canis lupus
do ano. Por sua grande viabilidade a planta familiaris Linnaeus, 1758) da raça poodle atra-
foi incluída no SUS visto a sua gama de ações, vés do uso de pomada de calêndula durante
como cicatrizante, regeneradora, anti-inflama- 33 dias. Em humanos houve um estudo anali-
tória, antitumorígena e antisséptica. Através da sando a cicatrização com tintura de calêndula
pesquisa procura-se investigar a funcionalida- em 33 pacientes que realizaram a extração do
de da planta, ressaltando os estudos sobre ci- terceiro molar durante os meses de agosto a
catrização e regeneração tecidual utilizando o dezembro, o qual comprovou a redução signi-
uso de pomadas e tinturas. A pesquisa foi reali- ficativa de hemorragia e dor da cavidade bucal.
zada através de levantamento bibliográfico de A utilização de plantas medicinais teve início
artigos indexados em bases de dados utilizan- através da busca por alimentos a milhares de
do as palavras chave calêndula e cicatrização anos atrás provocando o desenvolvimento de
no período de 2009–2019. Foram selecionados medicação, a qual foi passada de geração para
artigos disponíveis de forma completa em por- geração. Dentre estas plantas há a calêndula,
tuguês. Do total de 213 artigos, usou-se quatro a qual possui uma inúmeras ações, sendo al-
que contemplavam os objetivos e as caracte- gumas delas a reepitelização e a melhoria da
rísticas do trabalho. A calêndula atua evitando cicatrização. Pode-se citar que ao possuir pro-
infecções em ferimentos, sendo capaz de ace- priedades anti-inflamatórias, antissépticas, an-
lerar a reepitelização, aumentando a produção ti-idade, calmante de pele, ainda alivia eczemas
de fibroblastos e fibrinas, melhorando o de- e acelera a cicatrização de tecidos.

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul (Fasurgs).

43
RESUMO CIENTÍFICO
Homeopatia

44
AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DA BIOECOLOGIA
DE PULGÃO DO MILHO INFLUENCIADA POR
MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Adriano Michel1; Ânderson Scalvi Sommer1; Daiane de Sá Rossi1; Daniela da Silva1;
Rubens Antonio Polito1; Vinicius Rampazzo1; Marcia Aparecida Smaniotto1

O
Rhopalosiphum maidis (Fitch, 1856) per- CH; T2: Staphisagria 200 CH; e T3: Cimicifuga 30
tence a ordem Hemiptera e família Aphi- CH. As aplicações foram realizadas com o auxílio
dae, possui a capacidade de ocasionar de uma pipeta de paster, com dose de 6 gotas/
danos às culturas de milho, trigo e sorgo, planta de cada tratamento. Realizou-se três apli-
devido a sua intensa sucção de seiva, além de cações, a primeira 20 horas antes da organiza-
ser vetor do vírus do mosaico em milho e pre- ção das arenas de múltipla escolha, a segunda
cursor da fumagina. Seu ciclo biológico varia de uma hora antes e a terceira 6 horas após. Para
20 a 30 dias e cada fêmea pode originar cerca de a chance de escolha, foram usadas sete arenas
70 novos pulgões. Atualilmente, avanços cien- de isopor para a locomoção dos insetos com 10
tíficos vem sendo desenvolvidos em âmbito de pulgões/cada. Realizou-se duas avaliações com-
homeopatia na agricultura, pois a mesma possui portamentais a respeito da dinâmica de parição.
alto potencial em relação a segurança alimentar Classificou-se os pulgões em jovens e interme-
e ambiental, além de não oferencer riscos de diários, presença de adultos alados e não alados
intoxicação às pessoas que manuseiam esses e número total de pulgões por tratamento in-
produtos. A matéria prima homeopática pode dependente do estádio de desenvolvimento do
ser oriunda de vegetais, minerais, animais, além inseto. A primeira avaliação foi 24 horas após a
de poder ser utilizado o próprio agente causa- liberação dos pulgões e a segunda após 52 ho-
dor de dano, seja ele fungo ou inseto quando se ras. Os dados foram submetidos à análise de va-
trata de agentes fitossanitários. Com base nis- riância e as médias comparadas pelo teste Tukey
so, o objetivo do trabalho foi avaliar a dinâmi- a 5 % de probabilidade de erro. Os resultados da
ca bioecologica de pulgões do milho expostos primeira e segunda avaliações demostraram
a plantas tratadas com medicamentos homeo- que todas as variáveis analisadas não diferiram
páticos. O material vegetal utilizado foi a varie- entre si estatisticamente. Contudo, para afirma-
dade de milho BRS Planalto, a qual foi tratada ções mais concretas deve-se repetir o experi-
com três medicamentos homeopáticos e uma mento realizado com um número mínimo de 20
testemunha, sendo o T1: Nosódio de R. maidis 6 pulgões/arena.    

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- Campus Sertão.
Autor para correspondência: adriano.michel@sertao.ifrs.edu.br

45
GANHO DE PESO DE LAGARTAS DE Helicoverpa
armigera (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) ALI-
MENTADAS COM FOLHAS DE FEIJOEIRO TRATA-
DAS COM PREPARADOS HOMEOPÁTICOS
Gabriela de M. Santiago1;2; Egabrieli Garbin1; Tarita Cira Deboni1;3;
Denise Cargnelutti3; Claudia Petry3

H
elicoverpa armigera (Hubner, 1808) durante sete dias. As lagartas foram mantidas in-
(Lepidoptera: Noctuidae) é uma das dividualizadas em potes plásticos durante todo
principais pragas polífagas entre os o período, em sala climatizada à 25º C. O ganho
cultivos agrícolas, tendo sido encontra- de peso das lagartas foi calculado utilizando-se
da no Brasil recentemente, com principal foco balança analítica, conforme a fórmula: Massa fi-
nas culturas de milho, feijão e soja. As lagartas nal (Mf ) – Massa inicial (Mi). Os dados obtidos
apresentam grande herbivoria, causando danos foram submetidos à análise de variância e teste
severos e perdas econômicas. O objetivo deste de Tukey (p<0.05) utilizando o programa Sisvar
trabalho foi avaliar a herbivoria através da ava- 5.6. As análises dos resultados encontrados de-
liação do ganho de peso de lagartas de H. armi- monstraram que não houve diferença estatística
gera alimentadas com folhas de feijoeiro trata- significativa. A maior média de ganho peso foi a
das com preparados homeopáticos. O bioensaio do tratamento com Arsenicum album 6CH e a
foi instalado em laboratório, utilizando os pre- menor média foi a da testemunha, o que pode
parados homeopáticos de Silicea terra 6CH e Ar- indicar um aumento da massa proporcionada
senicum album 6CH e a testemunha com água pelos tratamentos homeopáticos. Dessa forma
destilada. O delineamento experimental foi in- concluí-se que estudos mais detalhados devem
teiramente casualizado com cinco repetições, ser realizados para compreender melhor se os
sendo oito lagartas por repetição. Plantas de fei- preparados homeopáticos poderiam elevar o
joeiro foram cultivadas a campo e nestas foram peso de lagartas e se isso é um indicativo de be-
aplicados os tratamentos a cada sete dias desde neficiamento das folhas tratadas ou aumento de
o estádio V2, sob pulverização na concentração consumo das lagartas.
de 1%. Folhas destes feijoeiros em estágio V5 fo-
Fonte financiadora: CAPES, UFFS, UPF.
ram colhidas e cortadas em discos de 2,5 cm de
diâmetro, oferecidas às lagartas de H. armigera

1 Universidade Federal da Fronteira Sul, Graduação em Agronomia, campus Erechim, RS.


2 Autor para correspondência: gabrielademelosantiago@outlook.com
3 Programam de Pós-Graduação em Agronomia, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Passo
Fundo, Passo Fundo, RS.

46
INFLUÊNCIA DE MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS NA PRODUÇÃO
DE BATATA INGLESA
Vinícius Rampazzo1; Ânderson Scalvin Sommer1; Adriano Michel1

A
batata inglesa é uma das hortícolas de município de Ibiraiaras- RS, o material vegetal
maior importância no cenário brasileiro, utilizado foi a variedade Asterix, sendo utiliza-
possuindo sua área cultivada e produ- do dois tratamentos, T1 controle químico e T2
tividade expressivamente aumentada controle homeopático sendo compostos pelos
nos últimos anos. Contudo, o seu alto custo de medicamentos: Kali iodatum 8CH, nosódio de
produção principalmente no que diz respeito vaquinha 7 CH, nosódio de coró 6 CH e nosódio
aos tratos fitossanitários vem desestimulando de pulgão 8 CH, as aplicações foram realizadas
os agricultores devido a diminuição da renda semanalmente durante o ciclo da cultura. Foi
liquida e perca de eficácia dos agroquímicos realizado uma amostragem de 10 batatas ao
nos tratos culturais. Dessa forma, a utilização acaso por tratamento e as variáveis analisadas
de produtos alternativos como medicamentos foram: massa do tubérculo (g), largura (mm), e
homeopáticos no manejo de insetos pragas e comprimento (mm). Os resultados obtidos fo-
doenças pode ser uma alternativa interessante ram comparados pelo teste de Tukey a 5 % de
na redução dos custos e aumento da produti- significância através do software estatístico Sis-
vidade, além de diminuir significativamente o var. Os resultados demonstraram que os dois
acúmulo de resíduos químicos nos tubérculos tratamentos são estatisticamente iguais em
e contaminação do meio ambiente. Devido a todas as variáveis mensuradas, dessa forma, os
isso, o presente trabalho teve como objetivo medicamentos homeopáticos podem ser uti-
avaliar em nível de campo a eficácia de me- lizados como produtos alternativos nos tratos
dicamentos homeopáticos na cultura da ba- fitossanitários para maximizar ganhos financei-
tata inglesa. O experimento foi realizado no ros alcançando tetos produtivos satisfatórios.

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- Campus Sertão.
Autor para correspondência: viniciusrampazzo2@gmail.com

47
INFLUÊNCIA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁ-
TICOS NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO
PULGÃO Rhopalosiphum maidis EM MILHO
Ânderson Scalvi Sommer1; Rosana Deliberal1; Daniela da Silva1; Rubens Antonio
Polito1; Vinicius Rampazzo1; Marcia Aparecida Smaniotto1; Adriano Michel1

N
os últimos anos a agricultura orgânica das entre as plantas. Realizou-se duas avaliações
vem ganhando proporções dentro do ce- comportamentais: uma aos 30 minutos após a
nário social, econômico e ambiental, sen- liberação dos pulgões e a segunda quatro horas
do intensificada a busca por alternativas após. Os dados foram submetidos a análise de
de manejo viáveis e eficientes para o controle de variância pelo teste Tukey a 5 % de probabilida-
doenças e insetos pragas. A homeopatia apre- de de erro. Os resultados da primeira avaliação
senta grande potencial sobre a ótica moderna da demostraram que 42,86 % dos pulgões tiveram
qualidade e biossegurança alimentar, contudo comportamento de preferência pelo T1 e 28,57%
carece de estudos científicos sobre a influência pela testemunha e T2. Na segunda avaliação foi
desses medicamentos em insetos pragas. Nesse constatado uma maior presença de pulgões na
sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar o com- testemunha, T1 e T2, contudo os dois tratamen-
portamento de Rhopalosiphum maidis por pre- tos são significativamente iguais ao T3. Em um
ferência alimentar em plantas de milho tratadas primeiro momento observou-se que os pulgões
com diferentes medicamentos homeopáticos. tiveram preferência pelo nosódio, tendo em vista
A variedade de milho BRS Planalto foi semeada que o mesmo é fabricado com o próprio pulgão,
em copos plásticos contendo substrato e poste- podendo ter havido uma constatação por parte
riormente foram mantidas em estufa climatizada destes que ali existia seus semelhantes, porém,
até as plântulas atingirem 3 folhas expandidas. com base na segunda avaliação, após quatro ho-
Utilizou-se três tratamentos e uma testemunha, ras de exposição, os pulgões não se fixaram nas
sendo o T1: Nosódio de Rhopalosiphum maidis 6 plantas nesse mesmo tratamento, o que possi-
CH; T2: Staphisagria 200 CH; e T3: Cimicifuga 30 velmente gerou repelência, migrando em maior
CH. As aplicações dos medicamentos foram rea- percentual para a testemunha e T2. Conclui-se
lizadas com o auxílio de uma pipeta de paster, que os medicamentos homeopáticos influencia-
com dose de 6 gotas/planta de cada tratamento. ram no comportamento de escolha alimentar do
Realizou-se duas aplicações, a primeira 20 horas pulgão-do-milho.
antes da organização das arenas de múltipla es-
Fonte financiadora: Instituto Federal de
colha e a segunda uma hora antes. Para a chance
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
de escolha, foram usadas sete arenas de isopor,
do Sul- Campus Sertão
que receberam 10 pulgões/cada e foram aloca-

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão.
Autor para correspondência: andersonssommer@gmail.com

48
PREFERÊNCIA DE LAGARTAS DE Helicoverpa
armigera EM VAGENS DE FEIJÃO TRATADAS
COM PREPARADOS HOMEOPÁTICOS
Letícia Rodrigues1;2; Carine Leticia Engel¹; Eduarda Maia Passaglia¹; Patricia Fátima
Sansonovicz¹; Paulo Roberto Alves Da Silva¹; Tarita Cira Deboni1;3; Cláudia Petry3

A
cultura do feijão tem grande importância vagem de 2 cm de cada tratamento, e uma lagarta
econômica no Brasil e no mundo, além ao centro. As contagens da presença de lagartas
de ser uma das leguminosas mais consu- ocorreram em 1,5; 15; 22 e 43 horas após a monta-
midas no país. Durante o ciclo de cultivo gem e liberação. A avaliação de consumo ocorreu
o feijoeiro pode ser amplamente atacado por mediante pesagem antes e depois da alimenta-
pragas agrícolas, como a lagarta Helicoverpa armi- ção pelas lagartas. Foram pesadas alíquotas base
gera Hübner, 1827 (Lepidoptera: Noctuidae), que de vagens, que permaneceram sem presença de
é atraída principalmente pelas vagens da planta, lagartas, para correção do consumo. Os resulta-
ocasionando perdas significativas na produção. dos foram submetidos a análise de variância e as
O objetivo deste trabalho foi avaliar a preferên- médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
cia alimentar de lagartas H. armigera em vagens probabilidade. Não houve diferença significativa
de feijão-preto tratadas com preparados homeo- entre os tratamentos para os resultados de pre-
páticos. O teste de preferência com chance de sença de lagartas e nem de consumo no período.
escolha foi realizado em delineamento de blocos Este resultado pode ser devido ao ínstar avança-
casualizados, com cinco repetições, cada uma do das lagartas em que diminui sua atividade de
com 23 lagartas de H. armigera de 6º ínstar indi- alimentação, pela proximidade da fase de pupa.
vidualizadas. Os tratamentos foram: 1) Arsenicum Sugere-se a repetição deste estudo com lagartas
album 6CH; 2) Silicea terra 6CH; e, 3) testemunha em 3º e 4º ínstares, período em que causam maio-
com água destilada. O feijão preto da cultivar BRS res danos. Este estudo traz subsídios para aplica-
Esteio foi cultivado a campo, e após colheita das ção de preparados homeopáticos no manejo de
vagens, em estádio R8, estas foram imersas em insetos, tendo em vista um ambiente equilibrado,
seus respectivos tratamentos por 24 horas, e pos- proporcionando a redução na contaminação am-
teriormente secas naturalmente sob papel toalha. biental, e desta forma promovendo benefícios a
As arenas com chance de escolha foram placas de todo o ecossistema envolvido.
Petri de 15 mm de diâmetro, nas quais foram dis-
Fonte financiadora: CAPES, UFFS, UPF.
postas de maneira equidistantes três pedaços de

1 Universidade Federal da Fronteira Sul, Graduação em Agronomia, campus Erechim, RS.


2 Autor para correspondência: lethyrodrigues.uffs@hotmail.com
3 Programam de Pós-Graduação em Agronomia, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Passo
Fundo, Passo Fundo, RS.

49
RELATO DE CASO DA UTILIZAÇÃO EM
ROSEIRAS DA Arnica montana
Angélica Wagner da Costa1

A
Arnica montana L. é uma planta da fa- pronta. A partir dela, foi feita a preparação do
mília Asteraceae utilizada como medi- medicamento, na escala de 30 CH, que foi utili-
camento homeopático. Tem sua origem zada na poda das roseiras. Foram administrados
nas campinas das montanhas Europeias, na forma de borrifados: 600 mL de água com
cresce preferencialmente em solos pobres em 60 gotas do medicamento no caule e nas par-
nutrientes e ambientes montanhosos. A Arnica tes aéreas da planta. Para o grupo controle, não
montana é utilizada topicamente para contu- foi administrado o medicamento. Antes do iní-
sões, dores musculares causadas por excessos cio da poda e durante o experimento foi tirado
de exercícios, traumatismos mecânicos, dor com fotos para comprovação do estudo. A poda das
sensação de contusão, feridas cirúrgicas, disten- roseiras foi realizada no dia 8 de maio de 2019.
sões musculares, alívio da dor e edema, cicatri- O intervalo de aplicação do medicamento foi de
zações, entre outras. Na agricultura a homeopa- 5 dias. A primeira aplicação da Arnica montana
tia tem como objetivo promover saúde ao meio 30 CH, foi realizada no dia 13 de maio de 2019.
rural, produzir alimentos com qualidade livre de A segunda aplicação foi realizada no dia 18 de
resíduos agroquímicos; induzir ao aumento da maio de 2019. E a terceira aplicação no dia 23
imunidade das plantas aos agentes agressores, de maio de 2019. Ao longo do tratamento ocor-
através de um estímulo do equilíbrio energéti- reu modificações positivas nas plantas, como
co. Portanto, a homeopatia age de forma pre- aumento da quantidade de folhas e brotos. As
ventiva, mas também curativa. Uma indicação roseiras controle não tiveram mudanças signifi-
encontrada na literatura é Arnica montana na 6 cativas no crescimento ou brotamento durante
CH para redução do estresse das plantas à poda, o mesmo período. Levando em consideração a
desbrote, transplantes e outras injúrias. A prepa- mudança do tempo de brotamento o qual se
ração da Tintura-mãe, pode ser feita pelos méto- obteve 7 dias após a poda, percebe-se o quanto
dos de percolação e maceração. No laboratório a Arnica montana 30 CH é importante para o uso
de homeopatia do curso de Farmácia da Univer- na agricultura, neste caso comprovou-se com o
sidade de Passo Fundo, já havia a tintura-mãe uso na poda de roseiras.

1 Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil.
Contato: angelica_22.4@hotmail.com

50
UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS NA CULTURA
DE BATATA INGLESA
Vinícius Rampazzo1; Ânderson Scalvin Sommer1;
Fabrício Boff1; Adriano Michel1

A
batata inglesa representa a mais im- mente” adiquiridos de produtores de sementes
portante hortaliça cultivada no Brasil. certificadas (com certificação de limpeza viral).
Ao longo do tempo, essa cultura tem Foram testados dois tratamentos: 1) Convencio-
aumentado em área e produtividade. nal (agroquímico conforme recomendação para
Com isso, o alto custo dos insumos e as oscila- cultura) e 2) Homeopático. Variáveis analisadas:
ções do mercado tem desestimulado os agri- Na colheita: 1) Sanidade dos tubérculos; 2) Ata-
cultores a continuar na atividade. A cultura da que de insetos praga; Pós-colheita: 1) Presença
batata exige a aplicação de agroquímicos para de sarna; 2) Ataque de diabrótica; 3) Presença e/
a manutenção da sanidade das plantas e para ou ataque por broca. Observou-se, que na sani-
combater insetos pragas. Anualmente, tonela- dade de tubérculos (qualidade de casca) a ho-
das de insumos químicos são utilizados sobre meopatia obteve melhor resposta em relação
as plantas de lavoura. No que diz respeito a cul- aos tratamentos químicos (93,33% dos tubér-
tura da batata, essas aplicações são recomenda- culos com qualidade comercial, contra 90% no
das de forma semanal, resultando no acúmulo tratamento químico). Para sarna pulverulenta
de produtos químicos na cultura e no ambiente os resultados obtidos com tratamento homeo-
como um todo. Por outro lado, a utilização de pático foram satisfatótios quando comparado
produtos alternativos para o manejo de insetos ao tratamento químico (96,67% e 100%, respec-
pragas e doenças pode proporcionar signifi- tivamente). Com relação ao ataque por diabró-
cativa redução na quantidade de agentes quí- tica o tratamento homepático obteve melhor
micos aplicados no ambiente bem como, bem resultado do que tratamento convencional
como redução de custos para o produtor. Nesse (83,33% vs 80%, respectivamente). No que diz
contexto, o presente trabalho tem por objetivo respeito ao ataque por traça o tratamento quí-
avaliar em nível de campo a eficiência de medi- mico apresentou melhor controle quando com-
camentos homeopáticos no controle de insetos parado ao tratamento homeopático (100% vs
pragas e doenças da cultura da batata inglesa. 80%, respectivamente).
Foi utilizado a cultivar Asterix tubérculos “se-
     

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão.
Autor para correspondência: viniciusrampazzo2@gmail.com

51
RESUMO DE RELATOS
DE EXPERIÊNCIA

52
CAPACITAÇÃO INTERMUNICIPAL EM PLANTAS
MEDICINAIS E INTRODUÇÃO A HOMEOPATIA
Diogenes Antonio Fracasso1; Doriana Gozzi Miotto1;2; Izar Teresinha da Fonseca Canal1;
Lisiane Rosa Carra1; Milton Rossetto1;3; Rosa Favreto Cecchin1; Rozemeri Santi1

A
Organização Mundial de Saúde reconhe- lação vigente sobre plantas medicinais; Praticas
ce oficialmente o uso de fitoterápicos integrativas e complementares; Visita técnica às
com finalidade preventiva, curativa ou agentes voluntárias de saúde; Relato de expe-
paliativa e estimula os governos a de- riências da Emater/RS-Ascar, Secretaria Munici-
senvolverem políticas visando valorizar o uso pal de Saúde e Agentes Voluntárias de Saúde de
dos fitoterápicos no âmbito sanitário. Tendo em Tapejara/RS. Nova Petrópolis/RS - Visita técnica
vista a relevância e abrangência das plantas orientada ao município para conhecer a expe-
medicinais nos municípios de Água Santa, Ibia- riência de implantação das plantas medicinais
çá, Santa Cecilia do Sul, Vila Langaro e Tapejara, no Sistema Único de Saúde. Ibiaçá/RS - Boas
foi organizado uma capacitação (carga horária práticas de manipulação de plantas medicinais:
de 60 h) tendo como público prioritário 95 e oficinas de manipulação de infusão, decocção,
profissionais da área da saúde e gestores locais. tisana, tinturas, pomadas, xaropes; Relato de ex-
Os objetivos foram: oportunizar um espaço de periência da pastoral da saúde. Vila Langaro/RS
troca de saberes e experiências sobre plantas - Preparações com plantas medicinais e aromá-
bioativas (medicinais, condimentares e aromá- ticas: almofada terapêutica, cremes, repelentes,
ticas) e homeopatia na saúde humana, vegetal sachês; Propriedades terapêuticas das plantas
e animal; divulgar a legislação vigente na área alimentícias não convencionais. Santa Cecília
das plantas medicinais, fitoterápicos e demais do Sul/RS - Introdução a homeopatia, troca de
práticas integrativas e complementares; estimu- experiências e planejamento de ações. Água
lar a inclusão das plantas medicinais e da fitote- Santa/RS - Identificação de plantas bioativas:
rapia como prática de saúde no Sistema Único medicinais, condimentares e aromáticas; Produ-
de Saúde (SUS) nos municípios. A capacitação ção de plantas: colheita, secagem e armazena-
aconteceu no período de 21 e 22 de agosto de gem de plantas medicinais; Avaliação; Entrega
2018 com a participação no 3º Seminário Regio- de Certificados e Confraternização. Esta ação
nal de Plantas Biotivas e Homeopatia, na Univer- desencadeou: implantação de hortos comuni-
sidade de Passo Fundo e seguiu até 22/05/2019. tários, capacitações locais, inserção do tema em
As demais etapas foram as seguinte: Tapejara/ eventos como palestras, cursos, etc.
RS - Apresentação do plano de trabalho-Legis-

1 Emater/RS-Ascar.
2 Autor para correspondência: dmiotto@emater.tche.br
3 Autor para correspondência: rossetto@emater.tche.br

53
CULTIVAR SAÚDE: IMPLANTAÇÃO DE HORTOS
MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE PONTÃO/RS
Jassana Moreira Floriano1;2; Marilda Mânica¹; Juceli Muller3

O
Ministério da Saúde lançou, em 2016, o prédio da prefeitura, dois Hortos Relógio do
Programa Nacional de Plantas Medici- Corpo Humano, um localizado na Escola Muni-
nais e Fitoterápicos, a fim de propor uma cipal Alberto Torres e outro na Escola Estadual
ampliação das opções terapêuticas ofe- de Ensino Fundamental 29 de Outubro, e o Hor-
recidas aos usuários do SUS, e com isso garantir to Boneco Fitoterápico, situado junto à UBS da
um acesso seguro e o uso racional das plantas comunidade rural 16 de Março. As atividades do
medicinais. No Brasil, a utilização das plantas projeto envolveram reuniões, visitas, conversas
medicinais associou o conhecimento dos ín- e mutirões da comunidade envolvida, além de
dios nativos e dos europeus colonizadores, o práticas para a implantação e manutenção dos
que permitiu o desenvolvimento da fitoterapia, hortos. O setor municipal de fitoterápicos res-
sendo passada de geração para geração. Assim, ponsabilizou-se pela construção dos canteiros,
no contexto da produção e utilização de plan- aquisição de mudas para cultivo das plantas
tas medicinais, a construção do conhecimento medicinais, bem como pela manutenção dos
científico, juntamente com o conhecimento tra- hortos implantados. As atividades realizadas
dicional, é de fundamental importância, e, para criaram a possibilidade de envolver a popula-
que esta relação ocorra, é crucial que entidades ção em geral, como alunos, professores, pais,
públicas se aproximem da comunidade através moradores do interior e comunidade, possibi-
da implementação de ações de extensão, asso- litando uma visão e concepção melhor a cerca
ciadas com o ensino e a pesquisa. Deste modo, das plantas, resgatando a cultura que foi tão
o presente trabalho teve por objetivo promover importante para os nossos antepassados, e as-
o resgate e a valorização das plantas medicinais sim mantendo-a viva no decorrer das gerações.
através da implantação de Hortos Medicinais no Dessa forma, os objetivos da inserção de plan-
município de Pontão/RS. Tal projeto foi desen- tas medicinais na realidade do município estão
volvido no decorrer do ano de 2018, em parce- sendo atingidos, garantindo enriquecimento de
ria com a Secretaria de Saúde do município e a conhecimento sobre o tema e melhoria na qua-
Emater/RS-Ascar, e como forma de melhorar o lidade de vida da população.
acesso dos municipes às plantas medicinais fo-
Fonte financiadora: Prefeitura Municipal
ram implantados quatro hortos no município,
de Pontão/RS
sendo um Horto Medicinal localizado junto ao

1 Prefeitura Municipal de Pontão.


2 Autor para correspondência: jassanamf@hotmail.com
3 Emater/RS-Ascar.

54
DOS EMPLASTROS AO CHÁ:
BENEFÍCIOS DA BARDANA PARA
LITÍASE RENAL E PARA SAÚDE
Priscila Cavalheiro1; Mariana Tortelli Beux1

A
planta medicinal Arctium lappa L. co- apenas na calculose, tais como acne, furúncu-
nhecida como bardana, pegamasso, pe- los, abcessos, eczemas, por possuir ação bacte-
ga-moço ou orelha-de-gigante é uma ricida, fúngica, antiséptica e anti-inflamatória.
planta originária da Europa e difundida Também é utilizada para o alívio de picadas
na América. Seu uso vem de muito tempo, sen- de insetos e aranhas, pois acalma a dor (ação
do que os gregos já utilizavam-na como medi- analgésica) e evita a inflamação do local. Sendo
camento. Na idade média era incluída em várias utilizada como emplastro quente suas folhas
formulações destinadas à cura por suas pro- vão sob o óleo de mocotó aquecido e posto
priedades, todas as partes da planta eram uti- sobre a pele na região, por exemplo, dos rins
lizadas de alguma forma como medicamento. para alivio de cólicas renais e sobre as costas na
Com isso, objetiva-se relatar o uso da bardana região dos pulmões para alívio de bronquites
como emplastro e através do chá em casos de (ação anti-inflamatória). Ainda, seu chá pode
pedra nos rins (litíase renal). A planta foi coloca- ser administrado em conjunto ao tratamento
da sobre os rins, na forma de emplastro, aqueci- dos emplastros garantindo maior resultado,
do no óleo de mocotó, quatro vezes ao dia por pois tem ação diurética e anti-inflamatória, po-
aproximadamente uma hora ou até esfriar, por dendo ser capaz de eliminar pedras renais que
período de 15 dias (02 a 16 de agosto de 2019). causam o surgimento da dor e ainda melhora a
Concomitantemente, foi feita a infusão de uma capacidade de respiração dos pulmões. O chá
colher se sopa das folhas da planta, para uso via pode ser administrado em pequenas quanti-
oral, em pequenas doses fracionadas ao longo dades ao longo do dia. Assim a saúde será res-
do dia, totalizando aproximadamente 1 litro. taurada de forma completa e natural reduzindo
Seu uso era feito para aliviar as cólicas causadas ou eliminando o uso de alopáticos. Estes são
pelas pedras nos rins, pois diminui a inflama- apenas alguns dos usos da bardana como chá
ção e aumenta a produção de urina, facilitan- ou emplastro para litíase renal, mas seus bene-
do a eliminação dos cálculos. Sabe-se que suas fícios medicinais vão além destes citados aqui,
folhas podem ser amassadas e aplicadas como sendo utilizada também para doenças de pele
emplastros em outras condições clínicas e não e pulmonares.

1 Faculdade Especializada na Área de Saúde do Rio Grande do Sul FASURGS.

55
ESTUDO DE CASO E APRENDIZAGEM
ATIVA DE PROCESSOS DE LIMPEZA E
DESINTOXICAÇÃO: A HOMEOPATIA
NA RESOLUÇÃO DE TRAUMAS
Vanessa Dalpaz Ribeiro1

T
rata-se de um estudo de caso e, por con- de dois medicamentos que foram os prota-
seguinte, a realização de uma aprendi- gonistas do tratamento: Natrum muriaticum e
zagem ativa, assim como na área médica Nux vomica. Os objetivos desta pesquisa são,
em que há a aplicabilidade das teorias elucidar o início de caminhada no processo de
no paciente e a observância da ação do trata- cura de pacientes com todos níveis miasmáti-
mento. Realizamos o estudo de caso de aplica- cos latentes; apresentar a aplicação de medi-
ção homeopática em sujeito humano, do sexo camentos homeopáticos em diversos formatos
feminino, com 57 anos de idade, casada, posui (em doses únicas e em uso regular/frequente,
duas filhas e residente na zona rural da cida- em fórmula única como composta); aplicar tra-
de de Colorado, Rio Grande do Sul. A grande tamento homeopático com CH’s de alto valor
busca deste tratamento era a diluição de tan- para cuidados de corpos sutis da energia vital;
tos fenômenos desarmônicos e acima de tudo refletir sobre as complexidades do processo
traumáticos que geravam, a largo tempo, um de adoecer e perceber as leis da homeopatia
quadro depressivo grave na paciente. Trata-se se aplicando e se fortalecendo dentro do pro-
de um caso delicado de abandono, violações e cesso de cura. Justificamos a importância desta
abuso. Por isso avaliamos esta aprendizagem pesquisa, por garantir a eficácia da homeopatia
ativa como um processo de limpeza e desin- em enfermidades de nível mental e emocional,
toxicação, devidos aos muitos traumas e a so- estas que, assolam tantos em nossa sociedade,
matização de desarmonias de nível, sobretudo sendo este, então, um tratamento sensível, efi-
mental e emocional. Os dados computados ciente e natural, que respeita o tempo e o pro-
na pesquisa decorrem do período de janeiro a cesso do paciente, gerando cura de dentro para
maio de 2019, ou seja, cinco meses de acompa- fora, do vital para o menos vital, do primordial
nhamento e tratamento da paciente. Apresen- para o níveis secundários do adoecer, ou seja,
taremos nesta pesquisa aspectos interessantes é, portanto, a Homeopatia uma ferramenta de
da homeopatia agindo no organismo a partir cura inteligente.

1 Biocentrus Escola de Terapias, RS e Universidade Federal de Viçosa, MG. Contato: vanessadalpaz@hotmail.com

56
ESTÍMULO AO CONSUMO DE PLANTAS
ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC)
NA ALIMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Pietra da Silva Nardi1; Rocheli Maria Ongaratto2

A
educação ambiental é um método de -leão (Taraxacum officinale F.H. Wigg.), os quais,
ensino que gera consciência ecológica, as próprias crianças lavaram as plantas, e as
transmitindo para a sociedade conhe- consumiram in natura. Foram consumidas tam-
cimento sobre o meio ambiente, biodi- bém flores de ipê-amarelo (Handroanthus albus
versidade e importância de conservação, espe- (Cham.) Mattos) adocicadas. Juntamente com a
cialmente com relação a utilização de plantas professora do projeto Naturae, os alunos fize-
alimentícias não convencionais (PANCs), que já ram e provaram um suco verde de folhas e ta-
fazem parte de projetos de educação ambien- los de couve-manteiga (Brassica oleracea subsp.
tal com as novas gerações. O objetivo das ati- acephala (DC.) Metzg.), suco de laranja (Citrus
vidades foi identificar as PANCs e inserí-las na sp.) e azedinha, o qual foi adoçado com mel.
alimentação das crianças, proporcionando no- Das plantas apresentadas aos alunos, a que teve
vas alternativas. As atividades foram realizadas maior aprovação, sendo requisitada para consu-
com crianças da educação infantil da Escola de mo em todas as aulas foi a azedinha. Os alunos
Educação Infantil Cantinho da Luz, na cidade de descobriram que essas plantas, as quais muitas
Passo Fundo/RS, enfatizando a importância das vezes são desprezadas pelas pessoas, além de
PANCs, levantando dados sobre identificação, terem um sabor único, fazem bem para a saúde,
conhecimento e sua utilização na alimentação. sendo fonte de vitaminas e sais minerais. Mas
O tema surgiu a partir da curiosidade dos alunos que devem ser consumidas com moderação,
ao verem flores roxas no pátio, fazendo diversos pois tudo que é consumido com exagero pode
questionamentos durante as aulas de educação causar danos à saúde. Dessa forma, observamos
ambiental do Projeto Naturae. O trabalho foi que é possível introduzir PANCs na alimentação
realizado através de atividades lúdicas, expo- de crianças da educação infantil, fazendo com
sitivas e práticas, resultando em comparação que elas entendam a importância dessas plan-
do conhecimento e despertar para esse tema. tas e que elas podem ser cultivadas até mesmo
Foram realizadas coletas no terreno da escola no espaço escolar.
de azedinha (Oxalis latifolia Kunth) e dente-de-

1 Projeto Naturae Educação Ambiental, Rua Primeiro de Abril 286, Bairro São José, CEP 99052-370, Passo Fundo, RS. Autor
para correspondência: pietra.nardi3@gmail.com
2 Universidade de Passo Fundo, Instituto de Ciências Biológicas, Herbário RSPF, BR 285, Bairro São José, CEP 99052-900,
Passo Fundo, RS.

57
ETNOBOTÂNICA E O USO DE PLANTAS
MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Thais Caroline Fin1; Suzana Lunelli de Freitas1; Helena Fiad
Biolo1; Maykon de Oliveira Felippe1; Camila Fiad Biolo1;
Eidimara Ferreira1; Micheline Machado Teixeira1

O
conhecimento sobre plantas medicinais do colesterol, controle da pressão arterial e do-
simbolizam um recurso terapêutico para res abdominais (11,11%), digestão e cicatrização
muitas comunidades e grupos étnicos (8,33%), hepatopatias e inflamações (5,55%),
há séculos. As informações sobre o uso outras indicações (27,77%). A malva (Malva
e a eficácia das plantas medicinais contribuem sylvestris L.) usada para a diarreia, bronquite e
para a divulgação dos benefícios terapêuticos. asma teve resultados semelhantes num estudo
O estudo objetivou a comparação das plantas em Campina Grande, PB. A marcela (Achyrocli-
medicinais utilizadas pela população atendida ne satureioides (Lam.) DC.) utilizada para dores
na atenção básica em Passo Fundo comparada abdominais assemelha-se a terapêutica em
a literatura científica. Estudo descritivo de cará- uma comunidade de Porto Alegre, RS. O picão
ter exploratório com a população atendida na (Bidens pilosa L.) foi descrito como anti-infla-
Unidade Básica de Saúde Jardim América, Passo matório e, no nosso estudo, como cicatrizante.
Fundo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Em um estudo em Formosa da Serra Negra, MA
Ética e Pesquisa da Universidade de Passo Fundo utilizam a erva-de-santa-maria (Chenopodium
(CAAE 0250.0.398.000-10, 425/2010). Os partici- ambrosioides L.) como diurético e hepatopatias
pantes responderam um questionário semies- diferentemente dos nossos achados que a indi-
truturado que foi validado por pesquisadores cam como anti-helmíntico. Embora a medicina
da área de saúde. As perguntas apresentaram herbal é mantida através da tradição, existe um
informações sobre quais plantas mais utiliza- reduzido número de estudos ratificando o efei-
vam, finalidades e conhecimentos sobre efeitos to benéfico das plantas. Contudo, incentivos às
adversos. As amostras foram identificadas, cata- pesquisas sobre plantas medicinais devem ser
logadas e comparadas com a literatura. Obteve- estimuladas para que se entenda melhor a ação
-se a indicação de 20 espécies de plantas. Entre dos fitoterápicos.
as enfermidades mais utilizadas foram: redução

1 Universidade de Passo Fundo. Autor para correspondência: thaisfin@upf.br

58
FITOENERGÉTICA: UMA OUTRA FORMA
DE USO DAS PLANTAS BIOATIVAS
Isabel Cristina Lourenço da Silva1; Claudia Petry1

O
presente trabalho é um ensaio sobre a ções e dos pensamentos, bem como a elevação
Fitoenergética, e buscamos através dele da consciência, atuando, assim, de modo po-
dar um maior conhecimento sobre a téc- sitivo no campo vibracional de cada ser vivo e
nica. Este estudo é baseado em pesquisa agindo nas causas geradoras de doenças. Para
qualitativa bibliográfica. A Fitoenergética é uma serem utilizadas a partir deste princípio, as plan-
técnica desenvolvida pelo terapeuta holístico tas necessitam ter sua energia ativada, o que é
Bruno Gimenes, baseado em outros estudos em realizado atraves de determinadas meditações,
nível internacional, que se baseavam na energia e assim essa energia fica disponível para os tra-
emitida pelas plantas, um exemplo consagrado tamentos. A camomila (Matricaria recutita L.)
é o uso das imagens Kirilian, que fotagrafam a por exemplo é utilizada para limpeza de má-
“aura” da planta, ou seu campo energético. Esta goas, auxilia nos processos de perdão e elimina
técnica já foi reconhecida pelo Ministério da o estresse emocional, o alecrim (Rosmarinus of-
Saúde e já integra a lista de Práticas Integrativas ficinalis L.) limpa traumas e medos, e auxilia nos
e Complementares do SUS. A Fitoenergética não processos de mudança. Estas plantas podem ser
é sinônimo de fitoterapia, pois não se utiliza dos utilizadas individualmente, ou na forma de com-
compostos químicos das plantas, e sim da sua postos, de acordo com o objetivo a ser tratado.
energia. Cada planta emana um tipo de energia Acreditamos que a Fitoenergética é uma técnica
distinta, que é utilizada para determinadas en- que vem a somar nos tratamento terapeuticos,
fermidades, muitas delas de causas psiquicas. contribuindo no sentido da cura através de ou-
Segundo o Ministério da Saúde a Fitoenergéti- tras formas não medicamentosas, não causando
ca é uma técnica terapêutica de promoção da dependência nem contra-indicações.
saúde que considera, como princípio básico, o
Fonte financiadora: CAPES e UPF
potencial energético das plantas para alcançar
a restauração do equilíbrio, o controle das emo-

1 Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Universidade de Passo Fundo.

59
HOMEOPATIA NA
PRODUÇÃO VEGETAL
Diogenes Antonio Fracasso1

A
busca por alternativas de produção de um balde e espalhado sobre a área total com
alimentos orgânicos tem sido persegui- as mãos. O que observou-se foi que as lagar-
da incessantemente por agricultores e tas estiveram presente nas plantas de pipoca
profissionais de assistência técnica e durante todo seu ciclo produtivo, porém, não
extensão rural. No ano/safra de 2018, realizou- influenciaram negativamente na produtivida-
-se o controle de danos causados pela lagar- de final do cereal. Observou-se ainda que as
ta do cartucho em plantação de pipoca-roxa demais culturas da área, pois era no sistema de
(crioula). Desde a germinação, percebeu-se um cultivos consorciados, apresentaram resulta-
ataque severo deste inseto. Após estudo da si- dos satisfatórios de produtividade e qualidade
tuação foi feita a aplicação de dois remédios de produção. Com isso, concluímos que, temos
homeopáticos, sendo: Staphysagria em 18 CH possibilidade de produção de alimentos que
e Silicea, também e 18 CH, sendo os dois remé- minimizem os impactos ambientais e de saúde
dios administrados em uma única dose com in- para produtores e consumidores.
tervalo de quatro dias, tendo como método de
   
aplicação, simplesmente misturado à água em

1 Contato: diogenes@emater.tche.br

60
IMPLANTAÇÃO DE HORTO MEDICINAL
DIDÁTICO PAISAGÍSTICO EM TAPEJARA
Jair Batista Amaral1; Lisiane Rosa Carra1;
Virgínia Crestani Viero Grandi1; Sandra Dalbosco Sitta1

O
uso e o conhecimento das plantas me- anti-inflamatórias, condimentares, digestivas,
dicinais, fazem parte da cultura popular plantas alimentícias não convencionais, calman-
do Tapejarense e constituem-se em um tes, diuréticas, religiosas e tóxicas. O espaço para
patrimônio imaterial. Compreendendo implantação foi cedido gratuitamente pelo Hos-
a importância de resgatar o conhecimento po- pital Santo Antônio e o trabalho foi desenvol-
pular e fomentar iniciativas junto à comunidade vido em forma de mutirão envolvendo Emater,
visando o esclarecimento e correta identificação Prefeitura Municipal (Secretaria da Saúde), Cári-
e uso das plantas medicinais, implantou-se um tas, Sidicato dos Trabalhadores Rurais, Agentes
Horto Terapêutico Comunitário, de metodologia Voluntárias e Comunitárias de Saúde. O horto
didático paisagística que buscou promover co- medicinal é um espaço aberto ao público, com a
nhecimento, saúde e bem estar para a popula- presença de profissionais da área da saúde per-
ção em geral. A Emater/RS-ASCAR desde o ano manentemente disponíveis no local e tem re-
de 1979 iniciou e desenvolveu junto ao público cebido visitação da população local e regional,
assistido ações que enfocam múltiplos aspectos sobretudo de grupos escolares e terceira idade
em relação às plantas medicinais. Baseado nisso, que, além de conhecer as diferentes espécies de
a equipe do escritório municipal da Emater de plantas medicinais, seus usos e finalidades tera-
Tapejara elaborou um projeto inédito em que pêuticas, desfruta de um espaço de convívio e
alocou as plantas medicinais, de forma paisagís- lazer proporcionando saúde e bem estar.
tica, em doze grupos, conforme sua finalidade
Fonte financiadora: Prefeitura Municipal de
e uso: plantas aromáticas/repelentes, respira-
Tapejara e Emater/RS-ASCAR
tórias, circulatórias, cicatrizantes, analgésicas/

1 Instituição - Emater/RS - ASCAR. Contato: emtpjara@emater.tche.br

61
MEDICINA FITOTERÁPICA
Aialana Bethina Cheregatri Xavier1; Ana Júlia dos Santos da Cunha1;
Maria Carolina Kuhn1; Vitória Lang1

O
projeto Medicina Fitoterápica começou chá levante, alecrim, tansagem, manjericão, ci-
a ser construído em cima de um traba- dreira e arruda. Após fervura coar e adicionar
lho que nos foi proposto na disciplina mel a gosto. Suas contraindicações são para
de Saúde Bucal Coletiva III. Desse modo, gestantes e lactantes, sendo indicado ingerir
pensamos em realizar uma ação que pudesse no mínimo uma xícara ao dia. O segundo pro-
atingir a população de forma positiva com pro- duzido foi xarope para bronquite e rinite alérgi-
dutos de baixo custo e fácil acesso. O projeto ca, o seu modo de uso é adicionar um punhado
teve como objetivo reaproximar da população de casca de angico desfiada, um punhado de
o uso de produtos naturais, visando amenizar agrião, um galho de hortelã, suco de limão gale-
a utilização de medicamentos industrializados. go, cinco folhas de guaco, um punhado de cas-
Esse tema foi proposto pensando nos indivíduos ca seca de coqueiro vermelho em uma vasilha e
que fazem uso contínuo de medicamentos, tor- ferver com dois litros de água e duas xícaras de
nar acessível a medicação para a população de açúcar mascavo. Após fervura coar e adicionar 1
baixa renda e principalmente, diminuir o hábi- kg de mel, sendo indicado ingerir 4 colheres de
to de uso de medicamentos industrializados. sopa ao dia. O último medicamento produzido
Pensando assim, fomos em busca de alguém foi Pomada de Calêndula, a parte utilizada é as
capacitado sobre o assunto para nos orientar pétalas da flor. Suas indicações são para feridas,
sobre a produção e as funções dos medicamen- câncer de pele, alergias, queimaduras, cicatri-
tos fitoterápicos. Dessa forma, nos reunimos em zante e embeleza a pele. Seu modo de uso é fri-
uma manhã onde aprendemos a fazer algumas tar na banha de porco as pétalas e um ramo de
pomadas, chás e xaropes naturais, conhecendo hortelã. Aplica-se na região desejada de duas a
suas funções, benefícios, contraindicações e a três vezes ao dia. O projeto não foi exposto para
forma como devem ser utilizados. Foram produ- a população de Quinze de Novembro, apenas
zidos três medicamentos naturais em forma de foi apresentado em sala de aula como uma uto-
chás, pomadas e xaropes. O primeiro produzido pia. No entanto, os ouvintes apresentaram uma
foi o chá para bronquite asmática, o seu modo reação satisfatória frente a nossa apresentação e
de uso é adicionar em um recipiente com água, demonstração das pomadas e chás produzidos.   

1 Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul - FASURGS.


Autor para correspondência: mck361@hotmail.com

62
MINHA EXPERIÊNCIA COM MOSCAS
DOMÉSTICAS NO MORANGUEIRO
Josiane Petry Vergutz

A
ssumimos uma propriedade de leite em cas domésticas dentro da estufa. Elas eram de
1998 quando nos casamos, e com o pas- vários tamanhos e havia algumas moscas mi-
sar dos tempos tentamos a diversifica- nadoras. Faziam muito barulho. Elas picaram os
ção iniciando a produção de morangos morangos e eram atraídas por aqueles que já
no sistema de semi-hidroponia em 2016. Isto tinham lesões. As moscas minadoras faziam um
se deu pela vontade e necessidade de ter outra desenho de trilho na folha e através disso pude
fonte de renda na propriedade. Começamos a identificar. Para resolver o problema, iniciei com
produção e muitos desafios novos vieram. Não os métodos homeopáticos, os policrestos da si-
tinhamos conhecimento nenhum sobre ao cul- tuação. Comecei com sthapysagria, cimicífuga,
tura, e nem na região havia técnicos com conhe- camphora, apis, sulphur, mas nenhum ajudou.
cimento nesta área, pois suas práticas voltavam Então conversei no grupo de WhatsApp da Hi-
se para a soja, e as outras comodites. Quando a droponic, e o professor Adriano me orientou so-
produção começou, também vieram os proble- bre a mosca da fruta a Droshopila se esta era a
mas como fungos e pragas em geral. Os moran- invasora. Me indicou uma receita acentuada de
gos eram fonte de alimento para tudo que se óleo de neem, aplicando quatro dias seguidos, e
possa imaginar, e ai compramos e fomos nos a fazer iscas. Mas não resolveu. As moscas conti-
familiarizando com os defencivos, agrotóxicos. nuavam dentro da estufa e passou o mês de ja-
Mas isto foi me apavorando. Era muita aplicação. neiro assim povoado de moscas. Então conver-
Partimos para compra de produtos biológicos e sei com uma colega já formada em homeopatia
estes foram se tornando muito caros. Sempre e produtora de morangos, Josiane, e relatando a
buscando conhecimento, fiz cursos de plantas situação me sugeriu fazer o nosódium. Fui pron-
medicinais e bioativas, e segui para o curso de tamente capturar algumas moscas, capturei
homepatia, a qual revolucionou minha vida e de três, deixei cerca de dezoito dias em álcool se-
minha família. A homeopatia passou a ser usa- tenta, e após fiz o medicamento, aplicando três
da para tratar tudo, desde os morangos, como vezes consecutivas, e ao final do quarto dia, já
toda propriedade: humanos, plantas, animais não havia as moscas na estufa.
instalações e a terra. Relatando uma de tantas
Fonte financiadora: agricultura familiar
dificuldades da produção, final do ano de 2018
e início de janeiro ouve uma infestação de mos-

63
OFICINA DE FITOTERÁPICOS: ENSINANDO
SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E SAÚDE
Jassana Moreira Floriano1; Marilda Mânica¹; Juceli Muller1

O
Brasil, devido a sua vasta biodiversi- gerar reflexões relacionados a diversos temas
dade, possui inúmeras plantas poten- de saúde, foram criados grupos em diferentes
cialmente capazes de serem utilizadas comunidades do município de Pontão/RS, sen-
como matéria-prima na fabricação de fi- do esta atividade parte integrante do Programa
toterápicos e outros medicamentos. Além disso, Academia de Saúde. Percebendo o interesse da
as plantas são também utilizadas na medicina população em práticas relacionadas ao uso de
tradicional, em práticas populares como remé- plantas medicinais, foram desenvolvidas dife-
dios caseiros, e são de grande importância para rentes oficinas com utilização de fitoterápicos
povos indígenas e comunidades locais na pre- durante o decorrer do programa, tais ativida-
venção e no tratamento de inúmeras doenças, des tiveram temas referentes a: “Uso de fitote-
proporcionando qualidade de vida e bem-estar rápicos na alimentação, na prevenção e con-
a população que a usufrui. Neste contexto, e, trole de Doenças Crônicas Não Transmissíveis”;
considerando que qualidade de vida depende “Desvendando os segredos das plantas medici-
da percepção do indivíduo sobre sua saúde físi- nais: melhores formas de preparo e consumo”;
ca e psicológica, seus níveis de independência, “Ansiedade: posso controlar?”, “Fabricação de
seus relacionamentos sociais e as característi- xaropes caseiros”, entre outros. Além das ofici-
cas ambientais que a cercam, torna-se relevante nas, ocorreram visitas aos Hortos Municipais e
promover práticas que contribuam para a pro- ao Horto Municipal Indígena (Água Santa/RS).
moção da saúde, a inserção social, a redução do As oficinas obtiveram excelente receptividade
consumo de medicamentos e a melhoria na au- entre as participantes, enquanto oportunidade
toestima da população. Atualmente, as práticas de reflexão sobre a qualidade de vida, uso de
integrativas e complementares, admitidas pelo fitoterápicos, importância das ações de auto-
Ministério da Saúde, incluem o uso das plantas cuidado e de prevenção de doenças, além, da
medicinais e fitoterapia, entre outras práticas troca de conhecimento relacionada a plantas
que estimulam mecanismos naturais de pre- medicinais, considerando que muito do que se
venção de agravos e recuperação da saúde. As- sabe ainda é o conhecimento empírico passado
sim, como forma de difundir conhecimentos e de geração a geração.

1 Prefeitura Municipal de Pontão. Autor para correspondência: jassanamf@hotmail.com

64
ÓLEO ESSENCIAL DE GERÂNIO NO AUXÍLIO
DO TRATAMENTO DA HERPES LABIAL 
Cristyane Elizza da Rosa1; Daniela Reginatto1; Mariana Tortelli Beux1;

O
s óleos essenciais são líquidos altamen- uso do óleo de gerânio como tratamento fitote-
te concentrados extraídos de plantas rápico acelerando o processo de cicatrização e
medicinais e aromáticas que possuem melhora do aspecto visível. O método utilizado
princípios ativos naturais. O gerânio para o tratamento consiste em misturar 5 ml de
tem origem no Sul da Europa, onde seu nome oléo vegetal em seis gotas de óleo de gerânio
original é Pelargonium graveolens L’Hér. Dele é em embalagem de vidro âmbar, devendo essa
extraído seu óleo essencial por meio de desti- mistura ser aplicada por no mínimo seis vezes
lação a vapor d´água utilizando a planta inteira durante o dia logo que a herpes se manifeste,
e fresca. Possui diversas atividades terapêuticas com o auxílio de um cotonete diretamente na
comprovadas, sendo portanto, relacionado ao lesão até que ela desapareça. Foi observado que
tratamento alternativo e complementar de al- em dois dias de aplicação desse blend de óleos
gumas condições patológicas. No caso da her- na lesão da herpes teve uma diminuição signifi-
pes simples sabe-se que é uma infecção viral cativa no edema, no eritema e no prurido, assim
comum, para a qual 99% da população adulta também apresentou melhora na cicatrização
já adquiriu imunidade na infância e na adoles- das erupções. Tendo em vista a experiência do
cência. Normalmente fica na forma inativa até uso do óleo de gerânio em um caso clínico espe-
que seja reativada, condição que pode ocorrer cífico que apresentava as lesões, conclui-se que
por diversos fatores, tais como, febre, infecções, houve resultados satisfatórios, mas que há ne-
fadiga mental e física, exposição ao sol, estresse cessidade de mais estudos na área em questão
e baixa imunidade. A herpes se manifesta com para serem conclusivos frente a escassa literatu-
mais frequência nos lábios ou regiões genitais, ra científica encontrada sobre o assunto. Dessa
inicia com coceira e ardência local e formam forma reforça as propriedades antibacteriana e
bolhas agrupadas, onde rompem e liberam um antifúngica do mesmo, observando a acelerara-
líquido com carga viral formando assim a erup- ção no processo de cicatrização das erupções e
ção bolhosa. Todo esse processo pode durar por inibindo a proliferação do vírus se comparado
até dez dias. Sendo a herpes uma infecção visí- ao não uso do mesmo.
vel e que traz baixa autoestima por ter aparên-
Fonte financiadora: Recursos próprios
cia repugnante, tem-se como objetivo testar o

1 Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).

65
PLANTAS BIOATIVAS E BENZIMENTOS: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE INDICAÇÕES
PARA PROBLEMAS PULMONARES
Amanda Raquel Bizollo1; Suelen Paula Schabarum1; Samuel Tadeu Tonin1; Italo Kael
Gilson1; Amanda Fabres Oliveira Radunz2; Inês Claudete Burg3; André Luiz Radunz3

A
s plantas têm sido utilizadas há milhares o chá deve ser consumido por nove dias, uma vez
de anos para as mais diversas finalidades, ao dia. A Plantago major L. (tanchagem) deve ser
entre as quais pode-se destacar as relacio- consumida por nove dias, duas vezes ao dia, pre-
nadas com a prevenção, tratamento e a ferencialmente ao meio dia e a noite, respeitando
cura de diversas enfermidades. Neste sentido, os um intervalo mínimo de oito horas entre cada
benzedores desempenham importante função dose, sendo que este chá não pode ser adoçado.
de preservar e utilizar os saberes relacionados ao Ainda, há indicação da Achillea millefolium L. (mil-
uso das plantas e seus compostos bioativos asso- -folhas), sendo o chá consumido por cinco dias,
ciadas a rezas e benzeduras, em um processo de três vezes ao dia, preferencialmente ao meio dia, à
intermediação entre o sagrado e o humano. Ob- tarde e à noite, sendo obrigatoriamente adoçado
jetivou-se com este resumo relatar experiências com mel. Por fim, salienta-se que pode ser realiza-
de um benzedor, que há mais de 30 anos atua no do um benzimento com Ruta graveolens L. (arru-
município de Arvoredo/SC, procurado pela po- da) para problemas pulmonares, sendo este indi-
pulação por problemas pulmonares, utilizando cado para casos mais complexos. Conclui-se que
as plantas em suas benzeduras. De forma geral, há para problemas pulmonares há diversas espé-
identificou-se que as plantas citadas são indicadas cies que podem ser aplicadas, sempre associadas
para serem consumidas na forma de chá, elabo- a rezas e benzimentos. O presente trabalho relata
rado da seguinte forma, segundo o relato: “duas informações apresentadas pelo benzedor, sendo
colheres de folhas picadas e três copos de água que os autores não indicam o uso das espécies e
fervente, que devem ser deixadas em contato por de preparados de forma arbitrária e recomendam
vinte minutos, e quando adoçados, deve ser com a procura dos benzedores, conhecedores compro-
mel”, sendo o uso destas associado a reza para o vadamente da flora brasileira, caso sentirem-se à
santo, do qual o benzedor é devoto. As diversas vontade para fazer uso destas práticas tradicio-
plantas empregadas possuem períodos e dosa- nais. O entrevistado, em vários momentos refere
gens diferentes para serem consumidas, entre as que não apenas os conhecimentos e saberes tra-
principais estão a Salvia officinalis L. (sálvia), onde dicionais são suficientes para curar os problemas.

1 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. Contato: amandabizollo25@gmail.
com; suelenschabarum@gmail.com; samueltonin@gmail.com; kael.gilson1988@gmail.com
2 Doutoranda do PPGCS da Unochapecó, Assistente social do IFSC – São Carlos. Contato: amafaol@yahoo.com.br
3 Professor Doutor, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapeco. Contato: inesburg@uffs.edu.br; an-
dre.radunz@uffs.edu.br

66
PLANTAS MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERI-
ÊNCIA DE BENZEDORES DO MUNICÍPIO DE AR-
VOREDO-SC EM RELAÇÃO À COLETA DE PLANTAS
Amanda Raquel Bizollo1; Suelen Paula Schabarum¹; Samuel Tadeu Tonin¹; Italo Kael
Gilson¹; Amanda Fabres Oliveira Radunz2; Inês Claudete Burg3; André Luiz Radunz³

A
realização de benzeduras e a utilização das ra santa, data onde os cristãos relembram a crucifi-
plantas no tratamento de enfermidades cação de Jesus Cristo, ás cinco horas da manhã. Ou-
e doenças tem perpetuado ao longo dos tra data relatada pelos entrevistados foi o Domingo
tempos, resistindo mesmo diante do avan- de Ramos, onde os cristãos celebram a entrada de
ço técnico científico e da ampla disseminação e po- Jesus Cristo em Jerusalém, neste dia eles colhem a
pularização dos medicamentos alopáticos. Neste Melissa officinalis L. (cidreira), Ocimum basilicum L.
sentido, resgatar e conhecer aspectos associados (manjericão) e o Rosmarinus officinalis L. (alecrim),
as práticas dos benzedores torna-se relevante, pois ambos às cinco horas da manhã. Após a coleta das
estes são responsáveis pela manutenção de sabe- plantas, nas datas mencionadas, estas são levadas
res tradicionais associados a utilização de plantas a igreja católica para receberem a bênção com
medicinais. Assim, objetivou-se conhecer peculia- água benta, para depois serem secas a sombra e
ridades associados a colheita de algumas plantas armazenadas. O armazenamento normalmente é
medicinais utilizadas pelos benzedores no municí- realizado no mesmo local onde os benzimentos
pio de Arvoredo-SC. Para tanto, realizou-se um es- são realizados, junto à imagem de santos do qual
tudo de caso no qual entrevistou-se cinco benzedo- o benzedor é devoto. Os benzedores destacaram
res, que representam a totalidade dos benzedores que, em especial para estas espécies que tem a
identificados no município. De forma geral, pode colheita em datas especificas, sempre que for ne-
se destacar que os benzedores colhem as plantas cessário a indicação delas, os mesmos fornecem as
medicinais sempre ao amanhecer e secam, quando plantas. Por fim, relataram que para cada enfermi-
for o caso, a sombra. Neste sentido, algumas pecu- dade é feito a reza e a indicação de uma planta es-
liaridades associadas a colheita de algumas espé- pecífica, variando tanto a parte da planta utilizada
cies foram identificadas, sendo possível destacar como a forma de consumo, que pode ser em chá,
que algumas espécies são coletadas apenas uma xarope, composto, entre outras. Assim, pode-se
vez ao ano, em dias relacionados a datas cristãs. En- concluir que a prática da benzedura envolve uma
tre estas está a Achyrocline satureiodes (Lam.) DC. ampla gama de ritos e indicações que necessitam
(marcela), que deve ser colhida apenas na sexta-fei- ser melhor exploradas e conhecidas.

1 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. Contato: amandabizollo25@gmail.
com; suelenschabarum@gmail.com; samueltonin@gmail.com; kael.gilson1988@gmail.com
2 Doutoranda do PPGCS da Unochapecó, Assistente social do IFSC – São Carlos. Contato: amafaol@yahoo.com.br
3 Professor Doutor, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó. Contato: inesburg@uffs.edu.br; an-
dre.radunz@uffs.edu.br

67
PRODUÇÃO DE SABONETE TERAPÊUTICO
COM VINHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DA PRODUÇÃO ARTESANAL COM O
MÉTODO DE SAPONIFICAÇÃO A FRIO
Juliana Cristina Padilha Piani1; Mariana Tortelli Beux1

O
Método saponificação a frio (Cold Pro- nete de vinho tem como propriedades terapêu-
cess) é uma forma de elaboração arte- ticas uma série de fatores que colaboram para
sanal de sabonetes, por isso, cada lote é amenizar os sinais do envelhecimento. Rico em
único em suas cores, formatos e aromas, polifenóis e bioflavonoides, esses antioxidantes
o que não compromete a eficácia e a qualida- naturais combatem os radicais livres, melhoram
de do produto final. Com o propósito de gerar a circulação sanguínea, estimulam a síntese de
renda e confeccionar um produto natural, único colágeno e elastina, além de favorecer o en-
e com matérias-primas e técnica de fácil acesso, grossamento da camada dérmica ajustada com
desenvolveu-se um sabonete derivado da uva a idade. Ressalta característica ímpar como sua
com propriedades terapêuticas e de agradável cor de vinho tinto, óleo de uvas, sem adição de
sensorial, partindo da saponificação a frio. Esse tensoativos (lauril), glicerina industrializada, co-
método utiliza uma mistura de óleos pré-sele- rantes, conservantes e essência. Exala o aroma
cionados, podendo ser de oliva, arroz, girassol, agradável e envolvente das uvas, em um banho
coco ou uva, que é adicionada à lixívia com os com espuma densa e um toque macio na pele,
extratos naturais das plantas bioativas e suas deixando-a com um delicioso aroma e frescor.
propriedades terapêuticas, adquiridas mediante Cada barra é feita de forma única e artesanal, ga-
maceração e pedaços no produto final. A técni- rantindo uma terapêutica com o máximo que a
ca acontece devido a emulsificação constante e matéria-prima pode proporcionar. A viabilidade
vigorosa até o momento da saponificação que na fabricação de saboaria artesanal proporciona
leva o sabonete de um estado líquido para o autonomia financeira, inserção no mercado de
pastoso; e após algumas horas resultará na bar- trabalho e um empoderamento ao fabricar um
ra de sabonete artesanal terapêutico, mantendo produto aproveitando recursos naturais com
as propriedades fitoquímicas tanto dos óleos bioativos terapêuticos que oferecem segurança
base, quanto das plantas bioativas. O processo é e qualidade ao cliente final. O processo foi rea-
o mais natural possível e não depende de equi- lizado pela autora do artigo, em um ambiente
pamentos industriais para a produção. A expe- doméstico no mês de julho deste ano.
riência se torna única a cada barra finalizada, um
Fonte financiadora: Recursos Próprios
misto de satisfação ao consumir e comercializar
um produto próprio e dele gerar renda. O sabo-

1 Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).

68
TRATAMENTO HOMEOPATICO
EM PATOS (Cairina sp) COM
SUSPEITA DE BOTULISMO
Lisiane Feck Avila1

B
otulismo é uma intoxicação causada pela botulismo, juntamente com a sintomatologia
ingestão das toxinas produzidas pelo apresentada. Após repertorização dos sintomas,
Clostridium botulinum van Ermengem, foi administrada a medicação homeopática Nux
caracterizando-se por um quadro de pa- vomica 12 CH, duas vezes ao dia, 10 gotas via
ralisia flácida. A toxina tipo C é o principal agen- oral. Houve uma melhora significativa em um
te em aves. Poças, lagoas com água estagnada dos patos na qual conseguiu levantar e dar pas-
são fontes desta toxina. Aves aquaticas, princi- sos nas primeiras 24 horas. O outro iniciou sua
palmente patos é a espécie mais acometida. O melhora em 48 horas. Em 03 dias os dois animais
objetivo deste trabalho foi observar a ação do estavam em plena recuperação, caminhando e
tratamento homeopático em patos com suspei- se alimentando normalmente. Preventivamen-
ta de botulismo e foi realizado no Rio Grande do te, os demais receberam a medicação na dose
Sul, municipio de Viamão, Lombas. As duas aves de 10 gotas por litro de água nos bebedouros e
medicadas estavam apresentando paralisia fla- trocada diariamente por tres dias. Todas as aves
cida da musculatura das pernas, asas e pescoço. foram impedidas de utilizar a lagoa até que a
Não conseguiam andar, estavam prostradas e re- vegetação fosse retirada e a água aerada e reno-
cusavam alimento. Outros nove patos já haviam vada com a chegada das chuvas, totalizando em
ido a óbito, num total de quarenta. Os patos torno de 30 dias. O resultado do uso de homeo-
ainda vivos estavam separados numa gaiola. A patia, no tratamento dos patos com botulismo,
lagoa utilizada pelos animais estava com exces- foi surpreendente pela rapidez na melhora do
so de vegetação aquatica cobrindo totalmente quadro clínico sendo esse considerado grave,
a lamina d’água, com baixa oxigenação, propi- além de um custo muito baixo para o produtor.
ciando o desenvolvimento de bacterias anaero-
Fonte financiadora: Emater Viamão
bias o que levou ao diagnostico presuntivo de

1 Emater-RS, Ascar Viamão.

69
USO DE Pulsatilla NO TRATAMENTO DE
PSEUDOCIESE EM FÊMEA CANINA JOVEM
Erica Cristina Bueno do Prado Guirro1; Pedro Argel Zadinelo Moreira1

A
pseudociese (pseudo: falsa; kyçsis: gravi- tava aumento do volume mamário, hiporexia e,
dez) ou gravidez psicológica é a afecção após mais três semanas, quando os tutores via-
na qual a fêmea acredita estar grávida jaram, se iniciou a galactorreia. Na investigação
e desenvolve sintomas característicos. do perfil da paciente, se observou que ela era
É uma enfermidade comum em cadelas, sem muito ativa, feliz, brincalhona, de apetite voraz,
predisposição por idade, raça ou se é nulípara/ muito apegada aos tutores, ciumenta (havia ou-
multípara. Os sinais clínicos como aumento ma- tras três fêmeas na casa), não gostava de ficar
mário e abdominal, galactorreia, ganho de peso, sozinha e chorava ao ver os tutores longe. Na re-
aumento uterino, confecção de ninhos, adoção pertorização foram escolhidos os seguintes sin-
de objetos e agressividade surgem de seis a 14 tomas: leite mulher não grávida; inchaço mama;
semanas após o estro. Geralmente decorre do apetite diminuído; abandono, sensação – ilusão;
aumento na concentração e/ou na sensibilidade ciúme, sentimento de. Optou-se por iniciar tra-
à prolactina, associada ao declínio mais rápido tamento com Pulsatilla 30CH. No primeiro dia
que o normal dos níveis de progesterona. Se não de tratamento (D1), a Pulsatilla foi administrada
tratada, pode levar à dermatite mamária, masti- 4x/dia. Em D2, a Pulsatilla foi adminsitrada 3x/
te e tumor de mama. O tratamento alopático é dia e verificou-se redução das mamas torácicas.
feito com hormônios esteroides, agonistas de Em D3 e D7, a Pulsatilla foi administrada 2x/dia,
dopamina ou de setononina, mas esses podem sendo que até D5 já não havia leite nas mamas
tornar a fêmea agressiva e requerer tranquiliza- torácicas e havia redução de leite nas mamas
ção. Além disso, recomenda-se evitar lambedu- abdominais e em D7 verificou-se término da
ra nas mamas, aumentar as atividades lúdicas e galactorreia e retorno do apetite. De D8 a D45,
realizer jejum hídrico para reduzir a produção foi realizada Pulsatilla 1x/dia, até que as mamas
de leite. Uma fêmea canina, raça Bloodhound, voltassem ao volume normal. Conclui-se que a
17 meses e 32 kg apresentou pseudociese oito Pulsatilla é eficiente, age rápido e consiste em
semanas após o primeiro estro, que havia sido tratamento de baixo custo para tratar fêmeas
tardio e muito prolongado. A paciente apresen- caninas portadoras de pseudociese.
  

1 Universidade Federal do Paraná, Palotina/PR. Autor para correspondência: ericaguirro@ufpr.br

70
UTILIZAÇÃO DE Arnica E Pulsatilla NO
TRATAMENTO DE ANSIEDADE POR
SEPARAÇÃO EM FELINO
Erica Cristina Bueno do Prado Guirro1; Pedro Argel Zadinelo Moreira1

O
tratamento humanizado de animais bora o animal vomita. A gata é bastante compa-
de estimação parece influenciar no au- nheira, aguarda a tutora na porta, só se alimenta
mento de probelmas comportamen- quando a tutora está em casa e dorme sempre
tais nesses pacientes, com destaque próxima. Nas férias, quando a tutora viaja para
à Síndorme de Ansiedade por Separação em a casa de familiares que tem outros gatos, ela
Animais (SASA), que em cães causa vocalização leva a gata, que fica presa em um quarto, pois
excessiva, comportamento destrutivo, micção ela teme que a gata reaja com agressividade
e defecação em locais inapropriados, vômito com as pessoas ou com os outros gatos. Diante
e depressão. Como gatos são animais mais in- do exposto, não se julgou a paciente agressiva,
dependentes, há bem menos informação so- mas com marcante medo de ser abandonada,
bre SASA em felinos. A tutora de uma paciente caracterizando SASA. É provável que o trauma
felina, 2 anos, 5kg, sem raça definida procurou do abandono materno ainda não tenha sido su-
o Ambulatório de Terapias Integrativas e Com- perado e ela teme ser abandonada novamen-
plementares do Hospital Veterinário do Setor te. Prescreveu-se Arnica 200CH (dose única) e,
Palotina da Universidade Federal do Paraná re- após 48 horas, início de tratamento com Pulsa-
ferindo agressividade como queixa principal e tilla 30CH, 2X/dia, por 30 dias. Recomendou-se
desconforto na presença de pessoas, a ponto retorno a cada 15 dias. No 1o retorno, a tutora já
do animal vomitar após as visitas irem embora. estava muito satisfeita, pois desde então a gata
Durante a anamnese, buscou-se traçar o perfil e havia vomitado uma única vez e havia recebi-
compreender melhor o histórico da paciente. A do visita três vezes no período. No 2o retorno, a
gata foi abandonada pela mãe com menos de tutora disse que a gata estava muito mais tran-
15 dias de vida e, então, foi adotada pela tutora, quila, não havia vomitado, inclusive após uma
alimentada por mamadeira e é o único animal pequena festa na residência. A medicação foi
da casa. Uma vez foi levada para doar sangue, suspensa e orientou-se administrar Pulsatilla
mas ao ser deixada no internamento, tornou-se no período de férias na casa de familiares ou
agressiva e o procedimento foi cancelado. A tu- quando a tutora notar que a paciente mudou
tora acredita que a gata finge estar bem quando seu comportamento em situações que possam
há visitas na casa, mas após as pessoas irem em- sugerir risco de abandono.

1 Universidade Federal do Paraná, Palotina/PR. Autor para correspondência: ericaguirro@ufpr.br

71
YLANG-YLANG: UM ESTUDO
SOBRE O ÓLEO ESSENCIAL
Beatriz Pasquali1; Luíza Giovana Villani Dal Forno2; Mariza Casagrande Cervi3

A
Política Nacional de Práticas Integrati- ciais, principalmente referente ao Ylang-ylang,
vas e Complementares (PNPIC), através buscou-se apresentar os questionamentos aos
da Portaria n° 702, de 21 de março de entrevistados de forma clara e objetiva, conten-
2018, Anexo 4, Art. 1º inclui a aroma- do questões elaboradas pelas entrevistadoras.
terapia na relação de práticas complementa- As respostas foram tabuladas e convertidos em
res disponíveis no SUS. Este estudo objetiva porcentagens, possibilitando avaliar o conheci-
promover o conhecimento e agregar o aporte mento sobre os óleos essenciais, em especial o
teórico sobre o óleo essencial de Ylang-ylang. Ylang-ylang, assim como o interesse destes in-
O estudo buscou revisões bibliográficas em li- divíduos em conhecer mais detalhadamente os
vros, sites acadêmicos (SciElo), periódicos reno- óleos essenciais e a fitoterapia. Quarenta e dois
mados como Revista da Escola de Enfermagem voluntários participaram do trabalho. Após en-
da USP entre outros trabalhos de cunho cien- trevistados, 57,1% responderam desconhecer
tífico. O embasamento teórico tornou possível o assunto e 66,6% declararam ter interesse em
explanar os aspectos do Ylang-ylang, como no- conhecer mais profundamente sobre este óleo.
mes populares, indicações, contraindicações, Para obter-se um resultado mais satisfatório e
curiosidades, entre outros aspectos. Além da conseguir abranger um maior número de pes-
revisão bibliográfica, realizou-se entrevista, soas interessadas em conhecer o assunto, é de
tendo como foco conhecer a percepção dos extrema importância a realização de mais pes-
indivíduos sobre indicações, usos, sinergias quisas sobre os inúmeros óleos essenciais, que
e antagonismos bem como reações adversas possuem ação medicamentosa e carecem de
promovidas por este óleo essencial. Traçada a compreensão e conhecimento pela população
hipótese de indagar o nível de conhecimento como prática complementar de saúde, obser-
de um grupo de pessoas sobre os óleos essen- vando suas particularidades e os cuidados. 

1 Graduanda em Estética e Cosmética, Universidade de Passo Fundo. Contato: pasquallibia@gmail.com


2 Graduanda em Estética e Cosmética, Universidade de Passo Fundo. Contato: luisa_giovana@hotmail.com
3 Docente dos Cursos de Farmácia e Estética e Cosmética. Universidade de Passo Fundo. Contato: marizacervi@upf.br

72
ISBN 978-85-98202-99-0

73

Você também pode gostar