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Constituição expressa relações de poder. Poder militar, poder social, poder econômico,
poder intelectual. Questões constitucionais são políticas, não jurídicas.
Hoje (1958) não se atribui relevância maior à consciência e à cultura como fatores reais
de poder.
História constitucional → práxis política mostra que o poder da força se mostra sempre
superior às forças das normas jurídicas. Normatividade se submete à realidade fática. Exemplo:
debacle da constituição de Weimar (ficou suspensa durante o Terceiro Reich suspendendo-se
as eleições e os direitos fundamentais).
Função do Direito Constitucional não seria estabelecer uma ordem estatal justa, mas de
justificar as relações de poder dominantes. Deixa de ser uma ciência normativa (dever ser) e
passa a ser uma ciência do ser. Indiferenciada da Sociologia ou da Ciência Política.
INDAGAÇÕES
Se admite que a Constituição contém, ainda que de forma limitada, uma força própria,
motivadora e ordenadora da vida do Estado ? Questão da força normativa da Constituição. Ao
lado do poder determinante das relações fáticas, expressas pelas forças políticas e sociais, existe
uma força determinante do Direito Constitucional ? Ficção ?
Passado recente marcado pelo isolamento entre norma e realidade. Positivismo jurídico
da Escola de Paul Laband e Georg Jellinek e positivismo sociológico de Carl Schmitt.
Separação entre ser e dever ser não leva a qualquer avanço nas indagações. Separação leva
à norma despida de qualquer elemento de realidade ou de uma realidade esvaziada de elemento
normativo.
Humboldt → As Constituições não podem ser impostas aos homens tal como se
enxertam rebentos em árvores. É necessário que o tempo e a natureza atuem previamente.
Humboldt (1813) →Toda Constituição deve encontrar um germe material de força vital
no tempo, nas circunstâncias, no caráter nacional, necessitando apenas de desenvolvimento.
(ESSÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO) Afigura-se altamente precário pretender concebê-la com
base, exclusivamente, nos princípios da razão e da experiência.
2. Compreensão de que a ordem constituída é mais do que uma ordem legitimada pelos fatos,
necessitando estar em constante processo de legitimação. (PROCESSUAL)
3. Consciência de que essa ordem não logra ser eficaz sem o concurso da vontade humana.
(ADESÃO VOLUNTÁRIA)
PRESSUPOSTOS
1.2. Constituição deve se mostrar adaptável a eventuais mudanças dos condicionantes. Fora
de disposições técnico-organizatórias, a Constituição deve limitar-se ao estabelecimento
de alguns poucos princípios fundamentais, cujo conteúdo poderá ser desenvolvido em
face de mudanças na realidade sociopolítica. Constitucionalização de interesses
momentâneos ou particulares exige uma constante revisão constitucional, com
desvalorização da força normativa da Constituição.
1.3. A Constituição não deve assentar em estrutura unilateral. Se quiser preservar a força
normativa de seus princípios fundamentais, deve incorporar, mediante ponderação, parte
da estrutura contrária. Direitos fundamentais e deveres. Divisão de poderes e
concentração de poder. Federalismo e unitarismo. A concentração absoluta de um desses
princípios levaria (em momento de crise) à ultrapassagem dos limites da força normativa.
A realidade poria termo à sua normatividade. Os princípios estariam derrogados.
Se o sentido da proposição normativa não pode mais ser realizado, impõe-se a revisão
constitucional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Não é mera ciência normativa. Está condicionado pela grande dependência que o seu
objeto apresenta em relação à realidade político-social, como também ausência de garantia
externa para observância de suas normas.
Concretização plena da força normativa constitui meta a ser almejada pela Ciência do
Direito Constitucional.