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O país já havia tentado aprovar uma legislação parecida há dois anos, mas o texto havia sido
barrado justamente no Senado. Desta vez, com alguns senadores mudando o voto desde
então, a Argentina se juntou a um grupo composto majoritariamente por países desenvolvidos
da América do Norte, da Europa e da Oceania que já têm leis abrangentes com relação ao
aborto.
Ao todo, cerca de 59% das mulheres no mundo vive em países cujas legislações preveem a
interrupção da gravidez em circunstâncias mais amplas, segundo a organização não-
governamental Center for Reproductive Rights, em estudo feito antes das mudanças na lei
argentina.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 23.000 mulheres morrem todos os anos de abortos
inseguros e outras dezenas de milhares sofrem com complicações de saúde posteriores ao
procedimento. Mais de 90% dos abortos inseguros foram feitos em países em
desenvolvimento na África, Ásia e América Latina.
Na América do Sul, três países têm leis mais permissivas com relação ao aborto, segundo a
classificação do Center for Reproductive Rights. São eles: Guiana, Guiana Francesa e, mais
recentemente, o Uruguai. Nestes países, a mãe pode escolher não ter a criança, mesmo caso a
gravidez não represente riscos diretos à saúde.
Países em azul têm aborto descriminalizado com legislação mais abrangente, segundo a classificação do
Center for Reproductive Rights (mapa elaborado antes da mudança nas leis da Argentina) (Center for
Reproductive Rights/Reprodução).
Outros lugares, como Bolívia, Equador, Peru e Colômbia, usam critérios de saúde na América
do Sul, regra que a própria Argentina também usava antes (a legislação de aborto no país
datava de 1921).
Os critérios podem variar desde a saúde mental da mãe até eventuais doenças na mãe e no
feto. A Organização Mundial da Saúde recomenda que, se um país decidir adotar critérios de
saúde, devem ser levados em conta não só a saúde física, mas também psicológica dos
envolvidos.
Por fim, o Brasil, a Venezuela, o Paraguai e o Chile estão entre os com a segunda legislação
mais proibitiva do mundo: o aborto só pode ocorrer no caso de risco direto e comprovado à
vida da mãe -- ou caso a mãe seja vítima de violência sexual, exceção estabelecida, por
exemplo, na legislação do Brasil.
Por Aissa Mac, Larissa Ricci e Maria Irenilda Pereira; Publicado em 23/08/2020 às 04:00; Atualizado em
17/01/2021 às 15:12.
Fonte: Estado de Minas Gerais.
No Brasil, desde 1984, o Código Penal prevê que o aborto é crime, sendo permitido apenas em
casos de estupro de risco para a vida da mãe ou quando o feto não possui a maior parte do
cérebro (anencefalia).
No Brasil, desde 1984, o Código Penal prevê que o aborto é crime, sendo permitido apenas em
casos de estupro de risco para a vida da mãe ou quando o feto não possui a maior parte do
cérebro (anencefalia).
Assim como na Suécia, em outros 66 países, como na Holanda, Portugal, Rússia, Suíça e
Uruguai, é a mulher grávida que tem o direito de decidir se deseja ou não interromper a
gravidez. São mais de 590 milhões de mulheres em idade reprodutiva que vivem em países
que possuem legislação que permite o aborto perante a solicitação da mulher.
Com base nos dados compilados no site da organização, a reportagem do Estado de Minas
reuniu informações sobre como a interrupção da gravidez é tratada em diferentes lugares do
mundo.
Totalmente proibido
A legislação de 26 países do mundo como o Egito, Iraque, Nicarágua, Filipinas, Senegal e
Cisjordânia, proíbe o aborto sob quaisquer que sejam as circunstâncias.
São 90 milhões de mulheres em idade reprodutiva que vivem em locais onde a interrupção da
gravidez é totalmente proibida por lei, até mesmo quando a vida ou a saúde delas está em
risco.
Para Salvar a Vida da Mulher
No Brasil e em outros 38 países, existem 359 milhões de mulheres em idade reprodutiva
vivendo em locais onde as leis permitem o aborto apenas quando a vida da mulher está em
risco. Medidas restritivas como essas são adotadas em países do Oriente Médio como o Irã,
Líbano e a Síria. Da Ásia como o Afeganistão e a Indonésia e da África como a Nigéria, Somália,
Sudão e Uganda.