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Apontamentos do Capítulo7: A busca de formas de comunidade e

comunhão numa “Igreja da (grande) cidade”

Introdução

- Apresentação das seções...

4.1 Modelos eclesiológicos para uma “Iigreja da cidade grande”

4.1.1. Modelos eclesiológicos como instrumentos de análise e orientação de


caminho – Observação Prévia.

- Compreensão da igreja no ponto de vista teológico dogmático: como


“Mistério”
- Porém existem diversos aspectos no tempo e no espaço que diferenciam a
imagem da igreja.
- A partir disso, é possível detectar modelos que se referem as diferentes
formas de sua realização histórica.

- O uso da lógica dos modelos como um instrumento necessário para se


aproximar da realidade eclesial complexa no tempo presente, a qual encontra-
se exposta em uma mudança contínua.

- Os modelos podem ajudar a demonstrar tendências prevalecentes, a decidir


a qual forma de igreja deve ser dada continuidade e a julgar o melhor modo
de realizar a missão da igreja.

- Basicamente existem duas direções diferentes de modelos;


- Os quais estão em tensão entre si;

- Existem modelos diversificados, o autor se propõe a apresentar 2:

- O modelo “eclesiológico universalista”:


- Imagem de igreja com acentuação institucionalizada e centralizada;
- Exemplos: Societas perfecta e do mysticum corpus.
- Crença da existência de estruturas fundamentais da igreja (dadas por
deus);
- Acredita-se que nada pode ser modificiado;
- Opções pastorais são definidas em vista de uma cultura cristã, de
movimentos internacionais;
- Acentuação do âmbito espiritual;
- Enfoque nos aspectos sacramentais e místicos;
- Especial preocupação com as estruturas eclesiais, bem como com
problemas morais, pessoais e familiares;
- Tendência rígida e autoritária;
- Perigo de substituir o Reino de Deus pela igreja;

- O modelo “eclesiológico mistérico”


- Possui um âmago predefinido: estruturas estruturantes;
- Precisa estar em constante (re)construção;
- Na história;
- Pela influência do Espírito Santo;
- Seu ponto de partida é a igreja local;
- Seu modo de envangelização parte da realidade;
- Preocupa-se com uma conexão de fé e vida;
- Favorece a formação de pequenas comunidades, grupos, novos
ministérios, novas formas de inculturação
- Novas formas de estruturais eclesiais;
- Ênfase na ética e na história;

4.1.2 Opção po um modelo eclesial mais sacramental-dinâmico

4.1.2.1 A dupla virada eclesiológica no Concílio Vaticano II

- Virada eclesiológica crucial trazidas pelo vaticano II em relação aos modelos


eclesiais apresentados.

- Primeira virada: vai em direção a uma igreja que quer ser povo de Deus;
- Abre nova convivência de clérigos e leigos;
- Tornando possível a percepção de que são membros batizados e
crismados.

- Virada em direção ao verdadeiro ministério da igreja: se revela na


Communio.
- “Mudança de uma compreensão mais estático-estrutural da Igreja para uma
compreensão mais dinâmico-sacramental da Igreja”.

4.1.2.2
Igreja da cidade como rede de comunidades

“Assembléia dos cidadãos de Deus para a cidade”

4.3.1.1 Confederações institucionalizadas nas cidades do primeiro século

- Analogias com instituições dos tempos antigos que serão comentadas;


- Para uma melhor compreensão de olkoç e ekkanoia;
- Pertencem a estas o collegium, a sinagoga e a escola filosófica;

-O collegia:
- Pequenos grupos de pessoas;
- Se uniam em forma de grêmios e associações;
- Cultivava-se o contato pessoal
- As pessoas tornavam-se membro por livre decisão;

- As escolas filosóficas:
- Forma de ensino e da troca de conhecimentos (como analogia);
- As relações sociais tinham um cunho familiar;

- As sinagogas
- Percebe-se enlance com os grupos paulinos;
- Era mais segregada do restante da sociedade do que as associações;
- Seus membros qualificavam-se pela consciência de sua pertença a uma
grandeza maior;

- Os grupos paulinos surgiram ao lado das comunidades judaicas;


- Compartlhavam do espaços das cidades greco-romanas;
- Reuniam-se em casas privadas;
- Possuiam características comuns:
- Adotaram as SE e também muitas normas e tradições das
sinagogas de fala grega.

- Essas 3 formas (collegium, sinagoga e escola filosófica) nas cidades


elucidam:
- A variedade dos grupos urbanos nas primeiras décadas depois de Cristo;
- A maneira como eles lidaram com os desafios da vida na cidade com que
viram se confrontados.
- A comunidade cristã, por sua vez, não fez essa autodenominação, elas
denominavam-se de “Ekkanoia”.
- Essa expressão tinha em Paulo uma grande relação com a igreja local;

- Com isso, observa-se que a igreja de Deus se concretiza na igreja local


- Não como uma fração da igreja universal;
- Tem nela mesmo um sentido completo;

- Ekkanoia significa: aquela que foi chamada para fora, ou chamada para unir-
se;
- Referia-se originalmente à assembleia dos cidadãos livres e com direito a
voto;
- Mulheres, escravos e imigrantes não faziam parte;

- Cabia a assembleia dos cidadãos:


- O legislativo e o executivo;
- A conclusão de alianças e contratos;
- A distribuição das rendas públicas;
- A concessão de cargos públicos;
- A decisão sobre guerra e paz;
- O juízo último em processos patrimoniais e criminais.

- Paulo usou essa denominação para o grupo cuja identidade se manifestava


nas reuniões e nas refeições comensais.

- As camadas sociais eram diversificadas;


- Isso era significativo para a convivência (dinheiro para acesso/viagens e
recebimento).
- Porém, os membros deveriam estar de pé de igualdade nas reuniões.
- Uso da Analogia do corpo com seus membros.

- Ao fazer uso do nome Paulo fazia uma reivindicação que visava um caráter
público.
- Apresentava um “novo” modo de vida social, um verdadeiro modelo de
integração social;
- Conferindo direitos e deveres iguais a todos (homens livres, mulheres,
escravos, membros de minorias étnicas.
- Levava a uma autocompreensão que promovia auto-estima e auto-
confiança...
Solidariedade e delimitação das comunidades cristãs em Paulo.

- A partir das cartas paulinas e dos atos dos apóstolos é possível tirar
conclusões acerca das características específicas dos grupos cristãos urbanos.
- Apresentam elementos que possuíam um papel importante para a coesão
dos grupos:
- Conteúdos comuns de fé;
- Formas de expressão desses contúdos;
- Linguagem comum e específica do grupo;
- Palavras cotidianas adiquiriram um significado próprio;
- A exemplo da palavra Ekkanoya;

- Características da coesão grupal:


- Forte solidariedade;
- Firme coesão gruoal;
- Autopercepção como sendo diferente;

- Essa coesão não resultou em uma segregação das comunidades paulinas das
cidades;
- As comunidades paulinas permaneciam muito conscientes nas cidades;
- Integrados nas cidades: Vida social e profissional comuns;

- Convivência com o mundo era enfatizada por Paulo em suas cartas;


- Acentuava que a pureza do grupo vinha de dentro;
- Não tinha a ver com a “mistura” com o mundo;
- Comunhão com os de fora acontecia na comensalidade e hospitalidade;
- Sadia convivência entre os distintos grupos;
- Essa orientação ao equilíbrio fortalecia:
- A liberdade dos cristãos;
- Seu interesse em continuar participando ativamente da vida social de
suas cidades;
- Incentivo da vivência da:
- Tolerância, abertura e zelo missionário;
- Procura e estabilização da própria identidade;
- Retirada para um espaço interno;
- As Com. locais Cristãs possuíam um sentido de pertencimento a um
movimento maior
- Estavam ligadas em redes através de:
- Diferentes modos de comunicação;
- Em solidariedade.

A igreja das grandes cidades latino-americanas como rede de


comunidades

- A vida na cidade é marcada:


- Pelo anonimato;
- Pelo anseio por relações pessoais

- Isso acontece também nas paróquias urbanas;


- Pois nestes lugares é impossível conhecer todos os membros;
- Isto reforça a impressão de distância e massificação;
- A paróquia se torna um lugar de instâncias de serviços burocráticos;
- O contato pessoal fica sempre mais difícil.

- Os modelos e experiências com igrejas domesticas são uma resposta


consistente da igreja a essas realidades.

- Isso acentua a necessidade de entender a igreja como comunhão;


- Essa comunhão não se dá ao acaso;
- Precisa ser construída e renovada constantemente.

- As atividades que a igreja local não pode realizar sozinhas, deve buscar a
comunhão com a forania, diocese e igreja universal;
- A igreja forma uma rede de comunidades;

- Esses novos modelos não devem ser pré-fabricados, devendo sempre partir
da realidade concreta de cada comunidade local;

- A comunicação em rede deve acontecer em níveis mais abrangentes tais


como o de cidade, de forania, ou de diocese;
- Para organizar pode também ser feita através de comissões, tais como:
- Pastoral da Juventude / Pastoral social / Pastoral universitária;
- Não refere-se a criação de burocracias, mas estruturas facilitadoras de
comunicação da rede.
- Cabe a paróquia territorial acompanhar a evangelização nos diversos lugares
de convivência humana nas cidades;
- Essa é a instância da igreja mais próxima das pessoas;
- A paróquia territorial se torna a comunidade das comunidades;

- Papel do sacerdote na paroquia territorial:


- Coordenar os diferentes carismas;
- Encorajar os leigos a colaborar e participar dos diferentes grupos e
comunidades;
- Assumindo junto a eles uma corresponsabilidade pastoral;

- Tal engajamento sacerdotal requer uma preparação adequada advinda de


uma consistente formação para o desenvolvimento da pastoral urbana.
- Formação permanente / reciclagem / aprofundamento;
- Requer Investimento (comprometimento financeiro);

- Condução das pastorais por parte dos leigos. Para isso, é preciso:
- Reconhecer o possível papel protagonista dos leigos (homens e mulheres)
na evangelização das cidades;
- Investimento na formação e capacitação dos leigos;
- Para que as suas ações sejam adequadas para o contexto urbano;

- A medida que a igreja abre espaço para esta participação configura seu
caráter como Igreja Ministerial.
- Esta abertura, incentivo e promoção deve ser efetiva e sobretudo afetiva;
- vivencia da simpatia e da solidariedade;
- Isso provoca um crescimento, envolvimento e uma consequente maior
participação;
- Fazendo emergir o sentimento de pertença e de responsabilidade
comum / Fazendo surgir vocações diversas;

- Ao viver sua essência de communio (comunhão), a igreja apresenta-se ao


mundo como um sinal visível da luta por igualdade, solidariedade e partilha.
- Sendo um contraponto a lógica individualista;
- A igreja da cidade precisa crescer e se especializar na pastoral da intimidade;
- Dando aos grupos pequenos cultivo particular, sem massificações;
- A partir do exposto fica visível a necessidade da construção de uma “Igreja
Ministerial”.

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