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VITÓRIA - ES
2020
EFEITOS PROPORCIONADOS PELA PRÁTICA REGULAR DA
MUSCULAÇÃO EM IDOSOS
Resumo:
A musculação apresenta-se historicamente como uma das práticas físicas mais antigas do
mundo. No decorrer da sua evolução histórica, a musculação veio se moldando às novas formas
e trazendo cada vez mais adeptos a sua prática, no entanto esteve envolvida por muitos mitos e
empirismos. Com diversos estudos científicos realizados, a musculação atravessa uma fase de
grande evolução em sua história, sendo considerada de grande importância para alcançar melhor
qualidade de vida daqueles que a praticam (COSTA, 2004). Durante sua evolução, a musculação
foi desenvolvida de várias formas diferentes, mas todas elas seguiram visando o mesmo objetivo
que é o aumento da massa muscular e da força utilizando-se pesos. A história mais antiga e
conhecida, data da época da Grécia antiga, em que um cidadão grego chamado Milon de Creton
iniciou seu treinamento levantando um bezerro nas costas. Com o passar do tempo, o bezerro foi
crescendo e conseqüentemente provocando sobrecarga no organismo de Milon, o qual acarretava
adaptações orgânicas dia após dia. Por essa razão, acredita-se que este treinamento foi a origem
do método de princípio de sobrecarga (COSTA,2004).
O desenvolvimento humano é um processo de evolução, no qual o ser humano se
modifica em vários aspectos do nascimento até a morte, que ocorre de forma ordenada, onde
estão envolvidas tanto as dimensões biológica, psicológica, social e religiosa, quanto os aspectos
cognitivos, motores, afetivos e sociais e todas elas estão intimamente ligadas, assim como estão
em constante mudança e adaptação entre elas no que discerne as capacidades físicas, mentais e
afetivas.
O envelhecimento é um processo normal acompanhado por alteração progressiva das
respostas adaptativas homeostáticas do corpo. Ele provoca alterações observáveis na
De acordo com Política Nacional do Idoso (PNI), lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994 e o
estatuto do Idoso, lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003, idoso é todo indivíduo com idade a
partir de 60 anos. Esse limite de idade varia em alguns países por influência de políticas
públicas. Há grandes variações de níveis de saúde entre os idosos, mas no geral, o
envelhecimento traz consigo capacidades regenerativas decrescentes, nas quais implicam uma
crescente vulnerabilidade e declínio funcional. A diminuição da capacidade auditiva e visual,
diminuição dos reflexos, declínio de funções neurológicas são exemplos de sintomas que
acompanham a terceira idade. A perda substancial de massa muscular e a diminuição da
densidade óssea são outros exemplos de sintomas decorrentes do envelhecimento.
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o passar dos anos, cada vez mais se torna evidente que a atividade física é um
recurso primordial para diminuir a degeneração experimentada no envelhecimento, na qual
possibilita o idoso a manter uma qualidade de vida ativa e mais independente. A atividade física
estimula várias funções do organismo atuando no tratamento e controle de doenças, manutenção
do aparelho locomotor, melhorando aspectos cognitivos e segue influenciando também em
aspectos sociais. Com o avançar da idade, o corpo humano experimenta várias alterações, e
particularmente no sistema musculoesquelético, ocorre perda da elasticidade e estabilidade dos
músculos, diminuição da área transversal muscular causada pela atrofia, deterioração dos tendões
e ligamentos. Em conseqüência desse fenômeno, se observa a redução na força muscular e
diminuição da flexibilidade e como resultado, ocorre redução na mobilidade dos idosos. Uma
grande parte da população idosa passa a depender de terceiros, resultando na perda da autonomia
e qualidade de vida.
Sexo: Masculino
Idade: 70 anos
Frequência Semanal: 2x por semana – Segunda e quinta
Velocidade da contração: lenta (aproximadamente 3 seg).
Intensidade: Moderada – 5 a 6 na escala de percepção de esforço de 0 a 10 recomendada pelo
American College of Sports Medicine, apud Gomide 2020.
Número de exercícios: 9
Séries : 2x.
Repetições:
- 15x nas primeiras 2 semanas – aumento de carga na semana seguinte >10% e <20%
- 12x nas semanas 3 e 4 - aumento de carga na semana seguinte >10% e <20%
- 10x nas semanas 5 e 6 - aumento de carga na semana seguinte >10% e <20%
- 8x nas semanas 7 e 8 – avaliação, planejamento e prescrição de nova sessão de exercícios.
1- supino reto com halteres: Grupo muscular: peitoral maior, parte anterior do deltoide,
tríceps braquial e cabeça curta do bíceps braquial (estabilizador).
2 – Voador na máquina: Grupo muscular: peitoral maior, deltoide (parte anterior) e tríceps
braquial.
3 – puxada de frente na polia alta¨ Grupo muscular: grande dorsal, braquial, braquiorradial,
bíceps braquial, redondo maior, parte posterior do deltoide, infra-espinhal, redondo menor,
romboides, elevador da escápula, trapézio e peitoral menor.
4 – Remada sentado: Grupo muscular: grande dorsal, braquial, braquiorradial, redondo maior,
parte posterior do deltoide, infra-espinhal, redondo menor, romboides, levantador da escápula,
trapézio, peitoral menor e eretores da espinha.
6 – Leg press: Grupo muscular: quadríceps (primário), glúteos, ísquio tibiais e adutores
(secundários).
7 – abdução: Grupo muscular: fibras superiores do glúteo máximo, glúteo médio, glúteo
mínimo e tensor da fáscia lata.
8 – Adução: Grupo muscular: pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno (porção
adutora) e grácil.
É identificável que inicialmente a prática da musculação não era encorajada aos idosos,
todavia, com o passar do tempo, foi demonstrado que a musculação com algumas modificações é
aconselhada ao idoso para fortalecer a musculatura possibilitando-o de tornar-se independente ao
realizar tarefas com melhor desempenho contribuindo para melhora da qualidade de vida.
A atividade física praticada de forma regular e sistemática aumenta ou mantém as
aptidões físicas da população idosa além de diminuir a taxa de morbidade atuando no combate à
doenças coronarianas, hipertensão, hiperlipidemia (colesterol LDL alto), diabetes, câncer, entre
outras. Isso ocorre porque a atividade física promove alterações nas estruturas e funções
fisiológicas como a sensibilidade à insulina, massa corporal magra, taxa metabólica basal e
capacidade aeróbia.
A artrite é uma patologia que ronda a idade avançada e leva à instabilidade nas
articulações. A chave para compensar essa instabilidade é o fortalecimento dos músculos e
nesse sentido o treinamento de força pode contribuir para que ocorram as devidas compensações.
Os estudos apontam que, se o treinamento de força em idosos melhora as capacidades,
então, os treinados serão incontestavelmente beneficiados no que tange aos aspectos cognitivos e
motores resumidos em tarefas diárias como o andar, o equilíbrio, a retomada após um tropeço
subir escadas, dentre outras inúmeras ações motoras que dependem majoritariamente do aparelho
musculoesquelético.
O presente estudo indica que o treinamento de força tem um importante papel na
prevenção e reversão das citadas mudanças nos idosos. Os “efeitos proporcionados pela prática
regular da musculação em idosos” são positivos e benéficos uma vez em que o envelhecimento
traz consigo várias mudanças fisiológicas e o treinamento de força pode retardar ou reverter tais
fenômenos e prevenir doenças coronarianas, do sistema circulatório, diabetes, câncer,
osteoporose dentre outras. Além dos benefícios físicos, podemos destacar benefícios
psicológicos considerando que a atividade promove interação social, sentimento de realização e
dever cumprido, desligamento momentâneo das preocupações, diminuindo assim a ansiedade e a
depressão. A pesquisa revela que os maiores impactos de um programa regular de força são
observados na qualidade de vida dos idosos
REFERÊNCIAS
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março de 2020 às 23:10.
MAESTÁ, Nailza; CYRINO, Edílson Serpeloni; JUNIOR, Nelson Nardo; MORELLI, Monica
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