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Anexo

informativo
& Oficina Coesão e
de escrita , coerência textuais Escrit
uno : Sintese Págs. 325-327 sertta
,
O que é... Nota
Sobre a natureza da síntese
E um texto que reduz ao essencial o conteúdo de um ou mais textos — o(s) texto(s)-fonte. foi especialmente consultada,
A informação apresenta-se organizada através de conectores com fu nções variadas: identificar de M. Olga Azeredo, M, Isabel
Freitas M. Pinto e M. Carmo
semelhanças, apontar contrastes, indicar causas, etc.
Azeredo Lopes, a Gramática
Deve apresentar três partes bem definidas: prática de Português, Lisboa,
Lisboa Editora, 2009, pp. 435 e
e introdução — indicação da temática e da autoria do texto ou textos sintetizar; seguintes.
e desenvolvimento - apresentação das ideias consideradas essenciais devidamente
organizadas / relacionadas através de conectores adequados:
e conclusão — referência breve ao que se considera fundamental,
A síntese não tem de apresentar a informação pela mesma ordem em que aparece nos
texto(s)-fonte e deve ter uma dimensão que corresponda aproximadamente a um quarto
desse(s) texto(s).

Exemplificação
Escreve uma síntese dos dois textos que se seguem com cerca de um quarto da sua dimensão.

Texto 1 Texto 2
Pouco se conhece da vida de Fernão Lopes; mas esse (...) Fernão Lopes foi encarregado por D. Duarte,
pouco permite-nos afirmar que a sua vida teria sido antes de 1434, de elaborar a Crónica Geral do Reino
extremamente simples. Era lisboeta e de origem vilã, de Portugal, para o que lhe atribuiu uma tença
segundo se depreende de algumas particularidades anual de 14 000 reais brancos (a partir de 1 de
conhecidas da sua vida. (...) janeiro de 1434), verba que foi aumentada por
Ignora-se a data do seu nascimento, mas supôs D. Afonso V para 20 000 reais. Para a elaboração
Braamcamp Freire que fosse pelos anos de 1378 a 1383, desta obra, socorreu-se Fernão Lopes, principal-
Teria aprendido o seu latim no Estudo Geral ou em mente, de textos historiográficos anteriores, a
alguma escola monástica, pois se revela na sua obra um partir dos quais elabora os textos referentes aos
10 homem culto, conhecedor de Aristóteles, Túlio, Ovídio e 10 primeiros sete reis de Portugal. Destas crónicas,
de Petrarca, embora não alardeie a sua erudição com o dadas como perdidas e apenas presentes no apro-
exibicionismo infantil que caracteriza Zurara. veitamento que delas fizeram Duarte Galvão e Rui
Aparece pela primeira vez o seu nome num documento de Pina, foram encontradas cópias, primeiro na
de 1418: era então guarda-mor das escrituras da Torre do Biblioteca Pública. Municipal do Porto, por
15 Castelo de Lisboa. A data aproximativa do seu nascimento 15 Magalhães Basto, num códice incompleto (códice
é precisamente deduzida deste facto; com efeito, não se 886, com Letra do século XVI, oriundo de Santa Cruz
confiaria cargo de tamanha responsabilidade a um rapaz de Coimbra), e depois entre os manuscritos da Bi-
inexperiente. blioteca da Casa Cadaval (códice nº 965), por Silva
Em 1419, era escrivão dos livros de D. João |. Em 1422, Tarouca, a chamada Crónica de 1419 ou dos Sete
20 aparece-nos como escrivão da puridade! do Infante 20 primeiros reis de Portugal, versão mais completa
D. Fernando. Foi por esse tempo que, segundo ainda do manuscrito portuense. Este achado suscitou, e
Braamcamp Freire, teria sido nomeado tabelião geral do continua a suscitar, as mais desencontradas opi-
reino, cargo que, na suposição daquele erudito, seria ine- niões acerca da autoria desta crónica (...). Não su-
rente à condição de guarda-mor da Torre do Tombo. jeitas a qualquer polémica são, então, as crónicas
25 Por carta de 19 de março de 1434, D. Duarte arbitra a 25 referentes aos reinados de D. Pedro, D. Fernando
Fernão Lopes, seu escrivão, uma tença anual de 14 000 e D. João |.
reais para escrever as crónicas dos reis antigos, até seu
Pedro Ferré, «Lopes, Fernão», in Álvaro Manuel Machado
pai, inclusive,
(Org. e dir), Dicionário de literatura portuguesa, Lisboa,
Presença, 1996, p. 277.
M. Rodrigues Lapa, Liçõesdeliteratura portuguesa, Coimbra, Coimbra Editora,
1977, pp. 374-375.
1 secretário particular
Fernão Lopes, Crónica de D. João 1

1. Planificação da síntese: tópicos a considerar

IntYodugao) Textos-fonte: autores é tema.

(Desenvovimento)- Tópicos - Texto|


1” paragroto
«Origem social de Fernão Lopes
«local de nascimento.
2º parágrafo
+ no de nascimento - por volta. de. 1360
* educação
3º parágrafo
HIG: primeiro carop oficial - oyarda-mor das escrituras da Torre do castelo de
Lisboa
4º parágrafo
+ IH%: segundo cosxgp oficial - escrivão doslivros de D. João |
+ 22:terceiro coxop oficial - secretário particuou do Infante D. Fernando
- nomeado por esta outa para um novo CoroOficial - taloelião apral do reino
5.’ paragrato
“434: incumbido por D. Duarte para. escrevor as crônicas dos reis de Portugal até
seu poi,
D. João |
* odribvição de uma. tença. anvol como pagpmento desse trodoadho

- Tópicos - Texto 2
“aumento da tenga por D. Afonso V como pagamento da. elaboração das
crónicas -
Crónica Geral do reino de Portugal;
* PeSQLisas para. à elatooração das crónicas;
- aproveitados por cronistas posteriores a Fernão Lopes;
- atveumente desconnecem-se;
* Qworia poêmico. destas crónicas;
* Autorio. certa das relativas aos reinados de D.Pedro, D. Fernando é D João |

conclusão A dora. possível de Fernão Lopes.


2. Redação da síntese: proposta-modelo
TEXTO-MODELO

Esta síntese aborda aspetos da vida e da obra de Fernão Lopes com base em dois textos
Introdução
críticos da autoria de M. Rodrigues Lapa e de Pedro Ferré.
ed

—,

Fernão Lopes nasceu numa família do povo, em Lisboa, por volta de 1380. Teve uma educa-
ção de nível superior, já que o revela na sua obra.

Entre 1418 e para além de 1434, Fernão Lopes ocupou vários cargos oficiais, tendo chegado
a tabelião geral de Portugal. O rei D. Duarte incumbiu-o, em 1434, de escrever as crónicas dos
primeiros reis de Portugal, designadas Crónica Geral do Reino de Portugal, para isso lhe tendo
atribuído uma tença anual. Fernão Lopes fez as pesquisas necessárias e escreveu as crónicas, Desenvolvimento

as quais, no entanto, embora se saiba que foram aproveitadas por cronistas posteriores a Fernão
10 Lopes, não chegaram até nós; foram descobertas o que se pensa serem cópias dessas crónicas,
mas é um achado envolto em grande polémica. Pelo contrário, sem qualquer polémica, são
sem dúvida da sua autoria as crónicas relativas aos reinados de D. Pedro, de D. Fernando e de
D. João |,
esimtnemi


Entre certezas e incertezas, a importância de Fernão Lopes na literatura portuguesa é Conclusão
15 inquestionável, meme)

Reconhecimento das características da síntese


(comparando com os textos-fonte)

Na introdução:

o referiu-se a autoria e a natureza dos textos a sintetizar:

e anunciou-se, implicitamente, o modo como a síntese progrediria (em primeiro lugar infor-
mações sobre a vida de Fernão Lopes, depois sobre a sua obra).

No desenvolvimento:

º apresentou-se e destacou-se o que se considerou mais significativo, com base na seleção


crítica dos tópicos referidos na planificação:

e dividiu-se a informação em dois parágrafos, o primeiro relativo a aspetos biográficos de


Fernão Lopes, o segundo à sua obra:

e utilizaram-se conetores adequados à organização da informação: já que, no entanto, em-


bora, mas, pelo contrário...

Na conclusão:

e salientou-se o que se considerou fundamental.

O texto tem cerca de um quarto das palavras dos textos-fonte.


Fernão Lopes, Crónica de D. João 1

© Proposta de redação de uma síntese

Elabora uma síntese que tenha aproximadamente um quarto das palavras do seguinte
texto.

O ponto de vista de Fernão Lopes


o E Escrivão de D. João |, notário de profissão, guarda-mor da torre do Tombo desde 1418,
Fernão Lopes é encarregado por D. Duarte, então príncipe e depois rei, de «pôr em cróni-
cas» as histórias dos reis seus antepassados. Assim começou a redação de uma Crónica
de Portugal que se prolongará por vários séculos. Foi aposentado em 1454, no reinado de
5 D.Afonso V.

Como panegirista? e partidário convicto da dinastia de Avis e do que ele chama a «casa
de Portugal», é natural que Fernão Lopes tenha denegrido os seus adversários. Mas, sempre
que tem sido possível comparar a sua narrativa com as respetivas fontes documentais e
narrativas, o espírito crítico de Fernão Lopes tem saído engrandecido da prova. Além disso,
10 ele não poupa a figura do rei D. João |, seu senhor, o que é extraordinário. A coerência da sua
oe eee ] - visão de conjunto é muito convincente do ponto de vista da veracidade.

O que há de mais notável em Fernão Lopes e que o torna inconfundível entre todos os
cronistas da Idade Média é a humanidade que lhe permite irmanar-se com o povo e discernir,
muito mais do que os feitos dos reis e cavaleiros, todo o processo que alterou nos séculos
15 XIV e XV a sociedade portuguesa.

Fernão Lopes não é o cronista de D. João | ou de Nuno Álvares, mas o cronista da revolu-
ção, tanto do ponto de vista objetivo (os factos) como subjetivo (os sentimentos). Esta visão
de conjunto permite-lhe relativizar os protagonistas individuais dos acontecimentos.

D. João |, por exemplo, aparece como um homem hesitante, pusilânime mesmo, empur-
20 rado para a frente por outros mais conscientes ou dedicados. (...)

Em compensação, Fernão Lopes dá grande relevo a outros aspetos que os cronistas


- medievais sistematicamente desconhecem. O grande ator e promotor da resistência, ao que
- Sseinfere das suas crónicas, é o povo de Lisboa.

A. J. Saraiva, Iniciação na literatura portuguesa, Lisboa, Gradiva / Público, 1996, pp. 24-25.

elogiado

Planifica a síntese
Relê o texto e assegura-te de que conheces todo o vocabulário.
e Sublinha a informação que te parece mais relevante.
e Reflete sobre a relação entre título e o texto: a tua síntese deverá explicitar com
clareza qual é o «ponto de vista de Fernão Lopes», qual a originalidade dele em rela-
ção aos cronistas europeus do seu tempo.
e Escreve, para cada parágrafo, um ou mais tópicos que refiram informação essencial;
por exemplo, para o primeiro: profissão / para quem trabalhou / obra;
e uma vez terminada a elaboração dos tópicos, verifica o modo como podes organizar a
informação, como entenderes, associando-a ou contrapondo-a através dos conecto-
res ou marcadores textuais adequados.
Escreve e edita a síntese
Escreve agora o teu texto. Ao fazê-lo deves ter presente a grelha de avaliação
que o teu
professor te facultará e que te permitirá, em colaboração ele, uma avaliação do que
escreves com
vista a eventuais operações de revisão / aperfeiçoamento do texto. Edita o teu
texto atendendo à
caligrafia, à ortografia, à divisão em parágrafos.

Divulga a síntese
Lendo-a na sala de aula, publicando-a no jornal da escola, no blogue da turma, ou
por outro meio.

Oralidade
EXPRESSÃO ORAL

Sintese
Apresenta uma síntese oral do documento áudio «Crise de 1383-1385», num
breve discurso
que tenha entre um e três minutos.

Apreender ideias principais e perceber a estruturação do texto-fonte

Procede à audição do documento tomando notas, no teu caderno, através de tópicos,


sobre
e título e autor: e acontecimentos mais importantes da «Crise»;
e tema do texto; e como termina;
e como se iniciou a «Crise»; e principais protagonistas desta «Crise».

Faznova audição para confirmares e/ou acrescentares elementos que considere


s importantes.

Planificação
Planifica a síntese: seleciona de entre a informação recolhida a que te parece
mais relevante;
ordena-a em função da estrutura do discurso que vais apresentar; reflete sobre
o que pre-
tenderá o autor com este texto (narrar uma sequência de acontecimentos, expor,
persuadir,
etc.); em função da intenção comunicativa do autor, seleciona os conectores que
melhor se
adequarão à estruturação da tua síntese; organiza-a em três partes lógicas,

PREIS rem iny ee


EEetsAAS NPR

Introdução Título, tema, autor


Desenvolvimento Apresentação das ideias-chaveutilizando os conectores
apropriados para as relacionar: sequenciar, contrastar, etc.

Conclusão Referência breve ao que se considera fundamental.

Apresentação e avaliação
Apresenta a síntese de acordo com os aspetos verbais e não verbais presente
s na grelha
de avaliação projetada pelo teu professor. Em caso algum poderás ler ou decorar
um texto
previamente escrito. Avalia a síntese de acordo com os elementos presente
s na grelha de
avaliação.
Manual | Seq. 3 + Ferndo Lopes, Crénica de D. Jodo |

GAELS
&) PropostaA

Escreve um texto no qual exponhas, com base em leituras feitas, o que foi a crise de 1383-1385,
referindo, nomeadamente:
* OS principais intervenientes;
* as causas dessa crise;
* as suas consequências.
O teu texto deveter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários
,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.

*1) Proposta B
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura, as seguintes caracte-
rísticas da Crónica de D. João | de Fernão Lopes:
* protagonismo de atores individuais ou coletivos:
* afirmação de uma consciência coletiva.
O teu texto deveter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.

EE) Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes informação objetiva sobre a fome
no
mundo nos dias de hoje.

O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.

(SEL

E1) PropostaD
ee
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes informação objetiva sobre formas
de
solidariedade social no Portugal de hoje.

Oteutexto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.

/
; 7 2) Proposta E
\

Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes as tuas ideias sobre a relação
do ser
humano com a guerra.

O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.

Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto
— pela
ordem que entenderes;
* a guerra — fenómeno intemporal;
* a guerra — fenómeno universal;
* a guerra — fenómeno presente nos meios de comunicação social:
* a guerra — objeção de consciência.

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