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SOCIEDADE LÍQUIDADE, R2B PRODUÇÕES e COMPLEMENTAR PRODUÇÕES apresentam

UM SOLO DE LAERTE KÉSSIMOS


DRAMATURGIA DE LEONARDO MOREIRA
DIRIGIDO POR AURA CUNHA
Idealizado por Laerte Késsimos, dirigido por Aura Cunha, com dramaturgia de Leonardo
Moreira, música original de Marcelo Pellegrini, cenário de Marisa Bentivegna e iluminação
de Aline Santini, o espetáculo teatral “Ser José Leonilson” é uma costura poética entre a
vida e obra do artista plástico José Leonilson (1957-1993) e a biografia de Laerte Késsimos.
Elaborado a partir dos depoimentos (biográficos e artísticos) do artista plástico brasileiro
e registros sonoros feitos pelo próprio Laerte durante o processo de criação e pesquisa, o
tecido que é alinhavado diante do público une as inquietações dos dois artistas: a feitura
artística como um autorretrato, a casa de infância como um ambiente de domesticação, a
sexualidade como campo de batalha, as pontes amorosas como uma travessia e a doença
como uma reconciliação com nossa finitude.

Aproximando-se de forma direta da obra de Leonilson, o próprio processo de investigação


de Laerte, os vestígios da criação, os áudios que dão dimensão histórica ao cotidiano cria-
tivo são, eles próprios, a obra. Um bordado em que frente e verso são compartilhados pu-
blicamente – suas amarras, cortes, sobras de linha, correções, imperfeições, pontos e nós.

“Tudo aqui deve ser compreendido como por um


personagem de reomance.”

Roland Barthes em sua autobiografia


“eu acho que a maioria das pessoas
está completamente louca - sabe?

- com a situação do país. acho o


máximo, de repente, no meio des-
se heavy metal todo... né?… com o
mundo da gente assim, todo mun-
do lutando pela sobrevivência...
maior loucura total…

aí tem o cara que dedica o tempo


dele pra fazer uma obra de arte,
uma coisa delicada, uma coisa
amorosa, romântica. sabe?

um coração e coloca isso a públi-


co - assim. entrega - assim - o cora-
ção dele nas mãos das pessoas. nos
olhos das pessoas.”
Leonilson
Montagem sobre foto de Ronaldo Miranda

PARA ASSISTIR O ESPETÁCULO


NA INTEGRA CLIQUE AQUI
https://youtu.be/0D7tDJd-Fns
O projeto SER JOSÉ LEONILSON premiado pelo Prêmio Cleyde Yáconis - 2018 - Projeto de Espe-
táculo Inédito e Ações Perfomativas na cidade de São Paulo, desenvolveu as atividades propostas
no projeto (performance ateliê-vitrine O PORTO, exposição COMO SE DESENHA UM CORÇÃO
e o espetáculo solo SER JOSÉ LEONILSON) durante o ano de 2019, estreando o espetáculo SER
JOSÉ LEONILSON em 14 de novembro de 2019 no TUSP (teatro da USP). Neste monólogo atra-
vés de um mergulho na biografia e na obra do artista José Leonilson (morto em 1993 vítima da
AIDS) Laerte Késsimos traz a tona temas de identidade, a questão da masculinidade em nossa
sociedade, a importância da arte como ferramenta coletiva de reflexão e aprendizado para a
desestigmatização das pessoas soropositivas.

O trabalho que mistura artes visuais (projeções em vídeo operadas ao vivo), narração de histórias
(a transposição para o palco de relatos biográficos gravados durante o processo) e documentá-
rio (a vida e obra de Leonilson) se misturam em um ateliê de arte que é também um palco. Em
cena, Laerte expõe não só a sua biografia (em relatos íntimos gravados durante o processo e
reencenados diante do público), mas também seus quadros, bordados e criações audiovisuais
- operando, narrando e expondo suas criações ao vivo. Trata-se, portanto, de um evento bio-
gráfico e multimídia que tenta unir elementos do próprio teatro, das artes plásticas e do vídeo.
Esse trânsito sem fronteiras entre o relato pessoal e a criação artística traz para o palco questio-
namentos urgentes: como uma obra de arte tão pessoal pode servir a uma discussão pública?
Como a exposição sem pudores de uma intimidade pode ser um ato revolucionário em meio à
falência social?

Assim como a obra de Leonilson não pode ser desassociada da vida do artista, por expressar
sempre o caráter confessional de um diário íntimo, o duplo Laerte/Leonilson - uma ponte entre a
vida e obra do artista morto em 1993 à vida e presente obra do sujeito artístico Laerte Késsimos,
e as coincidências e dissonâncias entre as obras e vidas dos dois artistas. Aproximando-se de
forma direta da obra de Leonilson, o próprio processo de investigação de Laerte, os vestígios da
criação, os áudios que dão dimensão histórica ao cotidiano criativo são, eles próprios, a obra. Um
bordado em que frente e verso são compartilhados publicamente – suas amarras, cortes, sobras
de linha, correções, imperfeições, pontos e nós. Diários cartografados, mapas geométricos, ma-
pas que são retratos, geometrias brancas, brancos que são páginas de diário ou autorretratos,
relatos sonoros, referências íntimas e cotidianas sustentam o diálogo com o público - resultado
do desejo íntimo de Laerte Késsimos em jogar o jogo favorito de Leonilson – a intersecção entre
ficção e realidade; entre o íntimo e o público; entre o diário e a afirmação política; entre o borda-
do real e a descrição de uma paisagem; entre a biografia de Laerte e os bordados de Leonilson.

Organizada como um documentário poético em que a vida de Laerte (e a feitura desse espe-
táculo) se entrelaça aos diários, gravações e depoimentos de Leonilson, a montagem não está
preocupada em levantar um edifício ficcional. Antes, contenta-se com o relato e a descrição de
obras, criando um ambiente poético que não abandona a narrativa e o contato direto com o pú-
blico. Os artifícios técnicos, como a projeção de imagens e a tessitura de palavras em tecidos,
pretendem trabalhar para reunir o humano na direção de um objeto estético que não nos pede
necessariamente o mesmo olhar, mas nem por isso deixa de nos reconhecer como coletivo.

Diante do público, constrói-se um panorama não só interior, mas também exterior, de nosso tem-
po e do mundo ao nosso redor. Nos tempos atuais, em que a opressão e o conservadorismo se
erguem como uma onda alta que pode nos derrubar com força, trazer à tona um artista gay (vale
ressaltar a tragédia que é esse ainda ser um tema controverso em nosso país); HIV positivo (esse
tema migrou de uma epidemia para um preconceito escondido e silencioso) e a favor de uma
política subjetiva e íntima (quando a subjetividade e a intimidade são os primeiros alvos de polí-
ticas opressivas) é, em si, um ato político. Cada vez que as ondas conservadoras nos derrubam,
mergulhamos mais e mais fundo, com o momento de alívio passa antes que possamos agarrá-lo,
pois a onda já está juntando forças para atingi-la novamente. Esse trabalho acredita que a tábua
a que nos agarramos nesse naufrágio só pode ser poética – a um só tempo pessoal e política.
José Leonilson
Leonilson é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, conhecido por sua obra
singular e autobiográfica. Nascido em Fortaleza, em 1957, Leonilson mudou-se com a família para
São Paulo ainda pequeno, e logo cedo começou a demonstrar o seu interesse pela arte. Fez cursos
livres na Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação
Armando Álvares Penteado, deixando-o incompleto, para iniciar sua trajetória artística.

Na década de 1980, fez parte do grupo de artistas que retomou a prática da pintura, conhecido como
‘Geração 80’. Participou de importantes mostras no Brasil e no exterior, como Bienais, Panoramas
da Arte Brasileira, e a emblemática Como vai você, Geração 80?. Interessado em moda, trabalhou
com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, com a criação dividida de cenários e figurinos
do espetáculo A Farra da Terra. A convite de Gloria Kalil, apresentou sua interpretação sobre moda
em evento de lançamento de coleção da grife Fiorucci.

Leonilson era um viajante apaixonado. Morou temporariamente em Madri, Milão e Munique, e


viajava frequentemente pelo Brasil e exterior, buscando e vivenciando novas experiências. Essa
paixão foi fundamental para fazer dele um artista atualizado, sempre em contato com as últimas
tendências, por dentro dos movimentos que agitavam o cenário cultural-artístico da época.

O artista faleceu jovem, em decorrência do vírus HIV, na cidade de São Paulo, em 1993, aos 36
anos de idade. Deixou cerca de 4.000 obras, além de múltiplo acervo documental. Sua poética
trata sobre sua existência, debate sentimentos, alegrias, conflitos, dúvidas e principalmente,
no final de sua vida quando descobre ser portador do vírus HIV, sobre suas angústias, medos, a
convivência com a doença e o impacto que ela causa na sua vida. Sua produção é considerada
por críticos brasileiros e internacionais de grande valor conceitual para a arte no Brasil, sendo o
retrato autêntico e incansável de uma geração e, que por abordar questões cruciais inerentes à
subjetividade humana, se faz capaz de gerar identificação e diálogo universal.

Fonte: site Projeto Leonilson – www.projetoleonilson.com.br


Sobre a exposição COMO SE DESENHA UM CORAÇÃO

Paralelamente às apresentações do espetáculo, estará também em cartaz a primeira mostra individu-


al de Laerte Késsimos, a exposição COMO SE DESENHA UM CORAÇÃO?, que apresenta o expoente
de seus trabalhos, criados entre 2017 e 2019. São desenhos, pinturas, bordados e objetos – “objetos
de desejo e de curiosidade” - criados numa relação direta, ora de espelhamento, ora de duplicidade,
com os trabalhos do artista plástico José Leonilson (1957-1993). Inspirações, traduções e revisitas à
obra de Leonilson são materializadas em obras visuais que constituem, além da exposição, o alicerce
temático do solo autoral inspirado na vida e obra do artista cearense.
Idealização e atuação LAERTE KÉSSIMOS
Direção AURA CUNHA
Dramaturgia LEONARDO MOREIRA

Assistente de Direção AMANDA LYRA


Trilha Sonora Original MARCELO PELLEGRINI
Cenografia MARISA BENTIVEGNA
Desenho de luz ALINE SANTINI
Pesquisa, Figurino e Direção Audiovisual LAERTE KÉSSIMOS

Assistente de iluminação CLARA CARAMEZ


Pesquisa Corporal DIEGO HAZAN
Técnico de som PEDRO RICCO
Técnico de vídeo ALLYSON DO NASCIMENTO
Cenotecnia ALÍCIO SILVA
Produção musical e pós de áudio SURDINA
Diretor de fotografia (filme Rio da minha infância) ANDRÉ PORTO
Fotografia e registro em vídeo LEEKYUNG KIM
Fotografia extra LÍGIA JARDIM
Réplicas camisa do pai LEOPOLDO PONCE
Direção de Produção AURA CUNHA e GUSTAVO SANNA
Produção Executiva YUMI OGINO
Assessoria de Imprensa POMBO CORREIO
Apoio institucional para pesquisa PROJETO LEONILSON
Natural de Governador Valadares/MG o ator é for-
mado pela Escola de Teatro Ewerton de Castro, vive
em São Paulo desde 2001. Na capital paulista fez
parte do elenco da Cia de Teatro Os Satyros de 2004
a 2009, onde iniciou sua carreira profissional e par-
ticipou de diversos trabalhos de destaque como “A
Vida na Praça Roosevelt”, “Transex” e “Inocência”.
Alí também participou do processo de revitalização
da Praça Roosevelt. Em 2019, completou 36 anos,
idade em com que Leonilson morreu.

Últimos trabalhos no teatro: O AGORA QUE DEMO-


RA de Christiane Jathay | UNFAITHFUL de Owen
Maccafferty, direção Lavínia Pannunzio | 1984 di-
reção Zé Henrique de Paula | REFLUXO de Ange-
la Ribeiro, direção Eric Lenate | UNFAITHFUL de
Owen McCafferty, direção Lavínia Pannunzio | COM
AMOR, BRIGITTE, texto de Franz Klepper e direção
de Fábio Ock | AO PÉ DO OUVIDO, direção Zé Henri-
que de Paula TRANSEX | texto e direção de Rodolfo
García Vázquez, A VIDA NA PRAÇA ROOSEVELT |
de Dea Loher | direção de Rodolfo García Vázquez,
INOCÊNCIA | de Dea Loher | direção de Rodolfo
García Vázquez, EL TRUCO | texto e direção Rober-
to Audio, URUBU QUANDO ESTÁ COM AZAR | texto
e direção Hugo Possolo | PIRATAS DO CARIBE | de
Otávio Frias, direção Marcos Loureiro, MORMAÇO |
de Ricardo Inhan | direção Zé Henrique de Paula, NO
CORAÇÃO DO MUNDO | de Tony Kushner | direção
Zé Henrique de Paula e VESTIDO DE NOIVA | de Nel-
son Rodrigues | direção Eric Lenate. Concorreu ao
prêmio APLAUSO BRASIL DE TEATRO, como melhor
ator coadjuvante de 2013 pelo espetáculo VESTIDO
DE NOIVA de Nelson Rodrigues dirigido por Eric Le-
nate.

No cinema já atuou em diversos curtas e fez parti-


cipações em alguns longas, os mais recentes são o
curta “Polícia e Ladrão” – Direção Marcela Cardoso,
o curta “Eric” – Direção Herbert Bianchi, o longa-me-
tragem “Trabalhar Cansa” – Direção Marco Dutra/
Juliana Hojas. Atuou recentemente nas séries O ES-
COLHIDO, e 3%, da NETFLIX no Brasil (ainda inédito)
e Gigantes do Brasil do canal HISTORY CHANNEL.

Em uma carreira paralela, desenvolve seu trabalho


de artista visual como fotografo, diretor, montador
de curtas e vídeos, design grafico e video grafico.
Paralelo ao cinema, trabalha na criação de filmes
para os espetáculos: ODISSEIA da Cia Hiato, DOG
VILLE, direção Zé Henrique de Paula, 1984 direção
de Zé Henrique de Paula, A VIDA de Nelson Basker-
vile, O TESTE DE TURING de Paulo Santoro, dirigido
por Eric Lenate, COM AMOR, BRIGITTE, texto de
Franz Klepper e direção de Fábio Ock, SIT DOWN
DRAMA de Michelle Ferreira e VESTIDO DE NOI-
VA de Nelson Rodrigues dirigidos por Eric Lenate
INOCÊNCIA de Dea Loher, VESTIDO DE NOIVA de
Nelson Rodrigues e A FAUNA, dirigidos por Rodolfo
García Vázquez.
www.laertekessimos.com
pesquisa e dramaturgia
LEONARDO MOREIRA

Dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo, é mestre em Dra-


maturgia pela Universidade de São Paulo. Estreou como autor e diretor com
a peça Cachorro Morto (2008) e com o texto seguinte, Escuro, recebeu o
Prêmio Shell 2011 de Melhor Autor. Com O Jardim recebeu 19 indicações
aos principais prêmios do país e venceu o Prêmio Shell 2012 como Melhor
Autor, além do Prêmio APCA 2012 de Melhor Direção, Prêmio Governador
do Estado de São Paulo – Melhor Espetáculo, e Prêmio Cooperativa Paulista
de Teatro – Melhor Autor e Melhor Espetáculo. Também são de sua autoria
Bagagem (finalista do Prêmio Luso Brasileiro de Dramaturgia), Dois Pássa-
ros, Prometheus – a tragédia do fogo (espetáculo selecionado a participar
dos Festivais de Avignon e Edimburgo e indicado a três Prêmios Shell 2012,
indicado a Melhor Autor Prêmio CPT 2012,) e Menor que o Mundo, que tam-
bém dirigiu. Dirigiu o espetáculo “O Silêncio Depois da Chuva” (indicado a
02 Prêmios Shell 2012) e atualmente escreve e dirige o “Projeto Ficção”, da
Companhia Hiato. Além disso, é um dos roteiristas do longa-metragem A
noite do Halley e de séries para a televisão.
ciahiato.com.br/companhia-direcao

direção geral
AURA CUNHA

Atriz e produtora cultural, é mestra em Artes Cênicas pela Escola de Comu-


nicação da Universidade de São Paulo, ECA-USP. Como atriz e colaboradora
integrou, de 1994 a 2000, o Grupo de Teatro Esquadrão da Vida, dirigido
por Ary Pára-raios, em Brasília, onde atuou nos espetáculos “Na Rua com
Romeu e Julieta” e o “Bicho Homem e outros bichos”. Entre 2003 e 2009,
integrou a Companhia de Teatro em Quadrinhos, sob direção de Beth Lopes,
onde atuou como atriz, produtora e idealizadora dos espetáculos: “Na Pele
de Josef K”, “Anônimos” de Leonardo Moreira, “(a)tentados” e, “A Tempesta-
de”. Em 2010, foi produtora e assistente de direção de Leonardo Moreira no
espetáculo “O Silêncio depois da Chuva” de Gustavo Colombini, realizado a
convite do SESI–SP.
Em 2011 foi assistente de direção de Leonardo Moreira no espetáculo “Me-
nor que o Mundo” – SESI-SP. Ainda em 2011 produziu o espetáculo “Maquina
de escrever reticências” de João Dias com direção de Beth Lopes – SESI SP.
Atualmente é integrante da Cia. Hiato exercendo a função de gestora e pro-
dutora tendo acompanhado diversas atividades da Cia. Também atua como
parecerista do Ministério da Cultura na análise técnica de projetos culturais
e presta consultoria para diversas companhias teatrais e empresas culturais,
na elaboração, análise e acompanhamento de projetos culturais.
http://www.ciahiato.com.br/atores-auracunha.html
Trilha sonora original
MARCELO PELLEGRINI

Compositor, arranjador e produtor musical. Desde 1993 compõe e produz


trilhas para TV, dança, teatro e cinema. Entre as mais de 90 trilhas originais
para teatro nesse período, destacam-se as longas parcerias com os seguintes diretores e grupos:
_ José Celso Martinez Corrêa/Teatro Oficina Uzyna Uzona (Os Sertões, Cacilda!, Bacantes, Ella,
Pra dar um fim no juízo de Deus),
_ Cia. La Mínima (Ordinários, Pagliacci, Mistero Buffo, O Médico e os Monstros, A Noite dos
Palhaços Mudos, Piratas do Tietê, Rádio Varieté, Reprise),
_ Leonardo Moreira (O Jardim, O Silêncio depois da Chuva, Menor que o Mundo, 2 Ficções,
Wiosna), _ Renata Melo (Simpatia, Turistas e Refugiados, Passatempo, Slices, Pessoasao Sol).
No teatro teve a oportunidade de trabalhar ainda com outros diretores ecompanhias importantes
como Nelson Baskerville, José Roberto Jardim, Rafael Primot, Bete Coelho, Marcelo Romagnolli,
Marcelo Tas, Beth Lopes, Fernando Neves, Eduardo Tolentino, Carla Candiotto, Regina Galdino,
Fernando Bonassi, Sandra Corveloni, Mika Lins, Alvaro Assad, Neyde Veneziano, Marco Antônio
Braz, Tylmann Kohler (Alemanha), Eunice Munhoz (Portugal), Cia. Le Plat du Jour, Cia. Nau de
ícaros, entre outros. Na área da música popular dirigiu e produziu cantoras de diferentes estilos,
como Denise Assunção, Patrícia Coelho, Selma Boragian, Né Ladeiras (Portugal) e Juliane Elting
(Alemanha). Recebeu três vezes o Prêmio Shell de Teatro – melhor música. Em 2013 teve uma
retrospectiva do seu trabalho em teatro selecionado para a Mostra Oficial da quadrienal World
Stage Design, em Cardiff, no País de Gales. Nesta, que é a mais importante mostra mundial de
artistas e criadores em artes cênicas, foi um dos três indicados ao Sound Design Golden Award.

Cenografia
MARISA BENTIVEGNA

Iluminadora e cenógrafa paulistana, estreou no Teatro profissional em 1990. Formada na Funda-


ção Armando Alvares Penteado - FAAP - em Publicidade e Propaganda e na Escola de Belas Artes
de São Paulo no curso de Desenho Industrial. Atualmente é integrante da Companhia Hiato,
dirigida por Leonardo Moreira, como cenógrafa e iluminadora, e no ano de 2015 teve um cená-
rio criado para esta companhia para o espetáculo O JARDIM, selecionado para representar o
Brasil na Quadrienal de Praga na República Tcheca. Também é integrante da Banda Mirim como
diretora técnica, cenógrafa e iluminadora desde 2004, coletivo premiado em 2015 com o Prêmio
Governador do Estado na categoria Arte para Crianças. Tem ainda como parceiros de criação
os diretores Cristiane Paoli Quito, Nelson Baskerville, Marcelo Romagnoli e Kiko Marques, entre
outros. Em 2019 foi uma das dez artistas a representar o Brasil na Quadrienal de Praga com o
cenário do espetáculo ENQUANTO ELA DORMIA. Atua em teatro, dança, exposições e shows
musicais, tendo trabalhado em mais de 20 países nas últimas décadas.
Recebeu os seguintes prêmios individuais: SHELL 1992 e APCA 1992 pela iluminação de O PARA-
ÍSO PERDIDO do Teatro da Vertigem; APCA 2007 e COCA-COLA FEMSA 2008 pelo cenário de
O MENINO TERESA da Banda Mirim; COCA-COLA FEMSA 2007 pela iluminação de O TESOU-
RO DE BALACOBACO da Bendita Trupe; SHELL 2010 pelo cenário de ESCURO da companhia
Hiato; FITA 2011 – FESTA INTERNACIONAL DE TEATRO DE ANGRA – pela iluminação de MÚSI-
CA PARA CORTAR OS PULSOS de Rafael Gomes;
SHELL 2011 pelo cenário de O JARDIM da Companhia Hiato. APCA 2017 pelo conjunto dos tra-
balhos criados para teatro infanto-juvenil naquele ano. PRÊMIO SÃO PAULO DE INCENTIVO
AO TEATRO INFANTIL E JOVEM 2017 pelos cenários dos espetáculos BUDA, GAGÁ E SKELLIG.
PRÊMIO SHELL 2018 pela cenografia do espetáculo OS 3 MUNDOS.
Iluminação
ALINE SANTINI

Graduada em Artes Visuais e Pós Graduada em Lighting Design na Faculdade Belas Artes em 2016. Es-
tudou com o fotógrafo Carlos Moreira e foi assistente do iluminador Wagner Pinto e Gerald Thomas.
Trabalha com iluminação há 19 anos e realizou trabalhos com grandes diretores, companhias, artistas de
teatro, dança, performance e artes visuais em São Paulo e também executa projetos de iluminação para
exposições. Atua como performer e cria instalações visuais. Indicada quatro vezes ao prêmio Shell e ven-
cedora do prêmio Denilto Gomes no ano 2017com o espetáculo de dança SHINE. Indicada duas vezes ao
prêmio APCA de dança. Em 2019 foi uma das artistas selecionadas a representar o Brasil na Quadrienal
de Praga. Ministra oficinas de iluminação cênica em Oficinas Culturais, Sesc e SP Escola de Teatro. Parti-
cipou de festivais nacionais e internacionais de teatro e dança na Alemanha, Croácia, Argentina, Bolívia,
Portugal e Irlanda.

direção de produção
GUSTAVO SANNA

Gustavo Sanna, é sócio da Complementar Produções Artísticas, empresa especializada em produção e


gestão de projetos culturais, em diversas áreas; cinema, teatro, dança, música, exposição, performance,
Desde 2011, foram mais de 20 (vinte) produções realizadas, produzindo espetáculos com ótima repercus-
são de crítica e público, frequentemente indicados a prêmios. Atuamos em todas as etapas dos projetos
culturais: Desde a inscrição em editais, produção executiva e prestação de contas.

Produção executiva
YUMI OGINO

Produtora cultural formada em Rádio e TV, iniciou como assistente de diretor em projetos audiovisuais do
resgate do Cinema Marginal Brasileiro. Projetos de restauração, mostras e exibições como “A Saga Negra
do Norte – de King a Obama” no Museu Afro Brasil e “Mostra do Cinema Marginal Brasileiro”. Fez parte
do núcleo de dramaturgia e documentários da TV Cultura - produção, assistente de edição e pesquisa de
imagem. Documentários sobre o Centenário do Theatro Municipal de São Paulo, e a Pinacoteca do Esta-
do. Participação também na produção do documentário “A Mostra” sobre a Mostra Internacional de Cine-
ma de São Paulo em homenagem a Leon Cakoff e início das pesquisas para o documentário sobre o MAC
– Museu de Arte Contemporânea. Produziu o documentário dos 100 anos da empresa CPFL de energia,
uma série de 13 episódios para o SESC TV chamada “Habitar|Habitat” e outra para o Canal Curta!, “Brasil
2050”. Integrante da companhia de teatro Cia Hiato, desde 2013, na função de produtora executiva, ten-
do participado de temporadas de peças como “O Jardim”, “Ficção”, “02 Ficções”, “Amadores” e “Odisséia.
Curiosidade e desejo
Como observa Lisette Lagnado, “na obra de José Leonilson (1957-1993) cada peça foi rigorosamente
construída como uma carta para um diário íntimo. Discípulo de um ideal romântico malogrado,
Leonilson foi movido pela compulsão de registrar sua interioridade a fim de dedicá-los aos objetos
do desejo. Esse legado, enunciado por um “eu” cuja expiação é incessante, reavalia a subjetividade
após as experiências conceituais. Isto é, desgastada a reflexão sobre o destino da arte, que teve a
metalinguagem como ápice, a obra volta-se neste momento para o questionamento do destino do
sujeito.” A obra “O que você desejar, o que você quiser, estou aqui, pronto para servi-lo”, de 1991
serve de exemplo para essa ideia.

O bordado aparece, em muitas obras de Leonilson, como uma técnica fundamental para imprimir
sua pessoalidade. A simplicidade - da forma, do traço, do bordado - não se traduz, necessariamente,
por uma igual simplicidade na experiência. Os espaços vazios, as formas simplificadas e o
posicionamento das figuras, muitas vezes sem a preocupação com o equilíbrio, conferem às obras
do artista uma intensidade e uma potência expressivas, capazes de oferecerem ao espectador uma
experiência. O próprio artista seus bordados de “objetos de curiosidade”.

Assim como nas obras de Leonilson, o espetáculo “Ser José Leonilson” quer transferir sentimentos
da vida de Késsimos para sua obra de forma direta e ao mesmo tempo subjetiva, procurando traçar
paralelos entre sua vida e a vida de Leonilson, aprofundando a ideia de que o encontro entre o artista
e o espectador pode gerar um objeto de desejo. Um objeto feito diante e com a ajuda do público.

Organizada como um documentário poético em que a vida de Laerte se entrelaça aos diários,
gravações e depoimentos de Leonilson, a montagem não está preocupada em levantar um edifício
ficcional. Antes, contenta-se com o relato e a descrição de obras, criando um ambiente poético que
não abandona a narrativa e o contato direto com o público. Os artifícios técnicos, como a projeção
de imagens e a tessitura de palavras em tecidos, pretendem trabalhar para reunir o humano na
direção de um objeto estético que não nos pede necessariamente o mesmo olhar, mas nem por isso
deixa de nos reconhecer como coletivo.
“Nunca gostei muito de me olhar no espelho. Nem tinha espelho no meu
quarto, evitava o espelho do banheiro. Para que se olhar no espelho? Não
há nenhuma necessidade. Eu estava no centro da cidade e comprei este
espelhinho. Quando cheguei em casa, pintei de laranja bem forte. Com-
prei um pano listrado... Usei a palavra ‘porto’ por causa da receptividade.
O porto recebe. O Leo com 35 anos, 60 quilos e 1,79 metro é um porto que
fica recebendo. Acho que hoje eu recebo muito mais do que dou, porque
preciso canalizar minhas energias para minha intimidade. É isso, simples-
mente. Precisava fazer um objeto com estas características para mim. Eu
queria fazer um objeto de desejo. Aliás todos os trabalhos são objetos de
desejo. [...] Eu falo do objeto do desejo, mas também fico pensando nas
pessoas que vão levantar a cortina e se ver. Elas podem ficar chocadas, ou
surpresas. O trabalho é muito simples, mas ele não entrega uma verdade.
Pelo contrário, oferece várias opções.”
LEONILSON

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