Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Licenciatura em Direito
Como é sabido, “as sociedades gozam de personalidade jurídica e existem como tais a
partir da data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem (art. 5.º). A atribuição de
personalidade jurídica às sociedades comerciais implica que estas sejam titulares de direitos e de
obrigações e não os seus sócios: cada sócio é titular de uma participação social (de um “conjunto
unitário de direitos e de obrigações actuais e potenciais do sócio (enquanto tal), não tendo
direitos sobre o património da sociedade.
As sociedades comerciais por não terem existência física são representadas por órgãos a
que já nos referimos supra e que variam de acordo com o tipo societário. Importa agora determo-
nos sobre a vinculação da sociedade pelos atos praticados pelos seus representantes. Tal implica,
antes de mais, que esses atos tenham sido praticados pelos seus representantes e os terceiros
tenham não apenas a possibilidade, mas o dever de verificar se quem age como representante da
sociedade, efetivamente o é. Ora, quem age em representação da sociedade deve indicar a
qualidade em que o faz tendo já sido estabelecido no Acórdão de Uniformização de
Jurisprudência n.º1/2002, pelo Supremo Tribunal de Justiça, que “a indicação da qualidade de
gerente prescrita no n.º4 do artigo 260.º do Código das Sociedades Comerciais pode ser
deduzida, nos termos do art. 217.º do Código Civil, de factos que, com toda a probabilidade, a
revelem”.