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HABILIDADES OBSTÉTRICAS

Ana Flávia Zicatti


1. OVOGÊNESE
Ela é iniciada na vida intrauterina da mulher e continua se formando ciclicamente a partir da puberdade. Durante toda a fase de
ovogênese, o organismo feminino passa por uma série de processos pelos quais são formadas ovogônias, que, ao fim do ciclo,
transformam-se em óvulos. A ovogênese termina na menopausa.

Fases da ovogênese

✓ Multiplicação: É o processo de migração das células germinativas primordiais — geradas no endoderma do saco vitelínico —
para o ovário em desenvolvimento. É nessa fase que elas se diferenciam, transformando-se em ovogônias.

✓ Crescimento: O ovócito primário inicia a fase de crescimento e suas células foliculares transformam-se e proliferam-se para
seja formado um epitélio estratificado de células da granulosa. Essas células apoiam-se sobre a teca folicular, uma
membrana basal que mantém uma camada de glicoproteínas sobre a superfície do ovócito. À medida que o folículo cresce,
uma camada interna de células secretoras é organizada graças às células da teca folicular, conhecida como teca interna.

✓ Maturação: A partir do momento em que ocorre o amadurecimento do folículo, o ovócito continua o processo de meiose,
que o leva a formar duas células de tamanhos desiguais, conhecidas como células filhas. Cada uma é composta por uma
estrutura dupla de 23 cromossomos. Uma é o primeiro corpo polar que recebe pouco citoplasma, enquanto a outra
(ovócito secundário) recebe uma quantidade significativa de citoplasma. É aí que o ovócito inicia a segunda divisão
meiótica. Devido ao aumento do estrógeno produzido pelos folículos, há uma redução de produção do hormônio folículo
estimulante conhecido como FSH. Com o drástico aumento no teor de LH, o hormônio luteinizante, ocorre a ovulação.

Óvulo primordial -> Folículo primordial -> Ovócito primário (nascimento) -> MEIOSE (puberdade) -> Ovócito 2° (+ corpúsculo polar)
-> Ovulação -> Meiose terminada apenas se houver fecundação

2. FECUNDAÇÃO
Sinais químicos (atrativos) secretados pelos ovócitos e pelas células foliculares circundantes guiam os espermatozoides capacitados
(quimiotaxia dos espermatozoides) para o ovócito. A fecundação é uma sequência complexa de eventos coordenados que se inicia
com o contato entre um espermatozoide e um ovócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase
da primeira divisão mitótica do zigoto; o embrião unicelular. O processo da fecundação leva aproximadamente 24 horas.

✓ Estimula o ovócito a completar a segunda divisão meiótica.


✓ Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto.
✓ Resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos paternos e maternos.
✓ Determina o sexo cromossômico do embrião.
✓ Causa a ativação metabólica da ovótide (ovócito quase maduro) e inicia a clivagem do zigoto.

1º: Passagem de um espermatozoide através da corona radiata.


✓ Algumas enzimas da mucosa da tuba uterina e a ação da enzima hialuronidade parecem auxiliar a dispersão das células
foliculares. Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes na penetração da corona radiata.

2º: Penetração da zona pelúcida.

✓ A formação de uma passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas. As enzimas esterase, acrosina e
neuraminidase parecem causar a lise (dissolução) da zona pelúcida, formando assim uma passagem para o espermatozoide
penetrar o ovócito.
✓ Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre a reação zonal, uma alteração nas propriedades da zona
pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides.

3º: Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide.

4º: Termino da segunda divisão meiótica do ovócito e formação do pronúcleo feminino.

✓ Quando o espermatozoide penetra o ovócito, este é ativado e termina a segunda divisão meiótica formando um ovócito
maduro e um segundo corpo polar.
✓ Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do ovócito maduro se torna o pronúcleo feminino.

5º: Formação do pronúcleo masculino.

✓ Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o pronúcleo masculino, e a cauda do
espermatozoide degenera.
✓ Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são indistinguíveis. Durante o crescimento dos pronúcleos, eles
replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c (duas cromátides).
✓ O ovócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado ovótide.
✓ Logo que os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, a ovótide se torna um zigoto.
✓ Os cromossomos no zigoto se organizam em um fuso de clivagem, em preparação para as sucessivas divisões do zigoto.
✓ O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos segmentos dos cromossomos paterno e materno “embaralha” os
genes, produzindo uma recombinação do material genético.

3. EMBRIOLOGIA

Em resumo
Segmentação ou Clivagem: Processo de consecutivas divisões mitóticas mantidas unidas, formando blastômeros. Estes podem
ter mesmo tamanho ou serem desiguais (micro e macrômeros).

Mórula: Estágio com aproximadamente 15-30 blastômeros.

Blástula: Diferente da mórula, a blástula representa a formação da blastocele, onde o interior antes formado pelos corpos
celulares de cada célula-filha, agora é preenchido por líquido.

Gástrula: Os micrômeros multiplicam-se ainda mais rapidamente que os macrômeros, fazendo com que a estrutura da blástula
se dobre formando uma nova cavidade, o arquêntero, intestino primitivo. A região terminal do arquêntero se
denomina blastóporo. Além disso, é nesta fase que os micrômeros são denominados de ectoderme e os macrômeros
de endoderme.

Nêurula: Etapa da embriogênese em que se evidencia a formação do tubo neural, o sistema nervoso primitivo, a notocorda e a
mesoderme.

Organogênese
✓ Ectoderme: formará os revestimentos internos de boca e ânus, epiderme e formador do tubo neural e sistema
nervoso;
✓ Endoderme: forma o sistema digestório e anexos, e o epitélio interno do sistema respiratório e bexiga;
✓ Mesoderme: Forma a maior parte dos sistemas além da derme.

Primeira semana

Zigoto, Segmentação e Mórula


✓ A clivagem consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células
(blastômeros).
✓ Essas células embrionárias tornam-se menores a cada divisão.
✓ A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero.
✓ Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da zona pelúcida.
✓ A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação
OBS: A zona pelúcida tem duas funções, a primeira é impedir a passagem de vários espermatozoides no óvulo durante a fecundação.
A segunda é limitar o tamanho do embrião, obrigando os blastômeros a diminuírem de tamanho para caber dentro da zona pelúcida.

Blástula
✓ Logo após a mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 dias após a fecundação), surge no interior da mórula um espaço
preenchido por liquido, a cavidade blastocística.
✓ Conforme o líquido aumenta na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes: Uma delgada camada
celular externa, o trofoblasto (que formará a parte embrionária da placenta).
✓ Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o embrioblasto (massa celular interna que formará o embrião). O
embrioblasto agora se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Depois que o
blastocisto flutuou pelas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e
desaparece.
✓ A degeneração da zona pelúcida permite o rápido crescimento do blastocisto.
✓ Aproximadamente 6 dias após a fecundação (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao epitélio
endometrial.
✓ Logo que o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas
camadas: Uma camada interna, o citotrofoblasto. Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que consiste em uma massa
protoplasmática multinucleada.

Mórula alcança o útero (4 dias) -> cavidade blastocística -> blastômero se divide em trofoblasto (externa) e embrioblasto (interna)
-> blastocisto adere-se ao epitélio (6 dias) -> trofoblasto se divide em citotrofoblasto (interno) e sinciciotrofoblasto (externo).
2° Semana

✓ As estruturas extraembrionárias que se formam durante a segunda semana são: cavidade amniótica, âmnio, vesícula
umbilical conectada ao pedículo e o saco coriônico.
✓ À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças no embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar
formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto.
✓ Conforme o blastocisto se implanta, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em duas
camadas: - Uma camada interna, o citotrofoblasto, que é mitoticamente ativa (isto é, figuras mitóticas são visíveis) e forma
novas células que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto, onde se fundem e perdem as membranas
celulares.
✓ O sinciciotrofoblasto é erosivo e invade o tecido conjuntivo endometrial enquanto o blastocisto vagarosamente vai se
incorporando ao endométrio. Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o blastocisto
invasor e um endométrio receptivo.
✓ As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular (integrinas), citocinas, protaglandinas,
hormônios (gonadotrofina coriônica humana hCG e progesterona), fatores de crescimento, enzimas de matriz extracelular
e outras enzimas têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo.
✓ As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênioe lipídiose assumem um aspecto
poliédrico (muitos lados). Algumas dessas células, as células deciduais, se degeneram nas proximidades do
sinciciotrofoblasto invasor.
✓ O sinciciotrofoblasto engolfa essas células que servem como uma rica fonte de nutrientes para o embrião.
✓ O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de
cavidades isoladas no sinciciotrofoblasto; o hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a
gestação.
✓ O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e progesterona para manter a gestação.

Embrioblasto -> disco embrionário bilaminar (epiblasto e hipoblasto) ; trofoblasto no endométrio -> citotrofoblasto (ativo) e
sinciciotrofoblasto (invade o endométrio) ; sincíciotrofoblasto -> engolfa células nutritivas -> produção de HCG
Cavidade amniótica, disco embrionário e vesícula umbilical

✓ Com a progressão da implantação do blastocisto, surge um pequeno espaço no embrioblasto; o primórdio da cavidade
amniótica. Logo, as células amniogênicas (formadoras do âmnio), os amnioblastos, se separam do epiblasto e formam o
âmnio, que reveste a cavidade amniótica.
✓ Concomitantemente, ocorrem mudanças no embrioblasto que resultam na formação de uma placa bilaminar, quase
circular, de células achatadas, o disco embrionário, que é formado por duas camadas: - O epiblasto, uma camada mais
espessa, constituída de células cilíndricas, voltadas para a cavidade amniótica. - O hipoblasto, composto de células
cuboides adjacentes à cavidade exocelômica.

Blastocisto possui embrioblasto -> origina cavidade amniótica ->âmnio; embrioblasto -> placa bilaminar (epiblasto e hipoblasto)

OBS: Se você pegar células do trofoblasto, você não faz outra de você, mas se você pegar células da massa celular interna, você faz.

OBS: Uma das coisas que o hipoblasto faz, é o cordão umbilical.

✓ O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio.
✓ O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e é continuo à delgada membrana exocelômica.
✓ Essa membrana, juntamente com o hipoblasto, reveste a vesícula umbilical primitiva.
✓ O disco embrionário agora situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula.
✓ As células do endoderma da vesícula produzem uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extraembrionário, que
passa a envolver o âmnio e a vesícula umbilical.
✓ No décimo dia, o concepto (embrião e membranas) está completamente implantado no endométrio uterino.
✓ Inicialmente, existe uma falha superficial no epitélio endometrial que logo é fechada por um tampão, um coágulo
sanguíneo fibrinoso. Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regenerado recobre o tampão. Isso resulta
parcialmente da sinalização de AMPc e progesterona.
✓ Assim que o concepto se implanta, as células do tecido conjuntivo endometrial continuam passando por transformações:
é a reação decidual. As células incham devido ao acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma.
✓ A principal função da reação decidual é fornecer nutrientes para o embrião e um local imunologicamente privilegiado para
o concepto.
✓ Em um embrião de 12 dias, as lacunas sinciociotrofoblásticas adjacentes se fusionam para formar a rede lacunar, dando
ao sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa.
✓ Os sinusoides são erodidos pelo sinciciotrofoblasto e o sangue materno flui livremente para dentro da rede lacunar.
✓ O trofoblasto absorve o fluido nutritivo proveniente da rede lacunar, que é transferido para o embrião.
✓ O crescimento do disco embrionário bilaminar é lento quando comparado com o crescimento do trofoblasto.
✓ Conforme ocorrem mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta e aparecem
espaços celômicos extraembrionários isolados dentro dele.
✓ Esses espaços rapidamente se fundem e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extraembrionário.
✓ Com a formação do celoma extraembrionário, a vesícula umbilical primitiva diminui e se forma a vesícula umbilical
secundária um pouco menor.

Epiblasto -> assoalho da cavidade amniótica; hipoblasto -> teto da cavidade exocelômica; membrana exocelômica + hipoblasto ->
revestimento da vesícula umbilical primitiva; Endoderma da vesícula -> mesoderma extraembrionário (envolve o âmnio e a
vesícula umbilical); implantação do concepto -> reação decidual (nutrição); 12 dias lacunas sinciciotrofoblasticas -> rede lacunar
(sangue da mae flui em seu interior e sincício leva-o até o embrião); mesoderma extraembrionário -> formam-se espaços dentro
dele -> celoma extraembrionário.

Desenvolvimento do saco coriônico

✓ O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das vilosidades coriônicas primárias. As projeções celulares
formam as vilosidades coriônicas primárias, que são o primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da
placenta.
✓ O mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio.
✓ O mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical.
✓ O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto formam o córion (membrana fetal mais
externa), que forma a parede do saco coriônico.
✓ O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco pelo pedículo de conexão. (O termo
vesícula umbilical é mais apropriado porque o saco vitelino não contém vitelo em humanos.)
✓ O celoma extraembrionário é o primórdio da cavidade coriônica.

Vilosidades coriônicas primárias (1° estagio das vilosidades placentárias); mesoderma somático -> reveste trofoblasto e cobre o
âmnio; mesoderma esplâcnico -> reveste vesícula umbilical;

Mesoderma somático + trofoblasto -> córion -> forma a parede do saco coriônico (saco que armazena embrião, saco amniótico e
vesícula umbilical)

Celoma extraembrionário -> primórdio da cavidade coriônica


Implantação do blastocisto

✓ A implantação do blastocisto normalmente ocorre no endométrio da região superior do corpo do útero.


✓ A implantação do blastocisto pode ser detectada por ultrassonografia e por radioimunoensaio altamente sensíveis para
hCG, já no final da segunda semana.

3° semana

✓ É caracterizada por: - Aparecimento da linha primitiva.


✓ Desenvolvimento da notocorda.
✓ Diferenciação das três camadas germinativas.
✓ A terceira semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, isto é,
5 semanas após o primeiro dia do último período menstrual normal.
✓ Aproximadamente 5 semanas após o último período menstrual normal, uma gravidez normal pode ser detectada por
ultrassonografia.

✓ Gastrulação

✓ O processo pelo qual as três camadas germinativas – que são as precursoras de todos os tecidos embrionários e a
orientação axial – são estabelecidos nos embriões.
✓ Durante a gastrulação, o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar.
✓ A gastrulação é o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo) e é o evento mais importante que ocorre
durante a terceira semana.
✓ Durante essa semana, o embrião é referido como uma gástrula.
✓ Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos:
- O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos,
às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça.
- O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as
glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado
e o pâncreas.
- O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos
sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos
dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos
conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos.

Linha primitiva

✓ O primeiro sinal morfológico da gastrulação é a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário
bilaminar.
✓ No começo da terceira semana, uma faixa linear espessada do epiblasto aparece caudalmente no plano mediano do
aspecto dorsal do disco embrionário.
✓ A linha primitiva resulta da proliferação e do movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco
embrionário.
✓ Tão logo a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal, as extremidades cranial e caudal, as superfícies
dorsal e ventral do embrião.
✓ Conforme a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade cranial prolifera
para formar o n primitivo.
✓ Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco primitivo, se desenvolve na linha primitiva e é continuo com uma pequena
depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva.
✓ O sulco primitivo e a fosseta primitiva resultam da invaginação (movimento para dentro) das células epiblásticas.
✓ O mesênquima forma os tecidos de sustentação do embrião, assim como a maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo
e a trama de tecido conjuntivo das glândulas. Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado),
que forma o mesoderma intraembrionário.
✓ As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto,
formando o endoderma embrionário no teto da vesícula umbilical.
✓ As células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário.
✓ Em resumo, as células do epiblasto, por meio do processo de gastrulação, dão origem a todas as três camadas germinativas
no embrião, os primórdios de todos os seus tecidos e órgãos.

Destino da linha primitiva

✓ A linha primitiva forma o mesoderma pelo ingresso (entrada) de células até o início da quarta semana; depois disso, a
produção do mesoderma desacelera.
✓ Normalmente, a linha primitiva sofre mudanças degenerativas e desaparece no final da quarta semana.

Notocorda

✓ Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como consequência, adquirem os destinos de célula
mesodérmica.
✓ Essas células então migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando um cordão, o processo notocordal.
✓ O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma até alcançar a placa pré-cordal (pequena
área circular de células endodérmicas no qual o ectoderma e o endoderma se fundem).
✓ A placa pré-cordal dá origem ao endoderma da membrana bucofaríngea, localizada no futuro local da cavidade oral.
✓ A placa pré-cordal funciona como um centro sinalizador para o controle do desenvolvimento das estruturas cranianas,
incluindo o prosencéfalo e os olhos.

Placa pré cordal -> desenvolvimento de estruturas cranianas


✓ Algumas células mesenquimais da linha primitiva que têm destinos mesodérmicos, migram cranialmente em cada lado do
processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. É aí que elas se encontram cranialmente para formar o mesoderma
cardiogênico na área cardiogênica, na qual o primórdio do coração começa a se desenvolver no final da terceira semana.
✓ Na região caudal à linha primitiva existe uma área circular, a membrana cloacal, que indica o futuro local do ânus.
✓ Os sinais instrutivos da região da linha primitiva induzem as células precursoras notocordais a formar a notocorda, uma
estrutura semelhante a um bastão.
✓ Inicialmente, o processo notocordal se alonga pela invaginação das células da fosseta primitiva.
✓ O processo notocordal se torna um tubo celular que se estende cranialmente a partir do nó primitivo até a placa pré-
cordal.
✓ Em seguida, o assoalho do processo notocordal se funde com o endoderma embrionário subjacente.
✓ Essas camadas fusionadas se degeneram gradualmente, resultando na formação de aberturas no assoalho do processo
notocordal, o que coloca o canal notocordal em comunicação com a vesícula umbilical.
✓ Conforme essas aberturas se tornam confluentes, o assoalho do canal notocordal desaparece e o restante do processo
notocordal forma a placa notocordal achatada e sulcada.
✓ Começando na extremidade cranial do embrião, as células da placa notocordal se proliferam e sofrem um dobramento,
que forma a notocorda.
✓ A notocorda:
- Define o eixo longitudinal primordial do embrião e dá a ele alguma rigidez.
- Fornece sinais que são necessários para o desenvolvimento das estruturas musculoesqueléticas axiais e do sistema
nervoso central (SNC).
- Contribui para a formação dos discos intervertebrais localizados entre corpos vertebrais adjacentes.
✓ A região proximal do canal notocordal persiste temporariamente como o canal neuroentérico.
✓ Quando o desenvolvimento da notocorda está completo, o canal neuroentérico normalmente se fecha.
✓ A notocorda se degenera conforme os corpos vertebrais se formam, mas uma pequena porção dela persiste como o núcleo
pulposo de cada disco intervertebral.
✓ A notocorda funciona como um indutor primário (centro de sinalização) no embrião inicial. O desenvolvimento da
notocorda induz o ectoderma a se espessar e formar a placa neural, o primórdio do SNC

Linha primitiva -> induz a formação da notocorda -> desenvolvimento das estruturas musculoesqueléticas axiais e do sistema
nervoso central (SNC) e discos intervertebrais; notocorda -> induz espessamento do ectoderma -> placa neural -> SNC

Neurulação: formação do tubo neural

✓ O processo envolvido na formação da placa neural e das pregas neurais e no fechamento das pregas para formar o tubo
neural constitui a neurulação.
✓ A neurulação está completa até o final da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal.
✓ O neuroectoderma da placa dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinhal. O neuroectoderma também é fonte de
várias outras estruturas como, a retina, por exemplo.
✓ Aproximadamente no 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central para formar o sulco neural mediano
longitudinal, com as pregas neurais em ambos os lados.
✓ As pregas neurais são o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo.
✓ Ao final da terceira semana, as pregas neurais se movem e se fusionam transformado a placa neural em tubo neural, o
primórdio das vesículas encefálicas e da medula espinhal.
✓ O tubo neural se separa do ectoderma superficial assim que as pregas neurais se fusionam.

Neuroectoderma da placa neural -> SNC, encéfalo, medula espinhal, retina

18° dia a placa neural forma as pregas neurais -> encéfalo

Pregas neurais -> transformam a placa neural em tubo neural


Crista neural

✓ As células da crista neural sofrem uma transição de epitelial para mesenquimal e migram à medida que as pregas neurais
se encontram e as margens livres do ectoderma de superfície se fundem, de modo que essa camada se torna continua
sobre o tubo neural e no dorso do embrião.
✓ Em seguida, o ectoderma superficial se diferencia na epiderme.
✓ Conforme o tubo neural se separa do ectoderma superficial, as células da crista neural formam uma massa achatada
irregular, a crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma superficial acima.
✓ A crista neural logo se separa em porção direita e esquerda, e estas se deslocam para os aspectos dorsolaterais do tubo
neural; nesse local elas dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos.

Crista neural -> gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos

✓ Em seguida, as células da crista neural se movem tanto para dentro quanto sobre a superfície dos somitos.
✓ As células da crista neural dão origem aos gânglios espinhais e aos gânglios do sistema nervoso autônomo.
✓ As células da crista neural também contribuem para a formação das células pigmentares, da medula da glândula
suprarrenal e muitos outros tecidos e órgãos

4° a 8° semana
No início da quarta semana, o dobramento nos planos mediano e horizontal converte o disco embrionário trilaminar achatado em
um embrião cilíndrico, em forma de C. A formação da cabeça, da eminência caudal e das pregas laterais é uma sequência contínua
de eventos que resulta em uma constrição entre o embrião e o saco vitelino. Com o dobramento cefálico ventral, parte da camada
endodérmica é incorporada pela região cefálica do embrião, formando o intestino anterior. 0 dobramento da região cefálica
também leva a membrana bucofaríngea e o coração a se deslocarem ventralmente, tornando o encéfalo em desenvolvimento a
parte mais cefálica do embrião. Com o dobramento ventral da eminência caudal, parte da camada germinativa endodérmica é
incorporada pela extremidade caudal do embrião, constituindo o intestino posterior. A parte terminal do intestino posterior se
expande, formando a cloaca. O dobramento da região caudal também resulta no deslocamento da membrana cloacal, do alantoide
e do pedículo do embrião para a superfície ventral do embrião. O dobramento do embrião no plano horizontal leva à incorporação
de parte do endoderma ao embrião, constituindo o intestino médio. A vesícula umbilical permanece unida ao intestino médio
através de um estreito pedículo vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, formam-se os primórdios das paredes lateral
e ventral do corpo. Como o âmnio se expande, ele envolve o pedículo do embrião, o pedículo vitelino e o alantoide, formando,
assim, o revestimento epitelial do cordão umbilical. As três camadas germinativas se diferenciam nos vários tecidos e órgãos, de
modo que, ao final do período embrionário, já estão estabelecidos os primórdios de todos os principais sistemas de órgãos. O
aspecto externo do embrião é grandemente influenciado pela formação do encéfalo, do coração, do fígado, dos somitos, dos
membros, das orelhas, do nariz e dos olhos. Com o desenvolvimento destas estruturas, o aspecto do embrião muda de tal modo
que, ao final da oitava semana, ele possui características indubitavelmente humanas. Como os primórdios das estruturas externas
e internas mais essenciais se formam da 4ª à 8ª semana, este é o período mais crítico do desenvolvimento. Perturbações do
desenvolvimento durante este período podem originar grandes anomalias congênitas no embrião.
9° a 12° semana
No início (9ª semana) a cabeça constitui, aproximadamente, metade da medida do CCN do feto (método de escolha para a
estimativa da idade fetal até o final do 1º trimestre) O crescimento no comprimento corporal se acelera rapidamente, de modo
que, por volta de 12 semanas, o CCN mais que dobrou A cabeça ainda é desproporcionalmente grande em comparação com o
restante do corpo. Às 9 semanas, a face é larga, os olhos estão amplamente separados, as orelhas apresentam uma baixa
implantação e as pálpebras estão fusionadas. Por volta do final da 12ª semana, os centros de ossificação primária surgem no
esqueleto, especialmente no crânio e nos ossos longos. No início da 9ª semana, as pernas são curtas e as coxas são relativamente
pequenas. Por volta da 12ª semana, os membros superiores quase atingiram os seus comprimentos relativos finais, mas os
membros inferiores ainda não estão bem desenvolvidos e são ligeiramente mais curtos A formação da urina começa entre a nona
e a 12ª semanas e esta é eliminada através da uretra para o líquido amniótico na cavidade amniótica.
13° a 16° semana
O crescimento é muito rápido durante esse período Por volta da 16ª semana, a cabeça é relativamente menor do que a cabeça do
feto de 12 semanas e os membros inferiores cresceram. Movimento dos membros tornam-se coordenados por volta da 14ª semana,
mas são muito leves para serem percebidos pela mãe A ossificação do esqueleto fetal é ativa durante esse período e os ossos em
desenvolvimento são claramente visíveis nas imagens de ultrassom por volta da 16ª semana. A genitália dos fetos masculinos e
femininos pode ser identificada por volta da 12ª a 14ª semanas.
17° a 20° semana
O crescimento desacelera durante esse período, mas o feto ainda aumenta seu CCN em, aproximadamente, 50 mm. Os movimentos
fetais (pontapés) são comumente sentidos pela mãe. A pele é agora coberta por um material gorduroso, semelhante a queijo, o
verniz caseoso. Ela consiste em uma mistura de células epiteliais mortas e uma substância gordurosa proveniente das glândulas
sebáceas fetais. O verniz protege a delicada pele fetal de abrasões, rachaduras e endurecimento que resultam da exposição ao
líquido amniótico. O pelo das sobrancelhas e os cabelos são visíveis na 20ª semana. Por volta da 18ª semana o útero fetal é formado
e a canalização da vagina se inicia. Além disso, os testículos ainda estão localizados na parede abdominal posterior, assim como os
ovários.
21° a 25° semana
Acontece um substancial ganho de peso durante esse período Pele mais enrugada e translúcida no início desse período. A pele é
rósea a avermelhada porque os capilares sanguíneos são visíveis. Na 21ª semana os movimentos oculares rápidos se iniciam e as
respostas de piscar ao sobressalto foram descritas na 22ª e na 23ª semana. As células epiteliais secretórias (pneumócitos do tipo II)
nas paredes interalveolares do pulmão começam a secretar surfactante, um lipídio tensoativo que mantém abertos os alvéolos
pulmonares em desenvolvimento.
26° a 29° semana
Os fetos geralmente sobrevivem se nascerem prematuramente e receberem cuidados intensivos. Os pulmões e a vasculatura
pulmonar se desenvolveram suficientemente para proporcionar uma troca gasosa adequada. Além disso, o SNC amadureceu para
um estágio no qual pode comandar movimentos respiratórios ritmados e controlar a temperatura corporal.
30° a 34° semana
O reflexo pupilar (alteração do diâmetro da pupila em resposta a um estímulo provocado pela luz) pode ser evocado na 30ª semana
A pele é roseada e lisa e os membros superiores e inferiores possuem um aspecto “rechonchudo”.
35° a 38° semana
O sistema nervoso está suficientemente maduro para realizar algumas funções integrativas. As circunferências da cabeça e do
abdome são aproximadamente iguais. Após isso, a circunferência do abdome pode ser maior do que a da cabeça O comprimento
do pé dos fetos costuma ser ligeiramente maior do que o comprimento femoral (osso longo da coxa) na 37ª semana e constitui um
parâmetro alternativo para a conformação da idade fetal.
Anexos Embrionários
✓ Cório: proteção do embrião e anexos.
✓ Âmnio: produção do líquido amniótico, que também possui função protetora;
✓ Alantoide: armazena excretas.
✓ Saco vitelino (ou vitelínico): responsável pela nutrição do embrião.

Embriologia Humana
✓ Gravidez ou Gestação: Período, após nidação do blastocisto, de formação do bebê e do preparo fisiológico da mãe.

✓ 1°Trimestre: Ação hormonal do hCG (hormônio gonadotrófico coriônico) que permite a formação da placenta, importante
órgão entre mãe e embrião que suprime as necessidades de nutrientes e gases do bebê durante o período de gestação.
Neste trimestre, também ocorre a formação dos primeiros órgãos rudimentares do feto e das principais alterações da mãe.

✓ 2°e 3° trimestres: Bebê entra em alta atividade, e vai reduzindo movimentos por falta de espaço devido a seu crescimento.

4. PLACENTA

A placenta é um órgão materno-fetal que separa o feto do endométrio – camada mais interna do útero. É o local onde ocorrem as
trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e feto. A placenta, suas membranas fetais e o cordão umbilical são estruturas temporárias
que serão expelidas/retiradas após o parto.

Anatomia e fisiologia

A placenta é formada por:

✓ Uma porção fetal, originária do saco coriônico;


✓ Uma porção materna, derivada do endométrio; A decídua é a camada funcional do endométrio na gestante que se separa
do restante do útero ao nascimento.

É dividida em 3 regiões:

✓ Decídua basal: parte que fica abaixo do concepto, formando o componente materno da placenta.
✓ Decídua capsular: parte superficial da decídua que recobre o concepto.
✓ Decídua parietal: todas as outras partes restantes da decídua.

A placenta é composta por vilosidades coriônicas que crescem do córion para fornecer uma grande área de contato entre as
circulações fetal e materna. Na placenta madura, o sangue materno entra no espaço interviloso pelas artérias endometriais (artérias
espiraladas) e circula ao redor dos vilos, permitindo a troca gasosa e de nutrientes. O sangue fetal desoxigenado entra na placenta
por duas artérias umbilicais que se ramificam radialmente para formar as artérias coriônicas. As artérias coriônicas se ramificam
adicionalmente quando entram nas vilosidades. Nas vilosidades coriônicas, elas formam um sistema capilar, deixando o sangue
fetal próximo com o sangue materno. A difusão de gases e nutrientes ocorre pelas células endoteliais dos capilares vilosos e pelo
sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto
.

Anexos:

✓ Cordão umbilical.
✓ Âmnio e líquido amniótico: o âmnio forma o saco membranoso, cheio de fluido (líquido amniótico), que envolve o embrião
e depois o feto. O líquido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos digestivo e respiratório. Funções do
líquido amniótico: atua como uma barreira contra infecções; permite o desenvolvimento normal dos pulmões fetais e o
crescimento externo simétrico do embrião; impede a aderência do âmnio ao feto; acolchoa o feto contra lesões; auxilia
no controle e manutenção da temperatura corporal do embrião; participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e
eletrólitos; permite uma movimentação livre do feto. Auxilia no processo de trocas gasosas entre o embrião e o ambiente.
✓ Saco vitelino: sofre atrofia a partir da 10ª semana e raramente persiste durante toda a gravidez. Desempenha papel
importante no aporte nutricional embrionário nas primeiras semanas de gestação, além de participar da formação do trato
digestório e respiratório.
✓ Alantoide: o alantoide é importante para a formação sanguínea inicial que ocorre em suas paredes, seus vasos sanguíneos
persistem como as artérias e veias umbilicais, e sua porção intraembrionária passa do umbigo para a bexiga, formando
mais tarde o úraco. Após o nascimento, o úraco torna-se um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende
do ápice da bexiga ao umbigo.
✓ Córion: é o mais externo dos anexos embrionários; envolve não só o embrião, mas todos os outros anexos embrionários,
ou seja: âmnio, saco vitelínico e alantoide.

Formação da placenta

O desenvolvimento da placenta e do feto é um processo contínuo que se inicia no momento da fertilização. Quatro dias depois da
fertilização, a mórula (uma massa sólida de células do blastômero) entra no útero. No quinto dia, a mórula se torna o blastocisto
devido ao acúmulo de fluído e polarização celular. O blastocisto tem em sua camada externa de células (trofoblastos) que vão
formar a placenta e as membranas fetais e uma massa celular interna em um polo que vai formar o embrião (embrioblasto), e uma
cavidade preenchida com líquido que separa estas duas estruturas. Inicialmente, o blastocisto é nutrido pelas secreções uterinas
que provêm oxigênio e substratos metabólicos; com o desenvolvimento, essas secreções se tornam inadequadas para o suprimento
completo. Após o blastocisto permanecer livre e suspenso nas secreções uterinas por cerca de 2 dias, a zona pelúcida
(remanescente na membrana do óvulo) gradualmente se degenera e desaparece. Cerca de seis dias depois da fertilização, o
blastocisto se implanta na parede uterina, o que permite o acesso a substratos (células estromais com glicogênio) necessários para
o prosseguimento do crescimento.
A implantação depende de uma boa localização do blastocisto (normalmente nas paredes anteriores ou posteriores uterinas),
adesão e invasão. Assim que o trofoblasto erode a membrana profunda em direção à decídua, vacúolos são formados e confluem
originando o espaço lacunar, que posteriormente se torna o espaço interviloso. Logo após aderir ao endométrio o trofoblasto
começa a proliferar rapidamente, e gradualmente se diferencia em duas camadas: uma interna de citotrofoblasto, que sofrem
divisões assimétricas para gerar células progenitoras que mantêm a quantidade de células no citotrofoblasto, e também a camada
externa de sinciciotrofoblasto, que é responsável pela regulação das trocas gasosas, de substratos e outros fatores entre a
circulação fetal e materna. Além disso, é responsável pela síntese e secreção de várias proteínas, hormônios esteroides e fatores
de crescimento, como a gonadotrofina coriônica (hCG) e lactogênio placentário. O sinciciotrofoblasto invade o tecido conjuntivo
endometrial e o blastocisto vagarosamente se aprofunda no endométrio. As células sinciciotrofoblásticas deslocam as células
endometriais na parte central do sítio de implantação. As células endometriais sofrem morte celular programada, o que facilita a
invasão. O mecanismo molecular da implantação envolve a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptor.
Conforme o blastocisto vai se implantando aparece um pequeno espaço no embrioblasto que é o primórdio da cavidade amniótica.
Logo após as células formadoras de âmnio (amnioblastos) se separam do epiblasto e revestem o âmnio, que envolve a cavidade
amniótica. Com a implantação, as células do tecido conjuntivo endometrial sofrem uma transformação - a reação decidual. Há
acumulação de glicogênio e lipídios em seu citoplasma, as células ficam intumescidas e são conhecidas como células deciduais. O
fim da segunda semana é caracterizado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primarias. A proliferação das células
citotrofoblásticas produz extensões celulares que crescem para dentro do sinciciotrofoblasto. Nos estágios iniciais da gestação, as
células trofoblásticas fetais invadem a parede uterina de forma bem organizada, formando cordões. Ao longo da gestação as artérias
espiraladas do leito placentário são remodeladas e deixam de apresentar alta resistência e baixo fluxo, passando a ter diâmetro
dilatado, com consequente aumento do fluxo sanguíneo e redução da pressão. Essas alterações ocorrem como resultado da perda
de células musculares lisas e da lâmina elástica da parede do vaso. Acredita-se que a invasão trofoblástica ocorre em duas ondas: a
primeira onda estende-se da sexta à décima semana da gestação e afeta as artérias espirais desde o seu extremo distal até a união
da decídua basal com o miométrio; a segunda onda iniciase entre a 14ª e 16ª semana e se desenvolve durante quatro a seis
semanas, alcançando os segmentos miometriais das artérias espirais, incluindo as porções mais distais das artérias radiais. Portanto,
tem-se a doença trofoblástica gestacional quando ocorre proliferação trofoblástica anormal.

Circulação placentária

Observa-se que as vilosidades coriônicas ramificadas, por possuírem uma grande área de superfície, permitem que materiais sejam
trocados através de uma membrana placentária muito delgada interposta entre as circulações materna e fetal. Ademais, dessas
ramificações, se originam as vilosidades-tronco, o principal meio de troca entre mãe e feto. O sangue pobre em oxigênio passa
através das artérias umbilicais para a placenta e, no sítio de ligação do cordão umbilical com a placenta, essas artérias se dividem
em várias artérias coriônicas, que se ramificam na placa coriônica antes de entrarem nas vilosidades coriônicas. Observa-se que
dentro dessas vilosidades, o sangue fetal fica próximo ao sangue materno e assim ocorrem as trocas necessárias.

✓ No geral, não há mistura de sangue fetal com o sangue materno. Mas, quando existem defeitos mínimos na membrana
placentária, pequenas quantidades de sangue fetal podem entrar na circulação materna. O sangue fetal bem oxigenado
nos capilares fetais passa para veias de paredes delgadas que seguem as artérias coriônicas ao sítio de ligação do cordão
umbilical, onde convergem para formar a veia umbilical, vaso que transporta sangue rico em oxigênio para o feto.

O sangue materno entra no espaço interviloso através de 80 – 100 artérias espiraladas endometriais na decídua basal. Elas
desaguam no espaço interviloso através das fendas na capa citotrofoblástica. Por fim, esse sangue retorna, após ocorrerem as
trocas de metabólitos e de gases, pelas veias endometriais para a circulação materna.

✓ O bem-estar do embrião/feto depende muito da irrigação adequada das ramificações das vilosidades com sangue materno.
Logo, pode-se inferir que a redução na circulação uteroplacentária resulta em hipóxia fetal e em restrição do crescimento
intrauterino. Reduções severas podem ocasionar o óbito do feto.

Membrana placentária

É uma estrutura que tem como responsabilidade separar o sangue materno do fetal. Até a 20ª semana, essa membrana consiste
em 04 camadas (sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo das vilosidades e endotélio dos capilares fetais). Percebe-se
que as células do citotrofoblasto desaparecem, no geral, após a 20ª semana, deixando somente o sinciciotrofoblasto. Dessa forma,
a membrana placentária passa a consistir em 03 camadas, mas em alguns locais, onde ela é extremamente fina, o sinciciotrofoblasto
entra em contato direto com o endotélio dos capilares fetais para formar a membrana placentária vasculosincicial.

✓ A denominação “barreira placentária” é um termo inapropriado para se referir à membrana placentária.


✓ Conforme a gestação avança, a membrana placentária vai se tornando cada vez mais delgada, o que faz com que o sangue
fetal fique muito próximo do sangue materno.

Funções da placenta
✓ Metabolismo: responsável pela síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos utilizados pelo feto;
✓ Transporte de substâncias: pode ser no sentido feto-materno ou materno-fetal, por meio de difusão simples, difusão
facilitada, transporte ativo e pinocitose. As substâncias transportadas são gases (oxigênio e dióxido de carbono), nutrientes
(água, glicose, aminoácidos e vitaminas), hormônios, eletrólitos, anticorpos maternos, produtos de excreção, agentes
infecciosos, drogas e seus metabólitos;
✓ Secreção endócrina: os hormônios produzidos pela placenta são o hCG, lactogênio placentário humano, tireotropina
coriônica humana e a corticotropina coriônica humana. O hCG é detectado por um exame denominado beta-hCG para o
diagnóstico de gravidez após o sexto dia de gestação. O hCG tem como função de manter a funcionalidade do corpo lúteo
(produção de progesterona), impedindo a retomada do ciclo menstrual. Com a formação da placenta, esta assume a
síntese de hCG, progesterona e estrogênio.

Modificações da placenta no fim da gestação

No final da gravidez, a placenta sofre algumas modificações como aumento do tecido fibroso no eixo da vilosidade, espessamento
das membranas basais nos capilares fetais, alterações que obliteram os pequenos capilares das vilosidades e deposição de fibrinoide
na superfície da vilosidade na zona juncional e na placa coriônica.

5. Circulação fetal
O sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes retorna da
placenta pela veia umbilical. Ao se aproximar do fígado, cerca de
metade do sangue sob alta pressão passa diretamente para o ducto
venoso (DV), um vaso fetal que comunica a veia umbilical com a veia
cava inferior (VCI)

✓ Consequentemente esse sangue é desviado do fígado

A outra metade do sangue da veia umbilical flui para os sinusóides


hepáticos e entra na VCI através das veias hepáticas A circulação do
sangue através do DV é regulada por um esfíncter próximo à veia
umbilical. Quando o esfíncter se relaxa, passa mais sangue por esse
ducto. Quando o esfíncter se contrai, mais sangue é direcionado para
a veia porta e sinusóides hepáticos, e menos para o DV Após um
pequeno trajeto na VCI, o sangue entra no átrio direito. Como a VCI
contém sangue pobremente oxigenado vindo dos membros
inferiores, o sangue que chega ao átrio direito não é tão bem
oxigenado quanto o que vem da veia umbilical A maior parte do
sangue da VCI é direcionado pela borda inferior do septo secundário,
a crista dividens, através do forame oval, para o átrio esquerdo O
sangue se mistura com uma quantidade pequena e fracamente
oxigenada que está retornando dos pulmões pelas veias pulmonares
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deixa,
assim, o coração através da aorta descendente Cerca de 10% do
sangue vai aos pulmões, mas a maior parte dele passa através do
ducto arterial para a aorta descendente e vai para o corpo fetal,
retornando para a placenta através das artérias umbilicais O ducto
arterial (DA) protege os pulmões da sobrecarga circulatória e permite
que o ventrículo direito se fortaleça em preparação para a sua total
capacidade funcional ao nascimento Por causa da alta resistência vascular pulmonar na vida fetal, a circulação pulmonar é baixa.
Somente um pequeno volume de sangue da aorta descendente (cerca de 10% do débito cardíaco) entra na aorta descendente 65%
do sangue na aorta descendente passam para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para a reoxigenação Os 35%
restantes suprem as vísceras e a parte inferior do corpo.

6. Circulação neonatal
No nascimento, importantes ajustes circulatórios são feitos, quando a circulação do sangue fetal através da placenta é interrompida
e os pulmões do neonato se expandem e começam a funcionar Assim que o bebê nasce, o forame oval, o ducto arterial e os vasos
umbilicais não são mais necessários. O esfíncter no ducto venoso se contrai, assim, todo sangue que entra no fígado passa através
de sinusóides hepáticos A oclusão da circulação placentária causa uma diminuição imediata na pressão sanguínea na VCI e no átrio
direito. A aeração dos pulmões no nascimento está associada à: redução dramática na resistência vascular pulmonar; elevação
acentuada no fluxo sanguíneo pulmonar; ao adelgaçamento progressivo das paredes das artérias pulmonares Devido ao elevado
fluxo sanguíneo pulmonar e à perda do fluxo da veia umbilical, a pressão no átrio esquerdo é maior que àquela do átrio direito. A
elevada pressão no átrio esquerdo fecha funcionalmente o forame oval, pressionando a valva do forame contra o septum
secundurum. Todo o sangue do ventrículo direito flui agora para o tronco pulmonar. Como a resistência vascular pulmonar é mais
baixa do que a resistência vascular sistêmica, o fluxo sanguíneo no DA se inverte, passando da aorta para o tronco pulmonar. A
parede ventricular direita é mais espessa do que a parede ventricular esquerda em fetos e bebês recém-nascidos porque o
ventrículo direito trabalhava mais intensamente. Ao final do primeiro mês, a parede do ventrículo esquerdo é mais espessa do que
a parede do ventrículo direito porque agora é o ventrículo esquerdo que trabalha mais intensamente.

A parede ventricular direita se torna mais fina por causa da atrofia associada à sua carga de trabalho mais leve O DA se contrai ao
nascimento, mas há frequentemente um pequeno desvio de sangue, via DA, da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas em
um bebê normal a termo. Ao final das 24 horas, 20% dos duetos estão funcionalmente fechados, 82% em 48 horas e 100% em 96
horas. Em bebês prematuros e naqueles com hipóxia persistente, o DA pode ficar aberto por muito mais tempo. O oxigênio é o
fator mais importante no controle do fechamento do dueto arterial em bebês a termo. O fechamento do DA parece ser mediado
pela bradicinina, uma substância liberada pelos pulmões durante a sua distensão inicial. A bradicinina tem potentes efeitos
contráteis na musculatura lisa. A ação dessa substância parece estar na dependência do alto teor de oxigênio do sangue aórtico
resultante da aeração dos pulmões ao nascimento. Quando a PO, do sangue que passa através do DA alcança aproximadamente 50
mmHg, a parede do dueto se contrai. Os mecanismos pelos quais o oxigênio causa a constrição ductal não são ainda compreendidos.
As artérias umbilicais contraem-se ao nascimento, impedindo a perda de sangue do bebê. O cordão umbilical não é ligado por um
minuto ou mais; consequentemente, o fluxo sanguíneo continua através das veias umbilicais, transferindo o sangue fetal da
placenta para o bebê. A mudança do padrão circulatório fetal para o padrão adulto não ocorre repentinamente. Algumas alterações
ocorrem com a primeira respiração; outras têm lugar após horas e dias. Durante a fase de transição, pode haver um fluxo da direita
para a esquerda através do forame oval. O fechamento dos vasos fetais e do forame oval é, inicialmente, uma alteração funcional.
Mais tarde, o fechamento anatômico resulta da proliferação de tecidos epitelial e fibroso.

7. Sistema Imunológico materno

✓ É afetado durante a gravidez a fim de tolerar o feto semialogenico. A adaptação do organismo materno possibilita que o
feto e a placenta se desenvolvam sem que ocorram respostas indesejadas, tal como rejeição
✓ Ocorre redução da resposta imune adaptativa citotóxica, enquanto a resposta imune adaptativa regulatória se torna
aumentada
✓ Imunidade natural deve permanecer intacta também para interagir com os tecidos fetais e promover o sucesso da
placentação para desenvoltura da gestação

Tolerância imune materna


Células imunes circulantes de mulheres grávidas têm, geralmente, maior capacidade de produção de citocinas quando comparadas
com mulheres não grávidas. Verificaram que os monócitos apresentaram maior produção de IL-12 e IL-1-beta e os granulócitos têm
maior potencial para sintetizar IL-8.
Fatores Imunumoduladores
✓ Progesterona
✓ Citocinas: inflamatórias e anti inflamatórias
✓ Adipocinas (adiponectinas, citocinas, etc)
✓ Prostaglandina E2

Resposta imune sistêmica materna


Ativação de leucócitos e níveis sanguíneos elevados de algumas citocinas. A gestante tem caracteristicamente o aumento dos
leucócitos. Não existe uma imunossupressão. Ela tem uma modulação -> maior produção de IL2 e IL1, maior potencial de síntese,
maior capacidade de produzir citocinas, modifica as reações. Ocorre ajuste na resposta materna ao desafio microbiano, em vez de
efetuar uma supressão.

8. Revisão Anatômica
Formação da genitália externa feminina
O sexo genético é determinado desde a fertilização, contudo, até a oitava semana de
gestação, ambos os sexos se desenvolvem de modo semelhante (estágio indiferente).
Dessa forma, até esse período não há diferença entre os genitais externos masculinos
e femininos. No embrião feminino, o crescimento do falo é inibido pela ausência de
testosterona, formando-se, assim, o clitóris. Dessa forma, os genitais externos da
mulher estão completamente formados na 12ª semana de gestação.

Composição da genitália externa feminina


Os órgãos genitais externos em conjunto são também denominados pudenda ou
pudendo feminino ou, mais comumente, vulva. Esses órgãos incluem o monte púbico,
os grandes e pequenos lábios, o vestíbulo da vagina, o clitóris e o hímen.

Composição da genitália interna feminina

Ovários
São estruturas não peritonizadas, exceto por seu terço inferior na inserção do mesovário,
que os fixa ao ligamento largo do útero. A porção ístmica é a maior das porções tubárias,
sendo delgada na proximidade do útero (porção intramural) e gradativamente mais
alargada à medida que se aproxima da porção ampular, onde o espermatozoide fecunda
o oócito. Resumindo as tubas uterinas são divididas em 4 porções: intramural, ístimica,
ampular, infundíbulo (fímbrias).

OBS: ovários não fazem parte da genitália interna, pois são gônadas até a 6a semana de gestação, e não são originados pelo
mesoderma.

✓ Gravidez ectópica: quando o ovo fertilizado é implantado em outro local que não é a cavidade uterina, a maioria ocorre
nas trompas, nas tubas uterinas.
✓ Gravidez abdominal: ocorre a ovulação, o ovulo não é captado pelas fimbrias e ocorre a fertilização, e vai se implantar em
algum lugar.

Útero
O órgão é dividido em fundo, corpo, istmo e cérvix (colo do útero). O corpo do útero comunica-se lateralmente com as tubas
uterinas e a porção que fica acima dessas comunicações é o fundo. O istmo é uma região estreita e curta, contínua com a cérvix,
que corresponde, por sua vez, à parte mais externa do útero e se insere na vagina, constituindo-se de uma porção supravaginal e
outra intravaginal. O útero é constituído de massa muscular lisa (miométrio) e envolto em sua maior parte pelo peritônio (camada
fina denominada perimétrio).

Função do miométrio: facilitar seu desenvolvimento durante o período gestacional e a expulsão do concepto durante a parturição.
Função do endométrio: O revestimento interno da cavidade uterina (endométrio) é uma mucosa especial que responde às variações
hormonais do ciclo ovulatório feminino e se renova todos os meses. O endométrio está dividido em duas camadas:

✓ Basal: mais profunda, formada por tecido conjuntivo denso e responsável pela renovação mensal do endométrio.
✓ Funcional: renovada ciclicamente, possui os estratos esponjoso (formado por glândulas endometriais em
desenvolvimento, estroma de tecido conjuntivo frouxo, vasos e nervos) e compacto (se invagina no estroma subjacente
formando as glândulas endometriais e que sofrem a influência hormonal).

9. Neuroendocrinologia
Ovário
A função fisiológica do ovário é a liberação periódica de gametas
(oócitos) e a produção de hormônios esteroides (estradiol e
progesterona). Ambas as atividades são integradas em um processo
contínuo e repetitivo de:

1. maturação folicular
2. ovulação
3. formação do corpo lúteo
4. regressão folicular.

O ovário é formado pelo córtex, pela medula central e pelo hilo. O


córtex, também chamado túnica albugínea, é a parte mais externa do
ovário e na sua porção interna encontram-se os folículos envoltos por
tecido estromal; a medula central é derivada das células mesonéfricas; e o hilo está em contato com o mesovário, que é rico em
vasos e nervos e participa da esteroidogênese. Na vida fetal, o desenvolvimento ovariano ocorre em quatro estagios:

✓ Indiferenciado: entre as 5 e 6 semanas


✓ Diferenciado: entre 6 e 8 semanas e continua com a multiplicação gonadal e a formação de oócitos
✓ Multiplicação gonadal e formação de oócitos.
✓ Formação folicular.
Ao final do terceiro estágio, ocorre rápida multiplicação mitótica de células
germinativas, chegando a 6 a 7 milhões de oogônias por volta de 16 a 20 semanas
de gestação. Este é o pico do número de oogônias dos ovários. Na primeira divisão
mitótica, as oogônias dão origem aos oócitos ou oócito primário. Os oócitos
primários começam a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas o
término da prófase só ocorre na adolescência. A formação folicular se dá com 18
a 20 semanas de gestação, quando o córtex ovariano é invadido por vasos
sanguíneos originários da camada medular. Os folículos não irão amadurecer ao
mesmo tempo, geralmente um só que se torna um folículo maduro e forma um
oócito, sendo eliminado na ovulação, após em media 14 dias.

✓ FOLÍCULO PRIMORDIAL: na vida intrauterina, existe esse folículo que para nas divisões mitóticas e meióticas. Existe um
oocito bem pequeno e poucas celulas granulosas.
✓ FOLÍCULO PRIMARIO: quando começa a haver o estimulo hormonal, o arranjo de celulas da granulosa fica mais organizado
e com mais celulas (elas se diferenciam em 6 camadas, ativando o ciclo menstrual) e há tambem as camadas da teca.

1° mitose -> oogonias -> oócito primário -> iniciam 1° meiose (ainda na barriga) -> pausa -> término da prófase na puberdade

Ovulação -> Formação do corpo lúteo

Ciclo menstrual
O sistema nervoso central tem participação ativa na regulação do ciclo menstrual por meio do hipotálamo e da glândula hipófise.
Os hormônios esteroides e os peptídios produzidos no folículo dominante são os responsáveis pelo controle do ciclo menstrual.

Hipotálamo
O hipotálamo produz hormônios inibidores e estimuladores. O hormônio liberador da
gonadotrofina (GnRH) é produzido de forma cíclica e pulsátil no hipotálamo, sendo
controlado por mecanismos de feedback. Sua secreção pulsátil é mais frequente e
apresenta menor amplitude durante a fase folicular (-), quando comparada à da fase lútea
(+). As células produtoras do GnRH são oriundas do bulbo olfatório e ficam localizadas no
núcleo arqueado do hipotálamo.

✓ Dopamina: sintetizada nos núcleos paraventricular e arqueado, é um inibidor do


GnRH e da prolactina.
✓ Serotonina: produzida no mesencéfalo e atua influenciando a frequência e a
amplitude da liberação do GnRH.
✓ Neuropeptídio Y: é produzido pelos neurônios hipotalâmicos e regulado pelos
esteroides gonadais. Sua função é estimular a liberação pulsátil do GnRH e, na
hipófise, potencializar a resposta da gonadotrofina ao GnRH.

Hipófise
A porção lateral da hipófise produz o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio
luteinizante (LH), e é responsiva à estimulação pulsátil do GnRH. A hipófise tem regulação
autócrina e parácrina, com produção de citocinas e fatores de crescimento. O GnRH
estimula a síntese e a secreção de gonadotrofinas, assim como activina, inibina e
folistatina. A activina aumenta e a folistatina suprime a atividade do GnRH.

Ovários
O estradiol e a progesterona aumentam a secreção de endorfinas, sendo seus níveis mais baixos durante a menstruação e mais
elevados na fase lútea. A redução do pulso de LH está ligada ao aumento das endorfinas. Os opioides endógenos, principalmente a
beta endorfina, inibem a secreção de gonadotrofinas pela supressão da liberação hipotalâmica do GnRH. Alterações no nível basal
dos opioides podem levar a um estado hipogonadotrófico semelhante aos observados com níveis elevados de prolactina, exercício
físico e outras condições que causam amenorreia hipogonadotrófica.

LH: hormônio luteinizante

FSH: hormônio folículo estimulante

LH atua nas celulas da TECA, através do colesterol. Ele produz os androgênios:

✓ testosterona + androstenediona (hormônios masculinos).

Esses hormônios passam para a camada de dentro, células da GRANULOSA, por difusão facilitada. Chegando lá, as células da
granulosa são estimuladas pelo FSH. Assim, através da enzima aromatase, os androgênios são transformados em estrona e estradiol
(estrogênio).

10. Fases do ciclo menstrual


O ciclo menstrual é dividido em três fases (folicular, ovulatória e lútea), com base nas alterações ovarianas e na produção
hormonal características de cada fase.

Fase folicular
Nessa fase, os folículos são preparados para a ovulação, chegando ao final com um folículo maduro dominante. A formação dos
folículos começa por volta de 20 semanas gestacionais, o que significa que eles já estarão formados logo após o nascimento. O
folículo destinado a ovular é recrutado logo nos primeiros dias do ciclo menstrual. O crescimento inicial do folículo é independente
da estimulação gonadotrófica. A ação do FSH sobre o folículo ovariano é responsável pela seleção do folículo dominante. Os níveis
elevados de FSH evitam a apoptose folicular e a consequente evolução para atresia. O estrógeno e o FSH são essenciais para o
acúmulo de células da granulosa e o contínuo crescimento folicular.

Ovulação
A ovulação pode ser variável de um ciclo para outro em uma mesma mulher. Em geral, ocorre entre 10 e 12 horas após o pico de
LH e 24 a 36 horas após o pico de estradiol. A concentração de LH deve ser mantida por pelo menos 14 a 27 horas para completa
maturação do oócito.
Fase lútea
A função lútea normal requer um folículo pré-ovulatório bem desenvolvido, com boa estimulação de FSH e liberação contínua de
LH. A fase inicial é marcada por ativa angiogênese estimulada pelo fator de crescimento endotelial vascular. A regressão do corpo
lúteo está associada à diminuição desse fator de crescimento e da angiopoetina 1 e ao aumento da expressão da angiopoetina 2,
que causa luteólise. A progesterona, o estradiol e a inibina A agem centralmente, suprimindo a liberação de gonadotrofinas e o
crescimento do novo folículo. A regressão do corpo lúteo pode envolver ação luteolítica decorrente da produção de estrógeno,
além das alterações locais de prostaglandinas, óxido nítrico, endotelina e outros fatores. A perda do corpo lúteo resulta em redução
dos níveis circulantes de estradiol, progesterona e inibina. A redução dos níveis de estradiol e progesterona permite um progressivo
e rápido aumento da secreção pulsátil de GnRH e a liberação da hipófise do efeito de feedback negativo. O aumento do GnRH,
combinado com a redução da inibina A e do estradiol, provoca maior liberação de FSH, quando comparada à de LH. Esse aumento
do FSH permite o surgimento do folículo dominante.

Perda do corpo lúteo -> diminuição de estradiol, progesterona e inibina -> aumento de GnRH -> aumento de FSH -> Formação do
folículo estimulante

11. Fertilização
A gravidez é o resultado da fertilização do ovócito pelo espermatozoide ao redor do 14º dia antes da próxima menstruação. A
fertilização ocorre, em média, 6 a 8 horas após o coito, quando os espermatozoides atingem o terço distal da tuba. Já os que
atingiram o muco, em um meio com pH alcalino (8 a 9), pelo fenômeno de quimiotaxia álcali-positiva, tornam-se viáveis e, por seus
próprios movimentos, caminham para as tubas uterinas. O ovócito está revestido pela zona pelúcida, para que haja fecundação, o
espermatozoide deve inicialmente penetrar entre as células foliculares para, posteriormente, adentrar a zona pelúcida.

✓ Um espermatozoide penetra no ovócito II


✓ O processo geralmente ocorre na trompa uterina
✓ Após a fecundação, o zigoto é transportado até o útero (blastocisto maduro), onde ocorre uma sequência de divisões
celulares que segue: Zigoto -> 2 células -> 4 células -> 8 células -> Mórula (16 células) -> Blastocisto (cisto já na cavidade).
✓ A gestação, entretanto, só ocorre no momento da nidação, que é implantação do blastocisto (na trompa ou na cavidade
uterina).
✓ O oócito é fertilizado e então completa a segunda divisão meiótica; e o corpo lúteo cresce, formando o corpo lúteo
gravídico, que aumenta sua produção de hormônios.
✓ A degeneração do corpo lúteo é impedida pela produção da gonadotrofina coriônica humana (hCG) que é secretada pelo
sinciciotrofoblasto, rico em LH.
✓ O corpo lúteo permanece funcionalmente ativo pelas primeiras 12 sem de gestação, época em que a placenta já assumiu
a produção de estrogeno e progesterona necessária pra manutenção da gestação;

Fases da fertilização

✓ Clivagem do zigoto
✓ Invasão e placenta: 2° semana após a ovulação
✓ Disco embrionário, cavidade amniótica e saco vitelínico: a implantação do blastocisto termina durante a 2ª sem do
desenvolvimento embrionário. O embrioblasto sofre mudanças em sua massa celular interna, dando origem ao disco
embrionário bilaminar composto pelo epiblasto e pelo hipoblasto.
✓ Blastocisto com 10 e 12 dias
✓ Saco coriônico
✓ Desenvolvimento embrionário: linha primitiva, formação da notocorda, formação do tubo neural, formação da crista
neural, formação dos somitos (agregados compactos de células mesenquimais que migram e dão origem às vértebras, às
costelas e à musculatura axial. No final da quinta semana. estão presentes de 42 a 44 pares de somitos), formação dos
vasos sanguineos e do sangue.

12. Anexos embrionários


Anexos embrionários e fetais são estruturas que derivam dos folhetos germinativos e que se atrofiam ou são eliminadas na ocasião
do nascimento. São essenciais para o crescimento e o desenvolvimento do concepto, por exercerem funções como proteção,
nutrição e excreção, entre várias outras.

Placenta
Apresenta origem mista, devido aos seus componentes materno e fetal, e seu desenvolvimento é essencial para o crescimento e o
bem-estar do feto, além de ser um importante fator no determinismo da saúde na idade adulta. A estrutura e a morfologia gerais
da placenta humana estão definidas a partir do início do quinto mês de gravidez, não se modificando com as etapas seguintes do
seu desenvolvimento até o termo.

✓ É predominantemente fetal;
✓ Indispensável à manutenção da gestação;
✓ Favorece trocas gasosas;
✓ Transporte de nutrientes e excreção de metabólitos;
✓ Produção local de hormônios e enzimas;
✓ Regulação imunológica;
✓ É hemocoriônica (sangue materno entra em contato direto com as células do trofoblasto viloso que recobrem os vasos
fetais);
✓ É deciduada (trofoblasto recobre a decídua).

Barreira placentária
✓ Nome do conjunto de tecidos que impedem o contato direto do sangue materno com o fetal (permite trocas, mas os
limita)
✓ É constituída (da mãe para o feto) por sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto (ate 20 semanas), lamina trofoblastica basal,
tecido conjuntivo e endotélio capilar fetal

Desenvolvimento da placenta
Começa logo após a fertilização no local da implantação. Depois de 4 dias o zigoto já esta
em fase de mórula e encontra-se no interior da cavidade uterina. Após a ovulação o
endométrio desenvolve um padrão típico secretor sob a atuação da progesterona
produzida pelo corpo lúteo. O auge do desenv. do endométrio ocorre cerca de 1 sem
depois da ovulação, concomitante com o momento em que se espera que ocorra a
implantação do ovo. 5 dias após a concepção, a mórula começa a acumular líquido em seu
interior e apresenta um concentrado celular em sua periferia, transformando-se em
blastocisto. Nesse momento, o zigoto perde a zona pelúcida, com isso, inicia a produção
de componentes hormonais e inflamatórios que preparam a receptividade endometrial.
Ela "toca" o endométrio (aposição) e inicia- se. Assim, um processo de "rolagem”
(adesão/hatching) até que ocorra a implantação definitiva (penetração). Todo esse
processo é mediado por moléculas de adesão tanto endometriais como do blastocisto que
respondem a um intrincado sistema de sinalização bioquímico e inflamatório.

✓ No 6º dia após a concepção, com a implantação do blastocisto, as células


trofobásticas invadem o endométrio e iniciam a produção de gonadotrofina
coriônica humana (hCG)
✓ No 8º dia após a concepção, o blastocisto encontra-se praticamente incluído no
estroma da decídua com sinciciotrofoblasto denso e compacto. O ectoderma e o
endoderma juntos formam o disco embrionário, que dará origem ao futuro
embrião.
✓ A penetração do blastocisto é maior por volta do 9º dia após a concepção e ocorre
o aparecimento de vacúolos no sinciciotrofoblasto, que rapidamente aumentam, fundem-se e originam lacunas, dando
início ao estado lacunar do período pré viloso.
✓ O sinciciotrofoblasto tem a função de produzir hormônios e de transportar nutrientes, metabólitos e gases.
✓ O sinciciotrofobJasto chega aos vasos de maior calibre e isso origina as primeiras relações uteroplacentárias.
✓ Entre o 12º e o 14º dias após a concepção, delineia- se o final do estado lacunar do período pré-viloso.

Os vilos primários se desenvolvem ao final da segunda semana, aumentando a superfície de trocas, quando o sinciciotrofoblasto,
acompanhada de uma camada do citotrofoblasto, invagina através do espaço lacunar na decídua formando o vilo primário. Então,
inicia-se o PERÍODO VILOSO, que se estenderá até o quarto mês. Com a união das lacunas, ocorre a formação de um labirinto
complexo delimitado por colunas de citotrofoblasto, que originam o espaço interviloso. Em sua fase inicial o vilo primário é formado
unicamente pelo trofoblasto. Derivado do mesoderma extraembrionário, o tecido mesenquimal entra nas colunas, constituindo o
VILO SECUNDÁRIO Começam a surgir vasos sanguíneos fetais por volta da 3ª semana de gestação no mesoderma. Esses vasos
evoluirão com a constituição de uma rede de capilares fetais. A existência de vasos os caracteriza como VILOS TERCIÁRIOS.

Córion
As vilosidades estão localizadas, no início, em torno de toda a superfície do blastocisto. Seu desenvolvimento ocorre somente nas
porções mais vascularizadas destinadas a constituir a futura placenta. As partes mais vascularizadas e conectadas diretamente com
o embrião desenvolvem- se formando o CÓRIO FRONDOSO, também chamado de CÓRIO PLACENTÁRIO. O suporte sanguíneo para
o cório voltado para a cavidade endometrial restringe-se com o crescimento dos tecidos embrionários e extraembrionários e, assim,
as vilosidades que estão em contato com a decídua capsular regridem, interrompem seu crescimento e degeneram, dando origem
ao cório liso. Dessa forma, o cório liso se forma contínuo à decídua materna (exceto aquela ocupada pela placenta). Essa parte do
cório transforma-se na membrana fetal avascular que colada ao âmnio, constituirá as membranas; por isso essa parte também é
chamada de CÓRIO MEMBRANOSO, formado por citotrofoblasto e células mesenquimais, o cório constitui com o âmnio uma
camada que dificilmente ultrapassa a espessura de 1 mm. O cório fica separado do âmnio pela cavidade exocelômica até o final do
terceiro mês. Posteriormente a esse período, essas camadas mantêm íntimo contato, constituindo a membrana corioamniótica.

Decídua
Decídua ou caduca referem-se ao endométrio transformado durante a gravidez pela placentação. São identificadas até o quarto
mês, três pares da decíduas com base na sua localização anatômica: DECÍDUA BASAL, que corresponde à zona de implantação,
muito vascularizada, que irá ser a porção materna da placenta; DECÍDUA CAPSULAR, que é a parte do endométrio que é levantada
com o desenvolvimento do ovo, além de ser mal perfundida e sem vascularização, constituindo o cório liso; e DECÍDUA PARIETAL
ou vera, que é o resto do endométrio que cobre toda a cavidade uterina, com exceção da região correspondente à implantação.
Pode ser denominada DECÍDUA MARGINAL, ainda, a porção do endométrio periférica à decídua basal e que corresponde à borda
placentária. Por volta de 16 semanas, em razão da expansão crescente do ovo e da fusão das decíduas capsular e parietal, ocorre a
obliteração da cavidade uterina.

Suprimento da placenta:
✓ Circulação do sangue fetal nos troncos vilosos
✓ Circulação do sangue materno no espaço interviloso
✓ Trajeto do fluxo de sangue materno
Constituição dos troncos vilosos
Os pedículos vasculares que constituem os eixos dos troncos vilosos de primeira ordem partem da face fetal da placenta (placa
coriônica). Trata-se da parte de cada vilo terciário primitivo hipertrofiado localizado na placa coriônica, teto da câmara intervilosa.
Situado na placa coriônica, cada vilo terciário primitivo se hipertrofia, formando o tronco viloso de primeira ordem que, por sua
vez, vai se dicotomizar, originando troncos vilosos de segunda ordem, que também se dicotomizam e dão origem aos troncos vilosos
de terceira ordem. COTILÉDONE FETAL é o nome atribuído ao conjunto de todos esses troncos vilosos dependentes entre si.

OBS: Na placenta existem sistemas circulatórios de trocas (sistema-tambor), pois dissipa, faz o contato e depois retorna
Líquido amniótico
O LA é necessário para a normalidade do crescimento e do desenvolvimento do
feto, ao desempenhar várias funções durante a gestação. O LA também permite
fácil acesso a células e produtos do metabolismo do concepto e tem sido utilizado
para diagnóstico prénatal mais frequentemente do que qualquer outro tecido
gestacional. A análise dos seus componentes permite a obtenção de dados sobre
doenças genéticas e cromossômicas, além de informações acerca da vitalidade e
da maturidade fetais.

13. Endócrinologia da gestação


Gonadotrofina coriônica humana (hCG)
✓ Possui 2 picos produzidos pela placenta, mas o 2º não é tão relevante
✓ O 1º pico acontece por causa do sinciciotrofoblasto

Progesterona:
✓ No início da gestação quem produz é o corpo lúteo, que depois regride, e a placenta passa a produzir progesterona)

Estrógeno
✓ O estrógeno, também conhecido como estrogênio, é um hormônio produzido da adolescência até a menopausa, pelos
ovários, tecido adiposo, células da mama e ósseas e glândula adrenal
✓ É responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos, controle do ciclo menstrual e desenvolvimento do
útero

Hormônio lactogênio placentário (hLP)


✓ Prepara as mamas, causando as alterações mamárias (↑ volume, amadurecimento de ducto mamário e glândulas
mamárias, produção láctea)

Hormônio tireotrófico coriônico


✓ Estimula a tireoide (Gestante com ↓ de hormônios tireoidianos = bebê com Hipodesenvolvimento intelectual / cerebral,
pois os hormônios tireoidianos são relacionados ao metabolismo geral)

Hormônio adrenocorticotrófico placentário


✓ Estimula adrenal e → produção de cortisol
14. Exame físico
“O exame físico na gestante é como um exame físico comum, seguindo os preceitos básicos de inspeção, palpação, ausculta – se
for necessário o toque”

Modificações gravídicas
Postura e deambulação: muda o centro de gravidade pelo ↑ do volume mamário e uterino, causando uma lordose fisiológica na
grávida para compensar o peso e não “pender” para frente. Recomenda-se prática de exercícios físicos, alongamentos, pilates,
hidroginástica a fim de não influenciar negativamente, como inflamação. Equilíbrio: marcha anserina = lateralização dos pés.

Ossos e articulações: A progesterona faz com que ocorra o embebimento das articulações, ficando túrgidas (cheias de
progesterona), fazendo com que ocorra o afrouxamento ligamentar. Grávidas têm maiores tendências a ter entorses, parestesia
nas mãos (formigamento).

Pele:

✓ Rosto: Melasma gravídico


✓ Mama: aréola hiperpigmentada (Sinal de Hunter)
✓ Vagina: coloração violácea
✓ Abdome: escurecimento da linha alba

Sistema digestivo: comum ter náuseas e vômitos no início da gestação = causado pelo HCG (pico); esses sintomas ficam mais
brandos a partir da 16a semana pois a [ ] de HCG começa a cair no organismo materno

✓ com a evolução da gestação, o útero vai crescendo e causa uma compressão do estômago = refluxo esofágico (↑ pressão
intraperitoneal causa uma ↓ capacidade do esfíncter do esôfago); sintomas comuns = azia (pirose), eructação, plenitude
pós-prandial (come pouco e está satisfeita = estômago não tem grande complacência), constipação (progesterona lentifica
o processo do trato gastrointestinal)

Sistema circulatório: o útero no começo não exige muito fluxo sanguíneo, mas conforme vai crescendo exige maior fluxo sanguíneo

✓ A partir da 20a semana, a fim de ↑ o fluxo sanguíneo para o bebê, a placenta destrói as artérias (camada média), causando
uma diminuição da resistência vascular periférica (RVP), assim, os vasos não conseguem bombear completamente =
maiores chances de varizes e inchaços
✓ ↑ Volemia = a grávida demanda de muito fluxo para o abdome, então o organismo tenta compensar essa diferença
aumentar a quantidade de volume de sangue do corpo = Anemia dilucional, pois ocorre um ↑ do no de células também
(hemácias, por exemplo, que possuem uma meia-vida curta de 120 dias). Assim, por mais que ocorra um ↑ do no de
células e ↑ volume sanguíneo, as células possuem uma meia-vida curta
✓ ↑ Volume sanguíneo = ↑ DC (débito cardíaco) = queixas pulmonares, como falta de ar, desdobramento de bulhas
✓ Pressão arterial (PA): se há uma ↓ da RVP, há uma ↓ de PA (não há a resistência no vaso), principalmente no 2o trimestre;
a partir do 3o trimestre a tendência é normalizar a PA
normal até 130 X 80 mmHg
140 X 90 mmHg já é alterado

Sistema urinário: Como ocorre um ↑ do volume durante a gestação, a tendência é filtrar mais = ↑ FG (filtração glomerular) (↑
frequência miccional)

✓ Conforme a gestação vai evoluindo, além do ↑FG, há também ↓ da complacência da bexiga (não fica completamente
cheia)
✓ Maior predisposição a infecção do trato urinário (ITU) = útero comprime o ureter, dificultando a eliminação de urina pela
uretra, causando uma estase urinária e a bactéria pode se proliferar no local

Sistema endócrino: Glândula tireoide: durante a gestação a tendência é de aumentar a tireoide, que produz os hormônios T3 e T4,
ou seja, na gravidez ↑ tireoide e ↑ T3 e T4

✓ TSH não-gestante: 5
✓ TSH gestante: 2,5 (1o trimestre) e 3 – 3,5 (2º trimestre)

“Se há um nível alto de T3 e T4 na gestação, não há motivo para estimular o TSH, por isso seus valores são amis baixos”

✓ O hormônio lactogênio placentário (hLP) aumenta a produção de insulina; fazendo com que o organismo materno fique
em um grau de hiperinsulinemia, pois ↑ a resistência da insulina na gestação e assim ↓ glicose
Inspeção
Cabeça:

✓ CLOASMA - É possível evitar, mas não tratar durante a gestação


✓ Uso de protetor solar para amenizar a mancha durante a gestação;

Pescoço:

✓ Hipertrofia da glândula Tireoide;

Mamas:

✓ TUBÉRCULOS DE MONTGOMERY: papilas elevadas na mama


✓ REDE DE HALLER: vascularizações
✓ SINAL DE HUNTER: aréola aumentada e hiperpigmentada

Abdome:

✓ Aumento do volume do ventre, cicatriz umbilical plana, pigmentação da linha alba, estrias;

Membros inferiores:

✓ APARECIMENTO OU AUMENTO DE VARIZES;

Aparelho genital externo:

✓ SINAL DE JACQUEMIER – KLUGE (vulva/vagina edemaciada e de coloração violácea);

Palpação
✓ Manobra de leopold

Dividido em 4 etapas:

1a ETAPA: palpação do fundo uterino. Avalia a situação fetal: longitudinal ou transverso

2a ETAPA: palpação latero-lateral. Palpar o dorso fetal


3a ETAPA: manobra de latero-lateralização com a mão dominante (manobra do rechaço). Confirmar a apresentação fetal e
insinuação: cabeça ou pés

4a ETAPA: escava confirmar a apresentação fetal e a altura de apresentação, além de ver se é um colo pélvico ou cefálico

✓ AU – altura uterina

Palpar a borda superior da sínfise púbica com o dedo indicador e os outros dedos retraídos. Colocar a fita em linha reta e deslizar a
mão até o fundo do útero.

Ausculta
AUSCULTA DE BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (BCF): valor de referência 110 a 160 bpm).

TÉCNICA: identificar a posição fetal pela manobra de Leopold

✓ Ex: se o bebê estiver para baixo, verificar os quadrantes inferiores; se o bebê estiver para cima verificar nos quadrantes
superiores
✓ Identificar a localização da cabeça e do dorso: nesse quadrante, traça-se uma linha média entre o umbigo e o osso ilíaco e
marca-se o terço médio= nesse local coloca-se o gel para ouvir os batimentos fetais
✓ A partir da 12a semana é possível ouvir os BCF

Controles gerais rotineiros


PESO CORPORAL: CÁLCULO DO IMC

Durante toda a gestação a grávida pode ganhar peso somente nos valores abaixo:

✓ Baixo peso (IMC <18) - ganho de 12,5 a 18 kg


✓ Eutrófico (IMC >18 e <25) - ganho de 11,5 a 16 kg
✓ Sobrepeso (IMC >25 e <30) – ganho de 7 a 11,5 kg
✓ Obesidade (IMC >30) – ganho de 7 a 9,1 kg

PRESSÃO ARTERIAL: Valor de referência - 90 x 60 mmHg até 130 x 80 mmHg.

Estática fetal
ATITUDE: fletido (normal) ou estendido (óbito)

SITUAÇÃO: longitudinal, transverso ou oblíquo

POSIÇÃO: relação do dorso do bebê com a mãe

✓ dorso-lateral esquerdo
✓ dorso-lateral direito
✓ posterior
✓ anterior

APRESENTAÇÃO: cefálico, pélvico ou córnica (ombro)

VARIEDADE DE POSIÇÃO: depende dos pontos de referência das suturas

Toque vaginal
DURANTE A GESTAÇÃO O TOQUE BIMANUAL PERMITE

AVALIAR:
1. VOLUME UTERINO

✓ na altura da sínfise púbica = 12 semanas


✓ na altura da cicatriz umbilical = 20 semanas

2. DILATAÇÃO CERVICAL (0-10 cm)

3. POSIÇÃO CERVICAL: colo posterior no início e conforme vai evoluindo o parto, o colo vai medianizando até ficar anterior

4. CONSCISTÊNCIA CERVICAL: no começo é grosso, depois vai afilando

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