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Tema da Palestra

AÇÃO DE TODO O PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO


“BENEFÍCIO DA VIDA TODA”
DA TEORIA À PRÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA PRÉVIUS 3.0
Ao apurar a Renda Mensal Inicial, o INSS efetuou o cálculo do benefício de aposentadoria na forma do
artigo 3º, da Lei n.º 9.876/99, isto é, considerando “a média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido
O QUE É A REVISÃO DA VIDA TODA?
desde a competência julho de 1994.”

No entanto, entendemos que tal critério se mostra ilegal, na medida em que se afigura extremamente
desfavorável aos segurados, e, em se tratando de regra de transição, deve ser oportunizado aos
segurados optarem pela forma de cálculo permanente, se esta lhes forem mais favoráveis. A presente
ação se trata de uma derivação da ação do melhor benefício, pois a Autarquia dentro de duas ou mais
opções de cálculo da RMI deve realizar a mais vantajosa aos segurados.
Assim, no caso de segurados que tenham seus salários de contribuições elevados na média,
considerando o número de contribuições vertidas no período anterior a julho de 1994, constata-se que
a regra definitiva do cálculo do benefício pela aplicação do artigo 29, II, da Lei n.º 8.213/91, lhe afigura
mais benéfica.

CONCLUSÃO:

A “Ação da vida toda” tem como objetivo questionar a forma de cálculo do benefício utilizado pelo
Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, pois muitos segurados que se filiaram antes de 1999
sofreram diminuição em sua renda pela aplicação da regra de transição em seu cálculo.

Ocorre que as regras de transição são criadas para beneficiarem àqueles que já estão no sistema
contribuindo, ou seja, no surgimento de novo regramento legal elas devem ser aplicadas para não
prejudicarem o segurado. Este é um princípio basilar da criação de uma regra de transição, porém a
mesma é aplicada como regra, e prejudica a renda mensal inicial do segurado. Se mostra teratológico
o uso de uma regra de transição menos vantajosa que a permanente.
Quais os Principais Fundamentos da Revisão da Vida Toda?

A regra de transição contradiz a Constituição Federal


Esse fundamento afirma que a forma de cálculo da regra de transição é contrária à Constituição
Federal e à própria Lei 8.213/91, pois elas são claras em prever o cálculo com toda a vida contributiva
do segurado.

A regra de transição é inconstitucional


Essa é o fundamento da inconstitucionalidade do artigo 3º da Lei 9.876/99 (regra de transição).

O INSS é obrigado a conceder o melhor benefício


Por força da IN 77 (artigos 687 e 688) e do enunciado nº 5 do CRPS, o INSS deve conceder o melhor
benefício, apresentando ao segurado os cálculos de todas as regras vigentes para que ele possa
escolher.

A regra de transição fere os Princípios Previdenciários


Esse fundamento se baseia nos princípios constitucionais e previdenciários, especialmente no
princípio da norma mais favorável. Ele afirma que a regra de transição deve ser afastada mesmo que
ainda seja vigente, pois é danosa.
Como a Revisão da Vida Toda tem como finalidade considerar todos os Salários de Contribuição do
segurado é de suma importância realizar o Recalculo da RMI para ver se aplicação da Regra Definitiva é
mais vantajosa do que a de transição aplicada pelo INSS na concessão do beneficio.
Pois nem sempre a Revisão da Vida Toda é benéfica ao segurado

E como realizar este Cálculo que parece tão complexo?

Vou te mostrar agora como realizar este Cálculo de Maneira simples e fácil utilizando o sistema Prévius 3.0

Deixarei como parte do material meu mini E-book explicando mais sobre a Revisão da Vida Toda.
1º) Vá no ícone de ‘’Cálculo Previdenciário’’

2º) Novo Cálculo

3º) Coloque o Nome do Cliente juntamente com o tipo de cálculo para ficar mais fácil a localização
Exemplo: João da Silva – Cálculo da Vida Toda

4º) Aperte em GRAVAR


5º) Clique em ‘’Avançar’’ ou Clique na próxima tela

6º) Escolha na opção ‘’Que tipo de Cálculo deseja fazer’’ a 1ª - Cálculo de Revisões

7º) Você concorda com a RMI Calculada pelo INSS?


Você irá selecionar a opção NÃO, Desejo recalcular

8º) Parcelas Vincendas– Você irá marcar apenas a opção de 12 vincendas,


Esta opção é para dar o Valor da Causa de acordo com o Art. 292 §2º do NCPC

9º) Agora você irá importar o CNIS e Carta de Concessão do segurado para realizar o cálculo.
Após a importação dos dados é sempre importante conferir as informações, pois nem sempre o CNIS
esta completo, e pode estar faltando informações importantes.
10º) Avance novamente para a próxima tela

11º) Selecione a espécie de benefício que seu cliente se aposentou.

12º) Insira os dados do segurado e parâmetros de cálculo.


Alguns dados será importados do CNIS, as demais informações pode ser inseridas manualmente

Obs: Para o cálculo da Vida Toda é importante informar a data da inscrição do segurado no INSS.
Esta informação você pode obter na data do primeiro vínculo.
É IMPORTANTE CONFERIR O TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Tela dos Salários de Contribuição

13º) Nesta tela você irá conferir os salários de contribuição do segurado, lembrando que o CNIS só irá
trazer os salários a partir de 01/1982.

Se o inicio das contribuições do segurado for anterior 12/1981 deverá ser inserido os SC manualmente,
caso não tenha essas informações é importante considerar o Salario Mínimo neste período de acordo
com o Art. 28 §3º da Lei 8.212/91 (Lei Orgânica).
Pois o INSS irá aplicar no Cálculo obrigatoriamente esta regra!

Nesta Tela Você também irá marcar a opção de ‘’EFETUAR O CÁLCULO DA VIDA TODA’’
Tela Opções a para RMI:

14º) Você irá selecionar a opção de ‘’SEMPRE DESCARTAR OS 20% MENORES SALÁRIOS’’

A base de Cálculo da Revisão da Vida Toda é 80% dos maiores salários de contribuição,
independentemente se o segurado no Cálculo feito pelo INSS na concessão teve a incidência do
mínimo divisor previsto na Lei 9.876/99.

15º) Caso o beneficio do segurado teve a incidência do Fator Previdenciário, o mesmo terá que ser
aplicado no Cálculo da Vida Toda,
Deixe a opção do Fator Previdenciário no Previus marcada.
NESTA TELA VOCÊ NÃO IRÁ ALTERAR NENHUMA OPÇÃO – DEIXE DO MODO PADRÃO
Tela dos Benefícios Recebidos:

Nesta tela é importante lançar os valores já recebidos pelo segurado, assim deixando o valor da causa
mais exato e saber o valor real da sua ação.
Tela do Reajuste das Diferenças:

Nesta tela você irá apenas incluir o índice de Correção Monetária – O índice a ser aplicado é TABELA
DA JUSTIÇA FEDERAL IPCA-E (Tema 810 RE 870.947/SE)

As demais opções nesta tela não deverá ser marcadas.


Nesta Tela você não irá marcar ou colocar nenhuma informação,
aqui se trata de honorários sucumbenciais, será informado apenas na liquidação de sentença.
Após é só gerar os relatórios:

Para ver se a aplicação da Vida Toda é mais benéfica ao segurado basta abrir o Cálculo da RMI,
Se o valor da nova renda for mais vantajoso, seu cliente tem direito a Revisão da Vida Toda,

Após você irá abrir os relatórios de Resumo do Cálculo e Diferenças não recebidas, onde você
poderá ver o Valor da Causa do seu cliente.

Para analisar a evolução entre a RMI para RMA você tem o relatório da Evolução da renda.

OBS: Lembrando que deve ser sempre observado se não houve a decadência para solicitar a Revisão
do benefício, e as parcelas a ser cobradas devem ser dos últimos 5 anos (prescrição quinquenal) de
acordo com o Art. 103 da Lei 8.213/91.
MUITO OBRIGADO!

Profº João Vitor S. Souza


E-mail: souza.consultoriaprev@gmail.com

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