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Alessandra Mendes

Hellen Araujo
Kelly Specian
Merilyn Mendonça
Renata Oliveira
Toxoplasmose

A toxoplasmose, popularmente conhecida como doença do gato, é uma doença


infecciosa provocada pelo parasita Toxoplasma gondii (T. gondii), encontrado nas fezes do
gato, na água ou em carne mal cozida como porco ou cordeiro, contaminados com o
parasita. Na maioria das vezes, a infecção não provoca sintomas, no entanto, em pessoas
que têm o sistema imune enfraquecido ou bebês nascidos de mães que tiveram a infecção
durante a gravidez, podem ter sintomas graves como dificuldade para respirar, tontura ou
confusão mental, por exemplo.
O Toxoplasma gondii, agente etiológico da toxoplasmose, é um protozoário
intracelular obrigatório que apresenta ciclo evolutivo com três formas principais sendo todas
elas dotadas de competência para realizar a infecção: taquizoítos (que ocorrem na fase
aguda ou na reagudização da doença e são capazes de atravessar a placenta e infectar o
feto); bradizoítos (que se encontram nos tecidos dos seres humanos e de todos os animais
infectados pelo protozoário) e esporozoítas que se encontram dentro dos oocistos (formados
exclusivamente no intestino dos felinos, seu hospedeiro definitivo). O oocisto é a forma de
resistência do parasito presente no meio ambiente, podendo ficar viável e infectivo por
períodos superiores a um ano no solo ou em fontes de água doce ou salinizada
. Após a infecção aguda, o parasito persiste por toda a vida do hospedeiro sob a
forma de cistos teciduais podendo ocasionar ou não repercussões clínicas em pessoas
imunocompetentes
Essa doença é transmitida principalmente pela ingestão de alimentos contaminados
pelos cistos do parasita ou por meio do contato com as fezes de gatos infectados. Além
disso, a toxoplasmose pode ser transmitida de mãe para filho, no entanto isso só acontece
quando a doença não é diagnosticada durante a gravidez ou o tratamento não é feito
corretamente
Apesar de não provocar sintomas, é importante que a toxoplasmose seja identificada
e tratada corretamente de acordo com a orientação do médico para evitar que surjam
complicações, como cegueira, convulsões e morte.

Transmissão

A toxoplasmose é transmitida através da ingestão de água ou alimentos crus, mal


higienizados ou mal cozidos, como carne de porco, boi, cordeiro ou veado, que estejam
contaminados com o parasita Toxoplasma gondii. Além do consumo de carne crua, a
ingestão de carne defumada ou embutidos preparados com animais contaminados com o
parasita e que não foram processados de acordo com as condições de higiene adequadas
também podem transmitir a toxoplasmose.
O parasita da toxoplasmose pode estar presente nas fezes de gatos ou no esterco
usado como adubo. No entanto, o contato com os gatos infectados não é suficiente para que
haja transmissão da toxoplasmose, é preciso que a pessoa tenha contato com as fezes
desses gatos que pode ocorrer através da inalação ou ingestão acidental do parasita
presente nas fezes. Assim, durante a limpeza da caixa de areia do gato que tenha
toxoplasmose, é importante ter medidas de proteção como usar luvas e máscaras, e lavar
bem as mãos após a limpeza, por exemplo.
A transmissão da toxoplasmose também pode acontecer durante a gravidez através
da passagem do parasita pela placenta. No entanto, a transmissão depende do estado
imunológico da gestante e da fase da gestação: quando a mulher está no primeiro trimestre
da gravidez e possui sistema imune comprometido, há maior chance de transmissão da
doença para o bebê, no entanto as consequências são consideradas mais leves.
Outras formas de transmissão podem ocorrer ainda que raramente, pelo leite cru de
cabra e da mulher, pelo sangue em transfusões, em acidentes de laboratório e em
transplantes de órgãos.

Principais sintomas

A toxoplasmose pode ser uma doença assintomática, Se o sistema imunológico estiver


fortalecido, o parasita pode permanecer inativo em tecidos do corpo do portador por toda
vida, sem que ele sequer saiba que foi infectado. Alguns poucos, porém, podem apresentar
sinais discretos da infecção semelhantes aos de um quadro viral comum, como dor no corpo
e de cabeça, febre, cansaço e linfonodos inflamados.
No entanto, se o sistema de defesa estiver debilitado, a infecção pelo Toxoplasma
gondii pode espelhar-se pelo cérebro, coração, fígado, músculos, pulmões, olhos, ouvidos.
Os sintomas surgem mais frequentemente nas pessoas que possuem o sistema
imunológico mais enfraquecido, como aquelas que fazem quimioterapia para o câncer, que
foram submetidos recentemente a transplantes e faz uso de drogas esteroidais como anti-
inflamatória e as drogas imunossupressas, são portadores do vírus HIV, ou em mulheres que
contraem a infecção durante a gravidez.
 
 Dor de cabeça e garganta;
 Manchas pelo corpo: exantema máculo-papular(vermelhidão em forma de pequenas
manchas e pápulas)
 Confusão mental;
 Encefalite
 Aumento do fígado e do baço
 Molestias pulmonares (pneumonite) e cardíacas (miocardite)
 Linfonodos aumentados, ou seja, gânglios espalhados pelo corpo;
 Dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira
 Problemas de audição
 Lesões na retina

 
Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose é feito pelo clínico geral ou infectologista através da


avaliação dos sintomas e da realização do exame de sangue para detectar a presença de
anticorpos IgG e IgM no corpo, que são produzidos para combater o parasita causador da
doença. É importante investigar se a pessoa é portadora de moléstias ou faz uso de
medicamentos que podem comprometer o sistema imune, os hábitos alimentares, se entrou
em contato com áreas onde vivem felinos domésticos ou silvestres.
No caso de mulheres grávidas com resultado positivo para os anticorpos IgG e IgM, o
obstetra pode recomendar uma amniocentese após 15 semanas de gravidez para confirmar
se a toxoplasmose foi transmitida da mãe para o bebê. Além disso, embora não sirva para
diagnosticar a toxoplasmose no feto, o médico deve solicitar um ultrassom para verificar se o
bebê possui alterações causada pela toxoplasmose, como hidrocefalia.
.  O Toxoplasma gondii pode ser classificada em alguns tipos de acordo com o órgão
atingido pelo parasita, sendo os principais:

1. Toxoplasmose ocular

A toxoplasmose ocular acontece quando o parasita atinge o olho e afeta a retina,


causando uma inflamação que pode levar à cegueira se não for tratada a tempo. Essa
doença pode afetar os dois olhos, e os prejuízos na visão podem ser diferentes para cada
olho, podendo ocorrer diminuição da visão, vermelhidão ou dor no olho.
Os pacientes costumam apresentar sintomas como visão turva ou embaçada,
fotofobia, dor nos olhos, presença de moscas volantes ou alterações nas formas do que vê.
Essa complicação é mais comum de acontecer no bebê como consequência da
infecção durante a gravidez, principalmente se o feto for infectado no início da gestação, mas
também ocorrer em pessoas com o sistema imunológico mais comprometido, apesar de ser
pouco frequente.

2. Toxoplasmose congênita

A toxoplasmose na gravidez provoca a toxoplasmose congênita, que é quando o


bebê é infectado por essa doença ainda no útero da mãe. A toxoplasmose na gravidez pode
levar a consequências graves, como malformações do feto, baixo peso ao nascer, parto
prematuro, aborto ou morte do bebê ao nascer.
As consequências para o bebê variam de acordo com a idade gestacional em que
aconteceu a infecção, havendo maior risco de complicações quando a infecção acontece
mais perto do fim da gestação, existindo maior risco de inflamações nos olhos, icterícia
intensa, aumento do fígado, anemia, alterações cardíacas, convulsões e alterações
respiratórias. Além disso, pode haver alterações neurológicas, retardo mental, surdez, micro
ou macrocefalia, por exemplo.
Todo RN suspeito para toxoplasmose congênita deve ser submetido à investigação
completa para o diagnóstico final, incluindo exame clínico e neurológico, exame
oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou
tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática

3. Toxoplasmose cerebrospinal ou meningoencefálica

Esse tipo de toxoplasmose é mais frequente em pessoas diagnosticadas com AIDS e


normalmente está relacionada com a reativação dos cistos de T. gondii em pessoas que
possuem a infecção latente, ou seja, que foram diagnosticadas e tratadas, mas o parasita
não foi eliminado do organismo, permitindo que se deslocasse até o sistema nervoso.
Os principais sintomas desse tipo de toxoplasmose são dor de cabeça, febre, perda
da coordenação muscular, confusão mental, convulsões e cansaço excessivo. Caso não
seja identificada e tratada, a infecção pode levar ao coma e colocar a vida em risco.

Tratamento

A maioria das pessoas saudáveis não necessita de tratamento para a toxoplasmose,


já que o organismo é capaz de combater o parasita naturalmente.
No entanto, na presença de sintomas, o tratamento deve ser feito com remédios que
devem ser indicados pelo médico, como a Pirimetamina, Sulfadiazina e Ácido fólico,
usados ao mesmo tempo , por 2 semanas de acordo com a orientação médica.
Nas gestantes, dependendo da fase da gravidez, o tratamento pode ser feito com o
antibiótico Espiramicina, ou com a Pirimetamina, Sulfadiazina e Ácido fólico, conforme
orientação do obstetra. 
Não há vacina para toxoplasmose até o momento

Notificação Compulsória

A Toxoplasmose gestacional e congênita passaram a ser de Notificação


Compulsória, através da publicação da Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016 (que
dispõe sobre Doenças e Agravos de Notificação Compulsória)..

O Ministério da Saúde, por meio da Lista de Notificação de Doenças e Agravos


Compulsórios, recomenda o monitoramento dos casos de toxoplasmose congênita (CID 10
P37.1) e toxoplasmose gestacional (CID 10 O98.6), com a notificação semanal para as
esferas municipal, estadual e federal.

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