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Didática
UNIDADE 4
A Prática do Planejamento Didática | UNISUAM
A Prática do
Planejamento
Objetivo do estudo
- Descrever sobre a relação objetivo/conteúdo e a determinação dos procedimentos de ensino.
- Dissertar sobre os recursos de ensino e as novas tecnologias.
- Distinguir os termos interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
- Dissertar sobre a Pedagogia de Projetos.
o plano de ensino
nada mais é do que
um planejamento
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Apresentação
Nesta última unidade, veremos alguns aspectos fundamentais em relação ao planejamento
de ensino e ao seu processo de construção, e o quanto ele é importante no direcionamento
organizacional do processo ensino-aprendizagem.
Veremos que o plano de ensino nada mais é do que um planejamento, em que o professor
organiza os objetivos, os conteúdos e as metas que pretende alcançar com os seus alunos.
Ficaremos a par de como elaborar planos de ensino que superem a tendência tecnicista.
Por fim, falaremos sobre Pedagogia de Projetos e sua contribuição para uma (re)significação
dos espaços de aprendizagem. Aprenderemos também sobre as características e as etapas
de um projeto.
Vamos começar?
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T1 A Relação Objetivo/Conteúdo e a
Determinação dos Procedimentos de Ensino
Continuando a nossa conversa sobre o planejamento e tendo como fundamentação teórica
básica o behaviorismo americano, os professores foram iniciados na técnica de elaborar
planejamento, desenvolvendo habilidades específicas na "operacionalização de objetivos",
"seleção dos conteúdos coerentes com os objetivos propostos", "seleção de estratégias de
ensino coerentes com os objetivos e conteúdos propostos" e, finalmente, na organização da
"avaliação dos objetivos educacionais propostos".
Fonte: http://bit.ly/1O9NyVK
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• Objetivo educacional - "É uma proposição sobre uma mudança comportamental desejada...
(objetivos imediatos e objetivos últimos)...". Os objetivos devem ser operacionalizados em
"objetivos instrucionais, que são proposições específicas sobre as mudanças esperadas no
comportamento dos alunos...", e devem prever mudanças nos domínios "cognitivo", "afetivo" e
"psicomotor'. Os objetivos comportamentais devem descrever o que o aluno precisa fazer ou
realizar para mostrar que está atingindo o objetivo. Um exemplo interessante e significativo,
que aparece no mesmo texto (Projeto 70 - Núcleo Experimental da Lapa - Subsídios para o
Planejamento do Trabalho, p. 5), merece aqui ser revisto criticamente; refere-se à distinção
entre objetivo mais amplo e objetivo mais específico, instrucional, no qual o aluno apresenta
o comportamento esperado. "A proposição 'Apreciar o significado da Democracia' seria mais
claramente comunicada em termos de: 'Ser capaz de comparar as formas comunistas e
democráticas de governo'."
Além do aspecto técnico da definição mais operacional de objetivo, esse exemplo também
traz uma escolha de valor em si, a favor do capitalismo e contra o comunismo. Tal exemplo,
portanto, foi muito propício para o momento histórico da época. Vale pensar mais nisso.
• Estratégia instrucional - "Uma vez definidos os objetivos que constituem o ponto de partida
para qualquer estratégia instrucional, cumpre ao professor e supervisor o planejamento de
procedimentos, métodos e técnicas que visam engajar o aluno em situações capazes de
produzir aprendizagens..."
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IDENTIFICAÇÃO DO PLANO
Nome da escola:
Disciplina:
Professor:
Tipo de plano (anual, semestral, bimestral):
Curso:
Série:
Data:
* As setas representam a ordem lógica (formal) pela qual os componentes do plano deveriam ser elaborados,
independentemente das condições pessoais e profissionais dos professores, como também das suas condições objetivas
de trabalho.
Foi, portanto, tendo como fundamentação teórica básica o behaviorismo americano, que teve
início, pelo menos no Estado de São Paulo, a "tendência tecnicista", influenciando a elaboração
de planos de ensino, o que, de certa forma, explica a situação atual do planejamento do
ensino na maioria das escolas públicas, desenvolvido de forma mecânica e burocrática.
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Mas como elaborar Planos de Ensino que superem a "Tendência Tecnicista" que tanto
Afeta o Processo do Planejamento do Ensino?
Elaborar, executar e avaliar planos de ensino exige que o professor tenha clareza (crítica):
da função da educação escolar na sociedade brasileira; da função político-pedagógica dos
educadores escolares (diretor, professores, funcionários, conselho de escola); dos objetivos
gerais da educação escolar (em termos de país, estado, município, escola, áreas de estudo e
disciplinas), efetivamente comprometida com a formação da cidadania do homem brasileiro;
do valor dos conteúdos como meios para a formação do cidadão consciente, competente e
crítico; das articulações entre conteúdos, métodos, técnicas e meios de comunicação; e da
avaliação no ensino-aprendizagem.
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O contato direto com professores tem revelado certo grau de insatisfação destes em relação
ao trabalho de planejamento. O que se ouve, com certa frequência, são falas do tipo:
“Eu acho importante planejamento, mas não da forma como vem sendo realizado”;
“Eu acho que dá para trabalhar sem planejamento”;
“Do jeito que as coisas estão, impossível planejar o meu trabalho docente; vivo de constantes
improvisações’;
“Eu não acredito nos planejamentos tecnicistas que a Rede vem elaborando mecanicamente
e que nada têm a ver com a sala de aula”;
“Eu sempre transcrevo o planejamento do ano anterior, acrescento algo quando dá, entrego
e pronto. Cumpri a minha obrigação”.
Diante desta realidade, uma questão necessita ser colocada: por que os professores percebem
e apresentam estas atitudes diante do planejamento do trabalho pedagógico? Isto não seria
uma ponta do problema? Como superá-lo?
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As respostas apresentadas não esgotam as questões, devendo gerar outras tantas e, assim,
de pergunta em pergunta, teceremos nossa competência técnico-política como superação
para os problemas básicos que afetam as nossas escolas: a evasão, a retenção e a má
qualidade do ensino.
http://images.slideplayer.com.br/9/2550861/slides/slide_1.jpg
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É preciso articular o contexto social da geração ao que nela está presente e a ela interessa.
Destacar um recurso, seja ele qual for, como benéfico para um determinado fim, requer
identificar contribuições, facilidades, aceitações e quaisquer outras características positivas
que realmente comprovam o uso deste recurso como viável para o que se propõe. No caso
da educação, quem comprova o benefício do recurso é o aprendiz, por meio dos avanços
que obtém com a utilização da ferramenta.
Quando se fala em avanço na educação, fala-se de contribuições para que o indivíduo tenha
uma aprendizagem individual e coletiva que lhe permita viver melhor, ser mais ativo,
questionar mais, intervir mais e atuar mais. As Tecnologias da Informação e Comunicação
podem ser consideradas recursos que têm contribuído com esse avanço, pois conforme
ressalta Vallin (2007), estas permitem:
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síncronos
assíncronos
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O uso do computador, aliado à internet, possibilita habilidades técnicas, bem como o acesso
à informação, que pode gerar aprendizagem além de trabalhar o fator cognitivo, pois o
indivíduo tem a possibilidade de interligar os conhecimentos, experiências e informações de
sua realidade às novas informações obtidas, podendo assim alcançar novos conhecimentos
e descobrir novas possibilidades.
Porém, não bastam recursos que possibilitem novas formas de fazer se não houver
profissionais competentes para orientar o aprendiz a realizar um bom uso do recurso.
O educador capaz de lidar com essa nova tendência deve, acima de tudo, ter em mente que
o professor não é mais o único detentor do conhecimento e sua missão não é mais transmitir,
mas sim, mediar, colaborar e atuar como parceiro.
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pare e reflita
Você sabia que as relações do homem com o meio
ambiente, a interação dos seres humanos entre si e
com seu meio social e cultural vêm sendo modificadas
ao passar dos anos, por conta da tecnologia?
saiba mais
Para saber sobre novas posturas educacionais, leia o
texto “O processo de ensino-aprendizagem apoiado
pelas tics: repensando práticas educacionais”, de
Ketiuce Ferreira Silva e Sertório Amorim e Silva Neto.
http://www.ketiuce.com.br/TDAE/Artigo_TDAE_
Ketiuce2.pdf
E caso queira conhecer mais sobre a evolução dos Em diferentes momentos da história da educação,
recursos de ensino aprendizagem, visite o endereço: constatamos que a tecnologia faz parte de fazer pedagógico.
http://www.ceismael.com.br/oratoria/recursos_ A presença da tecnologia vem se tornando cada vez mais
audiovisuais.pdf marcante à medida que o processo de escolarização vai
atingindo um contingente cada vez maior de pessoas e
institucionalizando-se. Mas não é só a tecnologia na escola
que vai resolver a sua situação metodológica e didática.
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Podemos afirmar que antes do século XXI, as tecnologias atuavam com aplicação de
técnicas para a solução de problemas educativos, em que se procurava controlar o sistema
de ensino-aprendizagem como aspecto central e a garantia de qualidade, preocupando-se
com as adequações às necessidades e à realidade dos educandos.
No início do século XXI as tecnologias começam a ser vistas e usadas em uma outra
perspectiva no processo educativo. Elas passam a ser consideradas como elementos
estruturantes de “novas” aprendizagens, com o objetivo de expressar a diversidade das
culturas e dos processos pedagógicos.
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É importante salientar que a decisão didática sobre os meios a serem utilizados não deve
ser feita em função da sua modernidade ou provável eficiência, mas sim da adequação às
metas educacionais previstas. Saiba que o valor instrumental não está nos próprios meios,
nas na maneira com se integram na atividade didática.
saiba mais
Gostaria de saber mais sobre a importância das Tics
na Educação? Leia a entrevista com Marise Brandão,
Orientadora Tecnológica Educacional do Governo
No início do
século XXI as
do Estado do Rio de Janeiro. Acesse o endereço:
http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-
anteriores-entrevistas/a-importancia-das-tics-
tecnologias
na-educacao:
começam a ser
vistas e usadas
em uma outra
perspectiva
no processo
educativo
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T3 A Questão da Interdisciplinaridade e
Transdisciplinaridade
A interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período
marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino
mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época.
Dessa reivindicação, surge a interdisciplinaridade, com o intuito de promover a sintonia
entre as grandes áreas do conhecimento, esclarecer seus vínculos e avaliar os resultados
dessa integração.
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Data do século XIII aquilo que pode ser chamado de movimento pioneiro de
um ensino integrado que agrupava campos do conhecimento denominados
de ciências e letras nas universidades europeias: o trivium, arte das palavras
e dos signos (Gramática , Retórica e Dialética) e o quadrivium, arte das coisas
e dos números (Aritmética, Música, Astronomia e Geometria) (TRINDADE ,
2006, p. 67).
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T4 A Pedagogia de Projetos
Os projetos de aprendizagem ou de trabalho contribuem para uma (re)significação dos
espaços de aprendizagem, de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos,
reflexivos, atuantes e participantes. (HERNANDEZ, 1998)
A partir da escolha de um tema, o aprendiz realiza pesquisas, investiga, registra dados, formula
hipóteses, tornando-se sujeito do seu próprio conhecimento. Segundo Nogueira (1998):
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A pedagogia de projetos tem como pressuposto básico a ação do aluno sobre seu processo
de aprendizagem.
É importante que aluno não dependa somente das escolhas do profissional de ensino; decida
e se comprometa com o que foi escolhido para se trabalhar; possa projetar-se no tempo,
planificando suas ações e suas aprendizagens; torne-se responsável; seja sujeito de sua
aprendizagem, produzindo algo que tenha significado e utilidade.
No trabalho com projetos, não se trata mais dos alunos executarem passivamente o que se
pede como:
• Conhecerem os objetivos;
• Aprenderem a planejar seu trabalho, distribuindo-o nas várias etapas necessárias
para sua execução;
• Comprometerem-se pessoalmente com o trabalho;
• Interagirem com os colegas para confrontar e melhorar suas produções.
• Tema: Muitas vezes a escola traça o tema central e outras o próprio aluno.
Na verdade, o tema é o primeiro grande norteador do projeto. É a partir do
tema que os alunos viajam em criatividade. É preciso lembrar que um critério
básico para a nossa proposta é o de priorizar a seleção dos temas escolhidos
pelas crianças.
• Séries Envolvidas: São as séries que vão desenvolver o projeto. Deve-se levar
em conta a adequação da proposta do projeto às faixas etárias envolvidas.
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O que não se pode distanciar nessa polêmica, é o ponto central da Pedagogia de Projetos:
o envolvimento de todo o grupo com o processo.
Um tema pode surgir dos alunos, mas isso não garante uma efetiva participação destes no
desenvolvimento de projeto.
O que caracteriza o trabalho com projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dado
a esse tema, no sentido de torná-lo uma questão do grupo. Portanto, os problemas ou
temáticas podem surgir de um aprendiz em particular, de um grupo de aprendizes, da turma,
do professor ou da própria conjuntura. O que se faz necessário garantir é que esses temas
passem a ser de todos.
https://www.youtube.com/watch?v=-GqZVYdHZfI
Trabalhando com Projetos A elaboração (coletiva/individual) dos planos de ensino
depende da visão de mundo que temos e do mundo que
https://www.youtube.com/watch?v=dQ7aifxh16Y queremos, da sociedade brasileira que temos e daquela que
queremos, da escola que temos e daquela que queremos.
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Até a próxima!
Referências Bibliográficas
BIZZO, N. Ciência: Fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
FERREIRA, F.W. Planejamento; sim e não. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
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