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V SIMPGEO Agosto de 2010 - EIXOS TEMÁTICOS/GRUPOS DE

TRABALHO: Dinâmica ambiental da paisagem.

AS DIFERENTES PAISAGENS COM REGISTROS PARA ONÇA-PINTADA


(Panthera onca Linnaeus, 1758) NO MOSAICO FLORESTAL NÃO PROTEGIDO
NA REGIÃO DOS RIOS PARANÁ-PARANAPANEMA, BRASIL.

Kauê Cachuba de ABREU¹²³, Laury CULLEN Jr.²


¹ Programa de Pós Graduação em Geografia – PPGG/UFPR;
² Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ;
³ cachubaabreu@hotmail.com

RESUMO.

A paisagem onde uma espécie silvestre vive determina muitos fatores para a sua
sobrevivência, no caso de grandes animais vertebrados a disponibilidade de diferentes
recursos como alimentos, locais adequados de habitats com boa qualidade para abrigo,
são fatores determinantes para termos garantidas a sobrevivência e perpetuação de
diferentes espécies silvestres em uma região. A paisagem pode favorecer como
pressionar a população de uma espécie silvícola, que necessita de grandes porções de
habitas florestais contínua ou com certa conectividade entre seus remanescentes. Para
muitas espécies estes fatores são desconhecidos e em muitas situações são fundamentais
para desenhar e aplicar diferentes estratégias para a conservação de espécies ameaçadas
de extinção. Em muitos casos obter a base de informações sobre uma determinada
espécie é difícil por diferentes fatores, para este trabalho vamos utilizar a base de dados
obtidas através de diferentes técnicas de monitoramento da população remanescente da
espécie Panthera onca (onça-pintada) no remanescente dos ecossistemas associados da
calha natural do alto Rio Paraná, entre os estados brasileiros, São Paulo, Paraná, Mato
Grosso do Sul e a divisa internacional com o Paraguai. Nosso desafio agora é entender
se aqui as onças têm futuro. Ao todo, do alto Rio Paraná a Foz do Iguaçu, deveria haver
200 onças-pintadas, espalhadas pelos três estados que costeiam os rios. O número sobe
para 250, contando com as que vivem de lá para cá, entre a fronteira do Paraguai e da
Argentina. Confinadas nos fragmentos florestais e nos resíduos de cerrado que lhes
restaram, suas chances de desaparecer, até 2057, estão orçadas em 68%. Com uns dez
anos mais, serão extintas também nas várzeas bem conservadas do Ivinhema, ou dez
anos menos, na capoeira da Ilha Grande. Não é de hoje que as onças se esquivam da
presença humana sobre o território que elas antes existiam na América do Sul, perderam
40% dessa área. Pretendemos como foco da pesquisa desenvolvida no Programa de Pós
Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná, analisar o uso dos
diferentes tipos de cobertura do solo, correlacionando com o uso pela espécie Panthera
onca (onça-pintada) no mosaico florestal do alto Rio Paraná.

PALAVRAS-CHAVE: Uso do Habitat, Panthera onca, Alto Rio Paraná, Unidade de


Conservação, Paisagem.

INTRODUÇÃO.

Os efeitos das alterações na estrutura das comunidades florestais e animais, como os


desequilíbrios populacionais, influenciam a ocorrência e uso dos remanescentes
florestais pelas diferentes espécies silvestres (Redford, 1992; 1997; Bodmer, 1989;

1
Cullen Jr. et al., 1999; 2000; 2001; 2003), uma vez que o habitat é antropomorfizado,
ele pode não ser mais adequado para determinadas espécies (Anjos,1998).
Para muitas espécies da flora e fauna, o gradiente de vegetação formado pelo mosaico
da regeneração natural disponibiliza uma infinidade de oportunidades de habitas
disponíveis para a colonização e uma grande gama de fontes de alimentos (Campos,
1997; Campos et al., 1997; Cullen et al., 2003) que são utilizadas por muitas espécies
da flora e da fauna.
Muitas das dificuldades encontradas por um espécime de grande vertebrado, que realize
incursões pela paisagem, são a falta de porções de florestas adequadas para
permanência, conectividades da paisagem alem das distâncias desprotegidas de
cobertura florestal a serem percorridas no mosaico florestal.
Considerando ainda que para a espécie em questão, faltam muitas informações
quantitativas sobre seleção de habitat, home range e movimentação referente à
ambientes de Floresta Estacional semidescidual, estas informações estão menos
disponíveis na literatura quando comparados a ambientes mais úmidos de outras
florestas tropicais (Cullen Jr. et al., 2005).
Os grandes vertebrados predadores apresentam em suas características ecológicas, a
utilização de amplas áreas de vida, necessitando de grandes espaços florestais de boa
qualidade para procurar alimento, movimentar se sazonalmente e atender as
necessidades demográficas (Quigley & Crawshaw Jr., 1992), com este entendimento,
fica difícil hoje mantermos populações viáveis a longo prazo (50 indivíduos em 50
anos) (Eiziriki et al., 2002) em paisagens com alto grau de modificação das suas
características naturais.
Considerando ainda que não existam evidencias de que, nos próximos anos, haverá uma
diminuição significativa das ações antrópicas que já provocaram a redução e a
degradação de grandes porções florestais na região deste estudo, o que fundamenta as
preocupações com a possibilidade da completa eliminação daquelas que ainda persistem
(Ditt, 2002).
Neste texto pretendemos correlacionar às diferentes localizações obtidas com o
monitoramento das onças-pintadas com as diferentes categorias de uso e cobertura do
solo na paisagem fragmentada dominada por atividades humanas na região do alto Rio
Paraná.

OBJETIVOS.

Para este trabalho utilizamos neste texto informações coletadas em campo para
correlacionar os diferentes tipos de cobertura e uso do solo na região de estudo com os
pontos de registros para a onça-pintada.

MATERIAL E MÉTODOS.

ÁREA DE ESTUDO.

Entre os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e a divisa internacional com
o Paraguai, encontramos os remanescentes da planície de inundação do alto Rio Paraná,
esta localizada entre as coordenadas 23° 15’ a 24° 05’S e 53° 40’ a 54° 17’ W,
conhecido também como “Varjão do Rio Paraná”(Maack, 1968; Campos et al., 1994).
Com o barramento do Rio Paraná pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, 40%
desse ecossistema foi alagado, restando os outros 60% (aproximadamente 3.375 km2)

2
como o último remanescente desse ecossistema no único trecho livre de barragens do
Rio Paraná em território brasileiro (Agostinho & Zalewski, 1996).
Nesta região a tipologia original da Florestal Estacional semidescidual fora reduzida à
apenas 5% da vegetação original, e hoje temos na porção do pontal do Rio
Paranapanema (Diehl 2003, Durigan & Franco 2003), como os mais expressivos
remanescente o Parque Estadual do Morro do Diabo (PEMD)(36.000 ha) e a Estação
Ecológica Mico-Leão-Preto (EsEcMLP)(6.677 ha), e na porção noroeste do território
paranaense, aonde aproximados 2% da tipologia florestal é remanescente em
fragmentos esparsos (SOS Mata Atlântica, 2001), encontramos a Estação Ecológica do
Caiuá (EsEcC) (1.647 ha), algumas RPPNs e fragmentos florestais, com áreas inferiores
a 2.000 ha (Ferrari-Leite 1998, Ditt, 2002; Valladares-Padua et al., 2002; Diehl 2003;
Cullen Jr. et al., 2005²; Cullen Jr., 2006; Abreu et al., 2008).
Na região central do remanescente temos delimitado o Parque Estadual das Várzeas do
Rio Ivinhema (PEVRI)(MS), resguardando importante remanescente dos ecossistemas
associados da planície de inundação do Rio Paraná.

Figura 1. Esquema de localização e distribuição das geocenoses para a Mata Atlântica em toda a sua
distribuição, ressaltando em verde claro o domínio das florestas do alto Rio Paraná (Di Bitteti et al,
2003).

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Figura 2. Mapa da redução histórica das florestas na região do Rio Paraná (Fonte: Di Bitteti et al., 2003.
http://assets.wwf.org.br/downloads/altoparana_sumario_executivo.pdf).

Na porção sul deste remanescente localiza-se o Parque Nacional de Ilha Grande (PNIG)
com 78.875 hectares, nas coordenadas 23°16’ a 24°04’ S e 53°43’ a 54°14’ W, formado
pelo conjunto das ilhas que compõem o arquipélago fluvial de Ilha Grande ou das Sete
Quedas e por áreas de várzeas marginais ao leito do Rio Paraná (CORIPA, 1997).
Na paisagem não protegida por UCs de uso indireto, como a APA das Ilhas e Várzeas
do Rio Paraná (APAIVRP), encontramos muitos destes remanescentes em propriedades
privadas, com pequeno valor social e econômico associado a eles, havendo as pressões
política, demográfica e econômica, que resultam em exploração excessiva e uso
insustentável dessas florestas, que ainda sofrem os efeitos deletérios da fragmentação e
mesmo assim representam importantes porções para a manutenção dos ciclos ecológicos
(Cullen et al., 2001; Ditt, 2002; Durigan & Franco 2003; Cullen et al., 2005¹, Tófoli &
Lima, 2006; Cullen Jr., 2006).

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Figura 3. Na região entre os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e a divisa internacional
com o Paraguai, onde encontramos a planície de inundação do alto Rio Paraná, mostrando em verde
escuro as Unidades de Conservação de uso indireto (25 – Parque Estadual Morro do Diabo (SP); 28 –
Estação Ecológica do Caiuá (PR); 24 – Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (MS); 9 – Parque
Nacional de Ilha Grande (PR/MS); 6 – Carapá, 15 – Limoy, 10 – Itabó e Tati yupi (PY); 30 – Parque
Nacional do Iguaçu (PR) e em verde claro as Unidades de Conservação de uso direto (26 – APA do
Pontal do Paranapanema (SP) e 29 - APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná (MS/PR)) (Fonte: Di Bitteti
et al., 2003).

O Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná é composto, principalmente, por


zonas úmidas (wetlands) que se estendem por 1 milhão e meio de hectares, ao longo do
Rio Paraná e afluentes, desde Missiones na Argentina, através do lago de Itaipu entre
Brasil e Paraguai, passando pelas fronteiras entre Paraná e Mato Grosso do Sul e São
Paulo (Figura 3), além do lago da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera e incorporando
áreas protegidas ao longo do Rio Paranapanema (Campos & Agostinho, 1997;
Valadares-Padua & Cullen, 1999; IAP/CORIPA, 1999; CORIPA, 1999, 2001; Motta,
2001; Di Bitteti et al, 2003; IAP, 2006).

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Figura 4. Composição de imagens tratadas com infravermelho da região norte do alto Rio Paraná, área deste
estudo, mostrando os grandes remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual Montana, Sub Montana e
Aluvial (em tons de vermelho), e as formações pioneiras de influência fluvial (em tons de verde escuro) (Fonte:
Programa Detetives da Paisagem 2002).

Figura 5. Imagem mostrando a cobertura e uso do solo predominante na região, demonstrando o grau de
transformação das florestas nativas (Fonte: Programa Detetives da Paisagem 2004).

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METODOLOGIA.

Para a realização deste texto consideramos somente os registros obtidos em campo por
metodologias tradicionais de acompanhamento de espécies silvestres de médios e
grandes vertebrados (Margarido, 1994; Crawshaw, 1995; Ditt, 2002; Karanth et al.,
2002; Pardini et al., 2003; Long et al., 2008), assim as diferentes localizações dos
diferentes exemplares da espécie foco deste trabalho foram obtidas através de
metodologias de monitoramento direto e indireto, como visualizações ocasionais,
registros de abate por caça, utilização de cães rastreadores, ataques em criações
domésticas, fezes, pegadas e rastros com as características da espécie onça-pintada.
Estes dados foram obtidos pela equipe e colaboradores do Programa Detetives da
Paisagem (IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas,
http://jaguardetectives.wildlifedirect.org/), resgatados e obtidos durante os anos de 1995
até 2010.
Para tanto ordenamos em diferentes categorias da cobertura e uso do solo bem como as
diferentes tipologias e estágios de regeneração segundo IBGE (1992) (Tabela 1) e
cruzamos com as localidades dos pontos referentes aos registros da espécie foco.

Tabela 1. Diferentes categorias das tipologias florestais (Fonte: IBGE, 1992).


Categorias de uso do solo.
Campo cerrado
Várzea 1º alterada
Fragmento Várzea 2º
Aluvial 1º alterada
Aluvial 2º avançada
Fragmento Aluvial 2º inicial
Sub Montana 1º alterada
Sub Montana 2º avançada
Fragmento Sub Montana 2º inicial
Montana 1º alterada
Montana 2º avançada
Fragmento Montana 2º inicial
Cultivo (Cítrico, Café, Pastagem, Cana de açúcar)
Adensamento humano (Urbano <1000hab/1km)
Adensamento humano (Rural >1000hab/1km)
Fragmento regeneração 1 (capoeira)
Fragmento regeneração 2 (capoeirão)

Para a correlação entre os dados de hábitat e os pontos conhecidos de registros da onça-


pintada, foram trabalhadas através de imagens Landsat, usando tanto o conhecimento de
campo como a classificação das imagens de satélite Landsat 7ETM, onde os dados
foram analisados e comparados, assim obtemos informações qualitativas e quantitativas
referentes a presença e o uso dos elementos da paisagem.

RESULTADOS.

Foram obtidos 56 registros para a espécie onça-pintada (Panthera onca), através de


diferentes metodologias utilizadas em diferentes localidades da região noroeste e oeste
do estado do Paraná referente à existência e movimentação de exemplares da espécie
entre os anos de 1982 à 2010, sendo que destes 17 são em importantes rotas de conexão
entre as bacias hidrográficas, 14 estão localizados em áreas do CBCIG, 14 foram no
entorno imediato das UC’s de uso indireto e 11 no interior das UCs da região.

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14

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Conexão
Corredor
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UC
APA
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Figura 6. Números de registros para a espécie onça-pintada nas diferentes categorias de importância
(Azul: Conexões; Vinho: Corredores; Caqui: UCs; Verde: APA) para à manutenção da espécies foco na
região do estudo.

As unidades de paisagem estão sendo preparadas para futuras analises considerando a


aptidão do solo, dinâmica dos elementos na paisagem, presença de trampolins,
possibilidades de conectividade dos elementos florestais para possibilitar transito dos
exemplares transeuntes da espécie foco, existência de fragmentos com capacidades para
propiciar refúgio e possíveis rotas de conexão entre os grandes fragmentos florestais.

Figura 7. Unidade amostral Caiuá, onde vemos na imagem a represa de Rosana no Rio Paranapanema,
divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, imagem mostrando os registros da onça-pintada (pontos
amarelos) no mosaico florestal entre as Unidades de Conservação indicadas: Estação Ecológica do Caiuá
(1), Parque Estadual do Morro do Diabo (2), Reserva Particular do Patrimônio Natural Matão (5) e Cristo
Rei (3), Monumento Natural Três Morrinhos (4) e Parque Estadual de Amaporã na região de Paranavaí
(área urbana indicada pelo numero 7).

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Figura 8. Unidade amostral Perobas, mostrando o mosaico da paisagem na região centro oeste no Estado
do Paraná, altamente modificada devido a expansão de atividades humanas, onde vemos indicadas as
áreas urbanas de Tuneiras do oeste (3), Tapejara (4) e Cianorte (5), os pontos amarelos são registros para
onça-pintada e os principais remanescentes da unidade amostral são a Reserva Biológica das Perobas (1)
e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Ariranha (2).

Figura 9. Imagem mostrando a Reserva Biológica das Perobas e sua APA com o uso do solo (Laranja:
cana de açúcar; Em tom Marrom: café; verde claro: remanescente de Floresta Estacional Sub Montana;
Cáqui: lavoura. Fonte: ICMBio, 2008).

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DISCUSSÃO.

Com base nas informações oriundas do monitoramento dos exemplares na região do


PEMD e PEVRI (Sana et al., 2003, 2006; Cullen Jr. et al., 2005; Cullen Jr., 2006)
extrapolamos e discutimos a seleção e o uso das diferentes geocenoses e geofaces para o
remanescente populacional na estrutura espacial da metapopulação de onças na região
do Alto Rio Paraná-Paranapanema. Essa conexão entre os dados de hábitat e o modelo
de metapopulação foi possível graças ao programa de dados espaciais construído
utilizando-se o software Ramas-GIS (Akçakaya, 2004). Esse programa usa os dados
espaciais de exigências de hábitat das espécies, como por exemplo, os mapas de
cobertura gerados pelo GIS, e combina esses dados em um mapa de potencial de
adequação do hábitat (HS) em função de suas características e atribuições. Esse mapa
então é usado para encontrar manchas de hábitat, por intermédio da identificação das
áreas de alto potencial de adequação para e espécie em questão sobreviver.

Figura 10. Imagem tratada em infravermelho com os pontos em amarelo referente as localizações do
macho adulto M1 no Parque Estadual do Morro do Diabo, ressaltando nos quadros o uso de pequenos
fragmentos no entorno imediato mesmo os separados pelo Rio Paranapanema, divisa entre os Estados do
Paraná e São Paulo (Fonte: Cullen Jr. 2006).

A seletividade de hábitat foi então definida, comparando-se a disponibilidade (A) e a


utilização (U), usando-se o índice de seletividade de Ivlev (1961), qual seja: índice de
seletividade = (U-A)/(U+A). A seleção de hábitat foi avaliada em uma escala bruta
(equivalente à ampla visão da exigência de um animal), onde as localizações das onças
inclusas nas categorias de hábitat foram feitas na mesma proporção de sua
disponibilidade no local de estudo.

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Tabela 3. Disponibilidade e seleção de hábitat pelas onças-pintadas na área do Morro do Diabo (Fonte:
Cullen Jr. et al., 2005)
Tipo de Hábitat (A) (U) Índice de
Proporção de Proporção de seletividade de
disponibilidade no localizações das IVLEV
local de estudo onças- pintadas
(%) (%)
Água 4,89 4,03 -0,09663
Floresta primária 2,56 12,63 0,66265
Floresta secundária 2,95 7,79 0,45048
Floresta aluvial 1,27 2,41 0,30943
Várzea primária 3,06 6,98 0,38971
Várzea secundária 11,69 24,19 0,34810
Agricultura 21,84 34,40 0,22343
Pasto 51,70 7,52 -0,74584

Tabela 4. Proporção da disponibilidade do habitat e as proporções de uso pela onças-pintadas monitoradas


na região da planície de inundação do alto Rio Paraná (Cullen Jr., 2006).
Tipo de habitat (A) (U) Índice de
Proporção de Proporção de seletividade
disponibilidade no localizações das de IVLEV
local de estudo (%) onças- pintadas (%)
Água 6.997 4.104 -0.26057
Floresta primária 5.239 13.841 0.45087
Floresta secundária 2.605 5.153 0.32848
Floresta aluvial 0.970 1.025 0.02754
Várzea primária 4.977 10.045 0.33734
Várzea secundária 11.013 25.695 0.39995
Agricultura 17.208 17.921 0.02030
Pastagem 50.991 22.216 -0.39307

As onças-pintadas selecionaram os tipos de hábitat de uma forma não aleatória em


comparação à disponibilidade na área amostral no PEMD. Embora as florestas primárias
e secundárias formem em conjunto uma pequena porcentagem dos habitats disponíveis
(5,51%), elas foram bastante selecionadas. Florestas aluviais, várzeas abertas ou densas
foram escolhidas em uma proporção equivalente ao dobro das suas respectivas
disponibilidades. Áreas de agricultura e habitats abertos e água foram pouco usadas.
Pastos abertos não foram selecionados.
Essas análises ressaltam a importância das florestas e várzeas como hábitat-chave para a
sobrevivência das últimas populações de onças-pintadas na região do Alto Rio Paraná-
Paranapanema (Cullen Jr. et al., 2005; Cullen Jr., 2006; Abreu et al., 2009). Resultados
similares também foram reportados para outras populações de onças em regiões
Neotropicais (Medellin et al., 2002; Eiziriki et al., 2002). Recomenda-se que esses
habitats sejam considerados altamente prioritários nas estratégias de manejo e
conservação da região, na abordagem de conservação da paisagem (Ex.: WWF e
IUCN). Exatamente por serem a floresta e a várzea os primeiros ambientes perturbados
pela invasão humana, eles atuam como pontos potenciais de fragmentação. Trilhas,
estradas e canais de irrigação são construídos e a supressão dos complexos de floresta e
várzea pode resultar em mais fragmentação dessas populações de onças-pintadas.
Considerando ainda as muitas variações das condições ambientais que muitas vezes são
difíceis de serem mensuradas (Wiens, 1976, 1985 apud Forman & Godron, 1986).

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Figura 11. Imagem tratada mostrando o mosaico de habitas mais favoráveis para a espécie em gradientes
de cor verde (as partes em verde mais intenso representam as melhores manchas de habitat para a
espécies), e em vermelho a região alterada quanto a sua geocenose natural (Fonte: Programa Detetives da
Paisagem 2005).

Referente à figura 11, apenas 2,6% do total da paisagem analisada estão cobertos pelas
três manchas consideradas mais adequadas, sendo uma área muito pequena
considerando-se as necessidades da onça-pintada. As manchas apresentam intervalos ou
espaços entre elas, que representam locais não adequados para atender às necessidades
de hábitat e distância de forrageamento da onça-pintada. Esses intervalos podem afetar a
conectividade da paisagem e a dispersão entre as grandes manchas.
Esta interferência também foi demonstrado para outro grande vertebrado, o tigre
(Panthera tigris), por Smith (1983), Sunquist et al., (1999) e Miquelle et al. (1999) as
distância percorridas por um exemplar dependem diretamente da densidade demografia
da população da espécie, adensamento humano dominante na paisagem e a
disponibilidade de fragmentos de florestas ciliares nas bacias hidrográficas e pressão
por perseguição humana.
Análises ressaltam a importância das florestas e várzeas remanescentes como “hábitat-
chave” para a sobrevivência das últimas populações de onças- pintadas na região do alto
Rio Paraná-Paranapanema. Resultados similares também foram reportados para outras
populações da onça-pintada em regiões Neotropicais (Sandersen et al., 2002; Medellin
et al., 2002). Recomenda-se que esses habitats sejam considerados altamente
prioritários nas estratégias de manejo e conservação.
Fica claro o fundamental papel das áreas florestais sob a influência do regime
hidrológico na planície de inundação do alto Rio Paraná, documentados nos trabalhos

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de Crawshaw et al.(1995), Sana (2003) e Sana et al.(2006) durante os anos de 1998 até
2002 as atividades do enchimento de Porto Primavera, que trouxe dois problemas
diretos para os grandes felinos, principalmente para a onça-pintada. Além da diminuição
de áreas favoráveis para a ocorrência da espécie, houve um aumento no contato dos
predadores com animais domésticos (gado) e uma conseqüente predação destes.
As onças-pintadas ocupavam quase exclusivamente as várzeas e o enchimento inundou
estas áreas, forçando os animais a se deslocarem para locais já ocupados pela pecuária e
com poucos refúgios. Portanto houve um deslocamento maior na busca por alimento e
refúgio além de um aumento na área de vida das onças. O contato maior com o gado e a
diminuição da disponibilidade de presas naturais aumentou os casos de predação sobre
o gado pela onça-pintada. Estas acabaram na sua maioria sendo mortas por fazendeiros,
em retaliação pelas perdas econômicas, acelerando a extinção local da onça-pintada.
Ainda há registros ocasionais, mas provavelmente de animais passageiros que não se
estabelecem pela falta de ambiente propício (Sana et al., 2006).
Com algumas referencias de estimativas para as áreas de vida de indivíduos de onça-
pintada na região do alto Rio Paraná (Crawshaw, 1995²; Cullen et al., 2005³; Paviolo et
al., 2005; Sana et al., 2006; Cullen Jr., 2006; De Angelo, 2009), com estas dimensões
são esperados valores baixos para registros da espécie atualmente e longas tentativas de
indivíduos transeuntes na paisagem, agravando ainda mais a situação da espécie
principalmente devido as pressões diretas sobre indivíduos e seu habitat (Chiarelo,
1999; Crawshaw, 1995¹²; Crawshaw et al., 2002; Di Bitteti et al., 2003; Cullen et al.,
2005¹³; Cullen Jr., 2006).

Figura 12. Imagem do uso do solo no entorno da região do Parque Nacional do Iguaçu Brasileiro e o
Parque Nacional del Iguazú Argentino, mostrando a grande transformação das florestas em espaços sem
uso restrito das coberturas florestais (Fonte: Programa Detetives da Paisagem 2009).

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Outro fator fundamental para garantir a permanência, sobrevivência e longevidade de
uma população viável da onça-pintada seria a conectividade da paisagem florestal entre
remanescentes florestais não protegidos e as grandes áreas protegidas, Considerando
ainda que a paisagem altamente modificada que separam importantes regiões
consideradas grandes fontes de biodiversidade, dificultam a permanência e o transito de
indivíduos, com uma paisagem hostil onde a maioria dos registros de exemplares foi em
unidades amostrais altamente modificadas quanto a sua cobertura florestal, estes são
retirados da população, devido a sua morte induzida (Bertarand, 1972; Wiens, 1976,
1985; Nucci, 2001; Rambaldi & Oliveira, 2003; Crawshaw et al., 2004; De Ângelo,
2009).
Considerando ainda que temos no mosaico florestal não protegido a maioria das porções
remanescentes das tipologias da Mata Atlântica encontram-se em pequenos fragmentos
esparsos na paisagem, geralmente caracterizando as matas de galerias nascentes e as
encostas íngremes protegidas por lei (áreas de preservação permanente, Código
Florestal de 1965) que transpõem propriedades particulares. O Decreto Federal nº 750
de 1993 dispõem sobre os limites e usos da Mata Atlântica e seus ecossistemas
associados, determinando as áreas de drenos naturais, matas ciliares, campos de
inundações e várzeas como áreas de preservação permanente, com funções ecológicas
importantes e fundamentais na conexão entre remanescentes florestais (Forman &
Godron, 1986; Câmara, 1991), assim temos demonstrado a sua estrema importância
para a manutenção da biodiversidade.

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