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SenarGO PPV CultProdGraos MOD5
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Cultivo
e produção
de grãos
2018. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
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http://ead.senargo.org.br/
SUPERINTENDENTE DO SENAR/AR-GO
Antônio Carlos de Souza Lima Neto
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Fernando Couto de Araújo e Sílvia Romano Ribeiro
Vamos iniciar o último módulo do curso! Veja o que você aprenderá em cada aula:
Aula 1: Ponto de
Você identificará o ponto de colheita de soja e milho.
colheita
Siga em frente!
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
AULA 1
Ponto de colheita
As extensas áreas de produção de grãos do país exigem que a colheita seja totalmente mecanizada.
Para uma boa eficiência na colheita, com menores perdas e maiores rendimentos operacionais, é
essencial ter o conhecimento necessário sobre o ponto ideal de colheita de grãos, o qual pode de-
terminar todo o sucesso da operação.
Objetivo da aula:
Identificar o ponto de colheita de soja e milho.
Você sabia que a produção de grãos no Estado de Goiás, bem como no Brasil, ocupa atualmente um
lugar de destaque dentro do setor do agronegócio?
Tome nota
As grandes áreas de cultivo e a alta tecnologia aplicada possibilitam
a colheita totalmente mecanizada e com baixos índices de perdas.
Compreendeu como é importante ter o conhecimento do ponto ideal da colheita de grãos? A seguir,
veja mais sobre a colheita do milho e da soja.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Colheita do milho
Teoricamente, a colheita do milho pode ser iniciada quando o grão se encontra maturo fisiologi-
camente. Genericamente, em tecnologia de sementes, a maturação fisiológica é definida quando
as sementes atingem a máxima matéria seca, que geralmente coincide com a máxima germinação
e o máximo vigor na maioria das espécies. Entretanto, em milho para grãos, o máximo acúmulo de
matéria seca ocorre depois do ponto de máxima germinação e máximo vigor.
Tome nota
Na prática, uma lavoura de milho é considerada fisiologicamente
matura quando as plantas estão totalmente secas, os grãos apre-
sentam umidade na faixa de 30% a 35% e com a identificação da
camada preta na região da extremidade anterior do grão. Para
acompanhamento do processo de maturação, tem-se utilizado a
linha do leite. A linha do leite é uma camada externamente visível
na face oposta ao gérmen, que limita a matriz sólida e a líquida do
endosperma. Durante o processo de maturação ela se desloca da
região da coroa para a base do grão, de modo que, na maturidade
fisiológica, o grão de milho não apresenta mais leite detectável em
seu endosperma.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Colheita da soja
Conheça a seguir alguns dos fatores que provocam perdas na colheita mecanizada de soja.
Retardamento da colheita
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Tome nota
Por outro lado, a colheita da soja com grãos fora da umidade ideal
pode ocasionar prejuízos elevados. Quando o teor de umidade dos
grãos de soja é inferior a 12,5%, os grãos se tornam duros e quebra-
diços, portanto facilmente danificáveis durante a colheita (dano me-
cânico imediato), principalmente se associados à intensificação da
rotação do cilindro trilhador da colhedora. Já os grãos de soja co-
lhidos com teor de umidade superior a 15% estão sujeitos a danos
mecânicos latentes. O alto teor de umidade requer que a rotação do
cilindro seja aumentada, pois as dificuldades de debulha aumentam.
Mesmo com a calibração e regulagem da colhedora que permita a colheita de soja com umidade aci-
ma de 15%, a colheita deverá ser feita se a propriedade tiver estrutura pós-colheita suficiente para rea-
lizar a secagem artificial da massa de grãos, antes de realizar o armazenamento ou a comercialização.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Para facilitar a colheita mecanizada em áreas de soja infestadas por plantas daninhas, pode-se rea-
lizar a dessecação da área com herbicidas específicos. A dessecação facilita a operação da colheita,
aumenta a qualidade dos grãos colhidos e permite antecipar o momento de colheita. Porém, não se
recomenda que a dessecação seja realizada na soja em estádios de desenvolvimento anteriores ao
R8, por ainda não ter atingido o máximo acúmulo de matéria seca. Para a produção de sementes de
soja, a dessecação no momento correto é de grande importância para a colheita, uma vez que reduz
o tempo em que a semente fica suscetível a perdas de qualidade no campo.
Síntese da aula
O ponto ideal de colheita é de grande importância para evitar perdas durante a operação. O ponto
ideal de colheita em culturas de produção de grãos se dá após o ponto de maturidade fisiológica,
especialmente quando atinge o teor de umidade entre 13% e 15%. A dessecação, especialmente em
culturas de porte baixo, tem a operação facilitada e pode antecipar a colheita e contribuir para a
redução de perdas na operação, quando realizada no momento correto.
Atividade de aprendizagem
Considere o ponto de colheita de culturas produtoras de grãos, analise as alternativas a seguir e
marque a correta:
a. A operação de colheita realizada antes ou após o ponto ideal não interfere na qualidade do
produto final.
c. O bom planejamento da colheita de soja, sem a necessidade de levar os grãos para o seca-
dor, deve considerar o teor de umidade ideal entre 13% a 15%.
d. As plantas daninhas não causam problemas no final do ciclo das culturas de grãos.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
AULA 2
Colheita mecanizada de grãos
A evolução dos métodos com os quais os produtos da agricultura são recolhidos e retirados dos cam-
pos, ou seja, a colheita, acompanhou a evolução tecnológica da sociedade.
Inicialmente, os produtos eram colhidos manualmente, pois havia um grande número de pessoas que
trabalhavam na agricultura. As tarefas tinham baixos rendimentos, dadas as limitações tecnológicas
existentes. À medida que a demanda por alimentos aumentou, como consequência do crescimento
da população urbana, tornou-se necessário o emprego de técnicas de colheita mais eficientes, o que
fez surgir a colheita mecanizada de grãos.
Objetivo da aula:
Reconhecer a importância da regulagem das colhedoras para redu-
ção de perdas de grãos na colheita e compreender as recomenda-
ções na operação de colhedoras de grãos.
Na colheita mecânica, o corte e a trilha são realizados por máquinas. Essa tecnologia está bem
adaptada à maioria das culturas produtoras de grãos. O emprego da colheita mecanizada reveste-se
de importância quando se considera o seu elevado desempenho operacional. Na colheita direta, que
é o método mais empregado em nossa agricultura, numa única operação são realizados o corte e a
trilha do material.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
A operação de colheita sofre influência de inúmeros fatores. A medida que os processos envolvidos
vão se tornando mais complexos, como é o caso da evolução para colheita mecânica, esses fatores
influenciam, de forma mais sensível, os resultados obtidos. Conheça os fatores mais relevantes:
A umidade dos grãos influencia diretamente a operação de trilha, pois cada cul-
tura apresenta uma faixa de umidade para que a operação seja feita de forma
Umidade ideal. Grãos submetidos a trilhagem com umidade muito elevada podem ser fa-
de grãos cilmente danificados, pois a sua resistência mecânica é baixa. Por outro lado,
grãos demasiadamente secos podem ser partidos pelos mecanismos trilhadores,
por terem pouca elasticidade.
Uma vez que na colheita mecanizada todos os grãos são colhidos, ou seja, não há
seletividade, é necessário que a cultura seja homogênea quanto à maturação dos
Uniformidade
grãos, ao porte das plantas, à porcentagem de desfolha e à declividade do terreno.
da lavoura
De outra forma, a eficiência da operação de colheita será prejudicada, tanto quan-
titativamente, quanto qualitativamente.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Colhedora autopropelida
A colhedora autopropelida é acionada por um motor próprio, que promove o seu deslocamento e o
acionamento de todos os seus mecanismos internos para realizar a colheita de grãos. Ela apresenta
menores problemas de manobra e operacionalização. Entretanto, trata-se de uma máquina complexa,
constituída por mais de 35 mil peças, de elevado custo inicial e de difícil manutenção, bem como exige
uma boa qualificação dos operadores.
Mecanismo Composto por plataforma de corte, molinete, barra de corte, sem fim alimentador
de corte e
(caracol), esteira e rolo flutuador.
alimentação
Mecanismos
Tem como constituintes o cilindro e o côncavo.
de trilha
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Mecanismo
Extensão do côncavo, batedor e saca-palha são os componentes.
de separação
Mecanismo Composto pelo bandejão, peneira superior, extensão da peneira superior, peneira
de limpeza inferior e ventilador.
Armaze-
namento e Seus componentes são o cano de descarga e o tanque graneleiro.
transporte
Para a realização de uma colheita com o mínimo de perdas é necessário realizar constantemente a
regulagem da máquina. Ela é realizada na plataforma de corte, elevador dianteiro, cilindro, côncavo,
cilindro batedor traseiro, saca-palha, bandejas, peneiras, ventiladores e mecanismo transportador.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Tome nota
As perdas que ocorrem na plataforma de corte, no recolhimento e na
alimentação da colhedora podem chegar a 85% das perdas totais. A
barra de corte é a responsável por cerca de 80% das perdas no com-
ponente da plataforma de corte, ou 68% das perdas totais da colheita
de soja. Também podem ocorrer perdas elevadas se o molinete esti-
ver desajustado em relação à velocidade ou à posição.
Altura da barra de corte em relação ao solo, folga muito grande nas suas peças de sustentação, na-
valhas trincadas, gastas ou quebradas e dedos tortos podem aumentar a perda da barra de corte na
hora da colheita. No entanto, essas perdas podem ser minimizadas com navalhas em bom estado,
ajuste de folgas (em especial entre as placas de desgaste e a régua da barra de corte), barra de corte
próxima ao solo, velocidade de trabalho adequada, velocidade periférica do molinete um pouco
superior à da colhedora, projeção do eixo do molinete com 15 cm a 30 cm à frente da barra de corte
e altura do molinete ajustada para que os travessões do pente toquem a metade superior da planta.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Informação extra
No cultivo de lavouras produtoras de grãos, todas as operações
agrícolas podem ser realizadas de forma 100% mecanizada, inclu-
sive a colheita. Trata-se de uma atividade em que se tem disponí-
vel um alto nível de tecnologia. Existem colhedoras equipadas com
piloto automático, em que o deslocamento da máquina durante a
operação é orientado por satélites, de forma precisa e uniforme.
Elas também contam com um receptor GNSS (popularmente cha-
mado de GPS) e sensores que permitem a elaboração do mapa de
produtividade da área, além de fornecerem várias informações im-
portantes durante a colheita, como produtividade, umidade e velo-
cidade, entre outras.
Síntese da aula
Vários fatores podem interferir na eficiência da colheita mecanizada de grãos. A umidade correta no
momento da colheita dos grãos é essencial para a eficiência da colheita. A capacitação do operador
para realizar tal operação também é determinante nesse processo. Além disso, a máquina deve ser
previamente calibrada e regulada de acordo com as características da cultura, para garantir um
bons resultados e rendimentos com a colheita mecânica de grãos.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Atividade de aprendizagem
Considere a colheita mecanizada de grãos, analise as alternativas a seguir e marque a correta.
b. Por ser realizada de forma totalmente automatizada, a colheita de grãos dispensa a neces-
sidade de capacitação do operador da máquina.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
SÍNTESE DO CURSO
Chegamos ao final do curso! Parabéns pelo seu percurso até aqui! Vamos relembrar um pouco do
que vimos em cada módulo?
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Você está pronto para colocar todo o aprendizado em prática no seu dia a dia! Sucesso!
Referências bibliográficas
BORKERT, C.M.; YORINORI, J.T.; FERREIRA, B.S.C.; ALMEIDA, A.M.R.; FERREIRA, L.P.; SFREDO, G.J. Seja
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CRUZ, J.C.; PEREIRA FILHO, I.A.; ALVARENGA, R.C.; GONTIJO NETO, M.M.; VIANA, J.H.M.; OLIVEIRA,
M.F.; SANTANA, D.P. Manejo da cultura do milho. Sete Lagoas: Embrapa. Circular Técnica 87. 2006.
12p.
FORNASIERI FILHO, D. Manual da cultura do milho. Jaboticabal: Editora Funep. 2007. 574p.
SEDIYAMA, T. Tecnologias de produção e usos da soja. Londrina: Editora Mecenas LTDA. 2009.
207p.
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MÓDULO 05 | Colheita de grãos
Gabarito
Módulo 5
Aula 1
Resposta correta: C
Este teor de umidade possibilita uma boa eficiência na colheita e armazenagem sem a necessidade de
secagem artificial antes. A alternativa A está errada, pois a colheita com o ponto incorreto de umidade
aumenta as perdas e dificulta a regulagem da colhedora. A alternativa B está errada, pois o ponto de ma-
turidade fisiológica coincide com a menor germinação e o menor vigor na maioria das espécies. Por fim, a
alternativa D está errada, pois infestações de plantas daninhas podem prejudicar a eficiência da colheita
mecanizada ou até a inviabilizar, como no caso de infestações intensas de corda-de-viola no milho.
Aula 2
Resposta correta: A
A umidade dos grãos influencia diretamente a operação de trilha, pois cada cultura apresenta uma faixa
de umidade para que a operação seja feita de forma ideal. A alternativa B está errada, pois as colhedoras
requerem que os operadores estejam capacitados para desempenhar as diversas tarefas que se fazem
necessárias durante a colheita. A alternativa C está errada, pois para aumentar a eficiência na colheita me-
canizada de grãos é necessário que a cultura seja homogênea quanto à maturação e ao teor de umidade
dos grãos. Por fim, a alternativa D está errada, pois a colhedora autopropelida é acionada por um motor
próprio que promove o seu deslocamento e o acionamento de todos os seus mecanismos internos.
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