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A revista dos clientes VENOSAN® VENOFIT®

Das Magazin für gesunde und schöne Beine

AN VEN O
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Edição especial
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Doenças vasculares

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Adeus, pernas pesadas!


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EDITORIAL 2

Bem-vindo  ...
 à edição especial de VENOZIN

Caros leitores e leitoras VENOZIN

VENOSAN® e VENOFIT® , deixem-me saudá-los nesta no-


va edição de VENOZIN, a única revista na Suíça que publica
regularmente contributos plurifacetados e informativos sobre
o tema (pernas saudáveis). Nos últimos meses, inúmeros lei-
tores escreveram-nos a pedir que nos debruçássemos sobre
termos médicos especializados no âmbito das veias/artérias e
suas doenças. Ficámos muito satisfeitos com esta enorme re-
percussão! Com leitores tão interessados e activos, é para nós
um grande estímulo procurar sempre temas novos e cativan-
tes, recolher opiniões de leitores e dar-lhes resposta logo que possível nas
edições seguintes.
Assim, a ideia desta edição especial também se deve a si, aos seus imen-
sos feedbacks e à sua activa participação.
Em especial, congratulámo-nos pela rápida aceitação por parte do Dr.
Bruno P. Schwarzenbach (Médico Especialista em Doenças Vasculares e
Chefe do Centro Vascular de Hirslanden Zürich-Bellevue), por ter dado a es-
te número de VENOZIN um contributo adequadamente especializado, fun-
damentado e versado. Particularmente, debruça-se sobre o tema das doen-
ças vasculares e possibilidades de terapia. Explica as expressões especiali-
zadas mais importantes e esclarece, de forma perceptível, a função/contex-
to de veias e artérias.
Dê-nos a sua opinião! Esta edição especial agradou-lhe? Encontrou a res-
posta para as suas perguntas? Entre em contacto connosco, a sua resposta
é para nós muito importante!
Recomende VENOZIN ao seu grupo de amigos e conhecidos. E comuni-
que-nos, através do postal de resposta anexo, a quem deveremos enviar a
VENOZIN, de futuro. Gratuitamente.

Agora, desejamos-lhe uma leitura interessante e enriquecedora!

Alain Sidler
Gestor de produto

Ficha técnica
Editor: Salzmann MEDICO, Rorschacher Strasse 304, 9016 St.Gallen,
Telefone 071 282 12 12, Fax 071 282 12 10, www.salzmann-group.ch
Impressão e layout: TypoRenn, Atelier für visuelle Kommunikation, St.Gallen
Ilustração: Sonja Burger, Hemmental
Tiragem: 17 000  Ref: 995 282 PT

VENOSAN® and VENOFIT® are registered trademarks


© 2007 by SALZMANN AG, St.Gallen, Suíça
3 resumo

Doenças vasculares em resumo

1 2 3 4 5
Artérias Veias Trombose venosa Úlcera da perna Medidas cirúrgicas
Pág. 5 Pág. 8 Pág. 13 Pág. 16 Pág. 17

1.1 Generalidades 2.1 Generalidades 3.1 Trombose venosa e 4.1 Generalidades 5.1 Thiersch
1.2 Doenças das artérias 2.2 Varizes embolia pulmonar 4.2 Causas 5.2 Enxerto
e suas complicações 2.2.1 Generalidades 3.1.1 Trombose venosa 4.3 Exame da úlcera 5.3 Transferência de
1.2.1 Estreitamento e oclusão 2.2.2 Frequência superficial das pernas válvulas
1.2.2 Etiologia da arterio- 2.2.3 Causas 3.1.2 Trombose venosa 4.4 Terapia 5.4 Operação segundo
sclerose 2.2.4 Sintomas profunda nas pernas/ 4.5 Compressas Palma
1.2.3 Outras etiologias 2.2.5 Complicações complicações modernas 5.5 Bypass de plástico
1.3 Sintomas dos distúr- 2.2.6 Exame 3.2 Frequência 4.6 Terapia de com-
bios circulatórios 2.2.7 Terapia 3.3 Sintomas pressão
arteriais 2.3 Oferta de terapias 3.4 Exame
1.3.1 Arteriopatia obliterante 2.3.1 Generalidades 3.5 Trombose no caso
periférica (AOP) 2.3.2 Terapia conservadora de imobilização/
1.3.2 Embolia 2.3.3 Operação trombose do viajante
1.4 Doença concomitante 2.3.4 Por onde flui o sangue 3.6 Terapia da trombose
1.5 Dilatação depois da operação? venosa profunda
1.6 Exame 2.3.5 Varizes reincidentes de- 3.7 Terapia moderna
1.7 Terapia (conserva- pois de terapia cirúrgica 3.8 Profilaxia
dora/invasiva) 2.4 Processos modernos
1.8 Profilaxia e técnicas novas
1.9 Perigos menospreza- 2.4.1 Terapia a laser/ondas
dos de rádio
2.4.2 Conclusão
2.5 Profilaxia
2.6 Telangiectasias
2.6.1 Generalidades
2.6.2 Causas e frequência
2.6.3 Obliteração das
telangiectasias
2.6.4 Obliteração por laser/
por microespuma

Dr. med. Bruno P. Schwarzenbach


Médico Especialista em Doenças Vasculares
(Flebologista pela Sociedade Suíça de Flebologia)
Chefe do Centro Vascular de Hirslanden Zürich-Bellevue
Theaterstrasse 16
Eingang St.Urbangasse 2
8001 Zürich-Bellevue
Telefone 044 251 43 00
venenzentrum @ hirslanden.ch
INTRODUÇÃO 4

Doenças vasculares Os vasos sanguíneos: artérias e veias


Generalidades Generalidades
Para que o complexo sistema de artérias e veias funcione Tanto as artérias como as veias são designadas por vasos
na perfeição até uma idade avançada e preserve as funções sanguíneos e, por isso, são muitas vezes confundidas pelos
vitais, temos que proteger o sistema vascular atempada- pacientes. Isso causa frequentemente insegurança e receio.
mente de influências nocivas. No entanto, as funções de umas e outras são completamen-
te distintas.
Para a alimentação e fornecimento de oxigénio ideais a
todos os órgãos humanos, é necessária uma irrigação san-
guínea saudável e contínua. Tanto o influxo (artérias) como
o defluxo (veias) tem de estar assegurado. As Artérias trans-
portam o sangue rico em oxigénio do coração para a peri-
feria. Em sentido contrário, o sangue utilizado, pobre em
oxigénio, é transportado pelas Veias (fig. 7) de volta para o
coração. (foto 1)

C
P P

V
V

Fig. 7: Circulação venosa. As veias transportam o sangue utilizado da


V
periferia, de volta () para o coração (C) e os pulmões (P).

Foto 1: Vista geral do preparado anatómico de artérias (a vermelho)


e veias (a azul) com as válvulas (v). O sangue venoso flui de válvula em
válvula, contra a gravidade, de volta para o coração.
5 ARTÉRIAS

circuitos suficientes de derivação, as células vitais morrem


1. Artérias em pouco tempo devido à falta de oxigénio. Na maioria dos
1.1 Generalidades casos, isso leva a danos irreparáveis como, por exemplo, en-
O coração bombeia, a alta pressão, o sangue enriquecido farte do miocárdio ou cerebral ou à morte das extremidades.
com oxigénio nos pulmões através das artérias para a artéria Apenas a abertura imediata das oclusões agudas consegue
principal (aorta). Daí, o sangue é transportado a pulsar atra- impedir a continuação da morte das células.
vés das saídas das artérias da aorta para a cabeça (cérebro),
braços, abdómen (órgãos abdominais) e para as pernas 1.2.2 Etiologia da arteriosclerose
(fig. 1). Os principais factores de risco para a formação da arterios-
clerose nas pernas são a nicotina (consumo de tabaco), a
1.2 Doenças das artérias e suas complicações diabetes mellitus, a tensão arterial elevada (hipertonia arte-
1.2.1 Estreitamento e oclusão rial), o elevado teor de gordura no sangue (hipercolesterine-
Arteriosclerose mia) e a idade. A combinação de vários factores aumenta o
Devido à calcificação crescente (arteriosclerose) das arté- risco de forma considerável. Enquanto as mulheres jovens,
rias, estas podem estreitar (fig. 2) e, na pior das hipóteses, graças às hormonas, estão claramente mais protegidas de
subitamente fechar por completo. Entre os leigos, esta uma arteriosclerose do que os homens, com a idade tam-
doença é conhecida, por exemplo, pela designação «artrite bém vão perdendo esta vantagem.
tabagística, claudicação intermitente». Caso não existam
1.2.3 Outras etiologias
Mais raramente, desenvolve-se uma oclusão aguda das
artérias devido a uma embolia (coágulo de sangue) (fig.4),
uma inflamação da parede dos vasos ou uma compressão
sobre os vasos a partir de fora, o chamado síndrome de
entrapment (tendões, músculos, tumor, etc.).

O
est Endotélio
Túnica adventícia
Media

Endotélio

Fig. 2: As artérias estreitam


devido à calcificação crescente
(estenose [est]) e acabam por
fechar (oclusão [O]).

Fig. 1: Circulação arterial. O coração (C) bombeia sangue rico em


oxigénio (a vermelho) para toda a circulação sanguínea ().

Fig. 4: Um êmbolo (E) fecha o vaso.


ARTÉRIAS 6

1.3 Sintomas de distúrbios da circulação arterial


Car
1.3.1 Arteriopatia obliterante periférica (AOP)
A maior parte das vezes, a arteriosclerose vai evoluindo sem
provocar queixas. Só quando a alimentação do sangue arte-
rial às pernas deixa de ser suficiente, no caso de um esforço,
é que surgem as primeiras queixas. Na maioria dos casos, o
paciente ao andar queixa-se de dores musculares, as quais
perdem intensidade rapidamente assim que há imobiliza-
ção. À medida que a arteriosclerose evolui, o paciente sente
dores mesmo em repouso e queixa-se de pés frios ou desco-
rados (esbranquiçados). Se o processo patológico avançar,
pode levar à morte dos tecidos, inicialmente apenas em pon-
Cor
tos de pressão como os calcanhares, o antepé e o dedo gran-
de do pé, mas mais tarde à morte de toda a extremidade.

1.3.2 Embolia
No caso de uma oclusão por embolia (entupimento por um Ri
coágulo) de uma artéria principal da perna, surgem súbita e
intensamente as primeiras dores sem sintomas prévios. Ao
contrário do que acontece na arteriosclerose, de evolução
lenta, neste caso a perna não tem tempo para formar os
circuitos de derivação necessários (contralaterais) (fig. 4). O
êmbolo é levado, por exemplo, da cavidade cardíaca ou de
uma artéria dilatada (aneurisma, fig. 3) para a perna e fica
preso nas ramificações dos vasos (fig. 4). Em muitos casos,
os pacientes sentem-se saudáveis até ao surgimento súbito
das queixas. Tipicamente, não existem factores de risco
P
conhecidos da arteriosclerose.

1.4 Doença concomitante


A arteriosclerose pode afectar qualquer artéria no corpo. Por
isso, pode partir-se do princípio que a arteriosclerose – uma
Fig. 3: Aneurysma. Erweiterte Fig. 5: A arteriosclerose pode afectar
vez iniciada – está presente em todas as artérias do corpo, Arterie. Oftmals Bildung todos os órgãos importantes. P = vasos
von einem Thrombus am Rand. das pernas, Car = artérias carótidas,
com maior ou menor intensidade. Onde a arteriosclerose se Cor = artérias coronárias, Ri = artérias
faz sentir primeiro no corpo depende de que vasos são espe- renais

cialmente afectados. Assim, num paciente podem ser pri-


meiro afectados com a arteriosclerose principalmente os va- Na prática, isso significa que, em pacientes com distúr-
sos cardíacos, noutros pacientes podem ser os vasos que bios circulatórios nas pernas, existe um risco manifestamen-
alimentam o cérebro ou os músculos das pernas. Estudos te mais elevado de enfarte do miocárdio, de AVC e de limita-
abrangentes revelaram que, em pacientes com arterioscle- ção da função renal. Este facto realça a necessidade de tra-
rose avançada das artérias das pernas (P), 90 % também são tar os pacientes não apenas dos distúrbios circulatórios das
afectados nas artérias coronárias (Cor) e 70 % também nas pernas como também de outros perigos da circulação menor
artérias carótidas (vasos cerebrais [Car]). Da mesma forma, em todo o corpo, reduzindo assim o risco de enfarte do mio-
podem ser afectadas as artérias renais (Ri) (fig. 5). cárdio ou de AVC.
7 ARTÉRIAS

1.5 Dilatação 1.7 Terapia (conservadora/invasiva)


As artérias podem não só estreitar e fechar como também Hoje em dia, a terapia das disfunções circulatórias arteriais
podem dilatar de forma perigosa. Neste caso, fala-se de um das pernas é variada e necessita, frequentemente, da cola-
aneurisma (fig. 3). Através da pressão arterial pulsátil ele- boração interdisciplinar de vários médicos especialistas. Em
vada, a parede dilatada pode sofrer uma ruptura súbita. Na princípio, primeiro decide-se com que rapidez a terapia de-
maioria dos casos, as hemorragias causadas não conse- verá ser iniciada. Na prática, distingue-se entre arteriopatia
guem ser estancadas devido à elevada pressão. obliterante periférica aguda e crónica. Se uma perna está
ameaçada por falta de circulação, necessita de uma reaber-
1.6 Exame tura imediata dos vasos fechados, a fim de evitar uma ampu-
Os distúrbios na circulação arterial das pernas são, na práti- tação. Se, pelo contrário, um paciente apresenta queixas
ca, examinados por manometria e fluxometria (ultra-sono- constantes e de longa duração nas pernas, são executados
grafia colorida) e curvas de oscilografia (diafragma insuflável os exames necessários num período de tempo adequado. A
das pernas com transmissão da pulsação para um monitor). terapia ideal é combinada com o paciente e planeada com
Se necessário, são usados o exame de ultra-sonografia colo- calma.
rida ou a arteriografia (meio de contraste e radiografia). Por princípio, estão disponíveis duas possibilidades de
terapia: Uma terapia conservadora, com treino de marcha e
medicamentos (por exemplo, inibidores das plaquetas, pros-
taglandina) ou uma terapia invasiva com reabertura dos
Cb vasos por intermédio de um catéter de balão (fig. 6a), ou
uma operação de bypass (fig. 6b).

1.8 Profilaxia
Fig . 6a: Reabertura do vaso com um catéter de balão (Cb).
Em todos os casos, os factores de risco como tabagismo,
BP valores elevados de pressão arterial, etc. têm de ser afasta-
dos e tem de ser seguido um tratamento contínuo dss per-
nas e dos pés. É que mesmo lesões mínimas podem evoluir
para feridas crónicas com complicações associadas (p. ex.,
infecções). Especialmente ameaçados estão os pacientes
O
com diabetes mellitus. Além disso, têm de ser realizados
Fig. 6b: Ponte de uma oclusão (O) com um bypass (BP).
os exames de controlo, muitas vezes lamentavelmente
negligenciados.

1.9 Perigos menosprezados


Muitos pacientes menosprezam uma disfunção da circula-
ção nas pernas, por não verem nela nenhuma ameaça direc-
ta à sua vida. No entanto, essa doença deve ser absolu-
tamente levada a sério. Afinal, uma terapia negligenciada
pode levar à amputação da perna.
VEIAS 8

2 Veias
2.1 Generalidades
As veias transportam o sangue utilizado, pobre em oxigénio,
do corpo de volta para o coração (fig. 7). Para poder vencer
a gravidade, precisa de válvulas que funcionam como válvu-
las de retorno nas veias saudáveis.
O sangue flui com a ajuda das válvulas das veias, as quais
impedem o refluxo do sangue de volta ao coração e aos pul- Vi
mões (fig. 8). Nos pulmões, o sangue volta a ser enriquecido
Vd
com oxigénio e é reconduzido ao circuito arterial. Se as
válvulas já não estão intactas no desempenho da sua função,
o sangue flui na direcção errada (fig. 9).
Este processo patológico leva ao aumento da pressão nas
veias da periferia (pernas) e, dessa forma, a consequências
nocivas. Nesse processo, no caso de um sistema com válvu-
las defeituosas, as pernas são as mais afectadas, porque a
pressão venosa é mais elevada quando se está de pé.

2.2 Varizes
2.2.1 Generalidades
As varizes são veias defeituosas, dilatadas e muitas vezes
Fig. 8: Veia com válvula intacta (Vi). Fig. 9: Varizes. Válvulas defeituosas
serpenteantes que se destacam debaixo da pele como «nó- O sangue flui de válvula em (Vd). O sangue flui na direcção
válvula, contra a gravidade, de errada.
dulos» (fig. 9), cuja função valvular (válvulas de retorno) está volta para o coração.
danificada. As varizes são muitas vezes encaradas errada-
mente como um mal meramente estético (foto 2). 2.2.2 Frequência
As varizes são um problema bastante frequente. Como
doença, são muitas vezes levadas pouco a sério. De acordo
com os resultados de um estudo venoso efectuado em
Bona, datado de 2004, um em cada seis homens e uma
em cada cinco mulheres sofrem de varizes com gravidade
clinicamente significativa. Ao analisar todos os graus de gra-
vidade da doença, o número de afectados situa-se acima
dos 50 %.

2.2.3 Causas
Na maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que já os avós ou pais sofriam de uma debilidade das
válvulas venosas, com doença varicosa posterior e suas
complicações. Especialmente ameaçadas e muitas vezes
afectadas precocemente com varizes são as mulheres
durante ou depois da gravidez. A elevada pressão do útero
sobre as veias da bacia e o aumento da pressão condicio-
Foto 2: Varizes na perna.
nado por esse facto sobre as veias das pernas, assim como
o aumento dos valores hormonais, influenciam considera-
velmente o risco da doença.

Fig. 7: Circulação venosa. As veias


transportam o sangue utilizado
da periferia, de volta para o coração
e os pulmões.
9 VEIAS

2.2.4 Sintomas
Podem surgir queixas como pernas pesadas, cansadas e
agitadas ou cãibras nocturnas, prurido, etc. Os pacientes
podem também não ter dores, apesar das varizes extensas.

2.2.5 Complicações
Graças ao sistema defeituoso das válvulas e, por consequên-
cia, à pressão venosa elevada (por refluxo do sangue para
as pernas), a evolução da doença varicosa conduz muitas
vezes a complicações. Entre estas contam-se tromboses
venosas superficiais, eczemas, coloração acastanhada
(foto 3), endurecimento da pele e, por fim, úlcera da perna
(do latim Ulcus cruris). Na pior das hipóteses, devido ao
crescimento das tromboses superficiais no sistema venoso
profundo das pernas, podem ocorrer tromboses venosas
Foto 3: Coloração acastanhada da pele na região do tornozelo
profundas das pernas com embolias pulmonares fatais. (hiperpigmentação).

Infelizmente, ainda hoje está muito divulgada a opinião


de que apenas varizes dolorosas devem ser operadas. Fre-
quentemente, os pacientes sofrem anos a fio de varizes não
acompanhadas de dores e, só quando ocorrem complica-
ções tardias, como tromboses ou úlceras das pernas, é que
as dores aparecem. Por esse motivo, há que intervir o mais
cedo possível no processo patológico para parar atempada-
mente complicações tardias.

2.2.6 Exame
Varizes, tromboses e a causa de úlceras das pernas são
examinadas, em primeira linha, principalmente com a ajuda
de ultra-sonografia a cores (foto 4). Este exame é indolor e
livre de perigo. O diagnóstico pode chegar imediatamente
Foto 4: Ultra-sonografia colorida. Localização exacta e representação
às mãos de especialistas treinados e pode ser combinada do percurso vascular.

com o paciente a terapia ideal.


2.3 A oferta de terapias
2.2.7 Terapia 2.3.1 Generalidades
Regra geral, varizes grandes e extensas, mesmo que não A oferta de terapias para as varizes deixou de ser dominada
provoquem dores, têm de ser operadas. Tudo o resto é «cos- pelos leigos. O paciente fica, sobretudo, inseguro relativa-
mética» momentânea e prejudica mais do que beneficia. mente aos «novos métodos».
Apenas as pequenas varizes (telangiectasias) devem ser tra- Apesar dos muitos contributos em revistas e de inúmeras
tadas, ainda hoje, com a conhecida terapia obliterante por palestras, emissões televisivas, etc., as doenças venosas
injecção. Hoje em dia, a operação às varizes tem obtido bons são alvo de muito menos atenção do que lhe deveria ser
resultados, graças aos conhecimentos e a uma moderna dedicada, em virtude da sua frequência. Um motivo para tal
técnica cirúrgica nas mãos de especialistas treinados. pode ser o facto de as lesões do sistema venoso superficial
designadas por «varizes» não serem obrigatoriamente
potencialmente fatais e, vulgarmente, serem consideradas
mais um problema cosmético do que de saúde. Nem sempre
as varizes são um problema meramente estético. Caso
ocorram complicações, podem daí advir consequências
graves para a saúde.
veias 10

2.3.2 Terapia conservadora


As varizes são, na maioria dos casos, herdadas, o que signi-
a
fica que em cerca de 90 % dos pacientes a predisposição
para as varizes é a causa principal das mesmas. Fazer uma
profilaxia da situação, prescindindo de determinadas activi-
dades, nunca traz o êxito pretendido. Em varizes menores, a b
fruto de menos queixas, tenta-se uma terapia conservadora
com meias de compressão e medicamentos. No entanto,
dessa forma nunca se consegue a cura mas, em todo o caso, a
L
uma diminuição dos sintomas (p. ex., tendência para tume-
facção).
a

2.3.3 Operação
Fig. 11: Secção da coxa com
O princípio do saneamento cirúrgico já foi desenvolvido há a sistema venosos superficial (a) e
sistema venoso profundo (b).
100 anos. Este prevê a remoção das partes patologicamente
alteradas do sistema venoso superficial. Este procedimento,
inicialmente ainda muito grosseiro, viu-se notoriamente t

aperfeiçoado sobretudo nos últimos anos, por um lado devi-


do ao desenvolvimento de uma técnica cirúrgica mais refi- Fig. 10: Intersecção dos troncos
venosos (t) superficiais e do siste-
nada, aos instrumentos de maior precisão e, por outro lado, ma venoso profundo. Laqueação
(L) (oclusão) na intersecção,
devido à possibilidade de existirem exames complementa-
para que todas as ramificações (r)
res de diagnóstico exactos. possam ser retiradas.

Maioritariamente, através de uma pequena incisão na re-


gião inguinal ou na fossa poplítea, as ramificações principais
das varizes são laqueadas (fechadas) na intersecção ao siste- 2.3.5 Varizes reincidentes depois de terapia
ma venoso profundo (fig. 10) e, de seguida, extraídas (o cha- cirúrgica (recidiva)
mado stripping). As varizes secundárias visíveis à superfície Mesmo quando as recidivas após cirurgias às varizes se
são extraídas através de pequenas incisões com um gancho devem, frequentes vezes,, de acordo com investigações re-
especial (flebectomia). centes, a falhas da intervençãso cirúrgica, esta afirmação
deve ser interpretada com cautela. Igualmente importantes
2.3.4 Por onde flui o sangue depois da operação? e influenciadores do resultado são os exames complementa-
A remoção das varizes permite um funcionamento normal res de diagnóstico exactos antes da intervenção cirúrgica
do sistema venoso graças ao sistema venoso superficial que (exame). Este facto sublinha, uma vez mais, que só são al-
permanece saudável e, sobretudo, ao sistema venoso pro- cançados os melhores resultados possíveis com uma equipa
fundo. Em princípio, todas as veias superficiais doentes po- de especialistas e cirurgiões vasculares experientes e treina-
dem ser removidas. É que existe uma distinção entre o siste- dos.
ma venoso superficial e profundo das pernas. Mas mesmo a equipa mais experiente se deparará com
O sistema superficial fica entre a pele e a musculatura recidivas, visto que, mesmo com o exame mais optimista e
e transporta, no máximo, 10 % do volume sanguíneo. A cor- com uma intervenção cirúrgica, apenas as veias momenta-
rente sanguínea principal (90 %) dá-se no sistema venoso neamente doentes são removidas e as muitas veias ainda
profundo. Por conseguinte, as veias superficiais (com saudáveis são preservadas. Sabendo que a doença varicosa
poucas excepções) podem ser removidas sem hesitações é condicionada geneticamente, existe a possibilidade de as
(fig. 11). veias actualmente saudáveis também virem a padecer de de-
bilidade das válvulas, dentro de meses ou anos. A taxa de re-
cidiva é difícil de calcular. Dentro de dois anos, situa-se en-
tre os 2 e os 10 %. Ainda menos fácil de calcular é a frequên-
cia com que a utilização de novos tipos de operação conduz
a insucessos. A fim de se conseguir manter um bom resulta-
do clínico, é muitas vezes necessária uma nova intervenção
cirúrgica. Ocasionalmente, as varizes que surgem de novo
podem também ser obliteradas.
11 veias

2.4 Processos modernos e técnicas novas – 2.6 Telangiectasias


em comparação com métodos cirúrgicos 2.6.1 Generalidades
«comprovados» As telangiectasias são a forma mais pequena de varizes e
2.4.1 Terapia a laser / ondas de rádio (VNUS-Closure) localizam-se na pele. Por esse motivo, são muito visíveis
Nos últimos anos, foram divulgados repetidamente novos (foto 5). Apenas em alguns casos têm se ser sujeitas a tera-
métodos e técnicas com os melhores resultados. A terapia a pia. Por exemplo, quando uma variz maior for a causa das
laser e por ondas de rádio (VNUS-Closure) solda as varizes telangiectasias. Caso contrário, são um problema meramen-
utilizando temperaturas muito elevadas. te cosmético.
A diferença em relação à operação clássica reside no fac-
to de os troncos venosos não serem extraídos, mas sim atro- 2.6.2 Causas e frequência
fiados pela condução de energia. Todas estas formas de te- Praticamente cada uma em duas a três mulheres sofre de te-
rapia abandonam o princípio longamente comprovado da ci- langiectasias, cosmeticamente desagradáveis. Na maioria,
rurgia às varizes. Nas operações clássicas na região inguinal, as telangiectasias são inofensivas e surgem subitamente
todas as ramificações venosas são minuciosamente separa- na puberdade, durante a gravidez ou simplesmente com a
das da intersecção para o sistema venoso profundo (fig. 10), idade. A causa é fundamentalmente genética. Em mais de
a fim de evitar o mais possível um ressurgimento (recidiva) 90 % das mulheres afectadas, já a mãe ou a avó sofriam de
das varizes através das ramificações preservadas. Porém, varizes, maiores ou menores. Mesmo as top-models com
em todos os outros métodos, as ramificações individuais são pernas magras e desportivas, sem peso a mais e sem fumar,
deixadas na intersecção pois, com a obliteração a quente, não são poupadas às telangiectasias, caso tenham predispo-
não se pode chegar muito perto das veias profundas, devido sição para tal. Visto que as telangiectasias surgem frequen-
ao perigo de uma trombose venosa profunda nas pernas, temente em zonas de congestionamento de varizes grandes
com todas as complicações daí resultantes. Por este motivo, doentes (troncos venosos superficiais), antes de cada oblite-
é implicitamente aceite um aparecimento rápido de novas ração há que excluir, por ultra-sonografia colorida, que a
varizes. causa da formação das telangiectasias é uma variz super-
ficial maior. Neste caso, a obliteraç não serviria de nada. As
2.4.2 Conclusão telangiectasias voltariam a aparecer rapidamente.
Por experiência própria, os métodos cirúrgicos actuais mais
aperfeiçoados – mesmo em termos de resultados cosméti-
cos –, nas mãos de especialistas treinados, ainda são os mé-
todos que dão melhores resultados. É actualmente desade-
quado um favorecimento especial das novas técnicas relati-
vamente aos processos cirúrgicos, visto que os resultados
dos novos métodos de tratamento só deficitariamente são
avaliáveis. Mantemo-nos fiéis ao princípio segundo o qual,
para obter bons resultados, são seguidos os métodos com-
provados e seguros.

2.5 Profilaxia
Na maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que não é possível levar a cabo uma verdadeira profila-
xia. Quando uma pessoa transporta em si os genes da debi-
Foto 5: Telangiectasias na coxa.
lidade das válvulas, as varizes acabam por aparecer, mais
cedo ou mais tarde. Gravidezes, actividades de pé ou senta-
das, sauna, banhos quentes, efeito do sol, etc. poderão
acelerar o desenvolvimento das varizes. O uso de meias de
compressão medicinais reduz as queixas, sobretudo duran-
te a gravidez, no calor ou em períodos longos em posição
de pé ou sentada.
veias 12

2.6.3 Obliteração das telangiectasias 2.6.4 Obliteração por laser / microespuma


Técnica Laser
As telangiectasias são tratadas por obliteração.. Para isso, é Seja onde for que se proponham e apliquem terapias a laser
aplicada uma solução especial na veia (fig. 12), a qual altera contra as telangiectasias, esta é a melhor terapia de todas
a parede interna da veia, de forma inflamatória. Inicialmente que pode ser sugerida aos pacientes. Mas atenção porque,
com uma ligadura de pressão e, mais tarde, com meias de mesmo hoje, não existem ainda resultados verdadeiramente
compressão, a parede inflamada da veia volta a colar. A bons. Portanto, quem se deixar seduzir pela publicidade, de
telangiectasia deixa de ser irrigada e, assim, deixa de se ver. que as operações a laser são muito mais fáceis e ideais, fica-
Aplicando a técnica correcta, as dores da terapia por obli- rá certamente desiludido.
teração são mínimas. Sente-se a pequena picada da fina agu- Obliteração por espuma
lha, seguida de um breve ardor na zona das telangiectasias, No esclerosamemto por espuma, as varizes são obliteradas
as quais são inundadas com um líquido obliterante. Ocasinal- com um meio obliterante convencional, com a única diferen-
mente, os maiores «ninhos de telangiectasias» têm de ser ob- ça de que o meio obliterante não adiciona bolhas de ar. As
literados várias vezes, a fim de se obter um bom resultado. bolhas de ar criam um vazio de sangue no vaso. Dessa for-
Evolução / complicações ma, o meio obliterante pode estender, por mais tempo e em
Em alguns casos, devido à obliteração, ocorre inicialmente maior concentração, o efeito sobre a parede da veia. Expli-
uma coloração acastanhada da pele. Isso pode ser contraria- cando de uma forma mais simples, o meio obliterante con-
do usando meias de compressão após o tratamento oblite- vencional é injectado nas veias com ar, para se conseguir
rante, durante um longo período. Necroses cutâneas (e pos- uma concentração maior. À partida, é errado dizer que se
terior cicatrização), com formação inicial e dolorosa de bo- trata de um novo método. Esta técnica foi introduzida já em
lhas e inflamação da pele, alguns dias após o tratamento 1950, por Egmont Orbach. Entretanto, reconheceu-se que,
obliterante, ocorrem às mãos de médicos inexperientes, mesmo com concentrações muito pequenas se obtém
quando utilizam um meio obliterante altamente concentra- um resultado óptimo e que os efeitos secundários (p. ex., en-
do, em caso de intolerância ao meio obliterante e com a obli- farte cutâneo = necroses; cicatrizes, etc., foto 6) surgem
teração com espuma (foto 6). com muito menos frequência. A experiência da técnica obli-
Em casos raros, à volta da zona obliterada formam-se zo- terante com menor concentração, há longos anos compro-
nas entrançadas. Estas são as telangiectasias mais pequenas vada, recomenda precisamente o contrário dos métodos
de todas, as quais permanecem visíveis obstinadamente, por anunciados como «novos».
muito tempo. Em princípio, o paciente tem de ser liter-almen-
te paciente aquando da obliteração. O resultado positivo é vi-
sível, muitas vezes, só ao fim de aproximadamente 3–6 me-
ses, nomeadamente quando a coloração acastanhada desa-
parece e as zonas entrançadas regridem. Tomar banho de
chuveiro, praticar desporto, trabalhar, etc. é permitido e mes-
mo recomendado, imediatamente após a obliteração. Ape-
nas a luz do sol deve ser evitada nas zonas obliteradas, caso
contrário a coloração acastanhada dura muito mais tempo.
Por conseguinte, é vantajoso iniciar a obliteração o mais
cedo possível (no Outono), para que a coloração acastanha-
da desapareça até ao Verão.

Foto 6: Necrose cutânea após terapia obliterante com espuma.

Fig. 12: Terapia obliterante. O meio obliterante é injectado nas veias e


inflama a parede do vaso.
13 TROMBOSE VENOSA

3 Trombose venosa
3.1 Trombose venosa e embolia pulmonar
Em princípio, a trombose venosa das pernas distingue a su-
perficial da profunda.

3.1.1 Trombose venosa superficial


Na trombose venosa superficial, como o nome indica, só são
afectadas pela trombose as veias superficiais. Na maioria
dos casos, o paciente sente uma dor forte, principalmente
ao longo de uma variz que já tenha há muito tempo. Esta en-
durece, torna-se avermelhada e muito sensível à pressão.
Uma operação imediata às varizes e a remoção do trombo,
ou uma diluição do sangue, impedem que a trombose super-
ficial se espalhe pelo sistema venoso profundo.

3.1.2 Trombose venosa profunda nas pernas /


complicações
As tromboses venosas profundas nas pernas são, na sua
a1 a2
maioria, ao contrário das varizes, condicionadas por reduzi-
da mobilidade (p. ex., em viagens de avião, estado acamado)
Fig. 18: (a1) veia saudável da perna direita, (a2) válvula defeituosa das
ou são, em parte, de origem genética (familiar). Devido a um veias depois de uma trombose.

congestionamento de sangue nas pernas, este coagula no


sistema venoso profundo (fig. 13). O fluxo sanguíneo reduzi- Um distúrbio do fluxo na perna causa uma pressão forte-
do forma um trombo (coágulo sanguíneo). As tromboses ve- mente elevada no sistema venoso profundo e actua, assim,
nosas profundas das pernas ocorrem, na sua maioria, subi- até aos vasos cutâneos de menor dimensão. Mesmo quando
tamente e, no estado inicial, muitas vezes sem dor. No en- o coágulo sanguíneo se volta a soltar ao fim de alguns
tanto, rapidamente se desenvolve uma tumefacção e dores meses, as válvulas nas veias profundas estão defeituosas
das pernas. Se um pedaço do trombo (coágulo sanguíneo) é (fig. 18 a2). Ocorre então o chamado «síndrome pós-trom-
arrastado, fala-se de embolia (fig. 13). O trombo é levado pa- bótico», com alterações cutâneas de rápido crescimento
ra o coração e bombeado para os pulmões, onde fica preso (foto 3) até à úlcera da perna. Além disso, devido à elevada
nos vasos pulmonares (embolia pulmonar). Quando isso corrente de refluxo sanguíneo para a perna, ocorre uma
ocorre, é impedida a troca vital de oxigénio. Esta transferên- tumefacção maciça da perna, que exige o uso constante
cia dos vasos pulmonares é, regra geral, potencialmente fa- de meias de compressão.
tal e pode levar, na pior das hipóteses, à morte: quer pela fal-
ta de troca de oxigénio quer por uma insuficiência cardíaca.

Fig. 13: : trombo (t) na veia. Um pedaço da extremidade do trombo


soltou-se e flui como êmbolo (e) em direcção ao coração e aos pulmões.
TROMBOSE VENOSA 14

3.2 Frequência 3.5 Trombose no caso de imobilização /


Não estão disponíveis dados fiáveis sobre a frequência da trombose do viajante
ocorrência de tromboses. Calcula-se que aproximadamente Fundamentalmente, quando há imobilização das pernas (p.
1–2 em cada 1000 pessoas sofram anualmente uma trom- ex., em longos períodos de acamamento, imobilização com
bose. gesso e longos períodos sentado), o perigo de surgir uma
trombose é muito maior. Não é de admirar que muitas pes-
3.3 Sintomas soas, antes de longas viagens de avião, tenham receio de
Frequentemente, ocorre uma dor indistinta e uma tumefac- sofrer de uma trombose venosa das pernas, com o perigo
ção na barriga da perna ou na coxa, acompanhada de uma de uma embolia pulmonar. Para chegarem ao destino, os
coloração acastanhada da perna. A suspeita de uma trom- viajantes fazem muitas vezes grandes percursos de avião,
bose venosa da perna pode ser, assim, clinicamente con- carro ou comboio. Sentados durante horas, sem fazerem
firmada. movimentos,, sem bombearem os músculos e com as per-
nas dobradas, o sangue pode não conseguir retornar, sem
3.4 Exame impedimentos, das pernas para o coração (fig. 14). O fluxo
Para confirmar uma trombose venosa profunda da perna, é sanguíneo torna-se mais lento. Dentro dos vasos (veias)
sempre necessário um exame efectuado por um médico es- ocorre uma coagulação mais elevada do sangue o que, na
pecialista para, por um lado, evitar uma diluição desnecessá- pior das hipóteses, dá origem à formação de uma trombose.
ria e perigosa do sangue – caso não se trate de uma trombo- Torna-se potencialmente fatal quando partes do trombo (êm-
se –, por outro lado, para recomendar a terapia ideal – quan- bolo) são levadas até aos pulmões. Mas atenção: não só os
do em presença de uma trombose. O método mais seguro e viajantes correm perigo de sofrer de trombose! Existem
rápido para comprovar ou excluir uma trombose venosa da muitas mais causas que podem originar uma trombose e
perna e da bacia está nas mãos de médicos especialistas uma embolia pulmonar: p. ex., uma operação recente, vari-
treinados em ultra-sonografia colorida. Apenas no caso de zes, infecções, acamamento, doença oncológica,, a pílula
incertezas é que se recorre, hoje em dia, ao exame radiográ- anticoncepcional, uma trombose anterior ou distúrbios ge-
fico com meio de contraste (flebografia). néticos da coagulação.
A determinação de uma trombose a partir dos valores
do hemograma (D-Dimer) não é segura. Apenas valores
D-Dimer negativos ajudam, visto excluírem uma trombose
venosa profunda das pernas. Em caso de valores elevados o
diagnóstico não é certo, pois muitas doenças estão associa-
das a um valor elevado.

Fig. 14: Trombose do viajante. Corrente de refluxo das veias diminuída


devido à posição sentada.(a).
15 TROMBOSE VENOSA

3.7 Terapia moderna


Além da conhecida anti-coagulação e da consequente utiliza-
ção de meias de compressão, normalmente para a vida intei-
ra, existem hoje técnicas cirúrgicas novas para remover a
T trombose precoce e objectivamente das veias das pernas e
bacia. O cirurgião liberta as secções de veia afectadas por
tromboses profundas através de catéteres de balão e medi-
B
camentos que dissolvem o trombo (trombólise local, uroqui-
M
nase) (fig. 15). Os exames revelam que, em muitos casos,
graças à intervenção invasiva rápida, as frágeis válvulas das
Fig. 15: Remoção cirúrgica de uma trombose venosa profunda das veias continuam funcionais, evitando assim complicações
pernas. Catéter de balão (B), trombose (T).
O trombo é parcialmente dissolvido com um medicamento (M) para esse futuras. São vários os factores que determinam quem bene-
efeito. Pedaços que não se dissolvem são removidos com o balão (B). ficia de cada terapia. Um exame clínico especializado e a
determinação da terapia ideal fazem, por conseguinte, todo o
3.6 Terapia da trombose venosa profunda sentido em cada trombose. Se esta terapia for efectuada num
Para evitar uma difusão maior da trombose pelas veias estadio precoce, as frágeis válvulas podem ser preservadas
profundas das pernas e da bacia e a dissolução de uma par- e as complicações posteriores podem ser evitadas (p. ex.,
te do coágulo – podendo resultar na temida e potencialmen- úlcera da perna, coloração acastanhada, tendência para
te fatal embolia pulmonar –, o sangue tem de ser diluído o tumefacção, sensação de pernas pesadas).
mais rapidamente possível. Além disso, as secções de veia
não afectadas pela trombose têm de ser protegidas. É que, 3.8 Profilaxia
para além da embolia pulmonar – como complicação preco- A mais importante profilaxia para evitar uma trombose é a
ce –, também podem ocorrer complicações posteriores mobilidade. Dessa forma, é acelerado o fluxo sanguíneo nas
como, p. ex., o síndrome pós-trombótico com danos cutâne- veias. Igualmente, uma meia de compressão pode exercer
os (úlcera da perna, em latim Ulcus cruris), a formação das uma aceleração do fluxo e, adicionalmente, reduzir o risco
chamadas «varizes internas e externas» e a tumefacção de trombose.
maciça das pernas.
ÚLCERA DA PERNA 16

4 Úlcera da perna 4.4 Terapia


O primeiro passo é sempre a reparação da causa que lhe
4.1 Generalidades está na base. Se a úlcera da perna resultou de uma doença
A úlcera da perna (em latim Ulcus cruris) manifesta-se em de base que possa ser tratada com métodos conservadores
0,2–2 % da população europeia. Trata-se de uma doença ou invasivos, estas medidas têm de ser aplicadas em pri-
crónica e há que contar com muitas recidivas. Graças às meiro lugar.
modernas compressas para feridas, nos últimos anos conse- Numa segunda fase, há que efectuar uma terapia local e/
guiram reduzir-se notoriamente os períodos de cicatrização ou sistémica da ferida para acelerar a cicatrização. A terapia
das mesmas. local de feridas crónicas, é hoje em dia, em muitos casos, o
tratamento húmido. A secreção da ferida é mantida sob a
4.2 Causas compressa, o que acelera a cicatrização da mesma… Porém,
Em 70 – 90 % dos casos, a causa principal da úlcera da perna em muitos casos é necessário actuar exactamente no senti-
é uma doença venosa, ou seja, a existência de varizes, uma do contrário, nomeadamente com compressas secas!
anterior trombose venosa profunda da perna ou, de uma for-
ma geral, um fluxo reduzido com pressão venosa conse- 4.5 Compressas modernas
quentemente elevada. Em outros 5–15 %, as artérias que Espera-se sempre, ou há disso relatos, que as novas com-
transportam o sangue fresco para a perna, alteram-se de pressas venham fazer «milagres». Mas há que advertir con-
forma patológica, por exemplo, por meio de uma arterioscle- tra as falsas expectativas relativamente às compressas mais
rose (como consequência de colesterol elevado, tabagismo recentes. As propriedades da pele são diferentes de pacien-
ou diabetes mellitus.). Em cerca de 5 %, são responsáveis te para paciente e necessitam de uma terapia individual. A
causas raras. melhor compressa de nada serve se a doença de base não
for tratada.
4.3 Exame da úlcera das pernas
Visto que, na maioria dos casos, uma doença venosa causa 4.6 Terapia de compressão
úlcera nas pernas, é efectuada uma ultra-sonografia colorida No caso de úlcera condicionada por doenças venosas, o pi-
(foto 4), combinada com um exame adicional das artérias lar principal e mais importante é a correcta terapia de com-
(manometria Doppler/curvas de oscilografia) e, conforme o pressão, juntamente com a cirurgia. As meias de compres-
diagnóstico, mais exames (p. ex. com meio de contraste são devem ser usadas, na maioria dos casos, também na se-
por radiográfico, análises ao sangue, etc.), para procurar a quência da operação.
causa. Mesmo em linfedemas, a terapia de compressão é o
mais importante. O refinado sistema linfático é responsável
pelo transporte da linfa. Como as veias, os vasos linfáticos
também transportam o seu conteúdo contra a gravidade, de
volta para o coração. Se esse fluxo for impedido, p. ex., se os
vasos linfáticos faltarem ou estiverem desviados (p. ex., de-
pois de infecções ou cortes da pele), a linfa congestiona
no pé e na perna, o que causa linfedemas.
17 MEDIDAS CIRÚRGICAS

5 Medidas cirúrgicas especiais Antes da operação Depois da operação

das doenças venosas

5.1 Thiersch
É retirada a pele saudável do paciente, cortada com uma
máquina especial e aplicada sobre a zona problemática da
pele (fig. 16).

5.2 Enxerto
O defeito cutâneo na perna é coberto com um enxerto cutâ-
neo das costas e os vasos são unidos aos vasos da perna,
para que o enxerto seja irrigado. (fig. 17).

5.3 Transferência de válvulas


Neste caso, uma válvula saudável da perna saudável (fig. 18
a1) é transferida para a perna doente (fig. 18 b1) e vice-versa
(fig. 18 a2, b2). Assim, reduz-se a pressão venosa elevada
pela doença nas veias afectadas. a1 a2 b1 b2

Fig. 18: Transferência das válvulas com (veia saudável da perna direita


5.4 Operação segundo Palma a1), (válvula venosa defeituosa da perna esquerda a2), válvula doente
aplicada (b1) e válvula saudável aplicada (b2), de novo funcionais.
A pressão venosa elevada, que resulta da oclusão das veias
da bacia, é reduzida, desviando o sangue venoso através de
um bypass para o lado oposto corrente (fig. 19).

5.5 Bypass de plástico


Em casos indicados, um bypass pode contornar a oclusão
das veias da bacia. Para isso, é implantada uma prótese de
plástico das veias da perna para as veias da barriga.
B

A
V

Fig. 16: Thiersch. Fig. 17: Enxerto. Artéria (A), veia (V). Abb. 19: Operação segundo Palma. Oclusão da veia da bacia (b).
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