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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA

Discente: Vitória Silva Travassos

Docente: Beatriz Mascarenhas Zuin

Disciplina: Fisiopatologia

Turma/curso: Fisioterapia

Data: 07/09/2021

A Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa e


progressiva, a qual ocorre devido a uma degeneração nos núcleos da base
(NB). Os NBs são pequenas porções de massa cinzenta mergulhadas na
substância branca do cérebro cujo funções são variadas, podendo relacionar-
se com respostas motoras e sensitivas. Dessa forma, a DP e expressada ao
ocorrer uma atrofia principalmente nos núcleos putâmen, globo pálido e da
substância negra.

A substância negra possui neurônios que enviam seus axônios para o


corpo estriado – formado pelos núcleos lentiforme e caudado – os quais sofrem
uma redução de disponibilidade, de origem ainda desconhecida, do
neurotransmissor dopamina, o qual é necessário para a sinapse com os
neurônios do núcleo putâmen, e uma vez que essa sinapse é interrompida
ocorre uma degeneração dos núcleos envolvidos, desencadeando sintomas e
sinais motores e sensitivos no indivíduo, caracterizando assim a Doença de
Parkinson.
O Parkinsonismo de forma avançada é traçado por sinais motores como
bradicinesia (lentidão para realizar movimentos), tremor de repouso, rigidez,
alterações na postura e na marcha, distonia (movimentos involuntários) e
alterações vocais, além dos sinais e sintomas não-motores como alterações
cognitivas, suor excessivo e problemas gastrointestinais. No entanto, antes da
doença se manifestar com seu quadro mais conhecido, alguns sinais e
sintomas podem ser observados, como depressão, constipação, distúrbios do
sono, movimento rápido dos olhos entre outros sintomas. Esses
acontecimentos, os quais são incuráveis e progressivos, afetam diretamente a
qualidade de vida de paciente, e dessa forma desenha-se um desafio para a
saúde pensar, desenvolver e transformar qualitativamente a vida do paciente
parkinsoniano.

Os estudos para o tratamento dessa patologia são variados e advindos


de várias áreas. A tecnologia é uma delas, a criação de equipamentos com o
intuito de proporcionar autonomia para o paciente de DP já é uma realidade:
são os vídeo games de realidade virtual que tracejam o caminho a ser seguido,
e guiando os movimentos executados oferecendo ao indivíduo maior
capacidade de equilíbrio e marcha. Vale ressaltar que a dor crônica, resultante
da rigidez corporal, discinesia, bradicinesia e alterações posturais, é uma das
principais queixas dos pacientes com DP. Dessa forma, dentro da medicina são
administrados medicamentos para atenuação da dor física, como anti-
inflamatórios não-esteroides e opioides, assim como a aplicação de agentes
dopaminérgicos, uma vez que a interrupção neuronal na substância negra é
uma realidade da DP. Cirurgias também são uma ferramenta utilizada no
tratamento.

Por fim, alternativas não-farmacológicas e não-intervencionistas têm se


mostrado bastante difundidas no tratamento da DP uma vez que são
associadas aos métodos farmacológicos. A fisioterapia é uma delas, a qual
atua por meio de exercícios favorecendo o fortalecimento muscular, a postura,
o equilíbrio e o alívio da dor. Estudos mostram que há resultado no alivio da dor
crónica musculoesquelética, mesmo que de curto prazo, para esses pacientes,
proporcionando melhor qualidade de vida e devolvendo um pouco de sua
autonomia. Outras terapias abordadas no cuidado ao paciente parkinsoniano é
a yoga, a acupuntura e massagens terapêuticas. Essa última proporciona um
alto nível de relaxamento muscular ao indivíduo propiciando a liberação
orgânica de hormônios benéficos que atenuam a dor física crônica, como a
serotonina.

Referências:

SNELL, Richard S. Neuroanatomia clínica. 7º ed. ed. Rio De Janeiro: Editora


Guanabara Koogan S.A., 2019.

NG, J.. Palliative care for Parkinson’n disease. Annals of Palliative Medicine,
North America, 7, jan. 2018. Available at:
<https://apm.amegroups.com/article/view/17907>. Data de acesso: 08 set.
2021.

EDINOFF, Amber et al. Análise Estratégias de tratamento da dor crônica na


doença de Parkinson. MDPI, North America, 2020. DOI
https://doi.org/10.3390/neurolint12030014. Disponível em:
https://www.mdpi.com/2035-8377/12/3/14/htm. Acesso em: 7 set. 2021.

TOMLINSON, CL et al. Fisioterapia versus placebo ou nenhuma intervenção na


doença de Parkinson. Cochrane Dtabase of Systematic Reviws 2012, Issue 8.
Art.Nº CD002817. DOI:10.1002/14651858.CD002817.PUB3. Acessado em 07
set 2021.

LOPES, Luiza Freitas; ALVES, Giselle Baioco; MARTINI, Victória Ávila. Efeitos
da tecnologia virtual no tratamento de indivíduos com doença de Parkinson -
revisão de literatura. Revista Inspirar, RIO GRANDE DO SUL, v. 14, n. 4, ed.
44, 23 set. 2021. Disponível em: https://www.inspirar.com.br/wp-
content/uploads/2018/07/Suplemento_Congresso_Realidade_Virtual_Fronteira
_n4_vol14_edi%C3%A7%C3%A3o44.pdf#page=22. Acesso em: 23 set. 2021.

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