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Com a pandemia do vírus do covid-19, o ensino remoto passou a fazer parte da

formação básica no Brasil. Com a necessidade de distanciamento social, as escolas


adotaram o ensino remoto, que permitiu que os professores oferecessem aulas a distância,
com flexibilização da carga horária e dias letivos.

Os benefícios perceptíveis da adoção do Ensino Remoto no cenário atual foram:


a flexibilidade, onde o aluno pode acompanhar as aulas em qualquer local com acesso à
internet; a questão dos horários personalizados de estudos, que acontecem fora do horário
escolar, quando o aluno precisa; o conteúdo ministrado de forma personalizada, de acordo
com o estudante, seus objetivos e gostos pessoais; o auxílio da mídia digital, a troca de
informações e o esclarecimento de dúvidas entre aluno e professor acontecem em vários
formatos, por texto, áudio, vídeo etc., facilitando a comunicação, além do professor, em
uma sala de aula on-line, pode ter mais controle sobre a conversa e as distrações, com um
ambiente mais silencioso ao ter os microfones desativados; a questão das atividades serem
variadas e interativas, com a possibilidade de trabalhar com aulas síncronas e atividades
assíncronas que usam metodologias ativas de aprendizagem.

O ensino remoto encontrei desafios significativos, pois o perfil das crianças exige
um acompanhamento mais dedicado e intervenção do professor. As barreiras e prejuízos
que encontrei nesse processo posso listar: a questão da supervisão dos pais, pois para as
crianças mais novas existe a necessidade de acompanhamento dos pais, que precisam
estar em casa durante a aula; alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem e
demandam maior atenção, o que pode ser desafiador por meio de uma tela (e nesse caso
propostas de intervenção pedagógica são de extrema necessidade; a luz da tela que pode
causar danos aos olhos, por isso é importante que as atividades remotas também
aconteçam offline; a ausência da interação social que vem com a escola presencial é
reduzida, o que impacta na formação social dos estudantes; nem todos os alunos têm
acesso aos mesmos materiais em casa, e algumas atividades demandam uma abordagem
prática e interativa para o aprendizado, bem como o acesso à internet, que nem todos
possuem; a falta de motivação para assistir aula, sem a supervisão adequada (alunos
menos motivados podem sair da aula online, dormir, e se envolver em outras atividades).

No primeiro momento, o desafio maior foi acalmar todo mundo. Os pais e os


alunos estavam muito confusos, assim como toda a sociedade. Depois que já estavam
todos em casa, criamos grupos no WhatsApp para cada sala (conforme estratégia montada
pela direção, coordenação e professores da nossa escola). No meu grupo de sala de aula,
semanalmente foi sendo passado aos alunos vídeo aulas referentes ao conteúdo que
estaríamos trabalhando, já que a plataforma do Google Meet não ficou acessível para
todos continuamos mantendo contato pelo WhatsApp.

Na escola os pais estão indo buscar os blocos de atividades, e deixar os que foram
realizados pelos alunos durante aquela semana. No processo de aprendizado, a tecnologia
tem que ser apenas uma ferramenta e que não chamar a atenção, porque aí o aluno foca
no conteúdo, e esquece da tecnologia. É importante que as atividades pedagógicas sejam
pensadas em termos dos objetivos e competências que se quer trabalhar. O ideal é ir
mesclando arquivos de texto, atividades xerografadas e vídeos.

O controle de frequência está sendo realizado com base nas atividades


xerografadas realizadas e entregues na escola, bem como os encontros no WhatsApp.
Atividades em que os alunos gravam seus próprios vídeos, com o auxílio dos pais, faz
com que eles socializem e se sintam bem participativos.

Quanto as estratégias que realizei quanto ao engajamento dos alunos, o


levantamento de conhecimentos prévios foi essencial. A conversa no início de cada aula
ou atividade me fazia compreender o que o aluno já conhecia sobre o tema, tópico ou
exploração que seria realizada. É uma forma de trazer e resgatar um conhecimento que
talvez esteja dormente no aluno e, a partir dessa retomada, trabalhar com aquele tema
novamente. Implementei aulas mais dinâmicas e interativas, que saiam da “bolha” de
ensino da sala de aula, na qual me disponibilizei a dar informações acerca da disciplina
com modelo expositivo através de vídeos, o que tem sido muito atrativo. E o uso das
ferramentas tecnológicas, que foram a base para manter o processo de aprendizagem num
fluxo contínuo e positivo.

O ensino remoto não substitui por completo a interação social e a formação


integral que a escola oferece. No entanto, pode ser uma ferramenta importante para
otimizar o aprendizado e garantir que o ensino aconteça independente das circunstâncias
do momento. Entender os benefícios que o ensino remoto promove e equilibrar as
desvantagens desse modelo de ensino com alternativas inovadoras, como o ensino
híbrido, podem ser a solução para os problemas enfrentados nas escolas durante o período
de pandemia, bem como outros problemas.

Rinamara Batista dos Anjos

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