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1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 3
1.1. Nome/Título 3
1.2. Eixos de Impacto do VI Plano Diretor da Embrapa 3
1.3. Descrição Sucinta 3
1.4. Ano de Início da geração da tecnologia 4
1.5. Ano de lançamento 4
1.6. Ano de início da adoção 4
1.7. Abrangência da adoção 4
1.8. Beneficiários 4
2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA 5
3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS E CUSTOS DA TECNOLOGIA 7
3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos 7
3.1.1. Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade 7
3.1.2. Tipo de Impacto: Redução de Custos 7
3.1.3. Tipo de Impacto: Expansão da Produção em Novas Áreas 7
3.1.4. Tipo de Impacto: Agregação de Valor 7
3.1.5. Análise dos impactos econômicos 7
3.2. Custos da Tecnologia 8
3.2.1. Estimativa dos Custos 8
3.2.2. Análise dos Custos 8
3.3. Análises de rentabilidade 11
4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE TECNOLOGIAS
AGROPECUÁRIAS – AMBITEC-Agro 11
4.1. Impactos Ecológicos da Avaliação dos Impactos 11
4.2. Impactos Socioambientais da Avaliação dos Impactos 13
4.3. Índice de Impacto Socioambiental 15
4.4. Impactos sobre o Emprego 16
5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 18
5.1. Capacidade relacional 18
5.2. Capacidade científica e tecnológica 19
5.3. Capacidade organizacional 19
5.4. Produtos de P&D 20
5.5. Índice de Impacto no desenvolvimento institucional 22
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 23
7. FONTE DE DADOS 25
8. BIBLIOGRAFIA 26
9. EQUIPE RESPONSÁVEL 27
Anexo 1 – Casos de sucesso visitados 28
2
1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA
1.1. Nome/Título
1
O termo “Sisteminha” encontra-se em processo de negociação e registro de patentes com as instituições envolvidas no
seu desenvolvimento - Embrapa, Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Também é importante informar que esta é uma tecnologia social desde o ano de
2013 e o nome Sisteminha é o adotado pela Fundação Banco do Brasil, segundo registros em seus bancos de dados.
Dessa forma, adotamos o termo “Sisteminha” em todo o relatório.
3
ruminantes; 12. Produção de suínos; 13. Biodigestor; 14. Sistema de tratamento de água
potável; 15. Carvoaria artesanal.
O Sisteminha não é uma tecnologia isolada em si, mas um “pacote” de soluções
tecnológicas integradas, com muitas possibilidades de combinações. O módulo básico é a
piscicultura e cada produtor adota os módulos disponíveis de acordo com seus interesses.
A tecnologia desenvolve-se aos moldes da inovação aberta, com a forte participação dos
beneficiários moldando o desenvolvimento e evolução da tecnologia. Em alguns lugares
mais distantes de centros comerciais, o pesquisador Luiz Carlos Guilherme,
desenvolvedor da tecnologia, bem como uma startup que se originou desta tecnologia,
vêm trabalhando na superação do principal problema identificado na adoção, que é a
dificuldade na aquisição de insumos e comercialização de excedentes da produção no
mercado formal. Para isso, foi elaborado modelo de negócio para a tecnologia,
considerando o público alvo sendo um beneficiário individual, ou uma comunidade, via
política pública. Esta e outras informações específicas da operacionalização dos módulos
do Sisteminha serão disponibilizados em breve pelo desenvolvedor da tecnologia, em
livro.
2011
2012
2012
4
1.8. Beneficiários
6
Para o ano de 2018, a avaliação de impacto do Sisteminha foi realizada em conjunto
com a Embrapa Cocais, sediada no Estado do Maranhão. A Embrapa Cocais tem
realizado inúmeras ações de transferência de tecnologia e de apoio à políticas públicas no
Estado, com o uso de recursos próprios (projetos SEG) e externos (convênios com o
Estado e prefeituras).
7
Tabela D - Benefícios Econômicos devidos à Agregação de Valor
Renda Renda
Renda Ganho
com com Participação
Adicional Líquido Área de Benefício
Produto Produto da Embrapa
Ano Obtida Embrapa Adoção Econômico
Anterior Atual %
R$ R$/UM
R$ R$
(A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) (F) G=(ExF)
2018 0,00 6.430,77 6.430,77 70% 4.501,54 1.200 5.401.844,28
TOTAL 5.401.844,28
8
verificados, por meio do desenvolvimento da tecnologia e atendimento aos interessados
na adoção.
*Financiamento externo.
10
Créditos: Shadrack Amponsah.
Como este ano de 2018 foi o primeiro a contabilizar os benefícios econômicos, não
é possível calcular a rentabilidade da tecnologia (Taxa Interna de Retorno - TIR, Relação
Benefício/Custo - B/C, Valor Presente Líquido - VPL). Isso será feito a partir de 2019. Nos
anos anteriores, os benefícios econômicos não foram contabilizados porque o número de
adotantes não pôde ser precisado.
11
4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE TECNOLOGIAS
AGROPECUÁRIAS – AMBITEC-Agro
Para facilitar a interpretação dos resultados, foi sugerido por Santos, L.A 2. em
Rodrigues, G.S., em 2017, o estabelecimento de uma escala de valores para os índices
de impacto. Tendo como base avaliações feitas sistematicamente por meio da ferramenta
Ambitec-Agro para inúmeras tecnologias ao longo de vários anos e em diversas regiões
(Rodrigues et al., 2003, 2010, 2013, 2016; Rodrigues, 2015), a escala sugerida por
Rodrigues, G.S3. para valores positivos e negativos, foi a seguinte:
Importante lembrar que essa escala não é apropriada para interpretação dos
impactos institucionais do Ambitec, cujos indicadores intermediários raramente são
negativos, e que, portanto, não seguem a lógica de indicadores que somados,
mutuamente se anulam.
Os valores calculados pelo método Ambitec-Agro no ano de 2018 para o
Sisteminha estão nas Tabelas 4.1.1 a 4.3.1 a seguir, que apresentam as médias dos
indicadores de impacto socioambiental (econômico, social e ambiental), obtidos com o
preenchimento das planilhas, após as entrevistas e coleta de dados junto aos produtores.
O Sisteminha é apropriado para a pequena produção familiar, e, portanto, somente
produtores do Tipo 1 fazem uso dessa tecnologia.
2
Comunicação pessoal por e-mail.
3
Idem.
12
O resultado da média do aspecto eficiência tecnológica para o ano 2018 foi de 0,70,
quando para 2017 foi de 0,67, impacto moderado.
O que chama atenção nos resultados desse ano de 2018 foram alguns indicadores
negativos. Um dos quais, consumo de energia, foi moderadamente negativo, de -1,50 e
em 2017 foi de 2,80. Isso pode ser explicado em parte pela elevação do preço do KWh,
que dá ao produtor a impressão de gasto excessivo com energia. Um caso de indicador
muito negativo em uma determinada propriedade foi que, provavelmente, está ocorrendo
erro na medição da energia e, portanto, cobrança indevida, que até o momento não foi
comprovada, mas o peso da energia no orçamento reportado pelo produtor influenciou a
média geral.
Outro indicador moderadamente negativo foi o de uso de insumos e matérias primas:
-0,86. Em 2017 foi 0,06. Esse ano foi possível notar que há uma dificuldade mais
marcante no acesso a insumos de qualidade, o que afetou o resultado desse indicador.
Por outro lado, um importante indicador, relativo ao consumo de água, foi destaque
como um dos indicadores mais positivos esse ano, com impacto alto, de 4,55 (em 2017 foi
2,80). Isso foi devido ao aumento da capacidade de armazenamento e enriquecimento da
água para irrigação em várias propriedades. Uma determinada propriedade possui um
poço com muita água salobra, que até então não podia ser utilizada para irrigação. Com o
armazenamento e utilização para a produção de peixes, essa água passou a ser
largamente utilizada, em 4 tanques de peixes.
Outro indicador com resultado relevante positivo, de 3,98, foi o de qualidade do solo.
Em 2017 foi 2,63. Devido à produção e utilização de cobertura morta e composto orgânico
e da água do tanque e do filtro, reduz-se a perda de matéria orgânica de nutrientes e
umidade, melhorando-se a estrutura do solo, reduzindo a compactação e aumentando a
fertilidade, influenciando o indicador de modo significativo. Isso tende a ser ampliado ao
longo do tempo.
Não houve impacto no indicador qualidade da água (ano passado foi 0,02), pois não
houve alteração nos elementos que compõem esse indicador: Carga orgânica (efluentes,
esgotos, estercos etc.); Turbidez (Espumas/Óleos/Resíduos sólidos); Exposição à
contaminação direta/ indireta por agrotóxicos; Assoreamento de corpos d'água.
De acordo com a tabela 4.2.3 o aspecto renda teve um impacto muito alto, 6,97 (5,3
em 2017), o melhor resultado de todos, sendo que o indicador de impacto na geração de
renda do estabelecimento foi o mais significativo (11), pois aqui é considerado renda o
valor de mercado do alimento, caso esse alimento, produzido e consumido pela família
através do Sisteminha, fosse comprado.
De acordo com a tabela 4.2.4, o impacto médio no aspecto saúde foi moderado, de
1,48 (1,07 em 2017).
Houve um impacto negativo muito pequeno de -0,09 (0,0 em 2017) na segurança e
saúde ocupacional, relacionado ao ruído das bombinhas de aeração e recirculação de ar,
perceptíveis quando estas se localizam próximo à casa.
O impacto na segurança alimentar, de 3,05, considerado relevante (2,14 em 2017),
condiz com o objetivo da tecnologia, que é a segurança alimentar dos usuários.
Ainda assim, o indicador segurança alimentar tem uma pequena importância relativa
em relação a outros indicadores e aspectos para a média geral, mesmo tendo sido dada
maior importância ao critério, aumentando o peso do critério para a tecnologia Sisteminha.
16
Também foram encontradas unidades de Sisteminha abandonados ou parados por
diversos motivos: problemas com o tanque que furou (principalmente os feitos de papelão
ou taipa, forrados com lona plástica), falta de interesse na continuidade da atividade, falta
de insumos de qualidade (alevinos, pintinhos das raças recomendadas, matrizes e
reprodutores adequados, lonas plásticas adequadas etc), dentre outros motivos
observados, inclusive e principalmente escolha equivocada do beneficiário por programas
sociais. Cabe uma avaliação mais aprofundada sobre as razões da interrupção no uso da
tecnologia, que será feito a partir deste ano.
Esse foi um dos indicadores avaliados com a menor média geral de coeficiente de
impacto, resultando em 3,51. Dentre os seus critérios, a “Infraestrutura Institucional
obteve a melhor avaliação (2,48), o que se explica por existir infraestrutura satisfatória
para desenvolvimento da tecnologia, tanto na Embrapa (Embrapa Pesca e Aquicultura-
TO) como em outras instituições, a exemplo da Unidade de Demonstração mantida pela
Universidade Vale do São Francisco, em Pernambuco. Contudo, a nota dos demais
critérios foram extremamente baixas, tanto observando a média geral quanto as médias
“tipo 1” e “tipo 2” que constam na Tabela 5.2.1. As parcerias firmadas raramente
contemplam compartilhamento da infraestrutura, o que reflete na avaliação (0,09).
Também o critério “informatização” reflete a indisponibilidade do uso de tecnologia para
automação que favoreça, por exemplo, as atividades de registro de dados contábeis pelos
técnicos ou mesmo pelas famílias beneficiadas. Há um vazio tecnológico nesse sentido
que poderia ser contornado por intermédio de parcerias para inovação com startups.
Tanto a “infraestrutura operacional” como o “instrumental operacional” são componentes
que apresentaram valores muito baixos (0,52 e 0,19 respectivamente). Há pouca
disponibilidade de pessoal e de instrumental na Embrapa e, para ilustrar, citamos o caso
da Embrapa Cocais, onde apenas um técnico A e uma analista A vem trabalhando com a
tecnologia no Estado do Maranhão.
19
20. Instrumental (ampliação) SIM 0,60 1,20 0,90
21. Instrumental bibliográfico (aquisição) SIM 0,00 0,23 0,12
22. Contratações SIM 1,20 1,57 1,38
23. Custeios SIM 3,00 1,40 2,20
*Tipo 1 - Especialista (desenvolvedor da tecnologia). **Tipo 2 – Equipe de projeto
A média geral de coeficiente de impacto para esse indicador foi 6,71. Tal
resultado explica-se em parte pelo caráter de inovação aberta que o Sisteminha assumiu:
o seu processo tecnológico é dinâmico, adaptando-se e incorporando incrementos
diversos, de acordo com as especificidades locais. A rede de pesquisa formal, apesar de
existente e atuante, não tem sido capaz de acompanhar as mudanças efetivadas no
campo. As médias gerais de critérios como “banco de dados, plataformas de informação”
20
e “adoção de sistemas de gestão” sugerem a necessidade de aumento da capacidade
organizacional no indicador “equipe/rede de pesquisa”.
Ademais, dois critérios destacam-se positivamente: “cursos e treinamentos” e
“participação em eventos”, vide a realização de dois treinamentos da equipe da África no
Brasil e dois treinamentos da equipe africana pela equipe brasileira. Há perspectiva de
melhoria desses dois critérios pois em maio deste ano será feita a terceira capacitação da
equipe africana pelos pesquisadores brasileiros, o que é relevante para a formação de
recursos humanos na instalação e desenvolvimento da tecnologia.
21
Os indicadores componentes desse aspecto, em conjunto, obtiveram o pior
resultado entre todos os demais, resultando no valor de 3,98. Individualmente, “Produtos
de P&D” obteve coeficiente de impacto 4,50, reflexo das médias obtidas com valores
baixos para quase todos os critérios, excetuando-se “apresentação em congressos”,
tendo sido registrados no AINFO dois trabalhos apresentados no Congresso Brasileiro de
Aquaciência, 2018.
Os critérios “artigos indexados”, “índices de impacto” e “Livros/capítulos, boletins
etc” apresentaram valores muito baixos devido à baixa divulgação de publicações
científicas na própria rede de pesquisa formada pelo Sisteminha, como já mencionado
nos itens 5.2.2 e 5.3.2. Nessa situação encontram-se pelo menos duas novas publicações
as quais serão divulgadas em 2019, fruto da parceria com os países africanos, além dos
dois estudos de avaliação de impacto (artigo indexado e série documentos) publicados
em 2018 e que ainda recentemente divulgados. Também são os casos dos dois resumos
em anais de congresso citados anteriormente, um artigo indexado4 e um folder5.
Sobre “teses/dissertações”, um trabalho6 de conclusão de curso já foi defendido
em 2018.
4
NANA, P. et al. Black soldier flies (Hermetia illucens Linnaeus) as recyclers of organic waste and
possible livestock feed.. Disponível em: < https://www.ajol.info/index.php/ijbcs>. Acesso em 28 de
fevereiro de 2019.
5
KIMPARA, J.M. et al. Farming insects as food and feed source.. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2018.
Disponível em: < http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1097207>. Acesso em 28
de fevereiro de 2019.
6
Em 2018 foi defendido o trabalho de conclusão de curso “Efeito do sexo sobre o rendimento e qualidade da carne de
porquinho da índia (Cavia Porcellus), pela Univasf, curso de Zootecnia.
22
tecnológico do Sisteminha. O que se observou foi que a tecnologia foi objeto de programa
público do Governo do Maranhão.
A solução tecnológica Sisteminha foi lançada em 2012. De lá para cá, tornou-se uma
das tecnologias mais conhecidas da Unidade Meio-Norte na atualidade, sendo que a
Unidade Cocais também vem intensamente atuando com a implantação e apoio à
disseminação da tecnologia. A tecnologia já conta com cerca de 1.200 Unidades de
Produção do Sisteminha (UPS) instaladas no Piauí, Ceará, Maranhão, Pernambuco e em
outros Estados. O pesquisador responsável recebeu mais de cinco prêmios e
homenagens pela tecnologia, dois deles internacionais.
O Sisteminha tornou-se política pública, por iniciativa do governo do Maranhão,
através do Programa +IDH. A tecnologia foi transferida a partir de 2015 para cinco países
da África, onde mais de 300 técnicos foram capacitados.
A análise de impacto socioambiental foi feita utilizando-se a metodologia Ambitec-
Agro. O indicador socioambiental geral pela metodologia Ambitec-Agro é calculado a
partir de 28 critérios, agregados em seis índices ou aspectos integrados: aspecto
eficiência tecnológica, respeito ao consumidor, trabalho/emprego, renda, saúde e
gestão/administração. Esses impactos podem ocorrer a nível pontual, ou seja, somente
para a propriedade em análise; ao nível local, ou seja, na comunidade como um todo, ou
a nível do entorno, quando outras comunidades percebem o impacto.
Este ano, o indicador socioambiental geral calculado para a média dos produtores foi
de 2,21 (impacto relevante). Em 2017 esse indicador resultou: 1,60; em 2016: 1,48; em
2015: 1,99 (3 anos consecutivos com impactos moderados) e no primeiro ano da análise,
2014: 2,43 (impacto relevante). Conforme nota-se por esses índices, ao longo desses 5
anos consecutivos de avaliação foi pouca a variação desses indicadores.
23
Se o impacto para cada família for considerado isoladamente, ele é grande, pois as
famílias algumas vezes saem da linha da pobreza e passam a produzir o próprio alimento
com qualidade e em quantidade, com algum excedente, e isso faz grande diferença na
vida de cada família. Mas esse impacto tem se limitado, para a maioria dos indicadores e
produtores, ao nível pontual. Para que esse impacto possa ser ainda maior, é importante
que ele chegue ao nível local e no entorno, e isso poderia ocorrer com um maior número
de UPS concentradas em uma mesma localidade para que se obtenham os benefícios da
associação entre os produtores para compras, vendas, assistência técnica e superação
de gargalos, em uma economia de escala com maiores impactos positivos na cadeia
produtiva. Os efeitos somados numa comunidade têm mais força para influenciar outras
comunidades. Ainda assim, o impacto alcançado, relevante, é significativo.
O número de UPS avaliadas para este relatório é pequeno (11) e a diminuição
significativa do impacto em uma das unidades, de 2015 para cá, influenciou o impacto
médio das unidades avaliadas. A diminuição da produção e do impacto, nessa UPS em
questão, deu-se por motivos particulares da família, e não técnicos.
Alguns produtores (esses não foram avaliados) já não mantém o tanque de peixes
ativo. Os motivos apontados, dentre outros, foram: extrema falta de água (exemplo:
quando na seca, a água teve que ser adquirida de carros-pipa, a custo elevado), furos na
lona plástica, que não puderam ser reparados rapidamente, desinteresse. Os motivos
para a interrupção no uso da tecnologia merecem ser avaliados em estudos mais
detalhados sobre o nível de adoção da tecnologia.
O alimento produzido é considerado renda não monetária na presente análise
(equivalente ao que o agricultor gastaria se comprasse os alimentos que passou a
consumir) e o maior impacto observado foi na geração de renda (no caso, na forma de
alimento), com índice 11,0; impacto muito alto (8,0 em 2017; 6,44 em 2016 e 10,14 em
2015). No primeiro momento gera-se segurança alimentar, objetivo do Sisteminha. A partir
de então, em geral, uma pequena renda passa a ocorrer com a venda dos excedentes.
O segundo maior impacto foi no índice de dedicação e perfil do responsável: 4,73;
impacto alto, pois as famílias passaram a dedicar mais de seu tempo para a atividade. O
índice consumo de água, ficou em terceiro lugar, com impacto alto, 4,55; pois foi
verificado um grande aumento na eficiência do uso de água.
Esse ano de 2018, alguns indicadores de impacto resultaram negativos. O consumo
de energia, foi moderadamente negativo, de -1,50 (em 2017: 2,80). As razões para isso
podem ser impressões subjetivas dos produtores relacionadas ao aumento do preço do
Kwh.
Outro indicador moderadamente negativo foi o de uso de insumos e matérias primas:
-0,86 (em 2017: 0,06). Esse ano verificou-se maior dificuldade no acesso a insumos de
qualidade, o que afetou o resultado do indicador.
Em relação à análise dos benefícios econômicos do Sisteminha, pode-se verificar
que os benefícios são consideráveis, de mais de R$ 6.000,00 por família, e considerando
o fato de que todos os produtores visitados já comercializam o excedente de produção
para seu auto sustento. Na África, os benefícios econômicos são ainda mais significativos.
24
melhorar o monitoramento da adoção, registrar dados de produção, sistematizar
informações e divulgar resultados, visando maior geração de impacto.
7. FONTE DE DADOS
Total 11
25
8. BIBLIOGRAFIA
GOMES, J.F, TOLEDO, M. M., RODRIGUES NETO, S., LOPES, C. E. V., QUINZEIRO
NETO, T., BOMFIM, R. da S. B. G., FONSECA, W. B. da. Impactos sociais,
econômicos e ambientais de ações de transferência de tecnologia no âmbito do
Plano Brasil Sem Miséria: estudo de caso da avaliação de agroecossistema no
município de Urbano Santos. São Luís, MA: Embrapa Cocais, 2017. 32p. (Embrapa
Cocais. Documentos, 03).
PETERSEN, P.; SILVEIRA, L.M. da; FERNANDES, G.B.; ALMEIDA, S.G. de. Método de
análise econômico-ecológica de Agroecossistemas. Rio de Janeiro: AS-PTA, 2017.
246p.
26
RODRIGUES, G. S. Avaliação de impactos socioambientais de tecnologias na
Embrapa. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2015. 41 p. (Embrapa Meio Ambiente.
Documentos, 99).
9. EQUIPE RESPONSÁVEL
Tabela 9.1: Equipe dos centros responsáveis pela elaboração do relatório de avaliação de
impactos
Membro da equipe Função
1 Janaina Mitsue Kimpara – Embrapa Meio-Norte Membro
2 Ligia Alves dos Santos – Embrapa Meio-Norte Líder
3 João Flávio Bomfim Gomes – Embrapa Cocais Membro
27
Anexo 1 – Casos de sucesso visitados
Propriedade do Sr. José Maria e Deuzione Santo, área do Assentamento Rural Cajueiro,
no Distrito de Irrigação Tabuleiros Litorâneos do DNOCS.
28
Créditos: Thierry Chopin.
30
Caso 2: Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Juazeiro, BA.
31
Créditos: René Cordeiro.
32
Os produtores em questão iniciaram o Sisteminha no ano de 2016, com o apoio da
Embrapa Cocais. Hoje, já comercializam o excedente da produção para a prefeitura, pelo
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. Os produtos comercializados são
couve, cheiro verde, vinagreira, pepino, berinjela, maxixe, pimenta, ovo, frango, quiabo.
Os peixes são consumidos pela própria família ou vendidos na comunidade. Os ovos são
vendidos a R$ 0,50, o frango a R$ 33,00/unidade. O preço dos vegetais varia em função
do tipo. O total das vendas estimado para o PNAE em 2018 foi de 5 mil reais em um
trimestre. Foi feita a Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas, metodologia
desenvolvida pela AS-PTA (PETERSEN, 2017) para esta propriedade. A metodologia
utiliza a abordagem sistêmica que possibilita conhecer todo o agroecossistema a partir de
seus subsistemas. Na propriedade em destaque, o Sisteminha assumiu um destaque
positivo dentro do agroecossistema.
33