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→ MINHA APRESENTAÇÃO: Boa noite a Mayza, a territórios afetivos. Agradeço o convite para
vir aqui hoje falar de um tema que é tão caro para mim, na minha vida pessoal e também na minha
vida profissional, que é a maternidade. E em uma ótima data onde estamos nos preparando para o
dia das mães, no mês das mães, mês de maio. Penso que é um momento muito bom para refletir a
respeito da maternidade.
Mayza já me apresentou, mas agora eu vou me apresentar, me chamo Priscilla, sou Cientista Social
e Antropóloga e a minha especialidade dentro da área é gênero, feminismos, direitos reprodutivos,
maternidade e na minha vida pessoal sou mãe de duas meninas. Então eu tenho essa vivência da
maternidade olhada de um ponto de vista de uma mulher, feminista que estuda a maternidade e as
relações de gênero. Nas Ciências Sociais nós estudamos o que é de social, então aqui, vou me deter
em aspectos sociais da maternidade.
→ O QUE VENHO FAZER AQUI: Eu venho aqui então trazer uma provocação para a gente
pensar, problematizar para que possamos desnaturalizar a maternidade da forma como hoje ela é
desenhada socialmente. Poder separar na maternidade, o que é biológico dessa maternidade do que
é uma construção social, e ainda, quais dessas construções sociais da maternidade podem ser
opressoras ou libertárias para nós mulheres que desejamos ser mães. Porque o que é uma construção
social pode ser modificado.
→ Em todos os casos que citei acima, que sabemos serem tão comuns em nossa tão desigual
sociedade em termos de gênero (raça e classe também), a maternidade aparece como uma
ferramenta de manutenção e reprodução da desigualdade entre mulheres e homens porque nesses
arranjos, os homens têm mais tempo para cuidarem de seus projetos pessoais e profissionais, o que
faz com que, ao longo do tempo, tenham uma caminho menos difícil de percorrer do que as
mulheres, sobrecarregadas por terem que fazer esses trabalhos não feitos pelos homens.