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A escala comportamental de dor (behavorial pain scale [BPS]) consiste na avaliação de três
domínios (expressão facial, movimentação de membros superiores e sincronia com o
ventilador), que são pontuados de 1 a 4.
Os anti-inflamatórios devem ser evitados em pacientes críticos por causa de seus efeitos
colaterais como sangramento digestivo e insuficiência renal que são potencializados no
ambiente de UTI. Deve-se preferir a via endovenosa e horários programados.
Os opioides fracos (tramadol e codeína) têm uma ação fraca nesses receptores e são úteis
apenas para dores moderadas. Os opioides fortes (morfina e fentanil) devem ser usados sempre
que o paciente revelar dor intensa.
Os efeitos mais comuns dos opioides são depressão respiratória, redução da motilidade
gastrointestinal, prurido e retenção urinária. Em pacientes hipovolêmicos, a perda do tônus
simpático que se segue à infusão de opioides pode levar à hipotensão.
A MORFINA tem um início de ação rápido (cerca de 1-2 minutos), com pico de ação em 15 a 20
minutos e duração de 2 a 4 horas. Apresenta metabolização hepática e excreção renal. Infusões
em bolus causam vasodilatação e liberação de histamina, podendo levar à instabilidade
hemodinâmica. Pode ser administrada na forma contínua ou intermitente.
O FENTANIL é um opioide mais potente do que a morfina. Também tem início de ação rápido
(cerca de 5 minutos), mas sua duração é curta (cerca de 30 a 60 minutos), sendo útil para a
administração em procedimentos ou em episódios agudos de dor, mas quando indicado para
analgesia em situações em que o estímulo é permanente, como em pós-operatórios, deve ser
administrado de forma contínua. Tem vantagem de não ter um metabólito ativo que se acumule
em situações de disfunção renal. E tem maior estabilidade hemodinâmica.
SEDAÇÃO
A sedação profunda é de mau prognóstico e não indicada, pois associa-se a maior tempo de
ventilação mecânica e de internação e a maior incidência de delirium e maior mortalidade.
Em casos de SDRA grave, o volume corrente e a pressão de platô devem ser controlados
rigorosamente e, na maioria das vezes, a sedação profunda é necessária. O uso de prona em
hipoxemias refratárias, ventilação em pacientes com exacerbações graves de asma e controle
da pressão intracraniana em pacientes com hipertensão intracraniana.
MONITORIZAÇÃO
MOVE: monitor, oxigênio em alto fluxo, acesso venoso calibroso e exames (ECG).
A capnografia permite a monitorização contínua dos níveis de CO2 exalado, além de demonstrar
graficamente a sua curva.
FÁRMACOS SEDATIVOS
BENZODIAZEPÍNICOS: atividade sedativa, ansiolítica, anticonvulsivante e de relaxamento
muscular. Os benzodiazepínicos impedem a aquisição de novas informações (amnésia
anterógrada).
As drogas se acumulam em tecidos periféricos e tal fato é mais importante em pacientes com
insuficiência renal crônica, obesos e hipoalbuminêmicos. Assim, recomenda-se seu uso apenas
para sedação de curta duração.
O propofol vem diluído em uma emulsão lipídica. Assim, deve-se atentar para o risco de
hipertrigliceridemia e infecções.
Doses repetidas acumulam-se no tecido adiposo, o que prolonga o efeito sedativo. Pacientes
obesos, idosos, com disfunções renal e hepática estão sob maior risco.
QUETAMINA: efeito peculiar de sedação dissociativa, ou seja, produz um estado de transe. É
uma droga única, capaz de prover sedação, analgesia, amnésia e, mesmo assim, preservar os
reflexos de proteção das vias aéreas e a respiração espontânea. Eventos cardiorrespiratórios
maiores são raros; hipertensão e taquicardia são discretas e transitórias. Recomenda-se evitar
a droga em pacientes esquizofrênicos devido ao risco de exacerbação de quadros psicóticos.
GASOMETRIA ARTERIAL
A gasometria venosa permite uma estimativa confiável do pH e do bicarbonato (HCO3) arterial,
e pode ser usada como substituto, quando o intuito é medir o pH e o HCO3, em pacientes
hemodinamicamente estáveis.
A maioria dos distúrbios acidobásicos não se beneficia da simples correção do pH; ao contrário
disso, o médico emergencista deve focar na detecção da causa.
Caso o paciente esteja sob ventilação mecânica (invasiva ou não invasiva), deve-se aguardar de
10 a 30 minutos para solicitar uma gasometria. Tempo necessário para que as trocas gasosas se
restabeleçam.
A ventilação alveolar permite a excreção de CO2. Os rins reabsorvem o HCO3 filtrado, pois
qualquer perda de bicarbonato na urina leva a um balanço positivo de H+. Além disso, os rins
excretam os ácidos (H+) gerados a partir do metabolismo das proteínas ingeridas na dieta.
O sistema respiratório leva de 1 a 15 minutos e os rins levam de vários minutos a dias para
reajustar a concentração de H+ do organismo.
EQUAÇÃO DE HENDERSONHASSELBACH
RESPOSTA COMPENSATÓRIA ESPERADA/ CORREÇÃO DA GASO
VALORES DE REFERÊNCIA
INTERVALO MÉDIA
pH 7,35 – 7,45 7,40
pCO2 35 – 45 40
HCO3 22 – 26 24
BASE EXCESS (BE) 0 0
Cl - 100
ÂNION-GAP - 10
BASE EXCESS
Se o BE > = +3 então está retendo bases. Alcalose metabólica ou acidose respiratória crônica.
Delta AG / Delta BIC > 2; acidose metabólica com ânion gap aumentado + alcalose metabólica
associada (p. ex., cetoacidose associada a vômitos abundantes).
Delta AG / Delta BIC < 1; acidose metabólica com ânion gap aumentado + acidose metabólica
de ânion gap normal associada (p. ex., acidose láctica associada a diarreia grave).
Delta AG / Delta BIC entre 1 e 2; acidose de ânion gap aumentado sem outro distúrbio
metabólico associado.
Choque séptico, uma forma de choque distributivo, é a forma mais comum de choque em
pacientes internados em UTI.
3. Transporte de oxigênio pelo débito cardíaco para periferia: O transporte de O2 aos tecidos
depende da quantidade presente no sangue e do débito cardíaco
(normal 16 - 22 mL/dL)
(normal 12 - 17 mL/dL)
= CaO2 × DC × 10
Quedas agudas da saturação ou anemias agudas podem ser compensadas por imediato
aumento do débito cardíaco.
Critérios clínicos
A hipotensão arterial geralmente está presente no choque, mas pode estar ausente,
especialmente em pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica.
A combinação de tempo de enchimento capilar > 2 segundos, livedo e diminuição da
temperatura da pele pode predizer baixo índice cardíaco e em última análise, CHOQUE.
Pele: pele fria e úmida, cianose, palidez, livedo, tempo de enchimento capilar prolongado,
gradiente temperatura central periférica (> 7°C = má perfusão periférica).
Sistema nervoso central: estado mental alterado, que inclui torpor, desorientação e confusão.
Critérios diagnósticos
Tipos de mecanismo de choque
Ressucitação volêmica
A ressuscitação volêmica pode melhorar o fluxo sanguíneo microvascular e aumentar o débito
cardíaco, sendo uma parte essencial do tratamento da maioria dos tipos de choque.
No choque hemorrágico, pode-se iniciar a reposição volêmica com cristaloides, até que os
hemocomponentes cheguem à sala de emergência. O ATLS (10ª edição) recomenda a
administração de 1 L de cristaloide inicialmente, seguida de hemocomponentes, caso o paciente
mantenha-se hipotenso.
Nos pacientes com choque hemorrágico grave, devemos acionar o protocolo de transfusão
maciça, em que administramos ácido tranexâmico em até 3 h do trauma, além de concentrado
de hemácias, plaquetas e plasma fresco congelado na proporção de 1:1:1.
OTIMIZANDO A PRÉ-CARGA...
DROGAS VASOATIVAS?
Sugerimos o uso de vasopressina como segunda droga em pacientes com quadro de choque
séptico, já em uso de noradrenalina, que mantêm hipotensão arterial e que não apresentam
depressão miocárdica importante associada.
OTIMIZANDO A PÓS-CARGA...
Outra maneira de otimizar a pós-carga é reduzi-la no contexto de choque cardiogênico, pois isso
facilita o funcionamento da bomba cardíaca, que se encontra debilitada. Mas, para utilizarmos
os vasodilatores endovenosos nesse contexto, precisamos de uma pressão arterial
minimamente segura, em geral uma PAS acima de 90 mmHg.
A dobutamina tem efeitos limitados sobre a pressão arterial, embora possa causar hipotensão
quando iniciada, devido ao efeito beta-2, sobretudo em pacientes hipovolêmicos.
OTIMIZANDO A OXIGENAÇÃO...
Pacientes com dispneia grave, hipoxemia, acidemia grave e persistente ou com rebaixamento
do nível de consciência são elegíveis para ventilação mecânica invasiva.
SUPORTE TRANSFUSIONAL...
De maneira geral, recomenda-se manter um alvo de hemoglobina (Hb) acima de 7 g/dL, sendo
indicada transfusão de concentrados de hemácias se estiver abaixo desse nível. Para cardiopatas
o alvo passa a ser Hb acima de 8 a 8,5 g/dL.
Reduzir o trabalho respiratório (ventilação mecânica, quando indicada, e esta deve ser bem
ajustada, evitando assincronias).
RAIO X DE TÓRAX
Principais alterações:
Pode levar a atelectasia. Sinais indiretos são representados pela elevação da cúpula
diafragmática, desvio do mediastino e retração dos espaços intercostais.
OPACIDADE EM VIDRO FOSCO: oblitera parcialmente a vasculatura e a via aérea, menos opaca
que a consolidação. Relacionado a pneumonia viral, pneumocistose e doenças intersticiais
pulmonares.
CISTO E BOLHA: imagens radioluscentes com paredes finas quase imperceptíveis e conteúdo
mais comumente aéreo. BOLHAS são periféricas e relacionadas a enfisema pulmonar.
Os CISTOS podem ser múltiplos e relacionados à doença cística pulmonar, como a
linfangioliomiomatose e histiocitose de células de Langerhans, ou únicos, representando
sequela de infecção prévia (pneumatocele).
DERRAME PLEURAL: os seios costofrênicos laterais e posteriores são os recessos que marcam a
presença de doença pleural no RX de tórax. Sinal do menisco, com obliteração homogênea do
seio costofrênico formando imagem de aspecto côncavo.
DERRAME PERICÁRDICO: Uma tríade simples para relembrar o tamponamento cardíaco é a
tríade de Beck (ingurgitamento jugular ou veias distendidas no pescoço, bulhas abafadas e
hipotensão). No contexto do trauma esse derrame pericárdico geralmente representa
hemopericárdio (sangue na cavidade pericárdica), porém, de forma geral, remete ao líquido
excessivo. No raio X podemos encontrar um aspecto conhecido como “coração em formato de
moringa” com aumento do índice cardio-torácico.
O pneumotórax pode ser hipertensivo e representar uma emergência médica, sendo os sinais
radiológicos: aumento dos espaços intercostais, desvio contralateral do mediastino e
rebaixamento da cúpula diafragmátia ipsilateral.
PNEUMOPERICÁRDIO
PNEUMOMEDIASTINO
TEXTO 1
Resposta correta:
(C) AP (D) Apicolordótica
(B) Decúbito lateral com raios horizontais (E) Obliquas
(A) PA e perfil
3. O que há de errado com esta radiografia de tórax em relação à técnica de aquisição da imagem?
O que pode ser feito para melhorar?
Resposta correta: Grafia em AP, pouco penetrada, pouco inspirada e paciente não centrado. Tentar
repetir em PA, com maior dose de radiação, melhor inspiração e centrar o paciente no filme.
Resposta correta: As bordas mediais das clavículas têm a mesma distância para o centro da coluna
dorsal.
5. Qual das alternativas abaixo não faz parte de um relatório de RX de tórax normal?
a) Estruturas ósseas íntegras d) Índice cardiotorácico dentro da normalidade
b) Trama vascular pulmonar normal e) Linfonodos mediastinais de aspecto habitual
c) Ausência de opacidades pulmonares
Resposta correta: e
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TEXTO 2
Resposta correta: d
Resposta correta: à direita o brônquio fonte é curto e verticalizado, enquanto à esquerda o brôn-
quio fonte é longo e horizontalizado. Apenas à direita há o brônquio intermédio, após a origem do
brônquio lobar superior direito.
Resposta correta:
A – traqueia
B – hilo pulmonar esquerdo
C – bolha gástrica
D – seio costofrênico direito
Resposta correta: é periférico e delimitado pelos septos interlobulares, é ventilado pelo bronquíolo
terminal.
Resposta correta: d
TEXTO 3
1. Cite 3 alterações que levam à redução da atenuação pulmonar no exame radiográfico do tórax.
Resposta correta: a
3. Quais são os quatro padrões de opacidades intersticiais? Cite uma causa para cada.
Resposta correta:
Padrão reticular – doença intersticial pulmonar fibrosante (fibrose pulmonar idiopática, doença cola-
genovascular, reação medicamentosa)
Padrão nodular – doença granulomatosa (sarcoidose, silicose, tuberculose)
Padrão septal – edema pulmonar (linfangite carcinomatosa)
Padrão miliar – tuberculose miliar (histoplasmose, metástases)
4. RX de tórax de 2 pacientes diferentes, ambos com doença intersticial pulmonar. Indique quais são
as alterações radiográficas de cada caso.
A. B.
Resposta correta:
Caso A. Opacidades de padrão reticular com predomínio basal e periférico, sinais de perda de volume
pulmonar, aumento da área cardíaca
Caso B. Opacidades de padrão nodular com predomínio superior e central, sinais de hiperinsuflação,
aumento do volume hilar por linfonodomegalias
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Resposta correta: d
TEXTO 4
Resposta correta: d
3. Qual o sinal identificado na imagem em PA deste exame de RX de tórax? Qual a provável alteração?
Resposta correta: Há uma consolidação em faixa fazendo sinal da silhueta com a borda cardíaca
direita. Representa atelectasia do lobo médio.
Resposta correta: Convergência hilar indica que a alteração é do hilo pulmonar, enquanto a sobre-
posição hilar indica que a alteração é extra hilar.
Resposta correta:
(B) Atelectasia redonda (A) Linfonodopatia paratraqueal e hilar bilateral (sarcoidose)
(C) Neoplasia central obstrutiva (D) Empiema pleural
(E) Bola fúngica
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TEXTO 5
Resposta correta: d
3. Qual aparato médico é identificado neste exame? Inserido por que via? O posicionamento está
correto? Por quê?
Resposta correta: Identifica-se um cateter de acesso venoso central inserido pela veia subclávia
direita, com posicionamento incorreto, pois está dobrado sobre si.
Resposta correta:
(E) Não confundir com sondas ou cateteres (D) Ponta radiopaca ao nível do botão aórtico
(A) Dois eletrodos, em átrio e ventrículo direito (C) Extremidade na região do hilo pulmonar
(B) Um cabo em ventrículo direito
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