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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


CRIMINAL DE JUSTILANDIA

CLEOBALDO, já qualificado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa


Excelência, por intermédio de seu defensor constituído para este ato
processual – instrumento de mandato anexo - apresentar

DEFESA PRÉVIA

Em acordo ao art. 55 da lei 11.343/06, nos termos que seguem.

1. PRELIMINARMENTE – PROVA ILÍCITA – DENÚNCIA


APÓCRIFA E INVASÃO DE DOMICÍLIO SEM
COMPROVAÇÃO DE FLAGRANTE DELITO

Em sede preliminar, verifica-se que a prova produzida por ocasião da


prisão em flagrante é ilícita, tendo em vista se tratar a propriedade rural onde
P
ocorreu a prisão de uma extensão do domicílio do Acusado. A
G
E
Até porque, tanto nas declarações dos policiais constantes do auto de \*
prisão em flagrante, quanto no Boletim de Ocorrência de Seq. 1.15, não se fala M
em denúncia anônima de tráfico propriamente dito, mas sim de plantação E
R
de drogas. A diferença, como se sabe, é substancial.
G
E
Como é cediço, somente é possível violação de direitos fundamentais – F
tal qual a inviolabilidade do domicílio – em casos extremos. No caso da
O
R
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discussão presente, concernente à tutela do domicílio, a Constituição excetua,


dentre outras, a hipótese de flagrante delito.
Ocorre que, antes de ingressar ao domicílio, cabe ao órgão investigatório
buscar “fundadas razões” para tanto. Ao se cotejar a inviolabilidade do
domicílio com a vedação do anonimato, também de índole constitucional, tem-
se que, ao se deparar com denúncias anônimas, como foi o caso, deveria a
polícia lançar mão de meios investigativos menos gravosos, para só então, a
partir de elementos outros que consubstanciassem as “fundadas razões”,
invadir a propriedade do Acusado.

Portanto, se por um lado não se pode imputar aos agentes policiais


crimes como abuso de autoridade e/ou violação de domicílio – eis que
interpretaram legitimamente sua ação como legal – em um extremo, também
não se pode ler tal evento como uma produção absolutamente legal de provas,
o que seria o outro extremo.

Recentemente, no final de 2015, o Supremo Tribunal Federal debateu a


questão da inviolabilidade do domicílio em situações excepcionais de flagrante
delito, quando do julgamento do Recurso Extraordinário 603.616, de Rondônia,
julgado 05/11/2015.

Pautou o julgamento o entendimento de que somente pode ocorrer tal


investida policial quando efetivamente se verifiquem as “fundadas razões”.
P
A
Disse em seu voto o relator GILMAR MENDES: G
E
\*
“O modelo probatório é o mesmo da busca e apreensão
domiciliar – fundadas razões, art. 240, §1º, do CPP. Trata-se
M
de exigência modesta, compatível com a fase de obtenção de E
provas. R
G
Por outro lado, provas ilícitas, informações de inteligência
E
policial – denúncias anônimas, afirmações de “informantes
policiais” (pessoas ligadas ao crime que repassam informações F
aos policiais, mediante compromisso de não serem O
identificadas), por exemplo – e, em geral, elementos que não R
têm força probatória em juízo não servem para demonstrar M
a justa causa.” (grifamos)
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Asseverou em seu voto o ministro EDSON FACHIN:

“Por certo que, a vedação ao anonimato (art. 5º, IV, da CF)


de acordo com a jurisprudência desta Corte, não se
permite que as denominadas “denúncias anônimas” se
prestem a, como fonte primária de prova, fundar restrição a
direitos fundamentais. Entretanto, permite que, a partir
delas, se faça uma averiguação para aferir verosimilhança
e, a partir daí, se iniciem procedimentos restritivos.
Na linha da jurisprudência desta Suprema Corte, também
entendo que uma informação obtida por fonte anônima, desde
que averiguada pelos agentes policiais – frise-se -, pode
validamente fundar o ingresso em residência alheia onde se
constata o flagrante delito.” (grifos nossos e do original)

Dos trechos acima, nota-se o entendimento do Supremo no sentido de


que, a partir da denúncia anônima, deve a polícia iniciar a investigação. A partir
desta, ao alcançar outros elementos de convicção de natureza investigatória,
somente aí se mostra possível a medida gravosa em análise. Não foi o que
ocorreu no caso presente: já em seguida à denúncia apócrifa, a polícia “saltou”
para a busca domiciliar!

Resta, portanto, ilícita a prova, razão pela qual ser requer seja declarado
nulo o auto de prisão em flagrante, e por conseguinte seja rejeitada a denúncia,
pois outra prova não há e não haverá a embasar a presente imputação.
P
A
2. MÉRITO - DA POSSIBILIDADE DE G
E
DESCLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NESTA \*
M
FASE PROCESSUAL E
R
G
Alternativamente, caso Vossa Excelência entenda lícita a prova
E
extrajudicial produzida, requer-se seja desde já prolatada decisão de mérito F
pela desclassificação da infração penal. O
R
M
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Primeiramente, é de se consignar a possibilidade jurídica de


desclassificação da infração penal já nesta fase do processo, seja porque já
contam os autos com elementos para tanto, seja porque é neste momento que
se permite alegar “invocar todas as razões de defesa” (art. 55 da lei de drogas).

Ademais, se mesmo a absolvição sumária ou a rejeição da denúncia são


cabíveis (art. 55 da lei de drogas em interpretação sistemática com o art. 397
do CPP), e em silenciando a lei, portanto não proibindo a desclassificação, o
cabimento desta é solução jurídica mais consentânea aos ditames da ampla
defesa neste momento processual.

Ora, Excelência, é sabido, desde os tempos dos romanos, que em termos


de Direito e Justiça, “quem pode o mais, pode o menos”, brocardo hoje
considerado um verdadeiro postulado de hermenêutica. Ninguém menos que o
mestre Carlos Maximiliano nos adverte:

“In eo quod plus est semper inest et minus: “Quem pode o


mais, pode o menos” (Literalmente: “Àquele a quem se
permite o mais, pode o menos”. “No âmbito do mais
sempre se compreende também o menos”). Maximiliano,
Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de Janeiro:
Revista Forense, 1999, pág. 245

Pois bem. Quando ouvido por ocasião do flagrante, o Acusado já afirmou


ser usuário de drogas, apontando que de todo o material apreendido, pouca
quantidade se aproveita, em termos qualitativos, para o consumo. P
A
G
O art. 28, §1º da lei de drogas, cuja tipificação ora se requer seja aplicada, E
não se refere à quantidade de plantas, mas a “plantas destinadas à \*
preparação de pequena quantidade de substância ou produto (...)”. Percebe-se M
E
que o espírito da lei não se atém à quantidade de plantas em si, mas afirma R
a lei que as plantas devem servir a preparar “pequena quantidade” de G
substância. E
F
O
É exatamente o caso dos autos. Muito embora efetivamente houvesse ali R
algumas plantas, bem como o peso total se mostre significativo (até pelo fato M
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de o material apreendido envolver galhos, caule, raiz, folhas, flores, e mesmo


porções de terra), o produto final na forma em que costuma ser consumido pelo
Acusado acabaria sendo de pouca monta, ao final da colheita e processamento
final. Nesse sentido, inclusive foi sua explanação no interrogatório em recente
procedimento perante este r. Juízo, ao qual se fará menção adiante.

Nessa ordem de ideias, leciona Renato Marcão:

Típica "atividade de subsistência", para a configuração da


modalidade típica sob análise é preciso que o agente, para seu
consumo pessoal, semeie, cultive ou colha plantas destinadas
a preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Trata-
se da "plantação caseira", de diminuta proporção, para uso
próprio. É bastante comum casos em que o agente planta e
cultiva pé de maconha em vaso, floreira ou outro pequeno
espaço de sua residência,visando suprir o próprio consumo.
A aferição do que seja pequena quantidade caberá ao
julgador, diante do caso concreto. (grifos no original)
(Marcão, Renato. Tóxicos: Lei n. 11.343, de 23 ele agosto de
2006 :anotada e interpretada - 10. ed.- São Paulo: .Saraiva,
2015. Pág. 57) (grifamos)

Prescreve o §2º do art. 28 que o juiz, ao buscar a verdade real sobre a


destinação da droga, deve se atentar a diversos fatores. Verifica- se, nesse
diapasão, que o Acusado, o qual trabalha como agricultor, plantava quantidade
suficiente a obter substância de certa qualidade para uso próprio. E não por
acaso, manda a lei que o juiz se atente às condições pessoais do agente:
P
“circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do A
agente (in fine).” G
E
\*
Não bastasse isso, em Seq. 1.6 consta a apreensão também de uma
M
caixa de papel de seda e um cachimbo, objetos típicos do uso de maconha. E
R
Frise-se ainda que, muito embora por ocasião da prisão em flagrante
G
E
tenha sido apreendida uma balança, tem-se que esta é utilizada para pesar F
adubos e agrotóxicos; nesse sentido, caso recebida a denúncia e não O
aplicada a desclassificação ora propugnada pela defesa, a título de produção R
M
probatória, em tópico próprio mais adiante, se requererá desde já seja
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realizada perícia a perquirir a natureza química dos vestígios existentes no


referido objeto, de forma a comprovar cabalmente as alegações ora expostas.

Não há, portanto, absolutamente nada que ligue o Acusado à prática da


traficância.

Ademais, todo o histórico do Acusado frente a este Juízo demonstra ser o


mesmo usuário da substância.

Com efeito, ao se atentar para a certidão de antecedentes do Acusado, é


de se ver que há outro processo em andamento, no qual foi proferida sentença
de desclassificação – Seq. 78 dos autos yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy, atualmente
tramitando perante o Juizado Especial Criminal desta Comarca. Desde já se
faz necessário afirmar que nada mudou desde aquela ocasião. Não há razão,
pois, para se proferir decisão diversa, até porque não há (e não haverá ao
longo de eventual instrução) prova alguma de que o Acusado pratica outra
conduta típica que não a utilização própria da substância cannabis.

Por fim, a decisão ora pleiteada melhor atende aos anseios da economia
processual, evitando-se movimentar o Judiciário, já abarrotado de processos
atinentes a crimes realmente graves, sobrecarregando por demais seus
dedicados servidores.

P
Desde já se requer, pois, seja rejeitada a denúncia por tráfico, proferindo- A
se decisão desclassificatória, com o competente envio dos autos ao Juizado G
Especial Criminal. E
\*
M
E
R
G
E
F
O
R
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3. MÉRITO - DA COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE LÍCITA


E A INCOMPATIBILIDADE COM O TRÁFICO DE
DROGAS

O Acusado trabalha, como disse quando ouvido na lavratura do auto de


prisão em flagrante, como agricultor.

Nesse sentido, aliás, produziu prova nas incursões anteriores por


situações análogas que teve por este r. Juízo, em procedimentos atualmente
arquivados.

De qualquer forma, oportunamente, juntará a estes autos novos


documentos, se for o caso, comprovando que continua atuando na mesma
atividade econômica lícita.

Além disso, é pai de família, e, a despeito de sua opção por se utilizar


recreativamente de cannabis, como opção de vida, inclusive devido ao fato de
ser abstêmio em relação a bebidas alcoólicas, se mostra no seio da
comunidade como homem trabalhador e cumpridor de seus deveres, sem
qualquer envolvimento com a criminalidade, desde que nesta cidade nasceu.

Esclareça-se que ao se afirmar “não ser o Acusado envolvido com


P
qualquer forma de criminalidade”, se pauta a defesa na discussão sub judice A
no Supremo Tribunal Federal, sobre a eventual futura descriminalização do G
porte de droga para uso próprio, no Recurso Extraordináro 635.659.
E
\*
M
Como se vê, a conduta social do Acusado, por si só, não se coaduna com E
o rótulo de “traficante”, e muito menos com os padrões nefastos do sistema R
G
carcerário.
E
F
Por mais estas razões, soa também melhor neste caso concreto a O
definição prematura, perfeitamente justificável de fato e de direito, da
R
M
desclassificação da infração ora sub judice para aquela insculpida no art. 28, A
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§1º da lei de drogas, com todas as consequências jurídicas daí vindouras,


mormente o envio dos autos ao Juizado Especial Criminal.

4. MÉRITO - DA CONSEQUENTE INCONSISTÊNCIA DA


IMPUTAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO

A imputação por associação ao tráfico, demonstrada a inexistência deste,


resta também absolutamente descabida já neste momento processual.

Importante afirmar que o corréu FUMILDO trabalha como diarista na


propriedade do Acusado CLEOBALDO, onde se realizam o plantio e a colheita
de produtos como pera e poncã, como declararam os Acusados por ocasião da
lavratura do flagrante.

Nesse sentido, vale transcrever trecho do parecer do Ministério Público


acerca da prisão do corréu FUMILDO, lançado em Seq. 08:

“Além disso, merece crédito (ao menos de início) a alegação de


FUMILDO, dando conta de que estaria trabalhando como
diarista na propriedade de CLEOBALDO e não tinha
conhecimento de que o mesmo cultivaria maconha naquele
local.”
Ademais, tal situação, dado a notoriedade da profissão de
agricultor do Acusado CLEOBALDO no seio da comarca, P
A
prescinde inclusive de produção de provas (374, I, do CPC
2015).
G
E
Em assim sendo, a relação jurídica entre ambos, longe da associação \*
estável e permanente para o tráfico, na forma exigida pela descrição típica do M
E
art. 35 da lei de drogas, é uma relação de direito contratual, ou, quando muito,
R
de natureza jurídica trabalhista. G
E
Não é a Justiça Criminal, pois, competente para avaliar a relação jurídica F
O
entre ambos.
R
M
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Assim, cabível desde logo a rejeição da denúncia no tocante ao referido


crime, como a consequente rejeição da denúncia nessa extensão.

5. DA PRODUÇÃO PROBATÓRIA

Alternativamente, em caso de recebimento da denúncia e consequente


prosseguimento da ação penal pelos crimes descritos na denúncia, requer o
Acusado, em atendimento à ampla defesa e ao contraditório, a produção das
seguintes provas:

a) Arrola como testemunhas de defesa as pessoas constantes no rol


abaixo;

b) A perícia química na balança encontrada na propriedade do


Acusado, apta a comprovar a ausência de resquícios de maconha e a
presença de resquícios de agrotóxicos, de forma a comprovar de
forma definitiva as alegações do Acusado em sua oitiva por ocasião
da lavratura do auto de prisão em flagrante;

c) A perícia apontando quanto do material apreendido efetivamente se


P
presta à produção de cannabis sativa apta ao consumo, especificando A
o peso de partes como caule, galhos, folhas, flores, raízes, bem como G
porções de terra que eventualmente componham o material
E
\*
apreendido; M
E
d) Seja determinada a juntada aos autos da sentença proferida no R
G
processo xxxxxxxxxxxxxxx, no qual o Acusado foi absolvido, bem
E
como da sentença de Seq. 78.1, proferida nos autos yyyyyyyyyyyyyyy, F
a qual determinou a desclassificação de infração penal e a remessa O
R
dos autos por alteração de competência ao Juizado Especial desta
M
comarca; A
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e) Seja determinada a juntada aos autos as fotos coloridas (fotos em


branco e preto em Seq. 1.7) do material apreendido, visando facilitar o
esclarecimento frente a este Juízo do material efetivamente
aproveitável entre o material apreendido;

f) Seja determinada a juntada aos autos dos documentos que


comprovam a atividade lícita do Acusado, constantes dos autos de
recentes pedidos de revogação de prisão preventiva/liberdade
provisória, atualmente arquivados por este Juízo (portanto
inacessíveis à defesa), tendo em vista que, ao se considerar os
períodos de safra e entressafra, os mesmos se mostram atuais;

g) A eventual juntada de documentos durante o trâmite da ação penal, a


teor do art. 231 do CPP.

6. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

P
a) A nulidade da prova consubstanciada no auto de prisão, dado sua
A
ilicitude, e a consequente nulidade da denúncia e do presente G
procedimento, com a rejeição da denúncia em todos os seus termos; E
\*
M
b) No mérito, caso não acolhida a alegação preliminar, a desclassificação E
sumária, do crime previsto no art. 33 da lei de drogas, bem como a R
absolvição sumária e/ou a rejeição da denúncia nos termos em que G
E
esta se apresenta quanto ao crime do art. 35 da mesma lei; F
O
c) Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a R
M
produção probatória em acordo ao disposto no item “V” deste
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arrazoado.

Termos em que,
Pede deferimento.

De Londrina para Justilândia, em 10 de outubro de 2016.

ADVOGADO...
OAB...

Rol de testemunhas

● Fulana, pedagoga e artesã, Rua do Asfalto, Justilândia

● Fulano, comerciante, Rua Pavimentada, Justilândia

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\*
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