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PROGRAMA DE ESTUDO TUTORADO • REPOSIÇÃO DE PARALISAÇÃO/GREVE 2020 PÁG 0

PAULO VINÍCIUS AMADO

FLAUTA TRANSVERSAL 19 HORAS/AULA

CLASSIFICAÇÃO ORGANOLÓGICA DA(S) FLAUTA(S).


Caros alunos,

Como vocês podem se lembrar, no mês de março de 2020, um


pouco antes de ser iniciada a quarentena oficial do Estado de Minas
Gerais, alguns dos professores do Conservatório Estadual de Música
“Padre José Maria Xavier” – de São João del Rei/MG – realizaram
paralisações e greves, na busca por melhores condições de trabalho e
insistindo para que o Estado cumpra leis básicas da Educação; aquelas há
muitos anos aprovadas, mas ainda não vigentes.
Como um dos afetados por esses problemas legais e políticos em
menção, eu, professor Paulo Amado, fui um dentre aqueles que aderiram
à paralisação, especificamente nos dias 16 e 17 de março do ano passado.
Assim sendo, tenho a obrigação profissional de recompor a carga-horária
do período em que estive legalmente protestando, e é esta a função
deste material que agora lhes chega em mãos.
O intuito deste volume, portanto, é o de subsidiar uma forma e
um registro do contato entre o aluno e o professor, pela via de uma
atividade de ensino aprendizagem e/ou de um material didático, em
reposição aos dias de paralisação do bimestre inicial do ano de 2020,
antes da pandemia. Aqui se tem, portanto, um tipo de Programa de
Estudo Tutorado (PET) de Flauta Transversal que me foi solicitado
elaborar com vistas à nossa reposição de carga-horária referente a minha
última paralisação das aulas.
Outros volumes e materiais têm seguido e se seguirão, mas eles
para a manutenção das atividades dentro do que é cabível no momento
sanitário geral de nossa Minas Gerais, e do nosso país. Como tem sido
sempre, estou à disposição para tirar eventuais dúvidas e lhes prestar os
auxílios e instruções necessários para o desenvolvimento das atividades
todas aqui contidas ou postas em materiais mesmo que anteriores.

Com votos de saúde e paz para todos vocês,


Att.,
Índice

Introdução e instruções iniciais, pág. 3.

A(s) FLAUTA(s) e ao ORGANOLOGIA, pág. 4.


i) Flauta(s): noções iniciais, pág. 4.
ii) Flauta(s): Aerofones de Aresta, pág. 6
Organologia, pág. 8
Aerofones, pág. 10
Você sabia?... pág. 11

Atividades, pág. 13

REFERÊNCIAS, pág. 17

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Introdução e instruções iniciais

O presente volume trata de assuntos relativos às flautas, no plural, e não unicamente se


refere a nossa Flauta Transversal, o instrumento que temos em curso no Conservatório. Aqui vão se
colocar alguns apontamentos sobre os significados do termo flauta, a abrangência que essa palavra
traz consigo, a etimologia ou origem desse vocábulo, tratando ainda de entender de qual grupo de
instrumentos se está falando quando o assunto é entre flautistas. Alguns destes tópicos, é verdade, se
viram também em algumas de minhas aulas e mesmo em palestras, como nas da “Semana Virtual dos
Sopros”, de que alguns poucos alunos puderam participar. Quem viu, poderá revisar e ter o registro
escrito do que se abordou. Quem não participou, agora se itera dos assuntos, e fixa tal conteúdo.
O texto está estruturado com base num capítulo inicial – A(s) Flauta(s) e a Organologia – e
nisso tanto a palavra Flauta quanto o termo Organologia vão se esclarecendo. No subcapítulo i) – com
o título de “A(s) Flauta(s): noções iniciais” – entende-se um pouco do porquê de tantos instrumentos
mundo afora poderem ser chamados como tipos de flautas (embora eles tenham seus nomes próprios
nas culturas às quais eles pertencem). Já em “ii) Flautas: Aerofones de Aresta” toma-se o tema mesmo
da classificação organológica das várias flautas. O PET conta também com quadros de sugestões de
tarefas ou pesquisas para ampliação dos assuntos, e algumas notas comentando temas e indicando os
possíveis caminhos para adquirir mais informações sobre alguns detalhes ora abordados. Ao final, são
propostas algumas atividades: questões e exercícios de pesquisa, sobre o universo ainda dos assuntos
tratados no texto desse volume ou mesmo sugerindo que o aluno investigue mais um ou outro ponto
em menção, mas que necessitaria de mais espaço para ser devidamente tratado.
***
Após a leitura e o término das atividades, encaminhe as respostas – em formato digital, ou
mesmo no formato de fotografias de uma página preenchida de próprio punho – para o e-mail de
trabalho do professor: paulo.amado@educacao.mg.gov.br

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A(s) FLAUTA(s) E A ORGANOLOGIA

i) A(s) Flauta(s): noções iniciais

O termo flauta, nós sabemos, é amplamente conhecido e utilizado, e se aplica mesmo para
fazer referência a vários diferentes instrumentos de sopro dos quais temos algumas notícias e imagens,
ou daqueles até que escutamos no nosso cotidiano, ao vivo ou em gravações. Algumas vezes, inclusive,
essa palavra se usa inadvertidamente até com algum tipo de equívoco: por exemplo, não é muito raro,
no Brasil, ouvir algumas pessoas chamando um oboé ou uma clarineta de “aquela flauta” – algo que se
pode explicar pelo fato mesmo de que tais instrumentos têm os seus usos ou suas performances mais
vinculados a determinadas formações musicais eurocidentais e mais do universo de uma música de
concerto, que é, realmente, um tanto restrita – enquanto as flautas, sobretudo a flauta transversal,
têm suas caminhadas também nos ramos mais populares da
música em muitos países1. Contudo, o uso assim da palavra
flauta, não deixa de ser uma espécie de erro ou, ao menos,
um desvio de nomenclatura, o que é necessário de se dirimir,
Sugestão : conforme faremos logo adiante.
Pesquise, por exemplo, em páginas Um fato incontestável, este sim, é o da existência
da internet, os dois instrumentos de muitos tipos diferentes de flautas; e elas são provenientes
que, às vezes, são confundidos com
ou características das mais distintas culturas, com os seus
flautas por algumas pessoas: o
usos, as suas técnicas, construções e formas, e os repertórios
oboé e o clarinete (ou clarineta).
específicos. Com uma breve investigação, se pode notar que

1
Citem-se, como exemplos de músicas ditas populares em que se percebe forte presença ou principalidade de flautas: o
Choro (no Brasil), o Jazz (EUA), alguns gêneros de música instrumental centro-americanos e caribenhos, o kronjong
(Indonésia), dentre outros. Use ferramentas de busca na web, como Google e YouTube, e conheça algo dessas músicas.

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há variantes de tais instrumentos e dos seus respectivos músicos executantes em todos os continentes,
e que a quase totalidade dos povos mundo afora conta – ou, pelo menos, contou em alguma época
pregressa que seja – com os seus “flautistas”, e estes tendo o uso de seus instrumentos ou para deleite
estético e artístico-musical, para embalar os momentos de diversão familiar ou comunitário, ou, muitas
vezes também, sendo as suas tais flautas instrumentos rituais de um enorme valor e importante
significado simbólico, espiritual e/ou religioso.

Figura 1: Alguns exemplos de instrumentos a que se pode atribuir a nomenclatura de “flauta”, vindos de diferentes pontos e distintas
culturas ao redor do mundo, desde a Flauta Transversal e Flauta Doce, europeias e conhecidas nossas, até as Flautas Dizi e o
Shakuhachi que nos remetem às culturas musicais do extremo Oriente (China e Japão).

Só para mencionar alguns exemplos, muitos deles presentes no nosso imaginário próximo
ou em culturas das quais nos chegam bastante notícias – além das nossas Flautas Transversais e da
família das Flautas Doces de diversos tamanhos, afinações e extensões (que nos chegaram via Europa,
e se difundem amplamente em escolas de música) – temos também a Flauta Pan ou Zampoña, muito
comum entre povos aborígenes dos Andes na América do Sul; o Pífano (Pife ou Pífaro) que se escuta
em diversos lugares mundo afora, e que estão presentes em muitas das festas de culturas populares
brasileiras, inclusive, com destaque para seus usos no Nordeste do Brasil, e também no nosso estado

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de Minas Gerais, na sua porção mais ao norte (Fig. 01). O Brasil ainda conta com flautas de culturas
nativas indígenas, como as Flautas dos índios Wauja e as flautas do grupo étnico Enawenê-Nawê, povos
estes hoje presentes no Mato Grosso 2 (Fig. 02). Cabe mencionar, ainda, o chamado Bansuri, uma flauta
também tocada na transversal e semelhante ao pífano, muito importante para a música clássica da
Índia; a Flauta Dizi chinesa, ou ainda a secular e meditativa Flauta Shakuhachi japonesa (Fig. 01).

Figura 2: Indígenas brasileiros do grupo Enawenê-Nawê em momento de uma festa tradicional da sua aldeia e contando,
em mãos, com algumas das flautas de que dispõem na sua cultura (nesse exemplo, um tipo de Zampoña).

ii) Flauta(s): Aerofones de Aresta

O que caracteriza as flautas e reúne um grupo de instrumentos sob o “guarda-chuva” desta


palavra? Ou, ainda, o que diferencia um tipo de flauta qualquer de outra espécie de instrumento dentro
da grande família dos sopros? Acredito que algumas respostas satisfatórias a estas indagações, ou até

2
Ver, sobre os Wauja: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Wauj%C3%A1>. Já sobre os povos Enawenê-Nawê, hoje
também no Mato Grosso, informações em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Enawen%C3%AA-naw%C3%AA>.

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uma ampliação dos termos centrais destas perguntas podem vir a partir do momento em que se tem
em mente e se consideram alguns ditames de uma ciência do ramo da Música chamada Organologia,
ou, mais especificamente, a partir de termos derivados de uma classificação organológica, uma divisão
de instrumentos musicais em grupos de acordo
com algumas de suas características históricas, ou
de construção, ou acústicas etc.
Considerando alguns dos instrumentos
antes mencionados, e que se tomaram como tipos
de flautas, vamos empreender um rápido estudo
analítico sobre elementos das suas construções e
da geração do som de cada um deles, colocando-os
em perspectiva. Vamos também, a seguir, traçar as
comparações de tais itens construtivos e acústicos
com de outros instrumentos de sopro, e notar quais
as especificidades do grupo em atenção em relação
aos outros exemplares. O estudo organológico – é
assim que se faz um estudo desses – nos ajudará a
entender algumas coisas essenciais para as leituras
e atividades adiante.
Ora, primeiramente, vamos nos ater às
construções dos bocais, bicos ou embocaduras de três tipos de flauta: a) a Flauta Transversal Soprano
em Dó do Sistema Boehm; b) uma Flauta Doce Soprano em Dó; e c) uma Flauta Shakuhachi tal como
ela se constitui na sua tradição no Japão. Abaixo (Fig. 3) imagens dos respectivos porta-lábios destas
tais flautas, isto é, os locais onde se sopra em momentos de performance:

Figura 3: Detalhes dos bocais ou embocaduras de três flautas: Transversal, Doce e Shakuhachi.

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Se prestarmos atenção, vamos notar que os detalhes nos exemplos nos apresentam uma
característica comum dessa tríade de flautas das fotos. As embocaduras das três se dá ou se constrói
a partir de cortes feitos diretamente nas paredes dos seus tubos, em alguma seção adjacente às laterais
dos próprios corpos de cada uma de tais flautas (Figs. 4, 5 e 6).

Figura 4: Detalhe do corte ou da aresta (linha em vermelho em destaque) que divide o sopro do flautista enquanto este
executa a Flauta Transversal conforme a técnica mais comum de execução.

Figura 5: Corte no apito ou no bisel da Flauta Doce (linha em vermelho destacada na figura ampliada).

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Figura 6: a aresta de corte da coluna de ar (linha vermelha marcada) na embocadura de um Shakuhachi.

Agora, atenção à diferença, por exemplo, entre a maneira de soprar no bocal de uma Flauta
Transversal e as embocaduras de um oboé e de um clarinete (Fig. 7):

Figura 7: As diferenças de embocadura da Flauta Transversa (a), do Oboé (b) e do Clarinete (c).

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Ora, notamos, pelas figuras e marcações acima (Figs. de 3 a 7) que são os cortes ou arestas
os itens de construção e geração sonora que coincidem nas flautas em exemplo, e também as mesmas
arestas diferenciam o que seja uma flauta do que são os outros instrumentos de sopro: nos casos em
estudo na Fig. 7, inclusive, comparamos a embocadura de aresta da Flauta Transversal – também dita
como “embocadura livre” – com as embocaduras de palheta dupla (com o Oboé) e de palheta simples
(no caso do Clarinete). A síntese possível, pois, é a de que são flautas os instrumentos dotados de um
som que é gerado a partir da divisão do sopro em uma espécie de quina da parede do instrumento, e,
quando os sons se geram de outra maneira (por outros corpos que vibram antes de vibrar o ar), serão
outras as tipologias e nomenclaturas dos tais instrumentos.
A tal conclusão, assim, na realidade já foi alcançada por outros estudiosos da Organologia,
com destaque para os apontamentos, em tal sentido, dos (etno)musicólogos Erich von Hornbostel e
Curt Sachs – criadores do Sistema Hornbostel-Sachs de Classificação Organológica 3, na virada entre o
século XIX e o XX (cf. HENRIQUE, 1988). Segundo esse sistema organológico dos dois pesquisadores, as
flautas seriam formadoras de um vultoso grupo que
se pode chamar de Aerofones de Aresta, um ramo
ou conjunto de instrumentos que engloba, ainda,
apitos e ocarinas, por exemplo.
Chamam-se flautas, portanto, aqueles
instrumentos de sopro, feitos com tubos (s), e cujo
o som se produz pelo choque do ar soprado numa
aresta ou corte na parede do próprio instrumento,
sem intermediários como o lábio ou uma palheta.
Assim, as flautas são instrumentos da ordem dos
aerofones de aresta. As flautas são instrumentos
literalmente “tocadas pelo sopro”; é isso. Ainda que
executadas diferentemente entre si, caso aqui e ali,
todas elas têm as arestas e em todas o corpo ou o
elemento vibrante é o próprio ar.
O próprio nome “flauta” pode derivar e
ter a ver com essa realidade: a sua raiz etimológica
vem do latim flare, que quer dizer “sopro” ou, mais ainda, tem a ver com o ato de “assoprar”. O latim
teria caminhado histórica e socialmente até o provençal flaut e no francês flaute, muito próximo do
formato no português: flauta 4.

3
Ver, a este respeito: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Hornbostel-Sachs>. Acesso em: 13 jan. 2021. O sistema
Hornbostel-Sachs é apenas uma dentre várias tentativas de classificação organológica existente. O fato destes dois
estudiosos, E. v. Hornbostel (1877-1935) e Curt Sachs (1881-1959) terem se dedicado à musicologia comparada e
etnomusicologia, estudando, sobretudo, alguns dos instrumentos de povos diversos que tinham ao alcance em um museu
alemão acabou lhes impelindo a criar um método de análise que contemplasse quantos instrumentos fosse possível.
4
Ver, acerca disto: <https://www.dicionarioetimologico.com.br/flauta/#:~:text=vem%20do%20Franc%C3%AAs%20flaute
%2C%20do,Latim%20flare%2C%20%22assoprar%22.>. Acesso em: 14 jan. 2021.

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Os primeiros instrumentos de sopro de que se tem notícias ou que se tem especulações de


estudiosos (arqueólogos, antropólogos, historiadores, musicólogos e etnomusicólogos) foram, muito
provavelmente, tipos de flauta. Assim, não é nenhum absurdo dizer que outros instrumentos que se
tocam a partir do uso de uma coluna de ar que tem origem no trato respiratório humano derivam das
flautas de tempos bastante remotos, embora hoje, tenham outros nomes e se enquadrem em outras
famílias na classificação proposta pela organologia moderna. Ou seja: oboés, clarinetes, saxofones e
alguns outros instrumentos de sopristas, ainda que hoje estejam longe de serem flautas ou aerofones
de arestas, têm sim uma provável origem comum em instrumentos sob a rubrica de flauta. Adiante e
em outros volumes deste material trataremos mais desses assuntos.

Já que falamos de Aerofones...


Alguns músicos da Orquestra Sinfônica da Rádio Baviera e estudiosos da
Ludwig Maximilians University (Munique) e da Universidade de Erlangen
(Baviera Alemã) se reuniram numa pesquisa sobre a emissão de partículas e
aerossol no ar por executantes de instrumentos de sopro: Flauta, Clarinete e
Trompete. A primeira publicação a respeito de tal pesquisa traz fotografias e
dados que mostram a dimensão da circulação do sopro e das tais partículas em
suspensão em torno de cada músico colaborador do trabalho.

Foto 1: a imagem deixa perceber que a flautista, tocando notas da


extensão médio-aguda, lança partículas com seu sopro a quase dois
metros para frente, e a mais de um metro acima de sua cabeça.

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As Fotos n. 2, 3 e 4 mostram um pouco


de como se dispersam os aerossóis – gases e
Foto 2
partículas em suspensão no ar – entorno dos
diferentes sopristas.
O experimento e as fotos dão uma boa
ideia do volume de ar que cada instrumentista
movimenta, da pressão posta em cada caso na
coluna de ar e, mais ainda, informa como é
preciso pensar bastante antes de se cogitar
reunirem grupos de sopro, como orquestras e
bandas, nesses tempos de uma pandemia e
grande contaminação por doença transmitida
exatamente pela respiração.
Para além das questões sanitárias que
Foto 3
são abordadas pelos pesquisadores e músicos
envolvidos no estudo, alguns outros dados e
análises comparativas são interessantes tendo
como base as imagens em atenção:
Ora, nota-se claramente, por exemplo,
o quanto a Flauta Transversal (Foto 2) é um dos
instrumentos que, para ser tocado, exige uma
maior pressão e movimentação da coluna e da
massa de ar no interior do tubo e ao redor de
quem toca e em volta do instrumento. A bem
da verdade, perto assim do Clarinete (Foto 3) e
do Trompete (Foto 4), fica perceptível como o
som da Flauta é muito mais dependente de um
Foto 4
ar ou sopro “que se perde” ou, melhor, que
não necessariamente turbilhona no interior do
tubo do instrumento – características próprias,
pois, da chamada “embocadura livre” de um
aerofone de aresta.

Fonte: <https://www.br.de/nachrichten/wissen/musiker-in-coro
na-zeiten-aerosolstudie-mit-den-blaesern-des-brso,SHGxEve?UT
M_Name=Web-Share&UTM_Source=Link&UTM_Medium=Link
&fbclid=IwAR0fRYeQSt4A_DRiC4DTxss0NHQGguZDu7MCm1hx
WhXICjq6bjI7H0eijyE>.

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Atividades
Com base no que se leu nas páginas anteriores e em suas próprias pesquisas
em outros meios, responda ou preencha as seguintes questões:

QUESTÃO 01: Marque (V) para afirmativas Verdadeiras, e (F) para informações Falsas:
a. (....) Os instrumentos que se podem chamar de Flautas, com este termo correto e específico, são
somente mesmo aqueles que vieram da Europa e se usam nas grandes orquestras.
b. (....) Os muitos instrumentos de diferentes culturas ao redor do mundo se prestam, nos seus
lugares de origem e uso, a diferentes tarefas, desde artísticas e culturais, até aquelas de um caráter
ritual ou religioso.

c. (....) Ora, não há problema algum em chamar um Oboé ou um Clarinete de Flauta, pois os dois
instrumentos também se tocam soprando e é isso que interessa.
d. (....) As flautas estudadas são todas classificadas como Aerofones de Aresta, mas existem também
Aerofones que não se encaixam na mesma família das flautas.
e. (....) A classificação defendida por Erich von Hornbostel e Curt Sachs é somente uma dentre outras
tantas que existiram e ainda existem.

QUESTÃO 02: O que são, em resumo, os Aerofones?

QUESTÃO 03: Como funcionam os Aerofones de Aresta? Pesquise também quais os outros tipos de
Aerofones existentes, e cite exemplos com base em instrumentos que você conheça.

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Atividades
QUESTÃO 04: Além do termo “Aerofones” e da categoria analítica-organológica que ele se encarrega
de cobrir, quais são os outros termos (e tipos de instrumentos respectivos) mencionados pelos dois
etnomusicólogos E. v. Hornbostel e C. Sachs? Diga os termos e explique brevemente quais tipos de
instrumentos musicais se compreendem em cada grupo ou família.
(Pesquise com base na página da web mencionada na nota de rodapé n. 3).

QUESTÃO 05: O que é mesmo a Organologia em Música?

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Atividades
QUESTÃO 06: Segundo as informações, Hornbostel e Sachs eram etnomusicólogos. O que faz um
etnomusicólogo? O que é Etnomusicologia? (Pesquise!).

QUESTÃO 07: Segundo a parte do “Você Sabia?” do texto, qual o instrumento musical em estudo
propaga maior quantidade de aerossol (partículas no ar)? Você se sentiria confortável e seguro em
voltar às aulas presenciais, no momento atual, sabendo dessa informação obtida na pesquisa feita
na Baviera Alemã?

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Atividades
QUESTÃO 08: Marque um as imagens a seguir que contem com algum Aerofone de Aresta,
conforme estudamos anteriormente:

***
Após a leitura e o término das atividades, encaminhe as respostas – em formato digital, ou mesmo
no formato de fotografias de uma página preenchida de próprio punho – para o e-mail de trabalho
do professor: paulo.amado@educacao.mg.gov.br

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REFERÊNCIAS

BENNETT, Roy. Os instrumentos da orquestra. Trad. Luiz Carlos Csëko. Rio de Janeiro. Jorge Zahar
Editora, 1986.

BRUM, Oscar da Silveira. Conhecendo a Banda de Música: Fanfarras e Bandas Marciais. São Paulo:
Ricordi Brasileira, 1988.

CAZES, Henrique. Choro: do quintal ao municipal. Rio de Janeiro. Ed. 34, 1998.

FLAUTA [verbete]. In: dicionarioetimológico.com


Disponível em: <https://www.dicionarioetimologico.com.br/flauta/#:~:text=vem%20do%20Franc%C3
%AAs%20flaute%2C%20do,Latim%20flare%2C%20%22assoprar%22.>. Acesso em: 14 jan. 2021.

HENRIQUE, Luis L. Instrumentos musicais. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.

HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1993.

INSTITUTO HUMANITAS. Vicente Kiwxi e a luta Enawenê-Nawê. In: domtotal.com


Disponível em: <https://domtotal.com/noticia/1140316/2017/04/vicente-kiwxi-e-a-luta-enawene-
nawe/>. Acesso em: 13 jan. 2021.

MUSIKER IN CORONA-ZEITEN... [Músicos em tempos de Corona...]. In: br.de/nachrichten


Disponível em: <https://www.br.de/nachrichten/wissen/musiker-in-corona-zeiten-aerosolstudie-mit-
den-blaesern-des-brso,SHGxEve?UTM_Name=Web-
Share&UTM_Source=Link&UTM_Medium=Link&fbclid=IwAR0fRYeQSt4A_DRiC4DTxss0NHQGguZDu7
MCm1hxWhXICjq6bjI7H0eijyE>. Acesso em 21 jan. 2021.

POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. A Música Indígena. In: povosindígenasdobrasil.blogspot

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Disponível em: <http://povosindigenasdobrasil.blogspot.com/2014/10/a-musica-indigena.html>.


Acesso em: 13 jan. 2021.

POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. Enawenê-nawê. In: pib.socioambiental.com


Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Enawen%C3%AA-naw%C3%AA>. Acesso em:
14 jan. 2021.

___________. Wauja. In: pib.socioambiental.com


Disponível em: < https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Wauj%C3%A1>. Acesso em: 14 jan. 2021.

RÓNAI, L. Em busca de um mundo perdido: métodos de flauta do Barroco ao século XX. Rio de
Janeiro: Topbooks, 2008.

SISTEMA HORNBOSTEL-SACHS. In: Wikipedia.


Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Hornbostel-Sachs>. Acesso em: 14 jan. 2021.

WOLTZENLOGEL, Celso. Método ilustrado de Flauta. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 1995.

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