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Para começar a pensar nisto devemos partir de uma concepção do corpo humano
enquanto organismo cibernético. Quando falamos de cibernética talvez as primeiras
imagens que nos vêm à mente sejam sistemas eletrônicos e ao pensar em ciborgues logo
imaginamos um robô ou alguma outra espécie de inteligência artificial. Mas a cibernética
não está apenas relacionada a computadores e sistemas eletrônicos. Ela é um campo de
conhecimento dedicado a analisar o funcionamento e comportamento de diferentes tipos
de sistemas – inclusive sistemas biológicos – e o modo como se operam as trocas de
informações entre sistemas diferentes ou entre um sistema e seu ambiente externo. Além
de pensar também os modos de controle e organização destes sistemas.
Um sistema, por sua vez, é um conjunto de elementos correlacionados entre si,
funcionando a partir de um código interno comum, a partir do qual o sistema se diferencia
do seu ambiente e de outros sistemas. Seu modo de comunicação se dá pela recepção de
inputs de informação e estímulos externos que são decodificados e traduzidos conforme
seu código interno, gerando outputs como reação ou resposta. A teoria sistêmica de
autores como Francisco Varela e Humberto Maturana considera que os sistemas são
autopoiéticos. O que quer dizer que eles são capazes de produzirem a si próprios de modo
autônomo. Mas iremos trabalhar aqui com um outro conceito que é o de sympoiese. Dizer
que os sistemas são sysmpoiéticos quer dizer que eles evoluem e se produzem em
interação com outros sistemas que também se transformam através desta relação. Como
descreve a pesquisadora Beth Dempster, da Universidade de Waterloo (Canadá), os
sistemas “sympoéticos”:
Referências bibliográficas
DEMPSTER, Beth. Sympoietic and autopoietic systems: A new distinction for self-
organizing systems. In: Proceedings of the World Congress of the Systems Sciences and
ISSS 2000, J.K. Allen and J. Wilby (eds.). Presented at the International Society for
Systems Studies Annual Conference, Toronto, Canada, July 2000.
HARAWAY, Donna. Staying with the trouble. Durham: Duke University Press, 2016.