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Exegese Do At1
Exegese Do At1
I- Considerações gerais........................ 2
1- Conceito de exegese................................. 2
2- Importância da exegese.............................. 2
3- Perigos da exegese.................................. 3
II-A leitura do Antigo Testamento.............. 4
1- Os níveis de leitura................................ 4
2- Dificuldades na leitura do Antigo Testamento........ 5
3- Erros hermenêuticos freqüentes...................... 5
4- Tradução e uso de traduções......................... 8
III – Os textos “originais”.................... 12
1- O texto do Antigo Testamento........................ 12
2- O texto massorético................................. 15
3- O pentateuco samaritano............................. 24
4- Qumran.............................................. 24
5- O Antigo Testamento em grego........................ 29
IV- Crítica textual do Antigo Testamento....... 34
1- Texto "original".................................... 34
2- A edição crítica da Bíblia.......................... 34
3- Trabalhando com uma edição crítica.................. 35
4- Considerações prévias............................... 38
5- Crítica textual..................................... 39
V- A delimitação do texto...................... 47
1- Os limites do texto................................. 47
2- Critérios para a delimitação do texto............... 48
VI – Metodologia da exegese do A.T............. 54
1- Diacronia........................................... 54
2- Sincronia........................................... 66
3- Hermenêutica e pragmática........................... 85
4- A leitura fundamentalista...........................100
VII- A prática exegética.......................104
1- a exegese e o texto original........................104
2- O texto.............................................104
3- A tradução..........................................112
4- O contexto histórico................................116
5- O contexto literário................................119
6- A forma.............................................121
7- A estrutura.........................................123
8- Os dados gramaticais................................126
9- Dados lexicais......................................133
10- Contexto bíblico...................................136
11- Teologia...........................................139
12- Literatura secundária..............................141
13- Aplicação..........................................143
2
2- A Importância da Exegese
A exegese é importante para:
* Interpretar corretamente a Palavra de Deus.
* Identificar as falácias exegéticas, ou seja,
erros de interpretação correntes.
* Rejeitar justificativas infundadas.
* Avaliar interpretações tradicionais de
terceiros.
* Enfrentar aos que se opõem à autoridade das
Escrituras, alegando problemas de ordem
hermenêutica ou exegética.
3
3- Os perigos da exegese
São perigos da exegese:
* O negativismo contínuo, ou seja, a constante
procura por erros de outros.
* Relacionado ao perigo anterior, o sentimento de
superioridade espiritual é outro perigo que
ronda o exegeta.
* Temor de não estar interpretando corretamente as
Escrituras.
* Conclusões contrárias às suas convicções
pessoais.
4
2- O texto massorético
No estudo do texto massorético (TM), convém
iniciar a exposição a partir dos estudos críticos
modernos para, depois, remontar na história de
modo a entender a natureza dos estudos feitos
sobre o texto massorético e por fim indagar sobre
suas origens e sua idade.
3- O Pentateuco Samaritano
O Pentateuco Samaritano é a Bíblia da
comunidade samaritana antes e depois do cisma dos
judeus (séc. IV a.C.). Os samaritanos conservaram
o Pentateuco como o único corpo de Escritura
inspirada, enquanto os judeus acrescentaram os
livros dos profetas e os hagiográficos.
Confrontando o Pentateuco Samaritano com o TM,
encontram-se mais ou menos 6.000 variantes, das
quais cerca de 1.600 concordam com a LXX. Em geral
as variantes são de tipo ortográfico (por exemplo,
matres lectionis) ou morfológico. Há, todavia,
algumas que indicam os interesses teológicos dos
samaritanos (por exemplo, em Ex 20,17 e Dt 5,21
encontramos uma longa interpelação de Dt ll,29s;
27,2-7, que traz as palavras do povo depois da
entrega dos dez mandamentos). A construção de um
altar sobre o monte Garizim torna-se uma parte do
decálogo. Às vezes a forma do texto é diversa em
comparação com a do TM e da LXX (por exemplo, as
cronologias de Gn 5 e 11 existem em três formas:
TM, LXX, Pentateuco Samaritano).
Notou-se, de mais a mais, que alguns
manuscritos de Qumran contêm lições "samaritanas"
(por exemplo, HQpaleoExod™). Isso sugere que houve
uma forma própria palestinense do texto pré-
massorético.
4- Qumran
Sem dúvida a descoberta entre 1947 e 1956, dos
manuscritos de Qumran, localidade na margem
noroeste do mar Morto, foi o maior acontecimento
deste século no que se refere ao texto do Antigo
Testamento, enriquecendo de maneira notável nossos
conhecimentos do texto bíblico hebraico dos
primeiros séculos antes de Cristo. Antes disso, os
manuscritos bíblicos mais antigos disponíveis
datavam do séc. V d.C. A maior parte dos
documentos do mar Morto remontam provavelmente ao
25
c. O Pentateuco
Foram encontrados cerca de 30 manuscritos do
Pentateuco, semelhantes a um dos três tipos
textuais conhecidos antes do descobrimento de
Qumran: a) "protomassorético" (a maioria dos
manuscritos); b) tipo LXX: por exemplo, 4QExoda27;
c) tipo "samaritano": por exemplo, HQpaleoExod™.
Essa variedade mostra que não havia para o
texto hebraico lido em Qumran traduções textuais
"sectárias" (ou pelo menos não somente sectárias).
Muitos dos textos, inclusive 4QExodf (de cerca de
250 a.C.), são do tipo TM, ou foram corrigidos
para aproximá-los do TM. Entre os textos
considerados próximos da LXX, somente 4QJerb (que
contém o texto mais breve de Jeremias como se acha
na LXX) parece pode ser posto em estreita relação
com a Vorlage da LXX28.
4.3- Conclusões
Os manuscritos que concordam com o TM indicam
que o "protomassorético" já existia entre os sécs.
I-III a.C., e seu número majoritário indica certa
preferência por esse tipo de texto. Isso é provado
também pela presença de manuscritos do tipo TM
fora de Qumran. Pela presença desses textos, vê-se
que o termo "protomassorético" é apenas convenção
e talvez fosse mais justo relacionar aquele texto
mais tardio com os textos do mar Morto.
De um estudo das variantes do TM conclui-se
que não existia uma forma única e sectária do
texto em Qumran. Além disso, as formas do texto
conhecidas de outras fontes (por exemplo, LXX,
Pentateuco Samaritano) são testemunhadas também em
Qumran. Enfim, as lições de Qumran divergentes do
TM nem sempre são superiores a ele. Há muitos
erros de co-pistas e também indícios de elaboração
posterior do texto. É preciso julgar cada caso por
si mesmo.
28
b. As origens da LXX
De modo a entender as teorias propostas para
explicar as origens da LXX, é importante notar a
existência de várias formas do texto grego. Por um
lado, a partir da desigualdade da tradução,
reconhecível às vezes no mesmo livro, pode-se
concluir que não se trata de trabalho feito por
uma só pessoa e reconduzível a um só período. As
variantes no texto mostram, também, que ele
conheceu ao longo do tempo diversas revisões, que
tornam difícil a busca da forma original (ou das
30
c. A importância da LXX
A tradução grega do AT constitui evento importante
na história da Bíblia e também para o conhecimento
de seu texto. Por meio dessa única tradução,
possuímos uma forma do texto anterior à sua
estabilização. Além disso, o texto grego do AT foi
a Bíblia do NT: toda a pregação primitiva e as
citações do AT no NT provêm da Bíblia grega. Para
o estudo dos inícios da teologia cristã, essa
tradução é muito significativa porque foi a Bíblia
dos Padres da Igreja (também dos Padres latinos
31
5- Crítica textual
Agora que já sabemos o que é uma edição
crítica, precisamos saber para que serve. Para
responder a tal pergunta, devemos lembrar que uma
edição crítica apresenta as lições ou lectiones
variantes para um mesmo texto. Não há dois
manuscritos perfeitamente idênticos e as
diferenças são apresentadas no aparato crítico.
Quando encontramos uma divergência nas tradições
de um texto bíblico, ou quando é difícil sua
leitura, pode-se pensar em uma eventual emendação,
baseada sobre as várias lições, ou, em casos mais
raros, sobre conjecturas (quando o contexto ou a
gramática exigem mudanças não atestadas em
manuscritos).
Como os estudiosos chegaram à conclusão de que
o texto mais próximo do original é este e não
aquele? E como explicam as mudanças?
Reconstruir a (provável) redação original a
partir dos manuscritos atualmente conhecidos supõe
realizar um trabalho crítico em duas direções, a
crítica externa e a crítica interna. A crítica
externa toma em consideração o aspecto físico dos
manuscritos: quantidade, qualidade, datação. Por
sua vez, a crítica interna analisa o texto
propriamente dito: articulação das idéias, uso das
palavras, estilo, teologia. Cada uma dessas duas
críticas (externa e interna)" possui seus próprios
critérios.
d) Paráblepsis:
Quando a mesma palavra ou frase se repete e o
copista, por ter saltado da primeira para a
segunda ocorrência, omitiu tudo o que estava entre
elas. Isso ocorre em Js 21,35-38: devido a um
fenômeno de paráblepsis, os vv. 36-37 (entre
colchetes) estão ausentes em vários manuscritos e
em várias edições impressas do TM, bem como em
manuscritos do Targum e da Vulgata. Entretanto, o
TM pode ser reconstituído em base à LXX e à lista
paralela de ICr 6,63-64.
f) Confusão de letras
Isso pode se dar, seja no alfabeto quadrático
(r / d; h / H / t), seja no paleohebraico (t / x; c / y;
44
wyk'ynIx]-ta, qr,Y"w:
ele armou (?) seus seguidores
wyk'ynIx]-ta, qd,Y"w:
ele esmagou (?) seus seguidores
V- A DELIMITAÇÃO DO TEXTO
1- Os limites do texto
CASSIO MURILO DIAS DA SILVA
b) Actantes ou personagens:
Em textos narrativos, a nova ação pode se
iniciar com a chegada, a percepção ou a mera
aparição de um novo personagem, ou com a atividade
de alguém que até agora estava inativo (Ex 2,1;
2Rs 4,42; Mc 7,1; Lc 1,26).
c) Argumento:
Podemos identificar uma nova perícope pela
mudança de assunto, muitas vezes, introduzido por
fórmulas de passagem: "finalmente...", "quanto
a...", "a propósito de...", "por essa razão..."
(ICor 12,1; 2Tm 4,6). Às vezes não acontece uma
mudança de argumento, mas apenas de perspectiva.
Nas cartas paulinas, é muito comum o uso da
diatribe (o argumentador introduz um interlocutor
fictício, com o qual mantém uma discussão e
responde a questões que tal personagem propõe)
para assinalar essa passagem (Rm 7,13; 11,1).
d) Anúncio de tema:
50
e) Título:
Alguns autores deixaram explicitamente o
título que demarca uma parte importante de seu
escrito (Is 21,1.11.13; Ap 2,1.8.12).
g) Introdução ao discurso
Como o próprio nome diz, introduz a fala de um
dos personagens (Jó 6,1; 8,1). Mas, algumas vezes,
pode funcionar como separação entre algo ocorrido
ou contado pelo personagem e o comentário que este
mesmo personagem faz a respeito (Lc 15,7.10;
18,6.14).
h) Mudança de estilo:
O texto pode sofrer uma ruptura quando o autor
mescla dois tipos diferentes de exposição. É o que
acontece quando se passa do discurso para a
narrativa (Mt 10,4-5), da prosa para a poesia (Jz
5,1; Fl 2,5-6), ou da poesia para a prosa (Jz
5,31; Mt 11,1-2; Fl 2,11-12).
b) Espaço:
A narrativa pode ficar igualmente desfocada
por causa de um deslocamento do tipo partida (2Sm
19,40; At 12,17) ou de uma extensão (Mc 1,39; At
14,6-7).
c) Tempo:
Informações temporais também podem indicar que
a ação narrada está acabando. Pode acontecer a
expansão do tempo, que dispersa nossa atenção (Nm
20,29; IRs 10,25; At 10,48), bem como o chamado
"tempo terminal", com o qual o autor dá a
narrativa por concluída (Gn 32,22; Jo 13,30; At
4,3).
d) Ação ou função do tipo partida:
Trata-se daquela ação ou função expressa por
verbos como sair, despachar, expulsar: alguém
(normalmente o personagem pivô dos acontecimentos
narrados) sai de cena, separando-se dos demais
(ISm 16,23; Mc 8,13; At 9,25).
f) Ruptura do diálogo.
Muito freqüente em relatos que envolvem uma
controvérsia, o último a falar é o herói (profeta,
Jesus, apóstolo). Isso ocorre porque chegamos ao
clímax da discussão. O protagonista do episódio
profere uma palavra tida como final. Pode ser uma
questão retórica que ficará em aberto, uma citação
da Escritura, ou um dito ao estilo sapiencial. Às
vezes, o autor somente acrescenta uma breve
conclusão redacional (Lc 14,5-6; At 11,17-18).
52
g)Comentário:
O narrador pode interromper sua exposição para
fazer algumas observações que dão o sentido do
relato (Jo 2,21-22; 20,30-31), ou para expor o
sentimento dos personagens (Jo 2,24-25).
h) Sumário
Típico do expediente redacional do hagiógrafo,
o sumário pode ser considerado, em si mesmo, uma
breve perícope, na qual o autor interrompe a
narrativa para apresentar, de modo resumido,
aquilo que acabou de expor (Lc 3,18; Jo 8,20), ou
para abreviar o tempo e, assim, chegar logo ao
episódio que interessa (Lc 2,51-52).
b) Campo semântico:
Grupo de palavras cujos significados estão de
alguma forma relacionados, normalmente por terem
uma referência comum (tema, idéia, ambiente). Numa
perícope, pode funcionar como pano de fundo para o
relato ou o argumento, mesmo que não seja
utilizado explicitamente. Gênesis 22,6-10, utiliza
palavras do campo semântico "sacrifício": lenha,
fogo, cutelo, cordeiro, altar.
c) Intercalação:
Às vezes, uma ação iniciada pode ser
interrompida para ser retomada mais na frente. Em
decorrência, temos um episódio dentro do episódio,
como se fosse um sanduíche. É uma técnica muito
53
d) Inclusão:
Uma palavra, uma frase ou um conceito presente
no início reaparece no fim e funciona como um
enquadramento, que delimita e encerra tudo o que
ficou "incluído" entre elas (SI 8,2.10; Am 1,3.5;
Mt 5,3.10).
e) Quiasmo:
Quando uma seqüência de palavras, frases ou
idéias reaparece em forma invertida (Is 6,10).
Também perícopes podem estar agrupadas em forma
quiástica (2Sm 21,l-14[a]; 21,15-22[b]; 22[c];
23,l-7[c']; 23,8-39[b']; 24[a']). Por vezes, no
centro do quiasmo, encontra-se um elemento
isolado, sem outro correspondente (Is 53,4-5a). A
técnica do quiasmo pode servir para evidenciar a
importância do(s) elemento(s) que está(ão) no
centro (Lc 4,16c-20a). No entanto, há outro uso do
quiasmo: assinalar a reversão da situação inicial.
Neste caso, o que realmente importa não é o que
está no centro, mas a mudança ocorrida. O elemento
central é apenas o fator que provoca ou explica
tal processo (Lc 11,8).
54
1.2- Os conceitos
Precisemos o sentido dos termos "método",
"histórico" e "crítico".
"Método" designa um conjunto de procedimentos
que permitem acesso mais objetivo a um objeto de
pesquisa. Deve ser transmissível, é preciso que
possa ser ensinado e aprendido. Uma exegese, por
mais bela que seja, e eventualmente também
verdadeira, que não se possa aprender ou repetir
não é um método, mas, quando muito, leitura livre,
que pode ser mais ou menos rica. Os Padres da
Igreja, ou os autores antigos, em particular
quando desenvolvem a exegese alegórica, no sentido
negativo habitual da palavra, mas também certas
55
b)- Classificações
Existem diversos modos de classificar os
personagens de um relato. Os especialistas da
literatura contemporânea falam de personagens
dinâmicos ou estáticos, conforme evoluam ou não no
decorrer do relato, de personagens "chatos"
(estereotipados) se permanecem idênticos a si
mesmos, ou "redondos" (complexos) se entregues a
tendências contraditórias durante a narrativa.
Outros preferem classificar os personagens
conforme seu papel na trama: o protagonista ou
ator principal; o antagonista ou adversário
principal; as figuras de contraste, que servem
sobretudo para ressaltar a personalidade dos
outros atores; os agentes ou funcionários, que
realizam ações secundárias; os comparsas.
Enfim, segundo o modelo semiótico, não existem
personagens verdadeiros e próprios, mas funções e
actantes. Esse modelo actancial, bastante
conhecido, comporta seis membros:
2.6- Conclusão
85
4- A leitura fundamentalista
CASSIO MURILO DIAS DA SILVA
4.1- O fundamentalismo
O tema é, sem dúvida, bastante complexo e não
é nossa pretensão esgotá-lo aqui. Cada vez mais,
sociólogos, antropólogos, psicanalistas,
historiadores e estudiosos da religião se
interessam por esse fenômeno que tende a crescer
em períodos de incerteza, ocasionados por mudanças
sociais, econômicas, culturais e políticas, a
serem enfrentadas tanto pela coletividade como
pelo indivíduo. Com efeito, Shupe e Hadden definem
"em termos extremamente simples" o fundamentalismo
como "um movimento que visa recuperar a autoridade
sobre uma tradição sagrada que deve ser
reintegrada como antídoto contra uma sociedade que
se soltou de suas amarras institucionais".
2- O texto
ISamuel 20.32
equivalente rk'['
) (Acar), que é a forma do nome
em l Crônicas 2.7. Além disso, o nome do avô dessa
~ybiAJh; ~k,yreWxB;-ta,w>
e vossos melhores/seletos jovens
MybiOF0ha Mk,yr2a<Q!>B;-tx,v4
O ª direcionará o leitor para a anotação,
i.e., o resumo da evidência textual e a explicação
nas notas de rodapé.
3- A tradução
O propósito das ilustrações a seguir é
incentivá-lo a fazer a sua própria tradução de uma
passagem, em vez de simplesmente utilizar as
traduções das principais versões modernas. Todos
estes breves exemplos são de frases hebraicas
relativamente simples que, ainda assim, não são
sempre traduzidas de forma clara e adequada.
Que direito você tem de discordar das
traduções produzidas por "especialistas"? Você tem
todo o direito! Considere os seguintes fatos:
Todas as traduções modernas (e todas as antigas
também) foram feitas ou por comissões que
114
4- O contexto histórico
A situação histórica na qual, ou para a qual,
uma parte específica das Escrituras foi escrita
precisa ser entendida para que o seu significado
seja plenamente compreendido. É claro que há
passagens menos rigorosamente "históricas" do que
outras. O salmo 23, por exemplo, trata de
preocupações que quase todas as pessoas, em
qualquer época e lugar, são capazes de avaliar. O
salmo 117, com a ordem simples de louvar a Deus e
a afirmação da lealdade divina ("Louvem ao SENHOR
todas as nações ... a fidelidade do SENHOR
subsiste para sempre") é tão pan-histórica e
pancultural quanto a literatura bíblica pode ser.
118
5- O contexto literário
120
6- A forma
Conhecer a forma de uma passagem certamente
traz dividendos exegéticos. Se você pode
categorizar de forma precisa uma peça de
literatura, poderá também compará-la com precisão
com passagens semelhantes e, desse modo, apreciar
tanto os aspectos em que ela é típica quanto os
aspectos em que é singular. Além do mais, a forma
de uma peça literária está sempre relacionada, de
algum modo, com sua função.
O exemplo abaixo se concentra especialmente
nesse relacionamento entre forma e função. Nesse
processo, ele trata dos aspectos da análise do
tipo literário geral, tipo literário específico,
subcategorias, contexto vivencial e integridade
relativa da forma.
7- A estrutura
Entender a estrutura de uma passagem é captar
o fluxo de conteúdo projetado nela pela mente do
autor, consciente ou inconscientemente. Contudo,
além disso, é importante considerar que o
significado não é comunicado apenas por palavras e
frases. Como as palavras e frases se relacionam
entre si, e onde ocorrem na passagem, pode ter um
impacto profundo na compreensão da mesma. De fato,
com freqüência, a estrutura é o principal critério
de decisão para determinar se um bloco de material
é uma única passagem ou um grupo independente de
passagens independentes. Uma palavra-chave na
análise estrutural é "padrões". Padrões indicam
ênfases e relacionamentos; e ênfases e
relacionamentos, por sua vez, priorizam
significado. A pergunta básica que você deve fazer
ao analisar a estrutura de uma passagem é: o que
posso aprender do modo como isso foi montado?
Surpreendentemente o bastante, depois de um estudo
cuidadoso, pode-se aprender bem mais do que vemos
num primeiro vislumbre.
125
1-3
4-6
7
8a-c
8d (Omw; hvhy)
9
10-13
14-15
16-17
8- Os dados gramaticais
É aqui que todas aquelas horas investidas em
aprender a gramática hebraica vão, por fim, trazer
dividendos. O alvo da gramática é a exatidão. Em
qualquer língua, gramática ruim pode ofender o
nosso bom gosto, mas seu maior perigo é que ela
pode bloquear a nossa compreensão. De igual forma,
uma falha em avaliar a gramática numa passagem do
AT é, não somente, deixar de observar sutilezas da
linguagem, mas é, também, deixar de entender
exatamente o que foi e o que não foi dito.
9- Dados lexicais
Existe um considerável grau de subjetividade
no processo de decidir que palavras e frases são
as mais importantes numa passagem. Esta é uma das
134
v. 3, 17 @l,a, "mil"
v. 5 hk'l'm.ma "reinado"
v. 7 ~yqire "imprestáveis"
v. 7; S. R. l[;Y:lib. "vadio"
v. 7 bb'le-%r; "indeciso"
v. 9 Ady" aLem;l.
"consagrar-se"
v. 15, 20 @g:n"
"derrotou/feriu"
11- Teologia
Se você é cristão, o Antigo Testamento também
é sua herança teológica (Gl 3.29). O que você crê
é informado pelo seu conteúdo, corrigido por suas
fortes advertências, e incentivado por seus
ensinos. A teologia é uma grande, e por vezes
141