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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DEPTO. ENGENHARIA QUÍMICA

LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

PROFª. LÍVIA CHAGURI E CARVALHO


E-mail: lchaguri@usp.br 1
LOQ4085 – Operações Unitárias I

Turmas:
20161Q2 – quinta-feira 14:00 ás 18:00
20161B1 – sexta-feira 08:00 ás 12:00

http://disciplinas.stoa.usp.br/

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http://disciplinas.stoa.usp.br/ 5
INTRODUÇÃO
• Processos químicos são muito diversificados
– estudá-los é um desafio.
• Processos diferentes e complexos: divididos
em um pequeno número de operações
básicas.

Operações Unitárias: operação básica em


um processo.

Processo: conjunto de OPs que partindo de


determinada MP resulta em um produto.
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INTRODUÇÃO
Energia
perdida

Matérias OP OP OP
primas
anterior posterior Produtos
Subprodutos
Capital Perdas energia
Energia Trabalho Controle

Independente de sua natureza, TODA


operação unitária obedece a 2 princípios:
- Leis da conservação de massa
- Leis da conservação de energia 7
DIAGRAMAS DE PROCESSO

Leite pasteurizado
- Troca de calor: OP mais importante
- OP requer 2 sistemas auxiliares:
- 1) Suprimento água quente – pasteurizar leite
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- 2) Suprimento de água gelada para resfriar o leite (estocado refrigerado)
DIAGRAMAS DE PROCESSO

Leite pasteurizado
- Diagrama considerando as correntes e características do processo
- Equacionamento dos balanços de massa e energia
- Dimensionamento adequado dos equipamentos
- Correção de problemas operacionais 9
FLUXOGRAMA DE PROCESSO

- Descrição mais detalhada do processo


- Identificação de tanques, bombas, trocadores, colunas, filtros

Suco concentrado de laranja


- Suco extraído das frutas é centrifugado para clarificação
- Tratamento térmico - pasteurização
- Concentração do suco – evaporadores a placas
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- Resfriamento – recuperação do aroma da laranja
PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS
 Identificar tipo de processo sob estudo para
equacionar BM e BE;
 Batelada – MPs processadas por lotes;
 Condições de operação (T, P e composição) – variam
com tempo;
 Processo com duração definida – depois de
finalizado um novo ciclo se inicia (novo lote);
 Requer menor investimento de capital;
 Custeio operacional maior (tempo ocioso dos
equipamentos para carga e descarga);
 Adequado para produções de pequena escala;
 Adequado para produtos de composição diferente:
 Batelada mistura de massa para pão branco e integral
– mesmo agitador e misturador. 11
PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS
Processo de mistura em batelada para produção de fórmula de
leite para bebês com necessidades específicas

Alimentador
tipo Hopper

Tanque
encamisado
com Dispositivo
agitador Venturi

Bomba
centrífuga 12
PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS

 Processos contínuos:
 Materiais passam sem interrupção através do
sistema, sem separação de porções do material em
relação ao todo;
 Ocorrem em regime estacionário na maior parte do
tempo;
 Alto investimento;
 Melhor utilização da capacidade produtiva;
 Custos operacionais mais baixos;
 Linhas de produção em larga escala.

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PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS

Óleo de palma
- Operação contínua;
- Várias Ops envolvidas;
- Óleo obtido por prensagem;
- Várias etapas de clarificação 14
PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS

 Processos semicontínuos:
 Caracterizado pela carga e descarga de materiais de
etapas intermediárias de um processo contínuo;
 Presença de operações em batelada e fluxo contínuo
no processo.

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PROCESSOS DESCONTÍNUOS, CONTÍNUOS
E SEMICONTÍNUOS
 Fluxograma fabricação de iogurte

I Processo Batelada
Tanque de
fermentação II Processo Contínuo

Misturador
Tanque
pulmão

Embaladora

Tanque
polpa de fruta 16
CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES
UNITÁRIAS
 Existem diferentes operações unitárias: segundo
natureza das transformações que ocorrem;
 Físicas, químicas e bioquímicas;
 Transformações caracterizadas por separação de
uma ou mais substâncias presentes em uma mistura;
 Transformações caracterizadas pela mudança de
uma propriedade decorrente de um gradiente;
 OPs podem ser classificadas segundo a grandeza
(massa, energia ou velocidade) do objeto da
transferência.
Agitação: objetiva-se a transferência da quantidade de
movimento. Simultaneamente ocorre a TM ou TC.
Operações de transferência de massa, calor ou de
quantidade de movimento. Simultâneas (TC e TM)17
OPERAÇÕES DE QUANTIDADE DE
MOVIMENTO
 Operações em que 2 fases em diferentes velocidades
são colocadas em contato;
 Divididas em 3 grupos:

1. Circulação interna de fluidos: estudo do movimento


de fluidos através de tubulações e dispositivos para
medir as propriedades dos fluidos (bombas).

2. Circulação externa de fluidos: fluido circula pela


parte externa de um sólido (fluidização).

3. Movimentação dos sólidos dentro de fluidos:


separação de sólidos em um meio fluido (filtração).
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Bombas

Centrífuga

Decantador Ciclone de separação 19


OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
 São controladas pelo gradiente de temperatura e
dependem do mecanismo pelo qual o calor é
transferido.

1. Operações de transferência de calor (secagem,


evaporação).

2. Tratamentos térmicos: pela elevação da


temperatura, pasteurização e esterilização.

3. Resfriamento e congelamento: com e sem mudança


de fase da água para o gelo.
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OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR

Trocador

Evaporador

Secador 21
OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE
MASSA
 São controladas pela difusão de um componente
dentro de uma mistura:
1. Extração: dissolução da mistura em solvente

2. Separação por membranas: transporte convectivo e difusivo


3. Cristalização: formação de partículas sólidas de estrutura
regular a partir de fase líquida homogênea
4. Destilação: separação de um ou mais componentes a partir
da diferença de volatilidade
5. Adsorção: eliminação de um ou mais componentes de um
fluido pela retenção sobre uma superfície sólida
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6. Absorção: componente de uma mistura gasosa é absorvido
por um líquido de acordo com sua solubilidade nesse líquido
Destilação Separação por membranas

Cristalização 23
OPERAÇÕES COMPLEMENTARES
 Série de operações que não estão incluídas na
classificação abordada;
 Não são governadas por quaisquer fenômenos de
transportes citados

1. Redução de tamanho: moagem e homogeneização

2. Peneiramento

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OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

Moagem

Peneiramento

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Objetivos da disciplina

 Capacitar o aluno a resolver problemas de


dimensionamento de equipamentos (exceto
aqueles envolvendo transporte de calor e
massa).

 Estudar as operações unitárias de transporte,


mistura, separação e redução de tamanho de
partículas de fluidos e sólidos.

 Possibilitar que o aluno discuta criticamente


as operações unitárias estudadas.
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Introdução

Engenheiro atua geralmente em 4 campos:

1. Dimensionamento da instalação industrial:


desenho, dimensionamento e construção.
2. Operação: supervisão, manutenção e otimização.
3. Administração: logística, vendas e planejamento.
4. Pesquisa: básica ou aplicada para o
desenvolvimento de produtos e processos.

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O que o engenheiro faz?

• Seleciona o tipo de equipamento adequado


• Dimensiona os equipamentos
• Calcula o tempo de processamento
• Elabora os balanços de massa e energia da
operação
• Calcula os custos do investimento necessário
• Calcula os custos operacionais
• Avalia o desempenho do processo
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Aplicação da Física e da Química

• Estrutura física da matéria

• Composição química dos materiais

• Leis da mecânica

• Transferência de massa e energia

• Modelagem matemática e simulação dos


fenômenos físicos
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Projetos x Experimentação

• Testar modelos (escala laboratorial) e


protótipos (escala maior) até chegar na escala
industrial.

• Regular o funcionamento de sistemas

• Medir variáveis físicas em processos

ºC atm
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Qualidades do profissional de
engenharia

• Formação básica multidisciplinar


• Raciocínio analítico
• Estudo continuado
• Conhecimento sistêmico
• Conhecimentos gerais
• Participação social
• Capacidade de síntese

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Relações humanas
• O Engenheiro emprega boa parte do tempo se
relacionando com pessoas.

Trabalho em equipe

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Aperfeiçoamento contínuo

• Atualização: livros, revistas técnicas e científicas,


seminários, congressos, feiras industriais

• Diploma = ponto de partida

• Especializações e pós-graduação lato sensu

• Pós-graduação stricto sensu: Mestrado e Doutorado

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A industrialização dos produtos tem como
objetivo:
• Facilitar o manuseio e o transporte
• Aumentar a vida de prateleira
• Melhorar algumas qualidades:
toxicidade, sabor, textura, aparência e
valor nutritivo
• Agregar valor ao produto
• Desenvolver novos produtos
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Três enfoques para o estudo dos
processamentos industriais

1. Estudar a tecnologia de um certo tipo de indústria, por


exemplo: indústria cervejeira, laticínios, indústria
açucareira, pastifícios, entre outros.

2. Estudar as operações usuais a muitos tipos de


indústria, por exemplo: evaporação, refrigeração,
extrusão, extração, centrifugação, etc.

3. Estudar os fenômenos de transferência de quantidade


de momentum, calor e massa.

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As operações unitárias e os princípios de
transferência

Força ou Gradiente
Coeficiente
fluxo por = x de
de
unidade de potencial
transferência
superfície

Gradiente Fluxo

Velocidade Momentum
Temperatura Calor
Concentração, potencial químico Massa
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Tendo em vista a imensa quantidade de
equipamentos industriais existentes no mercado e
sua equivalência funcional, a única maneira possível
de entender o funcionamento dos mesmos é pelo
critério de operações unitárias.

Processos Operações
químicos unitárias
Tecnologia Mudanças
= + Mudanças físicas
produtos químicas,
biológicas e
microbiológicas

Ciência Engenharia
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Operações unitárias de quantidade de movimento

Objetivo Transporte
Modificação
Mistura Separação de tamanho
Materiais

Fluidos Bombeamento
Agitação Centrifugação
(líquidos e Ventilação
Mistura (L-L)
Atomização
gases) Compressão

Transporte Filtração
(L-S)
Pneumático
Fluidização Centrifugação
Transporte (L-S)
Suspensão de
Fluidos e hidráulico Sedimentação
sólidos em Prensagem
sólidos Perda de (L-S)
líquidos
pressão em Separação
(agitação)
leitos pneumática
empacotados (G-S)

Transporte
Misturadores
Sólidos Mecânico de Peneiragem Moagem
de sólidos
sólidos
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O estudo das operações unitárias permite
predizer o comportamento de sistemas.
Usam-se as seguintes ferramentas:

a) Princípios ou leis da conservação de massa,


quantidade de movimento e entalpia
b) Equações constitutivas ou descritivas do
fenômeno de transferência
c) Equações de estado (gases ideais, Van der
Walls, etc.)
d) Condições de contorno

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EMENTA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Programa Resumido
1) Transporte de fluidos
2) Agitação e mistura
3) Caracterização e dinâmica de partículas
4) Separação de partículas por ação gravitacional e
centrífuga
5) Interação sólido – fluido
6) Filtração
7) Sedimentação

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EMENTA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
Programa
1) Transporte de fluidos: Tipos de bombas e compressores. Curva
característica. Cavitação e altura de sucção disponível (NPSH). Cálculo da
potencia de bombas.
2) Agitação e mistura: Tipos de equipamentos e impelidores. Mistura de
líquidos. Cálculos de potência de agitadores e misturadores.
3) Caracterização e dinâmica de partículas: Características físicas de
partícula isolada. Tamanho de partículas. Peneiramento. Análise
granulométrica. Velocidade terminal.
4) Separação de partículas por ação gravitacional e centrífuga: Elutriação.
Câmara de poeira. Ciclones e centrífugas.
5) Interação sólido – fluido: Escoamento em meio poroso. Fluidização.
6) Filtração: Tipos de equipamentos. Filtração a pressão e vazão constante.
Tortas compressíveis e incompressíveis.
7) Sedimentação: Tipos de equipamentos. Cálculo da área e altura de
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sedimentadores
EMENTA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Bibliografia

1) COULSON, J. M.; RICHARDSON; J.F. Chemical Engineering. v. 2: Particle


Technology e Separation Processes. 5ed. Amsterdan: Butterworth Heinemann,
1229p. 2005;
2) COULSON & Richardson's Chemical Engineering: chemical engineering design
by R.K. Sinnott. 6ed. Amsterdam: Elsevier Butterworth Heinemann, 895p. 2004;
3) COUPER, J. R.; PENNEY, W. R.; FAIR, J. R.; W.; Stanley. M. Chemical
Process Equipment: Selection and Design. 2ed. Amsterdam: Elsevier, 814p.
2005;
4) FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L. B.
2ed. Princípios das operações unitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Dois/LTC,
670p. 2008;
5) GEANKOPLIS, C. J. Transport Processes and Separation Process Principles.
4ed. New York: Prentice Hall, 1026p. 2010;
6) MCCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOT, P. Unit operations of chemical
engineering. 7ed. Boston: McGraw-Hill, 1140 p. 2005; 42
7) PERRY's chemical engineers handbook. Editor in Chief Don W. Green; Late
Editor Robert H. Perry New York: McGraw-Hill, 2008.
EMENTA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
Bibliografia complementar
1. Çengel, Y.A.; Cimbala, J.M. Mecânica dos fluidos. Fundamentos e
aplicações. Editora Mcgrawhill.
2. Cremasco, M.A. 2012. Operações unitárias em sistemas particulados
e fluidomecânicos. 1ª Ed. São Paulo. Editora Blucher.
3. Tadini, C.C.; Telis, V.R.N.; Meirelles, A.J.A.; Pessoa Filho, P.A. 2016.
Operações Unitárias na indústria de alimentos. 1ª Ed. Rio de Janeiro.
Editora LTC.
4. Terron, L.R. 2012. Operações unitárias para químicos, farmacêuticos
e engenheiros. 1ª Ed. Rio de janeiro. Editora LTC.

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CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161Q2

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CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161Q2

23/jun

14/jul

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CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161B1

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CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161B1

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CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161Q2

Prova 1 – 28 de abril
Prova 2 – 23 de junho
Exame - 14 de julho

CRONOGRAMA – LOQ4085
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I – 20161B1
Prova 1 – 29 de abril
Prova 2 – 24 de junho 48
Exame - 15 de julho
OBRIGADA!
BOM SEMESTRE!

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