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Curso de

Homeopatia

MÓDULO III

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descritos nas Referências Bibliográficas.
MÓDULO III

11 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

A - Derivados de vegetais: o maior número deles.


I - Plantas inteiras: Belladonna, Aconitum napelus
Partes delas: Symphytum officinalis (raízes frescas)
Sanguinaria canadensis (raízes frescas)
Nux vomica (sementes)
Lycopodium clavatum (esporos)

II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS)


Ex.: Asa foetida, Terebinthina oleum, Hura brasiliensis, Opium (resinas
vegetais)

III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS)


Ex: Secale cornutum (fungo Claviceps purpurea que cresce sobre o
grão de centeio).
Ustilago maydis (fungo sobre grão de milho)
Solanum tuberosum aegrotans (fungo que cresce na batata =
Solanum tuberosum).

B - Derivados de animais:

I- Inteiros, partes, frescos ou secos, vivos ou mortos


Ex: Apis mellifica (abelhas vivas)
Cantharis vesicatoria (cantáridas secas)
Tarantula cubensis e Tarantula hispanica (aranhas inteiras)

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II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS)
Ex: Lachesis trigonocefalus, Crotalus horridus, Naja vipera
(venenos de cobras)
Sepia succus (tinta de polvo)
Mephitis putorius (secreção de glândulas anais de um tipo de
raposa)
Moschus (musk)
Lac defloratum e Lac caninum (leites)
Calcarea ostrearum (pó de cascas de ostras)

III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS), bactérias ou suas toxinas, órgãos


doentes ou suas secreções.
Ex.: Tuberculinum, Syphilinum, Psorinum, Streptococcinum

IV - ORGANOTERÁPICOS, obtidos de órgãos frescos ou secos, ou de


suas secreções, como os hormônios.
Ex.: Thyreoidinum, Ovarium, Insulina, Adrenalina

V- AUTOISOTERÁPICOS ou AUTONOSÓDIOS: produtos fisiológicos ou


patológicos de um doente, utilizados com a finalidade de tratar sua própria
doença. São as “autovacinas homeopáticas”, geralmente preparadas a
partir de secreções do nariz, orofaríngea, sangue (auto-hemoterápicos),
pele (eczemas, pus, carcinomas), urina, fezes, etc.

C - Derivados do reino mineral:

I- Origem natural:
Ex.: Aurum metalicum (Ouro), Kali carbonicum (carbonato de
potássio obtido das cinzas de plantas), Natrum muriaticum (sal
marinho não purificado), Graphites (produto inglês da mina de
Borrowdale), Petroleum (da Áustria), Mica (completamente branca, da

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Índia), Sulphur (da Itália).

II - Origem industrial, sintética: sais orgânicos, vitaminas.


Ex.: Sulfanilamida, Mercurius iodatus ruber, diversas penicilinas.

III - Preparações exclusivamente homeopáticas:


Ex.: Hepar sulphuris = cascas de ostras em pó com enxofre
Causticum = mistura de cal em água, com bissulfito de potássio
e água fervente
Mercurius solubilis = nitrato de protóxido de mercúrio com
amônia
Calcarea acetica = pó de cascas de ostras com vinagre de
vinho

D - Imponderáveis: não enquadrados nos casos anteriores.


Ex.: Magnetis polus arcticus, Eletricidade, Raios-X, Raio de sol, Raio de lua.

NOMENCLATURA ATUAL: corretos, porém pouco usados.


Calcium e não Calcarea
Barium e não Baryta
Kalium e não Kali
Natrium e não Natrum

MEDICAMENTOS INSOLÚVEIS: não podem ser aviados como gotas ou glóbulos até
CH3, só como pós ou comprimidos. Ex.: Calcarea carbonica CH 1 pó ou comprimido

MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS: bioterápicos. Devem ser aviados em potência igual ou


superior a CH I2, para garantir sua esterilidade. Ex.: Meningococcinum CH I2.

MEDICAMENTOS TÓXICOS: não podem ser usados em baixas potências: Arsenicum


album CH 1, Lachesis CH 1, Mercurius solubilis CH 1, tinturas-mãe tóxicas em uso interno

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(Belladonna, Arnica Montana, Rhus toxicodendron, etc.

MEDICAMENTOS “PROSCRITOS”: não têm efeito psicotrópico em CH6 e em CHI2 não


têm mais matéria. Ex: Opium, Cannabis sativa, Cannabis indica, Cocaina, LSD.

12 VEÍCULOS E EXCIPIENTES

Veículos e excipientes, também chamados de insumos inertes, são substâncias


utilizadas em Homeopatia para realizar diluições, incorporar dinamizações e extrair os
princípios ativos de drogas e na elaboração das tinturas homeopáticas. Eles são muito
importantes, uma vez que chegam a fazer parte integral do medicamento homeopático,
daí a necessidade de atenderem às condições de pureza exigidas pelas farmacopeias.
Os veículos e excipientes utilizados em Homeopatia são a água, o álcool etílico, a
glicerina, a lactose e a sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, comprimidos e
tabletes inertes.

12.1 ÁGUA

A água utilizada em Homeopatia é a água pura obtida por meio de destilação,


bidestilação, deionização com filtração esterilizante e osmose reversa. Ela deve
apresentar-se límpida, incolor, inodora e isenta de impurezas, como amônia, cálcio,
metais pesados, sulfatos e cloretos. Seu acondicionamento é feito em recipientes bem
fechados, em geral barriletes de vidro ou PVC, devendo ser renovada todos os dias, pela
manhã.
A destilação é o processo mais recomendado para as farmácias homeopáticas,
pois obtemos água teoricamente estéril a baixo custo. A título de curiosidade histórica,
Hahnemann empregava a água da chuva ou da neve derretida para a preparação dos
medicamentos homeopáticos. Hoje, não devemos utilizá-las pelo alto índice de poluentes
encontrados na atmosfera.

12.2 ÁLCOOL

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O álcool utilizado em Homeopatia é o álcool etílico bidestilado obtido em
alambiques de vidro. Ele deve apresentar-se límpido, incolor, com odor característico,
sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e álcoois superiores. Seu
acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, como bombonas de
polietileno que não tenham sido usadas para outros fins, longe do fogo ou do calor.
Hahnemann utilizava álcool de uva, apresentando o álcool de cereais e o de cana-de-
açúcar características quase idênticas, podendo também ser utilizados.
Empregamos o álcool nas mais diversas graduações para a elaboração das
tinturas e dinamizações homeopáticas.

• Álcool 20%: é empregado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma líquida.
• Álcool 30%: é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados
sob a forma de gotas.
• Álcool 70%: é empregado nas dinamizações intermediárias.
• Álcool igual ou superior a 70%: é utilizado na preparação de dinamizações que irão
impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem
de tabletes.
• Álcool 96%: é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala
cinquenta milesimal-LM (proporção 1/50.000).
• Diferentes diluições alcoólicas: são utilizadas na elaboração das tinturas homeopáticas e
na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) ou
nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10).

12.3 GLICERINA

A glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em alambiques


de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais contaminantes são a acroleína,
compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, metais pesados, ácidos graxos e
ésteres. Ela deve apresentar-se clara, incolor, na consistência de xarope, com odor

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característico e sabor doce, seguido de sensação de calor. Deve ser acondicionada em
recipientes bem fechados (vidro ou plástico), pois é higroscópica.
Empregamos a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de órgãos
e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) e
nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10), a partir de tinturas-mãe, e na
preparação de certos bioterápicos. Ela é utilizada misturada com água na proporção 1:1;
com água e álcool na proporção 1:1:1 ou em outras proporções de acordo com as
monografias citadas nas farmacopeias homeopáticas.

12.4 LACTOSE

A lactose utilizada em Homeopatia é a obtida a partir do leite de vaca. Ela deve ser
usada pura, livre de impurezas como o amido, a sacarose e a glicose. Sua purificação
consome quatro litros de álcool etílico para cada 1.000g. Deve apresentar-se na forma de
pó cristalino, branco, inodoro, com leve sabor doce, e ser acondicionada em recipientes
bem fechados, pois absorve odores rapidamente. A lactose é utilizada nas dinamizações
feitas a partir de substâncias insolúveis (trituração) e na confecção de comprimidos,
tabletes e glóbulos inertes. Pode ainda ser impregnada com dinamizações líquidas, para a
obtenção da forma farmacêutica sólida de uso interno, chamada “pós”.

12.5 SACAROSE

A sacarose utilizada em Homeopatia é o açúcar purificado obtido da cana-de-


açúcar, especialmente. Suas principais impurezas são os metais pesados, o cálcio, os
cloretos e os sulfatos. Ela deve apresentar-se na forma de cristais ou massas cristalinas,
incolores ou brancas, ou pó cristalino branco, com sabor doce bastante característico.
Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados. A sacarose é utilizada na
fabricação dos glóbulos inertes.

12.6 GLÓBULOS INERTES

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Glóbulos inertes são pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura de
sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir de
grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Apresentam-se com pesos
medianos de 30 mg, 50 mg e 70 mg, na forma de grãos esféricos, homogêneos e
regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados
em recipientes hermeticamente fechados. Os glóbulos inertes são impregnados com
dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “glóbulos”.

12.7 MICROGLÓBULOS INERTES

Microglóbulos inertes são pequeníssimas esferas compostas de sacarose e amido


obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. Eles são
comercializados na padronização de 63 mg para cada cem microglóbulos. Apresentam-se
na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e
de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados (frascos de vidro
âmbar, por exemplo). Os microglóbulos são utilizados na preparação de medicamentos na
escala cinquenta milesimal.

12.8 COMPRIMIDOS INERTES

Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos


pela compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, com ou sem granulação
prévia. Eles apresentam-se na forma discoide, homogêneos e regulares, com peso
compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado.
Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. Os comprimidos inertes são
impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida
chamada “comprimidos”.

12.9 TABLETES INERTES

Os tabletes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos por

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moldagem da lactose em tableteiro. Eles apresentam-se na forma discoide, não tão
homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso compreendido entre 100 e
300mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados
em recipientes bem fechados.

13 O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS?

As formas farmacêuticas derivadas representam o resultado do processo de


dinamização, que consiste, basicamente, na concentração decrescente de insumos ativos
por meio de diluições seguidas de sucussões ou de triturações sucessivas. Para prepará-
las empregamos as escalas decimal, centesimal e cinquenta milesimal, e os métodos
hahnemannianos, korsakovianos e de fluxo contínuo.

14 AS ESCALAS

Para a preparação das formas farmacêuticas derivadas, a farmacotécnica


homeopática emprega três escalas, de acordo com a proporção entre os insumos ativo e
inerte: a decimal, a centesimal e a cinquenta milesimal. Na escala decimal a diluição é
preparada na proporção 1/10, ou seja, uma parte do insumo ativo é diluída em nove
partes do insumo inerte, perfazendo um total de dez partes.
Essa escala, criada por Hering nos Estados Unidos da América e difundida por
Vehsemeyer na Alemanha, surgiu com o pretexto de diminuir as distâncias entre as
quantidades de insumo ativo e insumo inertes, tornando a diluíção mais uniforme e fácil
de preparar. É a escala mais empregada nos EUA e na Alemanha.
Os símbolos empregados nos diversos países para identificar a escala decimal
são: X (dez em algarismo romano) e D, ou ainda DH, que significa dinamização na escala
decimal de Hering preparada segundo o método hahnemanniano. Assim, 1X, D1 ou 1DH
correspondem à primeira dinamização decimal. Uma 2X, D2 ou 2DH representam uma
segunda dinamização decimal. No Brasil, emprega-se o símbolo DH, antecedido da
potência, sendo essa identificação mais interessante, pois designa tanto a escala como o
método empregado.

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Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala decimal obtida a partir da
TM de Arnica montana:

1 mL da TM de Arnica montana + 9 mL de álcool 50% (100 sucussões)


Arnica montana 1X ou
Arnica montana D1 ou
Arnica montana 1DH

Na escala centesimal a diluição é preparada na proporção 1/100, ou seja, uma


parte do insumo ativo é diluída em 99 partes do insumo inerte, perfazendo um total de
cem partes. Os símbolos conhecidos para identificar a escala centesimal são: C, ª,
nenhuma indicação ou CH. Assim, C1, 1ª, 1 ou 1CH correspondem à primeira
dinamização centesimal. Uma C2, 2ª, 2 ou 2CH representam uma segunda dinamização
centesimal. Pelo mesmo motivo apresentado para a escala decimal, em nosso país é
utilizado o símbolo CH para designar a escala centesimal preparada pelo método
hahnemanniano.
Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala centesimal obtida a partir
do dicromato de potássio, droga solúvel na água:
1 g de dicromato de potássio + qsp (quantidade suficiente para) 100 mL de água destilada
+ (100 sucussões)
Kalium bichromicum C1 ou
Kalium bichromicum 1ª ou
Kalium bichromicum 1 ou
Kalium bichromicum 1CH.

Na escala cinquenta milesimal a diluição é preparada na proporção 1/50.000, ou


seja, sempre que uma potência é elevada, temos uma proporção de 1/50.000 entre o
insumo ativo e o inerte. Os símbolos conhecidos para identificar a escala cinquenta
milesimal são 0/ ou LM. Assim, 1 0/ ou 1 LM significam primeira dinamização cinquenta
milesimal.

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15 A SUCUSSÃO

Existem dois processos para a sucussão: o manual e o mecânico. O processo


manual é realizado golpeando-se fortemente o frasco cem vezes, contra um anteparo
semirrígido, em um movimento contínuo e ritmado, para promover energia cinética
constante. Nesse processo, realizado após cada diluição do insumo ativo, seguramos
fortemente o frasco, de tal forma que apenas o seu fundo bata no anteparo. Com isso,
evitamos o amortecimento do impacto e possíveis dores na mão.
O processo mecânico é feito com auxílio de máquinas sucussionadoras, também
chamadas de braços mecânicos, capazes de reproduzir o movimento manual. Esses
braços mecânicos foram elaborados para substituir o processo manual, tornando mais
rápida a obtenção das potências medicamentosas, por meio de um movimento oscilatório
em arco, que proporciona impacto periódico do frasco sobre um anteparo de poliuretano
ou outro material semirrígido e parada automática após cem sucussões.
São dois os processos básicos para a elaboração das formas farmacêuticas
derivadas:

• Diluição da TM ou droga solúvel em insumo inerte adequado, seguida de sucussões


(dinamização líquida).
• Trituração da droga insolúvel realizada em lactose (dinamização sólida).

16 OS MÉTODOS

Existem três métodos de preparação das formas farmacêuticas derivadas:


hahnemanniano, korsakoviano e de fluxo contínuo.

16.1 O MÉTODO HAHNEMANNIANO (H)

Assim chamado por ter sido criado pelo fundador da Homeopatia, pode ser
subdividido em três outros métodos:

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• Método Clássico ou dos Frascos Múltiplos, desenvolvido para preparar formas
farmacêuticas derivadas nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de tinturas-
mães e drogas solúveis.
• Método da Trituração, desenvolvido para preparar formas farmacêuticas derivadas
nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de drogas insolúveis. Esse método é
utilizado também na escala cinquenta milesimal, a partir de drogas solúveis ou não.
• Método da Cinquenta Milesimal, específico para preparar formas farmacêuticas
derivadas na escala cinquenta milesimal (LM), a partir de drogas minerais, animais e
vegetais, estas duas últimas no estado fresco, ou, excepcionalmente, a partir de tinturas-
mãe.

16.2 O MÉTODO KORSAKOVIANO (K)

Também chamado de método do frasco único ou do fluxo descontínuo, foi criado


em 1832 por um oficial do exército russo chamado Korsakov para simplificar o método de
Hahnemann. Teve a ideia de realizar a dinamização em um único frasco que, ao ser
esvaziado, retinha nas suas paredes a quantidade de líquido equivalente a um centésimo
do volume anterior, sendo necessário acrescentar mais 99 partes de insumo inerte e
sucussionar a solução assim obtida para alcançar a potência seguinte.
Vários fatores colaboram para a indefinição da escala (proporção entre os
insumos ativo e inerte), como a viscosidade da solução, o tamanho e a porosidade do
frasco, a força empregada na dinamização, etc. Portanto, o método korsakoviano não
apresenta escala definida como o hahnemanniano. Seu uso é consagrado para preparar
altas potências com mais rapidez e quando não há número suficiente de frascos
esterilizados. Todavia, como não se trata de um método exato, sua utilização somente se
justifica em casos de urgência médica.

16.3 O MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO (FC)

Surgiu com a introdução de altíssimas potências na Homeopatia, por intermédio do


médico americano James Tyler Kent, que, para obtê-las, projetou um aparelho

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dinamizador. Mais tarde, esse aparelho foi aperfeiçoado por Skinner. Segundo a
Farmacopeia Homeopática Brasileira II, assim como o método korsakoviano, o método de
fluxo contínuo é empregado para a preparação de formas farmacêuticas derivadas a partir
da trigésima dinamização centesimal hahnemanniana (potência 30CH). Devido às
características do método, que emprega fluxo contínuo e constante, este também não
proporciona uma escala definida.

17 MÉTODO HAHNEMANIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A


PARTIR DA TINTURA-MÃE

17.1 OS INSUMOS INERTES

Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primeiras


decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na preparação da TM. Isso é
necessário para impedir que ocorra ruptura da estabilidade da solução. Para as potências
intermediárias e matrizes, utilizar etanol 70% (p/p). Para a última potência, o insumo inerte
a ser empregado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose
única e preparações administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única, glóbulos,
comprimidos, tabletes e pós).

17.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos


dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. O líquido a
ser dinamizado deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que ocorra um bom
vascolejamento. Desse modo, por exemplo, para dinamizar 20 mL usar um frasco com 30
mL de capacidade.
2. Nos três primeiros frascos, para a escala centesimal, e nos seis primeiros,
para a escala decimal, acrescentar, com o dispensador, 99 ou nove partes,
respectivamente, do insumo inerte de mesmo título da TM.

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3. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque
(matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) ou nove partes (escala decimal) do etanol
70% (p/p). Na última potência utilizar etanol 30%, para as formas farmacêuticas líquidas,
ou etanol igual ou superior a 70%, para as formas farmacêuticas sólidas. Usar os
dispensadores para medir o volume dos insumos inertes.
4. Acrescentar ao frasco designado pela primeira potência uma parte da TM
com uma micropipeta de capacidade adequada e executar cem sucussões, batendo o
fundo do frasco fortemente contra um anteparo semirrígido, num movimento contínuo e
ritmado. Está pronta a 1CH ou 1DH.
5. Com a micropipeta, transferir uma parte da primeira dinamização centesimal
ou decimal para o segundo frasco e executar cem sucussões. Está pronta a 2CH ou 2DH.
6. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal
ou decimal para o terceiro frasco e executar cem sucussões. Está pronta a 3CH ou 3DH.
7. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atingir a
potência desejada. A seguir, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das
formas farmacêuticas derivadas a partir da TM, será dado dois exemplos esquemáticos,
um na escala decimal e outro na centesimal.
• Exemplo de medicamento preparado na escala decimal a partir da TM:

Potência a ser preparada = 6DH


Capacidade do frasco dinamizador = 60 mL
No estoque = TM de Sabadilla
Teor hidroalcoólico da TM = 90%

Com o frasco dinamizador de 60 mL, podem-se preparar 40 mL, que representam


2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma parte), é
necessário dividir o volume de 40 mL por 10, pois se trata da escala decimal. Para obter a
quantidade de insumo inerte (nove partes) que irá solubilizar a TM de Sabadilla, é
necessário multiplicar o volume do insumo ativo por 9 ou diminuir o volume total (dez
partes) do volume do insumo ativo (uma parte).

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Assim, teremos:
4 mL da Sabadilla TM + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 1DH
4 mL da Sabadilla 1DH + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 2DH
4 mL da Sabadilla 2DH + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 3DH
4 mL da Sabadilla 3DH + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 4DH
4 mL da Sabadilla 4DH + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 5DH
4 mL da Sabadilla 5DH + 36 mL de etanol 90% + ↑↓ = Sabadilla 6DH

• Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir da TM:

Potência a ser preparada = 6CH


Capacidade do frasco dinamizador 30 mL
No estoque = TM de Nux vomica
Teor hidroalcoólico da TM = 50%

Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que representam


2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma parte), é
necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da escala centesimal. Para
obter a quantidade de insumo inerte (99 partes), é necessário multiplicar o volume do
insumo ativo por 99 ou diminuir o volume total (cem partes) do volume do insumo ativo
(uma parte).
Assim, teremos:
0,2 mL da Nux vomica TM + 19,8 mL de etanol 50% + ↑↓ = Nux vomica 1CH
0,2 mL da Nux vomica ICH + 19,8 mL de etanol 50% + ↑↓ = Nux vomica 2CH
0,2 mL da Nux vomica 2GH + 19,8 mL de etanol 50% + ↑↓ = Nux vomica3CH
0,2 mL da Nux vomica 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + ↑↓ = Nux vomica 4CH
O,2 mL da Nux vomica 4GH + 19,8 mL de etanol 70% + ↑↓ = Nux vomica 5CH
0,2 mL da Nux vomica 5GH + 19,8 mL de etanol 30% + ↑↓ = Nux vomica 6CH

Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma de gotas,

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preparar a última potência em etanol 30%; se for administrado sob a forma sólida,
preparar a última potência em etanol de título igual ou superior a 70%. As três primeiras
dinamizações apresentam o mesmo título hidroalcoálico da TM e as intermediárias são
sempre obtidas em etanol 70%.

18 METODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A


PARTIR DE DROGA SOLÚVEL

18.1 OS INSUMOS INERTES

Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primeiras


decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na dissolução da droga (água ou
etanol nas diferentes graduações). Isto é necessário para impedir que ocorra ruptura da
estabilidade da solução. Para as potências intermediárias, assim como para as potências
de estoque (matrizes), utilizar etanol 70%. Para a última potência, o insumo inerte a ser
utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única
líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única
sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).

18.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos


dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. A solução
a ser dinamizada deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que ocorra um bom
vascolejamento.
2. Em um cálice, dissolver uma parte da droga, pesada em uma balança de
precisão, em qsp cem partes (escala centesimal) ou dez partes (escala decimal) de
insumo inerte. Transferir essa solução para o primeiro frasco.
3. No segundo e terceiro frascos, para a escala centesimal, e do segundo ao
sexto frasco, para a escala decimal, acrescentar, com o dispensador, 99 ou nove partes,
respectivamente, do insumo inerte que solubilizou a droga.

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4. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque
(matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) nove partes (escala decimal) do etanol 70%
(p/p). Na última potência, aquela a ser dispensada, utilizar etanol 30% para as formas
farmacêuticas líquidas e etanol superior ou igual a 70%> para as formas farmacêuticas
sólidas. Usar os dispensadores para medir o volume dos insumos inertes.
5. Sucussionar cem vezes o primeiro frasco, batendo o fundo do frasco
fortemente contra um anteparo semirrígido, em um movimento contínuo e ritmado, O
antebraço deverá compor um ângulo de mais ou menos 90 graus com o anteparo. Está
pronta a 1CH ou 1DH.
6. Com a micropipeta de capacidade adequada, transferir uma parte da primeira
dinamização centesimal ou decimal para o segundo frasco e sucussionar cem vezes. Está
pronta a 2CH ou 2DH.
7. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal
ou decimal para o terceiro frasco e sucussionar cem vezes. Está pronta a 3CH ou 3DH.
8. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atingir a
potência desejada.

A seguir temos um exemplo esquemático, na escala na centesimal, para facilitar o


entendimento da técnica de preparação das formas farmacêuticas derivadas a partir de
drogas solúveis.
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga
solúvel:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = óleo-resina terebintina
Solubilidade da droga = etanol

Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que representam


2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade em peso de insumo ativo (uma parte), é
necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da escala centesimal. Para

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solubilizar a terebintina é necessário completar com álcool 90% o volume para 20 mL
(cem partes).
Assim, teremos:
0,2 g de óleo-resina terebintina + qsp 20 mL de etanol 90% + ↑↓ = Terebinthinum 1 CH
0,2 mL de Terebinthinum LCH + 19,8 mL de etanol 90% + ↑↓ = Terebinthinum 2CH
0,2 mL de Terebinthinum 2CH + 19,8 mL de etanol 90% + ↑↓ Terebinthinum 3CH
0,2 mL de Terebinthinum 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + ↑↓ = Terebinthinum 4CH
0,2 mL de Terebinthinum 4CH + 19,8 mL de etanol 70% + ↑↓ = Terebinthinum 5CH
0,2 mL de Terebinthinum 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de graduação igual ou
superior a 70% + ↑↓ = Terebinthinum 6CH

Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma farmacêutica


líquida, usar etanol 30% na preparação da última potência; se o medicamento for
administrado sob a forma sólida, usar etanol de graduação igual ou superior a 70% na
preparação da última potência. Para as três primeiras dinamizações centesimais utilizar o
mesmo título hidroalcoólico do etanol que solubilizou a droga. Conforme regra geral,
utilizar para as dinamizações intermediárias o etanol 70%.

19 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A


PARTIR DE DROGA INSOLÚVEL

19.1 OS INSUMOS INERTES

Trituração, também chamada de dinamização sólida, é um método desenvolvido


por Hahnemann, cuja finalidade é despertar a atividade dinâmica de substâncias
insolúveis (líquida ou sólida), desagregando suas moléculas pela força do atrito, utilizando
a lactose (açúcar presente no leite) como insumo inerte. Esse método é utilizado também
para triturar drogas, solúveis ou não, na preparação da escala cinquenta milesimal,
obrigatoriamente até a 3CH.

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A lactose é utilizada nas três primeiras dinamizações centesimais e nas seis
primeiras decimais. Todas as substâncias insolúveis devem ser trituradas até a 3CH ou
6DH e solubilizadas a partir destas potências.

19.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Pesar a droga e a lactose.


2. Dividir a lactose em três porções iguais.
3. Colocar a primeira porção no gral e triturar com o pistilo por cerca de dois
minutos, para tapar os poros da porcelana.
4. Acrescentar uma parte da droga sobre a primeira porção de lactose, de acordo
com a escala decimal ou centesimal. Se a droga for sólida, esta deverá estar pulverizada
em uma granulometria igual à da lactose, ou seja, os grânulos do pó de lactose e da
droga devem ter tamanhos semelhantes.
5. Com a espátula misturar bem a droga na lactose.
6. Triturar com força por seis minutos.
7. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo
do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
8. Ainda com a primeira porção, triturar com força por seis minutos.
9. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo
do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
10. Acrescentar a segunda porção de lactose.
11. Triturar com força por seis minutos.
12. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo
do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
13. Ainda com a segunda porção, triturar com força por seis minutos.
14. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao
fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
15. Acrescentar a terceira porção de lactose.
16. Triturar com força por seis minutos.

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17. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao
fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
18. Ainda com a terceira porção, triturar com força por seis minutos.
19. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao
fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
20. Ao final de, no mínimo, sessenta minutos de operação, teremos a primeira
trituração decimal ou centesimal, dependendo da proporção da droga/lactose, 1DH trit. ou
1CH trit., respectivamente.
21. Essa primeira trituração será acondicionada num pote de boca larga bem
fechado e protegido da luz. Essa dinamização constitui-se o ponto de partida para as
demais triturações. No caso de trituração decimal, fazer mais cinco dinamizações sólidas
até obter a 6DH trit. Para a trituração centesimal, fazer mais duas dinamizações até obter
a 3CH trit.
22. Para solubilizar a 3CH trit. ou a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte
do triturado em oitenta partes de água destilada, completar para vinte partes de etanol
96% e misturar. Sucussionar cem vezes para obter, desse modo, a 4CH ou 8DH. Não se
deve preparar a 7DH a partir da 6DH, pois a lactose utilizada na trituração é insolúvel na
proporção 1/10. Assim, excepcionalmente, preparamos diretamente a 8DH a partir da
6DH (1/100).
A seguir, serão dados dois exemplos esquemáticos, um na escala decimal e outro
na centesimal, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das formas
farmacêuticas derivadas a partir de drogas insolúveis. Exemplo de medicamento
preparado na escala decimal a partir de droga insolúvel:

Potência a ser preparada = I2DH


Capacidade do frasco dinamizador = 120 mL
No estoque = prata metálica pó
Solubilidade da droga = insolúvel

Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de acordo


com o método hahnemanniano da trituração até a 6DH. A partir dessa dinamização

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sólida, solubilizar 0,8 g (uma parte da 6DH) em 64 mL de água destilada (oitenta partes) e
completar para 80 mL com etanol 96%, quantidade que corresponde a 2/3 da capacidade
do frasco dinamizador. Sucussionar cem vezes para obter a 8DH. Veremos que nessa
passagem da dinamização sólida (trituração) para a dinamização líquida (diluição),
excepcionalmente, acabamos fazendo uma diluição 1/100 no lugar da diluição 1/10,
devido à insolubilidade da trituração nessa proporção.
Todavia, daí para frente, as demais dinamizações intermediárias serão
preparadas em álcool 70%, na proporção de 1/10, de acordo com a escala decimal. Para
a preparação da 12DH, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma
farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas
administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos,
tabletes e pós).
Assim, teremos:

1 g de prata metálica pó + 9 g de lactose (escala decimal) + 60 mm. de trituração,


conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis = Argentum metailicum 1DH trit.
1 g de Argentum metailicum 1DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Argentum
metailicum 2DH trit.
1 g de Argentum metailicum 2DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Argentum
metailicum 3DH trit.
1 g de Argentum metailicum 3DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Argentum
metailicum 4DH trit.
1 g de Argentum metailicum 4DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Argentum
metailicum 5DH trit.
1 g de Argentum metailicum 5DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Argentum
metailicum 6D. trit.
0,8 g de Argentum metailicum 6DH trit. + 64 mL de água destilada + qsp 80 ml de etanol
96% + = Argentum metailicum 8DH líquida (nesse caso, não teremos uma 7DM, pois a
lactose é insolúvel na proporção 1/10). 8 mL de Argentum metailicum 8DH + 72 mL de
etanol 70% + ↑↓ = Argentum metailicum 9DH

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8 mL de Argentum metailicum 9DH + 72 mL de etanol 70% + = Argentum metailicum
LODH
8 mL de Argentum metailicum 1ODH + 72 rnL de etanol 70% + ↑↓ = Argentum metailicum
1 IDH
8 mL de Argentum metailicum 1 1DH + 72 mL de etanol 30% ou etanol de graduação
igual ou superior a 70% + ↑↓ = Argentum metailicum 12DH

Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga


insolúvel:

Potência a ser preparada = 6CH


Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = grafite pó
Solubilidade da droga = insolúvel

Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de acordo


com o método hahnemanniano da trituração até a 3CH. A partir dessa dinamização
sólida, podemos solubilizar 0,2 g (uma parte da 3CH) em 16 mL de água destilada (oitenta
partes) e completar para 20 mL com etanol 96%, quantidade que corresponde a 2/3 da
capacidade do frasco dinamizador.
Sucussionar cem vezes para obter a 4CH líq. Daí para frente, as demais
dinamizações intermediárias serão realizadas em álcool 70%, na proporção de 1/100, de
acordo com a escala centesimal. Para a preparação da 6CH, o insumo inerte a ser
utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única
líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única
sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
Assim, teremos:

0,1 g de grafite pó + 9,9 g de lactose (escala centesimal) + 60 mm. de trituração,


conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis Graphites 1CH trit.
0,1 g de Graphites 1CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Graphites 2CH trit.

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0,1 g de Graphites 2CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração Graphites 3GH trit.
0,2 mL de Graphites 3CH trit. + 16 mL de água destilada + qsp 20 mL de etanol 96% ↑↓ =
Graphites 4CH Líquida
0,2 mL de Graphites 4CH + 19,8 mL de etanol 20% + ↑↓ = Graphites 5CH
0,2 mL de Graphites 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de graduação igual ou
superior a 70% + ↑↓ = Graphites 6CH

20 METODO HAHNEMANNIANO PARA A ESCALA CINQUENTA MILESIMAL

20.1 OS INSUMOS INERTES

O método desenvolvido por Hahnemann para a escala cinquenta milesimal


emprega a lactose para a fase sólida da técnica (trituração até a 3CH) e água destilada e
álcool 96% para a fase líquida (diluição seguida de sucussões). Usar álcool 30% para a
dispensação.

20.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Triturar o ponto de partida (droga mineral ou biológica, vegetal ou animal) até a


3CH, conforme a técnica de trituração. Sempre que possível utilizar vegetal ou animal
frescos. Excepcionalmente, poderá ser usada a TM. Contudo, nesse caso, sua força
medicamentosa deverá ser corrigida. Por exemplo: uma TM a 10% apresenta uma força
medicamentosa de 1/10 (uma parte da droga está contida em dez partes da quantidade
final de TM). Assim, para corrigir a força medicamentosa é necessário adicionar dez
partes da TM em cem partes de lactose, misturar e deixar secar em temperatura inferior a
500C, antes de proceder a 1ª trituração centesimal.
Segundo o § 270 da 6ª edição do Organon, se a substância a ser triturada for
líquida, deve-se usar apenas uma gota dela. Todavia, julgamos importante manter a
proporcionalidade de 1/100 também para os líquidos (p/p), ou seja, devemos pesar uma
gota ou mais do líquido a ser triturado e multiplicar o resultado obtido por 99, para saber a
quantidade de lactose a ser utilizada no processo de trituração.

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2. Em uma proveta misturar uma parte de álcool 96% e quatro partes de água
destilada (v/v), por exemplo: 10 mL de álcool 96% + 40 mL de água destilada.
3. Em um cálice dissolver 0,063 g da 3CH trit. em 500 gotas da mistura acima,
obtidas com o conta-gotas calibrado. Cabe ressaltar que cada gota dessa solução contém
1/500 da 3CH trit.
4. Transferir uma gota da solução acima para um flaconete de 5 mL.
5. Acrescentar cem gotas de álcool 96%, sempre com conta-gotas calibrado,
sobre a gota que está no flaconete, que será preenchido com mais ou menos 2/3 do seu
volume.
6. Sucussionar cem vezes. Está pronta a 1LM líquida (1ª grau de dinamização).
Uma gota da 1LM líq. contém 1/50.000 da 3CH trit., pois a gota que continha 1/500 da
3CH trit. foi diluída cem vezes (1/500 x 1/100 = 1/50.000).
7. Em outro flaconete de 5 mL, colocar 500 microglóbulos (mcglob.). Cada cem
mcglob. pesam 0,063 g, aproximadamente. Portanto, 500 mcglob. pesam 0,3 15 g.
8. Acrescentar uma gota da 1LM líquida sobre os 500 mcglob. Agitar o flaconete
de tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
9. Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de
filtro, para secá-los.
10. Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da
luminosidade, e identificá-los com o nome do medicamento acompanhado de 1LM.
11. Para preparar a 2LM, em um flaconete, dissolver 1 mcglob. da 1 LM em uma
gota d’água destilada. Cabe ressaltar que este mcglob. contém, em tese, 1/500 da gota
do 1º grau de dinamizaçao.
12. Acrescentar ao flaconete cem gotas de álcool 96%.
13. Sucussionar cem vezes. Está pronta a 2LM líquida (2º grau de dinamização).
Uma gota dessa solução contém 1/50.000 da 1LM, pois o mcglob. que continha 1/500 da
1LM líquida foi diluído cem vezes (1/500 x 1/100 = 1/50.000).
14. Em outro flaconete colocar 500 mcglob. padronizados (0,3 15 g).
15. Acrescentar uma gota da 2LM líquida sobre os 500 mcglob. Girar o flaconete
de tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
16. Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
filtro, para secá-los.
17. Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da
luminosidade, e identificá-los com o nome do medicamento acompanhado de 2LM.
18. Para as demais potências, empregar a mesma técnica. Para a dispensação
do medicamento dissolver um mcglob. em solução hidroalcoólica a 30%, devendo o
volume dispensado ocupar 2/3 da capacidade do frasco.

21 MÉTODO KORSAKOVIANO PARA A ESCALA DECIMAL A PARTIR DA


TINTURA-MÃE, DE DROGA SOLÚVEL E INSOLÚVEL

21.1 OS INSUMOS INERTES

Para as seis primeiras dinamizações decimais utilizar o mesmo insumo inerte


empregado na preparação da TM ou, no caso de drogas solúveis, o mesmo insumo inerte
que dissolveu a droga. Para as potências intermediárias e matrizes, utilizar etanol 70%.
Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica
a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob
a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
Para as drogas insolúveis utilizar a lactose como insumo inerte.

21.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Adicionar 1 mL de TM em um frasco de 15 mL de capacidade. No caso de


insumo ativo solúvel, pesar 1 g e colocá-lo em um cálice.
2. Agregar 9 mL de insumo inerte no frasco que contém a TM. Para o insumo
ativo solúvel, acrescentar quantidade suficiente de insumo inerte para 10 mL (2/3 da
capacidade do frasco) ao cálice que contém a droga pesada. Não esquecer de utilizar o
mesmo insumo inerte que diluiu a TM e a droga, até a sexta dinamização decimal
preparada segundo o método korsakoviano.
3. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte do
insumo ativo para dez partes do insumo inerte. Está pronta a 1D.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 1D, de tal forma que
fique 1 mL dela no frasco dinamizador.
5. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a
1D.
6. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM
ou da droga solúvel para cem partes do insumo inerte. Está pronta a 2D.
7. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 2D, de tal forma que
fique 1 mL dela no frasco dinamizador.
8. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a
2D.
9. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM
ou da droga solúvel para mil partes do insumo inerte. Está pronta a 3D.
10. Proceder do mesmo modo para as demais dinamizações.

Somente será possível utilizar o método korsakoviano para a escala decimal a


partir de droga insolúvel se utilizarmos como ponto de partida a 6DH trituração. Para
solubilizar a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte do triturado em oitenta partes de
água destilada e completar para vinte partes de etanol 96%. Sucussionar cem vezes para
obter diretamente a 8DH, pois a lactose utilizada na trituração é insolúvel na proporção
1/10. Daí para a frente preparar de acordo com o método korsakoviano descrito para a
escala decimal.

22 MÉTODO KORSAKOVIANO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH

22.1 OS INSUMOS INERTES

O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio do


método korsakoviano a partir da potência 3OCH é o etanol 70% (p/p). Para a última
potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser
dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a
forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
22.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

1. Colocar no frasco dinamizador quantidade suficiente da potência 3OCH de


modo que possa ocupar 2/3 de sua capacidade.
2. Emborcar o frasco, deixando escoar livremente o líquido por cinco segundos.
3. Adicionar o insumo inerte no mesmo frasco de modo que restabeleça o
volume de 2/3 de sua capacidade.
4. Proceder a cem sucussões. Está pronta a 31K.
5. Para obter as demais potências, repetir esse procedimento.

23 MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH

23.1 O INSUMO INERTE

O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio do


método de fluxo contínuo a partir da potência 3OCH é a água destilada.

23.2 O DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO

As altíssimas dinamizações são praticamente impossíveis de serem preparadas à


mão. Para tanto, essas potências são obtidas por meio de um aparelho denominado
“Dinamizador de Fluxo Contínuo”. Para a padronização da técnica, os dinamizadores de
fluxo contínuo devem apresentar algumas características obrigatórias e para obtenção de
medicamentos de qualidade os operadores precisam tomar alguns cuidados especiais.
A entrada do insumo inerte na câmara deve acontecer próximo ao centro do vórtice
do líquido em dinamização. Assim, a água que entra na câmara de dinamização pode ser
turbilhonada antes de ser expulsa.

• A capacidade total da câmara deve ser medida até a altura da saída lateral do líquido,
com o aparelho em funcionamento.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Cem sucussões correspondem a cem rotações da palheta dinamizadora. As partes
que entram em contato com o líquido dinamizado (câmara de dinamização e palheta
dinamizadora) devem ser de material termorresistente, para serem devidamente lavadas
em água destilada e, a seguir, esterilizadas, a cada nova dinamização.
• As partes que entram em contato com o insumo inerte (funil de separação de fases,
coluna de vidro e válvula de regulagem do fluxo) devem ser lavadas em água destilada e
esterilizadas. Os anéis de vedação dessas partes, geralmente feitos de plástico ou de
borracha de qualidade, devem ser lavados em água destilada e deixados imersos por
duas horas numa solução de etanol a 70%. Tudo deve estar seco e limpo antes do início
do processo de preparação das altas potências.
• A potência desejada será determinada pelo tempo necessário para sua obtenção.
Alcançado o tempo programado para o término da operação, desligar simultaneamente a
entrada de água e o motor.
• O processo será interrompido sempre duas dinamizações anteriores àquela que se
pretende obter. Fazer mais duas dinamizações manuais de acordo com o método
hahnemanniano: a primeira preparada em álcool 70%, para ficar armazenada no estoque
e servir como matriz, e a segunda para atender à prescrição médica.
• As potências que deverão ficar estocadas como matrizes são: 199 FC, 499 FC, 999
FC, 4.999 FC, 9.999 FC, 49.999 FC e 99.999 FC, para preparar, respectivarnente, as
potências 200 FC, 500 FC, 1M FC, 5M FC, 10M FC, 50M FC e l00M FC.
• Segundo a Farmacopeia Homeopática Brasileira II, a dispensação do medicamento
homeopático obtido a partir do método de fluxo contínuo deve dar-se somente a partir da
200 FC até a lOOM FC, como limite máximo.
• A calibração da entrada de água destilada na câmara de dinamização é fundamental
para que ocorra um fluxo contínuo e constante. Ela depende, basicamente, da capacidade
da câmara de dinamização e do número de rotações que o motor proporciona a cada
sessenta segundos. Ela deve ser realizada sempre que o aparelho for novamente
montado, após ter sido feita sua manutenção e limpeza.

23.3 A CALIBRAÇÃO DO FLUXO

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Com o dinamizador de fluxo contínuo montado, o funil de separação de fases com
água destilada e a câmara de dinamização vazia, a operação de calibração pode ser
iniciada. Fazer os seguintes cálculos, tomando como exemplo um aparelho de fluxo
contínuo com uma câmara de 2 mL de capacidade e com um motor de 3.600 rpm:

3.600 rotações--------------- 60 segundos


100 rotações----------------- X segundos
X = 1,66666 segundos

Portanto, para cada cem rotações temos 1,66666 segundos, ou seja, 2 mL devem
passar pela câmara de dinamização em 1,66666 segundos. Como é impossível medir 2
mL neste curto espaço de tempo, deve-se usar um cálice de 60 mL como padrão:

2 mL---------------------1,66666 segundos
60 mL---------------------X segundos
X 50 segundos

• Abrir a válvula de controle do fluxo e acionar o motor deixando fluir a água até que a
câmara de dinairiização fique totalmente cheia e comece a vazar pela saída lateral
através de um dreno que vai dar numa pia, por exemplo.
• Fechar a válvula de controle do fluxo, esperar o término da saída da água e desligar
o motor.
• Trocar o dreno por um cálice de 60 mL, conforme o exemplo dado, para a coleta da
água que sai pela lateral da câmara de dinamização.
• Iniciar o processo, abrindo a válvula de controle do fluxo e acionando ao mesmo
tempo o motor.
• Anotar o tempo necessário para que o nível atinja 60 ml.
• Repetir a operação regulando a válvula de controle do fluxo até que esse tempo seja
de cinquenta segundos.

72
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Está pronta a calibração do fluxo de água que entrará na câmara de dinamização.
Refazer os cálculos quando a capacidade da câmara de dinamização e a velocidade do
motor forem outras.

23.4 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

Tomando por base um aparelho de fluxo contínuo com câmara de dinamização


com capacidade de 2 ml e com motor de 3.600 rpm, teremos o tempo de 1,6666 para
cada dinamização, conforme visto anteriormente. Para preparar uma 200FC, por exemplo,
faremos os seguintes cálculos antes de iniciar o processo básico de dinamização com o
aparelho de fluxo contínuo:
N = (FC —2) — 3OCH
onde:
N = número de dinamizações
FC = potência FC final

Assim, para a 200FC, teremos:

N = (200FC — 2) — 3OCH
N=198FC— 3OCH
N = 168 dinamizações

Se, para cada dinamização, são consumidos 1,66666 segundos, teremos:


1,66666 seg. x 168 dinamizações = 280 seg.

Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de água


destilada, basta multiplicar o fluxo pelo tempo:

V=FxT
V = 60 ml/50 seg. x 280 seg.
V = 336 mL

73
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O procedimento-padrão para o método do fluxo contínuo é o seguinte:

1. Preparar uma 3OCH em etanol 70% (ponto de partida para as dinamizações


preparadas pelo método de fluxo contínuo).
2. Encher a câmara de dinamização com a potência 3OCH.
3. Acrescentar quantidade suficiente de água destilada no reservatório superior
e na coluna. Se o volume de solvente para atingir a dinamização desejada for superior à
capacidade do reservatório de água destilada, ir alimentando o funil de separação de
fases durante o processo. Isto pode ser realizado sem interrupção da dinamização.
4. Acionar simultaneamente a entrada de água e a rotação do motor.
5. Esgotado o tempo previsto para a operação, interromper o processo.
6. Realizar mais duas dinamizações manuais (1/100).

-----------------FIM DO MÓDULO III-----------------

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