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Sorologia para Sífilis

Sífilis - Introdução

▪ Infecção bacteriana sistêmica

▪ Agente etiológico: Treponema pallidum

▪ DST/IST

▪ Congênita ou Adquirida
Sífilis - Vias de transmissão

• Predominantemente pelo contato sexual


• Pela placenta durante a gestação, quando a gestante
portadora de Sífilis não é tratada ou quando realiza o
tratamento de maneira inadequada
• Infecção perinatal se houver lesões genitais maternas
Imunopatogenia da Sífilis

▪ A virulência do T. Pallidum está relacionada:

• Intensa resposta imunoinflamatória lenta e progressiva


causando lesões teciduais (tipo hipersensibilidade tardia
granulomatosa)

• Produção de mucopolissacarídeos pelo T. pallidum dificultando


a fagocitose e parecem atuar como imunossupressores locais
no mecanismo de evasão

• Resposta imune celular e humoral parcialmente


protetora

Controla de alguma maneira o processo infeccioso


Classificação clínica da Sífilis

▪ Sífilis Primária

• Cancro duro 3 a 8 semanas

• A cicatrização completa da lesão é espontânea.


Sífilis Primária

• Mulheres a ausência de dor, coceira ou incômodo torna


as mulheres principais portadoras assintomáticas e
transmissoras

• Homens a lesão aparente sem diagnóstico pode levar à


automedicação inadequada

É importante enfatizar que a Sífilis não confere imunidade e que uma


pessoa pode contrair a infecção tantas vezes quantas for exposta

Fonte: BRASIL, 2016


Sífilis Primária – Diagnóstico laboratorial

Na sífilis primária, o diagnostico laboratorial definitivo é


realizado:

Pela pesquisa direta do Treponema pallidum por:


• microscopia de campo escuro;
• métodos de coloração;
• imunofluorescência direta, em amostras de lesões, aspirado
de linfonodo e/ou material de biopsia.
• Os anticorpos começam a surgir na corrente sanguínea cerca
de 7 a 10 dias após o surgimento do cancro duro.

• No início deste estágio, os testes imunológicos podem não


apresentar reatividade.
Sífilis Primária – Diagnóstico laboratorial

• Quando não for possível a realização da pesquisa direta do


T.pallidum, o diagnóstico presuntivo deverá ser feito pela
observação da lesão típica e da anamnese do paciente,
sendo importante investigar se existe história pregressa de
tratamento de sífilis.

• Para indivíduos com histórico de sífilis tratada, o diagnóstico


além de considerar a presença de lesões típicas, deve
considerar o título encontrado no teste não-treponêmico

• O resultado desse teste deve apresentar dois títulos acima,


quando comparado com os resultados dos testes previamente
feitos para o monitoramento do tratamento anteriormente
instituído.

Fonte: BRASIL, 2016


Sífilis Secundária

▪ Esta fase é altamente infectante T. pallidum pode ser


isolado de lesões cutâneas, sangue, LCR e leite materno

• Anticorpos IgM e IgG estão presentes em elevadas


concentrações

• Todos os testes que detectam anticorpos são reagentes e


esperado encontrar títulos altos nos testes não-treponêmicos.

• O diagnostico presuntivo é baseado na presença de lesões


típicas na pele e mucosas.
Sífilis Secundária

As lesões se manifestam de maneira generalizada:

✓Linfoadenopatia generalizada

✓Lesões de pele e mucosas altamente contagiosas

✓Lesões no fígado, baço, rim, coração, ossos e articulações

Após o tratamento da Sífilis secundária, os testes


treponêmicos permanecem reagentes por toda a vida do
indivíduo e os testes não-treponêmicos podem ter
comportamento variável.
Sífilis Latente

▪ Recente: até um ano de infecção

• Neste estágio, todos os testes que detectam anticorpos


permanecem reagentes, e observa-se uma diminuição dos
títulos nos testes não-treponêmicos.

• Ausência de manifestações clínicas

• Muito infectante

▪ Tardia: mais de um ano de infecção

• Duração variável

▪ Termina quando os sintomas da fase terciária aparecem


Sífilis Terciária (Tardia)

▪ Ocorre aproximadamente em 15 a 25% das infecções não


tratadas;

▪ Podendo surgir entre 1 e 40 anos depois do início da


infecção;

▪ É comum o acometimento do sistema nervoso e


cardiovascular;

▪ Fase destrutiva decorrente do processo imunoinflamatório


crônico
Neurossífilis

▪ Até 30 anos após a infecção

▪ Determina sinais e sintomas graves

Demência, psicose, distúrbios neurológicos, AVC e meningite

▪ Presença de anticorpos anti-Treponema pallidum de


produção intratecal no líquido cefalorraquidiano (LCR) é uma
evidência de neurossífilis

▪ Positividade do teste de VDRL no LCR em cerca de 50% dos


casos
Neurossífilis - Testes imunológicos

O VDRL é o único ensaio


não-treponêmico para a
detecção de anticorpos no Tem especificidade de 99,8%,
LCR porém, tem sensibilidade de
40 a 60%

▪ Deve ser utilizado para detecção de neurossífilis e não


para sua exclusão.

▪ Os testes de cardiolipina no LCR podem ter decréscimo


de títulos entre 3 e 6 meses pós-tratamento, mantendo
positivo por meses ou anos.
Desempenho dos testes laboratoriais associados a cada fase da
Sífilis não tratada

Fonte: BRASIL, 2016


Sífilis Congênita

▪ É resultante da disseminação hematogênica do T. pallidum da


gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada,
por via transplacentária.

Pode ocorrer em qualquer fase gestacional / estágio clínico da


doença materna.

Para o diagnóstico da • A história clínico-epidemiológica da


Sífilis congênita, deve-se mãe;
avaliar:
• Exame físico da criança;

• Avaliar os resultados dos exames


laboratoriais e radiológicos
Imunidade na Sífilis

▪ Não há imunidade totalmente protetora a resposta imune


na Sífilis induz um estado de resistência parcial à reinfecção

▪ Resposta humoral: IgG, IgM, IgA, IgE

▪ Resposta celular é do tipo exacerbada com lesões teciduais,


dependente de linfócitos T CD4+(Th1): Hipersensibilidade tardia
ou tipo IV
Métodos diagnósticos da Sífilis

▪ Exames diretos

▪ Testes imunológicos: treponêmicos e não treponêmicos

▪ Diagnóstico imunológico na Sífilis

• Testes de Cardiolipina

➢VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)

➢RPR (Rapid Plasma Reagin)

*Fenômeno de prozona
Fonte: MS, 2016.

Testes de Cardiolipina
VDRL
• Teste de VDRL
▪ Diagnóstico imunológico na Sífilis

• Testes Treponêmicos

➢FTA-abs (Fluorescent Treponemal Antibody- Absorption)

➢TPHA (T. pallidum Haemagglutination test)

➢Elisa (Enzyme-Linked Immunossorbent Assay)

Em 85% dos casos, permanecem reagentes por toda vida, mesmo após
tratamento
Utilização e interpretação dos
testes para a Sífilis

▪ Sífilis primária

Testes de cardiolipina e treponêmicos se positivam depois do


aparecimento, mas ainda na vigência do protossifiloma, com
sensibilidade de 85% para os testes de FTA-abs e para o
VDRL

▪ No secundarismo e na Sífilis latente recente: 99 a 100%

▪ Sífilis tardia cai para 70% para os testes de cardiolipina e


98% para os testes treponêmicos

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