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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

LUCAS JOSÉ ZAMBONIN

ANÁLISE ERGÔNOMICA DO POSTO DE TRABALHO DE UM ODONTÓLOGO

Joaçaba
2018
LUCAS JOSÉ ZAMBONIN

ANÁLISE ERGÔNOMICA DO POSTO DE TRABALHO DE UM ODONTÓLOGO

Relatório de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho da Universidade do Oeste de
Santa Catarina – Campus de Joaçaba, como requisito
parcial à obtenção de grau de Engenheiro de Segurança
do Trabalho.

Orientador: Prof. Sandra Salete Poleto

Joaçaba
2018
Dedico este trabalho especialmente aos meus
pais, Cleci e Vilmo, na qual foram minha
principal fonte de inspiração para o término da
minha especialização e em mesmo grau a
todos os meus amigos e colegas que me
incentivaram a prosseguir e manter o foco,
assim como pela de compreensão pela minha
ausência em momentos afetivos.
AGRADECIMENTOS

À Deus, pelas oportunidades a mim propostas e pela persistência para passagem em


momentos difíceis, sendo assim possível, trilhar um futuro brilhante.
A professora orientadora Gislaine Luvizão pela compreensão e auxilio na solução de
problemas vindouros dos projetos realizados, assim como pelo seu apoio e amizade, sempre
ajudando no desenvolvimento dos trabalhos, e competência na orientação.
A todos os amigos que me auxiliaram para conclusão deste relatório, em especial ao
Juliano Silvério da Silva e Thiago Cordeiro, na qual me auxiliaram na solução de problemas e
obtenção de dados em campo, assim como realização de pesquisas e alcance dos objetivos
aqui propostos.
Aos meus familiares que sempre me apoiaram em minhas escolhas, em especial aos
meus pais e meu irmão, pela compreensão da minha ausência nos momentos de
confraternização, na qual dediquei para a confecção deste relatório
A todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para o desenvolvimento deste
relatório e para a atribuição de novos conhecimentos deste tema.
“Cada escolha, uma oportunidade.
Cada queda, um aprendizado.
Cada atitude, uma consequência.”
(Autor Desconhecido)
RESUMO

A ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem. Tal ação é composta pela adaptação de


máquinas e móveis para a realização do trabalho. Além deste item, há outros fatores que
influenciam na ergonomia do profissional, como iluminação, ruído, antropometria do
profissional, características psicológicas e arquitetura do local de trabalho. Quando há a soma
destas características sobre o profissional, o risco ergonômico pode afetar não somente a
integridade física, mas também a mental, ampliando o estresse e problema psicológicos. A
maioria das áreas sofrem com posturas e condições ergonômicas errôneas. Uma destas áreas é
a odontologia. Onde o profissional cirurgião dentista permanece sentado no mocho por um
período de tempo grande e realizando atividades repetitivas. Este móvel é o local onde o
profissional realiza a maior quantidade de suas atividades rotineiras. Devido a essas ações, o
profissional fica submetido a condições ergonômicas que podem prejudicar sua saúde mental
e física. Assim como há uma grande variação de medidas humanas, ou seja, antropometria
diversificada e dimensões de móveis, pode haver a compra de mobília inadequada para o
profissional, ampliando o risco ergonômico. Desta forma, é de extrema importância realizar
uma análise aprofundada para verificar se há riscos ergonômicos que possibilitam doenças
osteomusculares e psicológicas. Esta avaliação deve ser realizada por um engenheiro de
segurança do trabalho, no qual irá avaliar se as características encontradas no consultório
estão dentro do aceitado pelas normas e bibliografias exigidas. Nos casos em que houver
desconformidade, é necessário que o engenheiro realize ações que possibilitem a minimização
ou eliminação destes riscos. Ações como ginástica elaboral, troca de mobília, ajuste de
luminosidade e ruído e indicações médicas podem auxiliar no desenvolvimento de uma
condição saudável ao trabalhador. Melhorando não apenas a saúde do colaborador, mas
também o desempenho do mesmo. A partir disso, vê-se a grande importância do conforto
ergonômico nas atividades de um odontólogo.
Palavras-chave: Ergonomia. Odontólogo. Saúde. Conforto.
ABSTRACT

Ergonomics is the adaptation of work to man. Such action is composed by the adaptation of
machines and furniture for the accomplishment of the work. In addition to this item, there are
other factors that influence professional ergonomics, such as lighting, noise, professional
anthropometry, psychological characteristics and workplace architecture. When there is the
sum of these characteristics on the professional, the ergonomic risk can affect not only the
physical integrity, but also the mental, magnifying the psychological stress and problem. Most
areas suffer from wrong postures and ergonomic conditions. One of these areas is dentistry.
Where the professional dentist surgeon stays sitting in the owl for a great length of time and
performing repetitive activities. This mobile is the place where the professional performs the
greatest amount of his routine activities. Due to these actions, the professional is subjected to
ergonomic conditions that can harm his mental and physical health. Just as there is a wide
variation of human measurements, ie, diversified anthropometry and dimensions of furniture,
there may be inadequate furniture purchase for the professional, increasing the ergonomic
risk. Therefore, it is extremely important to carry out an in-depth analysis to verify if there are
ergonomic risks that allow osteomuscular and psychological diseases. This evaluation should
be performed by a work safety engineer, in which it will assess whether the features found in
the office are within the accepted standards and bibliographies required. In cases where there
is disconformity, it is necessary that the engineer performs actions that allow the minimization
or elimination of these risks. Actions such as elaborate gymnastics, changing furniture,
adjusting brightness and noise and medical indications can aid in the development of a
healthy condition for the worker. Improving not only the health of the employee, but also the
performance of the same. From this, it is seen the great importance of ergonomic comfort in
the activities of a dentist.
Keywords: Ergonomics. Dentist. Health. Comfort.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E FOTOGRAFIAS

Ilustração 1: Base multifatorial do DORT. ............................................................................... 22


Ilustração 2: Regiões do corpo afetadas pela má postura e repetição de atividades ................ 30
Ilustração 3: Três tipos básicos do corpo humano .................................................................... 31
Ilustração 4: Proporções do corpo humano, segundo A. Zeising ............................................. 33
Ilustração 5: Posição da cadeira clínica .................................................................................... 36
Ilustração 6: Croqui do consultório odontológico .................................................................... 49
Ilustração 7: Luximetro Digital modelo MLM-133 ................................................................. 50
Ilustração 8: Lâmpada de LED ................................................................................................. 51
Ilustração 9: Lâmpada fluorescente .......................................................................................... 52
Ilustração 10: Lâmpada halógena ............................................................................................. 52
Ilustração 11: Decibelímetro digital modelo MS-1325 ............................................................ 52
Ilustração 12: Esquema cadeira escritório sala clínica 1 .......................................................... 57
Ilustração 13: Esquema mocho sala clínica 1 ........................................................................... 58
Ilustração 14: Esquema cadeira da auxiliar .............................................................................. 58
Ilustração 15: Esquema mocho consultório 2 ........................................................................... 59
Ilustração 16: Balcões de uso geral .......................................................................................... 60
Ilustração 17: Check list de Couto............................................................................................ 71
Ilustração 18: Moor Garg ......................................................................................................... 71
Ilustração 19: Owas .................................................................................................................. 72

Fotografia 1: Cadeira do escritório sala clínica 1 ..................................................................... 57


Fotografia 2: Cadeira do paciente sala clínica 1 ....................................................................... 57
Fotografia 3: Mocho atendimento sala clínica 1 ...................................................................... 57
Fotografia 4: Cadeira da auxiliar .............................................................................................. 58
Fotografia 5: Cadeira do paciente sala clínica 2 ....................................................................... 58
Fotografia 6: Mocho atendimento sala clínica 2 ...................................................................... 59
Fotografia 7: Mesa da auxiliar .................................................................................................. 59
Fotografia 8: Mesa escritório sala clínica 1 .............................................................................. 59
Fotografia 9: Sala de espera...................................................................................................... 61
Fotografia 10: Sala clínica e escritório ..................................................................................... 62
Fotografia 11: Sala clínica 1 ..................................................................................................... 63
Fotografia 12: Sala clínica 2 ..................................................................................................... 63
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Medições de iluminância .......................................................................................... 50


Tabela 2: Média da iluminância ............................................................................................... 51
Tabela 3: Medições de ruído .................................................................................................... 53
Tabela 4: Média dos ruídos ...................................................................................................... 53
Tabela 5: Dimensões das cadeiras ............................................................................................ 56
Tabela 6: Dimensões das mesas ............................................................................................... 56
Tabela 7: Dimensões dos balcões ............................................................................................. 56
Tabela 8: Análise antropométrico mocho sala clínica 1 ........................................................... 67
Tabela 9: Análise antropométrica mocho sala clínica 2 ........................................................... 68
Tabela 10: Análise antropométrica cadeira escritório .............................................................. 69
Tabela 11: Análise antropométrica mesa escritório ................................................................. 69
Tabela 12: Análise antropométrica cadeira auxiliar sala de espera .......................................... 70

Quadro 1: Iluminância por classe de tarefas visuais................................................................. 38


Quadro 2: Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente...................................... 39
Quadro 3: Classificação das doenças segundo sua relação com o trabalho ............................. 42
Quadro 4: Instrumentos de investigação das relações saúde-trabalho-doença ......................... 43
Quadro 5: Etapas da investigação de nexo causal entre doença e trabalho .............................. 45
Quadro 6: Exemplo de roteiro para anamnese ocupacional ..................................................... 46
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

NR Norma Regulamentadora
DORT Distúrbio Ósteomuscular Relacionado ao Trabalho
LER Lesão por Esforço Repetitivo
CD Cirurgião Dentista
RX Raio X
EPI Equipamento de Proteção Individual
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
HIV Imunodeficiência Humana
m² Metros quadrados
Lux Medida de luminosidade
Klux Quilo lux (medida de luminosidade
dB Decibéis
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
SESMT
Medicina do Trabalho
ETC Et cetera (E os restantes)
Nº Número
SC Santa Catarina
CRO Conselho Regional de Odontologia
PEAK Medidor de pico
Data Hold Tecla com a função de gravar a leitura na hora
CE Órgão de aprovação
LED Light Emitting Diode
Máx Máximo
Mín Mínimo
AC Corrente Alternada
cm Centímetros
ºC Graus Célsius
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 16
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 18
2.1 HISTÓRICO DA ERGONÔMICA ......................................................................... 18
2.2 ODONTOLOGIA .................................................................................................... 20
2.3 CIRURGIÃO-DENTISTA E AS DOENÇAS OSTEOMUSCULARES
RELACIONADAS AS DOENÇAS DO TRABALHO (DORT) ............................................. 20
2.3.1 Riscos físicos....................................................................................................... 22
2.3.2 Riscos químicos .................................................................................................. 23
2.3.3 Riscos ergonômicos ........................................................................................... 24
2.3.4 Riscos mecânicos ou de acidente ...................................................................... 24
2.3.5 Riscos biológicos ................................................................................................ 25
2.4 ERGONOMIA E A ODONTOLOGIA ................................................................... 27
2.4.1 Problemas ergonômicos na odontologia .......................................................... 28
2.5 ANTROPOMETRIA ............................................................................................... 31
2.6 LOCAL DE TRABALHO ....................................................................................... 34
2.6.1 Sala de recepção ................................................................................................ 35
2.6.2 Sala clínica ......................................................................................................... 35
2.6.3 Condições ambientais do trabalho ................................................................... 37
2.6.4 Iluminação.......................................................................................................... 37
2.6.5 Ruído .................................................................................................................. 39
2.6.6 Fatores psicológicos ........................................................................................... 40
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 47
3.1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 47
3.2 ARQUITETURA DO AMBIENTE DE TRABALHO............................................ 48
3.3 LEVANTAMENTO DE LUMINOSIDADE .......................................................... 49
3.4 LEVANTAMENTO DE RUÍDO ............................................................................ 52
3.5 CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS ............................................................... 53
3.6 MEDIÇÕES DE ANTROPOMETRIA.................................................................... 54
3.7 LEVANTAMENTO DA MOBÍLIA E EQUIPAMENTOS .................................... 54
3.8 CONFECÇÃO DO PLANO DE AÇÃO.................................................................. 60
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................... 61
4.1 ANÁLISE DA ARQUITETURA DO AMBIENTE DE TRABALHO ................... 61
4.1.1 Sala recepção ..................................................................................................... 61
4.1.2 Escritório ............................................................................................................ 62
4.1.3 Sala clínica ......................................................................................................... 62
4.2 ANÁLISE DA LUMINOSIDADE .......................................................................... 64
4.3 ANÁLISE DO RUÍDO ............................................................................................ 65
4.4 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO .................................................. 65
4.5 ANÁLISE DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ............................................ 66
4.5.1 Sala clínica 1 – Mocho ....................................................................................... 66
4.5.2 Sala clínica 2 – Mocho ....................................................................................... 67
4.5.3 Escritório – Cadeira e mesa.............................................................................. 68
4.5.4 Sala de espera – cadeira da auxiliar ................................................................ 69
4.5.5 Avaliação no software Ergolândia ................................................................... 70
4.6 AVERIGUAÇÃO DA MOBÍLIA E EQUIPAMENTOS ........................................ 72
4.7 VERIFICAÇÃO DAS CARACTERISTICAS PSICOLÓGICAS........................... 73
4.8 PLANO DE AÇÃO .................................................................................................. 74
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78
APêNDICES ............................................................................................................................ 81
APÊNDICE A – AVALIAÇÃO DE ESTRESSE DO COLABORADOR .............................. 82
APÊNDICE B – FORMULÁRIO INDIVIDUAL PARA CIRURGIÃO DENTISTA ............ 84
APÊNDICE C – ENTREVISTA COM O COLABORADOR ................................................. 88
APÊNDICE D – CONHECIMENTO DO CONSULTÓRIO SOBRE ERGONOMIA NO
LOCAL DE TRABALHO ........................................................................................................ 92
APÊNDICE E – PERCEPÇÃO DO COLABORADOR QUANTO A ERGONOMIA NO SEU
LOCAL DE TRABALHO ........................................................................................................ 94
APÊNDICE F – CONDIÇÕES DE TRABALHO NOS ESCRITÓRIOS ............................... 96
APÊNDICE G – IMPORTÂNCIA DAS DIMENSÕES E MECANISMOS DE MESAS E
CADEIRAS NO TRABALHO ................................................................................................. 99
APÊNDICE H – MEDIÇÕES DE ANTROPOMETRIA ...................................................... 102
APÊNDICE I – PLANO DE AÇÃO ...................................................................................... 105
APÊNDICE J – ANAMNESE................................................................................................ 108
15

1 INTRODUÇÃO

Aplicação correta da ergonomia no local de trabalho possibilita que o profissional


consiga realizar suas atividades com segurança e conforto. Esta prática tem como objetivo
adequar o trabalho ao homem. Esta adaptação inicia em móveis e equipamentos e se estende
até a postura do profissional. Contudo, há outros fatores que influenciam na correção
ergonômica, como o ambiente, informação, organização e rotinas de trabalho.
Uma das profissões que mais sofrem com posturas e condições ergonômicas errôneas
é a odontologia, onde o profissional permanece um grande período sentado e com postura
inadequada. As funções de um odontólogo variam entre atestar pacientes, prescrever
medicamentos, procedimentos cirúrgicos, implantes, enxertos, escaneamento, manutenções
ortodônticas, clareamentos, entre outras.
O atendimento do paciente varia de acordo com o procedimento exercido. Este tempo
pode variar entre 20 minutos a cerca de 2 horas. Durante este período, o profissional deve
permanecer sentado sobre o mocho (cadeira do profissional). O mocho é a mobília em que o
profissional mais utiliza ao longa de sua jornada de trabalho. Portanto, é de extrema
importância que suas dimensões estejam de acordo com a antropometria do profissional. A
antropometria, medidas do corpo humano, pode variar de acordo com cada pessoa. Desta
forma, é importante que haja um estudo ergonômico em com cada cirurgião dentista e seus
respectivos móveis e equipamentos.
Além dos móveis, a iluminação do local de trabalham influenciam no
desenvolvimento das atividades. Caso não haja iluminação adequada, o profissional pode
forçar sua visão, possibilitando dores em locais indesejados. Contudo, não apenas na sala
clínica, mas sim em outros ambientes como escritório e sala de esterilização deve possuir a
iluminância adequada.
Como apresentado anteriormente, cada procedimento possui ações diferentes, assim
como equipamentos. Cada equipamento possui um atrito, ruído diferente. Esta variação pode
ocorrer de acordo com a marca, qualidade e tempo de uso. Devido a isso, é importante a
avaliação do índice de ruído. Dependendo deste índice, o profissional pode ter perda de
audição e outros transtornos psicológicos.
A temperatura, condições local de trabalho, arquitetura do consultório e
posicionamento dos móveis e equipamentos podem agravar ainda mais os riscos ergonômicos.
Cada item possui sua particularidade, que em uma soma possibilita o desenvolvimento de
doenças osteomusculares e até mesmo psicológicos.
16

Portanto, a partir disso, verifica-se a necessidade de uma avaliação mais aprofundada


das condições ergonômicas do consultório odontológico no qual o cirurgião dentista está
submetido. Com estes resultados, é possível verificar e gerar um plano de ação que possibilite
a redução ou até mesmo a eliminação dos riscos ergonômicos. Algumas práticas podem ser
implementadas para facilitar e melhorar a saúde mental e física do colaborador.

1.1 JUSTIFICATIVA

Em vários consultórios odontológicos, encontra-se dentistas com dores, desconfortos


ou até doenças ocupacionais devido ao mal posicionamento ergonômico, stress no ambiente
de trabalho, entre outros motivos. Devido a esses fatores, os odontólogos se queixam cada vez
num número maior.
Devido a isso, verifica-se a real necessidade de estudar e avaliar as condições de
trabalho de um dentista em seu posto. Pois, por se tratar de uma atividade na qual, geralmente,
pode-se aplicar para todos os outros profissionais da classe, é justificável a verificação,
avaliação e criação de um plano de ação para solucionar os problemas nos quais são gerados
pelos riscos ergonômicos.
Visando propor conforto, segurança, saúde e bem estar aos profissionais da classe, este
trabalho objetiva apresentar propostas para eliminar ou minimizar as ações dos riscos
ergonômicos de tal forma que as atividades realizadas pelo profissional se ternem confortável,
sem gerar stress e doenças ocupacionais futura.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

 Analisar o posto de trabalho de um odontólogo em suas atividades rotineiras e os


riscos ergonômicos.

1.2.2 Objetivos específicos

 Descrever sobre a história e conceitos da ergonomia;


 Avaliar a legislação pertinente as atividades de um odontólogo em seu posto de
trabalho;
17

 Apresentar as prováveis doenças que o odontólogo pode gerar ao longo de sua


jornada de trabalho;
 Mensurar in loco a postura e os desvios ergonômicos mais comuns que ocorrem
nos consultórios odontológicos,
 Avaliar os condicionantes ambientais: o conforto térmico, nível de ruído e
luminosidade do consultório odontológico;
Criar um plano de ação, propondo medidas corretivas aos distúrbios
musculoesqueléticos, conforme NR 17.
18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO DA ERGONÔMICA

Diferente de muitas ciências, a ergonomia possui uma data “oficial” de nascimento,


dia 12 de julho de 1949. Nesta data reuniram-se pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo de
cientistas e pesquisadores que se interessaram em debater e avaliar a importância desta
ciência. Na segunda reunião deste mesmo grupo, criou-se o neologismo ergonomia, na qual é
formada pelos termos gregos ergo, que significa trabalho e nomes, significando regras gerais,
leis naturais (LIIDA, 2000).
A ergonomia é vista na história desde o homem pré-histórico, no qual escolheu uma
pedra de formato que melhor se adaptasse à forma e movimento de sua mão, para usá-la como
arma. Esta preocupação de adaptar artefatos e o ambiente natural sempre esteve presente nos
tempos de produção artesanal não mecanizada (LIIDA, 2000).
Todavia, devido a revolução industrial, que ocorreu no século XVIII, houve um
agravamento dramático da situação. As primeiras fábricas eram extremamente sujas,
barulhentas, perigosas e escuras, sem mencionar que as jornadas de trabalho dos
colaboradores chegavam até 16 horas, sem férias e em regime semiescravidão (LIIDA, 2000).
Conforme mostra Liida (2000), estudos mais aprofundados começaram a ser
realizados a partir do final do século passado. Nesta época surgiu nos Estados Unidos o
movimento da administração científica, denominada taylorismo. Tem esse nome é derivado
de Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Taylor defendeu o trabalho, dizendo que:
[...]deveria ser cientificamente observado de modo que, para cada, tarefa, fosse
estabelecido o método correto de executá-la, com um tempo determinado, usando as
ferramentas corretas. Haveria uma divisão de responsabilidades entre os
trabalhadores e a gerência da fábrica, cabendo a esta determinar os métodos e os
tempos, de modo que o trabalhador pudesse se concentrar unicamente na sua tarefa
produtiva. Os trabalhadores deveriam ser controlados, medindo-se a produtividade
de cada um e pagando-se incentivos salariais aqueles mais produtivos. Ele explica,
dizendo que até um simples trabalho como carregamento com uma pá deve ser
cuidadosamente estudado de modo a determinar o seu tamanho adequado para cada
tipo de material (antes se utilizava a mesma pá para carregar tanto o carvão como a
cinza) e descobrir o melhor método de realizar o trabalho, de modo que nada fosse
deixado ao livre arbítrio do operário.

Com o andar dos anos a ergonomia difundiu-se em praticamente todos os países do


mundo. Existem diversas instituições de ensino no qual se aprofundam cada vez mais suas
pesquisas. Assim como anualmente se realizam muitos eventos de caráter nacional ou
19

internacional para a apresentação e discussão dos resultados destas pesquisas. É de extrema


importância a continuidade destas pesquisas, pois muitas perguntas ainda não possuem
respostas ou possuem parciais. Contudo, o acervo de conhecimento de ergonomia certamente
está contribuindo para reduzir o sofrimento dos trabalhadores e melhorar a produtividade e as
condições de vida em geral (LIIDO, 2000).
De acordo com Liida (2000), “ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao
homem”. Esta união entre homem e trabalho não acaba apenas na utilização de máquinas nas
quais transformam os materiais, mas sim todo e qualquer envolvimento entre o homem e seu
local de trabalho. Desde o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais de como
o trabalho é programado, controlado e executado.
Verifica-se que ocorre a adaptação ao seu trabalho e não o contrário, pois é muito mais
difícil adaptar o homem ao seu trabalho do que implementar conhecimentos ergonômicos para
que o homem execute o projeto de trabalho. Para que o objetivo da ergonomia seja
consolidada, é necessário estudar os diversos comportamentos humanos no trabalho e
diversos fatores importantes. Como apresentado por Lida (2000), tais fatores são:
 Homem: Deve-se verificar todas as características físicas, fisiológicas, psicológicas e
sociais do trabalhador, idade, treinamento e motivação e influência do sexo;
 Máquina: Engloba-se em máquinas todas as ajudas materiais que o homem necessita
para exercer sua função, desde equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações;
 Ambiente: Toda característica do ambiente de trabalho do profissional que envolve a
execução da atividade, como temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e entre outros;
 Informação: Refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a
transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões;
 Organização: É a união dos elementos a cima citados no sistema produtivos,
verificando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação e equipes;
 Consequências do trabalho: Questões de controles como tarefas de inspeções, estudos
dos erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e stress.

Liida (2000) nos menciona que os objetivos práticos da ergonomia são a segurança,
satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com os sistemas produtivos.
Caso as práticas da ergonomia sejam seguidas, a eficiência bem como resultado. Contudo, não
podemos dizer que a eficiência é o principal objetivo da ergonomia, pois desta forma
estaríamos impondo sofrimento e sacrifício para os trabalhadores, indo totalmente contra o
que a ergonomia luta.
20

2.2 ODONTOLOGIA

O odontólogo ou comumente chamado como dentista, possui algumas aptidões para


executar suas atividades, dentre outras, a Lei 5.081 (1966) apresenta:
 Praticar todos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes de conhecimentos
adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação;
 Prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas
em Odontologia;
 Atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive,
para justificação de faltas ao emprego;
 Proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista e em sede
administrativa;
 Aplicar anestesia local e truncular;
 Empregar a analgesia e hipnose, desde que comprovadamente habilitado, quando
constituírem meios eficazes para o tratamento;
 Manter, anexo ao consultório, laboratório de prótese, aparelhagem e instalação
adequadas para pesquisas e análises clínicas, relacionadas com os casos específicos de sua
especialidade, bem como aparelhos de Raios X, para diagnóstico, e aparelhagem de
fisioterapia;
 Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que
comprometam a vida e a saúde do paciente;
Utilizar, no exercício da função de perito-odontólogo, em casos de necropsia, as vias
de acesso do pescoço e da cabeça.

2.3 CIRURGIÃO-DENTISTA E AS DOENÇAS OSTEOMUSCULARES


RELACIONADAS AS DOENÇAS DO TRABALHO (DORT)

Devido a movimentos repetitivos e a permanência em pé ou sentado por muitas horas


seguidas, algumas profissões, como é o caso do odontólogo, tem a probabilidade de lesionar
músculos, tendões e articulações. Estas lesões podem resultar nas chamadas Doenças
Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, ou comumente conhecida como DORT (TUIUTI,
2016).
21

O termo DORT foi introduzido em 1998 pelo Instituto Nacional do Seguro Social, no
qual inclui as lesões provocadas por esforços repetitivos, incluindo a lesão por esforço
repetitivo, conhecido como LER. Como apresentado por Tuiuti (2016), os principais sintomas
destas doenças são:
 Desconforto físico ao final do expediente;
 Partes específicas do corpo inchadas;
 Cansaço excessivo;
 Formigamento nas extremidades (pés ou mãos);
 Dificuldade ou perda de movimentos;

Tuiuti (2016) recomenda que nos postos de trabalho que necessitam um grande tempo
em pé ou sentado, seja regularizado mesas e cadeiras ou qualquer outra mobília com a altura
do colaborador, sempre deixando espaço para o movimento de pernas. Da mesma forma que
realizar pequenas pausas ao longo do dia, fazendo breves alongamentos.
Um dos pontos cruciais para a verificação destas doenças é o cansaço excessivo e
constante. As dores diárias, ainda que sejam mínimas, também são um alerta para problemas
maiores no futuro. A DORT podem evoluir para lesões permanentes que se não forem tratadas
a tempo, podem provocar até mesmo uma aposentadoria precoce (TUIUTI, 2016).
Custódio (2006), menciona que é mais frequente ser valorizado os aspectos
biomecânicos do DORT, devido serem facilmente observados e mensurados. Contudo, a base
multifatorial do DORT é a soma dos fatores biomecânicos, nos quais evidenciam o caminho
para amenizar este problema, mas não deve se limitar a um destes fatores. Abaixo está sendo
apresentado uma ilustração, na qual explana de forma clara a etiologia do DORT, segundo o
autor.
De forma explicativa Manenti (2013) a ilustração:
O grande número de movimentos dos membros superiores é característico do CD, o
que desencadeia e pode acarretar em diversas patologias, porém, [...] além das
posturas consideradas fixas, o estresse vem sendo um componente que acaba
acentuando o nível dessas lesões, tudo isso associado às características fisiológicas e
estilo de vida de cada profissional.
22

Ilustração 1: Base multifatorial do DORT.


Fonte: Custódio (2006)

De acordo com a Anvisa (2006), considera riscos ocupacionais como sendo a


possibilidade de perda ou dano, assim como a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra.
Os riscos que ocorrem com maior frequência nos profissionais da odontologia são os físicos,
químicos, ergonômicos, mecânicos ou de acidente, os advindos da falta de conforto e higiene
e os biológicos.
Existem oito fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho segundo Smitch (1996). Sendo elas:
 A execução dos movimentos, ou seja, a frequência em que é realizado os movimentos,
levando em consideração a repetição e duração dos mesmos;
 A postura das articulações nas quais mãos, punhos, cotovelos e pescoço estão
submetidos;
 A força utilizada para realizar determinada tarefa ou a carga responsável por criar
forças extras na musculatura dos tecidos;
 As condições ambientais do local de trabalho;
 A existência de algum tipo de vibração;
 As características da organização do trabalho;
 As condições psicológicas do odontólogo e sua equipe de trabalho;
 Os fatores de risco de ordem individual;

2.3.1 Riscos físicos

Os riscos físicos são aqueles em que o profissional está exposto a ruído, vibração,
radiação ionizante e não-ionizante, temperaturas extremas, iluminação deficiente ou
excessiva, umidade entre outros. Estes riscos são ocasionados pelo uso da caneta de alta
23

rotação, compressor de ar, equipamento de RX, equipamento de laser, fotopolimerizador,


autoclave, condicionador de ar, entre outros (ANVISA, 2006).
A Anivsa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Utilizar protetores auriculares;
 Usar óculos de proteção para procedimentos odontológicos, manuseio de
equipamentos que possuem luz alógena e a laser;
 Utilizar equipamentos de proteção radiológica, inclusive para os pacientes;
 Manter o ambiente de trabalho com iluminação eficiente;
 Proteger o compressor de ar com caixa acústica;
 Ter cuidado ao manusear os instrumentos com temperaturas elevadas;
 Manter o ambiente de trabalho arejado e ventilado, proporcionando desta forma bem-
estar;

2.3.2 Riscos químicos

Os riscos químicos são aqueles em que o profissional está exposto poeiras, névoas,
vapores, gases, mercúrio, produtos químicos, entre outros. Através da utilização de
amalgamadores, desinfetantes químicos (álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido
peracético, clorexidina, entre outros) e os gases medicinais, como óxido nitroso, podem
ocorrer a exposição ao risco químico (ANVISA, 2006).
A Anvisa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Limpar a sujidade do chão, utilizando pano umedecido para evitar poeiras;
 Utilizar Equipamentos de Proteção Individual – EPIs (luvas, máscaras, óculos e
avental impermeável) adequados para o manuseio de produtos químicos desinfetantes.
 Usar EPI completo durante o atendimento ao paciente e disponibilizar óculos de
proteção ao mesmo para evitar acidentes com produtos químicos;
 Utilizar somente amalgamador de cápsulas;
 Acondicionar os resíduos de amálgama em recipiente inquebrável, de paredes rígidas,
contendo água suficiente para cobri-los, e encaminhá-los para coleta especial de resíduos
contaminados;
 Armazenar os produtos químicos de maneira correta e segura, conforme instruções do
fabricante, para evitar acidentes;
24

 Fazer manutenção preventiva das válvulas dos recipientes contendo gases medicinais;

2.3.3 Riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são aqueles em que o profissional permanece com postura


incorreta, ausência de profissional auxiliar e/ou técnico, falta de capacitação do pessoal
auxiliar, atenção e responsabilidade constantes, ausência de planejamento, ritmo excessivo,
atos repetitivos, entre outros (ANVISA, 2006).
A Anvisa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Organizar o ambiente de trabalho;
 Realizar planejamento do atendimento diário;
 Trabalhar preferencialmente em equipe;
 Proporcionar à equipe de trabalho capacitações permanentes;
 Incluir atividades físicas diárias em sua rotina;
 Realizar exercícios de alongamento entre os atendimentos, com a orientação de
profissional da área;
 Valorizar momentos de lazer com a equipe;

2.3.4 Riscos mecânicos ou de acidente

Os riscos mecânicos ou de acidente são aqueles em que o profissional e a equipe


estejam expostos a agentes mecânicos ou propiciem acidentes. Dentre os variados riscos, os
principais são espaço físico subdimensionado, arranjo físico inadequado, instrumental com
defeito ou impróprio para o procedimento, perigo de incêndio ou explosão, edificação com
defeitos, improvisações na instalação da rede hidráulica e elétrica, ausência de EPI, entre
outros (ANVISA, 2006).
A Anvisa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Adquirir equipamentos com registro no Ministério da Saúde, preferencialmente
modernos, com desenhos respeitando a ergonomia;
 Instalar os equipamentos em área física adequada, de acordo com a RDC 50/2002 da
Anvisa;
 Utilizar somente materiais, medicamentos e produtos registrados na Anvisa;
25

 Manter instrumentais em número suficiente e com qualidade para o atendimento aos


pacientes;
 Instalar extintores de incêndio obedecendo ao preconizado pela NR-23 e capacitar a
equipe para sua utilização;
Realizar manutenção preventiva e corretiva da estrutura física, incluindo instalações
hidráulicas e elétricas;

2.3.5 Riscos biológicos

Os riscos biológicos são aqueles em que o profissional é exposto a presença de um


agente biológico. Sendo que a exposição a materiais biológicos potencialmente contaminados
constituem um sério risco aos profissionais da área da saúde nos seus locais de trabalho.
Assim como acidentes que envolvem sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às
exposições mais frequentes relatadas (ANVISA, 2006).
A Anvisa (2006) menciona que a contaminação biológica pode ser através de três
formas, transmissão por via aérea, transmissão por sangue e outros fluidos orgânicos e através
da transmissão pelo contato direto ou indireto com o paciente.

2.3.5.1 Transmissão por via aérea

A contaminação se dá através de gotículas e dos aerossóis, nos quais permanecem


suspensos no ar. Estes elementos atingem a pele e a mucosa, por inalação ou ingestão, ou
indiretamente, quando contaminam as superfícies. As gotículas e os aerossóis são gerados
durante a tosse, espirro e fala, ou são provenientes dos instrumentos rotatórios, seringas
tríplices, equipamentos ultra-sônicos e por jateamento (ANVISA, 2016).
As principais doenças transmissíveis por via aérea, conforme a Anvisa (2016)
menciona são doença meningocócica, gripe ou influenza, mononucleose, rubéola e sarampo e
tuberculose.
A Anvisa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Usar dique de borracha, sempre que o procedimento permitir;
 Usar sugadores de alta potência;
 Evitar o uso da seringa tríplice na sua forma spray, acionando os dois botões ao
mesmo tempo;
26

 Regular a saída de água de refrigeração;


 Higienizar previamente a boca do paciente mediante escovação e/ou bochecho com
anti-séptico;
 Manter o ambiente ventilado;
 Usar exaustores com filtro HEPA;
 Usar máscaras de proteção respiratórias;
 Usar óculos de proteção;
 Evitar contato dos profissionais suscetíveis com pacientes suspeitos de sarampo,
varicela, rubéola e tuberculose.

2.3.5.2 Transmissão por sangue e outros fluídos orgânicos

Esta transmissão pode ocorrer devido a manipulação de sangue e outros fluidos


orgânicos, que são as principais vias de transmissão do HIV e dos vírus das hepatites B e C.
As exposições que podem trazer riscos de transmissão são definidas pela Anvisa (2016)
como:
 Percutânea: lesão provada por instrumentos perfurantes e cortantes;
 Mucosa: contato com respingos na face envolvendo olhos, nariz e boca;
 Cutânea: contato com pele com dermatite ou feridas abertas;
 Mordeduras humanas: lesão que deve ser avaliada tanto para o indivíduo que a
provocou quanto para aquele que tenha sido exposto (consideradas como exposição de risco
quando há presença de sangue).

A Anvisa (2006) menciona algumas formas para minimizar estes riscos para
profissionais da odontologia, como:
 Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
 Não utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que
envolvam materiais perfuro cortantes;
 Não reencapar, entortar, quebrar ou retirar as agulhas da seringas com as mãos;
 Não utilizar agulhas para fixar papéis;
 Desprezar todo material perfuro cortante, mesmo que estéril, em recipiente com tampa
e resistente a perfuração;
27

 Colocar os coletores específicos para descarte de material perfuro cortante próximo ao


local onde é realizado o procedimento e não ultrapassar o limite de dois terços de sua
capacidade total;
 Usar EPI completo;

As principais doenças transmissíveis por sangue e outros fluidos orgânicos, conforme


a Anvisa (2016) menciona são hepatites A, B e C e síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS).

2.3.5.3 Transmissão pelo contato direto ou indireto com o paciente

Devido ao tempo de exposição prolongado durante a realização dos procedimentos, a


equipe odontológica está sujeita a diversas doenças que podem ser adquiridas por contato
direto, ou seja, através das mãos ou pele, assim como de forma indireta, superfícies
ambientais ou itens de uso do paciente. Para minimizar estes riscos deve ser adotado medidas
de precaução para com todos os pacientes, conforme a Anvisa (2016) menciona:
 Uso de EPI adequado;
 Higienização das mãos;
 Manter os cabelos presos;
 Desinfecção concorrente das secreções e dos artigos contaminados;

As principais doenças transmissíveis pelo contato direto e indireto com o paciente,


conforme a Anvisa (2016) menciona são herpes simples, escabiose ou sarna, pediculose ou
piolho, micoses e conjuntivite.

2.4 ERGONOMIA E A ODONTOLOGIA

A ergonomia está presente na odontologia, assim como nos demais campos. A mesma
cresce no universo do trabalho, de tal forma que auxilia a produtividade e proporciona a
execução das atividades, além de simplificar, prevenir a fadiga física e mental. Através disso
proporciona maior conforto tanto para o dentista quanto ao seu paciente (FREITAS, 2015).
Freitas (2015) menciona que a aplicação dos princípios da ergonomia nos
equipamentos e ambiente de trabalho propicia de forma eficaz a segurança, salubridade, alto
desempenho, motivação e a satisfação do odontólogo em seu local de trabalho. Pois os
28

cirurgiões-dentistas possuem uma rotina diária de trabalho na qual exige os membros


superiores e estruturas contíguas com frequência de movimentos repetitivos padrão devido
suas atividades clínicas.
Com a não aplicação destes princípios o número de profissionais da odontologia
envolvidos com distúrbios musculoesqueléticos é crescente, tornando-se necessário uma
abordagem sistêmica para a prática odontológica que possa aprimorar ainda mais as suas
condições de trabalho, otimizando a produtividade e diminuindo a ocorrência de lesões
(FREITAS, 2015).

2.4.1 Problemas ergonômicos na odontologia

Quando as práticas da ergonomia não são aplicados no ambiente e nos equipamentos o


profissional odontólogo sente desconforto física e permanece em má postura, no qual são
fatores determinantes para o aparecimento de doenças ocupacionais, incomodando ou, em
algumas situações, incapacitando o desempenho do profissional (FREITAS, 2015).
Como apresentado por Trindade & Andrade (2003), á algumas lesões que afetam o
dentista devido ao mau posicionamento em que o mesmo executa com as mãos, posturas
exigidas pelas tarefas, nas quais envolve o corpo como um todo, devido aos seus reflexos.
Conforme apresentado pelo autor, abaixo está sendo apresentado as doenças mais prováveis e
seus respectivos sintomas.
 Síndrome do túnel de carpo: parestesia nas mãos, déficit na realização de pinça
e apreensão, causada por movimentos repetitivos de flexão e extensão com o punho,
principalmente se acompanhados por realização de força. Exemplo: digitar, fazer montagens
industriais, empacotar;
 Síndrome do desfiladeiro torácico: parestesias em membro superior causadas
por compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação do braço. Exemplo: fazer
trabalho manual ou sobre veículos, apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça;
 Síndrome do canal do Guyon: desvio ulnar combinado à preensão exagerada e
mantida, compressão da borda ulnar do punho. Exemplo: carimbar;
 Síndrome do pronador redondo: parestesias e déficit de pinça e apreensão.
Principais fatores: esforço manual do antebraço em pronação (movimento das mãos de fora
para dentro, em que o polegar fica junto ao corpo e a palma da mão voltada para baixo).
Exemplo: carregar pesos, praticar musculação, apertar parafusos;
29

 Síndrome do canal cubital: formigamento na face lateral do antebraço e quarto


e quinto dedos da mão, caudados compressão do verno ulnar, flexão extrema do cotovelo com
ombro abduzido, vibrações. Exemplo: apoiar o cotovelo sobre a mesa;
 Tenossinovite dos extensores dos dedos e do carpo: inflamação, dor e déficit na
manutenção do punho em posição neutra na pinça e preensão da mão, causados por falta de
alongamento e resistência dos músculos extensores, pinça e apreensão exagerada de objetos,
fixação antigravitacional do punho, movimentos repetitivos de extensão dos dedos. Exemplo:
digitar, operar o mouse;
 Tenossinovite dos flexores dos dedos e do carpo: inflamação, dor na face
ventral do antebraço e punho, causados por movimentos repetitivos de flexão dos dedos e da
mão e movimentos repetitivos de flexão dos dedos;
 Tenossinovite DeQuervain: inflamação e dor entre o punho e o polegar,
causados por desvio ulnar acentuado, déficit de alongamento e força dos extensores,
estabilização do polegar em pinça seguida de rotação ou desvio ulnar do carpo,
principalmente se acompanhado de realização de força. Exemplo: torcer roupas, apertar botão
com o polegar;
 Tendinite do supra-espinhoso: inflamação e dor na região posterior e lateral do
ombro (razão: ombros projetados à frente e suspensos), déficit muscular. Exemplo: carregar
pesos sobre o ombro, jogar vôlei ou peteca;
 Tendinite da porção longa do bícep: inflamação e dor na região anterior e
proximal do ombro (normalmente combinado à tendinite do supraespinhoso), causada por
manutenção da flexão do punho, antebraço pronado e braço em abdução (afastamento do
corpo), sem apoio, manutenção do antebraço supinado e fletido sobre o braço. Exemplo:
carregar pesos;
 Epicondilite: inflamação e dor na faixa lateral e/ou medial do cotovelo,
causado por sobrecarga dos músculos extensores/flexores dos punhos e dos dedos,
movimentos com esforços estáticos e preensão prolongada de objetos, principalmente com o
punho estabilizado em flexão dorsal e nas pronossupinações com utilização de força.
Exexemplo: apertar parafusos, jogar tênis, desencapar fios, tricotar, operar motosserra;
 Dedo em gatilho – ressalto do tendão extensor na polia inflamada das falanges,
ocasionado por estresse repetitivo sobre a polia por encurtamento dos extensores dos dedos,
compressão palmar associada à realização de força. Exemplo: uso de alicates e tesouras;
 Cervicalgia: dor e perda de amplitude do pescoço (razões: postura inadequada
do pescoço e compressão de nervos e vasos);
30

 Síndrome dolorosa miofascial: espasmos e tensão muscular, mialgia (dor


muscular), causas: desequilíbrio funcional entre os músculos durante gestos e posturas.

Além das doenças expostas acima, Freitas (2015) menciona que para o cirurgião-
dentista:
[...] a repetição de gestos e a manutenção de contra-resistências, bem como a postura
dos membros superiores, com atividades que exijam constante flexão e extensão do
punho, a compressão mecânica das bases das mãos com instrumentos periodontais e
endodônticos curtos e inadequados e que necessitam da utilização de força na base
da mão, são as causas ocupacionais imediatas da Síndrome do Túnel do Carpo. [...]
os cirurgiões-dentistas que ficam sentados durante longos períodos, posição que gera
um aumento de pressão grande nos discos intervertebrais, se tornam propensos a
alterações degenerativas na coluna vertebral.

Conforme apresentado por Localodonto (2015), os locais de maior desconforto para


odontólogo é a região cervical. A partir do estudo realizado, como mostra a Ilustração 2
abaixo, as três maiores regiões que mais sofrem com posturas inadequadas e atividades
repetitivas são: região cervical, pescoço e costas-inferior.

Ilustração 2: Regiões do corpo afetadas pela má postura e repetição de atividades


Fonte: Localodonto (2015)
31

2.5 ANTROPOMETRIA

Lida (2000) apresenta a antropometria como responsável pelas medidas físicas do


corpo humano. Aparentemente, medir pessoas seria uma tarefa fácil, pois pode ser realizado
com qualquer material métrico, como réguas, fitas métricas, entre outros. Contudo, esta
atividade não é tão simples quando se deseja obter medidas confiáveis de uma população que
contém indivíduos dos mais variados tipos. Além disso, as condições em que essas medidas
são realizadas (com roupa ou sem, com ou sem calçado, ereto ou na postura relaxada)
influenciam consideravelmente nos resultados.
Segundo Pedroso (2011) e Michel (2009), os dados referentes ás dimensões variam de
pessoa para pessoa e de país para país. No geral, as dimensões dos indivíduos variam também
com o decorrer do tempo, ou seja, variam ao longo das diferentes idades mas também
cronologicamente de geração para geração. Quando se refere às alterações morfológicas tem-
se que as diferentes populações mundiais onde são compostas de indivíduos de diferentes
tipos físicos e biótipos. A composição corporal, a estatura e o peso são os segmentos que
influenciam diretamente na composição do envelope humano.
Todas as populações humanas são compostas de indivíduos de diferentes tipos
físicos e biótipos. Pequenas diferenças nas proporções de cada segmento do corpo
existem desde o nascimento e tendem a concentrar-se durante o crescimento, até a idade
adulta. Através disso, Lida (2000), assim como Pera (2014) apresentam as três tipos
básicos do corpo, conforme Ilustração 3.

Ilustração 3: Três tipos básicos do corpo humano


Fonte: Pera (2014)

Lida (2000) define os três tipos como ectomorfo, mesoformo e endomorfo.


Sendo:
32

Endomorfo – Tipo de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de


gorduras. Em sua forma extrema, tem a característica de uma pera (estreita em cima
e larga em baixo). O abdome é grande e cheio e o tórax parece ser relativamente
pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são
arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo
flutuar na água. A pele é macia.
Mesoformo – Tipo musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica,
macia, ombros e peitos largos e abdome pequeno. Os membros são musculosos e
fortes. Possui pouca gordura subcutânea.
Ectomorfo – Corpo e membros longos e finos, com um mínimo de gorduras e
músculos. Os ombros são largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é
magro, queixo recuado e testa alta, tórax e abdome estreitos e finos.

Como Pedroso (2011) mencionou a antropometria e a ergonomia são indissociáveis,


ou seja, inseparáveis. As mesmas estudam a interação do homem com os espaços,
construções, instrumentos de controle, utensílios e meio envolvente.
Conforme Neufert (2000) apresenta, qualquer criação do homem é destinado ao seu
uso pessoal. Portanto, as dimensões que fabrica, deve estar intimamente relacionada com o
seu corpo. Desta forma, escolheram-se durante muito tempo os membros do corpo humano
para as unidades de medida. A adoção do metro acabou com todas estas unidades e hoje
temos que comparar a nova unidade com o nosso corpo para obtermos uma noção viva das
dimensões.
A mais antiga proporção humana conhecido encontrou-se num túmulo das pirâmides
de Menfis, a aproximadamente 3000 antes de Cristo, desde então até hoje o estudo das
relações métricas do corpo humano têm interessado tanto artistas como cientistas (NEUFERT,
2000, p. 19).
Segundo Souza (2007) menciona, ao falar de proporções humanas torna-se
indispensável mencionar a seção Áurea, também chamada de razão Áurea, no qual foi criado
por Euclides de Alexandria, 300 antes de Cristo. O mesmo estabeleceu a necessidade de pelo
menos três retas para se poder determinar uma proporção, sendo que a terceira reta da
proporção seja igual à soma das duas anteriores, conforme Ilustração 4 abaixo.
33

Ilustração 4: Proporções do corpo humano, segundo A. Zeising


Fonte: Neufert, 2000

Pedroso (2011) declara que a antropometria é uma subdivisão das ciências biológicas
que tem como objetivo estudar os caracteres mensuráveis da morfologia humana. O tamanho
físico de uma população pode ser determinado através da medição de comprimentos,
profundidades e circunferências corporais. Os resultados obtidos podem ser utilizados para a
concepção de postos de trabalho, equipamentos e produtos que sirvam as dimensões da
população utilizadora.
Segundo Vieira (2008), a antropometria é dividida em cinco áreas, sendo:
(1) somatometria que consiste na avaliação das dimensões corporais do indivíduo;
(2) cefalometria que se ocupa do estudo das medidas da cabeça do indivíduo; (3)
osteometria que tem como finalidade o estudo dos ossos cranianos; (4) pelvimetria
que se ocupa das medidas pélvicas; (5) odontometria que se ocupa do estudo das
dimensões dos dentes e das áreas dentárias.
34

Da mesma forma, Vieira (2008) apresenta que a antropometria é o conhecimento das


medidas do corpo humano, é a ciência das relações entre as medidas do corpo humano e da
sua determinação. Estas medidas podem variar conforme uma série de fatores, sendo:
 Tempo: o crescimento se estabiliza aos 20 anos para os homens e aos 18 para
as mulheres; após os 35 anos, as medidas de comprimento tendem a diminuir; as proporções
entre a cabeça e o corpo mudam com a idade; medidas para crianças não podem ser
calculadas a partir das medidas dos adultos porque as proporções são diferentes;
 Sexo: as mulheres têm extremidades mais curtas, costas mais estreitas e quadris
mais largos;
 Origem Regional: o homem do norte do globo é cerca de 8 cm mais alto que o
homem do sul;
 Etnias: há forte correlação da carga genética com as proporções corporais, mas
não com as dimensões do corpo em si;
 Alimentação;
 Clima;
 Diferenças sociais.

Para uma informação mais coerente, é preciso, juntamente com as medidas do corpo,
os ângulos dos mesmos, pois são as partes do corpo que podem ser movimentadas. O campo
de movimentação de uma parte do corpo depende da combinação de diversos movimentos
isolados. A precisão com que certos movimentos podem ser executados depende do tipo,
forma, tamanho e posição do osso e da junta, e, especialmente, do tipo, comprimento, volume
e ponto de aplicação da força no músculo e no nervo. Através disso, locais de trabalho devem
ser projetados de modo que movimentos e forças requeridos não estejam nos limites das
possibilidades do homem. Entre os valores extremos há pontos neutros em que a atividade
muscular alcança um mínimo, resultando em cansaço mínimo. São as chamadas posturas
cômodas (PEDROSO, 2011).

2.6 LOCAL DE TRABALHO

De acordo com Naressi (2005) os espaços no consultório e a melhor distribuição deve


permitir a instalação ergonômica dos equipamentos, proporcionando condições ideais de
ambientação e de integração ao trabalho, melhorando sua qualidade de produtividade. Devido
35

a isso, o local de instalação do consultório demanda de dois grandes fatores, sendo a


adequação do imóvel e a infra-estrutura (água, ar comprimido e eletricidade).
Naressi (2005) menciona que há duas salas apropriadas para um consultório a mínima
e a instalação ideal ou sofisticada, conforme descrito abaixo. Contudo, independente de qual
alternativa seja adotada, é importante o fluxo interno dos cômodos.
 Mínima: Sala de recepção de 6 a 8 m², sala de clínica com 9 m² e um sanitário
com 2 m², totalizando 17 a 19 m²;
 Ideal ou sofisticada: Sala de recepção de 8 m², sanitário para paciente de 2 m²,
escritório de 6 m², 2 salas de clínica de 9 m² cada, sanitário da equipe de 4 m², laboratório ou
similar de 6 m² e copa de 4 m², totalizando 48 m².

2.6.1 Sala de recepção

É o local de primeiro contato do paciente com a equipe odontológica, portanto, quanto


mais adequado estiver o ambiente físico, mais agradável será a permanência dos pacientes.
Esta sala deve variar entre 6 a 8 m², possuindo um revestimento de piso e parede de material
refratário e de fácil limpeza. Sendo que o piso deve não deve ser escorregadio. Já as paredes
deverão ser revestida simplesmente de massa corrida, pintadas com tinta acrílica e que sejam
de fácil higienização (NARESSI, 2005).
Para a área do escritório, Naressi (2005) recomenda que o paciente não deva ter acesso
direto da sala de recepção à sala de clínica, mas sim pelo escritório, pois pode ocorrer
constrangimento do paciente que está sendo atendido, entre outros fatores. Dependendo da
disponibilidade da área, o escritório pode ter dimensões que variam de 4 a 8 m² para conter a
mesa e cadeira do profissional e terceiros, assim como armários para arquivo. Já as
características do piso e paredes devem ser iguais as da sala de recepção.

2.6.2 Sala clínica

Neste local, deve possuir todo o detalhamento da infraestrutura (água, energia, ar


comprimido e esgoto) e do ambiente físico, para ser adequadamente funcional. Para estes
elementos, Naressi (2005) menciona:
[...] - água: há que atentar-se para o local de emergência da tubulação na sala clínica,
bem como o reservatório específico para motores de alta rotação. É necessário haver
registro específico para a sala clínica.
36

- eletricidade: é necessário haver um quadro de disjuntores para tomadas, motores,


iluminação e ar condicionado; com isto, evita-se a descontinuidade do fluxo de
trabalho, se houver problema em algum circuito específico.
- ar comprimido: absolutamente necessário ao trabalho. Pode ser fornecido mediante
compressor modelo odontológico ou convencional, ou mediante cilindros de ar
estéril. Se for modelo odontológico, há que ser aquele que tenha ótimo desempenho
e baixo nível de ruídos.
- esgoto – em princípio, este deve ter pelo menos o dobro do diâmetro da tubulação
de água, sendo dotado de filtro que impeça qualquer probabilidade de entupimento.
Seu acesso, bem como o local de saída, devem ser bastante facilitados, para permitir
inspeção eventual.

Da mesma forma, Naressi (2005) menciona que os aspectos de praticidade deverá ser
em torno de 9 m², para abrigar todo o equipamento, cirurgião dentista e auxiliar, melhorando a
funcionalidade. A entrada e saída do paciente dever mediante direita ou à frente da cadeira
clínica, para que não interfira na área de ação dos colaboradores. A cadeira deve estar de
forma diagonal ao eixo da sala, permitindo que os armários estejam de forma L ou U,
conforme Ilustração 5.

Ilustração 5: Posição da cadeira clínica


Fonte: Naressi (2005)

Assim como o Centro de Vigilância Sanitário solicita, Naressi (2005) menciona a


presença de dois lavatórios, mesmo que o cirurgião dentista trabalhe sozinho, sendo destinado
um para à higienização de suas mãos e outro à lavagem do instrumental a ser esterilizado,
37

ambos com liberação automatizada de água. As paredes e piso do local devem ser de material
mais refratário possível.

2.6.3 Condições ambientais do trabalho

Conforme apresentado pela NR 17 (2007), as condições de trabalho do colaborador


deve ser adequada “às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho à ser executado.”. Em locais de trabalho onde é executado atividades intelectuais
que solicitam atenção constante, é recomendado algumas condições de conforto, como:
 Níveis de ruído conforme estabelecido pela NR 15 (2011) e NBR 10152
(1987);
 Temperatura efetiva do local deve variar entre 20º C e 23º C;
 Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
 Umidade relativa do ar não superior a 40 %;

Assim como a NR 17 (2007) menciona, os parâmetros mencionados acima, devem ser


medidas na altura do tórax do trabalhador. Da mesma forma que deve haver iluminação
adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada para cada tipo de atividade.

2.6.4 Iluminação

Conforme NBR 5413 (1992) apresenta, a Iluminância de um local, é o limite do fluxo


luminoso no qual atinge o campo de trabalho do colaborador. Sendo que este campo é
qualquer superfície na qual é utilizada para realizar as atividades do serviço.
A medição da iluminância deve ser realizada no campo de trabalho, contudo, quando
não pode ser definido, deve-se utilizar um plano horizontal de 0,75 m do piso. A iluminação
no restante do ponto de trabalho não deve ser inferior a 1/10 da adotada no campo de trabalho,
mesmo que haja recomendação para valor menor (NBR 5413, 1992).
A NBR 5412 (1992) apresenta a iluminância por classe de tarefa visual, variando
conforme a atividade exercida. Tais iluminâncias estão sendo apresentadas no Quadro 1.
38

Quadro 1: Iluminância por classe de tarefas visuais


Fonte: NBR 5412 (1992)

A partir disso, verifica-se que o local de trabalho do odontólogo em sua atividade


cotidiana, deve variar entre 500 à 1000 lux (NBR 5412, 1992).
De acordo com a NBR 5413 (1992) a iluminação para os ambientes de um consultório
odontológico deve ser conforme apresentado abaixo, variando entre alta, média e baixa
iluminância.
 Sala de dentista (iluminação geral): Baixa – 150; Média – 200; Alta – 300 lux;
 Lavatórios: Baixa – 100; Média – 150; Alta – 200 lux;

De acordo com a NBR 5413 (1992), a iluminação de valor mais alto deve ser
utilizado quando:
 A tarefa apresenta em refletância e contrastes bastante baixo;
 Erros são de difícil correção;
 Trabalho visual é crítico;
 Alta produtividade ou precisão são de grande importância;
 Capacidade visual do observador está abaixo da média;

Já para a iluminação de valor baixo, a NBR 5413 (1992) solicita que seja utilizada
quando:
39

 Refletâncias ou contrastes são relativamente altos;


 Velocidade e/ou precisão não são importantes;
 Tarefa é executada ocasionalmente;

2.6.5 Ruído

De acordo com a NR 15 (2011), ruído contínuo ou intermitente é definido como o


ruído que não seja de impacto. Deve ser medido com decibéis (dB) através de um instrumento
de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta
lenta, sendo que tais medidas devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os limites
de tempos de exposição não devem exceder os limites de tolerância apresentados no Quadro
2, apresentado abaixo.

Quadro 2: Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente


Fonte: NR 15 (2011)

As atividades ou operação em que o colaborador esteja exposto a níveis de ruído


contínuo ou intermitente superior a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerá risco grave
e iminente (NR 15, 2011).
A medição do ruído, como apresentado pela NR 15, deve ser realizada por um
decibelímetro. Este é um aparelho no qual mede os decibéis dos locais de eventos, shows,
festas, igrejas ou qualquer outro ambiente (ENAQUIPE, 2013).
40

De acordo com a NR 15 (2011), há alguns cuidados que devem ser tomados quando
for medido os níveis de ruído do ambiente, sendo:
 O aparelho que irá medir o ruído deve ser colocado na posição de trabalho dos
operários e na altura do ouvido dos mesmos;
 Evitar a interferência do vento no microfone do medidor;
 A distância do medidor à fonte de ruído deve estar de acordo com as normas
ISO 1999, ISSO 1966/1 e as recomendações ISSO R 131, R 266 e R 495;
 Evitar superfícies refletoras que não sejam comuns ao ambiente;
 Realizar pelo menos 5 medições em cada local;

Da mesma forma que Gê (2010) menciona que o causador de erros nas medições de
ruído é o ruído de fundo, ou seja, trata-se do ruído do ambiente que não faz parte do ruído
daquele local. Uma das técnicas de verificar tal ruído, é medindo primeiramente o ruído do
equipamento em funcionamento e, em seguida, o mesmo desligado. Se a diferença de ambas
as medições for menor que 3 dB, indica que o ruído de fundo é bastante intenso, no qual deve
ser levado em consideração nas medições.

2.6.6 Fatores psicológicos

Para o Ministério da Saúde do Brasil (2001), a definição de trabalhadores são:


[...]todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou
de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de
trabalho, nos setores formais ou informais da economia. Estão incluídos nesse grupo
os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados,
trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas,
autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores –
particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de produção. São
também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não
remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem
uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles temporária ou
definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou
desemprego.

Há vários condicionantes que podem influenciar na saúde do trabalhador, conforme o


Ministério da Saúde do Brasil (2001) menciona, variam entre sociais, econômicos,
tecnológicos e organizacionais, assim como os riscos ocupacionais (físicos, químicos,
biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboratorial, aqueles presentes
nos processos do trabalho). As ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos
41

processos de trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda a sua


complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.
As implicações éticas, técnicas legais e legais, são responsáveis pelo reconhecimento
do papel do trabalho na determinação e evolução do processo saúde-doença dos trabalhadores,
nas quais refletem sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse segmento
da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001).
Conforme apresentado pelo Ministério da Saúde do Brasil (2001), nesta perspectiva, o
estabelecimento da relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde – dano
ou doença – individual ou coletivo, potencial ou instalado, e uma dada condição de trabalho
constitui a condição básica para a implementação das ações de Saúde do Trabalhador nos
serviços de saúde. De modo esquemático, esse processo pode se iniciar pela identificação e
controle dos fatores de risco para a saúde presentes nos ambientes e condições de trabalho
e/ou a partir do diagnóstico, tratamento prevenção dos danos, lesões ou doenças provocados
pelo trabalho, no indivíduo e no coletivo de trabalhadores.
 Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população
em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico
de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao
trabalho, como consequência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições
adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos
trabalhadores resultará da amalgamação desses fatores, que podem ser sintetizados em quatro
grupos de causas, conforme o Ministério da Saúde do Trabalho (2001):
 Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho;
 Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas,
etc.) eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua ocorrência ou na
precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho;
 Doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou tornado mais
complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva
induzida pelo ruído (ocupacional), doenças musculoesqueléticas e alguns transtornos mentais
exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se ou
multiplicam-se as condições provocadoras ou desencadeadoras destes quadros nosológicos;
 Agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas
doenças profissionais. A silicose e a asbestose exemplificam este grupo de agravos
específicos.
42

As últimas três citações são classificadas em três grupos, conforme explanado pelo
Ministério da Saúde do Brasil (2001). Entre os agravos específicos estão incluídas as doenças
profissionais, para as quais se considera que o trabalho ou as condições em que ele é realizado
constituem causa direta, conforme o Quadro 3.

Quadro 3: Classificação das doenças segundo sua relação com o trabalho


Fonte: Ministério da Saúde do Brasil (2001)

Os recursos e instrumentos tecnicamente disponíveis para a investigação das relações


saúde-trabalho-doença estão sendo apresentados no Quadro 4. Estão organizados e
apresentados segundo o foco da investigação, do dano e/ou dos fatores de risco, no indivíduo
e no coletivo de trabalhadores. É importante ressaltar que, para a investigação das relações
saúde-trabalho-doença, é imprescindível considerar o relato dos trabalhadores, tanto
individual quanto coletivo. Apesar dos avanços e da sofisticação das técnicas para o estudo
dos ambientes e condições de trabalho, muitas vezes, apenas os trabalhadores sabem
descrever as reais condições, circunstâncias e imprevistos que ocorrem no cotidiano e são
capazes de explicar o adoecimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001).
43

Quadro 4: Instrumentos de investigação das relações saúde-trabalho-doença


Fonte: Ministério da saúde do Brasil (2001)

De forma a auxiliar no estabelecimento de relação etiológica ou nexo causal entre


doença e trabalho, abaixo está sendo apresentado, conforme o Ministério de Saúdo do Brasil
(2001), algumas perguntas, sendo que se a maioria possuir resposta positiva, facilita a
determinação da relação saúde-trabalho-doença:
 Natureza da exposição: o agente patogênico pode ser identificado pela história
ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de trabalho e/ou de pessoas
familiarizadas com o ambiente ou local de trabalho do trabalhador?
 Especificidade da relação causal e a força da associação causal: o agente
patogênico ou o fator de risco pode estar contribuindo significativamente entre os fatores
causais da doença?
 Tipo de relação causal com o trabalho: de acordo com a Classificação de
Schilling, o trabalho é considerado causa necessária (Tipo I)? Fator de risco contributivo de
doença de etiologia multicausal (Tipo II)? Fator desencadeante ou agravante de doença
preexistente (Tipo III)? No caso de doenças relacionadas ao trabalho, do tipo II, as outras
causas, não-ocupacionais, foram devidamente analisadas e hierarquicamente consideradas em
relação às causas de natureza ocupacional?
 Grau ou intensidade da exposição: é compatível com a produção da doença?
 Tempo de exposição: é suficiente para produzir a doença?
 Tempo de latência: é suficiente para que a doença se instale e manifeste?
44

 Registros anteriores: existem registros quanto ao estado anterior de saúde do


trabalhador? Em caso positivo, esses contribuem para o estabelecimento da relação causal
entre o estado atual e o trabalho?
 Evidências epidemiológicas: existem evidências epidemiológicas que reforçam
a hipótese de relação causal entre a doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?

O Quadro 5 apresentado abaixo mostra as etapas da investigação da relação causal


entre doença e trabalho, sintetiza as etapas que podem auxiliar o médico a identificar os
elementos de sustentação para sua hipótese diagnóstica e a decisão quanto à relação causal
com o trabalho. Ao mesmo tempo exemplifica os procedimentos a serem adotados na
abordagem do paciente, de modo a facilitar sua conclusão e assegurar-se de seu acerto. O
reconhecimento da relação etiológica entre o dano/doença e o trabalho tem, frequentemente,
implicações previdenciárias, trabalhistas, de responsabilidade civil e às vezes criminal, além
de desencadear ações preventivas. Uma investigação incompleta ou displicente pode acarretar
sérios prejuízos para o paciente (MINISTÉRIO DE SAÚDE DO BRASIL, 2001).
Da mesma forma que o Quadro 6 apresenta um exemplo de roteiro para anamnese
ocupacional mostrada pelo Ministério de Saúde do Brasil (2001).
45

Quadro 5: Etapas da investigação de nexo causal entre doença e trabalho


Fonte: Ministério da Saúde do Brasil (2001)
46

Quadro 6: Exemplo de roteiro para anamnese ocupacional


Fonte: Ministério da Saúde do Brasil (2001)
47

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o posto de trabalho de um profissional da


odontologia, assim como seu ambiente de trabalho, equipamentos e condicionamentos do
local de trabalho. A partir destas informações verificar a situação ergonômica do local e das
condições de trabalho, assim como criar um plano de ação, de forma a minimizar futuros
riscos ergonômicos.
A descrição e informações do consultório odontológico no qual está sendo realizado o
estudo de caso, está sendo apresentada abaixo.
 Local: Consultório Odontológico Juliano Silvério da Silva;
 Endereço: Rua Jaçanã, nº 96, bairro São Cristóvão, Videira – SC;
 Proprietário: Juliano Silvério da Silva;
 Responsável técnico 1: Dr. Juliano Silvério da Silva;
 CRO/SC: 11.107;
 Especializações: Ortodontia, implantes, próteses e clínica geral;
 Idade: 31 anos;
 Carreira: 8,5 anos;
 Responsável técnico 2: Dr. Maiara Pepper;
 CRO/SC: 16.517;
 Especializações: Clínica geral;
 Idade: 25 anos;
 Carreira: Menos de 1 ano;
 Auxiliar: F. S. C. da S. (Nome fictício);

Para a obtenção da conclusão do estudo de caso e a geração do plano de ação, foi


necessário explanar algumas informações, tais como comportamento psicológico dos
colaboradores, algumas medições (ruído, luminosidade, móveis, equipamentos e profissionais
- antropometria), entre outras informações. Estes estudos estão sendo explanados de forma
sucinta nos itens subsequentes.

3.1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Primeiramente, montou-se uma pesquisa agrupando informações pertinentes à


ergonomia e a odontologia, sendo estas de autores especializados no assunto, normas e
48

legislações vigentes. Estas informações foram procuradas com o objetivo de auxiliar nas
tomadas de decisões e estudos que foram necessários. A partir desta referência bibliográfica
foi possível determinar pontos como luminosidade, ruído, dimensões aceitáveis de móveis e
equipamentos, temperatura, características psicológicas, entre outras.
Verificou-se a necessidade deste levantamento de dados para a realização e adoção de
medidas que comporão os diversos projetos e para posterior análise e discussão dos resultados
obtidos.

3.2 ARQUITETURA DO AMBIENTE DE TRABALHO

O consultório odontológico possui uma área total de 53,56 m². Esta área é dividida em
alguns ambientes de trabalho. Cada cômodo possui uma função, assim como uma área
quadrada, tais informações estão sendo apresentadas abaixo, assim como o croque do
consultório na Ilustração 6. As dimensões a os devidos móveis que pertencem a cada cômodo,
estão sendo apresentados no item 4, discussão dos resultados.
 Consultório 1: Área utilizado pelo Dr. Juliano Silvério da Silva para
atendimento clinico de seus pacientes. Neste mesmo ambiente, o profissional possui uma
mesa e cadeiras para atendimento de escritório de seus pacientes, se houver necessidade. Esta
divisão é através de uma divisória de madeira e enfeites. Área aproximada: 14,81 m²;
 Circulação: Local no qual liga o consultório 1 à recepção, da mesma forma que
levar materiais para esterilização e lavagem na sala de esterilização. Área aproximada: 2,10
m²;
 Recepção: Ambiente destinado para pacientes e terceiros permanecerem no
aguardo do atendimento. Área aproximada: 15,47 m²;
 Lavabo: Banheiro para atender os pacientes e colaboradores que frequentam o
consultório odontológico. Área aproximada: 2,62 m²;
 Consultório 2: Área destinada para atendimento clínico dos pacientes da Dr.
Maiara Peper. Área aproximada: 11,78 m²;
 Sala esterilização: Local destinado para esterilizar os materiais na autoclave ou
lavagem de materiais e equipamentos na pia com água corrente, assim como empacotamento
dos mesmos antes de serem inseridos na autoclave. Área aproximada: 4,10 m².
49

Ilustração 6: Croqui do consultório odontológico

3.3 LEVANTAMENTO DE LUMINOSIDADE

O levantamento de luminosidade do local de trabalho dos colaboradores foi realizado


com um equipamento Luximetro Digital modelo MLM-133 da marca Minipa, no qual tem
aprovação pelo CE, efetua leituras em Lux e fc, há funções PEAK/DATA HOLD e possui
display com iluminação, conforme Ilustração 7. O mesmo foi emprestado pela Universidade
do Oeste de Santa Catarina. Na Tabela 1 está sendo apresentado os resultados obtidos com as
devidas medições. Conforme solicitado pela NR 17 (2007), foram realizadas mais que três
medições. Para uma melhor aproximação do resultado, foi realizado 5 medições em cada local
e realizou-se a média dos mesmos. Tais valores estão sendo apresentados na Tabela 2.
50

Ilustração 7: Luximetro Digital modelo MLM-133

No local de trabalho dos colaboradores verificou-se três tipos de iluminação, sendo


iluminação LED, halógena e fluorescente. No campo observações há o tipo pertinente a cada
ambiente e abaixo a descrição de cada iluminação.
 Tipo 1: Iluminação por LED (Light Emitting Diode);
 Tipo 2: Iluminação por fluorescente;
 Tipo 3: Iluminação halógena;

Tabela 1: Medições de iluminância


ILUMINANCIA
CÔMODO LOCAL 1 2 3 4 5 OBSERVAÇÕES
Escritório 1 Mesa de atendimento (Lux) 107 106 106 113 116 Tipo 1 e 2
Cadeira co-pm refletor desligado
2 161 158 168 166 176
(Lux) Tipo 1 e 2
3 Cadeira com refletor acesso (kLux) 9,4 11,3 15,0 15,9 14,8 Tipo 1
Sala clínica 1
4 Lavatório de mãos (Lux) 200 201 202 204 200 Tipo 1 e 2
5 Mesa de instrumentos (Lux) 134 135 133 134 133 Tipo 1 e 2
6 Mesa equipo dentista (Lux) 106 105 106 106 105 Tipo 1 e 2
7 Mesa da auxiliar (Lux) 273 275 280 281 283 Tipo 1 e 2
Sala de
8 Estante da televisão (Lux) 200 199 195 198 197 Tipo 1 e 2
espera
9 Sofá (Lux) 307 292 296 299 295 Tipo 1 e 2
10 Lavabo (Lux) 159 165 162 158 160 Tipo 1 e 2
Banheiro
11 Vaso sanitário (Lux) 148 149 149 149 147 Tipo 1 e 2
12 Mesa equipo dentista (Lux) 337 350 349 355 360 Tipo 1 e 2
13 Cadeira com refletor desligado (Lux) 212 210 210 214 209 Tipo 1 e 2
Sala clínica 2 14 Cadeira com refletor acesso (kLux) 8,6 8,5 8,4 8,4 8,4 Tipo 3
15 Lavatório de mãos (Lux) 286 283 280 284 277 Tipo 1 e 2
16 Meso de instrumentos (Lux) 218 216 221 224 228 Tipo 1 e 2
17 Autoclave (Lux) 165 177 179 181 182 Tipo 2
Sala de
18 Lavatório de materiais (Lux) 581 584 586 588 591 Tipo 2
esterilização
19 Balcão de empacotamento (Lux) 164 165 161 160 162 Tipo 2
51

Tabela 2: Média da iluminância


ILUMINANCIA
CÔMODO LOCAL MÉDIA
ESCRITÓRIO 1 Mesa de atendimento (Lux) 109,6
2 Cadeira com refletor desligado (Lux) 165,8
3 Cadeira com refletor acesso (kLux) 13,276
SALA CLÍNICA 1 4 Lavatório de mãos (Lux) 201,4
5 Mesa de instrumentos (Lux) 133,8
6 Mesa equipo dentista (Lux) 105,6
7 Mesa da auxiliar (Lux) 278,4
SALA DE ESPERA 8 Estante da televisão (Lux) 197,8
9 Sofá (Lux) 297,8
10 Lavabo (Lux) 160,8
BANHEIRO
11 Vaso sanitário (Lux) 148,4
12 Mesa equipo dentista (Lux) 350,2
13 Cadeira com refletor desligado (Lux) 211
SALA CLÍNICA 2 14 Cadeira com refletor acesso (kLux) 8,45
15 Lavatório de mãos (Lux) 282
16 Meso de instrumentos (Lux) 221,4
17 Autoclave (Lux) 176,8
SALA DE
18 Lavatório de materiais (Lux) 586
ESTERELIZAÇÃO
19 Balcão de empacotamento (Lux) 162,4

Conforme apresentado pelo Mundo da Elétrica (2018), as lâmpadas de LED (Light


Emitting Doide), conforme Ilustração 8, é um tipo de lâmpada no qual gera luz com baixo
consumo de energia elétrica. As mesmas necessitam uma menor quantidade de potência para
gerar o mesmo fluxo luminoso que outros tipos de lâmpada.
Contudo, já as lâmpadas fluorescentes, conforme
Ilustração 9 Junior (2018) define com o funcionamento a partir da ionização de gases
confinados em seu interior, sendo que ao retornarem ao estado inicial, os gases emitem luz.
As lâmpadas halógenas, como apresentado pelo Esquadrão do Conhecimento (2018),
funcionam em partes do filamento composto por tungstênio que evaporam durante o processo
são capturados por gases inertes e halogênio contidos no bulbo e reconduzidas ao filamento
quando a halógena é desligada, como apresentado na Ilustração 10.

Ilustração 8: Lâmpada de LED


Fonte: Mundo da Elétrica (2018)
52

Ilustração 10: Lâmpada halógena


Ilustração 9: Lâmpada fluorescente
Fonte: Esquadrão do conhecimento (2018)
Fonte: Junior (2018)

3.4 LEVANTAMENTO DE RUÍDO

O levantamento de ruído do local de trabalho dos colaboradores foi realizado com um


equipamento Decibelímetro Digital modelo MSL-1325, da marca Minipa, no qual as funções
de dimensões reduzidas, design moderno e arrojado, baixo custo e alta performance, função
MÁX/MIN, indicação de faixa de nível, saída de sinal AC, resolução 0.1 dB e IE 651 Tipo II,
conforme Ilustração 11. O mesmo foi emprestado pela Universidade do Oeste de Santa
Catarina. Na Tabela 3 está sendo apresentado os resultados obtidos com as devidas medições.
Conforme solicitado pela NR 17 (2007), foram realizadas mais que três medições. Para uma
melhor aproximação do resultado, foi realizado 5 medições em cada local e realizou-se a
média dos mesmos. Tais valores médios estão sendo apresentados na Tabela 4.

Ilustração 11: Decibelímetro digital modelo MS-1325


53

Tabela 3: Medições de ruído


RUÍDO
CÔMODO EQUIPAMENTOS 1 2 3 4 5 OBSERVAÇÕES
1 Caneta de baixa rotação 70,2 72,9 69,2 72,2 74
2 Caneta de alta rotação 70,5 72,4 68,8 70,5 70,7 Cadeira mais nova (2
SALA
3 Ultrassom 77,5 79,9 84 82 82,4 anos de uso)
CLÍNICA 1
4 Jato de bicarbonato 74 73,4 73,6 73,7 73,1
5 Sem equipamentos ligados 33,8 32,6 32,6 32,7 32,5 -
SALA DE
6 Sala de espera (TV ligada) 55,2 60,5 56,6 55,6 58,4 -
ESPERA
SALA 7 Caneta de baixa rotação 72,9 67 67,8 67,8 68,2 Cadeira mais velha (7
CLÍNICA 2 8 Caneta de alta rotação 75,4 80,5 78,8 76 76,5 anos de uso)

Tabela 4: Média dos ruídos


RUÍDO
CÔMODO EQUIPAMENTOS MÉDIA
1 Caneta de baixa rotação 71,7
SALA 2 Caneta de alta rotação 70,6
CLÍNICA 1 3 Ultrassom 81,2
4 Jato de bicarbonato 73,6
5 Sem equipamentos ligados 32,8
SALA DE
6 Sala de espera (TV ligada) 57,3
ESPERA
SALA 7 Caneta de baixa rotação 68,7
CLÍNICA 2 8 Caneta de alta rotação 77,4

3.5 CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS

A avaliação psicológica do profissional foi realizada através de alguns formulários.


Estes formulários tinham como objetivo verificar se o colaborador estava submetido a estresse
no seu local de trabalho. Na presença deste estresse, tentar localizar a causa para que seja
possível ajudar o profissional a ameniza-lo. Os formulários utilizados, assim como as
respostas do profissional, estão presentes no Apêndice A, Apêndice B e Apêndice C.
No Apêndice A é apresentado ao colaborador uma lista de sintomas psicológicos,
emocionais, comportamentais e físicos. Foi solicitado ao mesmo para assinalar apenas os
sintomas que o colaborador teve nos últimos seis meses. Com o total de sintomas, é possível
verificar qual seria a taxa de estresse a partir das opções assinaladas.
Já no Apêndice B, foi solicitado para o cirurgião dentista algumas informações
pessoais, de rotina e profissionais. Com as respostas, é possível verificar o condicionamento
do colaborador em seu meio de trabalho.
O Apêndice C tem como objetivo ouvir o que o próprio colaborador tem a dizer sobre
o seu local de trabalho, pois nada melhor do que o próprio funcionário relatar o local no qual
está presente durante a sua jornada de trabalho.
54

3.6 MEDIÇÕES DE ANTROPOMETRIA

As medições antropométricas foram realizadas através de um questionário realizado ao


profissional sobre seu conforto no seu local de trabalho. Tais itens pesquisados estão sendo
apresentados abaixo. O questionário utilizado foi baseado na avaliação ergonômica realizada
por Fabiana David Leite Ribeiro (2009).
 Conhecimento do consultório sobre ergonomia no local de trabalho;
 Percepção do colaborador quanto a ergonomia no seu local de trabalho;
 Condições de trabalho nos escritórios;
 Importância das dimensões e mecanismos de mesas e cadeiras de trabalho.

Os formulários e os resultados obtidos com o profissional entrevistado estão sendo


apresentados nos apêndices:
 Apêndice D: Conhecimento do consultório sobre ergonomia no local de
trabalho;
 Apêndice E: Percepção do colaborador quanto a ergonomia no seu local de
trabalho
 Apêndice F: Condições de trabalho nos escritórios;
 Apêndice G: Importância das dimensões e mecanismos de mesas e cadeiras de
trabalho.

O levantamento da antropometria do colaborador foi realizada através do formulário


criado por Sanda Polleto (2018), no qual está presente no Apêndice H, juntamente com os
resultados obtidos.
Da mesma forma que a avaliação das medidas com o local de trabalho foi utilizado o
software Ergolândia 6.0 em seu modo gratuito, no qual foi desenvolvido pela FBF Sistemas.
Este software avalia as medidas e condições do trabalhador apresentando se há presença ou
não de riscos ergonômicos. O software auxiliou nas conclusão, mas não levou-se o resultado
como uma conclusão definitiva.

3.7 LEVANTAMENTO DA MOBÍLIA E EQUIPAMENTOS

A medição do mobiliário e dos equipamentos utilizados no consultório odontológico


foi realizada com uma trena de 5 metros da marca Starrett. Foi realizado a medição apenas
55

dos móveis em que o profissional e sua auxiliar utilizam em maior quantidade. Dentre os
móveis medidos, abaixo estão suas funções e características. Já na Tabela 5,
Tabela 6 e Tabela 7 estão sendo apresentadas as medidas obtidas no local.
 Cadeira do escritório sala clínica 1: Móvel em que o profissional utiliza para
atender e dar o diagnóstico para seus pacientes, assim como atestados, receituários e
prontuários. A cadeira possui ajuste de altura para o acento, assim como local para assentar os
cotovelos. A mesma é toda estofada, desde o assento, apoios e costas, conforme Fotografia 1 e
Ilustração 12;
 Cadeira do paciente sala clínica 1: Móvel utilizado para o paciente deitar e ser
atendido pelo profissional. A cadeira possui suporte para os dois braços, sendo um móvel para
o paciente sentar, é estofada e com proteção para os pés. Na parte das costas, há ajuste de
altura para melhor atendimento ao paciente, conforme Fotografia 2;
 Mocho sala clínica 1: Cadeira utilizada pelo profissional para sentar ao lado da
cadeira do paciente para realizar o atendimento. A cadeira possui ajuste de altura, é estofada
no assento e nas costas e não possui apoio para os braços para facilitar o encaixa com a
cadeira do paciente, conforme Fotografia 3 e Ilustração 13;
Cadeira auxiliar: Móvel utilizado pela auxiliar para agendar pacientes, receber os pagamentos e verificação de
os pagamentos e verificação de documentações. A cadeira não possui ajuste de altura e encosto para os
encosto para os cotovelos. É estofada na parte das costas e assento, conforme

Ilustração 13: Esquema mocho sala clínica 1


56

 Fotografia 4 e Ilustração 14;


 Cadeira do paciente sala clínica 2: Cadeira utilizada para o paciente deitar e ser
atendido pelo profissional. A cadeira possui suporte para os braços do paciente não sendo
móveis, é estofada e com proteção para os pés. Na parte das costas há ajuste de altura,
conforme Fotografia 5;
 Mocho sala clínica 2: Cadeira utilizada pelo profissional para sentar ao lado da
cadeira do paciente. A cadeira possui ajuste de altura, é estofada no assento e nas costas e não
possui apoio para os braços, facilitando o atendimento, conforme Fotografia 6 e Ilustração 15;
 Mesa atendimento: Móvel utilizado pela auxiliar para marcar horários e
serviços simples de escritório. A mesa é composta por uma parte superior para conforto dos
pacientes e melhor organização dos materiais da auxiliar, conforme Fotografia 7;
 Mesa escritório sala clínica 1: Móvel utilizado pelo dentista para atividades de
escritório particular do paciente, conforme Fotografia 8;
 Balcões: Todos os balcões possuem uma altura, largura e comprimento médio
parecido, conforme Ilustração 16. Todos os balcões são utilizados para guardar documentos,
materiais, equipamentos e moldes.

Tabela 5: Dimensões das cadeiras


DIMENSÕES DAS CADEIRAS
Assento Encosto costas Assento/Chão
CÔMODO CADEIRA
L (cm) C (cm) L (cm) A (cm) Mínimo (cm) Máximo (cm)
Escritório Cadeira dentista 55 51 48 65 43 50
Mocho (cadeira dentista) 45 41 33 41 40 53
Sala clínica 1
Cadeira paciente 50 100 50 80 40 100
Sala de espera Cadeira auxiliar 44 37 34 27 50 50
Mocho (cadeira dentista) 42 39 35 25 40 50
Sala clínica 2
Cadeira paciente 40 80 40 70 60 110

Tabela 6: Dimensões das mesas


DIMENSÕES DAS MESAS
CÔMODO MESA L (cm) C (cm) A (cm) OBESRVAÇÕES
Utilizada para atendimento em escritório aos
Escritório Mesa atendimento 45 100 76
pacientes
Utilizada para pagamentos e agendamento de
Sala de espera Mesa da auxiliar 54 140 70
pacientes

Tabela 7: Dimensões dos balcões


DIMENSÕES DOS BALCÕES
L C A Nº A Gavetas Nº A Portas
CÔMODO BALCÃO
(cm) (cm) (cm) Gavetas (cm) Portas (cm)
Escritório Balcão de arquivos 45 165 90 3 30 - -
Balcão dos materiais (esquerdo) 53 122 90 2 20 2 60
Sala clínica 1
Balcão dos materiais (direito) 53 132 90 9 20 1 60
57

Balcão dos materiais (esquerdo) 54 56 90 - - 1 80


Sala clínica 2 Balcão dos materiais (direito) 54 126 90 7 15 1 80
Balcão canto 55 56 80 - - 1 70
Balcão (frente e baixo) 56 210 90 5 20 3 80
Balcão (direita e baixo) 56 96 90 - - 1 80
Esterilização
Balcão (frente e cima) 40 220 45 - - 3 40
Balcão (direita e cima) 40 110 45 - - 1 40

Fotografia 1: Cadeira do escritório sala clínica 1

Ilustração 12: Esquema cadeira escritório sala


clínica 1

Fotografia 2: Cadeira do paciente sala clínica 1


58

Fotografia 4: Cadeira da auxiliar


Fotografia 3: Mocho atendimento sala clínica 1

Ilustração 13: Esquema mocho sala clínica 1 Ilustração 14: Esquema cadeira da auxiliar
59

Fotografia 5: Cadeira do paciente sala clínica 2

Ilustração 15: Esquema mocho consultório 2

Fotografia 7: Mesa da auxiliar

Fotografia 6: Mocho atendimento sala clínica 2


60

Fotografia 8: Mesa escritório sala clínica 1

Ilustração 16: Balcões de uso geral


61

3.8 CONFECÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

O plano de ação foi confeccionado a partir das medições dos ambientes de trabalho
dos profissionais, medições dos móveis mais utilizados pelos mesmos, relatos do profissional
sobre sua saúde mental e física, luminosidade, ruído e conforto apresentados pelos
profissionais.
A partir destas informações foi criado um plano de ação para ser seguido, de tal forma
que auxilie na minimização ou até eliminação dos riscos ergonômicos. O plano de ação está
sendo apresentado no Apêndice I, assim como a discussão dos resultados e como se chegou a
tais conclusões no Item 4 deste trabalho.
62

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DA ARQUITETURA DO AMBIENTE DE TRABALHO

As análises realizadas no ambiente de trabalho e na arquitetura do consultório foram


realizadas em todos os ambientes. A verificação de cada cômodo e suas particularidades
podem ser verificadas abaixo. As medições in loco foram realizadas com trena, fotografias e
análises através de diálogo realizado com os colaboradores.

4.1.1 Sala recepção

Naressi (2005) menciona que a sala de recepção do consultório odontológico deve


variar entre 6 e 8 m². No local obteve-se uma área de 15,47 m², 7,47 m² maior que o
solicitado. Contudo, o autor menciona que o local deve ser agradável aos pacientes,
independente da metragem, conforme Fotografia 9. O acabamento das paredes devem ser de
massa corrida e o chão não deve ser escorregadio, sendo que no consultório verificou-se
cerâmica no chão e massa corrida nas paredes, estando em total conformidade com Naressi
(2005).

Fotografia 9: Sala de espera


63

4.1.2 Escritório

O escritório do consultório encontra-se dentro da sala clínica, ou seja, há uma pequena


divisória de madeira furada com detalhes entre o escritório e a sala clínica 1, conforme
Fotografia 10. Já Naressi (2005) menciona que o paciente não deve ter acesso da sala de
espera à sala clínica, deve-se passar antes pelo escritório para não haver constrangimento.
Contudo, na disposição do local avaliado, não segue esse plano, estando em desconformidade.
Porém, o profissional relata, que quando há algum paciente sendo atendido na sala clínica não
é chamado outro para ir até o escritório, ou seja, é atendido no escritório e sala clínica um
único paciente. Atendendo, desta forma Narressi (2005) e da mesma forma se procede ao
avaliarmos o chão e as paredes.

Fotografia 10: Sala clínica e escritório

4.1.3 Sala clínica

A sala clínica 1, conforme Fotografia 11, e sala clínica 2, conforme Fotografia 12,
medem, aproximadamente, 14,81 e 14,78 m², respectivamente. Sendo que Naressi (2005)
recomenda uma área de 9 m², estando em conformidade, pois o mesmo menciona que a sala
deve possuir funcionalidade.
Verificou-se que há apenas um registo de água para todo o consultório, estando em
desconformidade com Naressi (2005), pois o mesmo solicita que haja um exclusivo para a
sala clínica, facilitando o fluxo interno do consultório.
64

O quadro elétrico encontra-se na recepção de uso exclusivo do consultório, assim


como as tubulações de esgoto e ar comprimido, estando assim em total conformidade com o
recomendado por Naressi (2005).
A entrada dos pacientes na cadeira deve ser pela direito ou frente, conforme solicitado
por Naressi (2005). O posicionamento da mesma deve ser em L ou U, assim como encontrado
no local avaliado, conforme pode ser viso na Fotografia 11 e Fotografia 12. Desta forma,
pode-se dizer que os itens de entrada e saída e posicionamento da cadeira estão em
conformidade com o recomendado por Naressi (2005).

Fotografia 11: Sala clínica 1

Fotografia 12: Sala clínica 2


65

Em ambas as salas clinicas encontrou-se a presença de apenas um lavatório com


acionamento automatizado nos pés. Estes lavatórios são direcionados para a lavagem de
mãos. Os materiais são higienizados na sala de esterilização, na qual não possui acionamento
automatizado. Já Naressi (2005) e a Vigilância Sanitária (2005) solicitam que deve haver dois
lavatórios em cada sala clínica, um destinado para lavagem de mãos e outro para materiais.
Desta forma, o consultório encontra-se deficitária com os autores, pois há apenas um lavatório
para materiais e utensílios em cada sala, por mais que o lavatório presente nas mesmas não
sejam destinados para lavagem de materiais.

4.2 ANÁLISE DA LUMINOSIDADE

A medição da luminosidade nos ambientes foram realizadas nos locais onde o


profissional realiza suas atividades rotineiras, assim como nos locais onde os pacientes e
demais colaboradores permanecem por um curto período.
A NBR 5412 (1992) solicita que no local de trabalho onde a atividade exercida é
rotineira, ou seja, na sala clínica 1 e 2, devem variar entre 500 e 1000 lux. Dentre os locais
onde o colaborador trabalha de forma cotidiana, verificou-se que a iluminação está bem
abaixo do solicitado. A medição realizada na sala clínica 1, verificou-se que na média dos
locais medidos foi de 150 lux, ou seja, totalmente abaixo do solicito, da mesma forma ocorre
na sala clínica 2, 260 lux. Desta forma estes ambientes estão em desacordo com a norma, para
ampliar a iluminação neste ambiente, recomenda-se que haja a troca da iluminação por novas
lâmpadas com iluminação superior. A única exceção é a cadeira do paciente, quando o
refletor está ligado, onde obteve-se 13,3 klux e 8,45 klux, na sala clínica 1 e sala clínica 2,
respectivamente.
A iluminação geral, ou seja quando é exercido atividades não rotineiras, das duas salas
clínicas se enquadram no índice baixo para sala clínica 1 e média para a sala clínica 2. Para
melhorar o desempenho do colaborador nestes ambientes e por estar abaixo do solicitado,
também recomenda-se que haja um aumento de luminosidade, conforme solicitado pela NBR
5412 (1992).
No escritório obteve-se a iluminância de 10 9,6 lux, ficando abaixo do recomendado
pela NBR 5412 (1992), na qual é entre 200 e 500 lux. Devido os locais estarem em desacordo
do exigido pela norma, deve-se trocar os dispositivos de iluminação existente ou inserir outros
que complementam a iluminação exigida.
66

Os locais como banheiro, sala de esterilização e sala de espera encontra-se acima do


solicitado pela NBR 5412 (1992), pois o encontrado para o banheiro foi de 155 lux e o
solicitado entre 50 e 100 lux. Assim como a sala de esterilização com 308 lux, sendo exigido
entre 100 e 200 lux. Da mesma forma para a sala de espera, onde encontrou-se uma média de
iluminação de 258 lux e é exigido entre 50 e 100 lux. Por se tratar de locais com pouca
permanência e a não realização de atividades rotineiras, os ambientes se enquadram com a
NBR 5412 (1992).

4.3 ANÁLISE DO RUÍDO

A análise do ruído foi realizado a partir dos aparelhos utilizados com maior frequência
pelo colaborador e reclamações do mesmo devido o ruído, da mesma forma que nos locais de
pouca permanência como sala de espera.
De modo geral, verificou-se que o ruído em todos os ambientes do consultório não
atinge o teto de 80 dB, não prejudicando a audição dos colaboradores e dos pacientes, estando
desta forma em acordo com a NR 15 (2011).
O único equipamento que obteve-se um ruído superior a 80 dB, mas que está dentro do
campo de tolerância, é o aparelho de ultrassom, no qual atingiu no seu pico 81,2 dB. De
acordo com o colaborador, este equipamento é pouco utilizado e num curto período, cerca de
10 a 15 minutos. Desta forma, podemos dizer que mesmo estando acima de 80 dB, o
equipamento não apresenta riscos para audição, estando desta forma em conformidade com a
NR 15 (2011).
Portanto, conclui-se que neste consultório odontológico e com os equipamentos com
suas devidas marcas e tempo de uso, não há riscos auditivos para os colaboradores e nem para
os pacientes, independentemente do tempo de permanência no local, estando em total
conformidade com a NR 15 (1992), não havendo necessidade de uso de nenhum tipo de EPI
ou EPC.

4.4 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

A análise das condições de trabalho foi realizada a partir da utilização de ares


condicionados no local de trabalho, jornada de trabalho dos colaboradores e iluminação do
ambiente de trabalho. A iluminação do local foi debatida no item 4.2 deste trabalho, estando
em acordo com a NBR 5412 (1992), com exceção das salas clínicas.
67

Verificou-se que em todos os ambientes, com exceção do banheiro, há ar


condicionado. Através de relatos dado pelos colaboradores, nos dias quentes, a temperatura
permanece de todos os ares permanecem, ao longo de toda a jornada, em 28ºC. Já nos dias de
frio, mencionou-se que a temperatura permanece em 18ºC. Em ambas condições, a
temperatura do consultório odontológico encontra-se em desconformidade com a NR 17
(2007). Nos dias em que a temperatura externa ao consultório varia entre 15 e 24ºC, os
aparelhos de ar condicionado não são ligados. Contudo, não há troca de ventilação interna
com a externa. Por se tratar de um ambiente clínico e com riscos biológicos, verificou-se que
também encontra-se em desconformidade com a NR 17 (2007).
A jornada de trabalho do dentista, é entre as 13:30 e 20:30, totalizando 8 horas diárias,
com exceção da quarta-feira. Contudo, o profissional não possui pausa de, pelo menos 1 hora
para uma refeição conforme exigido pelo Ministério do Trabalho. Há apenas pausas para
pequenos lanches entre pacientes, estando em total desconformidade com o mesmo. Nas
quartas-feiras, o profissional possui a jornada de trabalho entre as 09:00 as 12:00 e retornando
as 13:30 até as 20:30. O profissional respeita a hora de intervalo de pelo menos uma hora,
contudo sua carga horário neste dia chega a 11 horas, estando em total desconformidade com
o Ministério do Trabalho, no qual exige uma carga horário máximo diária de 10 horas.

4.5 ANÁLISE DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

A partir das medições realizadas no cirurgião dentista foi possível verificar se, durante
as atividades que o colaborador realiza, estão em conformidade com sua mobília. Com estes
dados concluiu-se se a postura do profissional está de acordo ou em desacordo com a NR 17.
Após essa verificação, utilizou-se alguns métodos baseados no programa Ergolândia (2018)
para certificar-se as devidas conclusões, conforme é apresentado abaixo.

4.5.1 Sala clínica 1 – Mocho

Ao atender o paciente, o profissional utiliza o mocho. Portanto, o profissional


permanece sentado nesta mobília aproximadamente 90% do sua jornada de trabalho. Dentre
as principais atividades realizadas, encontram-se:
 Restauração – posteriores e anteriores, com diversos tipos de resinas;
 Limpezas – raspagens, profilaxia, bicarbonato, aplicação de flúor;
 Manutenção ortodôntica – adultos e crianças;
68

 Preparo de próteses fixas – lentes de contato, dentes metalfree;


 Escaneamento – preparos, onlays e inlays, coroas unitárias e múltiplas;
 Implantes – unitários ou múltiplos, tanto superior quanto inferior;
 Extração de dentes simples – superior e inferior;
 Enxerto ósseo – banco de ossos ou ossos sintéticos ou bovinos;

Ao ser analisado a mobília com a antropometria do colaborador, verificou-se que


apenas 40% de suas características estão em acordo com a NR 17, conforme a Tabela 8.

Tabela 8: Análise antropométrico mocho sala clínica 1


MEDIDAS (cm) CONFORMIDADE
CÔMODO MÓVEL POSIÇÃO DIMENSÕES STATUS
MÓVEL PROFISSIONAL NR17
Largura 45 42 OK
Assento
Comprimento 41 52 Impróprio
Sala Largura 33 55 Impróprio
Mocho Costas 40%
clínica 1 Comprimento 56 61 Impróprio
Joelho
Altura 40 - 53 52 OK
sentado

Como pode ser verificado na Tabela 8, somente as dimensões da largura do assento do


mocho e a altura entre os joelhos e os pés estão de acordo com as dimensões do profissional.
As outras dimensões estão em total desconformidade. Como pode ser observado, há grandes
diferenças entre a mobília e o profissional, sendo a mais agravante o encosto para as costas.
Pois a dimensão do mocho é de 33x55 cm e o profissional possui uma antropometria de
55x61 cm. Desta forma, podemos concluir que esta mobília está em desconformidade com a
NR 17.

4.5.2 Sala clínica 2 – Mocho

Ao analisarmos o mesmo móvel na sala clínica 2 a conformidade com as dimensões do


profissional se agrava ainda mais, conforme é mostrado na Tabela 9. Neste móvel as
atividades realizadas e a frequência das mesmas são as mesmas apresentadas no item anterior.
69

Tabela 9: Análise antropométrica mocho sala clínica 2


MEDIDAS (cm) CONFORMIDADE
CÔMODO MÓVEL POSIÇÃO DIMENSÕES STATUS
MÓVEL PROFISSIONAL NR17
Largura 42 42 OK
Assento
Comprimento 39 52 Impróprio
Sala Largura 25 55 Impróprio
Mocho Costas 20%
clínica 2 Comprimento 35 61 Impróprio
Joelho
Altura 40 - 50 52 Impróprio
sentado

Dentre as verificações apresentadas na Tabela 9, é possível observar que apenas a


largura do assento do mocho está de acordo com as dimensões do profissional, ou seja, apenas
20% da mobília está em conformidade. Mesmo que a mobília possua regulagem de altura, não
é suficiente para atender a dimensão entre os joelhos e pés do profissional. Dentre as análises,
é possível verificar que a dimensão mais agravante é o encosto para as costas, onde o mocho
possui dimensão de 25x35 cm e o profissional uma antropometria de 55x61 cm, uma variação
preocupante. Desta forma, podemos dizer que está em total desacordo com o solicitado pela
NR 17.

4.5.3 Escritório – Cadeira e mesa

O profissional utiliza estas mobílias somente quando o atendimento é de forma


administrativa. Portanto, o profissional permanece sentado nesta mobília aproximadamente
5% do sua jornada de trabalho. Dentre as principais atividades realizadas, encontram-se:
 Prescrição de remédios;
 Atestados médicos;
 Preenchimento de formulários administrativos;
 Apresentação dos procedimentos;
 Explicação do tratamento em que o paciente estará submetido;

A cadeira do escritório do profissional possui cerca de 40% de conformidade com a


NR 17, conforme é apresentado na Tabela 10.
70

Tabela 10: Análise antropométrica cadeira escritório


MEDIDAS (cm) CONFORMIDADE
CÔMODO MÓVEL POSIÇÃO DIMENSÕES STATUS
MÓVEL PROFISSIONAL NR17
Largura 55 42 OK
Assento
Comprimento 51 52 Impróprio
Largura 48 55 Impróprio
Escritório Cadeira Costas
Comprimento 65 61 OK
40%
Joelho
Altura 43 - 50 52 Impróprio
sentado

Como pode ser verificado na Tabela 10, apenas 40% da cadeira está em conformidade
com as dimensões do colaboradores. Apenas a largura do assento e o comprimento do encosto
para as costas. Mesmo que a mobília possua regulagem de altura, não é suficiente para atender
a dimensão entre os joelhos e pés do profissional. Dentre as análises realizadas, é possível
verificar que a variação da mobília para o colaborador não é extrema, não havendo grandes
impactos ergonômicos, contudo, a permanência nesta mobília é pequena. Desta forma, de
modo geral, podemos dizer que esta mobília está em desacordo com a NR 17.
Ao avaliarmos a mesa deste mesmo cômodo, verificamos que em sua maioria está em
acordo com a antropometria do colaborador, aproximadamente 67%. Dentre todos os móveis
avaliados, este por sua vez é que possui maior adequação a NR 17, conforme pode ser
verificado na Tabela 11, mas mesmo assim, a mobília está em desacordo com a normatização
exigida.

Tabela 11: Análise antropométrica mesa escritório


MEDIDAS (cm) CONFORMIDADE
CÔMODO MÓVEL POSIÇÃO DIMENSÕES STATUS
MÓVEL PROFISSIONAL NR17
Nádega-
Largura 45 52 Impróprio
joelho
Escritório Mesa 67%
Cotovelos Comprimento 100 55 OK
Coxa-pés Altura 76 70 OK

Na mesa, pode ser verificado que a única característica que não atende as dimensões
do profissional é a largura, ou seja, o profissional fica posicionado longe da mobília,
possibilitando má postura.

4.5.4 Sala de espera – cadeira da auxiliar

Esta mobília não é utilizada pelo cirurgião dentista, e sim pela auxiliar do mesmo. A
mesma utiliza esta mobília somente quando o atendimento é de forma administrativa.
71

Portanto, a profissional permanece sentado nesta mobília aproximadamente 15% do sua


jornada de trabalho. Dentre as principais atividades realizadas, encontram-se:
 Agendamento de horários;
 Realização de pagamentos;
 Atendimentos telefônicos;
 Procedimentos administrativos para o paciente;
 Recepcionamento de materiais dos pacientes provindos do laboratório,
equipamentos e instrumentos novos;

Ao ser analisado este móvel, é possível concluir que dentre todos os móveis, é a
menos confortável ergonomicamente, pois atende cerca de 20%, conforme é apresentado na
Tabela 12.

Tabela 12: Análise antropométrica cadeira auxiliar sala de espera


MEDIDAS (cm) CONFORMIDADE
CÔMODO MÓVEL POSIÇÃO DIMENSÕES STATUS
MÓVEL PROFISSIONAL NR17
Largura 44 42 OK
Assento
Comprimento 37 47 Impróprio
Sala de Cadeira Largura 27 52 Impróprio
espera auxiliar
Costas
Comprimento 34 57 Impróprio
20%
Joelho
Altura 50 48 Impróprio
sentado

Com esta verificação, observou-se que apenas a largura do assento na dimensão de


largura atende as dimensões da auxiliar, pois todas as outras estão em total desconformidade.
Dentre as medidas, as mais agravantes encontram-se no encosto para as costas, onde a mobília
possui uma dimensão de 27x34 cm e a profissional uma antropometria de 52x57 cm. Portanto,
pode-se concluir que esta mobília está em total desconformidade com a NR 17.

4.5.5 Avaliação no software Ergolândia

Para ampliar e certificar a conclusão dos resultados, utilizou-se o software Ergolância.


Através deste software é possível verificar se as dimensões das mobílias e profissional e
condições em que o mesmo está submetido estão correspondentes. Abaixo está sendo
apresentado alguns métodos e seus devidos resultados.
72

4.5.5.1 Check list de Couto

A partir desta análise é possível verificar as condições biomecânicas do profissional.


Ao ser utilizado este método obtemos uma escala como resultado, no qual varia entre
condição biométrica péssima e condição biométrica excelente, conforme apresenta a
Ilustração 17. Após a análise realizada neste método, obteve-se como resultado Condição
biomecânica ruim.

Ilustração 17: Check list de Couto

4.5.5.2 Moor Garg e Owas

Estas duas avaliações servem para verificar as regiões dolorosas, ou seja, locais em do
corpo em que o profissional sente dor ao longo da sua jornada de trabalho.
No método Moor Garg, verificou-se que o trabalhador possui um índice bem abaixo
do índice de ação, pois este, por sua vez, deve ser inferior a 3. Sendo que a partir da análise
realizada, obteve-se 0,75 conforme Ilustração 18.

Ilustração 18: Moor Garg

Já na avaliação pelo método de Owas, deve-se possuir uma ação num futuro próximo,
ou seja, o profissional está submetido a dores que podem causarão futuros problemas,
conforme é apresentado na Ilustração 19.
73

Ilustração 19: Owas

4.6 AVERIGUAÇÃO DA MOBÍLIA E EQUIPAMENTOS

A mobília e equipamentos verificados, foram os que o profissional mais utiliza, ou


seja, realiza suas atividades rotineiras. Abaixo está sendo apresentado e descrito tais móveis e
equipamentos.
Na sala clínica 1 e 2 verificou-se que a cadeira do paciente possui dispositivo de ajuste
de altura, é estofada e saída lateral ou frontal, conforme é recomendado por Tuiutti (2016).
Pois dessa forma é possível que o mobiliário permaneça na altura do colaborador e do
paciente. Através deste dispositivo, o profissional consegue alocar seus membros inferiores
abaixo da cadeira, de forma confortável.
O mocho que o profissional usa para atender o paciente na sala clínica 1 e 2 possuem
dispositivos de ajuste de altura, são estofados, porém não há apoios laterais, conforme Tuiutti
(2016) recomenda, estando, portanto, em desconformidade com o autor. Todavia, o
profissional menciona que a ausência destes apoios facilitam seu trabalho e ajudam no
encaixa com a cadeira do paciente, melhorando desta forma a postura.
Os balcões encontrados na sala clínica 1 possuem altura média de 90 cm, padrão
médio para estatura de um colaborador de 1,83 metros. Contudo, o profissional não utiliza os
74

balcões de forma rotineira, pois esta atividade é praticada pela auxiliar na qual possui uma
altura de 1,64 metros. Desta forma os balcões da sala clínica 1 estão dentro dos padrões
recomendados por Tuitti (2016) e em conformidade da altura da auxiliar.
A cadeira do escritório possui dispositivo para regulagem de altura, é estofada e possui
apoio para os braços. No mesmo ambiente encontra-se uma mesa para atendimento aos
pacientes. Este mobiliário é de altura compatível com o colaborador, pois a cadeira auxilia na
melhor forma entre o encaixe da cadeira e a mesa, conforme Tuitti (2016) recomenda.
Contudo, a mesa não há largura suficiente para acomodar os membros inferiores, conforme
recomendado por Tuitti (2016), estando assim, em desconformidade neste item. Devido a esta
falta de largura, há possibilidade do profissional sentar de forma ergonomicamente errada,
pois dificulta o apoio dos cotovelos sobre a mesa.
Ao avaliar as condições da cadeira da auxiliar, verificou-se que a mesma não possui
nenhum dispositivo para ajuste de altura, da mesma forma que a cadeira não possui encosto
para os braços. Assim, conclui-se que a mobília está em total desconformidade com Tuitti
(2016).

4.7 VERIFICAÇÃO DAS CARACTERISTICAS PSICOLÓGICAS

Conforme é solicitado pelo Ministério da Saúde do Brasil (2001), é necessário realizar


um estudo de vários fatores para conseguir verificar possíveis problemas psicológicos e
físicos. Dentes os apresentados e descritos acima, verificou-se junto ao colaborador a análise
de estresse, análise de alimentação, jornada de trabalho, questionário sobre o que pode
influenciar nas suas atividades rotineiras e conhecimento da empresa e do colaborador sobre
ergonomia.
Para melhor apresentar os resultados, foi realizado uma anamnese das atividades
rotineiras realizadas pelo colaboradores. Esta anamnese pode ser verificada no Apêndice J ao
final deste trabalho.
Ao ser avaliado as condições de estresse do colaborador, foi possível verificar que
somente os sinais comportamentais possuem um índice de estresse normal, possuindo uma
pontuação 6 pontos. Já ao ser avaliado os sintomas psicológicos, emocionais e sinais físicos,
obteve-se um índice de estresse alto, necessitando assim um auxílio de médico, pois a
pontuação obtida foi de 11, 9 e 23, respectivamente. Sendo que se a pontuação for inferior a 4
o estresse é normal, de 5 à 8 há um estresse médio e acima de 8 um estresse alto.
75

Em diálogo com o profissional, o mesmo realiza tratamento psicológico devido


problemas familiares e estresses gerados em seu local de trabalho.
Ao ser avaliado sua alimentação, pode-se dizer que há uma alimentação balanceado,
pois o profissional possui um acompanhamento de nutricionista. Em contrapartida, sua
jornada de trabalho é excessiva em algumas situações, resultando em noites de sono mal
dormidas, conforme relatado pelo profissional.
As dores apresentadas pelo colaborador, mostram a postura inadequada do mesmo e
possíveis agravantes em um futuro próximo. Como relatado pelo profissional, o mesmo já
possui tendinite e bursite, no qual foi prescrito por um médico especialista. Estas doenças,
possivelmente, foram geradas a partir de sua má postura e conduta ergonômica.
Conforme apresentado nos itens anteriores, há outros fatores nos quais podem estar
prejudicando o desempenho do colaborador, tais como déficit de iluminação e mobília
inadequada para a realização das atividades. O agrupamento destes itens possibilitam o
desenvolvimento de doenças osteomusculares, tais como DORT e LER, conforme o
Ministério da Saúde do Brasil (2001) adverte.

4.8 PLANO DE AÇÃO

Após as análises realizadas nos itens anteriores, verificou-se que há pontos


importantes nos quais não atendem as exigências solicitadas. Após isso, podemos concluir
que em um futuro próximo é possível haver um agravamento nas dores do profissional, assim
como em um aumento de estresse e incomodo com o trabalho. Para minimizar ou até eliminar
esses possíveis fatores, foi criado um plano de ação.
O plano de ação é composto por informações importantes para evitar futuros
problemas ergonômicos. Neste documento é apresentado a análise realizada a partir dos itens
solicitados pela NR 17, como:
 Arquitetura do ambiente do trabalho;
 Iluminação;
 Ruído;
 Temperatura;
 Jornada de trabalho;
 Mobília e equipamentos;
 Características ergonômicas;
76

Em cada análise realizada há desconformidades com autores apresentados na


referência bibliográfica deste trabalho. Para tentar eliminar ou reduzir estas
desconformidades, apresentou-se ações que devem ser seguidas conforme o tempo de duração
e aplicação apresentados no plano de ação. Por se tratar de assuntos diferentes, cada
desconformidade possui um responsável diferente.
Todas estas informações podem ser verificadas no apêndice J, no qual está sendo
apresentado o plano de ação para melhoria das condições ergonômicas do consultório
odontológico analisado.
77

5 CONCLUSÃO

A análise realizada no consultório odontológico do cirurgião dentista Juliano Silvério


da Silva, possibilitou mostrar a grande importância da aplicabilidade da ergonômica no local
de trabalho. A partir disso, foi possível concluir alguns pontos que podem ser melhorados e
alterados, reduzindo, ou até eliminando, os riscos ergonômicos.
Ao verificarmos a arquitetura do ambiente de trabalho do consultório, concluiu-se que
as medidas estão em total conformidade com as referências. Contudo, a ausência de um
lavatório para equipamentos em cada sala clínica pode facilitar, melhorar e prevenir a
proliferação de doenças biológicas. A instalação de um registro exclusivo para cada sala
clínica também facilita e amplia futuras manutenções, todavia, não encontrou-se tais
mecanismos, devendo desta forma serem instalados.
Verificou-se a partir das medições realizadas, que a iluminação dos ambientes estão
bem abaixo do recomendado, implicando no desenvolvimento dos serviços e podendo
acarretar doenças ocupacionais ao profissional. Portanto, é recomendado que haja a
substituição dos elementos de iluminação por outros mais potentes, complementando a falta
de iluminância. Ou podendo ser inseridos novos mecanismos que realizem esta ação. Em
todos os locais verificou-se um déficit de iluminação, podendo ser este um dos fatores que
causam estresse e incômodos no local de trabalho.
O ruído no consultório pode-se dizer que está totalmente dentro do recomendado pela
NR 17. Dentre os equipamentos utilizados, o que possui maior ruído não atingiu 85 dB, ou
seja, o nível de ação, estando em total conformidade. Desta forma, não há necessidade de
aplicar nenhum dispositivo de proteção individual ou coletiva, conforme solicitado pela
referência bibliográfica.
Nos dias em que a temperatura externa está muito quente ou muito frio, o profissional
utiliza ar condicionado para refrigerar o ambiente, contudo não utiliza de forma adequada.
Pois o equipamento opera a uma temperatura de 18ºC no verão e 28ºC no inverno. Portanto,
recomenda-se que a temperatura, independente da temperatura externa, varie entre 20 e 23ºC.
E nos dias em que não é ligado o ar condicionado, haja a ventilação natural por portas e
janelas.
Os equipamentos encontrados no consultório odontológico, de forma geral, são
inadequados ao profissional, pois as dimensões dos mesmos não batem com a antropometria
do profissional. A proporção é alarmante, pois apenas cerca de 35% estão em conformidade.
O móvel no qual mais encontrou-se divergência é o mocho, sendo que neste móvel o
78

profissional permanece cerca de 90% de sua jornada de trabalho. Portanto, recomenda-se a


troca desta mobília por outra que possibilite a sua condição ergonômica, reduzindo possíveis
dores musculares.
Com o diálogo realizado com o profissional, foi possível verificar que o mesmo possui
um alto nível de estresse e incomodo no local de trabalho. Os fatores que podem estar
engajando este comportamento foram descritos a cima, ou seja, luminosidade baixa,
irregularidade entre os móveis e o profissional e a excessiva jornada de trabalho. Portanto,
recomenda-se que seja resolvido cada item conforme descrito. Desta forma, a tendência é que
o estresse permaneça dentro dos níveis toleráveis.
Após estas análises, verificou-se que há grandes fatores que estão influenciando na
ergonomia do consultório odontológico. Caso estes fatores não sejam tratados conforme o
plano de ação, podem gerar num futuro próximo doenças ocupacionais e doenças
osteomusculares.
Portanto, conclui-se que a soma dos fatores que estão em desacordo com as referências
bibliográficas podem estar ocasionando problemas físicos e mentais. Neste momento não
estão agravantes, contudo, ao decorrer do tempo, podem amplificar e piorar o cenário. Desta
forma, recomenda-se que seja seguido as ações do plano de ação para garantir a saúde mental
e física do cirurgião dentista avaliado.
79

REFERÊNCIAS

___NR 15 – Atividades e operações insalubres. Rio de Janeiro: 2011.

___NR 17 – Ergonomia. Rio de Janeiro: 2007.

___NBR 5413 – Iluminância de interiores. Rio de Janeiro: 1992.

___NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro: 1987.

ANVISA. Serviços odontológicos: Prevenção e controle de riscos. 1ª Ed. Brasíllia: 2006.

CRO-SC. Lei nº 5.081 – Regula o exercício da profissão odontológica. Florianópolis: 1966.

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Itajubá. Orientador Carlos Eduardo Sanches da Silva. Itajubá: 2006.

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https://www.webartigos.com/artigos/pra-que-serve-um-decibelimetro/104803>. Acessado em:
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Disponível em: <https://esquadraodoconhecimento.wordpress.com/2013/05/18/como-
funciona-a-lampada/>. Acesso em: 13 de agosto de 2018.

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https://localodonto.com.br/ergonomia-no-ambito-odontologico/>. Acessado em: 18 de julho
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– um estudo de caso. Monografia em Engenharia de Segurança do Trabalho. Orientadora
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MICHEL, Osvaldo. Saúde do Trabalhador: cenário e perspectiva numa conjuntura


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SMITH M. J. Considerações psicossociais sobre os distúrbios osteomusculares


relacionados ao trabalho (DORT) nos membros superiores. [S.l]: 1996. Disponível em:
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São Paulo: 2016. Disponível em: < https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/dort-os-principais-
sintomas-de-doencas-relacionados-seguranca-trabalho/>. Acesso em: 16 de julho de 2018.
81

VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de saúde e segurança do trabalho. 2ª Ed. São Paulo:
LTr, 2008. 964p.
82

APÊNDICES
83

APÊNDICE A – AVALIAÇÃO DE ESTRESSE DO COLABORADOR


84
AVALIAÇÃO DE STRESSE

Orientações: Assinalar os itens que, você como cirurgião dentista, observou acontecer devido ao seu local
de trabalho.

1 – SINTOMAS PSICOLÓGICOS 4 – SINAIS FÍSICOS


( X ) Incapacidade de concentrar-se ( X ) Mãos suadas, pegajosas
( X ) Não pensar com clareza ( ) Mãos tremulas
( X ) Dificuldade de tomar decisões simples ( X ) Nó no estômago
( X ) Perda de autoconfiança ( X ) Frio na barriga
( ) Ser vago ou esquecido ( X ) Hiperpnéia (falta de ar)
( X ) Sentir-se frustrado ( X ) Respiração irregular
( ) Sentir-se sem controle ou desesperado ( X ) Palpitações
( X ) Em certos momentos, ter depressão ( X ) Taquicardia
( ) Dificuldade de emitir juízos racionais ( X ) Tonturas
( X ) Tirar as coisas de perspectiva ( ) Desmaios
( X ) Cansaço mental indevido ( ) Zumbido nos ouvidos
( X ) Achar que não tem tempo para nada ( ) Dificuldade para engolir
( X ) Diminuição do libido sexual ( ) Bolo na garganta
( ) Falta de senso de humor ( X ) Dor na garganta ou ronquidão
( X ) Mais discussões com cônjuge ou filhos ( ) Ínguas
( ) Voz aguda demais
( ) Falar mais depressa do que o normal
( ) Pernas trêmulas
2 – SINTOMAS EMOCIONAIS ( ) Cãibra
( X ) Sensações de ansiedade ou preocupação ( X ) Síndrome das pernas inquietas
( X ) Se irritar de modo fácil ( X ) Cansaço físico
( X ) Explosões de raiva ( X ) Sensação de estar sendo sugado
( X ) Sentimento de culpa ( X ) Insônia
( X ) Sentimentos de hostilidade ( X ) Acordar no meio da noite/cedo demais
( X ) Defensivo e hipersensível a críticas ( X ) Continuar cansado após uma noite de sono
( ) Sentir-se isolado dos colegas e/ou amigos ( X ) Dor de cabeça
( ) Medo de rejeição ( X ) Boca seca
( X ) Medo do fracasso ( X ) Tensão muscular
( ) Medo de sucesso ou de promoção ( ) Rigidez na nuca ou nos membros
( X ) Sensações de pânico/ataques de pânico ( X ) Ranger os dentes
( ) Pesadelos ou sonhos perturbadores ( X ) Dificuldades sexuais
( X ) Sensações de desespero ( X ) Rigidez no maxilar
( ) Constipação
( X ) Diarreia
( ) Náuseas
3 – SINAIS COMPORTAMENTAIS ( ) Dores abdominais ou indigestão
( X ) Fumar mais do que o normal ( ) Perda de apetite
( ) Beber mais do que o normal ( X ) Fome excessiva
( X ) Comer mais doces, chocolate ou massas ( ) Pressão arterial alta ou baixa
( ) Usar antidepressivos ou outras drogas ( ) Micção frequente (fazer xixi)
( X ) Comer menos que o normal
( ) Comer mais do que o normal
( X ) Comer ou beber de maneira descontrolada
( ) Tomar laxantes para controle de peso
( ) Não ter tempo para atividades relaxantes
( ) Falta no trabalho
( X ) Evitar certos locais ou pessoas
( ) Evitar reuniões sociais
( X ) Comportamento obsessivo ou compulsivo
( ) Arrancar/puxar o cabelo
Resultados do teste de estresse
( ) Roer a unha
- Até 4 pontos em cada item – Estresse normal
( ) Roer ponta de caneta - De 5 à 8 pontos em cada item – Estresse médio
( ) Falar mais depressa do que o normal - Acima de 8 em cada item – Estresse alto (auxílio médico)
85

APÊNDICE B – FORMULÁRIO INDIVIDUAL PARA CIRURGIÃO DENTISTA


86

FORMULÁRIO INDIVIDUAL PARA CIRURGIÃO DENTISTA


AVALIAÇÃO ERGONÔMICA/POSTO DE TRABALHO

REALIZADO POR: Lucas José Zambonin DATA: 23/08/2018

COLABORADOR
Nome: Juliano Silvério da Silva
Idade: 31 anos Sexo: ( X ) Masculino ( ) Feminino
Peso: 103 kg Altura: 183 cm Fumante: ( X ) Sim ( ) Não
Cargo: Cirurgião dentista Setor: Consultório odontológico
Tempo de cargo: 8 anos e 6 meses
Filhos: ( ) Sim ( X ) Não Quantos: - Idade dos filhos: -
Gestação: ( ) Sim ( X ) Não Tipos parto: - Quantas: -
Amamentação: ( ) Sim ( X ) Durante quanto tempo: -
Faz tratamento de saúde: ( X ) Sim ( ) Não Qual: Psiquiátrico (Síndrome do Pânico)
Usa medicação de uso contínuo: ( X ) Sim ( ) Não Qual: Eflexor, Topamex, Zetron
Realiza atividades extra empresa: ( X ) Sim ( ) Não
( ) Atividades domésticas – Frequência: -
( X ) Estuda ou faz algum curso – Frequência: 1 vez ao mês
( X ) Outras: Academia de segunda à sexta

ALIMENTAÇÃO
Café da manhã: ( X ) Sim ( ) Não O que: 1 fatia de pão com presunto, queijo e 1
xícara de café
Almoço: ( X ) Sim ( ) Não O que: Em geral arroz, feijão, carnes e saladas
Janta: ( X ) Sim ( ) Não O que: Em geral arroz, carne e saladas
Outros: ( X ) Sim ( ) Não O que: Lanches, frutas, iogurtes, entre outros
Toma líquido com frequência: ( X ) Sim ( ) Não Quanto: Aproxim. 2 litros

REPOUSO
Dorme bem: ( ) Sim ( X ) Não Quantas horas: 8 horas, mas não bem dormidas
Realiza atividade física: ( X ) Sim ( ) Não ( ) Esporte ( ) Academia ( ) Outros
Frequência: ( ) 1 x por semana ( ) 2 x por semana ( X ) 3 x ou mais
Tipos de locomoção: ( ) A pé ( ) Moto ( X ) Carro ( ) Ônibus ( ) Outros
Frequência: Todos os dias
87

DESCONFORTO MUSCULAR
Sente algum tipo de desconforto muscular ou dor: ( X ) Sim ( ) Não
Segundo a figura abaixo, especificar as dores por segmento muscular e sua frequência

JORNADA DE TRABALHO
Quantas horas por dia você trabalha normalmente: 8 horas diárias direto, sem
interrupções maiores que 15 à 20 minutos
Existe prolongação de jornada: ( X ) Sim ( ) Não Quantos dias por semana: Quarta-
feira
Faz hora extra: ( X ) Sim ( ) Não Quantos dias: 1 Quais períodos: matutino
Existe sistema de pausas: ( X ) Sim ( ) Não Quantos períodos: 2
As pausas são realizadas fora do posto de trabalho: Sim Quanto tempo: 20 minutos
Existe programa de ginástica elaboral: Não Quanto tempo: -
Você acredita que tenha movimentos repetitivos em seu trabalho: Sim Quais: Todos
os movimentos
Você acha que seu trabalho existe postura inadequada: Sim Quais:
Sempre que sentado
Os equipamentos abaixo relacionados facilitam o seu trabalho:
Monitor ( ) Sim ( X ) Não
Teclado ( ) Sim ( X ) Não
Cadeira escritório ( X ) Sim ( ) Não
88

Cadeira de trabalho ( X ) Sim ( ) Não

O que motiva você a trabalhar: Dinheiro e o gosto pela profissão


Qual a maior dificuldade em seu trabalho: Posição correta para atender
Se pudesse mudar algo, o que seria: Horário de trabalho, troca de móveis (falta de
praticidade)

POSTO DE TRABALHO
Quais materiais e equipamentos são usados para execução das suas atividades:
Refletor, tríplice, canetas (alta e baixa rotação), pedal e sugador.
89

APÊNDICE C – ENTREVISTA COM O COLABORADOR


90

ENTREVISTA COM O COLABORADOR

Colaborador: Juliano Silvério da Silva


Idade: 31 anos
Profissão: Cirurgião dentista
Experiência profissional: 8 anos e 6 meses

1 – O que você acha que causa ansiedade em você?


R: Atraso dos pacientes ou quando marcam horário e não aparecem no
consultório sem avisar, pois tiram vaga de outros pacientes. Assim quando a
auxiliar é chamada para ajudar em algum procedimento e a mesma não
aparece ou demora para ir ajudar.

2 – Você já pensou em algo que possa fazer para reduzir os problemas da questão
anterior?
R: Deixar horário dos pacientes do tamanho adequado para não atrasar, avisar
os pacientes para haver faltas (mas muitas vezes não resolve) e ter uma
conversa aberta com a auxiliar sobre estes quesitos.

3 – O que você tem a dizer a respeito de seu mobiliário de trabalho?


R: Uso materiais de boa qualidade, a cadeira do paciente e a que eu uso são
ótimas para trabalhar. A localização dos móveis (armários) não é muito ruim,
contudo, ficam longe, mal posicionado devido ao tamanho dos mesmos (muito
grande, ocupa muito espaço e já foi tentado realizar os mesmos, contudo bate
na cadeira do paciente). A sala de esterilização é de um tamanho perfeito, da
mesma forma que a posição dos móveis.

4 – Você já pensou em algo que possa fazer para reduzir os problemas da questão
anterior?
R: Balcões mais estreitos e mais próximos da minha posição de trabalho, ou
seja, móveis novos.

5 – O que você acha sobre a luminosidade do seu consultório?


R: Minha sala de atendimento, sala de esterilização e banheiro possuem
luminosidade fraca. O Refletor que uso é perfeito, pois o mesmo é de LED, mas
mesmo assim prefiro atender durante o dia, pois facilita muito as atividades. A
quantidade de luminosidade do escritório e sala de espera são agradáveis. Já
o outro consultório (consultório 2) deveria possuir maior luminosidade, pois
dificulta a realização do trabalho.

6 – Você já pensou em algo que possa fazer para reduzir os problemas da questão
anterior?
R: Trocar as lâmpadas por outras de maior potência, na verdade já foram
compradas e estamos apenas aguardando as mesmas queimarem.
91

7 – Com relação ao ruído no seu ambiente de trabalho, há algo que lhe incomoda?
R: Não há reclamações do ruído, apenas o sugador que algumas vezes se
torna chato, mas o mesmo não é utilizado com frequência.

8 – Como é a interação com seus pacientes/clientes?


R: Posso dizer claramente que é boa, pois sempre tento ser simpático,
tentando agradar e deixar os mesmos mais confortáveis, gosto de conversar
com quem gosta e fico quieto quando percebo que o mesmo não fica
confortável ou é tímido.

9 – Sobre a sua auxiliar, há algo que lhe incomode ou que possa ser mudado para
facilitar seu ambiente de trabalho?
R: Há alguns dias que possui o humor oscilante, pois até os pacientes
questionam o que houve. Já dei indicação psicológica e psiquiátrica, contudo
não tive retorno. A mesma já recebeu curso de auxiliar ao iniciar as atividades
comigo. No momento não pretendo dar outra reciclagem, apenas outro curso
ligado a equipamentos utilizados no consultório. Da mesma forma que ela
entende muito bem a questão de instrumentação e comunicação comigo.

10 – Em relação a infraestrutura do seu consultório, o que você tem a dizer? Assim


como o seu relacionamento com outros profissionais, como é?
R: Acho o mesmo com um tamanho muito bom, não pretendo ampliar, já
trabalho com outros dois profissionais, nos quais veem até aqui para atender.
Tenho um ótimo relacionamento com o protético e profissionais que trabalham
comigo, pois todos atendem a pontualidade das atividades.

11 – Em relação ao faturamento do consultório, o que você tem a dizer?


R: Acho muito bom, mas poderia melhorar. Para isso estou sempre investindo
em coisas novas, como equipamentos com tecnologia, cursos e pós
graduação.

12 – Analisando seu consultório de forma global, o que você acha que falta para
deixa-lo ainda melhor?
R: Maior divulgação do mesmo (marketing) e uma melhor estrutura estética
externa (ter um jardim mais chamativo, uma placa melhor e maior).

13 – Verifiquei que o seu consultório já teve algumas premiações de algumas


revistas, você acha que é cabível estas premiações?
R: Com toda certeza digo que sim, pois vários pacientes elogiam o
atendimento e a infraestrutura do consultório. Muitos pacientes que conquisto
é pelo “boca-a-boca” e é muito difícil haver alguma reclamação.

15 – Quais são as suas maiores dificuldades dentro do consultório?


R: Possuo tendinite nos dois punhos e bursite no ombro esquerdo, no qual
dificultam muito em alguns dias para o atendimento. Em algumas extrações de
dente a tendinite acaba me provocando dores/desconfortos. Quando é preciso
“moldar” os pacientes, acabo ficando em posições erradas, pois não consigo
me ajeitar de forma confortável para realizar a atividade. Nos casos em que o
paciente desmaie ou passe mal, acredito que terei dificuldade, por mais que fiz
92

cursos de primeiros socorros, mas já está nos meus planos realizar uma
reciclagem.

16 – Na parte organizacional do seu consultório, você acredita que tenha algo que
possa melhorar o desempenho das suas atividades e que possam lhe ajudar a
seguir condições ergonômicas corretas?
R: Reorganizar os materiais nas gavetas, deixando mais organizado, contudo
hoje falta espaço e é mal organizado. Não há local certo para guardar materiais
de estoque, ou seja, os mesmos ficam um pouco em cada sala. Gostaria de
organizar o tempo para a auxiliar cobrar os pacientes devedores e lembrar os
pacientes de seus horários, assim como possuir uma planilha de controle de
estoque, agenda digital e controle e observações dos pacientes.
93

APÊNDICE D – CONHECIMENTO DO CONSULTÓRIO SOBRE ERGONOMIA NO


LOCAL DE TRABALHO
94

QUESTIONÁRIO SOBRE O CONHECIMENTO DE ERGONOMIA POR PARTE DA


EMPRESA

Este formulário, tem como objetivo verificar se a empresa compreende a importância


da aplicabilidade das condições ergonômicas no local de trabalho dos seus colaboradores.

Data: 05 de setembro de 2018


1 – Nome do respondente: JULIANO SILVÉRIO DA SILVA (Dono do consultório)

2 – A empresa tem conhecimento sobre ergonomia:


( X ) SIM ( ) NÃO

3 – A empresa faz uso da ergonomia em seus postos de trabalho:


( X ) SIM ( ) NÃO

4- Ao adquirir as estações de trabalho informatizadas da empresa houve alguma preocupação


relacionada à ergonomia:
( ) SIM ( X ) NÃO

5 – Houve algum estudo antropométrico dos funcionários para a aquisição dos mobiliários:
( ) SIM ( X ) NÃO

6 – Onde foram adquiridos os postos de trabalho informatizados atuais:


( X ) MERCADO DE IMÓVEIS ( ) HOUVE PROJETO

7 – A empresa constatou algum dano causado à saúde de seus funcionários, decorrentes de


problemas ergonômicos em seus postos de trabalho informatizados:
( ) SIM ( X ) NÃO

8 – Há quanto tempo a empresa utiliza esse mobiliário (tempo de vida dos móveis):
R: Aproximadamente 3 anos.

9 – Quais foram os problemas de saúde encontrados nos funcionários da empresa decorrentes


dos riscos ergonômicos:
R: Nenhum problema decorrente a ergonomia

10 – Já ocorreu o afastamento de algum funcionário da empresa decorrente de problemas


causados por falhas ergonômicas no setor:
R: Nunca ocorreu afastamento ou algo do gênero.

11 – Há uma preocupação por parte da empresa em fazer modificações nos postos de trabalho
informatizados procurando oferecer aos seus usuários postos ergonômicos promovendo assim
a saúde e segurança dos funcionários:
R: Não há, pois há tanta permanência em locais informatizados.
95

APÊNDICE E – PERCEPÇÃO DO COLABORADOR QUANTO A ERGONOMIA NO SEU


LOCAL DE TRABALHO
96

QUESTIONÁRIO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS QUANTO À


ERGONOMIA DE SEU ESCRITÓRIO

Este formulário, tem como objetivo verificar com o usuário in loco se o mesmo sente
alguma necessidade de alteração de seu local de trabalho relacionado a escritório.

Data: 05 de setembro de 2018


1 – Nome do respondente: JULIANO SILVÉRIO DA SILVA

2 – Idade: 31 ANOS

3 – Altura: 183 CENTÍMETROS

4 – Sexo: ( X ) MASCULINO ( ) FEMININO

5 – Como você classifica a altura do apoio para o monitor do seu mobiliário atual:
( ) BAIXA ( X ) ADEQUADA ( ) ALTA

6 – Como você classifica a altura do apoio para o teclado do seu mobiliário atual:
( ) BAIXA ( X ) ADEQUADA ( ) ALTA

7 – Como você classifica a largura do apoio para o monitor do seu mobiliário atual:
( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

8 – Como você classifica a largura do apoio para o teclado do seu mobiliário atual:
( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

9 – Como você classifica a profundidade do apoio da mesa do seu mobiliário atual:


( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

10 – Como você classifica a profundidade do apoio do monitor do seu mobiliário atual:


( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

11 – Como você classifica a profundidade do apoio do teclado do seu mobiliário atual:


( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

12 – Como você classifica a distância para a visualização do monitor do seu mobiliário atual:
( ) POUCA ( X ) ADEQUADA ( ) MUITA

13 – Como você classifica a altura livre para os joelhos do seu mobiliário atual:
( ) ESTREITA ( X ) ADEQUADA ( ) LARGA

14 – Como você classifica a profundidade livre para os joelhos do seu mobiliário atual:
( X ) ESTREITA ( ) ADEQUADA ( ) LARGA

15 – Como você classifica a largura livre para as pernas do seu mobiliário atual:
( X ) ESTREITA ( ) ADEQUADA ( ) LARGA
97

APÊNDICE F – CONDIÇÕES DE TRABALHO NOS ESCRITÓRIOS


98

QUESTIONÁRIO SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS ESCRITÓRIOS

Este formulário, tem como objetivo verificar as condições reais do trabalhador no


local de trabalho sobre o escritório.

Data: 05 de setembro de 2018


1 – Nome do respondente: JULIANO SILVÉRIO DA SILVA

2 – Orientação das mãos:


( X ) DESTRO ( ) CANHOTO ( ) AMBIDESTRO

3 – Como você considera a iluminação atual do escritório durante a execução de suas tarefas:
( X ) FRACA ( ) ADEQUADA ( ) EXCESSIVA

4 – Você sofre com ofuscamentos e reflexos emitidos pelo monitor:


( ) SEMPRE ( X ) NUNCA ( ) ÁS VEZES

5 – Você percebe queda em seu rendimento devido às más condições de iluminação d seu
posto de trabalho:
( ) SEMPRE ( X ) NUNCA ( ) ÁS VEZES

6 – Você já teve sintomas caracterizados por ardor e dor dos olhos, vermelhidão dos olhos,
visão dupla, percepção de áureas coloridas em torno dos objetos, sensações de desconforto,
vertigens ou cefaleias devido a sua atividade no trabalho:
( ) SEMPRE ( X ) NUNCA ( ) ÁS VEZES

7 – Caso já tenha sentido algum dos sintomas acima, eles acontecem durante qual período:
( X ) NÃO ACONTECE
( ) NO INÍCIO DA JORNADA DE TRABALHO
( ) NO MEIO DA JORNADA DE TRABALHO
( ) NO FINAL DA JORNADA DE TRABALHO

8 – A iluminação artificial é utilizada durante toda a jornada de trabalho:


( X ) SIM ( ) NÃO ( ) ÁS VEZES

9 – Existe algum desconforto no interior do escritório em relação à altas temperaturas:


( ) SEMPRE ( X ) NUNCA ( ) ÁS VEZES

10 – Você sente falta de estímulo para o trabalho como sonolência, falta de concentração,
fadiga e falta de disposição decorrentes de suas atividades?
( ) SEMPRE ( ) NUNCA ( X ) ÁS VEZES

11 – Você considera suas atividades, exercidas em seu posto de trabalho, monótonas ou


tediosas:
( ) SEMPRE ( X ) NUNCA ( ) ÁS VEZES
99

12 – Você faz alguma pausa durante a jornada de trabalho:


( X ) SEMPRE ( ) NUNCA ( ) ÁS VEZES

13 – Caso faça alguma pausa, a mesma é feita de quanto em quanto tempo:


R: Depende, normalmente a cada 30 minutos, cerca de 5 minutos de pausa. Depende da
quantidade de pacientes marcados o tempo deixado para cada um.

14 – Qual é sua jornada de trabalho (horários) semanal:


R: Segunda-feira dás 13:30 ás 20:30 (consecutivas, apenas com pausas entre pacientes);
Terça-feira dás 13:30 ás 20:30 (consecutivas, apenas com pausas entre pacientes);
Quarta-feira dás 09:00 ás 12:00, dás 12:00 ás 13:30 pausa para almoço e das 13:30 ás
20:30 (consecutivas, apenas com pausas entre pacientes);
Quinta-feira dás 13:30 ás 20:30 (consecutivas, apenas com pausas entre pacientes);
Sendo que estes horários podem iniciar as 13:00 e se prolongar até as 21:00, depende
da disponibilidade de horários, encaixes e atrasos de pacientes.

15 – Você considera sua jornada de trabalho ideal:


( X ) SIM ( ) NÃO

16 – Você já teve sintomas caracterizados por tensão, dores de cabeça, irritabilidade, insônia,
diminuição da concentração, aumento do número de erros e até mesmo depressão devido a
sua atividade no trabalho:
( ) SEMPRE ( ) NUNCA ( X ) ÁS VEZES
100

APÊNDICE G – IMPORTÂNCIA DAS DIMENSÕES E MECANISMOS DE MESAS E


CADEIRAS NO TRABALHO
101

QUESTIONÁRIO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS DIMENSÕES E MECANISMOS


DE MESAS E CADEIRAS DE TRABALHO

Este formulário, tem como objetivo avaliar verificar se o colaborador visualiza a real
importância do uso dos mecanismos e dimensões dos móveis de escritório para a sua saúde
mental e física.

Data: 05 de setembro de 2018


1 – Nome do respondente: JULIANO SILVÉRIO DA SILVA

- Relacionado à mesa de trabalho:


2 – Superfície para bancada de apoio para anotações:
( X ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

3 – Mecanismos de ajustes de altura para teclado:


( X ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

4 – Mecanismos de ajuste de altura para apoio do monitor:


( X ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

5 – Acabamentos das superfícies que evite reflexos e ofuscamento:


( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

6 – Apoio para os pés:


( X ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

7 – Espaço para acomodar as pernas:


( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

8 – Do que você sente falta em sua estação de trabalho atual:


R: Esticar as pernas, desta forma ficaria mais acomodado, pois permaneço pouco tempo em
frente ao computador.

- Relacionado à cadeira:
9 – Assento com regulagem de altura:
( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

10 – Assento com regulagem e inclinação:


( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

11 – Estofamento do assento:
( ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( X ) MUITO IMPORTANTE

12 – Encosto com regulagem e inclinação:


( ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( X ) MUITO IMPORTANTE
102

13 – Encosto com regulagem de altura:


( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

14 – Conforto da estação de trabalho (mesa e cadeira):


( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

15 – Altura da cadeira
( ) NADA IMPORTANTE ( ) IMPORTANTE ( X ) MUITO IMPORTANTE

16 – Altura da mesa
( ) NADA IMPORTANTE ( X ) IMPORTANTE ( ) MUITO IMPORTANTE

17 – O que é conforto para você:


R: Sentir-se bem acomodado e confortável, de tal forma não gere dores no corpo.
103

APÊNDICE H – MEDIÇÕES DE ANTROPOMETRIA


104

ANTROPOMETRIA - ERGONOMIA– PROF. SANDRA POLETTO

Nome: Juliano Silvério da Silva


Idade: 31 anos Peso: 103 kg Altura: 183 cm Sexo: ( ) Fem. ( X ) Masc.

Medida Medida
1 CORPO EM PÉ cm 3 CABEÇA cm
1.1 Estatura 183 3.1 Comprimento vertical 25
1.2 Altura dos olhos 179 3.2 Largura de frente 17
1.3 Altura dos ombros 158 3.3 Largura de perfil 19
1.4 Altura dos cotovelos 116 3.4 Distância entre os olhos 8
1.5 Altura do centro da mão-braço pendido 82 3.5 Circunferência da cabeça 19
Medida
1.6 Altura do centro da mão-braço erguido 222 4 MÃOS cm
1.7 Comprimento do braço 79 4.1 Comprimento das mãos 18
1.8 Profundidade do corpo 37 4.2 Largura das mãos 11
1.9 Largura dos ombros 43 4.3 Comprimento da palma 10
1.10 Largura dos quadris 33 4.4 Largura da palma 9
Medida
2 CORPO SENTADO cm
4.5 Circunferência da palma 11
2.1 Altura da cabeça (sentado) 88 4.6 Circunferência do pulso 7
2.2 Altura dos olhos (sentado) 75 4.7 Circunferência da palma máxima 4,5
Medida
2.3 Altura dos ombros (sentado) 61 5 PÉS cm
2.4 Altura dos cotovelos (sentado) 18 5.1 Comprimento 24
2.5 Altura dos joelhos 51 5.2 Largura do pé 9
2.6 Altura da dobra interna do joelho 52 5.3 Largura do calcanhar 5
2.7 Comprimento do antebraço 33
2.8 Comprimento nádegas – joelhos 52
2.9 Comprimento nádegas – dobra interna
59
do joelho
2.10 Comprimento nádegas pés 117
2.11 Altura da parte superior coxa 16
2.12 Largura entre os cotovelos 55
2.13 Largura dos quadris sentado 42
105
106

APÊNDICE I – PLANO DE AÇÃO


107

PLANO DE AÇÃO - CIRURGIÃO DENTISTA

DESCONFORMIDADE
ITEM ANÁLISE SOLICITANTE AÇÃO DURAÇÃO RESPONSÁVEL
ENCONTRADA
Constrangimento do Garantir que apenas um paciente entre na sala de
Jornada Cirurgião
paciente ao entrar atendimento/escritório. Deve-se atentar para que somente
Naressi (2005) de dentista e
no escritório e sala outro paciente seja chamado para entrar na sala, quando o
Arquitetura trabalho auxiliar
clínica primeiro paciente já se retirou do ambiente
1 do ambiente
Naressi (2005) Instalar um registro hidráulico exclusivamente para a sala
do trabalho
Registro exclusivo e Vigilância clínica 1 e outro para a sala clínica 2. Este registro deve ser Profissional
1 mês
para as salas clínicas sanitária instalados entre o registro de entrada do consultório e hidráulico
(2005) qualquer dispositivo de saída de água das salas clínicas
Realizar a troca dos instrumentos de iluminação atual por
Déficit de
NBR 5412 outros que contemplem a luminosidade mínica exigida. Ou Profissional
2 Iluminação iluminação nos 15 dias
(1992) inserir outros mecanismos de iluminação que preencham a elétrico
cômodos
luminosidade faltante
Garantir que não serão comprados novos equipamentos
que ultrapassem a tolerância máxima de 85 dB. Caso haja
Equipamentos com alguma compra de um equipamento com um ruído Cirurgião
3 Ruído NR 15 (2011) Sempre
ruído superior a esse, é preciso solicitar a um profissional para dentista
que seja realizado uma avaliação do ruído e a necessidade
do uso de EPC ou EPI
Nos dias em que há um calor ou frio excessivo, garantir
que a temperatura do ar condicionado permaneça entre Jornada Cirurgião
Condições de
4 Temperatura NR 17 (2007) 20 e 23ºC. Nos dias em que a temperatura externa ao de dentista e
temperatura
consultório estiver agradável, deixar janelas e portas trabalho auxiliar
abertas para garantir o arejo da ventilação interna
108

DESCONFORMIDADE
ITEM ANÁLISE SOLICITANTE AÇÃO DURAÇÃO RESPONSÁVEL
ENCONTRADA
Agendar pacientes mais espaçados um dos outros,
Ministério do garantindo assim um melhor atendimento e eliminando o Jornada Cirurgião
Jornada de Excesso de carga
5 trabalho excesso de carga horária. Ter um intervalo, de pelo menos, de dentista e
trabalho horária
(2001) 1 hora durante a tarde nos dias em que a carga horário trabalho auxiliar
começa às 13:30 e se prolonga até as 21:00 horas.
Realizar a troca da mobília existente por móveis que se
adequam a antropometria do profissional. Adquirir mochos
Móveis e
com dimensões adequadas e com suporte para os braços.
Mobília e equipamentos fora NR 17 (2007) e Cirurgião
6 Cadeira e mesa do escritório com dimensões adequadas a Sempre
equipamentos da antropometria do Tuiutti (2016) dentista
antropometria do colaborador. Cadeira para auxiliar com
colaborador
altura regulável, suporte para os braços e dimensões
adequadas
Possíveis Ministério do Devido aos elementos citados acima e outros problemas
Características Cirurgião
7 transtornos trabalho psicológicos, é necessário garantir que o profissional Sempre
psicológicas dentista
osteomusculares (2001) permaneça com um tratamento psiquiátrico
Sentar na cadeira/mocho de forma correta, ou seja,
Posicionamento do Jornada
sempre permanecer com as costas encostadas no encosto, Cirurgião
profissional nas NR 17 (2007) de
cotovelos e antebraços encostados nos suportes, pés dentista
mobílias durante trabalho
Condições encostados no chão e joelhos em posicionamento neutro
8
ergonômicas Para melhorar o movimento da musculatura e prevenindo
Jornada
Atividades doenças osteomusculares, deve-se realizar ginástica Cirurgião
NR 17 (2007) de
ergonômicas elaboral durante o período de trabalho. Uma vez a cada 4 dentista
trabalho
horas trabalhadas
109

APÊNDICE J – ANAMNESE
110

ANAMNESE DO PROFISSIONAL – CIRURGIÃO DENTISTA

IDENTIFICAÇÃO: Verificar possíveis características que podem prejudicar o desempenho


do colaborador, assim como prováveis doenças ocupacionais.

NOME: Juliano Silvério da Silva

ENDEREÇO: Rua Jaçanã, nº 86, Bairro São Cristóvão, Videira – SC.

NATURALIDADE: Brasileiro

DATA NASCIMENTO: 15/01/1987 IDADE: 31 anos

PROFISSÃO: Cirurgião dentista

Atividade atual
 Atividades de cirurgião dentista em um consultório odontológico. Dentre as
atividades, encontra-se prescrições médicas, restaurações, limpezas, manutenções
odontológicas, preparos de próteses fixas, escaneamento, implantes, extrações e enxertos
ósseos;
 De modo geral, os equipamentos utilizados pelo colaborador variam, contudo,
de forma majoritária é utilizado caneta de baixa e alta rotação, ultrassom, jato de bicarbonato
de sódio, notebook, cadeira e mesa de escritório, cadeira do paciente e mocho;
 A organização do trabalho, jornadas de trabalho, pausas, horas extras,
relacionamento com outros colaboradores, grau de satisfação e descrição sobre suas
atividades rotineiras, podem ser observadas nos apêndices B e C deste trabalho;
 As instalações do consultório odontológico, tais como ventilação, espaço
físico, iluminação, condições de conforto e higiene, podem ser verificados no índice 3.2 e 3.3
deste trabalho;
 De forma rotineira, o profissional aborta o paciente na sala de escritório,
apresentando qual deverá ser seu procedimento dentário. Após o preenchimento de processos
administrativos, o paciente passa a cadeira do paciente para iniciar o trabalho. Dependendo do
tratamento, o paciente pode permanecer entre 20 minutos a 2 horas sentado. Durante este
período, o profissional permanece ao seu lado sentado realizando os procedimentos. Em
111

alguns momentos verificou-se que devido ao procedimento a ser realizado, o profissional se


posiciona de forma errada ergonomicamente, ou seja, possui uma grande curvatura das costas
e não há apoio de cotovelos e antebraços. Há grandes movimentos de punhos e dedos;
 O profissional sempre está equipado com luvas, máscaras, touca e jaleco,
independente do procedimento dentário a ser realizado. Quando é realizado um procedimento
cirúrgico (implantes e extrações), o profissional utiliza um avental próprio para a atividade. O
uso do refletor interfere muito em seu desempenho quando a atividade é realizada, assim
como a iluminação artificial e natural do ambiente influenciam na obtenção de materiais ou
troca dos mesmos;
 A percepção do colaborador perante seu trabalho e outros colaboradores, pode
ser observado nos apêndices B e C deste trabalho;
 Por se tratar de um consultório odontológico, não há a presença de CIPA ou
SESMT, contudo o profissional possui um plano de saúde para possíveis riscos biológicos
como perfurações e outros;
 Os recursos de água, luz e esgoto do consultório estão em condições
adequadas, ou seja, foram projetadas por um profissional adequado (engenheiro), tanto que o
consultório possui aprovação na prefeitura da cidade e da vigilância sanitária da região.

Atividades anteriores
A única atribuição profissional que o colaborador possui é a atual, não havendo outras
atividades anteriores.

Videira, 03 de outubro de 2018

Responsável pelas informações: Lucas José Zambonin


Habilitação: Engenheiro Civil e Engenheiro de Segurança do Trabalho
Registro: CREA/SC: 140.663-9

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