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INCLUSÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS NO E-SOCIAL

Sandra Salete Poletto, Ma.(PPGEP/UFRGS), Engª. Segurança Trabalho (UFSC), Arquiteta Urbanista (PUC
PR), Doutoranda (PPGFAU/UNB) sandrasaletepoletto@gmail.com

Izoé Daysi Pedroso, Arquiteta Urbanista (UNISUL), Engª. Segurança do Trabalho (UNOESC)
Mestranda em Ciências Ambientais (PPGCA/UNISUL) izoe13@gmail.com

RESUMO
Este artigo propõe um protocolo de avaliação ergonômica que pode ser aplicado nos postos de
trabalho. Traz informações preliminares que atendem o bloco de informações do eSocial e
serve como base para elaborar um plano de Gestão de Riscos Ergonômicos às empresas. O
eSocial é uma plataforma que iniciou em 2014 e que se tornará obrigatória às empresas no
Brasil para unificar a forma de envio das informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e
fiscais para o Governo. Está sendo exigida de forma gradativa e pretende criar um grande e
completo banco de dados para facilitar a fiscalização através de meio eletrônico, substituindo
inclusive a carteira de trabalho física. O bloco de informações que está em fase de
implementação é relativo aos fatores de risco ambiental quanto à segurança e saúde
ocupacional incluindo os riscos ergonômicos. No formato proposto pela plataforma eSocial, a
relação de fatores de risco do ambiente do trabalho que estarão sujeitos à análise considera
fatores ergonômicos o esforço intenso, levantamento de peso, organizacionais, trabalho em
turno noturno, situações de estresse entre outros. Para atender plenamente a estas
informações faz-se necessário que as empresas realizem uma avaliação ergonômica dos
postos de trabalho, a fim de apontar os riscos que subsidiarão um projeto de gestão na
prevenção de adoecimentos e melhor adaptação dos colaboradores ao trabalho. Desta forma,
para obter informações essenciais na gestão de melhorias ergonômicas, o protocolo proposto é
ferramenta fundamental, para minimizar a exposição de trabalhadores a doenças ocupacionais,
promover a produtividade, o bem estar e a qualidade de vida nas empresas.

Palavras-chave: Ergonomia; AET, eSocial, Gestão de riscos.

ABSTRACT
This articles proposeds a ergonomic evaluation protocolthat can be applied inthe workplace.
Brings preliminar information that meet the information block of and serves as a basis e Social
for preparing a Ergonomic risk management plan. The eSocial is a platform that started in 2014
and it will becomemandatory to companies in Brazil and served as a basis for preparing a
Ergonomic risk managementplan. Being required gradually and intends tio create a large and
comprehensive database to facilitate supervision throughelectronic meansreplacing the driver´s
physical work. The information block that is currently being implemented is relative to
risk factors occupational health and safety including ergonomic risks.In the format proposed bye
Social platform, the relationship of risk factors work environment thet will be subject to
ergonomic factors analysis considers theintense effort, weight lifting, organization, work in night
shift, situation of stress amongothers. To full meet the this information it necessary that
companies implemente a ergonomic evaluation the Jobs, in order to point out the risks that a
Project management based emergence of diseases prevention and better adapttion of
employees towork. In this way, to obtain essential information on managing ergonomic
improvements, the propose protocol is a fundamental tool to minimize the exposure of workers
to occupational diseases promote productivity, well-being and quality of life.

Palavras-chave: Ergonomic; AET, eSocial, Risk management.


1. INTRODUÇÃO

O objetivo do artigo é apresentar um protocolo que contribua para a


avaliação dos fatores ergonômicos, identificando as demandas exigidas para a
realização das atividades em postos de trabalhos. No contexto adota-se
conceitos da antropometria e da biomecânica para avaliar máquinas e
equipamentos e as particularidades próprias de cada atividade laborativa.
Aplica-se inicialmente um formulário geral quanto às condições ambientais da
empresa, seguindo as diretrizes da NR-17 e os anexos (BRASIL, 2007), além
dos 58 itens de fatores de risco relacionados na Tabela do Manual do eSocial
(BRASIL, 2018).

Após identificadas as características gerais aplica-se formulário com


questionário individual por posto de trabalho. O tratamento das informações
obtidas com os formulários possibilita confirmar algumas hipóteses
previamente formuladas, tais como: avaliar das características do trabalho,
identificar as áreas dolosas, posturas prejudiciais de acordo com as posições
das regiões corporais, demanda de movimentos das atividades e por fim, servir
como um diagnóstico que fundamenta o plano de gestão da empresa para
minimizar os fatores de riscos ergonômicos e propor um programa de
melhorias e monitoramentos dos riscos. Os dados levantados servirão em
última análise na fundamentação dos dados para alimentar a plataforma do
eSocial (BRASIL, 2018), no que tange aos fatores de riscos ergonômicos.

2. ERGONOMIA

Há dois conceitos gerais de ergonomia: o primeiro, mais


americanizado, alia a teática na melhoria das condições de trabalho para os
trabalhadores, enquanto nas últimas décadas a cultura europeia se mantém no
campo da cientificidade, estudando formas de melhorar o trabalho do homem,
entretanto, o assunto de forma geral é referência no que tange trabalhador–
ambiente e ambiente–trabalhador, liderando debates sobre saúde e trabalho
(MICHEL, 2009; NEVES; et al., 2018; MAGALHÃES et al., 2018)
A baixa estima moral da equipe, rotina de acidentes, perda de
produção e interrupções de continuidade do trabalho; exemplificam a
necessidade de análise constante no ambiente laborativo. As lesões
relacionadas a acidentes e doenças do trabalho podem ser minimizadas com a
implantação de programas de avaliação ergonômica e adequações das
atividades atendendo normas de segurança no trabalho, implantadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego e demais órgãos responsáveis.
A otimização dos ambientes laborais a ergonomia é a automação
adaptativa envolvente às dimensões e às capacidades do homem, de madeira
às máquinas, equipamentos, dispositivos, utensílios e mobiliário sejam
utilizados com o máximo conforto, segurança e eficácia, a fim de prevenir
lesões de qualquer grandeza no homem, prolongando a qualidade das
condições do trabalho e o bem estar humano ao longo da vida.
O desenvolvimento de projetos que atendam características
individuais constitui-se em significativo avanço na concepção de máquinas e
equipamentos e no mobiliário quanto a sua padronização. No caso, são
analisados os problemas de utilização das máquinas e equipamentos às
posturas adotadas pelo trabalhador para evidenciar a adequação física do
posto de trabalho ao homem.
Os fatores de riscos ergonômicos contemplam de forma integral os
agentes que podem causar danos à saúde e segurança do trabalhador, desde
os aspectos físicos, cognitivos e organizacionais apresentados a seguir.

2.1. FATORES DE RISCOS ERGONÔMICOS

A antropometria e a ergonomia são indissociáveis é um ramo das


ciências biológicas que tem como objetivo o estudo dos caracteres
mensuráveis do físico humano. O método antropométrico baseia-se na
mensuração sistemática e análise quantitativa das variações dimensionais do
corpo humano (SOBRAL, 1985). Ambas estudam a interação do homem versus
espaços, construções, instrumentos de controle, utensílios e meio envolvente.
A biomecânica examina o corpo humano e os movimentos, é o
estudo da mecânica dos organismos vivos, que estuda a estrutura e a função
dos sistemas biológicos utilizando métodos da mecânica. A biomecânica
estuda as forças físicas agindo no corpo, atendendo os aspectos físicos e
biofísicos das articulações, dos ossos e dos tecidos histológicos do corpo,
fundamentando-se nas leis, princípios e métodos mecânicos e conhecimentos
anatomo-fisiológicos.
Pequenas diferenças nas proporções de cada segmento do corpo
humano existem do nascimento e tendem a acentuar-se durante o crescimento,
até a idade adulta. Os dados referentes às dimensões humanas variam de
pessoa para pessoa, de país para país, no decorrer do tempo – variam ao
longo das diferentes idades, mas também cronologicamente de geração para
geração (MICHEL, 2009 p. 44; SOUZA, 2007 p. 26).
A antropometria é o delineamento externo do indivíduo e divide-se
na avaliação das dimensões dos segmentos corpórea do indivíduo em: 1.
Somatometria: Dimensões corporais do indivíduo; 2. Cefalometria: Medidas da
cabeça do indivíduo; 3. Osteometria: Estudo dos ossos cranianos; 4.
Pelvimetria: Das medidas pélvicas; e 5. Odontometria: Estudo das dimensões
dos dentes e das áreas dentárias.
A caracterização da exposição aos fatores de riscos físicos não
organizacionais, quatro elementos destacam-se nos ambientes de laborativos:
as regiões anatômicas do corpo submetidas aos fatores de risco como: punhos,
cotovelo, ombro, mão, pescoço; levando sempre em conta a magnitude ou
intensidade dos fatores de risco para carga musculoesquelética (levantamento
de peso); já nas cargas psicossociais a percepção se dá no aumento do
volume de trabalho; a variação de tempo também é fator de risco, o que
engloba é o ciclo de trabalho e as distribuições de pausas, divididas em
estruturas de horários produtivos; e por fim o tempo de exposição ao risco, que
é obrigatoriamente o tempo de exposição e latência as lesões e distúrbios
ocupacionais podendo variar de dias a décadas (KIVI, 1984; CASTORINA,
1990; Brasil, 2012), por estas razões a importância da implementação de
programa de pausas no trabalho e ginástica laboral.
A ausência e impossibilidade de pausas espontâneas, necessidade
de permanência em determinadas posições por tempo prolongado, atenção
para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa dos
procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos que não
propiciam conforto. (BRASIL, 2012; Poletto, 2003).
Tabela 1 - Fatores de Risco Ocupacionais.
Região anatômica submetida
Punho, cotovelo, ombro, mão, pescoço, etc.
aos fatores de risco
Para carga musculoesquelética, por exemplo, pode
Magnitude ou Intensidade dos ser o peso do objeto levantado. Para características
fatores de risco psicossociais do trabalho, pode ser percepção do
aumento da carga de trabalho.
Variação de tempo dos Duração do ciclo de trabalho, distribuição
fatores de risco das pausas, estrutura de horários, etc
Tempo de exposição aos O tempo de latência das lesões e dos distúrbios pode
fatores de risco variar de dias a décadas (KIVI, 1984; CASTORINA, 1990).
Fonte: BRASIL, 2012.

No estudo da biomecânica, as leis da física são aplicadas ao corpo


humano, assim, podemos estimar as tensões que ocorrem nos músculos e
articulações durante uma postura ou um movimento, os princípios da
biomecânica para a aplicação da ergonomia são: articulações devem ocupar
uma posição neutra; conservar pesos próximos ao corpo; evitar curvar-se para
frente; evitar inclinar a cabeça; evitar torções do tronco; evitar movimentos
bruscos com picos de tensão; altere posturas e movimentos; restrinja a
duração do esforço muscular contínuo; prevenir a exaustão muscular; pausas
curtas e frequentes são melhores.
Para as posturas cômodas, os locais de trabalho devem ser
projetados de modo que movimentos e forças requeridos não estejam nos
limites das possibilidades do homem. Entre os valores extremos há pontos
neutros em que a atividade muscular alcança um mínimo, resultando em
cansaço mínimo.
As demandas psicossociais/cognitivas podem ter papel no surgimento
das doenças osteomusculares, seja ao causar um aumento de tensão muscular
ou uma reação mais generalizada de estresse (BRASIL, 2012; TAÍS; MOURA;
QUEIROZ, 2018).
Vários são os fatores submetidos ao trabalhador para que o mesmo
possa ter perda relativa ou total da força laboral, e, consequente qualidade de
vida nas outras atividades fora do trabalho. Neste contexto a avaliação do
ambiente físico como um todo e a constituição do posto de trabalho também
contribui para a somatização de doenças.
2.2. POSTO DE TRABALHO

Reconhecer e tratar as doenças e riscos relacionados ao trabalho é


tarefa complexa e envolve medidas preventivas de doenças e dos agravos até
chegar à reabilitação e recolocação do trabalhador em novo posto de trabalho
(MAGALHÃES et. al., 2018).
Segundo Michel (2009 p. 688), posto de trabalho é o ambiente ou
meio de trabalho, definido por uma ou mais tarefas organizadas para atingir um
fim predeterminado no processo laboral concreto. Mobiliza profissionais de
áreas do conhecimento distintas, no intuito de desenvolver ações que
respondem aos desafios.
Os sistemas de trabalho podem apresentar ordens de grandeza
bastante diversas. O menor sistema laborativo é o posto de trabalho individual.
Quando uma pessoa realiza atividades em vários postos, fala-se em trabalho
múltiplo simples. Há também nos quais, várias pessoas trabalham num único
posto (trabalho em grupo) ou trabalham em diversos postos simultaneamente
(trabalho múltiplo em grupo). Os postos de trabalho podem ser fixos ou
ambulantes (VIEIRA, 2008, p. 353).
Qualquer trabalho se faz basicamente em duas posições: de pé ou
sentado. A posição de pé é localizada frequentemente é recomendada para
tarefas sujeitas a deslocamento constantes, ou quando há necessidade de
aplicar forças significativas; já a posição sentada se caracteriza por eliminar
alguns inconvenientes da posição em pé, muito em especial porque aumenta a
superfície de apoio (MICHEL, 2009, p. 665-666).
Como “condições de trabalho” é um conceito amplo, conhecer o
sistema de trabalho, o conteúdo das tarefas, as cargas e as demandas físicas e
cognitivas durante a jornada, além de critérios para avaliar o trabalho humano
facilita para a justaposição e formatação de um Programa de Avaliação
Ergonômica no ambiente laboral. Os aspectos relacionados às condições de
trabalho fazem parte dos itens relacionados a plataforma proposta no
formulário eSocial (Brasil, 2018) quanto aos fatores de risco ergonômicos.
2.3. AVALIAÇÃO ERGONÔMICA E E-SOCIAL

O Governo Federal publicou a Resolução CDES nº 05 (BRASIL,


2018), que trata da prorrogação dos prazos para as empresas de acordo com o
faturamento, do envio de informações na plataforma eSocial relacionadas aos
empregados (BRASIL, 2019). De todos os dados obrigatórios, o que está
gerando mais dificuldade no atendimento, trata-se do último bloco quanto aos
dados de segurança e saúde do trabalhador. A inclusão de riscos ergonômicos
é parte integrante dos dados e apresenta restrição de informações mesmo
entre as grandes empresas que em sua maioria não possuem dados
específicos e detalhados.

Figura 01- Cronograma de Implantação eSocial

Fonte: Portal eSocial (Brasil, 2019).

Na plataforma do eSocial entre os 58 itens relacionados aos fatores


ergonômicos aparecem, por exemplo, os psicossociais/cognitivos e restritas
empresas atentam para os levantamentos. Por esta razão, houve a
necessidade de prorrogação de prazos dos eventos de Segurança e Saúde do
Trabalho (SST) para as empresas do 1º grupo - grandes empresas será
julho/2019. As demais empresas enviarão seus eventos periódicos a partir de
janeiro/2019. Para os Órgãos Públicos e Organizações Internacionais a
transmissão dos primeiros eventos inicia em janeiro de 2021 (BRASIL, 2019),
conforme Figura 01. Para viabilizar o diagnóstico quanto aos fatores de risco
ergonômicos, propõe-se uma metodologia que apresenta como ferramenta
Protocolos para auxiliar no levantamento dos dados fundamentais na gestão de
riscos e alimentação da plataforma do eSocial (BRASIL, 2018).

3. METODOLOGIA

O Protocolo de Avaliação proposto é estruturado em três formulários


que incluem a Avaliação Ergonômica Geral da Empresa com itens obrigatórios
da NR-17 (Brasil, 2007) e aspectos organizacionais; de configuração dos
ambientes de trabalho em geral que atendem as demais normas como a NR-09
(BRASIL, 2017) e NR-24 (BRASIL, 1993), conforme (Figura 2).

Figura 02 – Protocolo I – Avaliação Ergonômica Geral da Empresa

Fonte: Os Autores

Os demais Protocolos avaliam de forma específica as atividades e


cargos por setor, em atendimento aos itens constantes da plataforma eSocial
(BRASIL, 2018), e informações individuais dos colaboradores.
O Protocolo II (Figura 3) é aplicado de forma coletiva por diferentes
setores e cargos e segue a classificação dos Grupos Homogêneo de
Exposição (GHE), estabelecido pelo organograma da empresa, onde o GHE é
o agrupamento dos trabalhadores que tenham perfis de exposição similares em
atendimento ao leiaute S-2240 do eSocial (BRASIL, 2018).
A Figura 3 ilustra parte do Protocolo II que contempla os 58 itens
propostos na plataforma eSocial (BRASIL, 2018), subdivididos em cinco grupos
de risco ergonômico tais como, biomecânico, mobiliário e equipamentos,
organizacionais, ambientais e psicossociais/cognitivos.
Na aplicação e avaliação do Protocolo II, são atribuídos pontuações
aos itens aplicáveis, em cada posto de trabalho no atendimento ou não dos
itens correspondentes às condições ergonômicas.
Figura 03 – Protocolo II – Fatores de Risco Ergonômico

Fonte: Os Autores
Após aplicação dos Protocolos I e II, finaliza-se atribuindo de acordo
com o percentual de atendimento às condições de exposição a riscos
ergonômicos: Ruim com menos de 50%; Regular de 50% a 69%; Bom de 70%
a 89%; Ótimo acima de 90%. Para cada item avaliado, destina-se um espaço
para observações e apontamentos específicos, bem como as recomendações
gerais para o Cargo/Setor avaliado.

A Figura 03 ilustra parte do Protocolo III, que contempla informações


de rotinas pessoais e descrições de demanda física específica por colaborador.

Figura 03 – Protocolo III – Avaliação Ergonômica Individual

Fonte: Os Autores

O Protocolo III - Avaliação Ergonômica Individual reúne informações


que se referem aos dados pessoais, as áreas dolosas, avaliação
antropométrica e biomecânica, atividades realizadas na empresa, demandas
físicas, hábitos e rotinas extra empresa e a percepção do trabalhador com
relação às condições do trabalho e organizacionais da empresa.

4. RESULTADOS ESPERADOS DO PROGRAMA E DISCUSSÕES

A partir da aplicação dos Protocolos de Avaliação Ergonômica


propostos é possível obter um diagnóstico que fundamenta a elaboração do
plano de ação de melhorias ergonômicas e o abastecimento da plataforma do
eSocial nos diferentes cargos e setores da empresa. O Protocolo I traz o
diagnóstico geral da empresa e através das informações levantadas, serão
incluídas questões de ajustes ergonômicos aos planos de gestão
organizacional geral da empresa. Já o Protocolo II traz o diagnóstico específico
para cada Cargo/Setor nos GHE a fim de viabilizar as informações para
abastecimento da plataforma do e-Social. Para finalizar, o Protocolo III traz o
refinamento de informações específicas por trabalhador, contendo avaliação
personalizada.
Cabe a empresa após a implantação dos Protocolos criar rotinas de
procedimentos quanto ao levantamento e atualização de dados coletados. O
Protocolo III será aplicado na admissão de novos colaboradores e na mudança
de cargo/setor da empresa. Quanto aos Protocolos I e II, podem ser
reavaliados anualmente ou havendo alterações significativas de exposição a
riscos dos trabalhadores relacionados a mudanças de leiaute, inclusão de
novas atividades ou alteração do processo produtivo em geral.
Entende-se que o diferencial na competitividade e manutenção dos
serviços no mercado, está no modo que as empresas se relacionarem com os
trabalhadores. Fundamentalmente perceber-se que ao melhorar as condições
de trabalho no que tange os aspectos de infraestrutura do mobiliário e
equipamentos, organizacionais, ambientais e psicossociais/cognitivos
promovem-se resultados promissores para toda a organização.
Portanto, os Protocolos propostos mais do que representarem
ferramentas para atender a alimentação de eventos solicitados pela plataforma
do eSocial, auxiliam na Avaliação Ergonômica das empresas e contribuem na
identificação e diagnóstico das necessidades de melhoria nos postos de
trabalho para elaboração de planos gerenciais.
Assim, a elaboração dos planos gerenciais de manutenção e
implementação de melhoria ergonômica, trazem a minimização e prevenção a
doenças ocupacionais e ganham caráter preciso de resultados positivos para
as empresas a curto, médio e longo prazo.
Equipes de trabalho preparadas, produtivas, motivadas e saudáveis
fazem toda a diferença nos resultados junto ao mercado consumidor para as
empresas. Por isso, independente do último bloco de eventos: dados de
segurança e saúde dos trabalhadores ser ou não implementado como
obrigatório para todas as empresas no Brasil até 2021, a relevância nas
empresas em despertarem para a avaliação destes aspectos, principalmente
os fatores de risco ergonômicos psicossociais/cognitivos ficam como alerta.
O crescente número de adoecimentos que comprometem a saúde
mental relacionada à fatores psicossociais no trabalho, fazem parte do mundo
contemporâneo e não podem ser ignorados. Medidas de ações preventivas
precisam ser implementadas e o primeiro passo é a identificação. As empresas
ao usarem os Protocolos propostos, obtém o diagnóstico de riscos
ergonômicos laborais e podem atuar proativamente na realização de ações que
minimizem as condições de trabalho, e promovem o bem estar da saúde e a
qualidade de vida.

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